UMA ANÁLISE SOBRE A APRENDIZAGEM EM UMA TURMA DE
ENSINO MÉDIO E TÉCNICO SOB A ÓTICA DAS COMPONENTES DA
TEORIA SOCIAL DA APRENDIZAGEM
Marily Aparecida Benicio – [email protected]
Telêmaco Borba - Paraná
Sergio de Mello Arruda – [email protected]
Marinez Meneghello Passos – [email protected]
Universidade Estadual de Londrina
Rodovia Celso Garcia Cid, Pr 445 Km 380
Londrina – Paraná
Resumo: A aprendizagem é um processo social que acontece em conjunto com as outras
atividades da vida cotidiana. A teoria social da aprendizagem, apresentada por Wenger
(2013), tem por foco principal a participação social como processo abrangente, de
envolvimento e participação ativa nas práticas de comunidades sociais. A aprendizagem sob
esta perspectiva social é colocada como um processo que envolve a construção de
conhecimentos teóricos, científicos, comportamentais. Os trabalhos científicos e pesquisas,
sobre área da aprendizagem social, são relevantes para uma perspectiva de educação em que
o conhecimento não se consiste apenas em um conjunto de informações. Devido a isso,
apresenta-se neste artigo, o resultado das análises das entrevistas realizadas com um grupo
de estudante do Ensino Médio e Técnico do IFPR. Para a realização das análises das
entrevistas, utilizaram quatro aspectos principais, significado, prática, comunidade e
identidade, os quais formam as componentes para a Teoria social da aprendizagem.
Palavras-chave: Teoria Social da Aprendizagem, Comunidade, Ensino Médio e Técnico.
1
INTRODUÇÃO
Aprender é uma ação inerente ao ser humano. A aprendizagem se dá ao longo da vida
por meio das interações e situações apresentadas aos indivíduos, sejam elas intencionais,
imprevisíveis, ou até mesmo imperceptíveis. Charlot (2000) apresenta que o aprender pode
ser compreendido como a ação de adquirir um saber, ou a ação de domínio de um objeto ou
atividade, ou ainda a ação de estabelecer formas relacionais.
Aprender, segundo Charlot (2000), é exercer uma atividade em situação: em um local,
em um momento da sua história e em condição de tempo diversas, com a ajuda de pessoas
que ajudam a aprender. Dessa forma, podemos pensar que a aprendizagem sofre influência
do lugar, das pessoas e do tempo. Este aprender ocorre simultaneamente ao longo das
experiências vividas, de acordo com a cultura e comunidade em que as pessoas se inserem e
em diferentes locais, que se constituem como diferentes ambientes de aprendizagem, tais
como igreja, trabalho, clube, escola, empresa e a família.
Em um processo de aprendizagem, destaca-se a importância em compreender as
relações que se estabelecem entre o estudante com o saber, com ele mesmo e com os outros.
A construção do saber esta vinculada ao interesse e envolvimento do aprendiz com as
situações de aprendizagem. Como aprender faz parte da natureza humana, pode-se dizer que
a aprendizagem é um processo social, tendo em vista que, as relações humanas são
fundamentalmente relações sociais. No âmbito da teoria social da aprendizagem, discutida por
Wenger (2013), o autor apresenta quatro premissas em relação à aprendizagem e a natureza
do conhecimento:
 Somos seres sociais. Longe de ser uma verdade trivial, esse fato é um aspecto
central da aprendizagem.
 O conhecimento é questão de competência com relação a atividades valorizadascomo cantar com afinação, descobrir fatos científicos, concertar maquinas, escrever
poesias, ser gregário, crescer como garoto ou garota, e assim por diante.
 O conhecimento é questão de buscar participar da busca dessas atividades, ou
seja, de desenvolvimento ativo no mundo.
 O significado - nossa capacidade de experimentar o mundo e o nosso
envolvimento com ele como algo significativo – é, em ultima análise, o que a
aprendizagem deve produzir.
(WENGER, 2013, p.248).
A teoria social da aprendizagem, apresentada por Wenger (2013), tem por foco
principal a participação social como processo abrangente, de envolvimento e participação
ativa nas práticas de comunidades sociais. Neste processo de participação social a busca pela
construção da identidade, é determinante para a compreensão e construção do sujeito, como
ser único, com ações próprias e implicações e interpretações particulares de seu agir dentro
desta comunidade. De forma, a trazer ao sujeito um sentimento de pertencimento.
Assim, na presente investigação busca-se analisar um grupo de estudante da turma de
3º ano do curso de Florestas - Ensino Médio e Técnico Integrado do Campus de Telêmaco
Borba do Instituto Federal do Paraná (IFPR). O intuito é de identificar os componentes da
teoria social de aprendizagem, sendo estes: significado, prática, comunidade e identidade.
Este artigo inicia-se com a apresentação de algumas informações sobre a
aprendizagem social e o conceito de comunidade de prática. Em seguida, é realizada a
descrição da proposta e dos procedimentos metodológicos adotados. Na sequência são
apresentados os dados levantados, as análises realizadas, e por fim, as considerações que as
análises proporcionaram, diante desta investigação.
2
TEORIA SOCIAL DE APRENDIZAGEM
Existem diferentes teorias de aprendizagem, as quais enfatizam aspectos diversos que
influenciam no processo de aprendizagem. De maneira geral, algumas teorias apresentam a
aprendizagem como individual e limitada em um intervalo de espaço e tempo. A teoria de
aprendizagem social vem com outra perspectiva, em que uma pessoa pode aprender em um
contexto social, mediante a interação com os participantes de uma comunidade. A
aprendizagem pode ser construída por meio de experiências vivenciadas na participação no
mundo, não sendo uma ação isolada em seu desenvolvimento.
A aprendizagem é natural ao homem, sendo inevitável aprender situações novas, nas
relações sociais que estabelecemos ao longo do cotidiano. Segundo Wenger (2013), o homem
é um ser social, o que é determinante para a aprendizagem. De acordo com este autor ainda, o
conhecimento é construído mediante a participação e envolvimento na sociedade. E as
experiências vividas e o envolvimento com o mundo é o que traz significado ao que se
aprende. A teoria social de aprendizagem, Wenger (2013), integra quatro componentes
importantes que caracterizam a participação social como um processo de aprendizagem:
 significado: um modo de falar sobre nossa capacidade (mutável) – individual e
coletivamente – para experimentar nossa vida e mundo como significativos;
 prática: um modo de falar sobre os recursos, modelos e perspectivas sociais e
históricos compartilhados, que possam sustentar o envolvimento mútuo na ação;
 comunidade: um modo de falar sobre as configurações sociais nas quais nossas
atividades são definidas como algo que merece ser perseguido e nossa participação é
reconhecida como competência;
 identidade: um modo de falar sobre como a aprendizagem muda quem somos e
cria histórias pessoais de formação no contexto de nossas comunidades.
(WENGER, 2013, p.248).
Estes quatro componentes estão interconectados no processo de aprendizagem. A
aprendizagem como um processo social, acontece em uma comunidade a qual se pertença ou
se deseja pertencer. Dentro da comunidade se desenvolve práticas e ações comuns aos
membros. Nestas práticas, os participantes experienciam o mundo, seja individual ou
coletivamente, como significado. Por sua vez, esses significados influenciam o “eu”, o “quem
somos”, modificando e construindo a identidade no movimento de tornar-se. Tornar-se, no
sentido de formar-se como pessoa, mas também de tornar-se parte de um grupo, ou seja,
aprender para fazer parte, pertencer a uma comunidade.
Figura 1 - Componentes de uma teoria social de aprendizagem segundo Wenger (2013)
2.1 Comunidade de Prática
A aprendizagem, em um contexto social, compreende a participação nas mais diversas
comunidades sociais. Segundo o dicionário Aurélio (2010), o significado de comunidade “é
um agrupamento social que se caracteriza pela forte coesão fundamentada no consenso
espontâneo dos indivíduos”. No meio científico pode-se perceber que o termo comunidade é
usado com generalidade, com enfoque diferenciado de acordo com cada pesquisador. Neste
sentido é possível encontrar termos como Comunidades de Práticas (Wenger, 1998),
Comunidade Virtual (Rheingold, 2000), Comunidades Profissionais (McLaughlin, 2001 e
Talbert, 2006), Comunidades de Aprendizagem (Kilpatrick, Barrett & Jones, 2003) e
Comunidade de Inquirição (Garrison & Vaughan, 2008). Porém todos estes autores
compartilham da ideia que uma comunidade social é um grupo de pessoas, que partilham e
perseguem interesses em comum.
Para Wenger (2013), todas as pessoas pertencem a comunidades de práticas, as quais
estão disseminadas por todos os lugares, de forma variada no cotidiano. Muitas vezes se
apresentam de forma tão informal, que não se possui uma denominação ou se percebe a
convivência e participação como comunidade. O ser humano não possui ou escolhe uma
comunidade específica para participar ao longo de sua vida, mas insere em muitas delas
conforme seus objetivos, interesses e conexões sociais no momento presente. A participação
em algumas comunidades pode diminuir conforme o foco de interesse do sujeito (participação
central e periférica), ou simplesmente pode deixar de ocorrer.
As comunidades podem estar inseridas no contexto familiar, compartilham
sentimentos, cultura e identidade. No contexto profissional, em que os participantes
compartilham experiências, buscam desenvolver profissionalmente, mantém interesses de
permanecer no trabalho. Para isso procuram formas de garantir a satisfação do empregador e
das pessoas que se relacionam direta ou indiretamente com sua atividade profissional. Na
comunidade educacional, pode-se identificar comunidade de alunos, professores, técnicos
administrativos, entre outros. Grupos com características diferentes, mas que trabalham e
corroboram para o desenvolvimento e qualidade do sistema educacional.
Os estudantes vão a escola e, enquanto se unem para lidar ao seu modo com a
agenda da instituição impositora e os desconcertantes mistérios da juventude,
surgem comunidades de prática em toda parte – na sala de aula e no pátio,
oficialmente ou nas brechas do sistema. E apesar do currículo, da disciplina e da
exortação, a aprendizagem que é mais transformadora, no sentido pessoal, vem a ser
aquela que envolve a participação nessas comunidades de prática.
(WENGER, 2013, p.250).
As comunidades de prática são comunidades, em que, os participantes se envolvem de
maneira ativa no contexto das práticas sociais referentes a um grupo, construindo identidades
em relação a essas comunidades. A participação permite determinar ações em um contexto
social, refletir sobre as consequências dessas ações, perceber e construir a individualidade. De
forma, a ter mais clareza na interpretação da atuação desempenhada no mundo. Pode-se
pensar em comunidade de prática, como organizações que possibilitam experimentar
situações que propiciem a aprendizagem.
3
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Na presente investigação apresentam-se os resultados obtidos na análise das
entrevistas realizadas juntos aos alunos do terceiro ano do curso técnico de Florestas - Ensino
Médio e Técnico Integrado do Campus de Telêmaco Borba do IFPR. As entrevistas visavam
compreender o olhar dos alunos frente a sua aprendizagem ao longo do curso e se esta atende
a perspectiva da teoria da aprendizagem social. Ou seja, se a aprendizagem leva em
consideração os aspectos e interações sociais, para a formação da identidade. E também, o
conhecimento com prática social, associadas a atividades valoradas e que promova o
desenvolvimento e produção de significados, para uma melhor atuação e envolvimento na
comunidade.
As buscas foram norteadas por meio da caracterização das entrevistas nas seguintes
componentes da teoria social de aprendizagem: significado, prática, comunidade e identidade.
Estas características foram elencadas, por serem componentes essenciais e necessários para a
caracterização da participação social como processo de aprendizagem. Os dados foram
obtidos por meio de entrevistas realizadas com cinco estudantes do terceiro ano do curso de
florestas, do IFPR – Campus Telêmaco Borba. As entrevistas foram gravadas e
posteriormente transcritas. Os alunos relaram sobre a sua aprendizagem e sobre a formação
profissional. O objetivo é capturar vestígios das componentes de aprendizagem social, durante
os anos de estudo no curso.
Os cursos de Ensino Médio e Integrado são cursos voltados aos estudantes que já
concluíram o Ensino Fundamental. O termo integrado refere-se ao fato de que além do
estudante cursar as componentes curriculares do Ensino Médio, cursará concomitantemente as
componentes curriculares da formação técnica profissional. Estes cursos possuem duração de
três a quatro anos. Com a conclusão, o formado obtém diploma de Técnico de Nível Médio e
conquistando o direito de exercer atividade profissional técnica, podendo ainda, dar
continuidade aos estudos em cursos de nível superior. A oferta deste curso técnico integrado
ao Ensino Médio tem como objetivo vincular a educação básica e a educação profissional
técnica. Ao interligar conhecimentos básicos de formação geral com conhecimentos
específicos das áreas de habilitação profissional têm-se com o objetivo a formação para o
trabalho e o desenvolvimento da cidadania e autonomia do sujeito.
As entrevistas realizadas possuem diversas questões dirigidas com o foco em obter
informações sobre as impressões com relação ao processo de aprendizagem, o qual eles fazem
parte. Algumas questões tinham como objetivo capturar as impressões com relação à
formação profissional, os percalços, as mudanças, as evoluções, uma vez que estes se
encontram em fase de término do curso. Os dados levantados e analisados na presente
pesquisa se basearam nas respostas fornecidas às questões a seguir:
12345-
Como você pensa o curso de Florestas, o qual você faz parte?
Você participou de atividades práticas durante o curso?
Você participou de visitas técnicas, em diferentes locais de aprendizagem durante o curso?
Fale sobre as funções do técnico e as contribuições deste profissional para a comunidade?
Se você seguir a carreira de técnico em Floresta, quais os possíveis problemas que você pode
enfrentar? Como fará para resolvê-los?
Com a realização da transcrição buscou-se encontrar nos fragmentos das falas dos
estudantes em respostas a entrevistas, referências as componentes da teoria social de
aprendizagem, utilizados como categorias a priori.
A ação metodológica adotada para poder alcançar o objetivo da investigação,
compreendendo os instrumentos de coleta de informação e os procedimentos de análises
realizadas, seguiu o método de análise textual. Para esse fim, utilizou-se a Análise de
Conteúdo (AC). Este método, apresentado por Bardin em 1977, insere-se em um conjunto de
técnicas de análise textuais, que podem ser produzidas de diferentes formas, tais como
entrevistas, respostas a questionários e outros documentos. De acordo com Bardin (2011) o
termo Análise de Conteúdo refere-se á:
[...] um conjunto de técnicas de analise das comunicações visando obter, por
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens,
indicadores (quantitativos ou não) que permitem a inferência de conhecimentos
relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens
(BARDIN, 2011, p.48).
A Análise de Conteúdo pode ser organizada por três etapas: a pré-análise, exploração
do material e o tratamento dos resultados com inferências e interpretações, conforme
apresenta Bardin (2011).
A primeira etapa que é a pré-análise objetiva a sistematização para que o pesquisador
possa conduzir as intervenções sucessivas de análise. Para tanto, realiza-se uma leitura e a
escolha dos documentos de acordo com o objetivo da pesquisa. Nesta etapa, ainda, é possível
a formulação de hipóteses, a elaboração de indicadores para a interpretação final. Os
documentos selecionados constituem o corpus, que é segundo Bardin “[...] conjunto de
documentos tidos em conta para serem submetidos aos procedimentos analíticos” (BANDIN,
2011, p.126).
A etapa de exploração do Material é caracterizada pela codificação e a categorização
das informações do corpus. Inicia-se pela desconstrução e fragmentação do corpus na busca
de compreender particularidades do texto, chamadas de unidades de contexto, de busca e de
registro. Na procura de estabelecer relações entre as unidades de contextos, temos o processo
de categorização.
A etapa tratamento dos resultados, inferências e interpretação, é a fase final em que é
realizada a sistematização dos resultados, em que os relaciona com os objetivos iniciais da
pesquisa, com a emergência de novas compreensões sobre o objeto de estudo. Nesta etapa é
fundamental o processo de interpretação dos dados, pois é a partir da interpretação dos
resultados, que deve estar de acordo com o corpus de investigação, que os objetivos da
pesquisa podem ser alcançados, permitindo a produção de novos conhecimentos relacionados
ao fenômeno investigado.
Para a presente pesquisa, a fase de pré-análise, com a constituição do corpus, foi
utilizada a leitura das entrevistas realizadas junto aos alunos investigados. Escolheu-se
realizar-se esta entrevista com cinco alunos da turma, sendo que estes se voluntariaram para a
atividade investigativa. Outros materiais também foram utilizados para a pesquisa, como os
documentos e artigos científicos voltados para o tema da teoria social de aprendizagem e
outros trabalhos que contribuem para o entendimento da temática. Como unidade de busca
elegeu-se as componentes, significado, prática, comunidade e identidade, apresentadas na
teoria social de aprendizagem como categorias a priori. Nesta busca procurou-se acomodar
dos fragmentos das entrevistas nas categorias a priori e analisá-los em função da questão
investigativas, tomando como configuração a aprendizagem social.
4
ANÁLISES DOS RESULTADOS
O foco principal das entrevistas era encontrar os componentes da teoria social de
aprendizagem, trazidos nas falas dos estudantes entrevistados. Os sujeitos de pesquisas estão
representados pelos códigos E1, E2, E3, E4 e E5, em que a letra E refere-se ao estudante e a
numeração a ordem que foi realizada a entrevista. Foram realizados os procedimentos de
análises, na busca de uma compreensão mais ampla do assunto em estudo. Alguns resultados
e considerações referentes a esse tema são apresentados a seguir.
4.1 Significado
Nesta categoria procurou-se identificar nos depoimentos, exposições de ações
realizadas pelos estudantes ao longo do aprendizado no curso de florestas, que se mostraram
significativas. Indícios de novos significados produzidos pela aprendizagem e descrição de
projetos futuros que possuam vestígios da capacidade para experimentar individual ou
coletivamente a vida e o mundo como significativo.
Uma das ações apontadas como significativas pelos estudantes é a decisão de se
inscrever e realizar o curso técnico de florestas no IFPR. Nesse sentido, abordam o momento
de incerteza na escolha do curso e principalmente a expectativa de ingressar em uma rede
federal de ensino. Os alunos, ainda, argumentam sobre novas perspectivas, o ingresso em
novos cursos no futuro, principalmente no ensino superior.
E4: Ai eu já havia feito o primeiro ano, mas ai pensei já que a área me chama a
atenção então eu vou fazer o médio integrado pra ver se realmente é o que eu quero.
Pra eu não começar uma faculdade de modo que eu vá parar.
As implicações e resultados da realização de suas funções, enquanto técnicos em
florestas, como uma experiência significante para a aprendizagem, para vida pessoal e em
comunidade. A seguir é apresentado o produto do trabalho realizado como algo significativo.
E1:[...] plantar árvores e ver elas “crescendinho”, assim sabe? É uma sensação muito
grande, uma alegria, é como se você tivesse um filho. Você fez aquilo, entendeu? Se
não fosse você, aquela arvore não estaria ali, ela não estaria crescendo, ela não
estaria dando frutos.
Outro ponto bastante relevante observado nas falas dos entrevistados, são os novos
significados que a aprendizagem permitiu construir ao longo do curso. A intensidade dos
novos significados varia de acordo com o interesse e motivação do estudante diante das
experiências vividas.
E2: Quando me interesso por uma coisa, eu sou bom, muito bom. Quando eu não me
interesso, não tenho interesse, eu deixo a “coisa” pra lá. Eu não chego a ser horrível.
Assim, porque eu sei que necessito daquilo, mas eu não tenho aquele “pique”.
A habilidade e disposição para experimentar novas formas de atuação, foram também
focos bastante abordados pelos estudantes. A descrição de projetos futuros, o preparo para
novas funções e experiências a serem vividas. E ainda nesse sentido, as inseguranças com
relação ao novo e com a capacidade profissional.
E3: Então, eu acho que nós estamos preparados para tudo. (...) Acho que preparado,
preparado assim, ninguém vai. Mas na hora que tiver que ir lá e fazer, a gente vai
fazer.
E1: Às vezes eu não me sinto preparada para atuar como técnico.
Para contornar a insegurança existente para a atuação profissional, os alunos
apontaram como uma experiência rica para a aprendizagem, e que traria maior significados ao
aprendizado técnico, é o estágio supervisionado. Inclusive, reiteram que as experiências
realizadas nas visitas técnicas contribuem significativamente para o aprendizado. E que os
sentidos afetam a experiência e as torna significativas.
E4: Agora você estar lá, você até sentindo aquela poeira daqueles caminhões,
daquelas arvores, “plash” no chão, aquelas folhas, levantando aquele pó, é outra
coisa. Então ajuda muito. [...] O vídeo às vezes é uma distancia enorme, você olha e
pensa, nossa é só isso! Agora quando você vê pessoalmente você sente.
4.2 Prática
Na categoria Prática é caracterizada pela aprendizagem como uma fazer. Assim,
buscou-se por identificar nas entrevistas, fragmentos associados aos diferentes modos e
padrões que podem assumir a ação do fazer. As particularidades das atividades, as
especificidades das tarefas desenvolvidas pelos técnicos, o trabalho em equipe com o esforço
conjunto para colocar em ação os saberes compartilhados.
As primeiras frases, mencionadas nas entrevistas a respeito da aprendizagem como
prática ao longo do curso de florestas, é sobre as competências desenvolvidas, as implicações
do saber fazer. Os alunos apontam a diversidade de atividades que podem ser realizadas pelo
técnico em florestas. As atividades referem-se ao trabalho com as pessoas, com diversos
grupos que vivem nas florestas e dependem da agricultura, da agroecologia.
E1: Com os povos, você pode auxiliar aquele povo que trabalha na Mata Atlântica,
os Faxinalenses, que trabalham com o produto da Mata a Atlântica, como pinhão
essas coisas. Você pode ajudar as tribos indígenas, você pode ajudar ate mesmo
fazendeiros que não tem renda total para contratar um engenheiro.
As atividades do técnico compreende ainda, o trabalho com florestas, com o setor
empresarial, atividades de produção, de mecanização, no setor de economia, entre outros.
Mostra-se um campo amplo de atuação profissional.
Os estudantes concebem a aprendizagem como fazer, não apenas como o
conhecimento profissional, mas a transposição desse conhecimento para outras áreas de
atuação futura. Indicando a longevidade e aplicabilidade do saber em diferentes contextos.
E4:Um técnico pode fazer planejamento, ele pode ajudar, que nem na área de
arquitetura, da pra fazer planejamento de urbanismo, (...) medicina você encontra
plantas medicinais, você vê elas nas florestas, muitas vezes vocês nem sabem que
elas existem.
Os trabalhos e funções específicos realizados por técnicos foi o tema mais abordado
dentro da categoria Prática. Os entrevistados assumem a dualidade de papeis, no processo que
estão. O papel de alunos e o papel de futuros técnicos. Dessa forma, os relatos mesclavam
ações de aprendizagem como um fazer, dentro do contexto disciplinar, abordando
características de atividades de algumas matérias técnicas. Abordam também, as
especificidades de algumas tarefas na atuação do técnico, entre elas, planejamento, inventário,
atividades de topografia, medição de terrenos, tarefas burocráticas envolvendo a legislação
florestal, entre outras.
E2:Você calcular é uma coisa muito exigida em Florestas. É você saber cálculo.
Porque se você trabalhar, desde um fazendeiro ou para uma empresa, vão querer
saber o quanto eles tem em uma área, quanto aquilo vai ser rentável, se eles vão
querer ou não, se é bom fazer aquilo ou não e quanto de caminhão que você vai ter
que utilizar pra pegar todo o volume pra levar a cidade.
As dificuldades na realização de algumas atividades disciplinares também foram
elencadas como parte do processo de aprendizagem como prática. Os alunos expuseram como
o envolvimento coletivo foi essencial, na busca de superar as dificuldades encontradas e
conseguir construir um conhecimento compartilhado para o cumprimento da proposta.
E5: No momento que os professores falaram que nos íamos escrever o inventário.
Foi o momento que tipo, nossa, me deu muito dificuldade, assim, porque nós já
tínhamos feito inventário, assim, florestais, mas não desse jeito.
E notória a preocupação, dos estudantes, com os resultados do trabalho realizado ou a
ser realizados enquanto atuantes como técnico em Florestas. A responsabilidade que as ações
do técnico podem trazer aos empregadores, as consequências do erro para o indivíduo, e para
a comunidade que lhes confiaram à tarefa.
E1: Por exemplo, na questão do inventario, se você não fizer direito você vai dar um
prejuízo enorme para a pessoa que te pediu, pro seu chefe ou fazendeiro que te
pediu. Porque isso é dinheiro, você vai trabalhar com dinheiro, ele vai confiar em
você, você nunca mais... É como se um engenheiro civil construísse um prédio, e o
prédio caísse.
As visitas técnicas e atividades práticas foram aspectos de muita importância para os
estudantes. Nas entrevistas, fica claro a contribuição da participação nestas atividades para o
aprender prático, e consequentemente aprender desempenhar a sua função e adquirirem
confiança em suas ações, enquanto profissional.
E1:As visitas técnicas, também a gente faz nas florestas que tem aqui de Pinus e
Eucalipto. E essa parte de medir que é a parte técnica mesmo, de pegar a “fitinha”
métrica e colocar na “arvorezinha” e medir quanto é o diâmetro dela. Assim, é uma
coisa que você só aprende na prática. Medir o desnível dos terrenos, que é uma coisa
que deveria ser feito o ano passado e a gente não fez.
4.3 Comunidade
A categoria Comunidade abrange as descrições sobre as diferentes configurações
sociais, a qual eles estão inseridos, ou conheceram, ou que pretendem fazer parte.
Configurações estas que influenciam as atividades e práticas realizadas, despertando o
sentimento de reconhecimento às ações desenvolvidas dentro destas comunidades. Tendo em
vista, o desejo de pertencer, ser acolhido e fazer parte integrante, com ações que sejam
reconhecidas, valorizadas como competência.
A primeira característica observada nas entrevistas é a descrição da comunidade local.
Como é a cidade de Telêmaco Borba, principalmente em seus aspectos econômicos, industrial
e a forte influência do setor florestal na cidade. Outra particularidade destacada é a
caracterização das esferas de ensino, em ensino estadual e ensino federal. Em ambos os casos
a falas registradas, indicam o desejo de pertencimento. No primeiro, pertencer ao setor
florestal como profissional e no segundo caso, pertencer a uma instituição federal de ensino.
E2: [...] você vê que a região é totalmente voltada para essa área, o Paraná é mais
voltado para essa área de floresta e a Klabin é uma das maiores das regiões, da
América Latina em produção de papel e celulose.
E2: Então, é assim foi mais um ensino por ter nome de federal foi o que mais me
chamou a atenção.
A influência de algumas comunidades, em que os estudantes já estão inseridos, para as
ações, escolhas e decisões é algo bastante presente. A família se caracteriza por ser a
comunidade que exerce o maior alcance, junto aos estudantes. O direcionamento, o exemplo
de pessoas da família que atuam como profissionais da área de florestas, ou no setor de
produção industrial e a cultura familiar, com características próprias devido a proximidade do
campo e de florestas.
E2: Ai, junto com minha família, meu pai também trabalha na empresa Klabin, ele
falou que era um bom negócio estudar floresta.
E4: Por eu ter vindo de uma área mais do interior, eu sempre vivi perto da floresta,
de arvores de ter aquela coisa de comer a fruta debaixo do pé.
O curso de Floresta abre um amplo campo de atuação. Os estudantes indicam que cada
área de atuação é caracterizada como uma comunidade que possui interesses particulares
comuns entre seus membros. Além disso, em alguns momentos os entrevistados
caracterizarão a própria turma escolar como uma comunidade. Outro ponto forte observado
são os benefícios que a atuação do profissional técnico em florestas pode trazer para a
comunidade local, e em uma esfera maior a para a sociedade como um todo. É observado o
reconhecimento de outras comunidades de profissional para que o trabalho realizado seja de
qualidade. E ainda, que existe uma interdependência entre essas comunidades profissionais.
E2: É mais empresarial, ajuda a empresa a ter lucro, a empresa tendo lucro gera
outros empregos e ajuda a sociedade. Você pode ajudar também na produção de
papel e celulose. É que não é só a gente é um conjunto. São os engenheiros, são os
técnicos, tem os famosos peões também, então é um conjunto. São todos que juntos,
não vou falar que fazem a diferença, mas conta bastante, para uma empresa
principalmente.
A visita em diferentes comunidades sociais, mais uma vez, foi mencionada. Como
visitas em fazendas, em aldeias, em comunidades de assentamento, em pequenas produções e
em empresas. O conhecimento cultural que as visitas permitiram foi apontado como relevante
para a aprendizagem, inclusive para desenvolver o respeito aos diferentes povos e
comunidades.
4.4 Identidade
A identidade esta diretamente relacionada com o lado pessoal do sujeito. Envolvendo
questões de afinidade, sentimentos, mudanças. Esta categoria enfoca os movimentos internos
de tornar-se. A formação no campo profissional e pessoal, em que a aprendizagem promove a
transformação do individual. Contribuindo para o desenvolvimento de historias pessoal, em
um contexto comunitário.
Os primeiros indícios de transformação pessoal são as descobertas das afinidades,
interesses e que culminam na escolha para o curso superior ou para a área especifica da
atividade profissional. Durante a realização do curso técnico, os alunos apresentavam
expectativas referentes ao que eles aprenderiam e o que fariam após o término do curso.
Algumas expectativas se apresentavam coerentes com a proposta do técnico em florestas
correspondendo com a realidade. Outras acabaram por trazer conflitos e desmotivação. Isso
indica que há uma mudança de perspectiva ao longo do percurso trilhado.
E3: É assim, não é totalmente descartável. Eu gosto, mas não é uma coisa que eu
queira seguir. Hoje, eu não me identifico com o curso.
E3: Porque quando eu entrei no curso, eu achava, nossa! Lindo dia nasceu! Mágico!
Planta, ecologia, só isso que eu achava. E quando vieram as matérias, economia,
tudo assim de cálculo, eu pensei meu Deus! O que é isso?
Um dos pontos mais citados pelos alunos entrevistados foi como o aprendizado do
curso foi importante no âmbito pessoal. As contribuições para as mudanças de paradigmas,
quebras de preconceitos, o desenvolvimento de empatia, o respeito ao outro e a ética
profissional. A aprendizagem formal por mais que tenha como objetivos a aprendizagem de
conhecimentos curriculares, ela não se isenta da formação do indivíduo como pessoa, para o
convívio social e o trabalho. E que o processo de aprendizagem inclui a formação ética e o
aprendizado de valores.
E5: Você não aprende só uma profissão, mas, você aprende valores. Acho que é uma
coisa que vamos levar para o resto de nossas vidas.
E2:Acho que teve tanto o aprendizado técnico e o pessoal (...). E o pessoal foi assim,
a do seu Renato pra você ver que você tem que valorizar o pequeno agricultor, a
gente depende do pequeno agricultor. E também do pessoal que eu aprendi foi lá na
visita das tribos indígenas, que tem a respeito das etnias (...). Então, assim, pra eu
respeitar e ver o outro lado da moeda.
Para os alunos investigados, o aprendizado técnico é algo que os influenciará para a
vida, independente do caminho a ser escolhido para seguir. E que estes conhecimentos
ajudam a decidirem os próximos passos. Eles apontam as possibilidades de utilizar o
aprendizado para assumir diferentes funções na comunidade. A ação do tornar-se estará
influenciada pelo processo de aprendizagem no qual eles se encontram.
E4: Nessa área, então cada um pode localizar um pouquinho do que aprendeu na
área de florestas pro que levar na vida em diante, entendeu?
O interesse individual é um dos fatores que direciona as escolhas de experiências e,
indiretamente, as mudanças que resulta por meio das experiências vividas. Esses interesses,
afinidades contribuem para a formação do individuo. Os sujeitos da pesquisa demonstram
apresentar conflitos internos, incerteza e insegurança com relação as suas escolhas e as suas
ações se mostram presente. Os alunos abordam a questão do conhecimento prático, a incerteza
de que o preparo ao longo do curso seja suficiente para as situações a ser enfrentadas na vida
profissional, e como experiência e tempo são fatores decisivos para a formação profissional.
E3: Assim, a gente ao mesmo tempo em que esta preparada para fazer com o ensino
técnico a gente não está. Então não sei, é o tempo eu acho.
E1:E se um dia a gente precisar e for ter que trabalhar como técnicos, saber se a
gente realmente vai desempenhar bem a função. É muito grande a responsabilidade,
então a gente não sabe realmente se um dia nós seremos capazes. Eu pelo menos
tenho muito medo disso.
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aprendizagem é um processo social que acontece em conjunto com as outras
atividades da vida cotidiana. De forma, a interferir na vida em comunidade, no sentir e agir no
mundo. De igual forma o processo de aprendizagem não esta isento das interferências que as
ações e práticas comuns exercem no decorrer da vida. A aprendizagem sob a perspectiva
social de Wenger (2013) é colocada como um processo maior que a aquisição de
conhecimentos curriculares. É um processo que, além dessa aquisição, envolve a ampliação e
aquisição de conhecimentos atitudinais e comportamentais, com o desenvolvimento pleno do
sujeito para atuar como um ser social. Participando das atividades em comunidade, com
competências valorizadas e experiências significativas para a sociedade e para o indivíduo.
Por meio das análises das entrevistas realizadas junto aos alunos da turma de 3º ano do
curso de Florestas, Ensino Médio e Técnico Integrado do Campus de Telêmaco Borba do
IFPR, foi possível verificar indícios das componentes da teoria social de aprendizagem:
significado, prática, comunidade e identidade. Por meio das análises, foi possível verificar a
presença das quatro componentes interconectados no processo de aprendizagem.
Com relação a categoria Significados, as principais características encontradas
referem-se as decisões, o interesse e as visitas técnicas. As decisões são colocadas como
sendo uma experiência significante, sejam as decisões passadas de ingresso no curso, ou as
decisões futuras. O interesse é posto como algo que influencia as experiências vividas as
quais podem ser intensificadas ou não mediante o interesse pela experiência. E as visitas
técnicas, visitas em feiras e participações em eventos são apontado como as experiências que
mais trouxeram significado para a formação.
A categoria Prática foi a que os alunos mais fizeram colocações e apontamentos, sendo
que esta possui maior número de frases categorizadas. As entrevistas trazem diversas formas
do saber fazer, em que as mais destacadas foram à diversidade de atividades em que o técnico
pode atuar, a descrição detalhada de tarefas especificas do técnico, e a contribuição das visitas
técnicas para o aprendizado amplo e prático.
Com relação a categoria Comunidade, os alunos manifestaram na entrevista a
participação em diferentes comunidades, e como a aprendizagem que ocorre na comunidade
escolar influencia em outras comunidades, possibilitando aplicação dos conhecimentos em
diferentes contextos. Fica evidenciada a existência de outras comunidades menores dentro da
comunidade de técnicos florestais. E ainda, diferentes comunidades que se conectam as de
técnicos florestais para o cumprimento de tarefas em um setor empresarial.
A categoria Identidade, as entrevistas evidenciam a preocupação com a transição do
estudante para o profissional, o torne-se técnico na prática. As inquietações também perfazem
o caminho da carreira a ser seguida. O descobrir-se nas relações de maior intensidade e
afinidade. E por fim, a aprendizagem como processo importante para o desenvolvimento de
valores.
A análise realizada das entrevistas permitiu entender um pouco mais, sobre como os
alunos concebem a própria aprendizagem. Os alunos manifestaram na entrevista, que o
aprendizado compreende aspectos das componentes da teoria da aprendizagem social. A
aprendizagem acontece não apenas no campo estritamente formal e nem apenas no campo
informal, mas que uma e outra estão combinadas no processo de aprendizagem. Dessa forma,
pode-se perceber que a aprendizagem é plural e suas formas são complementares, o que
contribui para a atuação em comunidade de forma consciente e responsável.
Agradecimentos
Agradeço ao Professor Sergio de Mello Arruda pela orientação neste trabalho. A UEL
pela oportunidade de participar do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciência e
Educação Matemática. Ao IFPR por colaboração na disposição dos discentes para a realização
da coleta de dados.
REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BRASIL. Novas formas de Aprender: Comunidades de aprendizagem. Boletim 15, 2005.
CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed,
2000. 93p.
FERREIRA, A. B. H. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Ed. Positivo. 2010.
FLORES M. A; FERREIRA, F. I. Currículo e Comunidades de Aprendizagem: Desafios e
Perspectivas. Santo Tirso, 2002.
LAVE, J.; WENGER, E. Legitimate Peripheral participation in communities of practice. Cap.
7, p. 111 –126. In: Supporting Lifelong Learning. Perspectives on Learning. Edited by
Roger Harrison, Fiona Reeve, Ann Hanson e Julie Clark. London and New York: Routledge
& Falmer. 2002
PASSOS, M. M. OLIVEIRA, B. K., SALVI, R. F. As Questões de “Matemática e suas
Tecnologias” do “Novo ENEM”: um olhar com base na Análise de Conteúdo. Educ. Matem.
Pesq., São Paulo, v.13, n.2, pp.313-335, 2011.
WENGER, E. Communities of practice and social learning systems. Cap. 10, p. 160 –179.
In: Supporting Lifelong Learning. Organizing learning. Edited by Fiona Reeve Marion
Cartwright and Richard Edwards. London and New York: Routledge & Falmer. 2002.
WENGER, E. Uma teoria social da aprendizagem. Cap. 16, p. 246 – 257. In: Teorias
contemporâneas de aprendizagem. Organizador, Knud Illeris. Porto Alegre: Penso, 2013.
WENGER, E. Capacidade social de aprendizagem Quatro ensaios sobre inovação e
aprendizagem em sistemas sociais. Disponível em: http://wenger-trayner.com/wpcontent/uploads/2011/12/09-04-17-Etienne-Wenger-PT.pdf. Acesso em: 10/06/2014.
AN ANALYSIS OF LEARNING IN A CLASS OF MEDIUM AND
TECHNICAL COMPONENTS UNDER THE PERSPECTIVE OF
TEACHING OF SOCIAL LEARNING THEORY
Abstract: Learning is a social process that occurs in conjunction with other activities of daily
living. The social learning theory, presented by Wenger (2013), whose main focus social
participation as a comprehensive process of involvement and active participation in the
practices of social communities. The social learning in this view is placed as a process that
involves the construction of scientific, theoretical behavioral skills. Scientific and research
work on the area of social learning are relevant to an education perspective in which
knowledge consists not only of a set of information. Because of this, this article presents the
results of the analysis of interviews with a group of high school student and Technician IFPR.
For the analyzes of the interviews, we used four main aspects, meaning, practice, community
and identity, which form the components to social learning theory.
Keywords: Social Learning Theory, Community, Middle and Technical Education.
Download

uma análise sobre a aprendizagem em uma turma de ensino médio