TRT/MG E S C O L A J U D I C I A L 9912167772/2007 DR/MG/MG INFORMA INFORMATIVO DA ESCOLA JUDICIAL DO TRT DA 3ª REGIÃO – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 Escola Judicial: 20 anos dedicados à formação de magistrados e servidores H Há 20 anos, quando o TRT da 3ª Região criou a primeira escola para magistrados trabalhistas do País, escreveu seu nome na história como grande incentivador da formação e do aperfeiçoamento dos juízes. Pelo pioneirismo, a EJ tornou-se referência nacional na busca do aprimoramento técnico-profissional e da formação interdisciplinar do magistrado. Conheça mais, nesta edição, a história da EJ-TRT e saiba por que a sua trajetória influenciou a regulamentação da capacitação dos magistrados pela Enamat - Escola Nacional de Aperfeiçoamento e Formação de Magistrados Trabalhistas, em nível nacional. INFORMATIVO DA EJ – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 2 E d i t o r i a l Especial 20 anos A o completar 20 anos, a Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais tem muitos motivos para, sem vaidade, orgulhar-se do papel socioinstitucional que vem desempenhando tempo afora, ontem, hoje e em provável amanhã. Vinte anos podem representar vinte, duzentos, dois mil ou até mais passos em direção ao topo – valores transcendentais suplantando os materiais, numa sociedade pós-moderna com muitas escolhas nas prateleiras do consumo, inclusive o cultural. Em realidade, a Escola Judicial da 3ª Região é uma Escola muito simples, chegando mesmo ao franciscanismo. Tratase de uma Escola bem ao estilo e à têmpera dos mineiros. Ela é austera. Possui salas acanhadas, mobiliário simples, beirando à antiguidade. Tem poucos funcionários, porém está alicerçada em profundas raízes serpenteadas, terra adentro, por minério e ferro, por ouro e prata, por sonhos e realidades. Quem a conhece sabe do que estou falando. Das suas acomodações, emerge uma ambientação cultural simples; uma atmosfera de reflexão densa. A EJ funciona no antigo e saudoso prédio da Rua Curitiba, onde a Justiça do Trabalho mineira se encorpou, e possui poucos, porém competentes e abnegados funcionários. O seu caminhar para dentro de si, em contato com os Magistrados Trabalhistas, é também e simultaneamente um renovar-se constante para fora, isto é, com os diversos interlocutores sociais, destinatários da tutela jurisdicional. O seu recolhimento interior, necessário à formação inicial e ao aperfeiçoamento continuado dos Juízes e servidores, não representou, em momento algum, um trancamento de ideias, nem um isolamento autossuficiente, carrancudo ou casmurral, nem mesmo um policiamento jusideológico, muito menos um refúgio cômodo e conveniente para o corporativismo. Seu êxodo, Desembargador Luiz Otávio Linhares Renault Diretor da Escola Judicial do TRT da 3ª Região sua caminhada ascendente e transparente para fora, projeta-se na qualidade moral, jurídica e intelectual do serviço público prestado pelo Poder Judiciário Trabalhista de Minas Gerais, aberto como a abóbada celeste para a sociedade de onde partem e para onde se destinam as suas ações. A respeito das suas inúmeras atividades, desenvolvidas em prol da formação e do aperfeiçoamento dos Magistrados do Trabalho, a Escola Judicial vangloria-se de ser uma referência didático-pedagógica, que a inseriu no rol das grandes Escolas da Magistratura, em âmbito estadual, nacional e internacional, sempre como uma instituição pública, jamais por seus membrosdiretores, coordenadoras pedagógicas, conselheiros e colaboradores. Este informativo traz algumas gotas, alguns pingos, algumas notas da sua história, iniciada em 17 de outubro de 1988, e que vem contada, cortada e recortada em acordes – harpas e cítaras - por alguns de seus ex-diretores e coordenadores acadêmicos, que, gentilmente, prontificaram-se a prestar depoimentos carregados de sentimentos, bem como de apelos para o justo e para o bem. Na condição de primeira Escola de Magistratura Trabalhista do país, a Escola Judicial da 3ª Região pode dizer, por intermédio de seus artífices intelectuais, que se constituiu em importante referência, pela experiência acumulada, para o processo de implantação da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento da Magistratura Trabalhista – Enamat, assim como para a regulamentação do Curso de Formação Inicial no plano nacional, hoje, obrigatório para o vitaliciamento do Magistrado. Essa previsão relacionada com a formação inicial dos Magistrados, contida na Emenda Constitucional 45/2004, é reconhecida como uma das maiores contribuições para a relevância, importância, solidez e possível perenidade das Escolas Judiciais, que se fortaleceram institucionalmente, tornando-se importantes ferramentas para a consecução da justiça social, INFORMATIVO DA ESCOLA JUDICIAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO - MG - Ano V - nº 10 - FEVEREIRO/2009 Direção Luiz Otávio Linhares Renault Coordenação Acadêmica Graça Maria Borges de Freitas Formação Inicial e Permanente de Juízes César Pereira da Silva Machado Júnior, José Murilo de Morais, José Roberto Freire Pimenta, Martha Halfeld Furtado de Mendonça Schmidt Deontologia César Pereira da Silva Machado Júnior, Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto, Graça Maria Borges de Freitas, Márcio Flávio Salem Vidigal Relações Institucionais Fernando Gonçalves Rios Neto, Graça Maria Borges de Freitas, Martha Halfeld Furtado de Mendonça Schmidt Revista Adriana Goulart de Sena, Emerson José Alves Lage, Maria Cristina Diniz Caixeta Formação de servidores Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto, José Murilo de Morais, Luiz Olympio Brandão Vidal, Márcio Flávio Salem Vidigal Documentação, Pesquisa e Memória da Justiça do Trabalho Adriana Goulart de Sena, Emerson José Alves Lage, Luiz Olympio Brandão Vidal, Maria Cristina Diniz Caixeta Assessor Ronaldo da Silva Secretaria 32387826/3238-7815 Biblioteca e Centro de Pesquisa 3238-7816 Centro de Memória 3238-7822 Centro de Pedagogia 3238-7829 Centro de Direito e Psicanálise 3238-7829 Centro de Tecnologia (internet) 3238-7827 Revista 3238-7825 Redação e edição Divina Dias e Lucineide Pimentel - DRT-MG 5002 Projeto Gráfico Patrícia Melin Diagramação Imaculada Lima Revisão Alice de Carvalho, Beth Guimarães Impressão Diretoria Gráfica INFORMATIVO DA EJ – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 3 TRT/MG 9912167772/2007 DR/MG/MG visto que os Magistrados, com o aprimoramento profissional, tornam-se cada vez mais bem preparados para lidar com as questões impostas pelos desafios da complexa realidade social globalizada. Judicial, “AnoEscola que tange à O princípio a que Schoenheimer denominou estado dinâmico dos constituintes corpóreos, segundo o qual nada há de fixo e imutável em nosso ser físico, é imagem singularmente exata da condição de fluidez a que devem estar adstritas a preparação cultural, técnica, ética e intelectual dos Juízes. Estas talvez sejam o desdobrar da missão das Escolas Judiciais: a inquietação, a (in)trepidez contida, o questionamento incontido, a busca desmedida, para além da formação inicial e do aperfeiçoamento profissional, a fim de propiciar o desenvolvimento pessoal, moral, jurídico, intelectual e cultural do Magistrado, finamente aguçado e torneado pelas tramas e pelos dramas advindos da vibrante rede de relações sociais, tendo como pano de fundo os conflitos trabalhistas, perspectivados pelo Estado Democrático de Direito. O Desembargador aposentado e professor Márcio Túlio Viana, amigo de longa data e de todas as horas, homem simples, cultíssimo e despido de vaidades, sintetizou a filosofia da nossa Escola "a formação tem que mudar a cabeça e o coração desses profissionais, mostrar o Direito e a prática, tocar a sensibilidade do juiz e torná-lo capaz de fazer escolhas mais conscientes sobre como lidar com o Direito do Trabalho". Dessa ótica, ouso dizer que uma Escola não é um conjunto físico, em cuja composição entram pedra, cal, areia, tijolos, cimento, aço e concreto; da mesma forma, adiciono que uma Escola não é construída de ricos aparatos nem ornada de tapetes, finas e longas cortinas; em firme realidade, as vigas da moral e da intelectualidade integram o rol prioritário, o eixo matricial de suas vigílias franciscanas. Uma Escola, qualquer que seja ela, é feita por pessoas de carne e osso. Ela é também uma construção espiritual e propositiva, que se alonga e se projeta nas três dimensões do tempo – passado, presente e futuro. Portanto, a sua essência é composta de sentimento e de aguda percepção da realidade social, algumas das grandes virtudes do ser humano, a quem se destinam todas as ações públicas. es-polo do formação continuada, precisa adquirir um perfil mais plural e fértil, no sentido de alcançar todos os Magistrados. ” No esforço para aperfeiçoar o que já foi conquistado, a Escola Judicial incentiva o estudo, o debate e a reflexão sobre temas diversificados, adotando como método didático a formação de grupos de estudos, de maneira a fomentar a autocapacitação de Magistrados e servidores, objetivada pela democratização das suas atividades, para oferecer a oportunidade de participação àqueles que atuam em regiões mais distantes da sua sede. Para isso, foram adotados instrumentos provenientes das novas tecnologias da informação, o que vem permitindo a transmissão on-line de eventos, bem como a realização de cursos em cidades-polo do interior do Estado. Nestes 20 anos, a EJ adquiriu maturidade, já anda com seus próprios pés, ainda que com sapatos de barro, porque, se por um lado ela adquiriu autonomia didática, administrativa, cultural e intelectual, por outro lado, ela necessita de pés sólidos, vale dizer, de autonomia financeira, para ser mais ágil e eficiente. Na minha opinião, a Escola tem muito o que alcançar. E, aqui, além da autonomia financeira – o que não significa, em hipótese alguma, falta de apoio da atual administração, em especial do Exmo. Desembargador Presidente, Dr. Paulo Roberto Sifuentes Costa, que sempre sugeriu, acolheu e incentivou as atividades da EJ - vou destacar, enfaticamente, apenas mais duas. A descentralização e a participação comunitária. A Escola Judicial, no que tange à formação continuada, precisa adquirir um perfil mais plural e fértil, no sentido de alcançar todos os Magistrados. Ela necessita de Desembargador Luiz Otávio Linhares Renault - Diretor da Escola Judicial do TRT da 3ª Região INFORMATIVO DA EJ – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 4 delegados nas cidades-polo; ela necessita de juízes multiplicadores de suas atividades; ela necessita de desdobramentos articulados com todas as Varas trabalhistas, derramando-se sobre as comunidades de base. Se a alma de Minas Gerais já foi, por assim dizer, conquistada, é preciso, agora, conquistar o seu chão. A Escola tem de chegar aonde estão todos os Juízes, interior afora, rincões, sertões, veredas e grotões, saltos e divisas, extremos e extremas. Ser e estar presente nas jurisdições de todas as Varas do Trabalho, lado a lado com o Juiz, com os servidores, avivados pela comunidade na qual estão inseridos – o trabalho é a dignidade do ser humano e a alma da sociedade. Paralelamente, se não for possível trazer todos os segmentos da sociedade para o seu interior, a Escola deve, pelo menos, manter constante diálogo com os jurisdicionados, saindo em campo, onde os fatos brotam e para onde eles (se) voltam, a fim de que possa contribuir para o aprimoramento da qualidade da tutela jurisdicional. Creio que essa ambientação horizontal outorgar-lheá maior legitimidade, a fim de que possa contribuir para que os Juízes do Trabalho sejam o que a sociedade deseja que eles sejam, assim como para que a sociedade seja o que os Juízes esperam que ela seja. Da simbiose à síntese: as Escolas Judiciais devem aspirar à transcendência. Nada impede que elas sejam um canal aberto, um veículo de permanente ensinamento e de aprendizado entre o Poder Judiciário e a sociedade – salas de aula e de audiências nas ruas. Esta talvez seja uma metáfora possível: uma Escola Judicial portas abertas. Outro aspecto relevante. No meu entendimento, na atualidade, a Escola Judicial serve melhor aos Magistrados da Capital e da Grande-BH, bem como aos das Varas que se situam próximas a Belo Horizonte, mesmo assim, sem muito se lançar no meio social. É sabido que, no que tange aos Juízes que atuam nas Varas mais longínquas, torna-se muito difícil a participação deles nas diversas atividades que compõem o eixo matricial da Escola Judicial, mormente se forem consideradas as perspectivas na carreira, a cada dia mais penosa e mais longa. Em apertada síntese, estas são, portanto, algumas de suas metas prioritárias: a) maior agilidade e eficiência via autonomia financeira; b) descentralização maior para que possa chegar a todos os Magistrados, indistintamente, com a mesma qualidade e intensidade; c) maior e mais intenso diálogo, assim como uma participação didático-pedagógica multiparticipativa, com algumas atividades abertas aos vários segmentos sociais. Numa edição comemorativa de 20 anos, olhos voltados para o passado; olhos direcionados para o futu- ro; pés no presente; não poderíamos esquecer os novos Juízes, presente e futuro da magistratura, que a cada dia participam mais e mais das nossas atividades, e cujos depoimentos deitam um olhar crítico e contemporâneo sobre o leito da Escola Judicial, que é deles, é todos nós, mas que certamente servirá por maior tempo aos mais jovens, fonte de permanente contato com os jurisdicionados e com a sociedade, uma vez que a primeira instância é o hall de entrada e de saída dos empregados e dos empregadores, dos trabalhadores e dos tomadores de serviços, que são os que deveriam também ter a oportunidade de dizer o que pensam e esperam do Poder Judiciário Trabalhista. Último acorde, nas cordas longas daqueles que acordam com o repicar, dentro do peito, dos sinos de dias mais justos – todo gasto público só se justifica quando revertido integralmente em benefício da coletividade, na medida do possível, com a participação direta dela, a quem se destinam todas as ações públicas. Portanto, estimo que a nossa Escola Judicial seja uma Escola poliedral, fonte permanente de escolhas democráticas e de acertadas atividades, fechadas e abertas, internas e externas, verdadeiras partituras jurídico-intelectuais, enxergada da rua para dentro e de dentro para a rua, por vários ângulos sociais, adquirindo, com essa pluralidade de doces harmonias culturais, a sua identidade institucional, bem ao ritmo dos mineiros – valsas com os pés no chão de terra, chão de terra batida, caminhos críticos e ideais libertários, em prol de um sólido Estado Democrático de Direito, esteio de uma sociedade mais justa e mais fraterna, solidificada pelo trabalho da pessoa humana, assim como pela ação equilibrada dos Juízes do Trabalho. “ Todo gasto público só se justifica quando revertido integralmente em benefício da coletividade, na medida do possível, com a participação direta dela, a quem se destinam todas as ações públicas. ” Desembargador Luiz Otávio Linhares Renault - Diretor da Escola Judicial do TRT da 3ª Região INFORMATIVO DA EJ – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 5 20 anos da Escola Judicial do TRT-MG urante sessão solene de instalação da Escola Judicial do TRT da 3ª Região, em 17 de outubro de 1988, ficaram marcadas as palavras do desembargador Renato Moreira Figueiredo, então presidente do TRT-MG e idealizador da Escola Judicial. Seu pronunciamento destacava o pioneirismo da 3ª Região com aquele importante passo em direção ao futuro, no qual o Judiciário encontraria uma nova realidade, repleta de desafios impostos pela nova Carta Constitucional, promulgada pelo Congresso Nacional. Disse o fundador da Escola: “(...) Devemos estar conscientes de que o Judiciário teve aumentadas em muito as suas atribuições com a promulgação da nova Constituição, principalmente o Judiciário Trabalhista, que, além do enfoque da ampliação da competência, tem, na Carta Magna, verdadeira CLT, quando, em alguns capítulos, e, principalmente, no seu Capítulo II, prevê os direitos sociais dos cidadãos brasileiros. (...) mudanças de tal magnitude, que alteram marca- damente as relações de trabalho em nosso país, exigirão profundas exegeses do pensamento jurídico e ampliarão, enormemente, as demandas e responsabilidades atribuídas à Justiça do Trabalho”. Criada em 18 de setembro de 1988 (RA 56/1988), a Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região foi instalada em 17 de outubro do mesmo ano. A partir da criação do Curso de Formação Inicial com duração de quatro meses, em 2001, seis turmas de juízes passaram pela Escola. Desses, 95 participaram do Curso de Formação Inicial na Enamat, no TST, desde que foi instituído o módulo nacional, em 2006. (RA 1158/2006). Fotos: Memória D Desembargadores Diretores da Escola Judicial • • • • • • Renato Moreira Figueiredo -1988-1993 Orestes Campos Gonçalves -1993-1995 Álfio Amaury dos Santos -1995-1997 Gabriel de Freitas Mendes -1997-1999 Júlio Bernardo do Carmo -1999-2001 Luiz Philippe Vieira de Mello Filho 2001-2003 • José Murilo de Morais -2004-2005 • José Roberto Freire Pimenta - 2006-2007 • Luiz Otávio Linhares Renault 2008-2009 Formação de agentes públicos ganha relevância Madson/EJ A partir da Constituição de 1998, a criação de escolas institucionais no País ganhou força e, em Minas Gerais, esse processo teve início bem antes de promulgada a Emenda Constitucional 19, que estimulava a criação das escolas de governo. A coordenadora acadêmica da Escola Judicial do TRT-MG, juíza Graça Maria Borges de Freitas, explica que as escolas judiciais, assim como outras escolas institucionais, integram a formação da carreira. “Além do sistema nacional de ensino, que inclui as universidades, as escolas públicas e privadas, há, a partir da Emenda 19/98 da Constituição, o estímulo à criação das chamadas escolas de governo, nas quais estão inseridas as escolas de magistratura. Em razão disso, os três Poderes da República começaram a criar em seu âmbito escolas de formação e aperfeiçoamento dos seus membros. No entanto, àquela época, além de importantes escolas nacionais, como a ENAP e a ESAF, muitos órgãos e instituições em Minas Gerais já possuíam escolas, como o TJMG, o TRT, a ALMG e o Governo do Estado, com a Fundação João Pinheiro, o que revela a tradição do Estado mineiro no investimento em educação e na formação dos seus agentes públicos”, lembra a juíza. Obrigatória a Formação Inicial A partir de 2004, quando a Constituição Federal tornou obrigatória a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional etapa obrigatória no processo de vitaliciamento dos magistrados, a formação de juízes ganhou relevância e tornou-se princípio constitutivo da carreira do magistrado. Na ocasião, a Escola Judicial do TRT-MG não teve dificuldades para absorver as novidades trazidas pela Emenda Constitucional 45/2004, como a criação da Enamat – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, instalada pelo TST em 18 de setembro de 2006, pois sua trajetória já completava 16 anos. Por isso, a 3ª Região teve ativa participação no processo de implantação do módulo nacional do Curso de Formação Inicial e na regulamentação dos cursos de formação das escolas regionais, por meio da participação de conselheiros da Escola da 3ª Região no Conematra - Conselho Nacional de Escolas de Magistratura Trabalhista e no Conselho Consultivo da Enamat. INFORMATIVO DA EJ – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 6 Pioneirismo da 3ª Região Cassiano Nóbrega/EJ Célia Carvalho/EJ Turma do II Curso de Formação Inicial e o assessor da Escola Judicial, Ronaldo da Silva Turma do IV Curso de Formação Inicial na Escola Judicial Enamat Curso de Formação Inicial já havia sido instituído na EJ do TRT-MG no ano de 2001, com duração de quatro meses, quando a Enamat regulamentou os módulos de formação a serem desenvolvidos nas escolas regionais, com a duração mínima de dois meses. Atualmente, todos os 24 Tribunais Regionais possuem escolas judiciais. No entanto, logo que a EC 45 tornou obrigatória a participação de magistrados em cursos oficiais, diversos Regionais procuraram a 3ª Região para conhecer sua Escola e as atividades por ela desenvolvidas, no intuito de também criar ou aperfeiçoar as suas. Foram recebidos representantes da 4ª, 5ª, 8ª, 9ª, 14ª, 12ª e 15ª Regiões. O intercâmbio com essas e outras Regiões também permite que a Escola do TRT da 3ª Região aperfeiçoe seu trabalho, com a troca de experiências. A juíza Graça Freitas destaca que o modelo do Curso de Formação, adotado em âmbito nacional, teve muita inspiração no que a Escola de Minas Gerais já fazia e nas discussões desenvolvidas pelo conjunto das escolas regionais no Conselho Nacional de Escolas da Magistratura do Trabalho – Conematra. Como o curso nacional prevê matérias básicas de formação técnica, mas também uma formação interdisciplinar do magistrado, a juíza afirma que ele foi concebido com um forte cunho profissionalizante, porém, levando-se em conta a complexidade da função, “porque propõe estudos interdisciplinares, considerando os diversos conhecimentos e habilidades que o magistrado precisa ter para exercer bem a sua função. E esses conhecimentos não só são do âmbito jurídico. A Sociologia, a Filosofia do Direito, a História do Direito, a Economia, a Psicologia, a Psicanálise têm contribuído para ajudar o magistrado a interpretar melhor a realidade que o cerca e poder assim trabalhar mais satisfatoriamente com os fatos que ele encontra nos processos”, conclui. Célia Carvalho/EJ O Nova sede Funcionando desde a instalação, em 1988, na Rua Curitiba, 835, a Escola Judicial ganhará nova sede, no início de 2009, onde ficará mais acessível aos juízes e servidores da primeira instância. A Escola Judicial do TRT-MG ocupará dois andares do Fórum da Justiça do Trabalho, na Rua Goitacases. No local, há um amplo espaço para a Secretaria, a Biblioteca, a Revista e o Centro de Memória. Estarão disponíveis, também, sala de treinamento e duas salas multimeios, com 40m² cada uma, além de estacionamento facilitado. Escola Judicial do TRT-MG representada em reunião da Enamat pelo desembargador José Roberto Freire Pimenta e pela juíza do Trabalho Graça Maria Borges de Freitas INFORMATIVO DA EJ – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 7 Colaboradores e ex-diretores fazem homenagem à Escola Judicial Nesta edição comemorativa dos 20 anos da Escola Judicial, o EJ Informa traz depoimentos de ex-diretores e colaboradores que participaram e ainda participam da construção dessa bem-sucedida história. Centro de Memória “O que eu penso da Escola Judicial é como escreveu o conhecido compositor e cantor Guilherme Arantes `Que bom ver a menina madura/ a textura nativa na pele/ que bom ver a estrela nascer/ segura galgando a montanha/ melhor ainda poder chegar perto/ acompanhar os seus passos/ suas sombras/ suas formas/ seu instinto delicadamente forte/ que demais saber da sua essência/ agora revelada no sucesso de seu caminho/ e nada que a possa deter´.” “Ao ensejo da comemoração dos 20 anos de fundação (existência) da Escola Judicial, foi-me solicitado um breve relato das atividades empreendidas pela entidade durante a nossa gestão (19992001). Atendendo ao honroso convite do Exmo. Desembargador Dárcio Guimarães de Andrade, ilustre presidente do egrégio TRT – 3ª Região no biênio 1999/2001, assumi com ótimas intenções a direção da Escola Judicial, mesmo sabendo que a ausência de uma dotação orçamentária específica para incrementar as atividades da Escola talvez pudesse consubstanciar um empecilho ao rol de ações que já antevira para resgatar a sua dinâmica e o papel decisivo que ela ostenta no aperfeiçoamento profissional de juízes e servidores do Tribunal. Contando com valioso auxílio da secretária da Escola Judicial, Maria Helena, e de sua equipe de servidores, em curto espaço de tempo, empreendemos o calendário das atividades da instituição para todo o biênio. A nossa meta precípua foi efetivamente resgatar a importância da Escola Judicial como agente formador e aperfeiçoador da cultura jurídica de nossos magistrados e servidores, sem descurar a meta de colocá-la igualmente em evidência no cenário jurídico nacional, sendo que decisivas, neste contexto, foram as parcerias que procuramos estabelecer com os demais Tribunais Regionais do País, estimulando magistrados e juristas de outros Estados a colaborar com nosso projeto de gestão. Nesse sentido, além de cursos e seminários voltados para servidores e juízes, realizamos também inúmeros simpósios jurídicos nos quais procuramos valorizar a prata da casa, quando nossos mais eméritos magistrados e juristas tiveram amplo espaço cultural na Escola Judicial para exporem suas idéias por meio de inúmeras e sucessivas palestras. Um novo burburinho jurídico retirou a Escola Judicial de seu marasmo e devolveu-lhe o prestígio que ela merecia no seio do Tribunal e no cenário do País. Essa, em suma, foi a modesta colaboração, sempre coadjuvada por um brilhante corpo de auxiliares, que pudemos imprimir à dinâmica da Escola Judicial, hoje, graças ao empenho e ao árduo trabalho de seus sucessivos diretores, considerada uma escola-modelo no contexto nacional.” Desembargador Júlio Bernardo do Carmo Jânio Fernandes “Passaram-se vinte anos da data em que o Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, por um ato de absoluta ousadia e determinação, criou, em sua estrutura, um órgão que proporcionou a abertura de um espaço voltado ao aprimoramento doutrinário, técnico e prático dos magistrados, servidores e profissionais do Direito; um espaço em que se discutisse o aperfeiçoamento dos princípios e garantias de tutela e respeito aos jurisdicionados, às instituições e ao ideal de justiça, e de incentivo à pesquisa e ao debate jurídico, contribuindo para o desenvolvimento da ciência do Direito. Assim nascia a primeira Escola Judicial de âmbito federal, que, além de cumprir os seus objetivos, passou a ser modelo e paradigma para a criação de várias outras Escolas Judiciais em nosso País. É com muito orgulho que relembro a história de nossa Escola, como autor da proposta de sua criação e instalação e, na qualidade de seu primeiro Diretor, vejo que, ao longo desses vinte anos, nossa Escola Judicial encontra-se atualizada e moderna, uma vez que permanece aberta ao intercâmbio cultural e jurídico sem desvincular-se dos objetivos para os quais foi criada, enfrentando os desafios e transformações impostas pela sociedade contemporânea, e contribuindo, sobremaneira, para a difusão da paz social, papel fundamental da Justiça do Trabalho.” Desembargador Renato Moreira Figueiredo Centro de Memória O ex-diretor da Escola, Desembargador Álfio Amaury dos Santos, falecido em 6 de outubro de 2007, deixou registrado um depoimento sobre a Escola Judicial, gravado em 1997. “A Escola Judicial foi criada na sessão plenária de 18 de setembro de 1988. Foi a primeira Escola para magistrados trabalhistas do Brasil, e poucos dias a separam da Constituição Federal, que está também comemorando 20 anos. O seu primeiro diretor foi o desembargador Renato Moreira Figueiredo. De lá para cá, como a sua irmã, isto é, a Constituição Federal, a Escola Judicial completa vinte outubros, com muitos louros. Eu diria que vinte mil sonhos ainda a embalam. Se antes foi um sonho de poucos, hoje, é de todos os magistrados, aos quais serve democraticamente. Nesses vinte anos, a Escola Judicial adquiriu maturidade. Já anda com seus próprios pés, didática, administrativa, cultural e intelectualmente, embora necessite de sapatos: autonomia financeira. Na perspectiva, a Escola possui muitas metas para alcançar. E aqui, vou destacar apenas uma: a descentralização. Tornar a Escola Judicial, quanto à formação permanente, mais plural e democrática, no sentido de alcançar a todos os magistrados do nosso Estado. Com isso, quero dizer que a descentralização também é uma meta, o que exigirá o nosso esforço para que os magistrados do interior possam usufruir as atividades desenvolvidas pela Escola.” Desembargador Luiz Otávio Linhares Renault – Diretor da Escola Judicial 2008/2009. “Quando me coube a honra de dirigir a Escola Judicial, as instituições como um todo e, particularmente, o Judiciário estavam sob fogo cerrado de uma campanha orquestrada para iludir e manipular a opinião pública com estratagemas de meias-verdades que minavam a confiança dos jurisdicionados. Pesquisa encomendada pelo Tribunal de Justiça de Minas apontou que 63% dos mineiros não confiavam na Justiça. Atacava-se a morosidade, sim, mas os grandes responsáveis eram a desestrutura do sistema, o ultrapassado diploma processual, o crescimento das demandas desproporcionalmente ao número de juízes. Mas os golpes que calavam mais fundo eram aqueles dirigidos à qualidade das decisões, à falta de humanismo dos juízes, ao estrelismo de uma minoria que, no dizer de Nelson Jobim, encarava o Judiciário como espaço de sua própria biografia, acreditando, hereticamente, que o ofício, pelo simples fato de ser exercido, santificaria quem o exercesse! E nesse quadro de angustiante preocupação, a Escola Judicial teve participação importante na luta e vigilância pelo restabelecimento da confiança do povo nos juízes trabalhistas. Aliando-se ao idealismo daqueles que, como Couture, viam na dignidade do Juiz a dignidade do Direito, a Escola Judicial foi (e será sempre!) instrumento de inserção definitiva da Justiça do Trabalho no contexto harmônico da sociedade brasileira.” Desembargador Gabriel de Freitas Mendes Centro de Memória Guto/EJ Leonardo Andrade/ACS "Em seu 20º ano de funcionamento, num contexto histórico de afirmação da relevância das Escolas Judiciais como espaço necessário e específico à formação da magistratura, centrou-se a Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região nos estudos sobre o modelo de formação a ser propiciada aos magistrados para atuar na sociedade contemporânea e sobre as práticas pedagógicas adequadas. Com vista à formação integral do magistrado, a Escola Judicial tem buscado subsídios nas diversas áreas do conhecimento humano: Educação, Psicanálise, Sociologia, Economia, Filosofia, História e Direito, entre outras. A Escola Judicial da 3ª Região vem promovendo encontros de juízes para debater sobre a matéria, premente no cenário introduzido pela Emenda Constitucional 45/2004, que dispõe sobre a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho. Dentro desse contexto de efervescência científico-acadêmica, a Escola Judicial da 3ª Região tem por objetivo geral propiciar aos Juízes do Trabalho uma formação profissional tecnicamente adequada, eticamente humanizada, voltada para a defesa dos princípios do Estado Democrático de Direito e comprometida com a solução justa dos conflitos. Assim, a participação dos colegas nos cursos oferecidos é importantíssima não somente pelo aspecto do aprendizado individual, mas também pela troca coletiva de experiências, pelo estabelecimento de um espaço de debate institucional e para o constante aperfeiçoamento da Escola Judicial, ante a avaliação e sugestões que podem ser por eles apresentadas." Juíza Adriana Goulart de Sena - Titular da 35ª VT de BH - Conselheira da EJ Leonardo Andrade/ACS INFORMATIVO DA EJ – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 8 “Tempos atrás, líamos nos livros de Direito do Trabalho mais aquilo que procurávamos, o que sentíamos, pensávamos, a resposta estava nos livros. Então, aqueles que se preocupavam mais com a sorte dos oprimidos, quando escolhiam a carreira do Direito do Trabalho, era porque encontravam, ao longo de seus estudos, respostas para isso. O ensino do Direito era muito formal. Reverenciávamos os professores, as pessoas daquele tempo estavam mais preparadas para fazer uma crítica do sistema. Era o tempo dos grandes discursos, das grandes verdades. Líamos Marx, Freud e tínhamos espírito crítico da realidade. Agora vivemos um tempo em que as grandes verdades estão em crise, exceto uma: a do pensamento neoliberal. Os jovens de hoje não tiveram oportunidade de construir espírito crítico sobre o que ocorre. Muitos não escolhem a carreira por estarem sensibilizados com a questão social. Todos pensam em seu próprio problema. A formação jurídica atual tem que ser diferente no conteúdo e na forma, para despertar o espírito crítico. Temos que sair do Direito para outras disciplinas. A formação tem que ser humanística; isso vale para o curso de Direito e para a formação de juízes. A formação tem que mudar a cabeça e o coração desses profissionais, mostrar o Direito e a prática é o mínimo. O problema é realmente tocar a sensibilidade do juiz e torná-lo um multiconhecedor para ele entender o que está havendo com o Direito do Trabalho. Daí podem-se fazer escolhas mais conscientes sobre como lidar com o Direito do Trabalho. A Escola é para formar um cidadão não só no sentido de seu cargo, mas que seja cidadão mesmo, enquanto juiz. É o juiz se lembrando de que tem um cidadão dentro dele. Tem que se posicionar como um cidadão, mesmo quando julga. A Escola não vai fazer a cabeça, mas é um processo que dá oportunidade para a pessoa se posicionar com espírito crítico.” Desembargador Márcio Túlio Viana Leonardo Andrade/ACS 9 “A Escola Judicial do TRT-MG é importante espaço de reflexão e aprimoramento individual e coletivo e, para isso, vêm sendo alargadas as suas fronteiras, por meio de convênios e intercâmbio com escolas congêneres do Brasil e de outros países, como Espanha, França, Itália e Portugal, e com escolas diversas, destinadas à formação de agentes públicos. A Escola do TRT de Minas tem sido exemplo para outras Regiões e, devido à sua experiência anterior à criação da Escola Nacional, teve grande influência na regulamentação do Curso de Formação em âmbito nacional. O sucesso alcançado, porém, seria impossível sem o apoio das Administrações do Tribunal e a abnegação dos colaboradores.” Desembargador José Murilo de Morais “Considerando o conhecimento como um dos poucos bens que aumenta quando dividido, e a busca da sociedade por uma Justiça mais justa, rápida e capacitada, foi na Escola Judicial que aprendi muitas idéias, com base na experiência de colegas, as quais utilizo constantemente para não cometer erros do passado, acelerar a entrega da prestação jurisdicional e dar efetividade ao resultado do processo, ou seja, se pudesse definir a EJ em uma palavra, diria ESSENCIAL.” Marcos Vinícius Barroso - Juiz do Trabalho Substituto "Com a mudança de paradigmas decorrente do pós-positivismo, a tarefa do magistrado deixou de corresponder à simples aplicação da literalidade do texto legal, passando a representar a complexa definição dos litígios por intermédio da conformação da lei aos direitos fundamentais com vista à concretização destes últimos. Essa atribuição requer, como antecedente necessário, a formação e o aperfeiçoamento adequados do magistrado, com enfoque em diversas categorias, tais como a jurídica, a econômica, a cultural, a sociológica, a política, a filosófica, permitindo-lhe o desenvolvimento de senso crítico e constante vigilância pessoal no exercício de suas atividades. Tal é o papel institucional das Escolas de Formação e Aperfeiçoamento. A passagem pela Escola Judicial mineira, ainda em 2002, permitiu-me agregar conhecimento e experiência indispensáveis ao início da carreira, o que gera reflexos positivos e serve como verdadeiro referencial até os dias atuais.” Guilherme Guimarães Ludwig - Juiz Auxiliar da 7ª VT de Salvador/BA e Membro do Conselho Consultivo da EJ do TRT da 5ª Região Divulgação Leonardo Andrade/ACS Madson Mendes/ACS INFORMATIVO DA EJ – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 INFORMATIVO DA EJ – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 10 Centro de Memória ara cumprir sua missão institucional de promover a formação integral de magistrados e a qualificação técnica de servidores, a Escola Judicial vem buscando junto às Administrações do Tribunal a estrutura necessária no sentido de oferecer cada vez mais opções ao seu público interno específico. Destacam-se o Curso de Formação Inicial, que está em sua sexta turma, as atividades da formação permanente, que incluem congressos, palestras, seminários, lançamento de livros, encontros, entre outras. E ainda, o intercâmbio com universidades e escolas de magistratura estrangeiras, os convênios com universidades italiana e espanholas e a parceria com outras escolas de magistratura, escolas de formação de agentes públicos e associações de magistrados para a promoção de cursos ou eventos conjuntos. Também o Curso de Especialização em Direito Material do Trabalho, pós-gradua-ção lato sensu, que está em sua sexta turma. Nesta edição comemorativa dos 20 anos da Escola Judicial, são apresentadas as principais atividades desenvolvidas nos últimos anos. Parceria e intercâmbio no Brasil e exterior Com vista ao aperfeiçoamento do seu trabalho, a Escola Judicial do TRT de Minas Gerais buscou parceria com escolas de magistratura já consolidadas no exterior, inter ENM francesa Lucineide Pimentel/ACS P Atividades de formação inicial e permanente câmbio de experiências com escolas de magistratura locais e cooperação com escolas de formação de agentes públicos no Brasil, por meio da Reap – Rede de Escolas o de Formação de Agentes Públicos de Minas Gerais e da Rede Nacional de Escolas de Governo. Com tais parcerias, foi possível a realização de encontro com magistrados estrangeiros, de cursos no exterior, de cursos para os servidores e magistrados integrantes do seu quadro e o intercâmbio de publicações e informações sobre a formação de magistrados. Formação de formadores A presença de juristas e de formadores de diversos países na Escola Judicial do TRT-MG permitiu que os magistrados mineiros pudessem estabelecer comparação entre a formação adotada no Brasil e a praticada em países europeus. Foram promovidos cursos com formadores, como o realizado pelo magistrado francês Philippe Darrieux, diretor de Relações Internacionais da ENM francesa, e pela pedagoga Véronique Duveau Patureau, em agosto de 2005. Evento esse realizado em parceria com a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes, do TJMG. Também foram recebidas visitas de representantes do Centro de Estudos Judiciários de Portugal e da Escola Judicial da Espanha. A parceria com a Escola Judicial proporcionou a participação de nove magistrados em cursos na França, o intercâmbio de informações e publicações e a vinda do diretor da escola, Philippe Darrieux, e da pedagoga Véronique Duveau Patureau a Belo Horizonte, para ministrar curso para formadores, destinado a magistrados da 3ª Região e a membros das Escolas de Formação do Tribunal de Justiça e do Ministério Público Estadual de MG. Escola Judicial Espanhola Por meio de intercâmbio com a Escuela Judicial, é feita a permuta de publicações e a participação de magistrados da 3ª Região em cursos do programa Aula Ibero-Americana. Três magistrados mi-neiros já foram selecionados para participar de cursos desse programa pelo Consejo General del Poder Judicial espanhol. Universidade Castilha La Mancha Uma juíza da 3ª Região foi à Espanha participar de curso na Universidade. Atualmente encontra-se em discussão a assinatura de convênio com essa instituição. UBA – Universidade de Buenos Aires Por meio da parceria com a Universidade de Buenos Aires, sete magistrados da 3ª Região realizaram ali curso de especialização. Tor Vergata Universidade Roma II Convênio firmado permite a participação de magistrados em cursos de mestrado e doutorado na universidade italiana. Três magistrados da 3ª Região foram selecionados para cursos na Tor Vergata, dois deles iniciaram curso de doutorado em 2008. INFORMATIVO DA EJ – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 Também realizaram atividades em parceria com a Escola Judicial ou receberam magistrados mineiros em suas atividades: o Centro de Estudos Judiciários de Portugal, a Organização Internacional do Trabalho e o Consiglio Superiore della Magistratura da Itália. impresso e o site, que traz informações sobre a composição da Escola, seus departamentos, os grupos de discussão e de estudos, as normas, a biblioteca, além da agenda de eventos, cursos e a programação completa. Os eventos da Escola Judicial ganharam transmissão simultânea, via internet, e agora podem ser acompanhados por magistrados e servidores nas Varas do interior do Estado. Cursos para servidores no interior Está em andamento a sexta turma do Curso de Especialização em Direito do Trabalho: materialidade, instrumentalidade, efetividade, pós-graduação latu sensu. O curso é fruto da parceria firmada entre o TRT da 3ª Região/ Escola Judicial e a PUC-Minas, por meio do Instituto de Educação Continuada (IEC), o que propiciou a redução dos custos para os participantes. Servidores da Zona da Mata A Escola Judicial utiliza-se de variados instrumentos de comunicação como o informativo on-line, de edição semanal, o informativo Quando foi promulgada a EC 45/2004, que ampliou a competência da Justiça do Trabalho, o assunto mereceu atenção especial da Escola Judicial, que promoveu dois grandes seminários com efetiva participação de magistrados e servidores. Na ocasião, a Escola Judicial, em parceria com a Amatra3, colocou sua estrutura funcional à disposição de magistrados, que decidiram criar o Grupo de Discussão Virtual “Novas Competências da Justiça do Trabalho”. Em face das discussões acerca da implantação do processo eletrônico no Brasil, também está em funcionamento um grupo de estudos nessa área, o GEDEL. Augusto Carneiro/ACS Centro de Memória Novas competências da JT em debate Centro de Memória Novas ferramentas de Comunicação Novas competências da JT e Direito Eletrônico Novas ferramentas de comunicação Centro de Direito e Psicanálise O trabalho de aplicação da psicanálise na prática do juiz, desenvolvido pela Escola Judicial do TRT-MG, tem atraído o interesse dos magistrados deste e de outros Tribunais Regionais. Diversas escolas regionais e a Enamat foram visitadas pela psicanalista e servidora do TRT, Judith Euchares Ricardo de Albuquerque, que deu aulas em cursos de formação e realizou exposição sobre a atividade desenvolvida com os magistrados da 3ª Região. A Biblioteca Juiz Osíris Rocha foi inaugurada em junho de 2003 pelo então diretor da EJ, hoje ministro do TST, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho. No acervo, a biblioteca possui mais de 3 mil volumes, entre livros, periódicos e materiais especiais. A biblioteca é também parceira de instituições nacionais e estrangeiras relacionadas ao Direito e a áreas interdisciplinares na permuta de publicações. Faz o acompanhamento das atividades pedagógicas, dá suporte à elaboração de planejamento e avaliação pedagógica de cursos. Jânio Fernandes Pós-Graduação Biblioteca Centro de Pedagogia Noemi Siqueira Participaram de cursos, no interior do Estado, servidores de Barbacena, Cataguases, Juiz de Fora, Muriaé e Ubá e, também, de Uberlândia, Uberaba, Araxá, Araguari, Formiga, Ituiutaba, Patos de Minas, São Sebastião do Paraíso e do Posto Avançado de Iturama. As aulas foram ministradas pelos formadores da Escola Judicial nas cidades-pólo de Uberlândia e Juiz de Fora. 11 Audiências simuladas com estudantes Criado em março de 1997, o Centro de Memória da JT tem como objetivo promover e preservar a memória do TRT da 3ª Região, realizar o inventário do acervo correspondente e restaurar o patrimônio da JT. A exposição permanente da Memória da JT contém objetos e mobiliário da década de 1940, fotos e documentos que contextualizam a história da JT. O Centro de Memória desenvolve os projetos Justiça e Cidadania, Leis & Letras, História Oral e, ainda, gerencia os acervos fotográfico, audiovisual e textual da Instituição. INFORMATIVO DA EJ – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 12 Atividades da EJ têm como meta a formação integral Jacqueline Exupery/JT Poços de Caldas Participaram do seminário Meio Ambiente do Trabalho e Saúde do Trabalhador, realizado nos dias 26 e 27 de junho de 2008, psicólogos e médicos do TRT, que atuam na Escola Judicial e nas Diretorias de Recursos Humanos e de Saúde. Leonardo Andrade/ACS Madson Morais/EJ As inovações do processo digital e os desafios que as novas tecnologias impõem à Justiça do Trabalho e a seus magistrados foram discutidas de 21 a 23 de agosto de 2008, no I Congresso Mineiro de Justiça Digital e Direito do Trabalho, que reuniu 280 participantes presenciais. As conferências foram acompanhadas pela internet por 320 pessoas. Durante o encerramento, os magistrados da 3ª Região proclamaram a Carta de Caxambu, com 10 itens que prevêem as necessárias adequações para a implantação do processo eletrônico na Justiça do Trabalho. A conclusão é de que as novas tecnologias não podem constituir obstáculo à privacidade do trabalhador nem à garantia constitucional dos direitos fundamentais. No interior, a Escola Judicial vem promovendo cursos para assistentes de juízes sobre a redação de sentença. A novidade é que, com a utilização da internet, alguns cursos são virtuais, ou seja, transmitidos on-line. Os eventos podem ser acompanhados por servidores de diversas localidades, simultaneamente. Na foto, servidores da 1ª e 2ª Varas de Poços de Caldas participaram de curso utilizando a nova tecnologia. Leonardo Andrade/ACS “A Efetividade da Execução no Processo do Trabalho” foi tema de um grande seminário realizado pela EJ, nos dias 25 e 26 de setembro de 2008, e trouxe à discussão questões relevantes, diante da necessidade de reduzir o tempo de duração do processo após o trânsito em julgado da decisão de conhecimento em primeiro grau, até a entrega do resultado útil do processo ao seu beneficiário. Um dos palestrantes foi o desembargador Antônio Álvares da Silva, que falou sobre “A Efetividade da Execução no Processo do Trabalho - a aplicação da CLT, do CPC e da Lei de Executivos Fiscais”. O seminário “Liquidação de Sentença no Processo do Trabalho”, realizado no dia 19 de setembro de 2008 , trouxe o juiz José Aparecido dos Santos, titular da 17ª Vara do Trabalho de Curitiba (TRT da 9ª Região), para debater o assunto “Questões controvertidas em liquidação de sentença”. O seminário teve transmissão simultânea pela internet para 32 Varas do Trabalho no interior e Lucineide para os Pimentel/ACS Foros de Coronel Fabriciano, Governador Valadares e Montes Claros. O evento contou com grande participação de magistrados e servidores da 3ª Região. Lucineide Pimentel/ACS Lucineide Pimentel/ACS Congressos de magistrados, procuradores do trabalho e auditores fiscais são promovidos em parceria com a Escola Superior do Ministério Público da União/Núcleo PRT-MG, Amatra3 e Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho e Ministério do Trabalho. Os encontros, realizados anualmente, tornaram-se um espaço para reflexão sobre a atuação conjunta dos membros das instituições na promoção dos direitos sociais do trabalhador.