GUIAS ESPIRITUAIS DE DOM BOSCO Ambientação: Quadro de Dom Bosco e a frase: “Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro” (Eclo 6,14b), guias espirituais (Mamãe Margarida, Padre Calosso e Padre Cafasso). ANIMADOR: Na vida de grupo todos precisamos de guias que nos orientem sobre o caminho devemos seguir para errar o mínimo possível; pessoas amigas sempre dispostas a nos ajudar. Apresentamos a seguir o relato de três pessoas importantes na vida de Dom Bosco e que foram decisivas em sua escolha e vocação. Dividir os participantes em três grupos para que leiam os textos e conversem sobre as questões: Grupo 1: MAMÃE MARGARIDA Mamãe Margarida: “Meu filho, este foi um grande dia para ti. Estou certa de que Deus tomou posse do teu coração. Promete-lhe agora que farás o que puderes para te conservares bom até o fim da vida. Para o futuro, comunga frequentemente, mas jamais cometa sacrilégio. Diz sempre tudo na confissão. Sê sempre obediente, vai de boa vontade a doutrina e aos sermões, mas, por amor de Deus, foge como da peste dos que têm más conversas”. Dom Bosco: “Guardei as recomendações de minha piedosa mãe e esforcei-me por praticá-las, e parece-me que desde esse dia houve alguma melhora em minha vida, especialmente na obediência e submissão aos outros, o que antes me custava muito, pois queria sempre fazer minhas objeções a quem me dava alguma ordem ou conselho”. BOSCO, São João. Memórias do Oratório de São Francisco de Sales. São Paulo: Salesiana, 2005. p. 27. Grupo 2: PADRE CALOSSO “Coloquei-me logo nas mãos do Pe. Calosso, que a poucos meses chegara aquela capelania. Abri-me inteiramente com ele. Manifestava-lhe prontamente qualquer palavra, pensamento e ação. Isso muito lhe agradou, porque desta maneira podia orientar-me com segurança no espiritual e no temporal. Fiquei sabendo quanto vale um amigo estável, um fiel amigo da alma, que até então não tivera. Entre outras coisas proibiu-me logo uma penitência que eu costumava fazer e que não era apropriada a minha saúde e condição. Animou-me a frequentar a confissão e a comunhão, e ensinou-me a fazer todos os dias uma breve meditação, ou melhor, uma pequena leitura espiritual. Passava com ele todo o tempo que podia nos dias santificados. Nos dias de semana, quando possível, ia ajudar-lhe a santa missa. A partir deste tempo passei a perceber o que é a vida espiritual, pois antes agia de maneira um tanto material, qual máquina que faz uma coisa sem saber por quê.” BOSCO, São João. Memórias do Oratório de São Francisco de Sales. São Paulo: Salesiana, 2005. p. 30. Grupo 3: PADRE CAFASSO “No mesmo ano em que faleceu Pe. Calosso, a divina providência fez-me encontrar um novo benfeitor, o Pe. José Cafasso, de Castelnuovo d’Asti. (...) Só vi uma pessoa longe de qualquer espetáculo. Era um clérigo, de pequena estatura, olhos cintilantes, aparência afável, rosto angélico. Apoiava-se a porta da Igreja. Fiquei como que fascinado pela sua figura, e apesar de ter apenas 12 anos, movido pelo desejo de falar-lhe, aproximei-me e dirigi-lhe estas palavras. - Senhor cura, quer ver algum espetáculo da nossa festa? Eu o levo com muito gosto a onde desejar. Ele fez gentilmente um sinal para que me aproximasse e começou a perguntar sobre minha idade, sobre o estudo, se já havia recebido a sagrada comunhão, com que frequência me confessava, aonde ia ao catecismo e coisas assim. Fiquei encantado porque aquela maneira eficiente de falar, respondi com satisfação todas as perguntas e depois, como para agradecerlhe a afabilidade, renovei o oferecimento de acompanhá-lo para ver algum espetáculo ou novidade. - Meu caro amigo – replicou -, os espetáculos dos padres são as funções de igreja; quanto mais devotamente se celebrarem, tanto mais agradáveis serão. Nossas novidades são as práticas da religião, que são sempre novas e, por isso, deve-se frequentá-las com assiduidade. Estou só esperando que se abra a igreja para entrar. Criei coragem para continuar a conversa e acrescentei: - É verdade tudo quanto me diz. Mas há tempo para tudo: tempo para ir a igreja e tempo para divertir-se. Ele se pôs a rir e concluiu com estas memoráveis palavras, que foram como o programa de toda a sua vida: - Quem abraça o estado eclesiástico entrega-se ao senhor, e nada do mundo deve interessá-lo, a não ser o que pode redundar em maior glória de Deus e proveito das almas. Muito impressionado, quis saber o nome do clérigo, cujas palavras e porte manifestavam em elevado grau o espírito do Senhor. Soube que era o clérigo José Cafasso, estudante do 1º ano de teologia, de quem em diversas ocasiões já ouvira falar como de um modelo de virtude.” BOSCO, São João. Memórias do Oratório de São Francisco de Sales. São Paulo: Salesiana, 2005. p. 33. QUESTÕES PARA REFLETIR EM GRUPOS Que elementos deste guia espiritual chamou atenção para o grupo? O que você entende por guia espiritual e qual a sua importância? Como podemos identificar um guia positivo de um guia negativo? Quem são os guias espirituais de hoje? Onde eu busco orientação espiritual? (pessoal) Socialização sobre as questões para todo o grupo. DINÂMICA GUIA DE CEGOS Material: Alguns lençóis ou vendas, e uma área com obstáculos, de preferência em espaço aberto. Descrição: O coordenador venda os olhos de todos, caso não tenha vendas o coordenador deverá pedir a todos que fechem os olhos. Os cegos devem caminhar desviando-se dos obstáculos durante determinado intervalo de tempo. Após este tempo deve-se realizar alguns questionamentos para os mesmos, tais como: Como vocês se sentiram sem poder enxergar? Tiveram medo? Por quê? De quê? Que acham da sorte dos cegos? Em seguida, a metade dos participantes devem abrir os olhos para servir como guia, que conduzirá o cego por onde quiser. Depois de algum tempo pode ser feito tudo novamente e os guias irão vendar os olhos e os cegos serão os guias. Após este tempo pode-se fazer os seguintes questionamentos: Como vocês se sentiram nas mãos dos guias? Tiveram confiança ou desconfiança? Por quê? É preferível sozinho ou com um guia? Por quê? Por último, dispõem-se dois voluntários de cego, sendo que um guiará o outro. Ao final, podem-se realizar os mesmos questionamentos do passo anterior. Dentre os questionamentos finais, a todos, pode-se citar: O que a dinâmica teve de parecido com a vida de cada um? Além da cegueira física, vocês conhecem outros tipos de cegueira? Quais? (ira, ignorância, inveja, apatia, soberba, etc.) Os homens tem necessidade de guias? Quem são os outros guias? (Deus, Jesus, Maria, família, educadores, amigos, etc.) Costumamos confiar nestes guias? O que acontece com quem não aceita o serviço de um guia? Qual a pior cegueira: a física ou a de espírito? Por quê? O Evangelho relata várias curas de cegos (Mt 9,27-32; e Jo 9,1-39). Qual a semelhança que se pode encontrar, por exemplo, entre o relato de São Lucas e a sociedade moderna? Música: Amigos pela fé (Anjos de Resgate) Quem me dará um ombro amigo Quando eu precisar? E se eu cair, se eu vacilar, Quem vai me levantar? Sou eu, quem vai ouvir você Quando o mundo não puder te entender Foi Deus, quem te escolheu pra ser O melhor amigo que eu pudesse ter Amigos, pra sempre Bons Amigos que nasceram pela fé Amigos, pra sempre Para sempre amigos sim, se Deus quiser Quem é que vai me acolher, Na minha indecisão Se eu me perder pelo caminho Quem me dará a mão Foi Deus, quem consagrou você e eu Para sermos bons amigos, num só coração Por isso eu estarei aqui Quando tudo parecer sem solução Peço a Deus que te guarde (que te guarde, abençoe e mostre a sua face) E te dê a sua Paz.