Discussão Discussão 91 6- Discussão 6.1 Discussão sobre o tema e método de estudo O presente trabalho tem a finalidade de responder questionamentos que o ortodontista se faz, diante da atresia maxilar ou mordida cruzada posterior esquelética, na clínica diária. A importância do tema se deve a alta prevalência que atresia maxilar apresenta segundo Phillips et al.57 (1992), uma variação em torno de 10 a 15% em jovens e 30% nos adultos em tratamento em clínicas ortodôntico-cirúrgicas. O tratamento por meio da expansão rápida maxilar, mostra-se limitado quanto aos resultados obtidos com a ERM em pacientes adultos conforme; Wertz76 (1970), Northway e Meade55 (1997) e Silva et al.63 (1999), e sua complicações. Assim a expansão rápida maxilar por meio da disjunção da sutura palatina mediana assistida Discussão 92 cirurgicamente (ERM-AC) torna-se uma terapia segura e eficiente para a solução das deficiências maxilares esqueléticas conforme Kennedy et al.45(1976) Souza et al.67 (2002). 6.1.2 Material A seleção dos pacientes que compuseram esta amostra foi baseada no diagnóstico ortodôntico: a anamnese, exame clínico, análise dos modelos e avaliação radiográfica. Utilizou-se também o índice diferencial transversal maxilomandibular obtido nas telerradiografias póstero-anteriores, com o objetivo de avaliar a discrepância maxilomandibular transversal inicial e caracterizar a amostra, conforme preconizado por Betts et al.14 (1995). O material utilizado nesta pesquisa constituiu-se de 34 pares de modelos de gesso de 17 pacientes, sendo 6 do sexo masculino e 11 do sexo feminino, o número de indivíduos do sexo masculino e feminino não foi pré-determinado. As medidas foram realizadas diretamente sobre os modelos de gesso, obtidos após uma cópia fiel com alginato, tendo em conseqüência os dentes representados adequadamente como referiram Gilmore e Little 34 (1984) e Hunter e Priest 44 (1960), os quais obtiveram mais segurança em medidas feitas sobre modelos do que aquelas feitas diretamente na boca do paciente. Discussão 93 6.3 Método O dispositivo de escolha para realizarmos a expansão foi o disjuntor tipo Hyrax, pela facilidade de higienização por parte do paciente. A técnica cirúrgica indicada apresenta respaldo na literatura conforme Epker e Wolford 33 , 1975. O método de medição utilizado neste trabalho foi inédito e baseado em um sistema CNC (controle numérico computadorizado), onde as medições são realizadas em três dimensões com deslocamento dos eixos X, Y e Z. A máquina utilizada neste experimento apresenta va as mesmas características de medição em três dimensões, e foi desenvolvida pelos alunos do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Área de Concentração em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Metodista. O objetivo foi o de obter uma precisão nas medições realizadas em modelos de gesso, dos pacientes submetidos à terapia expansora, e permitir a reprodutibilidade das medições como podemos verificar na tabela 3, A máquina apresenta um sistema de calibração para permitir exatidão às medições. Outra vantagem com este sistema é a possibilidade de trocas da ponta utilizada para se realizar as medições sobre os modelos de gesso, como por exemplo ponta seca ou ponta esférica, de acordo com a necessidade. Antes de ser discutido os resultados foi feito uma discussão sobre ERM e ERM-AC. Discussão 94 6.4 Expansão rápida maxilar – ERM Segundo Haas 37,38 (1961, 1965), a expansão rápida maxilar provoca disjunção dos ossos maxilares quando a força exercida sobre os dentes de ancoragem e sobre os processos alveolares supera o limite necessário para o movimento ortodôntico, transformando-se em força ortopédica que promove a abertura da sutura intermaxilar e desta forma posicionando as bases ósseas dentária maxilar em harmonia com a base óssea dentária mandibular ( Angell1 1860; Derichsweiler32 1953; Cleall, et al.29 1965; Takeuchi et al.69 2002, Majoauro e Nanda50 1994). Alguns autores preconizam a expansão maxilar para o tratamento das deficiências transversais, sendo que o tratamento precoce pode receber uma abordagem onde a expansão pode ocorrer por diferentes mecanismos: expansão rápida; expansão semi-rápida e expansão lenta, segundo Sandikçioglu e Hazar 60 (1997), Bertelle; Mercanti e Stella 13 (1999), Chaconas e Caputo 26 (1982). A abordagem precoce segundo Silva Filho et al,64 1989, apresenta algumas vantagens: a bioelasticidade da estrutura óssea permitindo que aparelhos simples de expansão possam produzir resultados favoráveis; redirecionamento dos germes dentais para posições mais adequadas; melhora no relacionamento entre as bases ósseas influenciando no crescimento e desenvolvimento normais; melhora na relação côndilo fossa articular, eliminando posições inadequadas da ATM; nos casos em q ue se nota comprometimento estético e contribuir para a auto-imagem do paciente. Porém, a medida em que há o amadurecimento ósseo aumenta a interdigitação na área da sutura palatina mediana, aumentando a resistência óssea às forças Discussão 95 ortopédicas de expansão, e apesar de muitas vezes os resultados transversais terem sido atingidos, ocorrem muitas inclinações nas coroas dos dentes posteriores, que são indesejáveis para o tratamento. 6.5 Expansão rápida maxilar por meio de disjunção da sutura palatina mediana assistida cirurgicamente. Obter uma dimensão transversal adequada é importante para uma oclusão funcional e estável (ALPERN e YUROSKO 3, 1987 e BETTS 15, 1996; RABELO et al.59, 2002). Segundo Betts15 (1996), quando um paciente necessita de tratamento cirúrgico maxilar associado à discrepância na largura maxilomandibular, pode-se optar pela osteotomia segmentada maxilar ou a ERM-AC. A principal diferença, entre os dois métodos, é a quantidade de aumento transversal obtido na região dos caninos, criado pelo parafuso expansor, e a sua utilização como um dispositivo de contenção durante o período de cicatrização. A expansão por osteotomia segmentada, produz um aumento maior na direção posterior do que na anterior e se os tecidos palatinos forem estirados, a expectativa de recidiva será maior, aumentando os riscos de necrose asséptica sobre o palato, segundo Turveyl.72 (1985) e Phillips et al.57 (1992). A expansão rápida da maxila por meio de disjunção da sutura palatina mediana assistida cirurgicamente se faz necessária diante de: maturidade esquelética, deficiência transversal maxilar; mordida cruzada posterior unilateral ou bilateral, corredor bucal aumentado e casos onde a expansão rápida maxilar ortopédica falhou, devido ao aumento da resistência óssea imposta pelas suturas Discussão 96 que se articulam com a maxila conforme Koudstaal et. al.46 (2005) e Melsen53 (1975) ainda, segundo Cistulli et al.28 (1998), a expansão maxilar pode ser indicada para pacientes com atresia maxilar e que apresentam apnéia obstrutiva do sono. Diante da deficiência transversal maxilar, deve-se buscar uma adequação entre as bases ósseas apicais maxilar e mandibular e não apenas entre os arcos dentários superior e inferior (Haas38 , 1965; Betts15, 1996; ) . De acordo com Haas38 (1965) é possível posicionar transversalmente a base dentária maxilar com a base óssea mandibular por meio da expansão rápida maxilar e assim estabelecer harmonia entre elas. Vários trabalhos confirmam o sucesso da expansão rápida maxilar (ortopédica) em crianças e adolescentes sem maturidade esquelética (A ngell1 , 1860; Haas37, 38,40, 1961; 1965 e 1980). Porém, Wertz 76 (1970), Wertz et al 77(1977), Lines49 (1975), Melsen53 (1975) Bell e Epker9 (1976), Bell e Jacobs10 (1979), Glassman et al.35(1984), Bishara e Stanley16 (1987), Pogrel et al.58 (1992), Capelozza Filho et al.22,23,24, (1996, 1997), Gurgel et al.36 (2001) e Koudstaal et al.46 (2005) concordam que a rigidez das estruturas ósseas faciais dos pacientes aumenta com maturidade óssea esquelética dificultando e reduzindo o efeito resultante da ERM. A sutura intermaxilar em paciente adulto (sem crescimento) raramente pode ser aberta sem a assistência cirúrgica (Haas41 2001; Basdra et.al.7 1995; Banning et al.6 1996; Bernardes e Vieira12 2003). Para Schimming et al.61 (2000), Alpern e Yurosko3 (1987), em pacientes adulto, com maturidade esqueletal, tratados com expansão rápida maxilar ortopédica, freqüentemente encontram-se problemas tais como inclinação vestibular dos dentes de suporte do expansor, interferências oclusais promovidas pelas cúspides pala tinas, Discussão 97 deiscência óssea e recessão gengival. Byloff e Mossaz20 (2004) afirmaram que as inclinações dos dentes posteriores não são apenas em função dos movimentos dentais, mas também em função da rotação lateral das metades maxilares livres de resistência sugerindo que recidivas podem ser o resultados da inclinação dental, mas também uma recidiva esquelética. Persson e Thilander 56 (1977) relataram que o fechamento da sutura palatina mediana não ocorre uniformemente e que a obliteração inicia-se pela porção posterior e porção bucal. Portanto, uma osteotomia adicional pode ser mais vantajosa no segmento posterior do que no anterior (SHETTY et.al.62 1994). Podemos também observar intercorrências quando realizamos a expansão rápida maxilar por meio de disjunção da sutura palatina mediana assistida cirurgicamente segundo Cureton e Cuenin30 (1999). Lanigan e Mintz 47 (2002), realizaram uma ampla revisão da literatura sobre complicações que acompanham este tipo de procedimento. Forças ortopédicas significativas podem ser transmitidas a sítios anatômicos distantes como a base do crânio ou as órbitas (SHETTY et.al.62 1994, BRAUN et. al.18 2000, BROWN19 1938) Fraturas irregulares podem acontecer, os autores recomendam que a disjunção da lâmina pterigomaxilar por meio de serras micro-oscilantes. A expansão no intra-operatório deve ser de no máximo 1 mm (4/4 de ativação) e a ativação diária em torno de ¼ ou 2/4 (0,25mm a 0,50mm). Vários estudos como de Glassman et al.35 (1984), Lehman et al.48 (1984), Antilla et al.4 (2004) afirma que a expansão rápida maxilar assistida cirurgicamente pode ser realizada utilizando-se um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, e que quando comparada com outras técnicas cirúrgicas mais invasivas, os resultados Discussão 98 se mostraram favoráveis quanto à amplitude da expansão e a estabilidade atingida. A Amostra estudada por Anttila et al.4 (2004) mostrou que 50% dos pacientes apresentavam idade acima dos 30 a nos. 6.6 Medidas transversais Foram avaliadas as distâncias transversais dos incisivos centrais, laterais, caninos, primeiros pré-molares , segundos pré-molares, primeiros molares e segundos molares. A avaliação ocorreu em dois tempos distintos: T1 antes da ativação do aparelho disjuntor e T2 após o período de três meses da finalização da ativação do aparelho disjuntor. Os resultados foram avaliados por grupo de dentes com o objetivo de verificar se a separação foi homogênea entre os vários grupos de dentes ou não. 6.6.1 Distância interincisivos centrais superiores Foram avaliadas as alterações transversais nos intervalos T1 e T2 entre os incisivos centrais, sempre comparando lado direito com o lado esquerdo. Os resultados encontrados mostraram-se estatisticamente não significantes, conforme mostra as tabelas 4, ilustrada nos gráfico da figuras 28. A média das diferenças (T2 – T1) entre os intervalos encontrados foi um aumento de 0,40mm para os incisivos Discussão 99 centrais, porém clinicamente foi observado no tempo T2 um aumento na inclinação dos incisivos centrais para mesial, tal efeito foi responsável pelos valores estaticamente não significantes. Conforme Haas 39 , 1970, o incisivo central move-se mesialmente pela ação das fibras elásticas transeptais que estão conectando os incisivos centrais. Assim como a abertura da sutura as coroas convergem enquanto as raízes divergem (Massulo 51 ,2003). Durante este ciclo, que normalmente leva mais ou menos 4 meses, a inclinação axial destes dentes podem variar até 500 (Haas39 ,1970; Chung et.al.27 2001). 6.6.2 Distância interincisivos laterais superiores Foram avaliadas as alterações transversais nos intervalos T1 e T2 entre os incisivos laterais. Os resultados encontrados mostraram-se estatisticamente significantes, conforme mostra as tabelas 5, ilustrada nos gráfico da figuras 29. Para os incisivos laterais a variação média observada foi um aumento de 4,12mm. Uma variação maior do que a ocorrida sobre os incisivos centrais e menor do que a variação encontrada para os caninos, sugerindo a influência da ação das fibras transeptais sobre os incisivos laterais, que provavelmente, se movimentam mesialmente porém com uma intensidade menor. 6.6.3 Distância intercaninos superiores Foram avaliados as alterações transversais nos intervalos T1 e T2, os resultados encontrados mostrou que houve um aumento nas distâncias entre os Discussão 100 caninos do lado direito e esquerdo considerado estatisticamente significantes, conforme mostra a tabela 6 e ilustrado no gráfico da figura 30. A média das diferenças (T2 – T1) entre os intervalos encontrados foi de 6,03 mm. Adkins et al.2 (1990) avaliaram um grupo de pacientes jovens submetidos a ERM e encontraram um aumento da distâ ncia intercaninos que variou dentro da média de 2,9mm. Os valores encontrados por Cavassan et al.25 (1993) para a distância intercaninos em pacientes com idades que variaram de 12 anos a 18 anos (média de 12a e 9m), tratados por meio da ERM utilizando-se de um disjuntor tipo Haas foi um aumento de 3,28 mm. Moussa et al.54 (1995), estudaram 55 pacientes jovens submetidos a ERM e avaliando as distâncias intercaninos em modelos de gesso, observaram um aumento médio de 3,6mm. Handelman et al.43 (2000) realizaram um estudo avaliando as alterações produzidas pela ERM em 47 pacientes adultos, as alterações observadas nos caninos foram um incremento nas distâncias em média de 2,8mm. Capelozza et al.21 (1994) avaliaram 5 pacientes submetidos à ERM-AC, utilizando-se da abordagem cirúrgica descrita por Epker e Wolford33 em 1980, uma osteotomia da parede lateral e separação da sutura palatina mediana a partir de uma osteotomia na espinha nasal anterior (com ajuda do cinzel para separação da sutura) e osteotomia do septo nasal (sem o envolvimento da lâmina pterigóide), os valores encontrados pelos autores mostrou um aumento médio da distância de 2,5 mm, o que mostrou pouca expansão na região dos caninos. Bays e Greco8 (1992) , utilizando-se de técnica cirúrgica menos invasiva (corticotomia bucal) encontrou uma variação média para os caninos de 4,5mm. Os Discussão 101 achados de Anttila et al.4 (2004) para a variação distâ ncia intercaninos em T1 e T2 foi de 4,1mm em média (procedimento cirúrgico pouco invasivo) e Northway e Meade55 (1997) utilizando-se corticotomia bucal encontrou uma expansão média para os caninos de 4,3mm. Byloff e Mossaz20 (2004) obtiveram um ganho transversal por meio da ERMAC (técnica cirúrgica mais invasiva, segundo os autores), foi em média de 5,19 mm. A variação encontrada por Berger et al.11 (1998) para a distância intercaninos, entre o intervalo T1 (pré-cirurgia) e T2 (três meses pós-cirúrgico) foi de 4,84mm. Stromberg e Holm68 (1995), liberando-se a sutura palatina, parede lateral da maxila e junção pterigomaxilar, à distância intercaninos em média encontrado foi de 5,0mm. Os trabalhos analisados mostraram que ocorreram aumentos na distância menor do q ue o encontrando neste trabalho, apenas o trabalho de Byloff e Mossaz20 (2004) mostrou um valor próximo ao encontrado. 6.6.4 Distância interpré-molares (primeiros) superiores Foram avaliadas as alterações transversais nos intervalos T1 e T2. Os resultados encontrados mostraram um aumento nas distâncias entre os primeiros pré-molares estatisticamente significantes, conforme mostra a tabela 7 e ilustrada no gráfico da figura 31. A média das diferenças (T2 – T1) entre os intervalos encontrados foi de 9,82 mm. Handelman et al.43 (2000) encontrou um aumento nas distâncias entre os primeiros pré-molares com variação média de 4,7mm nas ERM com o dispositivo tipo Haas. Discussão 102 Adkins et al.2(1990) encontraram uma variação de 6,1mm para o primeiro prémolar. O ganho médio de expansão para os primeiros pré-molares segundo estudo de Cavassan et al.25 (1993) utilizando a ERM e aparelho tipo Haas foi de 6,61mm. Avaliando casos submetidos a ERM-AC, Capelozza et al.21 (1994), observaram um aumento nas distâncias entre os primeiros pré-molares que variou em média 7,6mm. Os valores encontrados nos achados de Anttila et al.4 (2204) foi de 6,8mm em média. Byloff e Mossaz20 (2004) encontraram em seus estudos uma variação para os primeiros pré-molares de 8,08mm. Estudos de Schimming et al.61 (2000) utilizando uma técnica cirúrgica conservadora descrita por Glassman35 (1984), verificaram uma expansão média nos primeiro pré-molares de 5,9mm. O valor encontrado no presente estudo se mostrou superior aos encontrados na literatura, e o trabalho de Byllof e Mossaz20 (2004) mostraram valores que se aproximaram dos encontrados. 6.6.5 Distância interpré-molares (segundos) superiores Avaliando-se as alterações transversais nos intervalos T1 e T2, os resultados encontrados mostraram que houve um aumento nas distâncias entre os segundos pré-molares estatisticamente significantes, conforme mostra a tabela 8 e ilustrado no gráfico da figura 31. A média das diferenças (T2 – T1) entre os intervalos encontrados foi de 8,66 mm. O comportamento dos segundos pré-molares (8,66mm de variação) foi similar aos primeiros pré-molares (9,82mm de variação), acompanhando o movimento transversal produzido. A diferença de 1,16mm (entre os primeiros e os segundos pré-molares) se deve provavelmente ao apoio das Discussão 103 bandas sobre os primeiros pré-molares (mais estáveis) e nos segundos pré-molares apenas um apoio por lingual (fio de aço estendido onde foi realizada uma solda junto à banda do primeiro molar indo até a banda do primeiro pré-molar) conforme figura 9. O ganho médio de expansão para os segundos pré-molares, segundo estudo de Cavassan et al.25 (1993), foi de 6,42mm ERM. Segundo os achados de Anttila et al.4 (2004), a variação encontrada para esta variável no intervalo T1 e T2 foi de 7,2mm em média. Handelman et al.43 (2000) encontrou nos segundos pré-molares uma variação média de 5,5mm. Em casos tratados por meio da ERM-AC Byloff e Mossaz20 (2004) encontraram para os segundos pré-molares uma diferença entre o intervalo T1 e T2, foi de 8,26mm. 6.6.6 Distância intermolares superiores As alterações transversais nos intervalos T1 e T2, dos primeiros molares superiores mostraram um aumento na distância entre estes dentes estatisticamente significantes, conforme mostra a tabela 9 e ilustrado no gráfico da figura 33. A média entre os intervalos encontrados foi de 9,72 mm. O valor encontrado nos primeiros molares é muito próximo ao encontrado nos primeiros pré-molares (9,82), o que mostrou um comportamento similar sobre os dentes que receberam o apoio de bandas e estavam conectados diretamente com o parafuso expansor. Adkins et al.2 (1990) observaram um aumento médio de 6,5mm para o primeiro molar. O ganho em expansão para os primeiros molares por meio da expansão rápida maxilar, segundo estudo de Cavassan et al.25 (1993), foi de Discussão 104 6,16mm. No estudo de Moussa et al.54 (1995) a variação encontrada para os molares foi de 6,7mm. Em casos submetidos a ERM-AC Capeloza et al.21 (1994) encontrou uma variação média para os primeiros molares de 6,2mm. medindo somente a diferença na região dos primeiros molares, Pogrel et al.58 (1992) , encontrou um aumento que variou em média 7,5mm, utilizando-se de uma osteotomia na parede lateral e uma osteotomia médiopalatina. Bays e Greco8 (1997) encontraram para os primeiros molares superiores uma variação média de expansão entre T1 e T2 5,8mm e cuja técnica cirúrgica os autores definiram como corticotomia bucal , Northway e Meade55 (1997) observou uma variação de 5,9mm para os primeiros molares usando também a corticotomia bucal como técnica cirúrgica. Os achados de Anttila et al.4 (2004) para esta variável foram em média , no intervalo T1 e T2, de 7,2mm . os achados de Berger et al.11 (1998) para a variação das distâncias intermolares entre os intervalos de tempo T1 e T2 foi de 5,78mm (casos de ERMAC). Estudos de Schimming et al.61 (2000) utilizando uma técnica cirúrgica conservadora descrita por Glassman35 (1984), verificaram uma expansão média nos primeiro molares de 6,0 mm. Os achados de Stromberg e Holm68 (1995) foram de 8,3mm em média para distância intermolar. Os valores encontrados nos artigos levantados foram menores que os encontrado neste trabalho. 6.6.7 Distância intermolares (segundos) superiores Os resultados encontrados para esta variável mostraram-se estatisticamente significantes, conforme mostra a tabela 10 e ilustrado no gráfico da figura 34. A Discussão 105 média das diferenças (T2 – T1) entre os intervalos encontrados mostrou um aumento de 5,67mm. Para casos submetidos a ERM-AC, Anttila et al.4 (2004) encontrou no intervalo T1 e T2 em média uma variação de 5,1mm , a técnica utilizada por estes autores foi a descrita por Glassman et al.35 (1984) e Lehman et al.48 (1984), não invasivas. Byloff e Mossaz20 (2004) avaliaram e encontraram valores médios para os segundo molares em média de 5,48mm, a técnica cirúrgica envolveu uma corticotomia vestibular da abertura piriforme até a fissura pterigóide, osteotomia na espinha nasal anterior se estendendo até os incisivos o pterigoide também foi separado em ambos os lados. Os achados para esta variável apresentaram pouca variação entre os autores, mostrando um comportamento similar na expansão do segundo molar superior. Talvez a ausência de apoio sobre os segundos molares foi o responsável por uma menor variação sobre este dente. Quanto à técnica cirúrgica os autores pesquisados realizaram procedimentos menos invasivos como Anttila et al.4 (2004) e mais invasivos como Byllof e Mossaz20 (2004) e os resultados apresentaram a mesma variação, de forma que a falta de expansão não se relaciona com a técnica cirúrgica e sim a, provável, falta de um apoio adequado sobre estes dentes. 6.7 Inclinações dos dentes posteriores As inclinações dos dentes posteriores foram avaliadas nos primeiros prémolares e primeiros molares lados direito e esquerdo nos tempos T1 e T2, com objetivo de quantificar a movimentação vestibular dos dentes de apoio do aparelho disjuntor tipo Hyrax. Acreditando que a inclinação vestibular destes dentes podem Discussão 106 interferir negativamente sobre os objetivos do tratamento ortodôntico. Realizamos a medição e calculamos as variações para estes dentes. 6.7.1 Inclinação do primeiro molar superior direito e o esquerdo Foram calculadas as inclinações dos primeiros molares superiores direito e o esquerdo nos intervalos de tempo T1 e T2, com a finalidade de quantificar a movimentação ocorrida. Os valores encontrados foram estaticamente significantes conforme mostram as tabelas 11 e 12 e foram ilustradas pelos gráficos das figuras 35 e 36. A variação observada em média foi de 6,890, mostrando uma significativa inclinação para vestibular no molar lado direito e ,para o molar lado esquerdo, foi observada uma inclinação vestibular média de 9,560 para vestibular. Os resultados observados mostraram um comportamento assimétrico para este grupo de dentes, onde os dentes do lado esquerdo apresentaram uma inclinação maior para vestibular, podendo ser uma característica da amostra analisada. A metodologia empregada para esta amostra nos permite medir individualmente a quantidade de inclinação que cada elemento dental sofreu. A variação observada em casos submetidos a ERM segundo Adkins et al.2 (1990) foi em média de 6,0 0 para os molares, porém tal resultado se mostrou variável. Segundo Cavassan et al.25 (1993) o grau de inclinação médio encontrado em pacientes submetidos à expansão rápida maxilar foi, para os primeiros molares Discussão 107 do lado direito e esquerdo de 9,340 , conforme já observado em outros trabalhos como os Haas37,38,39 (1961, 1965, e 1970) e Wertz76 (1970). 6.7.2 Inclinação dos primeiros pré-molares superiores Foram calculadas as inclinações dos primeiros pré-molares superiores direito e o esquerdo nos intervalos de tempo T1 e T2, com a finalidade de quantificar a movimentação. Os valores encontrados para os primeiros pré-molares foram considerados estaticamente não significantes conforme a tabela 13 mostra e ilustrado pelo gráfico da figura 37 A variação observada em média foi de 3,260. Porém a inclinação vestibular medida para os primeiros pré-molares lado esquerdo mostrou-se estatisticamente significante conforme a tabela 14 mostra e é ilustrado pelo gráfico da figura 38. A variação encontrada foi de 4,740. A inclinação medida para estes dentes também mostrou um comportamento assimétrico quanto a movimentação vestibular dos dentes posteriores. Adkins et al.2 (1990) avaliaram as inclinações dos pré-molares e concluíram que a variação média foi de 6,0 0 , porém os resultados mostraram-se muito variáveis. Podemos considerar que a inclinação mais acentuada se deve em parte a grande expansão atingida nos achados nas variações transversais nos subitens do item 6.3. 6.8 Comprimento do arco maxilar Discussão 108 Foram avaliadas as variações lineares encontradas a partir de uma linha estabelecida na mesial dos primeiros molares (pontos 28 e 29) até as médias das incisais dos incisivos superiores (ponto 1) nos intervalos de tempo T1 e T2. A média da diferença encontrada (T2 – T1) mostra que houve uma redução nos valores antes e após a disjunção e que foram considerados estatisticamente significantes conforme mostra a tabela 5.16, ilustrada no gráfico 5.14. A variação média encontrada foi de (-) 1, 64 mm. Adkins et al.2 encontraram uma variação média de (-) 0,4mm , movimento lingual dos incisivos superiores. O que representa uma diminuição no comprimento do arco maxilar com movimento para palatino dos incisivos central superiores, tal movimento é conseqüência do diastema criado entre os incisivos centrais superiores. 6.9 Avaliação da profundidade palatina O objetivo desta medida foi o de avaliar a possível alteração na profundidade do palato nas áreas dos primeiros pré-molares e primeiros molares. Os valores encontrados mostraram não ser estatisticamente significante, conforme mostram as tabelas 5.3 e 5.4 e os gráficos 5.1 e 5.2. A variação de 0.07mm (T2-T1) para os prémolares e de 0,30mm (T2-T1) para os molares, corroboram com os resultados obtidos em estudos de expansão rápida da maxila realizada por Cavassan et. al.25 (1993). Estudos de Northway e Meale 55 (1997), discutindo o efeito da expansão sobre a profundidade palatina, mostraram que o grupo de pacientes submetidos à expansão rápida maxilar não apresentou mudanças estatisticamente significantes na Discussão 109 profundidade do palato na altura região dos primeiros pré-molares e molares, porém o grupo cirúrgico (corticotomia bilateral maxilar) mostrou uma variação estatisticamente significante. Houve uma diminuição média em milímetros na altura palatina na região dos pré-molares de 1,3mm e 1,9mm na região dos molares.