Ensinar e aprender em uma sociedade tecnológica: algumas provocações L. Paniago Maria Cris9na Programa de Pós-­‐Graduação em Educação UCDB [email protected] Sociedade Tecnológica? Que leitura fazemos neste mundo tecnológico? Dentre estas transformações, Fischer (2007, p. 291) pontua o excesso, acúmulo e a velocidade do acesso às informações, as mudanças na maneira de viver a vida privada e suas relações com as prá9cas sociais, as prá9cas do mercado, a centralidade do corpo, a crescente mistura de diferentes 9pos de linguagens Profundas transformações •  Segundo Fischer (2007, p. 291), com a inserção das novas tecnologias em n o s s a s v i d a s , h á profundas transformações “no que se refere às nossas experiências com os saberes, às trocas com os outros, à s f o r m a s d e i n s c r e v e r -­‐ n o s n o social, de escrever, de falar, de pensar o m u n d o e a n ó s mesmos”. Inserir as TIC no contexto educacional? • 
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Prá9cas inovadoras? Prá9cas reducionistas? Mudanças significa9vas? Modismo? Pressão do consumismo e capitalismo exacerbado? Percepção distorcida de que as tecnologias são a panacéia e que podem resolver todos os problemas, principalmente os educacionais? Perspec9va problema9zadora? Prá9cas que tenham como base uma concepção do que seja ensinar e aprender sob uma perspec9va problema9zadora, emancipatória, crí9ca, par9cipa9va, em que professores e alunos sejam protagonistas deste grande e rico fenômeno educacional. Rever o ensinar e o aprender? [...] buscar novas bases teórico-­‐metodológicas para além das visões da ciência clássica que subsidiem uma transformação nas prá9cas pedagógicas, mas a construção de um pensamento educacional mais sintonizado com as exigências dos novos tempos. O momento atual propicia ao docente a revisão de seus procedimentos, da sua maneira de ensinar e de aprender (ARAÚJO, p. 517, 2007). Atra&va –novas formas de aprender O QUE FAZER? COMO FAZER? “[...] o es&lo digital engendra, obrigatoriamente, não apenas o uso de novos equipamentos para a produção e apreensão do conhecimento, mas também novos comportamentos de aprendizagem, novas racionalidades, novos esBmulos •  percep&vos[...]" (KENSKI, 1998, p.61). Submissão às TIC? •  Lankshear et al (2000), é crucial manter os obje9vos educacionais em foco na integração das tecnologias ao currículo e à pedagogia das escolas e não sacrificá-­‐los em submissão à pressão tecnológica e corpora9va imposta. •  Se há algo constru9vo nesta pressão, é a provocação que ela traz consigo em relação a alguns ques9onamentos como que prioridades precisamos preservar ou reconstruir sob uma perspec9va educacional tecnológica ou o que acompanha a adoção das novas tecnologias no contexto educacional que carece nossa atenção como educadores. Cria9vidade Inovação? Que inovação? Por que tenho que inovar? “Inovação não está restrita ao uso da tecnologia, mas também à maneira como o professor vai se apropriar desses recursos para criar projetos metodológicos que superem a reprodução do conhecimento e levem à produção do conhecimento” (BEHRENS, 2000, p. 103). Reorganização do trabalho educacional Segundo Veiga (2006, p.67): [...] Neste mundo complexo e de profundas transformações, também se tornam mais complexas as prá9cas educa9vas e torna-­‐se inques9onável uma nova forma de organização do trabalho das ins&tuições e nos processos de formação inicial e con&nuada de professores bem como no posicionamento de todos os que trabalham na educação. Contra ou a favor? •  Segundo Lankshear et al (2000), não é o caso de ser contra ou a favor da inserção das tecnologias no contexto educacional, mas de acreditar que os professores carecem de um letramento tecnológico com cautela, entendimento e sabedoria, ou seja, a educação como ponto principal e as tecnologias à serviço da primeira. •  Isto significa tornar-­‐se proficiente nas dimensões operacional, cultural e crí9ca que incluem as mudanças contemporâneas econômicas, sociais, tecnológicas, administra9vas, organizacionais e polí9cas, alterando as relações entre letramento, tecnologia e aprendizagem. Que 9po de educação queremos? Acreditamos? Drenar o potencial educacional •  Ao invés de adotar uma posição impulsiva ou ludita, o desafio aos professores é aprender como usar as tecnologias de maneira eficiente, com é9ca e responsabilidade, com foco em drenar o potencial educacional, em expandir as possibilidades de inovação e de aprendizagem, com sensibilidade (LANKSHEAR et al, 2000). Interesses humanos •  Como Freire (1997, pp.97-­‐8, 147) pontua: Nunca fui ingênuo apreciador da tecnologia: não a divinizo, de um lado, nem a diabolizo, de outro. Por isso mesmo, sempre es9ve em paz para lidar com ela. Não tenho dúvida nenhuma do enorme potencial de estmulos e desafios à curiosidade que a tecnologia põe a serviço das crianças e adolescentes das classes sociais chamadas favorecidas. [...] O avanço cientfico e tecnológico que não corresponde fundamentalmente aos interesses humanos, às necessidades de nossa existência, perdem para mim sua significação. INCLUSÃO DIGITAL •  Polí9cas que garantam subsídios à inclusão do professor nesta sociedade digital •  Formação inicial •  Formação con9nuada de professores, segundo Pimenta (1999, p. 17 -­‐ 18), deve ser “um processo contnuo de movimentação de saberes da prá9ca, de saberes teóricos, de saberes pedagógicos”. Alem disso, deve “mobilizar os conhecimentos teóricos e desenvolver a capacidade de inves9gar a própria a9vidade”. Rede de colaboração •  Freire (1993, p. 9) postula de que o homem apreende a realidade por meio de uma rede de colaboração na qual cada ser ajuda o outro a desenvolver-­‐se, ao mesmo tempo em que também se desenvolve. Todos aprendem juntos e em colaboração. Viver o diálogo •  ser dialógico, ou seja, “viver o diálogo” (FREIRE, 1983, p.43). “Não é invadir ou manipular. Ser dialógico é estar engajado em constante transformação da realidade... é problema9zar o próprio conhecimento como uma realidade concreta, entendê-­‐lo melhor, explicá-­‐lo e transformá-­‐lo” (p. 52). •  Tecnólogo do ensino ou agente social? (VEIGA, 2006) A magia da aprendizagem •  “O ar9sta da aprendizagem enxerga beleza no diálogo, na interação, nas conexões formadas entre o que é sabido e o que venha a ser sabido”; •  A necessidade de valorizar a beleza do incerto e a aprendizagem como um processo inacabado; •  Podemos não saber exatamente e com precisão o por quê de alguma coisa, mas podemos enxergar ou ousar e sen9r que os aprendizes mudam, crescem e desenvolvem-­‐se e esta é “a magia da aprendizagem” (SIEMENS, 2006, p.108). Elos, ligações, conexões SIEMENS, 2006 -­‐ uma noção de aprendizagem como uma ecologia, uma comunidade, uma rede. Entretanto… •  “… a escola não tem que acompanhar o ruído, o fascínio do brilho digital a qualquer custo … aproveitar sim, mas sem perder aquilo que cons9tui a escola” (Professora Ana Loureiro ) Desafio! O grande desafio é pensar esta coisa de maneira intrincada…não como duas coisas separadas, de um lado uma subje9vidade uma individualidade, completamenta isolada e de outro lado a tecnologia como se elas não 9vessem relação… pensar como estas coisas se ar9culam, se conectam e se (co)engendram, se produzem… uma a outra… (individualidades) e as tecnologias… (Marcia Moraes – Professora UFF – Salto Para o Futuro – Cultura Digital e Escola) We expect more from technology and less from each other … (SHERRY TURKLE – Connected or alone?) Let’s talk about how we can use the digital technology The technology of our dreams To make this life The life we can love “Um antropólogo fez uma brincadeira com crianças de uma tribo africana. Ele colocou um cesto cheio de frutas junto a uma árvore e disse para as crianças que o primeiro que chegasse junto a árvore ganharia todas as frutas. Dado o sinal, todas as crianças saíram ao mesmo tempo e de mãos dadas! Então sentaram-­‐se juntas para aproveitar da recompensa. Quando o antropólogo perguntou porquê elas haviam agido dessa forma, sabendo que um entre eles poderia ter todos os frutos para si, eles responderam: Ubuntu, como um de nós pode ser feliz se todos os outros es9verem tristes? UBUNTU na cultura Xhosa significa: “Eu sou porque nós somos” Obrigada!!!! •  [email protected] •  Facebook: Maria Cris9na Paniago 
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