Minha cadeira, minha vida… Processamento ato socionômico 12/04/2014 Coordenação grupal: André Marcelo Dedomenico Participantes: 61 Espaço Missões CCSP Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa, em seu Livro do Desassossego (pág. 169) escreveu um pequeno fragmento: “Ergo-­me da cadeira com um esforço monstruoso, mas tenho a impressão de que levo a cadeira comigo, e que é mais pesada, porque é a cadeira do subjectivismo”. Apenas trago esse fragmento, pois talvez seja um bom aquecedor mental para começar a escrever o que se passou nesse ato socionômico no Espaço Missões... ou do que ficou em mim daquela experiência coletiva... ou ainda das cadeiras quebradas... ou ainda das cadeiras-­‐por-­‐vir... uma cadeira, mais que uma metáfora sobre supostas posições de sujeitos, constitui-­‐se num espaço topológico subjetivo... Não estamos no terreno da linguagem, mas dos corpos da ação dramática... A construção de um contexto grupal Começa-­‐se ao modo mais tradicional possível: apresentações, quem estava ali pela primeira vez, quem já conhecia o trabalho, etc..., aos que já estavam familiarizados com a prática pede-­‐se que expliquem aos iniciantes de que ela se trata: um trabalho de criação, uma ação profilática e curativa pelas cenas, alguns dizem. Restou-­‐me as questões em solilóquio: profilático de que? curativo de que? Talvez essas falas já estejam cristalizadas e naturalizadas naquele contexto... Sente-­‐se a primeira dificuldade do dia, a figura do espectador faz-­‐se muito forte entre os presentes, favorece uma atmosfera pré-­‐espetáculo, todos sentados silenciosamente em seus lugares pré-­‐definidos: alunos-­‐espectadores, curiosos-­‐
espectadores, antigos-­‐espectadores, espectadores-­‐expectantes... sintoma de um dispositivo pré-­‐individual do campo social a atravessar com força o contexto grupal e criando individuações coletivas e homogêneas ao modo EU-­‐observo-­‐
OUTRO-­‐age, usarei essa força em favor da coordenação grupal logo mais, mas ainda não sabia disso nesse momento, aliás só dou-­‐me conta agora enquanto escrevo... A expectativa de que algo vai acontecer, a esperança de ver alguma coisa diferente feito por um OUTRO que não EU, a espera passiva de alguma ação. Pede-­‐se que deixem caderninhos de anotação e objetos pessoais em cima das cadeiras, não haverá um espetáculo a ser assistido, tudo precisará ser criado, caso contrário não haverá trabalho naquele dia. Primeira ação de descadeiramento – do espectador de psicodrama. Os participantes em pé exploram o espaço arquitetônico e as pessoas presentes. Alguns no compartilhar disseram que um estranhamento já lhes ocorrera nesse momento por não estarem habituados a andar entre pessoas desconhecidas e olhar para elas, a falar com elas sem as conhecer, a coletivizar... Enquanto andam e exploram, pede-­‐se que pensem o que desejam de fato ao desejarem estar ali naquele espaço, ao saírem de suas casas numa manhã de sábado... A repetição das cenas enquanto método intensivo de produção coletiva Pede-­‐se que conversem em duplas, que andem mais um pouco, que façam novas duplas, que andem mais um pouco, que façam novas duplas, que andem mais um pouco... os participantes começam a se agrupar entre si, formam-­‐se seis subgrupos. Cada um deles criará uma cena a partir do que conversaram. Cena 1: Agressividade – num coral de vozes há um participante cuja voz destoa dos demais. Alguém se incomoda com essa voz dissonante e começam uma discussão verbal enquanto os demais prosseguem numa mesma tonalidade... Aqui houve alguns atravessamentos: havia muito ruído de fundo, sons que vinham de fora e dificultavam a escuta do que as personagens em cena diziam. Ao usarem os microfones, estes atrapalhavam a expressividade das personagens. Muitos participantes olham para mim, vejo em seus olhos um pedido para que eu fizesse algo para melhorar este estado de coisas, olhares a espera que eu propusesse algo... Com a cadeira da coordenação sob meu corpo peço que a cena seja repetida sem microfone e que a platéia se aproxime dos atores em cena. Cena 2: A cadeira – algumas pessoas entram em cena trazendo uma cadeira, um objeto estranho e desconhecido que deixa a todos perplexos. A cena gira em torno do estranhamento diante desse suposto objeto. No compartilhar disseram que a cadeira era o Psicodrama... Cena 3: Anjos e demônios – um personagem é atormentada por figuras angelicais e outras nem tanto... Cena 4: A chegada – personagens chegam, estão dispersos pelo espaço, aos poucos vão se agrupando e sentam em círculo olhando uns para os outros... Cena 5: Intolerância – um homem quer dormir e não consegue por causa do barulho dos cachorros do vizinho. Há certa confusão entre eles por causa disso. Cena 6: A marcha – um pequeno grupo entra marchando sob comando de um militar e fazem vários trajetos pré-­‐definidos por esse personagem. Propõem-­‐se um eleição sociométrica das cenas, mas opta-­‐se por um pequeno desvio metodológico, solicita-­‐se repeti-­‐las todas novamente, agora com os novos integrantes que escolheram cada uma delas, sem nenhuma combinação prévia, em total improviso. As cenas são refeitas e percebe-­‐se pequenas mudanças nas expressões corporais, nas tonalidades das falas e nos enredos, algumas são totalmente reinventados. A ideia aqui não era aprofundar no conteúdo de apenas uma delas, mas fazer proliferar entre os presentes tanto os enunciados quanto os gestos corporais criados e recriados em cada cena, futuros germes de novos personagens coletivos. Tenho valorizado muito mais as expressões cênicas, as mudanças gestuais, as microvariações de falas que proliferam pelos participantes que o conteúdo das cenas feitas, numa tentativa de produzir uma camada cutânea com microvariações no corpo coletivo. Silêncio e vazio Finda-­‐se a repetição das cenas e o palco esvazia-­‐se... Permaneço em silêncio, agora já potencializado pela força inicial, mas em vez de uma espera passiva, um estar a espreita, atento aos movimentos que possam surgir do coletivo. Momento Batlerby da coordenação: Preferiria não!!!! Sustento o silêncio, nenhuma consigna, nenhuma direção dramática e o palco segue vazio, ocupado agora por um silêncio que se avoluma, que faz-­‐se personagem entre os presentes. Em cena tínhamos um palco vazio, um silêncio barulhento e muitos participantes parados porém inquietos. Olhares de estranhamento, suplicantes, dirigem-­‐se a mim... “Diga alguma coisa”, “Fale alguma consigna...” leio nas expressões daqueles olhares, continuo a sustentar o silêncio... Uma tensão percorre todo o espaço, atravessa os corpos até que algo nasce... o nascimento segundo Moreno é o ato de maior espontaneidade... o nascimento é o que está por vir... A proliferação de cenas As personagens vão aos poucos ocupando o palco, esse agora sem limites precisos, numa sucessão rizomática de cenas, tem-­‐se de tudo um pouco: políticos prometendo cadeiras, manifestantes sem-­‐cadeira, vendedores de cadeiras, dependentes de cadeiras, polícia querendo prender manifestantes, cadeirolândia, cachorros latindo, vendedores de ecocadeiras e sempre muitas cadeiras de plástico pretas a permear as cenas... o palco se enche de sons e personagens que vão se transformando numa sucessão infinita de possibilidades... muitas cenas do imaginário subjetivo do atual momento político do país cheias de humor nascem, morrem e renascem... cenas e personagens, gestos e enunciados que estão em cada corpo presente, que dizem de nossa subjetividade enquanto brasileiros que somos, moradores de São Paulo... Povoa-­‐se o palco dramático numa geografia expandida pelas bordas... O espelho quebrado e a dessubjetivação da coordenação Estou ainda em silêncio num canto segurando um microfone, ainda na espreita dos movimentos coletivos que se passam diante de mim. Um dos presentes na outra ponta do espaço, frequentador assíduo das sessões de psicodrama, começa a fazer um espelho, segura um microfone, repete especularmente cada gesto feito por mim... as cenas prosseguem em sua proliferação entre nós... dou-­‐me conta que já havia me transformado em mais uma personagem de tudo aquilo: uma coordenação silenciosa... era a dica para que eu deixasse a cadeira de coordenador grupal. Ofereço o microfone à vários que negam-­‐se a pegá-­‐lo... um aceita... sou tomado de uma nova personagem: um ladrão de cadeiras... vou pegando cada cadeira que encontro pelo caminho, fissurado por elas, as abraço num dos cantos, quase escondido, embriagando-­‐me com elas. A passagem desse personagem pelo meio das cenas foi acompanhada de um onda que atravessou o corpo coletivo: alguns levantaram-­‐se de suas cadeiras, outros a seguram com mais firmeza, outros sei lá o que fizeram... Uma deriva coletiva Não havia mais coordenação grupal, apenas personagens e o palco expandido para todas as direções. Vale ressaltar que a proliferação de cenas, o espelho quebrado e a presente deriva não foram momentos sucessivos, mas simultâneos... Conseguimos por um breve tempo, quase metade do trabalho, produzir e experimentar um coletivo sem regência, sem centro e sem direção, sem comando, movimentando-­‐se para todos os lados, metamorfoseando-­‐se incessantemente... Abriu-­‐se para o compartilhar... Fico por aqui... segue a seguir, sem modificações, o relato feito deste ato socionômico pela psicodramatista Cássia de Souza, que ora converge, ora distancia-­‐se do que foi relatado aqui, ainda bem... Relato da Sessão – um olhar sobre a sociodinâmica do grupo Autoria: Cássia de Souza Estratégia de Direção: criação coletiva. Ferramenta: vinhetas. Modalidade: multiplicação dramática. Aquecimento Grupal: O diretor se apresenta e realiza um mapeamento sociométrico dos participantes. Ele pergunta: quem está participando pela primeira vez e quem já frequenta esse espaço? Solicitou às pessoas que já frequentam, que relatassem o que seria um psicodrama no Centro Cultural. 03 pessoas se levantam, pegam o microfone e expressam: a) É um espaço de dividir histórias e aprender. (H) b) Aqui me ensina ser mais humano. (M) c) Eu venho aqui para resolver meus problemas emocionais. (M) O diretor informa: aqui é um espaço coletivo, uma sessão de psicodrama somente acontece se o grupo quiser, somos responsáveis pela construção. Mesmo a pessoa que fica na plateia, também participa. Iniciando os trabalhos com a ambientação do espaço, o diretor solicitou que todos ficassem em pé, deixassem as bolsas nas cadeiras e andassem pela sala. Pergunta: “O que eu vejo nesse lugar? Reparem a luz entrando, olhem para as pessoas, o que eu vim buscar aqui? O que me trouxe a esse lugar?” Depois pede a formação de duplas, e que estas conversem sobre os pensamentos produzidos ao andar. Solicitou que todos andassem novamente e formassem grupos maiores, iniciando uma grupalização. Houve a formação de 06 grupos. Solicitou aos grupos que construíssem coletivamente uma cena, a partir dos relatos de cada participante. Surgiram 06 cenas, com os seguintes títulos: 01: Agressividade (coral). 02: A chegada. 03: O banco (jornal). 04: Intolerância (cachorro x vizinho). 05: Estranhamento (cadeira). 06: Mecânico (repetição). Após a apresentação das cenas, o diretor solicitou que 01 representante de cada grupo viesse à frente. Pediu para cada pessoa votar na cena que mais mexeu com ela. Surgiram novos grupos, a partir das escolhas pessoais. Com isso, o diretor requisitou que, a partir da cena escolhida, o grupo apresentasse a mesma cena, sem combinar muito. Um integrante de um grupo sugeriu que o representante da cena fosse o disparador, para o inicio do trabalho. O diretor falou: “no seu grupo pode ser assim, mas nos outros eles vão definir”. Segue a ordem de apresentação: 01: Banco (menina pedindo sorvete). 02: Mecânico (fuga da repetição). 03: Estranhamento (disputa pela cadeira). 04: Agressividade. 05: A chegada (esforço para o outro entrar). 06: Intolerância (solidão). A cena da intolerância havia apenas 01 pessoa que sentado na cadeira dizia: Dramatização: “ eu só quero ficar sozinho com meu cachorro, e esse vizinho fica querendo me tirar do sério, acho que vou cometer um homicídio, isso aconteceu sempre comigo, minha mãe nunca me olhou”. A plateia espontaneamente inicia vários latidos. O personagem se cala. Entra uma pessoa e tampo os olhos, ouvidos e boca do homem que estava sentado na cadeira. Entram personagens cachorros raivosos. Entram personagens tentando dialogar com a pessoa na cadeira, mas ele repetia cada vez mais baixo “eu somente quero ficar aqui”. O homem e os cachorros saem de cena, deixando a cadeira ali no centro e vazia. Emerge um silêncio profundo. Entra uma mulher e senta na cadeira e começa a falar: “é difícil, é difícil, é difícil, ninguém me ouve, ninguém entende minha dor”. Entram vários personagens de cachorros que arrancam a mulher da cadeira. Todos os personagens saem do palco dramático, porém a cadeira fica no meio, e volta o silêncio à espera de algo. Inicia outra cena com a entrada de uma mulher que tomba a cadeira e fala, “que coisa estranha.....” entram outras pessoas que pegam outras cadeiras e ficam olhando com estranhamento, mexem empurram, chutam, abraçam e emitem diversos sons. Alguém grita: Algumas pessoas têm mais cadeiras do que as outras. Começa uma cena de revolta e o desejo da socialização das cadeiras. Entra um policial muito agressivo que grita ordem, ordem. Brasil ame ou deixe-­o. Esses são marginais e baderneiros, precisamos prendê-­los, manifestantes têm que ser pacíficos. Entra uma idosa, pedindo a revolução. O policial fala: ela é velha não vamos nos importar com ela, mas esses estudantes.... Silêncio profundo, o palco é esvaziado de personagens humanos, novamente. Ficam as cadeiras no centro amontoadas. Entram três personagens, que iniciam uma cena de protestos, mas estes protestavam sentados em uma cadeira, e lendo revista de fofocas. Um jornalista entra em cena, e fala: esses aqui são manifestantes ideais, mas os outros são marginais. De repente, inicia-­se uma cena de um personagem traficando cadeiras, e as comercializando para as pessoas “dependentes de cadeiras”. Forma uma “cadeirolândia”, personagens no chão implorando por mais cadeiras, trocando seus objetos por mais cadeiras. Entra um repórter que grita: bem amigos da rede globo, esses marginais dependentes de cadeiras precisam ser presos. A prefeitura mandará policiais para a limpeza desse lugar. O homem no chão agoniza “cadeiras, cadeiras, cadeiras...” Outro silêncio profundo, esvaziamento de personagens humanos, troca de olhares, mas as cadeiras uma em cima da outra, se mantém tornando-­se uma presença forte. Um homem levanta da plateia, pega o microfone e começa a olhar fixo e imitar a posição do diretor. Em pé, de braços cruzados, ora segurava o queixo, ora sorria. Silêncio, o palco vazio. Disputa de olhares. Daquele vazio inicia uma cena, pois as pessoas se levantam da plateia, pegam o microfone para protestar, principalmente sobre a passividade das pessoas que se deixam ser controladas, e suas cadeiras roubadas. Várias frases ofensivas e agressivas ecoavam. Alguém da plateia, sem microfone, grita: “quanto custa a cadeira no Itaquerão?” Outra pessoa: “e os funcionários que morreram por colocar as cadeiras no Itaquerão?” Uma pessoa sai da plateia, pega uma cadeira, vai para o meio e inicia sozinha uma cena, falando: “só queria ficar aqui, quieto, com meu cachorro, não queria essa revolta”. Entra um personagem carregando outra cadeira senta e pergunta: “porque você quer ficar sozinho?” Entra um personagem cachorro e fala: “te amo”. O homem grita: “cala a boca, tudo é sua culpa cachorro maldito” A plateia começa a jogar as cadeiras no meio. O diretor oferece o microfone para várias pessoas da plateia, e uma pega. O diretor entra como personagem de ladrão cadeiras. Esse personagem vai pegando as cadeiras da plateia, de todos, indiscriminadamente. Então todos ficam em pé, sem cadeiras, e não reclamam. Inicia-­se uma cena de manifestação por cadeiras, uma marcha com os personagens cantando: “vem, vamos embora, que esperar não é saber....” e gritos “o povo unido jamais será vencido”. Mas, quando as pessoas protestavam, ele pegava mais cadeiras. Uma pessoa pegou o microfone e entrou o personagem político, prometendo a distribuição de cadeiras, como forma de combater a corrupção. O ladrão continuava a roubar as cadeiras, e colocá-­las bem longe. Um personagem entra em cena, pega o microfone, senta no chão e fala: eu não preciso de cadeiras o chão é confortável. Alguém da plateia grita: eu preciso sim de cadeiras, pois sou encochada no ônibus lotado. Você é uma burguesa e quer falar o que eu preciso? Gritos ofensivos, e algumas pessoas experimentando sentar no chão. Entra um personagem e grita: “vamos dá uma porrada naquele careca que tem várias cadeiras”; algumas pessoas começam a correr atrás dele e pegam as cadeiras, trazem para o meio da roda como troféu. O diretor volta ao seu papel de diretor, pega o microfone e fala: “cada um pega a sua cadeira e agora sentem”. Todos fazem. Ele continua: “vamos obedecer quem está com o microfone”, um silêncio toma conta do lugar. “Olhe como são obedientes.....” Uma pessoa levanta e vai para a bancada, outra levanta e senta nas escadas. Diretor: vamos compartilhar a partir das vivências de hoje: a) Fiquei pensando o que me motivou a entrar nas cenas, se foi o seu silencio se eu queria te provocar, ou se eu tinha necessidade. b) Me deu vontade de chorar, será que somos massa de manobras, será que o contexto me influenciou? Será que eu tenho necessidade de cadeiras? Precisarei de várias sessões de psicodramas para entender o que é isso, pois foi a minha primeira vez. c) Adorei, vim porque a professora mandou eu fazer um relatório. Não queria participar de nada, mas quando eu vi, estava tão envolvida com as cenas, atuando, não entendi, mas saio daqui com uma paz, algo diferente. Voltarei sempre. d) As metáforas foram fantásticas, assuntos foram surgindo e as cadeiras eram o nosso objeto, porque temos a dificuldade de nomear. e) Eu sinto falta são de mesas, pois nas mesas eu vivi momentos felizes com o meu pai, que faleceu há 10 anos. f) Saio pensativo: quais as cadeiras que eu permito que me roubem? Por quais cadeiras eu luto? Muito inovador. g) Nossa, diferente, eu nunca olho para as pessoas quando ando. Aqui eu desviava meu olhar, mas nas cenas eu olhava para ver como poderia entrar e me expressar. 
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