I Congresso Internacional de Educação Cientifica e Tecnológica – Santo Ângelo – 2010 O TRABALHO COMO O PADOXO NA EVASÃO ESCOLAR DE UMA TURMA DO CURSO PROEJA INFORMÁTICA NO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA (IFF) – CAMPUS JÚLIO DE CASTILHOS. Kátia Regina Butzke Forgiarini1, Paulo Ricardo Machado Weissbach2 1 Professora do Instituto Estadual de Educação Vicente Dutra – Júlio de Castilhos. Especialista em Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. [email protected]. 2 Professor do Instituto Federal Farroupilha – Campus Júlio de Castilhos em Metodologia do Ensino pela UFSM, Ms e Dr em Geografia pela UNESP-SP, professor do curso de Especialização em Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (UFRGS/IFFarroupilha). [email protected]. Especialista O IFF – Campus Júlio de Castilhos - consolidou a implantação do curso PROEJA (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos) em Informática Em 2008, objetivando articular educação e trabalho através da implementação de uma nova modalidade de ensino, a qual pudesse atender a uma demanda social sequiosa de qualificação profissional aliada a uma formação educacional. Entretanto, apesar de despertar um interesse inicial bem significativo, o curso teve, paulatinamente, registros preocupantes de alunos evadidos. No início das aulas o curso contava com duas turmas, (setenta e nove alunos). Em junho de 2010 esse número foi reduzido para 14 (quatorze) alunos (o que representa uma taxa de evasão de 82,3%). Baseado nesse levantamento de dados foi feito uma investigação com o propósito de conhecer a realidade do corpo discente que compõe a primeira turma do Curso Integrado em Informática PROEJA nessa instituição de ensino, bem como compreender as razões que desencadearam um elevado índice de evasão escolar nesse curso. A metodologia utilizada na pesquisa foi uma pesquisa exploratória com viés qualitativo, a qual permite um conhecimento mais aprofundado e também a compreensão das razões que geraram a evasão escolar. O estudo de campo foi o norteador de toda a pesquisa, além da pesquisa bibliográfica que embasou teoricamente os estudos. Como instrumentos de pesquisa utilizou-se a aplicação de questionários para os alunos freqüentes e a realização de uma entrevista com todos os alunos evadidos. Os resultados apontaram que o protagonista gerador da evasão é o trabalho. Tanto o excesso de trabalho quanto a falta de trabalho são os motivos mais citados durante a pesquisa. Ou seja, os alunos trabalhadores alegam que conciliar o estudo com o trabalho é uma tarefa muito difícil, pois requer um esforço, do qual muitos consideram não valer a pena (cansaço físico, rotina das aulas, etc). E, como não encontram (ou não querem encontrar) um argumento eloqüente capaz de influenciar a continuação no curso, acabam simplesmente desistindo de estudar. Esta constatação gera um paradoxo: Para conseguir um trabalho melhor ou um primeiro emprego necessitam estudar, entretanto o fato de estarem trabalhando ou de conseguirem um trabalho os faz desistirem de estudar. Há também o problema da incompatibilidade do horário da aula com o do emprego. Outro fator determinante na dissidência dos alunos foi a falta de trabalho que gera uma precariedade de condições financeiras que impossibilita a freqüência às aulas. URI, 02-04 de setembro de 2010.