info :fse 26 2.º semestre de 2008 Publicação co-financiada pelo Fundo Social Europeu intervenções Projectos que exemplificam a dimensão da diversidade entre culturas pág. 05 ENCONTRO SOBRE INOVAÇÃO SOCIAL Balanço EQUAL pág. 11 O diálogo entre culturas como referencial para uma sociedade inclusiva O Fundo Social Europeu - os contributos e as experiências inovadoras destaque eventos intervenções Diálogo Intercultur al Um desafio e uma oportunidade A União Europeia procura, todos os anos, sensibilizar e chamar a atenção dos ci dadãos europeus e dos go vernos nacionais para uma determinada problemática transversal e mobilizadora. O ano de 2008 foi escolhido pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia como Ano Europeu do Diálogo Intercultural (AEDI), sob o lema «Unidos na Diversidade». No cerne do projecto europeu está a necessidade de promover os meios para o diálogo intercultural e para o diálogo entre os cidadãos, atendendo ao desafio urgen te da reconciliação de um continente divi dido por conflitos nacionalistas e étnicos aquando da criação da União. Mesmo nos nossos dias, não está imune à intolerância e à discriminação. De facto, a Europa tem vindo a aumen tar o carácter multicultural de muitos pa íses, bem como o número de línguas, reli giões, etnias e culturas no continente, a par de alargamentos sucessivos, mobilida de acrescida, intensificação dos movimen tos migratórios, violência interétnica e in tolerância entre povos. uma sociedade mais justa O Ano Europeu constituiu um apelo à importância do diálogo intercultural na construção de uma sociedade mais justa e 02 info:FSE’26 — 2.º semestre de 2008 inclusiva, que saiba colher os frutos da di versidade, incentivando todos os cidadãos europeus a explorarem os benefícios de um rico património cultural. O Fundo Social Europeu é o principal instrumento financeiro dirigido ao apoio da política de emprego e à melhoria dos níveis de educação e de qualificação dos recursos humanos europeus, com vista à coesão económica e social. Neste contexto, pretende-se que as pessoas tenham a opor tunidade de contribuir para uma União Europeia próspera: mulheres e homens, jovens e idosos, pessoas de diferentes ori gens e minorias étnicas, pessoas com defi ciências e outros grupos desfavorecidos. Dentre as prioridades de intervenção, do FSE no período 2007-2013 destaca-se pois, na dimensão do diálogo intercultu ral, o reforço da inclusão social das pes soas desfavorecidas, tendo em vista a sua inserção sustentável no emprego e a luta contra todas as formas de discriminação no mercado de trabalho. Em Portugal, a Coesão Social é assumida como uma das prioridades estratégicas deste período de programação, reconhecendo, por um la do, o papel central do emprego enquanto elemento integrador na vida social e, por outro, a promoção das qualificações co mo um recurso importante das estraté gias de inclusão. Esta assunção traduz-se no apoio a intervenções directamente re notícias internet lacionadas com a promoção da emprega bilidade e do acesso ao trabalho de grupos desfavorecidos, para o reforço da coesão social e uma melhor integração e gestão da diversidade cultural. Dentre os apoios específicos à integra ção social e profissional dos imigrantes, o Programa Operacional Potencial Humano (POPH), em particular, contempla, num ei xo prioritário próprio, instrumentos de po lítica que visam criar condições de maior equidade social no acesso à qualificação e educação e ao mercado de trabalho, con centrando as respostas dirigidas à popula ção imigrante, seja ao nível do acolhimento, seja ao nível da integração. As tipologias de intervenção cobrem acções de formação em cidadania e língua portuguesa (incluindo português técnico) dirigida a estrangeiros; actividades de apoio ao acolhimento e in tegração de imigrantes e inclusão social de crianças e jovens, desenvolvendo suportes de informação, dirigidos às comunidades imigrantes, sobre direitos e deveres, e inicia tivas à escala local e nacional; acções de for mação e iniciativas de sensibilização na área de acolhimento de imigrantes para agentes públicos e privados intervindo em mediação sociocultural, igualdade de oportunidades, gestão da diversidade cultural e diálogo in tercultural, e comunidades envolventes; ou, ainda, acções de investigação e promoção de campanhas de sensibilização da opinião pú blica em matéria de imigração. Neste contexto, o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultu ral (ACIDI) desenvolve um papel relevan te, tanto enquanto organismo responsável pela concretização dos instrumentos de política pública nacional, quer como orga nismo intermédio no âmbito da concessão dos apoios previstos pelo POPH. Não obstante o encerramento das co memorações do AEDI, a visibilidade e o debate público iniciado em torno do diá logo entre diferentes culturas e da gestão da diversidade com vista à criação de uma sociedade inclusiva, prosseguirão para além do ano de 2008, dando o FSE, através dos seus Programas Operacionais, conti nuidade à promoção da inclusão social. Os princípios de igualdade de oportunida des, da não discriminação e da tolerância estão longe de estar adquiridos pelas so ciedades e têm de ser defendidos. destaque eventos intervenções notícias internet Diálogo Intercultur al a experiÊncia da Iniciativa Comunitária EQUAL A discriminação em razão da origem étnica foi um dos ân gulos de abordagem às dis criminações no mercado de trabalho desenvolvido pe lo Programa de Iniciativa Comunitária EQUAL. Este programa, financiado pelo Fundo Social Europeu desde 2000 e que chega ao seu termo em Junho de 2009, tem como objectivo combater as discriminações no acesso e no mercado de trabalho, através do apoio a projectos inovadores de carác ter experimental, cujos resultados, depois de validados, devem ser disseminados em larga escala. Durante os últimos anos foi apoiado, em Portugal e nos demais países da União Europeia, um conjunto muito significativo de projectos que testaram novas soluções com vista a uma inserção profissional e a um mercado de trabalho mais igualitário e mais justo. Dada a natureza específica da EQUAL – laboratório de experiências e de apren dizagem – e com vista a maximizá-la, con siderou-se útil promover o diálogo entre projectos, quer a nível nacional, quer a ní vel europeu. No plano nacional, os projec tos foram agrupados, segundo os temas que tratavam, em redes temáticas, entre as quais a da “Integração de Imigrantes, Refugiados e Minorias Étnicas”. No plano europeu, esse agrupamento também se ve rificou na Plataforma Europeia “Agir con tra as discriminações étnicas no emprego”. Em ambos os casos, a discriminação étni ca e o diálogo intercultural estiveram no centro do debate. São as principais conclu sões do diálogo que a seguir se enunciam. As 3 questões fundamentais As problemáticas mais prementes identi ficadas pelos projectos EQUAL portugue ses na relação população autóctone-imi grantes “situam-se em torno de três ques tões fundamentais: O reforço das formas de rejeição e poten ciais conflitos relativamente à população imigrante e seus descendentes, no caso de os autóctones detectarem um tratamento preferencial aplicado aos primeiros (even tual agravamento das tensões sociais num contexto de crise). A ‘inexperiência’ nos contactos entre au tóctones e imigrantes, com particular inci dência fora das grandes áreas urbanas e do Algarve, pode também traduzir-se, a mé dio prazo, no desenvolvimento de senti mentos xenófobos e de situações de tensão por parte da sociedade de acolhimento. A construção de estereótipos negativos, por parte da população autóctone, que são associados a vários grupos de imigrantes (a pouca eficiência dos trabalhadores da África Subsariana, a imagem de que todas as mulheres brasileiras estão envolvidas na prostituição, a violência dos descen dentes dos imigrantes dos PALOP...)”1 A par destas problemáticas, os projectos também identificam contribuições posi tivas para a abertura da sociedade a no vas ideias e práticas, o que acontece so bretudo no domínio cultural, musical e gastronómico. Neste âmbito, as respostas testadas pelos projectos permitem concluir que: O desenvolvimento de uma cultura antixenófoba entre as crianças e os jovens, as sente na tolerância e no respeito pelo ou tro, pode ser fortemente incentivada por iniciativas pedagógicas flexíveis (adaptá veis a diferentes meios e populações), ca pazes de incorporar os saberes e as expe riências de imigrantes e autóctones.2 O desenvolvimento de acções de sensibi lização das populações autóctones, sobre Ana Vale, gestora da Iniciativa Comunitária EQUAL – Portugal tudo em áreas de imigração recentes, bem como de experiências inovadoras de ani mação que envolvam nacionais e estran geiros, podem contribuir para aumentar os níveis de interconhecimento e de con fiança recíprocos. O sucesso destas ini ciativas parece depender de uma boa di fusão através dos meios de comunicação e da incorporação de elementos criativos que estejam associados ao envolvimento proactivo das populações (torneios des portivos, música, actividades para crian ças e jovens, gastronomia...). Por outro lado, há também a necessidade de rever alguns aspectos, quer dos conteúdos pro gramáticos dos programas nacionais do 1º ciclo do Ensino Básico, quer das men sagens contidas na maioria dos manuais que lhes servem de suporte.3 O investimento em actividades socio culturais durante a frequência de acções de formação em língua portuguesa é um contributo relevante para a integração na sociedade de acolhimento.4 A disponibilização de pessoas especia lizadas em funções de intermediação (mediadores, peritos de experiência, intér pretes, oriundos e falando a língua do pú blico-alvo e tendo formação adequada) en tre a sociedade de acolhimento e os grupos de imigrantes revela-se fundamental para facilitar o processo de inserção social e atenuar potenciais conflitos.5 2.º semestre de 2008 — info:FSE’26 03 destaque eventos O desenvolvimento de acções que im pliquem um forte envolvimento dos imi grantes, desde o processo de decisão até à implementação final, são fundamentais para melhorar a eficácia das respostas, re forçar a auto-estima e autoconfiança e re duzir dependências.6 Estas são algumas das conclusões, ali cerçadas na experimentação desenvolvi da, directamente relacionadas com inter venções orientadas para a promoção da interculturalidade na sociedade de acolhi mento. Os instrumentos que permitem a sua operacionalização estão disponíveis, as competências para as aplicar também. É agora necessário disseminá-las em larga escala pelas organizações, públicas e pri vadas, com ou sem fins lucrativos, que têm intervenção nesta área e usá-las. Plataforma Europeia No plano europeu, a luta contra as dis criminações étnicas continua a ser uma questão importante. A constituição da Plataforma Europeia “Agir contra as discriminações étnicas no emprego”, no âmbito da EQUAL, teve como objecti vos promover a aprendizagem colectiva no domínio da discriminação étnica no mercado de trabalho através da parti lha de experiências e a coordenação das 1 intervenções iniciativas políticas e de terreno, tanto no plano nacional como da União Europeia, através do reforço da cooperação entre actores e decisores. A Plataforma identificou três compo nentes essenciais para se promover a não discriminação étnica no emprego: a al teração das práticas profissionais no in terior das organizações e instituições; o desenvolvimento de novos serviços no quadro das instituições existentes; a implementação de sistemas integra dos, particularmente a nível territorial, para que as coisas aconteçam nas insti tuições ao mesmo tempo que se apoiam os indivíduos que tentam integrar-se no mercado de trabalho.7 Principais actores Por outro lado, a Plataforma identificou três grandes grupos de actores aos quais cabe um papel específico e essencial na lu ta contra as discriminações étnicas no em prego. São eles os actores intermediários do emprego e da formação, os sindicatos, as organizações privadas sem fins lucrativos e as organizações não governamentais. Aos actores intermediários do empre go e da formação a Plataforma recomen da que integrem competências para lidar com a discriminação nas suas práticas de “Integração social e profissional de imigrantes, refugiados e minorias étnicas”, Jorge Malheiros, edição do Gabinete de Gestão EQUAL, 2006. 2 Idem, Projecto Sunrise – “Programa de inserção de jovens imigrantes em idade escolar na comunidade local”. 3 Idem, Projecto Sem Fronteiras – “Kit pedagógico para a Intercultura”. 4 Idem, Projecto Acolhimento e Integração de Requerentes de Asilo – “Bolsa de intérpretes”. 04 info:FSE’26 — 2.º semestre de 2008 5 notícias internet trabalho e que desenvolvam novos serviços e novas formas de cooperação com outras entidades de forma a facilitar a integração das minorias étnicas. Aos sindicatos, a Plataforma recomen da que coloquem a luta contra a discrimi nação étnica no centro da acção sindical, ou seja, no centro das reivindicações, da negociação colectiva e da elaboração da regulamentação laboral e, ainda, que de senvolvam e alarguem o seu papel de me diação e ofereçam novos serviços de apoio específico a trabalhadores migrantes. Às organizações privadas sem fins lu crativos e organizações não governamen tais, a Plataforma recomenda o aumento da sua cooperação com os serviços de em prego e empresas para uma melhor inte gração dos imigrantes no mercado de tra balho; recomenda, ainda, que intervenham como facilitadores do reconhecimento das competências e das experiências dos imi grantes, bem como da sua participação em novas ocupações, por exemplo enquanto conselheiros interculturais ou tutores ou enquanto empreendedores. Por último, a Plataforma recomenda a estas organiza ções que associem a luta contra a discrimi nação étnica com o mainstreaming de gé nero, sendo certo que o género está presen te e agrava a discriminação étnica. Não é de mais reforçar que o funda mento e legitimidade destas conclu sões e recomendações assenta na expe rimentação efectuada pelas Parcerias de Desenvolvimento EQUAL e na compro vação que puderam fazer das soluções que ensaiaram. Agora sabemos não ape nas quais são os problemas mas também como resolvê-los. Está nas nossas mãos passar à prática e contribuir para a cons trução de uma sociedade mais democrá tica, mais igualitária e mais solidária da qual nos possamos orgulhar. Ana Vale Gestora da Iniciativa Comunitária EQUAL – Portugal Idem, Projecto Semear para Acolher – “Programa de formação de mediadores socioculturais” Idem, Projecto Acolhimento e Integração de Requerentes de Asilo – “Cursos de português para requerentes de asilo e refugiados”. 7 “As dez recomendações mais” da Plataforma Europeia “Agir contra as discriminações étnicas no emprego”, Edição de Racine, Paris, Novembro de 2007. 6 destaque eventos intervenções Diálogo intercultural é sinónimo de desenvolvimento O Fundo Social Europeu (FSE) apoia vários projectos que visam a promoção da interculturalidade em Portugal, tendo em vista a criação de uma sociedade mais justa e inclusiva que ofereça oportunidades para todos N um Estado de direito, não há cidadãos de primeira nem de segunda categoria. Aos olhos da lei, todos são iguais. Infelizmente, a rea lidade apresenta fenómenos de pobreza e de exclusão social, tantas vezes relacio nados com as minorias étnicas e com a população imigrante, e só com grande vontade e esforço colectivo é possível in tegrar esta franja de cidadãos na socieda de de acolhimento. O desenvolvimento de projectos pro motores da igualdade de oportunidades recebe todo o apoio do Programa da Ini ciativa Comunitária EQUAL e há várias missões em curso que têm conseguido al cançar esse propósito. Esta Iniciativa ex perimental promoveu a criação de meto dologias e práticas tangíveis em produtos transferíveis para outros contextos com necessidades semelhantes. Conheça três casos que ilustram o que já foi feito, o que se está a fazer e quais os próximos passos a dar no sentido de construir uma socie dade mais justa, multicultural e desen volvida, onde os cidadãos são promovi dos com base na sua capacidade pessoal e competências profissionais, sem olhar para a origem do seu estrato social, nacio nalidade, religião ou género. “Conheça três casos que ilustram o que já foi feito, o que se está a fazer e quais os próximos passos” notícias internet Vencer as dificuldades pelo mérito U ma das imagens de marca da Asso ciação Cultural Moinho da Juven tude é a sua postura reivindicativa: “Não viramos a cara à luta”, ilustra Carlos Relha, sociólogo e coordenador de projectos da instituição, a qual conta já com 22 anos de sucesso na promoção da interculturali dade e da integração socioprofissional da população residente no bairro da Cova da Moura. O Teatro Fórum e o Perito de Expe riência são duas das soluções desenvolvidas, pela parceria que a Associação integra, que foram premiadas pela Iniciativa EQUAL no âmbito do projecto DiverCidade, desen volvido com o apoio do Fundo Social Eu ropeu desde 2004. Este projecto envolveu ainda o Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos, a GEBALIS, MAGENSINUS, a Associa ção Nacional das Empresárias, o Municí pio da Amadora, o Instituto de Acção So cial, a CAIS, a Associação de Jovens para o Desenvolvimento, o Instituto de Habita ção e da Reabilitação Urbana e o Grupo de Teatro do Oprimido. Tendo como pano de fundo a responsa bilização dos participantes nas três fases do projecto (diagnóstico: encontrar neces sidades e apresentar propostas de acções e actividades; criação de soluções: construir os produtos; disseminação: aplicá-lo 2.º semestre de 2008 — info:FSE’26 05 destaque eventos noutros bairros críticos, e envolvendo as pessoas a 100% na sua condução, torna-se possível um ajustamento às reais necessi dades da população visada pelas acções. Carlos Relha identifica as maiores di ficuldades que o projecto encarou desde a sua criação: “As questões burocráticas são as mais complicadas de ultrapassar, sobretudo quando se está a experimentar uma coisa é natural que vão surgindo de terminadas limitações que não estavam previstas, sejam de ordem financeira ou até legislativa.” Quanto às maiores vitó rias, o sociólogo aponta para o facto de “o projecto ter chegado ao fim e de ter rece bido uma menção honrosa, obtendo o se gundo lugar na classificação”, referindo-se aos prémios com que a Iniciativa Equal distinguiu as melhores soluções, bem co mo “o elevado número de solicitações rece bidas para a aplicação do produto”. Segundo o coordenador, ambas as me todologias inovadoras “são instrumentos para a promoção do empowerment comu intervenções “Ao entenderem porque estão numa determinada condição, podem perceber como sair desse processo e ajudar os outros a seguirem pelo mesmo caminho” Carlos Relha, coordenador do projecto na ACMJ notícias internet nitário e individual. Não é agora feito para técnicos, mas sim para as próprias pessoas serem capazes de resolverem os seus pro blemas e adquirirem novas competências”. No que toca ao Teatro Fórum, trata-se de um teatro de intervenção que mobiliza as pessoas que pertencem à comunidade a agarrarem um tema que lhes é próximo e a representá-lo perante uma audiência que sente na pele o mesmo tipo de dificuldades, o que acaba inevitavelmente por criar um ambiente de grande empatia entre os ac tores e a plateia que se revê em inúmeras questões levantadas, muitas delas autênti cos tabus, e que são retratadas de uma for ma descomplexada, agindo muitas vezes como um despertador de consciências, co locando as pessoas a debaterem os proble mas, a compreendê-los e a partirem para a tentativa de encontrarem saídas. Quanto ao Perito de Experiência, é uma acção totalmente virada para a promoção da interculturalidade, através da formação de peritos que actuem contra a exclusão social, © AFTEBI K’Cidade promove a interculturalidade C riado para capacitar comunidades urbanas excluídas, o K’CIDADE – Programa de Desenvolvimento Comunitário Urbano, intervém de forma integrada nos eixos da Educação, Desen volvimento Económico e Cidadania e Coe são Social. Presente em três núcleos da área metropolitana de Lisboa – Alta de Lisboa, Ameixoeira e Mira Sintra –, o K’CIDADE defende que o desenvolvimento só é possí vel a partir da mudança de mentalidades. A actividade do programa centra-se no empowerment de pessoas, organizações e comunidades. As suas intervenções são de senhadas tendo por base princípios gerais de sustentabilidade, inovação, abertura, parti cipação e proximidade, de forma a responder às necessidades específicas de cada território e a ultrapassar baixos níveis de qualificação das populações e o défice de capacidades em preendedoras, a segregação territorial e for tes clivagens sociais e culturais. 06 info:FSE’26 — 2.º semestre de 2008 Para as acções de diagnóstico e imple mentação desenvolvidas no âmbito do apoio da Equal, o projecto reuniu um grupo de organizações parceiras, como a Fundação Aga Khan Portugal, a Santa Casa de Mise ricórdia de Lisboa, a Associação Criança e a Associação Empresarial do Concelho de Sintra e a Central Business, a que se junta ram posteriormente, na fase de dissemina ção dos produtos desenvolvidos, a freguesia de Vale da Amoreira, o Instituto de Habita ção e da Reabilitação Urbana e o Alto Co missariado para a Imigração e Diálogo In tercultural (ACIDI). O projecto apostou na promoção da interculturaridade como forma de dar res posta às necessidades de populações mar cadas por situações de desigualdade e dis criminação. Para isso criou produtos como o “Manual de Suporte à implementação de Projectos de Inovação Comunitária”, a par tir do qual surgiram iniciativas com o objec tivo de capacitar e estimular para a vivência intercultural, possibilitando aos grupos de residentes desenvolverem projectos que me lhorem a qualidade de vida da comunidade e promover a sua integração. “É uma metodologia de participação destaque eventos intervenções notícias internet a pobreza e a discriminação dos ambientes onde habitam. A meta é conseguir mobilizar a franja de população excluída, fornecendo-lhe competências específicas e absorvendo-a na sociedade de acolhimento. Para tal, é dada formação a técnicos num cuidadoso processo que agora, pela primeira vez, vê as várias etapas organi zadas e sistematizadas num manual que será depois disseminado para outras co munidades. Refira-se que são quase 500 as pessoas envolvidas no projecto DiverCidade, a maioria das quais em regime de voluntariado no Teatro Fórum, que é um produto já finalizado, e as restantes integradas na formação de técnicos (peritos de experi ência), de uma forma mais profissional, estando esta última acção ainda em fa se de construção. “O objectivo seguinte é aproveitar todo o know how gerado no desenvolvimento dos projectos e aplicálo no processo de mudança de mentalida des”, conclui Carlos Relha. activa – obriga à reflexão, as respostas não nos são dadas e têm de surgir do pró prio grupo. Todas as pessoas são integradas e ninguém é excluído” garante Santo, resi dente na Alta de Lisboa e participante num Projecto de Inovação Comunitária. “É fundamental criar oportunidades pa ra que as pessoas possam desenvolver novas relações na sua comunidade e com os seus pares, promovendo a interculturalidade, o pluralismo, a intergeracionalidade e a igual dade de oportunidades. A promoção de in teracções sociais e culturais positivas entre diferentes grupos exige a criação de eventos e espaços com esta intencionalidade”, expli ca Maria João Marques, coordenadora do K’CIDADE. Com base noutro dos produtos desenvol vidos, “Promover a Mudança – Percursos e Orientação para Organizações da Socieda de”, desenvolveram-se iniciativas de promo ção de inclusão social de imigrantes e mino rias étnicas. Como exemplo, surge o projec to da Associação Sociocultural Cristã Drom Rom, na Ameixoeira, que encoraja pessoas de etnia cigana a criarem uma associação para desenvolverem trabalho de intervenção social em benefício das comunidades locais. “É fundamental criar oportunidades para que as pessoas possam desenvolver novas relações na sua comunidade e com os seus pares” Maria João Marques, coordenadora do K’CIDADE O Kit para a Animação e o Desenvol vimento Local é o produto que integra os subprodutos referidos e ainda o Roteiro de Acompanhamento e Avaliação de Projec tos de Intervenção Comunitária e a Carta de Condução de Criação de Negócios para a Inclusão, apoiados pela Acção 3 da Inicia tiva Comunitária EQUAL. Trata-se de um conjunto integrado de metodologias, instru mentos e estratégias que visam a animação e capacitação comunitárias, que o progra ma disseminou noutros contextos, na lógica da inovação social promovida pela EQUAL. O ACIDI e a Iniciativa “Bairros Críticos” fo ram alguns dos parceiros incorporadores dos subprodutos que integram este Kit, sa bendo-se que as manifestações concretas de desigualdade e discriminação assumem características únicas em cada unidade ter ritorial e que o Kit é uma proposta que tem de ser adaptada a cada intervenção. Uma aposta ganha, na opinião de Pedro Cala do, director do programa Escolhas, promo vido pelo ACIDI: “Entre os aspectos posi tivos desta metodologia, foi unânime que ela contribuiu para a capacitação dos par ticipantes, para a mobilização dos seus des tinatários, assim como o apoio em diferen tes fases de concretização das iniciativas. Outro dos aspectos positivos é o despertar para a necessidade de sistematização das experiências das diferentes iniciativas leva das a cabo pelos grupos locais como forma de os capacitar para futuras iniciativas.” 2.º semestre de 2008 — info:FSE’26 07 destaque eventos intervenções notícias internet Curso de pós-graduação “Gerir projectos em parceria” D estinada a dirigentes e técnicos de associações de imigrantes, a últi ma edição do curso de pós-gradu ação “Gerir Projectos em Parceria” re sultado trabalho conjunto do Gabinete de Gestão EQUAL, do Alto Comissaria do para a Imigração e Diálogo Intercul tural (ACIDI) e da Universidade Católica Portuguesa. Sendo as associações de imigrantes o principal interlocutor entre os estrangei ros que trabalham em Portugal e as insti tuições nacionais, revelava-se urgente do tar estas estruturas de competências que garantissem uma melhor resposta aos pro blemas colocados pelos imigrantes. Esta pós-graduação teve como objecti vo tornar sustentável a intervenção das as sociações de imigrantes. A base do curso foi a pós-graduação dirigida a técnicos de projectos apoiados pela EQUAL, que cinco universidades nacionais executaram en tre 2003 e 2006. Tendo em conta os pro blemas concretos com que se debatem as associações de imigrantes, foi feita a adap tação do curso de modo a dar respostas específicas e relacionadas com o quotidia no dos participantes. Exemplo disso foi a inclusão de módulos como “Planeamento e Metodologia de Projecto” ou “Coopera ção Intercultural, Parcerias e Comunida des de Prática”. Tanto o curso inicial como a versão desenvolvida expressamente para as asso ciações de imigrantes estão vocacionados para o planeamento e gestão de projectos em parceria, o desenvolvimento de compe tências que possam dar resposta às neces sidades dos projectos e a troca de experiên cias entre técnicos. Independentemente do contexto ou do público-alvo, a ideia subjacente permanece a mesma: investir na formação dos agentes e técnicos envolvidos em projectos apoia dos pela EQUAL e reforçar a capacitação das entidades promotoras e a sustentabili dade das iniciativas que desenvolvem. “Vim para o curso para aprender a tra balhar e a gerir parcerias. Algo que é difícil 08 info:FSE’26 — 2.º semestre de 2008 “O conhecimento pode ser sempre transportado na bagagem de cada um, esteja onde estiver.” Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural de fazer”, explica Andredina, participante do curso e membro do Fundo de Apoio So cial Cabo-Verdiano em Portugal. Satisfei ta com o resultado final da pós-graduação, Andredina destaca o facto de “o curso ter posto a tónica nas pessoas e na importân cia que é preciso dar ao outro, algo tocante na sociedade actual”. Já Elsa Alegre, de São Tomé e Príncipe e membro da associação Coração Aberto, não esconde que entrou para o curso com baixas expectativas. Dividida entre o tra balho como enfermeira e um mestrado, chegou a pensar deixar a pós-graduação pelo caminho. Hoje não se arrepende de ter continuado: “Aprendemos a trabalhar muito em equipa e a trabalhar em parce ria. Temos experiências muito positivas ao trabalhar com colegas de outras asso ciações. Na Coração Aberto já comecei a actuar de forma diferente e, quando che gar a São Tomé, vou pôr em prática tudo o que aprendi.” Para Ana Vale, gestora do Programa da Iniciativa Comunitária em Portugal, EQUAL, este é um aspecto essencial pa ra o sucesso do curso: “É fundamental que haja um trabalho de transmissão para os outros colegas das associações, para que o conhecimento seja disseminado.” Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, está confiante que o resultado do curso se rá imediato: “Os participantes vão apre sentar cada vez mais projectos e para nós será mais fácil analisá-los.” “Vim para o curso para aprender a trabalhar e a gerir parcerias. Algo que é difícil de fazer” Andredina, participante do curso e membro do Fundo de Apoio Social Cabo-Verdiano em Portugal destaque eventos intervenções notícias internet Inovações com alma cigana A partir de práticas inovadoras como o realojamento participado, o projecto “Coimbra Cidade de Todos” deu origem ao Modelo Integrado de Actuação ´ com a População Cigana. Um instrumento que pode ser agora usado noutros pontos do Pais O Modelo Integrado de Actuação com a População Cigana nasceu do projecto “Coimbra Cidade de Todos”, cujo objectivo é criar percursos estruturados de inserção social e profis sional da população cigana da cidade do Mondego, no âmbito do qual foi constituí da uma parceria de nove entidades. Este Modelo, que tem por base a experimenta ção de metodologias e estratégias usadas ao longo do projecto apoiado pela Inicia tiva Comunitária EQUAL, promove a im plementação de um plano de intervenção multidimensional e inclui ainda um pla no de formação dirigido à população ci gana, tendo em conta os baixos níveis de empregabilidade e a necessidade de pro mover os princípios relacionados com a igualdade de género. Essencial para todo o projecto – e para o plano que este acabou por originar – foi o Centro de Estágio Habitacional, um pro jecto de realojamento provisório que fun Desenharam-se soluções ajustadas à população-alvo e foram valorizadas as competências existentes cionou no Parque Nómada da cidade, cria do especialmente para o efeito. O plano de realojamento abrangeu 53 indivíduos de etnia cigana em idade activa: a família Monteiro, vinda de um núcleo de barracas junto à estação velha, em Coimbra. Com as famílias sob acompanhamento e avaliação constante, foram usadas téc nicas que passavam pela valorização da escola e pelo trabalho com a população, tendo em conta as características cultu rais próprias da população abrangida. Por exemplo, tendo consciência da secun darização do papel da mulher dentro da cultura cigana, era fundamental envolver os homens da família em todo o processo, tendo sido determinante o patriarca. criar mais emprego Com o objectivo de aumentar os níveis de empregabilidade através da formação escolar e profissional, e tendo em conta o desejo de maior autonomia face ao grupo, expressado por algumas mulheres, fo ram traçados os perfis socioprofissionais do grupo (incluindo os homens detidos), criados instrumentos de recolha de infor mação para conhecer a organização social das famílias e feita a promoção de grupos de discussão entre técnicos, dirigentes e pessoas ciganas para identificação das suas representações (empowerment). Visite o modelo em: O Modelo Integrado de Actuação com a População Cigana pode ser visitado no sítio da Internet, www.cm-coimbra.pt No que toca à melhor integração no universo escolar por parte das crianças do grupo, foi colocado um mediador em cada uma das três escolas que receberam as crianças ciganas. Ao todo, foram 22 as crianças inscritas em estabelecimentos de ensino, encontrando-se 7 delas no jardim-de-infância. De referir que em 2003 não havia crianças ciganas a frequentar os jardins-de-infância na cidade. O projecto encontra-se actualmente na fase final, havendo já três famílias que seguiram do Parque dos Nómadas para habitações cedidas pela cidade a título de arrendamento, no âmbito do REHABITA, onde continuam a ter acompanhamento. Até agora, das 10 mulheres que fre quentaram a formação, seis terminaram a formação profissional e três a formação escolar. A adopção do Modelo Integrado de Actuação com a População Cigana já avançou entretanto no Município de Ovar. Vivem actualmente em Portugal entre 40 a 50 mil pessoas de etnia cigana. 2.º semestre de 2008 — info:FSE’26 09 destaque eventos intervenções notícias internet Língua como forma de integração O Programa Português Para Todos promove a integração socioprofissional dos imigrantes através do ensino do português O Alto Comissariado para a Imi gração e Diálogo Intercultural (ACIDI), promove o programa Português Para Todos – Formação em Língua Portuguesa para Estrangeiros (PPT), co-financiado pelo Fundo Social Europeu, no âmbito do Programa Opera cional Potencial Humano (POPH). Na apresentação deste programa foi referido que até ao fim do período de pro gramação 2007-2013 seriam abrangidos 15 mil imigrantes com um investimento de 11,5 milhões de euros. O PPT é apoiado por uma rede de 208 Escolas do Ministério da Educação e 36 Centros de Formação Profissional do IE FP e disponibiliza cursos de formação de língua portuguesa e português técnico nas áreas de construção civil, engenha ria civil, hotelaria, comércio e cuidados de beleza. Os cursos são certificados e dispensam os imigrantes dos testes comprovativos de língua portuguesa, facilitando desta forma o acesso à na cionalidade, à autorização de residência permanente ou ao estatuto de residente de longa duração. A iniciativa de frequência das aulas não parte só dos imigrantes. As empresas para as quais trabalham podem inscrevê-los em cursos de português básico ou português técnico, propondo horários e locais de formação ajustados à activida de. Embora sejam promovidos pelas es colas e pelos centros de formação, nestes casos a entidade empregadora pode pro por que a formação se realize no local de trabalho. Em qualquer dos casos, as aulas não têm custos para os participantes. Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, destaca a importância da aprendizagem da língua e cultura enquanto factores de integração na sociedade de acolhimento. O PPT tem por base a lógica de que o bom conhecimento da língua do país de acolhi mento não só favorece a inclusão social e profissional como, por consequência, gera maior igualdade de oportunidades. 10 info:FSE’26 — 2.º semestre de 2008 Assinatura do protocolo entre POPH e ACIDI A divulgação dos cursos será feita por uma rede de apoio composta por 108 as sociações de imigrantes, pelos Centros Nacionais de Apoio ao Imigrante de Lisboa e Porto, pelos 78 Centros Locais de Apoio à Integração dos Imigrantes, através da Linha SOS Imigrante, nos 25 postos da Rede UNIVA Imigrante e ainda através de redes de parceiros e projectos de intervenção social. Para Rosário Far mhouse, as associações de imigrantes as sumem “um papel fundamental” em todo o processo, sendo importante fomentar parcerias entre as associações e o IEFP no sentido de promover cursos que vão ao encontro das necessidades das popula ções imigrantes. Rui Fiolhais, gestor do POPH, não tem dúvidas: “O PPT contribuiu para um país mais coeso.” Para a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, este é um projecto que responde às ne cessidades criadas pelas mudanças que a sociedade portuguesa sofreu nos últimos anos: “Durante muito tempo o ensino da língua estava voltado para os portugue ses e filhos de portugueses da comuni dade emigrante. A situação alterou-se quando o país mudou. O número de alunos filhos de imigran tes foi crescendo e os professores não dispõem de instrumentos para o ensino do português a estas crianças que, para todos os efeitos, são estrangeiras.” Para a ministra, este é um passo importante na formalização do ensino de português e ajuda a preencher as lacunas da formação profissional. Nos últimos anos a comunidade imi grante sofreu mudanças, nomeadamente com a chegada de muitos cidadãos pro venientes de países sem expressão oficial portuguesa. Em Portugal, os ucranianos são já a terceira comunidade imigrante mais numerosa, depois dos brasileiros e dos cabo-verdianos. destaque eventos intervenções Uma visão de futuro O Encontro Europeu sobre Inovação Social, organizado em Lisboa, promoveu a partilha de oito anos de projectos desenvolvidos com base em princıpios de inovação, trabalho em parceria, empowerment, cooperação transnacional, igualdade de género e disseminação E m processo de conclusão, a Inicia tiva Comunitária EQUAL foi pro tagonista do evento “Projectar Um Novo Futuro” realizado no fim de 2008 na FIL. O evento, a pouco tempo do ar ranque do Ano Europeu para a Criativi dade e Inovação proclamado pela UE, celebrou, mostrando e partilhando, os projectos mais inovadores de cada Estado-membro e debateu o futuro da inovação social na União. Estiveram presentes altos responsáveis europeus e peritos internacionais, entre os quais a Conselheira Principal do Gabine te do Presidente da Comissão Europeia e o Comissário Europeu para o Emprego, As suntos Sociais e Igualdade de Oportunida des, e a nível nacional o ministro do Traba lho e da Solidariedade Social. A iniciativa, através do apoio financeiro do FSE no período de execução entre 2000-2008, teve um papel importante ao finan ciar um vasto número de projectos ino vadores no combate à discriminação da população desfavorecida no acesso e no mercado de trabalho. Cerca de 3000 par cerias foram desenvolvidas na UE, das quais 188 em Portugal, constituídas por entidades públicas, empresas, associa ções, ONG e parceiros sociais, donde re sultaram inúmeras soluções de promoção da inclusão social e profissional. De natureza experimental, a EQUAL promoveu a Inovação Social, um dos fac tores-chave na concretização da Estraté gia de Lisboa, desenvolvendo e dissemi nando projectos e ferramentas inovadoras com vista à sua generalização noutros con textos para um melhor mercado de traba lho e de acesso mais justo. As experiências desenvolvidas ilustraram diferentes ân gulos de respostas que foram encontradas para resolver o fosso existente entre, por um lado, a regulamentação e os princípios que consagram a igualdade e, por outro, as práticas das organizações. O encontro envolveu dois mil participan tes e mais de 200 oradores, transmitiu di namismo e inovação através de debates e conferências com especialistas e empreen dedores sociais nacionais e internacionais, a par de uma mostra de projectos, workshops, plataformas de discussão, reuniões de con sultoria e uma exposição aberta ao público. notícias internet “Para novos problemas precisamos de novas soluções, novas formas de empreendedorismo e de inclusão [social]”, Sua Excelência o Presidente da República de Portugal, no Congresso Internacional de Inovação Social em Lisboa, 30 de Maio 2008. Por ser importante relevar o papel dos empreendedores sociais, foi lançado um prémio de Inovação Social, organizado pela TESE – Associação para o Desen volvimento pela Tecnologia, Engenha ria, Saúde e Educação, destinado a re conhecer as melhores soluções EQUAL. Os candidatos foram avaliados “ao vivo”, nos living Labs, durante dois dias do even to, por nove jurados reconhecidos na área da Inovação Social e pelo público presente na demonstração de cada solução. O 1.º Prémio foi atribuído à solução “Office Box do Voluntariado”, desenvolvida no contexto do projecto “Orientar, Servir e Apoiar”, visando a implementação de estru turas de voluntariado entre vizinhos, desig nadas “Núcleos de Voluntariado de Proxi midade”. As ferramentas de empowerment individual e comunitário, Teatro Fórum e Peritos de Experiência, do projecto Diver Cidade, foram distinguidas com o 2.º lugar. Foram também entregues o Prémio de Jornalismo Inovação Social para o melhor trabalho jornalístico sobre a EQUAL e o Prémio WEQUAL para a melhor peça de jornalismo cidadão. Oferta de qualificação C onsiderando a relevância no in vestimento das qualificações dos jovens e adultos portugueses, de correu na FIL a maior feira nacional no âmbito da educação, qualificação e em prego, a Futurália 2008. O Instituto de Gestão do Fundo So cial Europeu associou-se a esta iniciati va, que registou mais de 37 mil visitantes em quatro dias, como parceiro e exposi tor, com o objectivo de divulgar a impor tância do Fundo Social Europeu nas po líticas nacionais de educação e formação e o seu contributo para a qualificação dos Portugueses. SANTOS ALMEIDA Na Feira foi disponibilizada informação sobre possibilidades de qualificação avança da para activos, formação/educação secun dária e pós-secundária; reconhecimento, validação e certificação de competências; inserção na vida activa, emprego e empre endedorismo. No decorrer da Futurália re alizaram-se, paralelamente ao espaço dedi cado aos expositores, diversos workshops e seminários, contando ainda com a partici pação da ministra da Educação e do minis tro do Trabalho e da Solidariedade Social. 2.º semestre de 2008 — info:FSE’26 11 destaque eventos intervenções notícias internet ACIDI– informação essencial para os imigrantes http://www.acidi.gov.pt o sítio na Internet do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural reúne um conjunto de informação prática para o quotidiano dos imigrantes e dos profissionais ligados a áreas como a imigração e a integração social. Em http:// www.acidi.gov.pt há um pouco de tudo, desde legislação à informa ção sobre programas de apoio, passando por contactos essenciais a quem vive num país estrangeiro. O Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) é um instituto público que assume responsabilidades em matérias relacionadas com a concepção, execução e avaliação das políticas públicas transversais e sectoriais relevantes para a integra ção de imigrantes, a promoção do acesso à informação e aos vários serviços da administração pública, bem como na promoção do diá logo intercultural e inter-religioso e a disponibilização de recursos para o funcionamento das Associações de Imigrantes. Na homepage do ACIDI está disponível informação sobre a mis são e competências do Alto Comissariado, bem como a apresentação da Alta Comissária. Na mesma área encontra-se ainda toda a infor mação sobre o COCAI (Conselho Consultivo para as Associações de Imigrantes) e a CICDR (Comissão para a Igualdade e Contra a Dis criminação Racial). Na coluna da esquerda, o menu “Perguntas Fre quentes” fornece informação pormenorizada sobre temas tão dife rentes como Associativismo (o que é uma associação de imigrantes? Quais os seus direitos? Quais as associações reconhecidas pelo ACI DI? Como pode uma associação requerer o reconhecimento da sua re presentatividade?), Consumidor, Documentação (dos vistos de resi dência à aquisição do estatuto de residente de longa duração, passan do pelos vistos de curta duração e os vistos de estada temporária para tratamento médico e acompanhamento familiar), Educação, Lei da Imigração, Racismo, Remessas, Saúde ou Reagrupamento Familiar. A lista de perguntas é exaustiva, mas todas têm uma resposta. Na mesma coluna, o menu “Associações” fornece informação sobre o enquadramento legal, e apoios ao associativismo, e apresenta a lis ta das associações que podem comprovar a existência de uma relação laboral. O menu “Observatório” garante informação sobre estudos e estatísticas relacionados com a realidade da imigração. Por seu turno, o menu “Etnia Cigana” dá informação histórica sobre a comunidade, além de fornecer informação legal sobre a venda ambulante. Além da lei orgânica do ACIDI e do Plano para a Integração dos Imigrantes em Portugal, no menu “Legislação” pode ser encontra da toda a informação legislativa sobre áreas determinantes como a Saúde, Asilo, Nacionalidade, Trabalho, Programa de Integração ou Educação. Nesta área do sítio, além da legislação nacional está ain da disponível informação legislativa internacional. Na coluna da direita, a homepage do ACIDI fornece informação sobre o Centro Nacional de Apoio ao Imigrante, o Programa Por tuguês para Todos, a Lei da Imigração, os Centros Locais de Apoio à Integração de Imigrantes ou a Bolsa de Formadores do ACIDI. Ao fundo da coluna está ainda disponível o guia gastronómico “Sa bores do Mundo”, que permite uma viagem pelas diferentes culturas a que Portugal está ligado através dos seus imigrantes. Na barra horizontal, o menu “Eventos” disponibiliza informação sobre conferências, seminários ou lançamentos de publicações rela cionados com a temática da imigração e integração. O menu “Con tactos” garante a lista dos telefones e moradas de instituições de apoio aos imigrantes, como a Linha SOS Imigrante, o Centro Na cional de Apoio ao Imigrantes, o Serviço de Tradução Telefónica ou o Gabinete de Apoio Técnico às Associações de Imigrantes. ficha técnica edição Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu I.P. coordenação técnica e redactorial Unidade de Coordenação, Acompanhamento e Comunicação produção e design White Rabbit - Custom Publishing jornalistas Diogo Nunes, Susana Torrão fotógrafos Carlos Garcia, Eduardo Ribeiro pré-impressão e impressão Estúdios Fernando Jorge propriedade Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu, Rua Castilho, n.º 5 - 6.º/7.º/8.º — 1250-066 Lisboa | T. 213 591 600 | F. 213 591 603 tiragem 15 000 exemplares depósito legal 176612/02 issn 1645-3581 distribuição gratuita Governo da República Portuguesa 12 info:FSE’26 — 2.º semestre de 2008