ANÁLISE DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA COMO PROMOTORA DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL BRASILEIRO: UMA ABORDAGEM TEÓRICA Autor: Marcelo Luiz Mendes da Fonseca1 Resumo: Incubadora de empresa é parte importante do sistema local de inovação tecnológica, pois permite a transferência de tecnologia entre as Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT’s) e o setor produtivo. As incubadoras de empresas visam servir de suporte estrutural para pequenas e micro empresas de base tecnológica, que buscam a diversificação e a revitalização econômicas. O artigo revela o importante papel das incubadoras na transferência tecnológica, na geração de emprego e no desenvolvimento regional utilizando uma abordagem neo-schumpeteriana. O pressuposto deste estudo é que as incubadoras de empresas de base tecnológica promovem novas possibilidades de desenvolvimento profissional autônomo via empreendedorismo e geram novos postos de trabalho e renda. O artigo objetiva contribuir para o debate sobre política de desenvolvimento regional a partir da análise de mecanismos de criação e consolidação de pequenas empresas de base tecnológica. O estudo, de natureza exploratória, foi realizado por meio do levantamento de informações secundárias, disponíveis em trabalhos acadêmicos da área de economia da tecnologia e da inovação. Conclui-se que as incubadoras possuem um importante papel no aprendizado e desenvolvimento tecnológico em vista da sua aproximação com o setor empresarial. Palavras chaves: Economia da tecnologia; empreendedorismo; incubadora de empresa. Abstract: The business incubators is an important part of the local system related to technological innovation, since it allows the transference of technology between the Institutions of Science and Technology (ICT´s) and the productive sector. The companies´incubators aim to serve as a structural support for small and micro technology based companies, which seek for an economic diversification and revitalization. The article reveals the important role of incubators in generating jobs and in the regional development making use of a neo schumpertian approach . The assumption of this study is that the incubators of technology based companies promotes new possibilities of an autonomus professional development through entrepreneurship and that they create new jobs and income. The article aims to contribute for the discussion about politics of regional development based on the analysis of mechanisms of creation and cosolidation of small technology based companies. The study, of a exploratory nature, was developed by collecting secondary data, available in acadamic works of the economy sector of technology and innovation. We conclude that incubators have a major role in the technological development considering its approach with the business sector. Key words: Economy of technology ; entrepreneurship; company´s incubator (1) Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Fluminense (UFF), pós-graduação em Análise de Politicas Públicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestrado em Economia Empresarial pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). É Analista em C&T - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e professor-tutor do curso de Administração Pública da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro. Endereço: Rua. Gal. Bruce, 586 – São Cristovão/RJ. Tel: (21) 3514-5289. E-mail: [email protected] ANÁLISE DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA COMO PROMOTORA DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL BRASILEIRO: UMA ABORDAGEM TEÓRICA 1 – INTRODUÇÃO A inovação é um processo que envolve o uso e a transformação do conhecimento técnico e científico em problemas relacionados com a produção tendo como objetivo o lucro. Diante dessa conjuntura, passou-se a reconhecer a importância da mudança nas relações entre os atores que podem influenciar o desempenho da inovação no meio empresarial. Dessa forma, para que a inovação ocorra é imperativa a interação entre os diferentes agentes envolvidos neste processo. Entre os diversos meios utilizados para estimular o desenvolvimento de inovações no Brasil, um merece destaque: as Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica (IEBT’s). Essas incubadoras são criadas com a finalidade de acompanhar as transformações tecnológicas e buscar atender às novas exigências do processo de trabalho. As IEBT’s visam proporcionar aos empreendedores, interessados em criar a sua própria empresa de base tecnológica, a oportunidade de participar de programas de formação na área de desenvolvimento de novos negócios. O empreendedorismo pode ser uma das formas das economias enfrentarem os desafios para o desenvolvimento social e econômico em países com processo de desenvolvimento do setor industrial e busca por maior produtividade, como é o caso brasileiro. O empreendedorismo está diretamente ligado à identificação e à exploração de oportunidades econômicas e, dentre as muitas definições encontradas na literatura, uma que parece englobar os diferentes aspectos do empreendedorismo é: o processo de fazer algo novo (criação) e/ou algo diferente (inovação) com o propósito de criar riqueza para o indivíduo e agregar valor para a sociedade (DORNELAS, 2001). O empreendedorismo tecnológico possui algumas particularidades em relação ao empreendedorismo tradicional que tornam tal processo de criação mais difícil (FONSECA, 2003). As empresas de base tecnológica fazem, em geral, parte de uma nova indústria e propõem ao mercado algum tipo de inovação, sofrendo por isso o processo de “liability of newness”. Isto é, ainda não existe no mercado uma base de conhecimento sólida para o tipo de produto ou ação que a nova empresa está propondo. Em consequência, o processo de 2 criação e de legitimização da nova empresa torna-se mais difícil. Mais do que criar uma empresa, muitas vezes os empreendedores tecnológicos precisam criar um novo mercado. As incubadoras de Empresas como o próprio nome sugere, existem para atender essas empresas iniciantes que são caracterizadas, principalmente, como micro e pequenas. Habitualmente denominadas incubadoras de empresas de base tecnológica, ou incubadoras tecnológicas, tinham como propósito, assim, a criação de empresas com potencial para levar ao mercado novas ideias e tendências tecnológicas. Atualmente, além do objetivo inicial, elas possuem o objetivo de contribuir para o desenvolvimento local e setorial. Esse tipo de incubadora de empresas assumiu um papel relevante na promoção da interação entre as entidades públicas e privadas, com a finalidade de estimular a cooperação entre universidades, centros de pesquisa, empresas privadas e o poder público. Dentro dessa conjuntura desafiadora, as incubadoras de empresas podem se tornar instrumentos importantes para a promoção da inovação e competitividade na micro e pequena empresa. Dessa forma, para que a inovação aconteça na empresa é importante a interação entre os agentes envolvidos no processo de inovação (Governo, Universidades/Institutos de Pesquisa e empresas), a apropriação do conhecimento e a geração de tecnologia (ZEN & HAUSER, 2005). De acordo com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC), disseminar a cultura empreendedora, gerar novas empresas, postos de trabalho e renda tem sido a meta do sistema brasileiro de incubação. Em 2011 a Associação registrou em seus quadros 384 incubadoras que são responsáveis por 2.509 empresas graduadas, faturam R$ 4,1 bilhões anuais e empregam 29.205 pessoas. As empresas incubadas somam 2.640, com 16.394 postos de trabalho e faturamento de R$ 533 milhões (ANPROTEC, 2012). O Governo Federal vem realizando esforços para o fortalecimento das atividades inovativas no Brasil, incentivando o financiamento de projetos e a criação de mecanismos legais para impulsionar a transferência de tecnologia. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) estimula iniciativas de incubadoras e existem projetos por todo o país. Por meio de metodologias específicas para a sua implantação está sendo possível proporcionar um crescimento acelerado no número de incubadoras de empresas, assim como arranjos produtivos locais e parques tecnológicos. Essa política também contempla a criação de programas tais como o SIBRATEC, o Pró-Inova, os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) e outras possibilidades de apoio à inovação pelas diversas entidades de fomento, tais como fundações de amparo à 3 pesquisa, CNPq, FINEP, etc. Essa nova política brasileira em prol de programas de fomento e estruturação para a inovação culminou em 2004 na Lei 109731 de incentivos à inovação e a pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. Com a entrada em vigor da Lei de Inovação Tecnológica (LIT), no início de dezembro de 2004, o país passou a contar com um novo instrumento de fomento à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, visando facilitar a integração entre centros de pesquisa e empresas. A LIT busca promover e incentivar o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas de forma a viabilizar o desenvolvimento, conforme definem os artigos 218 e 219 da Constituição Federal. O interesse no tema emerge da percepção que as incubadoras de empresas podem influenciar no desenvolvimento local de uma região à medida que participam diversos agentes envolvidos na atividade produtiva. Políticas públicas de apoio à implantação de incubadoras de empresas são importantes na medida em que agem como intermediadoras, reguladoras e coordenadoras das atividades do arranjo produtivo local. Além disso, é importante valorizar a ênfase em inovação em empresas de menor porte e em atividade produtiva cuja relevância econômica não era então percebida. 2 – INCUBADORAS DE EMPRESAS: UM RELATO HISTÓRICO O modelo de incubadora nasceu no estado de Nova York no final da década de 1950 em meio à crise econômica norte-americana. Quando uma fábrica da Massey & Ferguson fechou e deixou ocioso um galpão de 80 mil metros quadrados e uma alta taxa de desemprego na região, Joseph Mancuso, um empresário estabelecido na região, resolveu adquirir o imóvel e arrendá-lo a uma grande empresa que desejasse se instalar no bairro. Entretanto, Mancuso desistiu dessa primeira ideia e resolveu dividir o galpão para que empresas de menor porte pudessem ali se instalar e formarem um “condomínio” de pequenas empresas e, desse modo, viabilizar um novo negócio. O líder do projeto incluiu um pequeno conjunto de serviços (contabilidade, secretaria, marketing, etc) que poderiam ser compartilhados pelas empresas residentes do condomínio com o objetivo de criar melhores condições de trabalho aos novos empresários. Uma das primeiras empresas a se instalar no “condomínio” foi um aviário que acabou designando ao prédio a denominação de incubadora (DIAS e CARVALHO, 2002). 1 Brasil, Lei 10973/04. Incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. Publicado no Diário Oficial da União em 3.12.2004. 4 Outro registro importante é o da região hoje conhecida como Vale do Silício, na Califórnia, em função de iniciativas da Universidade de Stanford. Na década de 1950, essa instituição de ensino criou um Parque Industrial e, posteriormente, um Parque Tecnológico chamado Stanford Research Park, com o objetivo de promover a transferência de tecnologia desenvolvida na Universidade às empresas e criar novas empresas intensivas em tecnologia. Essa iniciativa objetivava convergir os interesses dos centros de pesquisa das universidades, dos órgãos governamentais e empresários para o desenvolvimento econômico e tecnológico da região. No Brasil, os primeiros projetos de parques tecnológicos surgiram na década de 1980, por meio de convênios do CNPq com instituições localizadas em Joinvile (SC), São Carlos (SP), Santa Maria (RS) e Manaus (AM). De acordo com Fonseca (2003), o conceito de incubadora, na sua origem, estava associado ao propósito de estimular o surgimento de negócios resultantes de projetos tecnológicos, desenvolvidos nos centros de pesquisa, universitários ou não. Essas iniciativas, que semearam a noção de empreendedorismo inovador no Brasil, alavancaram o surgimento de um dos maiores sistemas mundiais de incubação de empresas. O movimento recebeu apoio de agências financiadoras como a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e, posteriormente, conduziu à constituição da ANPROTEC. O propósito da Associação é a articulação com organismos governamentais e nãogovernamentais, objetivando o desenvolvimento de incubadoras de empresas e parques tecnológicos. Essas experiências estimularam o surgimento de parques tecnológicos em várias regiões do país e, em sintonia com as políticas de incentivo a C&T, foi natural o surgimento de incubadoras de empresas como espaços destinados ao desenvolvimento tecnológico e da inovação. Alcântara (2009) cita o exemplo do Centro Incubador de Empresas de Base Tecnológica – CIETEC - que foi criado em 1988 com a parceria da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, SEBRAE-SP, a Universidade de São Paulo, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). O CIETEC tornou-se um dos maiores centros incubadores da América Latina permitindo que as empresas assistidas interagissem com outros institutos de pesquisa, empresas e universidades, com informação e capacitação técnica. O crescente número de incubadoras criadas no Brasil, principalmente no final da década de 90, foi possível graças ao apoio de diversas instituições tais como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Federação das Indústrias do Estado de São 5 Paulo (FIESP), organismos administrados pela Confederação da Indústria (CNI) – Serviço Social da Indústria (SESI), Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) – e a ANPROTEC. Destacam-se também órgãos do governo federal tais como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Projetos (FINEP) e as Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT’s) que abrigam a maioria dessas incubadoras. No ano de 2009, foi instituído no Brasil o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e aos Parques Tecnológicos (PNI) pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com o objetivo de fomentar o surgimento e a consolidação de incubadoras, caracterizadas pela inovação tecnológica, pelo conteúdo tecnológico de seus serviços, produtos e processos, além de modernos métodos de gestão (MCTI, 2012). 3 – QUADRO TEÓRICO DE REFERÊNCIA Os economistas clássicos, como Adam Smith e David Ricardo, já no final do séc. XVIII estavam conscientes das profundas ligações entre avanços científicos e progresso técnico na indústria. Os autores foram pioneiros no estudo das causas e consequências da automação da manufatura, pois se preocupavam em identificar a origem da riqueza das nações e seus impactos sobre renda e trabalho. Os modelos neoclássicos assumem as hipóteses de retornos constantes de escala e concorrência perfeita, que estão relacionos a um estado de equilíbrio e não a um processo que leva à mudança. Os recursos são alocados de maneira eficiente e as firmas, que são todas iguais, não são capazes de gerar mudanças nos produtos ou nos métodos de produção. Sob essa hipótese, o progresso técnico é representado por um parâmetro constante na função de produção. Além disso, a tecnologia é tratada como um bem público não rival e não excludente. Assim, as firmas não possuem poder de mercado e não obtêm lucros de monopólio como resultado de suas descobertas (MANKIW, 2009). Schumpeter (1982) recuperou ideias clássicas de desenvolvimento, mudanças descontínuas e progresso técnico e propôs que o elemento motriz da evolução do capitalismo é a inovação, seja ela em forma de introdução de novos bens ou técnicas de produção. Ele fez a distinção entre invenção (descoberta de um princípio que enriquece o conhecimento e que não possui, por si só, o aspecto econômico) e inovação (criação de uma função de produção 6 nova através do emprego de recursos inéditos em busca do lucro) e desenvolveu a ideia de que os ciclos longos da economia estão submetidos à lógica de destruição criadora embutida na inovação. Para Schumpeter, mesmo partindo de objetivos individuais, os efeitos da inovação são amplos e levam à reorganização da atividade econômica, garantindo o aspecto instável e evolutivo do sistema capitalista. Dessa forma, o desenvolvimento é definido pela realização de inovações, que se caracterizam pela introdução de novas combinações produtivas ou mudanças nas funções de produção. No final dos anos 1970, os chamados economistas “neo-schumpeterianos”, ou evolucionistas, apontam para uma estreita relação entre crescimento econômico e mudanças que ocorrem com a difusão de inovações tecnológicas. As inovações introduzidas no sistema, embora sejam geradas em um núcleo produtivo, costumam ter uso bastante difundido. Esse caráter genérico dado às tecnologias possibilita a sua aplicação não só nos setores em que foram geradas, mas também em um amplo leque de atividades com repercussões em todos os setores da economia. A abordagem “neo-schumpeteriana” surge como uma alternativa às deficiências imputadas à teoria neoclássica tradicional, pois permite compreender a inovação, ou seja, a introdução de novidades, como uma mudança descontínua que altera as condições estruturais e afasta a economia da posição de equilíbrio. Segundo Bezerra (2010), os “neoschumpeterianos” estão mais interessados em explicar as diferentes propriedades do processo inovativo e de que modo as diferentes combinações dessas propriedades geram assimetrias entre os agentes. 3.1 O APRENDIZADO TECNOLOGICO A abordagem de acumulação de conhecimento em processos de aprendizagem foi fundamental para a elaboração da teoria da firma inovadora que participa em um ambiente complexo e em constante transformação. Penrose (1959) explorou esse tema ao aproveitar as possibilidades de crescimento das firmas baseados em seus recursos, principalmente os internos. A autora define a firma como uma coleção de recursos produtivos que podem ser utilizados de acordo com os objetivos da direção da empresa, ou seja, para ela a firma é mais que uma mera unidade administrativa. Segundo Queiroz (2006) o aprendizado tecnológico surgiu na literatura ligado ao pensamento de um processo pelo qual um determinado agente “acumula conhecimentos e 7 cujo resultado fundamental é um aperfeiçoamento contínuo de tecnologia, com seguintes ganhos de desempenho.” Já Arrow (1962) foi responsável por dar a contribuição pioneira sobre a expressão muito utilizada quando o assunto é aprendizado tecnológico: “aprender fazendo”. Desde então, o learning-by-doing2 passou a ser encontrada em qualquer trabalho que aborde o aprendizado. Essa seria uma característica decorrente do próprio aprendizado que ocorre durante a atividade produtiva, ou seja, os agentes envolvidos acumulariam conhecimentos no processo de produção da firma a partir da observação até possíveis intervenções no mesmo. Rosemberg (1982) apresentou outro conceito, da mesma forma bastante usual nos papers sobre aprendizado: o learning-by-using que ocorre com a utilização do produto pelo seu usuário final, resultando na introdução de melhorias incrementais no produto. Lundvall (1988) destacou o learning-by-interacting, salientando que as interações entre fornecedor, produtor e usuário final também levariam a processos de aprendizado interativo proporcionando acumulação de conhecimentos para as empresas. O processo de aprendizado ocorre na troca de informação entre as empresas e o que resta da cooperação tecnológica com outras empresas, sejam elas fornecedores ou usuários ao longo da cadeia produtiva. Os estudos sobre aprendizado ganharam espaço na teoria econômica a partir do entendimento da importância de seu papel na mudança técnica. Segundo Queiroz (2006): a visão simplista de tecnologia como bem público e exogeneidade foi dando lugar a um entendimento que revelava aspectos dela inteiramente obscurecidos pelo conceito atrasado da função de produção, como: seu caráter tácito; sua determinação parcialmente endógena; sua natureza incremental relacionada a diversos tipos de aprendizado; sua característica cumulativa, etc (QUEIROZ, 2006, p. 199). Dessa forma, o autor aponta que a teoria evolucionista se afasta das outras teorias convencionais, sobretudo abandonando aspectos maximizadores da teoria neoclássica. Essa abordagem também introduz a noção de rotinas envolvendo as transformações que estariam na raiz do processo de busca por inovações pelas empresas. Quando o processo de aprendizado vira uma rotina na vida de qualquer empresa, pode-se dizer que ocorreu a institucionalização da inovação. 2 Consiste em uma forma de aprendizado que ocorre no processo de produção após as atividades de P&D terem se completado. Também são incluídas as inovações incrementais obtidas ao longo do processo produtivo. 8 3.2 HIPOTESE DE CATCHING UP E O SISTEMA NACIONAL DE INOVAÇÕES A hipótese de catching up defende que o progresso tecnológico de um país decorre da interação entre dois tipos de firmas: as firmas inovadoras que são responsáveis pela difusão das inovações no sistema econômico e as firmas imitadoras ou defensivas cuja busca tecnológica se baseia na adaptação de tecnologia existente. Mais especificamente, os modelos de catching up derivam de uma extensão do argumento de Schumpeter para a difusão do progresso tecnológico mundial. O ponto de partida é a existência de níveis diferenciados de capacitações tecnológicas entre regiões que determinam um gap de produtividade entre eles. Há diferenciação entre regiões adiantadas ou desenvolvidas e regiões atrasadas. O nível de capacitação de cada região está subordinado tanto a sua capacidade de inovação e difusão quanto a sua capacidade de imitar a inovação introduzida pelas outras regiões. Assim, a taxa de crescimento de cada região (país) é diretamente proporcional ao tamanho de seu gap, isto é, inversamente proporcional ao seu nível de capacitação tecnológica. A probabilidade de uma região realizar o catching up está condicionada à capacidade inovativa e ao esforço imitativo da região atrasada. No entanto, depende também, inversamente, do esforço de inovação e difusão da região desenvolvida. De forma resumida, pode-se afirmar que a fronteira tecnológica permite o deslocamento e as taxas de crescimento do produto e de elevação da produtividade das regiões atrasadas têm de ser suficientes para compensar o deslocamento da fronteira. Os países atrasados (“seguidores”), que não possuem infraestrutura científica para deslocar a fronteira do conhecimento, podem alavancar seu progresso tecnológico a partir de duas fontes. A primeira é a absorção das inovações desenvolvidas nos países líderes por meio da imitação tecnológica. A segunda fonte é o desenvolvimento de inovações a partir dos avanços científicos realizados pelos países líderes, o que caracterizaria a chamadas “janelas de oportunidades” (Oliveira, Jayme Jr. e Lemos, 2006). Para que o gap se reduza, é necessário que o esforço inovação/imitação do país (região) atrasado seja superior ao do país (região) adiantado. Além disso, tem-se como ponto importante a capacidade de reter e apropriar a inovação, por meio da difusão da tecnologia, tanto já incorporada no processo produtivo ou produto como na forma de know-how. Em grande parte, o processo de estagnação prematuro das regiões atrasadas deve-se à não capacidade de endogeneização tecnológica. 9 A questão fundamental é que o processo de catching up ocorre quando um país seguidor consegue sustentar ao longo do tempo um processo superior ao dos países líderes por causa de uma significativa eficiência na absorção tecnológica. Entretanto, o atraso tecnológico não é a única condição para que ocorra o processo de catching up. É necessário também que o país atrasado possua uma série de características sócio-econômicas que lhe permitam obter as “vantagens do atraso”. Essas características estão relacionadas com a infraestrutura educacional e científica do país, aos gastos em P&D, à qualificação da mão de obra, entre outras, e constituem os Sistemas Nacionais de Inovação (SNI). Um SNI pode ser visto como uma rede de instituições dos setores público e privado, cujas atividades e interações geram e difundem novas tecnologias, sendo a inovação e o aprendizado seus aspectos cruciais. Um país terá mais chances de realizar o catching up, quanto mais seu SNI possuir características semelhantes ao dos países adiantados (Albuquerque, 1999). O Sistema Nacional de Inovação é conceituado como um conjunto de instituições distintas que contribuem para o desenvolvimento da capacidade de inovação e aprendizado de um país ou região. A idéia básica do conceito de sistemas de inovação é que o desempenho inovativo depende não apenas do desempenho de empresas e organizações de ensino e pesquisa, mas também de como elas interagem entre si e com vários outros atores, e como as instituições afetam o desenvolvimento dos sistemas. Desse modo, entende-se, que os processos de inovação que ocorrem no âmbito da empresa são, em geral, gerados e sustentados por suas relações com outras empresas e organizações, ou seja, a inovação consiste em um fenômeno sistêmico e interativo, caracterizado por diferentes tipos de cooperação (Cassiolato 2005). O conceito de SNI pode ser entendido como uma construção institucional que impulsiona o progresso tecnológico em economias capitalistas, seja produto de uma ação articulada, seja de um somatório de decisões não planejadas (Nelson, 1993). A abordagem do SNI elaborada no contexto do referêncial teórico “neoschumpeteriano” foi desenvolvida com base em estudos empíricos que demonstraram a importância das redes formais e informais de inovação (ainda que não classificadas dessa forma). Essa abordagem procura entender de que forma as instituições envolvidas no processo inovativo contribuem e impactam no mesmo. Segundo a abordagem de sistemas de inovação, as empresas não inovam de forma isolada, mas sim dentro de um contexto onde são estabelecidas relações diretas ou indiretas, 10 formais ou informais, entre diversas instituições e organizações, e levando em consideração o ambiente macroeconômico no qual estão inseridas. Diferentemente da visão linear de inovação, essa abordagem reconhece que a inovação se prolonga para além das atividades formais de P&D. Os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de maneira geral, geraram SNI’s desenvolvidos que, além dos substânciais recursos investidos em P&D das suas empresas, se caracterizam por uma ampla variedade de instituições tecnológicas. Segundo Albuquerque (1999), nesses SNI’s maduros3 é possível classificar padrões de interações entre as dimensões científicas e tecnológicas muito mais complexos que resulta em lucro econômico. Outra característica desses Sistemas são os fluxos de informação e de conhecimento que ocorrem em ambas as direções que promovem círculos virtuosos na produção e na difusão de conhecimento. No que diz respeito às peculiaridades dos SNI’s imaturos, como é o caso do brasileiro, eles se caracterizam pela existência de conexões parciais entre a infraestrutura científicas e as atividades tecnológicas. O fluxo de conhecimento entre ciência e tecnologia fica restrito a um número reduzido de conexões ou interações. Em síntese, quanto maior a capacidade de crescimento de uma região menos desenvolvida em relação a uma outra mais desenvolvida observa-se a existência de um processo de catching up. Por outro lado, quanto maior a capacidade de crescimento de uma região mais desenvolvida em relação a uma região menos desenvolvida, verifica-se uma elevação no gap tecnológico entre essas regiões. O rápido crescimento observado em alguns países estimulou, por parte de outros, a criação de novas estratégias de catching-up, com o objetivo de reprodução de alguns casos de sucesso em termos de desenvolvimento econômico e social. Em alguns casos a estratégia foi um sucesso, em outros a mesma estratégia fracassou. O fato é que todos tentam promover a capacitação tecnológica de suas empresas com vistas ao aumento da participação no comércio internacional e ao fortalecimento regional ou local. 3.3 - INCUBADORA DE EMPRESA COMO INDUTORA DO PROGRESSO TECNOLOGICO REGIONAL 3 O autor sugere uma tipologia que diferencia o SNI de acordo com o seu nível de desenvolvimento, a saber: maduro nos países desenvolvidos; imaturos em países em um nível intermediário; e inexistente nos países menos desenvolvidos. 11 Diferente de Schumpeter que destacava o progresso tecnológico como um processo de oferta que afetaria o equilíbrio do fluxo circular, Freeman (1997) defende que o avanço tecnológico seria consequência das múltiplas relações externas mantidas por uma firma, seja em seu ambiente externo seja em parcerias com outras empresas. As correntes econômicas neo-schumpeterianas colocam a firma com elemento central do processo inovador. O que faz com que a firma obtenha essas vantagens são as atividades de inovação, e/ou imitação tecnológica. Assim elas estão em constante busca por inovações, para garantir a obtenção de lucros e a difusão da inovação tecnológica (Freeman et.al, 2008). Até então, o processo de inovação era pensado como uma sequência linear de fases gerando produtos e processos difundidos em seguida no mercado. Na perspectiva de um modelo linear foi cunhado o termo “fronteiras sem fim” para caracterizar a inexistência de limites da contribuição da ciência para a inovação. Atualmente a inovação é tratada como resultante de um processo contínuo de trocas nas relações entre ciência, tecnologia e P&D nas universidades, indústrias e governo. Estamos agora diante de “transições sem fim”. Diversas abordagens que enfatizam a alta relevância da cooperação estratégica entre os diferentes atores no processo de inovação têm sido apresentadas nas últimas décadas. Em todas elas o papel da geração do conhecimento nos processos de inovação tem se tornado ainda mais central. Uma destas abordagens é a Hélice Tríplice desenvolvida por Henry Etzkowtz e Loet Leydesdorff (1998) que é baseada na perspectiva da Universidade como indutora das relações com as Empresas (setor produtivo) e o Governo (setor regulador e fomentador da atividade econômica). Essa relação objetiva a produção de novos conhecimentos, a inovação tecnológica e o desenvolvimento econômico. A inovação é traduzida como um processo dinâmico nas relações entre C&T e P&D nas universidades, governo e empresas em uma espiral de “transições sem fim” (Figura 1). FIGURA 1 – Representação bidimensional da Hélice-Triplice 12 Fonte: Etzkowitz e Leydescorff (2000) A tese da hélice tríplice é de que a interação universidade, indústria e governo é o caminho para melhorar as condições para inovação em uma sociedade baseada no conhecimento. O governo é membro da hélice tríplice como a fonte de relações reguladas por contratos que garantem interações estáveis, a indústria é o “locus” da inovação e a universidade é a fonte de novos conhecimentos e tecnologias, o princípio gerador das economias baseada no conhecimento (ETZKOWITZ et al. 1998). Relações trilaterais entre governo, indústria e universidade estão surgindo em regiões com diferentes estágios de desenvolvimento e com diferentes sistemas sócio-econômicos num modelo espiral “hélice-tríplice da inovação” (ETZKOWITZ e LEYDESDORF, 1998). As regiões procuram criar uma dinâmica de desenvolvimento econômico baseado no conhecimento (ETZKOWITZ, 2002). A partir de estudos a respeito do movimento de incubadoras no Brasil, foi formulado o modelo expandido da Hélice Tríplice que analisa as interações entre o setor gerador de conhecimento, o setor produtivo e o governo, possibilitando uma análise mais profunda dos atores (ALMEIDA, 2000; ETZKOWITZ et al., 2005). Nessa visão, a avaliação das interações para a produção e aplicação de conhecimentos é considerada uma ferramenta metodológica importante para análise dos processos de inovação, pois a transferência de conhecimento dá origem à formação de redes de conhecimentos. E, em alguns casos, essas redes dão lugar aos espaços regionais de conhecimentos e estes aos espaços potencialmente favoráveis a inovação. Assim, segundo a tese da hélice tríplice, é importante a realização de esforços para compreender como se gera o conhecimento e em que contexto ele flui e se distribui de maneira a poder definir políticas públicas na área de C&T. 4 – PANORAMA ATUAL DAS INCUBADORAS NO BRASIL 13 O aumento da quantidade de incubadoras vem sendo estimulado por diversos programas de incentivo à inovação e ao empreendedorismo, como o Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação (2007-2010). Esta seção apresenta um panorama geral das incubadoras de empresas no país, a partir de levantamento realizado pela ANPROTEC. Atualmente existem 384 incubadoras em operação no Brasil conforme Gráfico 1, que mostra a evolução do movimento de incubadoras brasileiro no período de 1988 a 2011. Este cenário é diferente em comparação, por exemplo, com países desenvolvidos como os Estados Unidos, que possuem 1.115 incubadoras de empresas, e o Reino Unido, que possui as incubadoras de maior porte, com média de 73 empresas e 413 empregos gerados (ANPROTEC, 2012). GRÁFICO 1 – Número de incubadoras de empresas em operação no Brasil Elaboração própria com base nos dados da ANPROTEC (2004; 2006; 2012). Segundo a última pesquisa realizada pela ANPROTEC (2012), 67% declararam o seu foco de atuação em tecnologia, 15% em economia solidária e 13% em produtos e tecnologias tradicionais. O tamanho médio das empresas, ou empreendimentos incubados, medido pela mão de obra empregada, é de 7,28 postos de trabalho. No grupo de empresas graduadas, o tamanho médio chega a 12,69 postos de trabalho por empresa ou empreendimento. No que se refere à distribuição regional, segundo a mesma pesquisa, a região Sul e Sudeste concentram o maior número de incubadoras, em torno de 70% e os estados que mais se destacam em relação ao número de incubadoras são o Rio Grande do Sul e São Paulo. A metade das incubadoras da última pesquisa ANPROTEC tem até oito anos de idade e a sua 14 maior frequência encontra-se na faixa entre 3 a 5 anos e as fontes de receitas são, na grande maioria, das entidades gestoras e públicas. . A Figura 1 mostra que as incubadoras brasileiras mantêm alianças estratégicas prioritariamente com universidades, seguidas pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE e outras associações empresariais. As incubadoras cooperam de forma mais intensiva entre si do que com outras organizações. FIGURA 2 – Alianças Estratégicas das Incubadoras de Empresas Fonte: ANPROTEC (2012). As universidades e centros de pesquisa são os locais de maior frequência das incubadoras, seguida pelos governos municipais. As incubadoras que responderam à pesquisa apontaram estar voltadas, em primeiro lugar, à dinamização da economia local e, em segundo lugar, à criação de spin-offs4. Dentre as incubadoras atualmente em operação no Brasil, 67% têm um perfil tecnológico. A ANPROTEC (2012) aponta também que: (i) 58% das incubadas têm como foco o desenvolvimento de novos produtos ou processos oriundos de pesquisa científica; (ii) as incubadoras tecnológicas estão focadas em setores intensivos de conhecimentos científicotecnológicos; e (iii) além do objetivo inicial, as incubadoras tecnológicas têm o propósito de contribuir para o desenvolvimento local e setorial. 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 4 Spin-off ou derivagem é um termo em inglês utilizado para descrever uma nova empresa que nasceu a partir de um grupo de pesquisa de uma empresa, universidade ou centro de pesquisa público ou privado, normalmente com o objetivo de explorar um novo produto ou serviço de alta tecnologia. É comum que esta se estabeleça em incubadoras de empresas ou áreas de concentração de empresas de alta tecnologia 15 Ainda não há ainda consenso acerca das abordagens ou teorias sobre a melhor forma de produção de tecnologia pelas empresas, ou de melhores processos que levem a inovação. No entanto em um sistema de produção cada vez mais complexo, as saídas individualistas não se mostram as mais eficientes para um melhor aproveitamento das potencialidades econômicas e sociais de uma nação. Assim sendo, o objetivo deste artigo foi analisar à importância das incubadoras de empresas como promotoras de desenvolvimento regional a luz do pensamento “neo-shumpeteriano” que focaliza a inovação como um processo de aprendizado interativo. Esse pensamento privilegia a inovação tecnológica como um fator endógeno do desenvolvimento, e a promoção de empreendimentos de base tecnológica é um fator importante e deve ser incentivado por uma política tecnológica efetiva por parte do poder público. Uma das formas de incentivos são os mecanismos de criação de empresas de base tecnológica, como as incubadoras de empresas focadas nesse segmento de negócio. Neste sentido, inicialmente foram apresentadas as características das incubadoras de base tecnológica. Foi destacado que o crescimento econômico numa economia baseada no conhecimento depende de uma infraestrutura técnica envolvendo várias instituições públicas e privadas, recursos humanos bem treinados e em políticas públicas que apoiam e promovem a inovação. Quando se considera a abordagem “neo shumpeteriana” para o processo inovativo, parte-se de um novo entendimento do papel da política de inovação, e sua razão de existir. Assim, esta abordagem destaca as políticas que afetam a inovação como elemento chave de interação com os outros atores e contribuem para determinar o desempenho e a capacidade inovativa das empresas. Defende o aprendizado coletivo como forma de acesso de pequenas e médias empresas ao mercado global. O foco regional torna-se pertinente uma vez que o papel das incubadoras como instrumento de política integradora responde a um ambiente caracterizado por uma gama de programas de suporte às pequenas e médias empresas. Como visto anteriormente, as incubadoras se propõem a garantir um mecanismo de rápido diagnóstico e controle para o decréscimo da taxa de falências das empresas residentes, o que fortalece o desenvolvimento regional. O segmento das incubadoras tem crescido muito nos últimos anos, oferecendo novas oportunidades de negócios e emprego, principalmente nas áreas mais desenvolvidas tecnologicamente, atraindo empreendedores, pesquisadores e mão de obra mais qualificada. 16 Além disso, estimula a pesquisa e o desenvolvimento de produtos mais avançados tecnologicamente, abrindo espaços para inovações no mercado brasileiro. Por meio de práticas cooperativas e interação de empresas, além das parcerias com as Instituições de Ciência e Tecnologia, surgem empresas mais capacitadas para enfrentar a concorrência do mercado. As empresas de base tecnológica representam um novo mercado de trabalho que, aliado a políticas eficientes, poderá trazer resultados importantes para economia brasileira, em um futuro próximo. É por meio da ação conjunta entre os diversos atores do sistema de inovação, em especial o governo e a iniciativa privada, que será possível a criação de ambientes favoráveis para a desconcentração regional das atividades de CT&I, permitindo o avanço da economia brasileira. Muito ainda precisa ser feito pelas empresas, pelo governo e pelas demais instituições de aprendizado a fim de que a inovação se destaque cada vez mais na construção de bases sustentáveis para o desenvolvimento sócio econômico brasileiro. 17 6 – BIBLIOGRAFIA ALBUQUERQUE, E. M. Notas sobre a contribuição de Kenneth Arrow para a fundamentação teórica dos sistemas nacionais de inovações. Revista Brasileira de Economia, abr./jun.1996 ALCÂNTARA, D. 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