BOLETIM DO CONSÓRCIO ISPOR PARA A AMÉRICA LATINA Pesquisa Estudo Revela Variação Global Significativa na Definição da Expressão “Doença Rara” VOL 3 N 4, DEZEMBRO 2015 Autores: A International Society for Pharmacoeconomics and Outcomes Research (ISPOR) publicou em seu artigo “Rare Disease Terminology and Definitions—A Systematic Global Review: Report of the ISPOR Rare Disease Special Interest Group” (Terminologia e Definições de ‘Doença Rara’ – Uma Revisão Sistemática Global: Relatório do Grupo de Interesse Especial em Doenças Raras da ISPOR), os resultados de uma revisão global respondendo a uma questão científica básica: “Como você descreve uma ‘doença rara’?”. Pela primeira vez, um amplo grupo internacional de pesquisadores examinou de lado a lado – na geografia e entre os interessados – as similaridades e diferenças nas definições e limiares de prevalência de ‘doença rara’. “Não existe uma definição universal para ‘doença rara’”, disse o coautor Trevor Richter, PhD, MSc, da Agência Canadense para Fármacos e Tecnologias em Saúde (CADTH), que liderou o grupo da ISPOR. Richter está confiante de que esse estudo gerará interesse entre os segmentos envolvidos, tendo notado que “Nossos achados são de relevância imediata para os pesquisadores, formuladores de política e tomadores de decisão que têm de avaliar fármacos órfãos e tecnologias de saúde associadas. Este relatório terá crescente importância dentro dos próximos poucos anos, já que muitas organizações e jurisdições tentarão definir pela primeira vez ‘doenças raras’, ou atualizar as suas definições existentes”. Coautora, Sandra Nestler-Parr, PhD, MPhil, membro do Conselho da Sociedade Alfa-X (Alpha-X Society) e Chefe de Doenças Raras na Roboleo & Co., RU, explicou que a sua equipe de pesquisa tem, sistematicamente, buscado por definições para a expressão “doença rara” usada por pagadores, grupos de pacientes, reguladores, fabricantes, centros de pesquisa e avaliadores de tecnologias em saúde. Essa busca revelou 296 definições e 23 expressões diferentes, usadas em pelo menos uma das definições identificadas a partir de mais de 1.100 organizações envolvidas, localizadas em 32 jurisdições que representam as seis principais regiões geográficas do mundo: Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia, África e Oceania. Os resultados deste notável estudo são publicados na edição de setembro/outubro de 2015 (volume 18, número 6) do periódico Value in Health. Richter disse: “A expressão mais comumente usada é ‘doença rara’, que contribui para 38% de todas as definições. Esta é seguida por ‘doença órfã’, que é encontrada em 27% das definições.” O estudo também distingue entre os descritores que se referem ao tipo de doença ou terapia (ou seja, adjetivos), tais como “rara”, “negligenciada,” “órfã” ou “especializada.” Descritores relacionados a uma condição (ou seja, substantivos) incluem “doença,” “condição,” “deficiência” e “síndrome.” Umas poucas definições também contêm descritores qualitativos, tais como “ameaçadora à vida”, “debilitante” e “severa.” De interesse, os autores encontraram que as organizações de pacientes e de pesquisa têm maior probabilidade de ter uma terminologia definida para doenças raras, que outros envolvidos. O estudo também revelou que 58% das definições contêm um limiar de prevalência implícito ou explícito, sugerindo a prevalência como uma métrica universalmente preferida, usada em definições de doenças raras. Nestler-Parr considera este achado de importância particular, declarando que “Nós fomos capazes de abordar a questão de como os limiares de prevalência são globalmente usados dentro das definições de doenças raras. Embora a maioria das jurisdições que estudamos defina o limiar médio de prevalência para uma doença rara entre 40 e 50 casos por 100.000 pessoas, existe uma variação substancial entre distintas jurisdições, e os limiares variam de cinco a 76 casos por 100.000 pessoas”. Talvez não surpreendentemente, a estratificação do limiar de prevalência por grupos de envolvidos revelou que as organizações de pacientes têm o limiar médio mais elevado e liberal, enquanto que os pagadores privados têm o limiar médio mais baixo e conservador. “A crescente conetividade global dos cuidados à saúde e o crescente número de medicamentos visados por grupos de pacientes pequenos e bem definidos, tem intensificado a necessidade de uma melhor compreensão das definições relacionadas às doenças raras,” disse Nestler-Parr. Os autores enfatizam a necessidade de novas investigações para compreender melhor a extensão da diversidade existente nas definições de doenças raras, bem como as raízes destas variações entre grupos de interessados dentro ao longo das distintas jurisdições. Eles também propõem que qualquer tentativa de harmonizar as definições de doenças raras deve enfocar critérios padronizados e objetivos, tais como os limiares de prevalência; devendo, também, evitar os descritores qualitativos. Trevor Richter, PhD, MSc, Agência Canadense para Fármacos e Tecnologias em Saúde (Canadian Agency for Drugs & Technologies in Health – CADTH), Ottawa, Ontario, Canadá Sandra Nestler-Parr, PhD, MPhil, Roboleo & Co, York, Reino Unido em nome do Grupo de Interesse Especial em Doenças Raras (Rare Disease Special Interest Group) da ISPOR, que inclui: Robert Babela, PhD, MSc, Universidade St. Elizabeth, Bratislava, Eslováquia Zeba M. Khan, RPh, PhD, Corporação Celegene, Summit, NJ, Estados Unidos Theresa Tesoro, MSN, ISPOR, NJ, Estados Unidos Elizabeth Molsen, RN, ISPOR, NJ, Estados Unidos Dyfrig A. Hughes, PhD, MSc, Centro para Avaliações de Economia da Saúde e Medicamentos (Center for Health Economics and Medicines Evaluation), Bangor University, Wales, Reino Unido O artigo completo e mais informações sobre o Grupo de Interesse Especial em Doenças Raras da ISPOR podem ser encontrados no seguinte endereço: http://www.ispor.org/sigs/RareDisease/RareDiseaseTerminology.asp. Sobre VALUE IN HEALTH Value in Health (ISSN 1098-3015) publica artigos, conceitos e ideias que tragam avanço à área de farmacoeconomia e pesquisa de desfechos, bem como artigos de política para ajudar os líderes dos cuidados à saúde a tomar decisões baseadas em evidência. O jornal goza de um Fator de Impacto de 5-anos de 3,373 sendo classificado como o 7º de 71 jornais sobre política e serviços de saúde (ciências sociais), 13º de 89 sobre ciências e serviços de cuidados à saúde e 14º de 333 sobre economia (ciências sociais). Value in Health é publicado bimestralmente e tem mais de 8.000 assinantes (clínicos, tomadores de decisão e pesquisadores no mundo inteiro). Web: www.ispor.org/valueinhealth | Twitter: http://bit.ly/ISPORjournals-T (@ISPORjournals)