Sociedade Brasileira de Química ( SBQ) O CONCEITO DE RAPIDEZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO QUÍMICA NA REPRESENTAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO Humberto G. Silva Neto (IC)*1, Elane S. Oliveira (IC)1, Karina A. Barros (IC)1, Shirlane A. Santos (IC)1, Ana Maria A. Souza (PQ)2, Arnaldo R. Carvalho (PQ)1. [email protected] 1 Departamento de Química Fundamental-UFPE, 2Colégio de Aplicação-UFPE. Palavras Chave: rapidez de reação, cinética química Introdução No estudo da Cinética Química, o conceito de rapidez de uma transformação química aflora como não sendo de fácil compreensão para os alunos do Ensino Médio. A falta de clareza na percepção deste conceito por parte dos professores de química da Rede Pública de Ensino do Estado de Pernambuco tornou-se evidente no desenvolver das atividades de atualização docente do Projeto Graciliano Ramos promovido pela SEDUC-PE. Neste trabalho, são analisadas as representações destes professores sobre o conceito de rapidez de uma transformação química e, estas, relacionadas com as suas concepções a respeito dos diversos fatores capazes de influenciar essa rapidez. Representação, neste trabalho, é entendida como “o produto e o processo de uma atividade mental, através do qual um indivíduo, ou um grupo, reconstitui o real, ao qual ele é confrontado e assim lhe atribui uma significação específica” (Abric, 1987). A função essencial da representação é a apreensão do mundo pelo sujeito, permitindo compreendê-lo e interpretá-lo. Resultados e Discussão A representação dos professores foi investigada pela aplicação de um questionário aberto nas fases pré e pós de uma oficina teórico-experimental, ministrada em laboratório e aplicado individualmente a 19 professores de química, lotados em escolas do interior do Estado. No questionário, foram solicitadas: a definição de rapidez de uma transformação química (denominada pela maioria dos autores, velocidade de reação), a enumeração dos fatores capazes de afetála e a explicação adequada do comportamento de cada um deles em cada processo. Evidenciou-se que na fase pré, somente 21% dos professores externaram uma definição aceitável, enquanto 59% enumeraram os fatores e descreveram a sua atuação em termos satisfatórios. Na fase pós, o mesmo questionário foi aplicado em duas ocasiões. Na primeira, logo após a o termino da atividade, observou-se uma evolução para 37% no número de acertos relacionados à definição do conceito e para 28a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química 67% os acertos correspondentes à enumeração e explanação de comportamento dos fatores. Na segunda ocasião (uma semana depois), aplicado o questionário com o intuito de avaliar o nível de retenção de informações, verificou-se a ocorrência dos percentuais 37% e 65%, respectivamente. Conclusões A análise das respostas do questionário mostra que à frente das dificuldades enfrentadas pelos alunos na compreensão do conteúdo estudado na Cinética Química, emergem as deficiências das representações e o próprio desconhecimento dos conceitos por parte dos professores. O alto teor de definições do conceito de rapidez de uma transformação explicitadas como o “tempo necessário para uma transformação química se processar”, aponta para dificuldades na “área de linguagem – conceituações inexatas e/ou incorretas de termos que envolvem conceitos-chaves” (Peixoto, H. R. C. et al, 1996) o que ,justificaria, no caso, a não inclusão do termo “taxa de variação de uma quantidade”, nestas definições. A possibilidade do elevado número de acertos, quanto aos fatores que afetam a “velocidade das reações”, decorrer da quantidade de experimentos disponíveis e aplicáveis sobre o assunto na literatura - é real - e sugere uma reflexão sobre a necessidade de ampliar e diversificar o uso da experimentação no ensino de Química. Agradecimentos SEDUC-PE / PROEXT, PROACAD, DQF-UFPE ____________________ 1 Abric, J. C. Coopéracion, competition et representations socials. Editions Del Val, Cousset, Suisse. 1987. 2 Peixoto, H. R. C.; Sparapan, E. R. F.; Taddei, L.; Pitombo, L. R. M.; Marcondes, M. E. R. Rapidez e extensão das transformações químicas: estudos das dificuldades de aprendizagem, Resumos da 19 a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), Poços de Caldas, MG. 1996.