Anais do 6º Encontro Celsul - Círculo de Estudos Lingüísticos do Sul OS SENTIDOS DE AUTORIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR - ALUNO NA UNIVERSIDADE Teresa Jovita Braga Vieira WILLRICH (PG Fundação Universidade Regional de Blumenau) ABSTRACT : This article analyzes the notion of authority that moves through the language of university students when they evaluate their instructors’ language, and the interaction they allow in their teaching with the students. The analysis is based on the notion of language of social meaning construction. KEYWORD S: authority; university; relationship; meanings. 1. Introdução Neste trabalho analiso os movimentos de sentidos de autoridade que perpassam a relação professor - aluno na sala de aula da Universidade. O objetivo é compreender esses sentidos a partir de textos elaborados por um grupo de 15 alunos de uma instituição de nível superior de Santa Catarina. Esses 15 alunos fizeram uma expressão textual a partir das perguntas: o que é a universidade e o que é autoridade. Este artigo faz uma breve reflexão da universidade, procurando entender seu percurso atual e algumas de suas implicações. O objetivo deste trabalho é também compreender os efeitos de sentido que se constróem continuamente na interlocução do conhecimento do professor com o conhecimento do aluno, pois é nesse lugar que a universidade se constitui, num permanente devir. É ainda chamar atenção para esta relação, repensar como ela ocorre e em que bases se realiza. Foi usada a análise do discurso sob a concepção Bakhtiniana como mecanis mo de compreensão da linguagem em funcionamento, onde os sentidos são construídos socialmente. O dialogismo é a condição de existência do discurso, é sua lei constituir-se dos “já ditos” de outrem, assim como precisa daquele a quem é endereçado. 1.1 Un iversidade Bourdieu (1983) define a Universidade como um campo possuindo estrutura própria, onde indivíduos com um mesmo habitus (o eu socializado que se estrutura ao longo da vida) disputam um espaço nem sempre harmonioso. Como instituição a Universidade mantém de alguma forma seu compromisso social e formativo. Senão, para que existiria? Dentro desta perspectiva, a Universidade enquanto conjunto de instituições de ensino superior deve voltar-se à sociedade na qual se insere. Na busca dessa inserção acabou por privilegiar mais os interesses de grupos econômicos que demandas sociais. As instituições voltadas para a formação profissional e a formação humanística ficaram separadas. Neste cenário é que está a Universidade e que se dá a relação professor - aluno. Professores e alunos se põem esta questão: qual o papel de Universidade? Apoiando-me em algumas análises feitas por Meneghel (2003), esta é uma questão que põe todos à procura de sentido em seu contexto e movimento histórico. Predominam no país instituições voltadas à transmissão de conhecimentos, técnicas e instrumentos de formação profissional e pouco vinculadas às demandas sociais. A Universidade, ao invés de estimular a crítica e identificar os problemas, torna-se operacional e uma das mais importantes mudanças é a velocidade com que ocorre a formação dos alunos. A transmissão de cultura e a formação de cidadãos tornaram-se desnecessários. “A valorização do caráter técnico e econômico das universidades também caracteriza seu relacionamento com a sociedade. Raramente se percebe na instituição de ensino superior (IES), de modo concreto, algo de educacional e formativo, dado a ausência de debate e preocupação sócio- humanísticos” (Meneghel, 2003). A preservação e a construção do conhecimento, a formação humana, o desenvolvimento de senso crítico, a capacidade de relacionar aspecto micro/ macro, local/ global de forma interdisciplinar, o 1 cultivo e respeito por diferentes culturas e modos de vida, são elementos necessários para a constituição de uma sociedade melhor. (Meneghel, 2003) Um outro aspecto a considerar na Universidade é como ela aborda o conhecimento. Retomo concepções de Bourdieu (A Reprodução, 1970, p.123) para ilustrar isso: “Entre todas as técnicas de distanciamento de que a instituição dota seus agentes, a linguagem do magistério é a mais eficaz e a mais sutil: por oposição às distâncias inscritas no espaço ou garantidas pelo regulamento, a distância que as palavras criam parece nada dever à instituição.” Segundo Bourdieu (1970), o professor tradicional pode abandonar o arminho e a toga, mas não pode abdicar de sua proteção última, o uso professoral de uma língua professoral. A linguagem pode não ser mais um instrumento de comunicação, mas um instrumento de fascínio cuja função principal é atestar e impor a autoridade pedagógica da comunicação e do conteúdo comunicado. O aluno, sujeito da Universidade, ocupa um lugar tenso entre o instituído e o desejo de subverter. A sala de aula pode ser um espaço mais transformador do que reprodutor do que é determinado pela instituição. É importante que os educadores estejam advertidos desse fascínio e se empenhem para que a sala de aula seja um espaço onde os alunos possam se constituir autores, e a transformação, como fruto dessa subversão, seja possível mesmo que ela conviva com a reprodução. Para que o aluno possa assumir sua identidade como autor é preciso que a escola não abafe suas vozes. Pelo contrário, que a escola possibilite produzir textos, o que significa produzir sentidos. Isso é muito mais que repetir ou reproduzir o que a escola ou o professor querem ouvir. Silvia Cardoso (1999, p. 53), argumenta neste sentido: “Acreditamos que é por meio de um ensino produtivo(produção de textos e discursos) que a sala d e aula pode se constituir num espaço não só reprodutor, mas também transformador de sentidos e de sujeitos; um verdadeiro espaço de interação, lembrando-se de que a interação pressupõe conflito.” A interação descrita acima, significa para Mikhail Bakhtin (1895 – 1975) o espaço discursivo que fica entre o professor e o aluno. O sujeito se constrói na interação com o Outro. Os professores e os alunos constituem-se pela linguagem, estão inscritos em lugares já estabelecidos e procuram agir para ultrapassagem dessas determinações. Isso pode ser muito ou pouco conflitante, porém sempre um lugar de luta. 1.2 Autoridade Max Weber (1864 – 1920) define a legitimidade da autoridade da seguinte maneira: em uma base puramente subjetiva, ou seja, que se deve a: I. aceitação meramente afetiva ou emocional; II. provir de uma crença racional na validade absoluta da autoridade como uma expressão de valores obrigatórios, sejam éticos, estéticos ou de qualquer outro tipo; III. Originar-se em atitudes religiosas, isto é, guiada pela crença de que a salvação depende da obediência à autoridade. Weber, considerado um dos maiores cientistas sociais até hoje, definiu este conceito considerando os aspectos afetivo, racional e espiritual. A filósofa e pensadora política Hannah Arendt (1906- 1975), em seu livro Entre o passado e o futuro (1954), tem uma argumentação sobre autoridade voltada para a educação, enquanto Weber falava de autoridade em um sentido mais amplo. A primeira delas é que ela desapareceu do mundo moderno. O sintoma a indicar a profundidade que a falta de autoridade alcançou foi ela ter se espalhado em áreas como a criação dos filhos e a educação, onde a autoridade sempre havia sido aceita como uma necessidade natural. Arendt diz que se a autoridade deve ser definida, deve sê-lo então tanto em contraposição à coerção pela força como à persuasão através de argumentos, uma vez que as revoluções do século XX e também as anteriores malograram, pois terminaram ou em restauração do regime anterior ou em tirania. Arendt mostra neste mesmo livro sua posição favorável à autoridade na escola, o que não quer dizer que ela defenda o 2 professor autoritário. Nem se trata de ser favorável à escola como um agente da manutenção da ordem estabelecida. Ao contrário, Arendt acreditava que o aluno deve ser apresentado ao mundo e estimulado a mudá-lo. Atribui ao professor sua qualificação: “[...] Consiste em conhecer o mundo e ser capaz de instruir os outros acerca deste, porém a autoridade se assenta na responsabilidade que ele assume por este mundo” (Arendt, 5a edição: 2001, p. 239). 1.3 Aspectos teóricos A frase de Mikhail Bakhtin, utilizada por Roman Jacobson, no prefácio de Marxismo e Filosofia da Linguagem (2004)“nada me parece acabado; todo o problema permanece aberto, sem fornecer a mínima alusão a uma solução definitiva”, define sua própria metodologia e remete à característica fundamental de todo o discurso, ou seja: ficar incompleto. Para Bakhtin, a fala é o contexto e lugar onde se confrontam os valores sociais, onde se refletem também seus conflitos. “A comunicação verbal, inseparável das outras formas de comunicação, implica conflitos, relações de dominação e de resistência, adaptação ou resistência à hierarquia, utilização da língua pela classe dominante para reforçar seu poder” (Bakhtin, 2004). Segundo Bakhtin (apud Cardoso, 1999), o que de fato existe é o processo lingüístico, sendo a enunciação o motor da língua: “a língua vive e evolui historicamente na comunicação verbal concreta, não no sistema lingüístico abstrato das formas da língua nem no psiquismo individual dos falantes”. A língua constitui um processo de evolução, de criação contínua que se realiza pela interação verbal social dos locutores. O dialogismo é a condição de existência do discurso. Nesse sentido, Bakhtin afirma que a palavra será sempre o indicador mais sensível de todas as transformações sociais. 2. Análise e discussão dos dados Neste trabalho analiso os movimentos de sentidos de autoridade que perpassam a relação professor - aluno na sala de aula da universidade. O objetivo é compreender esses sentidos a partir de textos elaborados por um grupo de 15 alunos de uma instituição de nível superior de Santa Catarina. Esses 15 alunos fizeram uma expressão textual a partir das perguntas: o que é a universidade e o que é autoridade. 2.1 O que é universidade A seguir, apresento alguns exemplos das expressões textuais produzidas pelos alunos. S1 – É um lugar onde vou para aprender e rever conceitos. S2 – É um lugar para poder desenvolver-se e produzir conhecimento. S3 – É um projeto, um mundo integrado onde trocamos experiências e conhecimento. S4 – É um espaço de conhecimento e desenvolvimento pessoal onde me reciclo. Canal de oportunidade de trabalho. S5 – É um local onde produzimos e adquirimos conhecimentos. Lugar de mediação entre ciência, conhecimento e comunidade. S6 – É um espaço de integração, construção de conhecimento, e busca da construção de um futuro profissional. S7 – É um lugar de busca de conhecimento, pesquisa, relações, aprendizado, crescimento. S8 – É um lugar de conhecimento, de saber, de ensino, de aprendizagem, um espaço composto por diversas culturas. S9 – Lugar onde se adquire conhecimentos mais específicos. Lugar onde as pessoas tornam-se profissionais em uma área. S10 – É um local onde é transmitido o conhecimento que os professores nos passam. S11 – Universidade lembra o que é universal. E o que é universal são as informações. É um espaço onde ocorre essencialmente a troca de informações. S12 – É um lugar onde se desenvolve conhecimento. 3 S13 – É um espaço de aquisição de conhecimento, de troca de experiências. S14 – É uma instituição de ensino e também uma fábrica de dinheiro. S15 – é um espaço para produção e circulação do conhecimento, também forma profissionais. Na voz dos alunos, aparece a universidade como sendo um lugar que passa conhecimento, escola bancária, no sentido Freiriano onde se depositam informações, que não faz pensar. A noção de trocas de conhecimento aparece, mesmo que hierarquicamente organizada. Fundamentalmente, aparece como lugar de conhecimento, inclusive o conhecimento específico. Lugar de reciclagem, onde o conhecimento ganha novas formas, nova pintura. Universidade como canal para inserir-se no mundo d e trabalho, como lugar de mediação entre o mundo científico e a comunidade. Muito claramente não é um lugar que só desenvolve competências. Propicia integração, conhecimento e prepara o futuro profissional. Lugar de crescimento, de encontro de diferentes culturalidades, de aprendizado coletivo, da universalidade que se faz nas informações, espaço da diferença, da heterogeneidade. Também é um lugar de exclusão para quem não tem dinheiro. É um lugar de conhecimento, mas de conhecimento reprodutor. Fundamentalmente a universidade foi definida como o tripé: lugar de conhecimento, trocas e futuro profissional. O que foi omitido na voz dos alunos? O diálogo, a convivência, a polifonia, a heterogeneidade étnica, sexual, lugar de interdiscursividade, de compartilhamento de idéias. Foi dado um lugar extremamente racional no dizer dos alunos, levemente de futuridade. Para eles, a universidade não aparece como lugar de construir amizades, convivência, confiança mútua. Universidade é muito mais que isso que os alunos apontam: é lugar de cidadania e de compartilhar conhecimentos. 2.2 O que é autoridade A seguir, exemplos das expressões textuais produzidas pelos alunos. S1 – É algo que se deve ter respeito. S2 – É ter domínio de algum conhecimento. S3 – Representa algo superior numa escala hierárquica. S4 – É uma entidade revestida de poder e que exerce função controladora. S5 – É diferente de autoritarismo. Autoridade no sentido de bancar posição, não ser autoritário, mas marcar o seu papel. S6 – É bancar sua posição, fazer valer o seu lugar, mas não quer dizer mandar em todo mundo. S7 – É o que detém o conhecimento, o poder. S8 – São leis, representa algo maior. S9 – É a situação de impor regras. S10 – É uma imagem que passa um tipo de poder aos outros, que pode ser autoritária ou não. S11 – É um status de poder criado por nossa cultura. S12 – São normas estabelecidas que determinadas pessoas são designadas para controlar, manter um grupo dentro da lei. S13 – Capacidade de coordenar um grupo. S14 – É uma forma de poder, de manter algo em ordem. S15 – É referência. É um ponto central. Ocupar uma posição sem ser autoritário, coercitivo. A autoridade, para o mesmo grupo de alunos, apresenta sentidos diferentes. Estão em movimento, “dançando”. Para eles, autoridade envolve relação de respeito, domínio de conhecimento, hierarquia. Autoridade se relaciona com o poder, tem função de controlar e marcar o seu papel, fazer valer o seu lugar. Autoridade não é universal, é sobre algumas pessoas, é sobre quem tem conhecimento, quem tem poder. Representa algo maior, relaciona-se com leis, é sinônimo de regrar, é uma imagem que se passa aos outros, é uma culturalidade; o poder é construído, é dado pelos homens. São regras controladas por pessoas. É coordenar um grupo social, relaciona-se com liderança, é o exercício do poder. É ocupar uma posição e não necessariamente ser autoritário, é função, é quem pode algo, exercício do poder sobre alguém. Não se diz da legitimidade, e quem designa esses poderes. Autoridade é construída individualmente, ou se refere a determinadas certificações (Doutor, Mestre, Pesquisador, Escritor). O valor simbólico da autoridade está no conhecimento. Aparece a definição de autoridade como disciplina, vigilância, leis, regras, (tem o poder de por regras). Aparece o conceito disciplinador de “Vigiar e punir” 4 Foucault (1987) . As práticas de vigilância na escola e as relações de poder no espaço da sala de aula. O que mais aparece na voz dos alunos, o que é central mesmo, é o poder e a lei. 3. Considerações finais Há uma força nas práticas institucionais da Universidade. Há igualmente uma força nas construções discursivas dos alunos. O que se pode dizer após ter trazido esses discursos? Primeiramente que eles são provisórios, que a linguagem está em movimento, e que algumas questões mudam. A velocidade das mudanças nunca foi tão acelerada como agora, e são sentidas na linguagem. O discurso dos alunos estabeleceu um determinado campo de saber, por mais simples que tenha sido, gerou umtrabalho elucidativo. Os sentidos, embora provisórios, não são mais abstratos. A linguagem é constituidora, produtora, inseparável das práticas institucionais de qualquer setor da vida humana. O aluno da Universidade, por exemplo, é sempre correlato de uma prática e de uma prática histórica. Os dados analisados apontam que os alunos vêem a universidade como um tripé definido primeiramente como local para a formação profissional, depois como lugar de conhecimentos e ainda como lugar de trocas. Pode-se considerar que esses sentidos se harmonizam com os sentidos encontrados na literatura, de que a Universidade está voltada para uma prática de treinamento profissional. Ela não visa introduzir o jovem no mundo como um todo, mas em um segmento limitado dele. A análise do discurso nos convida a compreender o que é dito. O que é dito apresenta reticências, descontinuidades, equívocos, lapsos inesperados que irrompem de forma inconsciente. Costumase dizer que analisar o discurso é analisar o que está por trás, oculto e que pugna por ser dito, compreendido. Na dimensão que Bakhtin dá, compreender é reconhecer a história pessoal e cultural (Bakhtin, 2004). O discurso visa entender a linguagem na sua provisoriedade, o que foi textualizado. O enunciado está ali, esperando para ser compreendido neste momento histórico específico. Isto foi feito com os textos dos alunos. Os dados mostram que a relação professor – aluno na sala de aula da Universidade se movimenta entre a dialogia e o discurso de certezas e verdades. Esse movimento afeta o conceito de autoridade deslocando-o para autoritarismo, pois na voz dos alunos, a Universidade “é uma entidade revestida de poder e que exerce função controladora”. Mas a autoridade pode estar presente: “a autoridade é referência, é um ponto central, é ocupar uma posição sem ser coercitivo”. Nesse sentido a autoridade é um movimento em que as vozes entram em dialogia, em construção, apesar de estarem sempre em conflito. A Universidade é lugar de interação. É na relação entre professor e aluno que se constitui e se instala a autoridade, ou aquilo que se apresenta como autoritário. Espero que este trabalho possa contribuir para a reflexão de quão importante é o lugar da sala de aula. É ali, em sua maior parte, que a relação professor-aluno se estabelece, e é nessa interdiscursividade que se vai possibitar novos sentidos e construir o conhecimento transformador. O entendimento da linguagem e do discurso são vistos como lugares de lutas permanentes, “que não tem apenas um sentido ou uma verdade, mas uma história” (Foucault, 1986). RESUMO: Este trabalho analisa os sentidos de autoridade que perpassam a relação professor - aluno na universidade. O objetivo é compreender esses sentidos a partir de textos elaborados por alunos de nível superior. Para a análise foi usada a concepção Bakhtiniana de linguagem, onde os sentidos são construídos socialmente. PALAVRAS CHAVE: autoridade; universidade; relação; sentidos. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARENDT, H . Entre o passado e o futuro. 5a edição. São Paulo: Perspectiva, 2001. p. 239 BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 11a edição. São Paulo: Editora Hucitec, 2004. BORDIEU, P.; PASSERON, J.C. A Reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ens ino. 3a edição. Francisco Alves, 1970. p. 123 BORDIEU, P. Algumas propriedades dos campos: Questões da Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983 CARDOSO, S.H.B. Discurso e ensino. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. p.53. FOUCAULT, M. Arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense, 1986. p.196. FOUCAULT,M. Vigiar e punir. 28a edição Petrópolis : Vozes, 2004 MENEGUEL, S. Políticas e Gestão da Educação Superior. Curitiba: Champagnat, 2003. Florianópolis: Insular, 2003. WEBER, M. Conceitos básicos de sociologia. São Paulo : Moraes, 1987. 6