Engenharia Mecânica Cadeira de Rodas 1. Introdução Via de regra, os membros de uma sociedade tendem a excluir aqueles que não são seus semelhantes. Esta exclusão, muitas vezes, tem por razão: diferença de etnia, grupo econômico, quantidade de conhecimento, aptidão física, etc. No caso dos portadores de necessidades especiais, esta exclusão fica patente quando não se encontram, nos meios de transporte, nos edifícios, etc., instalações que permitam a estes indivíduos desenvolverem suas atividades da mesma maneira que os demais. Segundo Eugênia Augusta Gonzaga Fávero; procuradora da República em São Paulo: “A inclusão significa envolver, fazer parte, pertencer. Representa uma ação da sociedade que vem envolver parte dessa mesma sociedade que está excluída por falta de condições adequadas. Significa trazer para dentro de um conjunto alguém que já faz parte dele”.(1) No momento em que se conseguir esse progresso, esse grau de desenvolvimento humano, essa naturalidade diante da diversidade, o aborto eugenésico, como por exemplo, o de crianças com Síndrome de Down, será uma realidade muito distante. (1) No momento ainda em que alcançarmos a verdadeira inclusão, o fato de uma pessoa sofrer um acidente e transformar-se num portador de deficiência, isto significará, apenas, que suas aptidões mudaram e que ela deve adequarse a uma nova condição de vida, também, repleta de oportunidades. Segundo o Decreto Lei No. 914, de seis de setembro de 1993, é considerada pessoa portadora de necessidades especiais aquela que apresenta, em caráter permanente, perdas ou anormalidades de sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que gerem incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano. (2) 1 Engenharia Mecânica Uma das diretrizes deste decreto é incluir a pessoa portadora de deficiências, respeitadas as suas peculiaridades, na educação, na saúde, no trabalho, à edificação pública, seguridade social, transporte, habitação, cultura, esporte e lazer. 2. Adequação de espaços O maior problema dos portadores de deficientes físicos é ter condições de acesso aos espaços.(3) Os portadores de deficiências físicas, podem ter dois níveis de deficiência: a) Deficiência ambulatória total - indivíduos dependentes momentânea ou permanentemente de cadeira de rodas. b) Deficiência ambulatória parcial - indivíduos que se locomovem com dificuldade ou insegurança, usando ou não aparelhos. Ao projetar os espaços, devemos pensar nas condições de acessibilidade para estes usuários, sendo mais específicos os problemas de acessibilidade e utilização de equipamentos no caso dos usuários de cadeiras de rodas. Ao executar ou adaptar um projeto, devem ser levadas em conta as condições antropométricas específicas destes usuários, já que a cadeira de rodas impõe limites à ação e alcance manual e visual de seus usuários. Segundo a NBR 9050, as edificações devem ter previsto um mínimo de um acesso às pessoas portadoras de deficiências. Esta área deve ser vinculada à entrada principal e às saídas de emergência, quando estas existirem. As portas devem ter um mínimo de 0,80 m de vão livre, sendo que em caso de portas com mais de uma folha, ao menos uma delas deve atender a este vão livre mínimo.(4) Insere-se neste contexto o veículo para locomoção de deficientes físicos conhecido como cadeira de rodas. Este, que é normalmente utilizado para locomoção, também, pode ser usado para a prática desportiva. 2 Engenharia Mecânica As figuras 1 e 2 apresentam dois dos modelos existentes para este tipo de veículo. Haste para a locomoção por terceiros Aro para a locomoção pelo ocupante Figura 1 – Cadeira comum (5) Figura 2 – Cadeira Elétrica (6) Em geral, as cadeiras de rodas são movimentadas por uma segunda pessoa ou, são acionadas pelos próprios ocupantes. Isto pode ser observado na figura 1 que mostra hastes para locomoção por terceiros e um aro que serve de impulsionador, quando a movimentação é feita pelo ocupante. Em alguns casos, é possível a motorizarão para o deslocamento destes equipamentos (6). Isto pode ser observado na figura 2. 3 Engenharia Mecânica Embora existam diversos modelos destes equipamentos, sua diferenciação ocorre, na maioria das vezes, no tipo de estrutura e no tipo de acabamento. Este fato pode ser notado quando se compara a cadeira de rodas da figura 1 e a da figura 3 Figura 3 – Cadeira de Rodas em aço esmaltado (7) As dimensões destes veículos são de, aproximadamente, um metro (1m) de comprimento; um metro (1m) de altura total; setecentos e cinqüenta milímetros de largura (750mm) e quinhentos e cinqüenta milímetros (550mm) de altura do assento. A capacidade de carga destas cadeiras está compreendida entre mil e duzentos (1.200) e mil e quinhentos (1.500) Newton.(5); (7). Vale a pena observar que raramente se encontram cadeiras de rodas que premiem aqueles que são estudantes. A figura 4 mostra uma cadeira para estudante que não se enquadra na descrição de uma cadeira de rodas que permite a locomoção do ocupante em grandes distâncias. Figura 4 – Cadeira para estudante com rodas (7) 4 Engenharia Mecânica Deve-se notar, ainda, que a cadeira da figura 4 não permite a locomoção pelo próprio ocupante. 2. A tarefa A tarefa consiste em projetar e construir uma cadeira de rodas para estudante, além de participar de uma prova de desempenho. Para esta tarefa estão convocados grupos constituídos pelos alunos da disciplina Resistência dos Materiais para Engenharia Mecânica II. 2.1. Composição dos grupos O número de componentes de cada grupo pode variar entre três (3) e cinco (5). A escolha dos membros deve ser feita pelos próprios integrantes. A relação dos integrantes deve ser entregue ao coordenador da disciplina mencionada no item 2, em formulário próprio (anexo 1), até o dia 17 de fevereiro de 2009. 2.2. Parâmetros para o Projeto A tabela 1 mostra as restrições de projeto para a cadeira de rodas, objeto desta empreitada. Tabela 1 – Parâmetros para o projeto Mínimo Capacidade de Carga Máximo 1500 N (Ocupante) Acionamento Pelo próprio ocupante Comprimento -x- 1200 mm Largura 600 mm 800 mm Número de ocupantes 1(um) Posição do ocupante sentado Altura do assento em relação ao piso 450 mm 5 600 mm Engenharia Mecânica Devem ser observados, ainda, outros itens de enquadramento para a concepção do projeto. 2.2.1. O acionamento não pode ser feito diretamente pelas rodas ou por aros presos a estas. 2.2.2. A estrutura do equipamento deve ser uma treliça. 2.2.3. Deve existir um compartimento para bagagem que permita o transporte de uma mochila estudantil (500 x 350 x 250)mm que possua uma carga de 100N. 2.2.4. A cadeira deve ser equipada com uma prancha para apoio do material escolar durante as aulas. 2.2.5. Esta prancha deve ser parte da cadeira de rodas sendo transportada pelo próprio equipamento. 3. Avaliação A cada veículo será atribuída uma nota entre zero e dez, obtida por meio da soma entre a avaliação do projeto, a avaliação da construção e a avaliação do desempenho. 3.1. Avaliação do Projeto Para o projeto será atribuída uma nota entre zero e três, obtida por meio da média aritmética entre a nota do resultado do projeto, proveniente de sua entrega e a nota da avaliação contínua. 3.1.1. Entrega do projeto • O projeto deve ser entregue no dia 19 de maio de 2009, na sala M229 até às 21h00min., e nele deverá constar: os desenhos e os dimensionamentos que a equipe julgar pertinentes. • Será atribuída uma nota que no máximo pode ser igual a quatro. • Os constituintes da entrega do projeto estão especificados no anexo 3. 6 Engenharia Mecânica 3.1.2. Avaliação contínua Para a avaliação contínua, também, será atribuída uma nota entre zero e três. O anexo 2 mostra a ficha de medida para a avaliação contínua. 3.2. Avaliação da Construção Para a construção será atribuída uma nota entre zero e dois, obtida por meio da avaliação da construção da cadeira de rodas. Nesta avaliação serão observados itens de construção e itens de segurança (ausência de extremidades livres, facilidade para subir e descer do veículo, etc.) 3.3. Avaliação do Desempenho Para o desempenho será atribuída uma nota entre zero e dois, obtida por meio da avaliação de desempenho em prova a ser realizada em 23 de maio às 11h00min, nas dependências da UNISANTA, cujas regras estão dispostas no anexo 4. 4. Disposições Gerais 4.1. A nota obtida neste trabalho constituirá cinqüenta por cento (50%) da nota P2, na disciplina Resistência dos Materiais para Engenharia Mecânica II. 4.2. No caso do projeto não ter sido entregue na data especificada no item 3.1.1, será atribuída uma nota final igual a zero, sendo vetada a participação da equipe na avaliação de desempenho. 7 Engenharia Mecânica 4.3. No caso do projeto não ter passado pela avaliação contínua, especificada no item 3.1.2, será atribuída uma nota final igual a zero, sendo vetada a participação da equipe na avaliação de desempenho. 4.4. Para a construção dos projetos, a oficina ficará disponível todos os sábados entre 10h00min e 13h00min. 4.5. Caso o grupo deseje utilizar a oficina em outro horário, este deverá ser agendado junto ao setor competente. 4.6. Cada equipe de trabalho tem a liberdade de excluir um ou mais membros. Não é necessário justificar junto à coordenação da tarefa tal medida. 4.7. Quando da exclusão de um membro, esta deve ser comunicada por escrito, até a data da entrega do projeto (inclusive), ao coordenador da tarefa. 4.8. Os casos omissos serão julgados pelo professor da disciplina Resistência dos Materiais para Engenharia Mecânica e pelo Chefe do Departamento de Engenharia Mecânica e por quem mais este último julgar necessário. Santos, fevereiro de 2009. 8 Engenharia Mecânica BIBLIOGRAFIA 1. FÁVERO, Eugênia A. G. – Atuação na área da Tutela Coletiva entre outros assuntos, Pessoa Portadora de Deficiência - Texto obtido no sitio da Internet – www.iis.com.br - acessado em 12 de janeiro de 2009. 2. Presidência da Republica Federativa do Brasil – Decreto Lei 914 Brasília –06/09/1993 3. MUNIZ ENGENHARIA – adequação de Ambientes - Sítio da Internet – www.munizengenharia.com.br – acessado em 11/01/2009 4. ABNT - NBR 9050 Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficiência a Edificações, Espaço, Mobiliário e Equipamentos Urbanos. 5. ORTOBRAS - Catalogo de produtos – Sítio www.ortobrasfabrica.com.br - acessado em 12/01/2009. da Internet 6. CONDUTRON – Catalogo de produtos – sítio da WWW.CONDUTRONET.COM.BR - acessado em 12/01/2009. Internet 7. CARCI – Catálogo de produtos – sítio WWW.CARCI.COM.BR - acessado em 12/01/2009 Internet 9 da Engenharia Mecânica ANEXO 1 - FICHA DE INSCRIÇÃO Tabela 1 Número Nome GRUPO S T Q Q S S Telefone e-mail Tabela 2 Número Nome ASSINATURA Instruções: • Marque na tabela 1 seu nome, número de matrícula, telefone e e-mail. • Nas colunas STQQSS marque a sala onde você pode ser encontrado pelo seu companheiro de equipe. • Na tabela 2 marque seu nome seu número e assine • Faça tantas cópias quantas forem necessárias para distribuição para os elementos da equipe Entregue o original ao professor de Resistência dos materiais para Engenharia Mecânica II. 10 Engenharia Mecânica ANEXO 2 - FICHA PARA AVALIAÇÃO CONTÍNUA Grupo 1 NÚMERO Apresentações 2 3 NOME DATA ASSUNTO 03/03/2009 Pesquisa e Layout da cadeira de rodas 17/03/2009 Estabelecimento da treliça Dimensionamento à flambagem da estrutura 13/04/2009 Deslocamento da estrutura 27/04/2009 Estudo da transmissão 12/05/2009 Instrumentação e dimensionamento da prancha 11 NOTA 4 Engenharia Mecânica ANEXO 3 – CONSTITUINTES DA ENTREGA DO PROJETO 1. O projeto deve ser entregue em um volume encadernado, contendo: a. Capa b. Folha de rosto c. Agradecimentos d. Apresentação e. Dimensionamentos f. Cópia dos desenhos 2. Na folha de rosto deve existir local específico para que os componentes da equipe aponham suas assinaturas. Deve ser entregue, junto com o volume encadernado uma cópia eletrônica dos arquivos dos desenhos. Esta cópia deve estar em um CD. 13 Engenharia Mecânica ANEXO 4 – PROVA DE DESEMPENHO A prova de desempenho consiste em um evento (uma corrida) a ser realizado em piso, praticamente, plano dentro das dependências da UNISANTA em local a ser definido pela comissão organizadora. Regulamento: 1. O(s) piloto(s) de cada equipe deve um dos integrantes da mesma. 2. O uso de capacete é obrigatório para a prova. 3. Existirão para cada equipe duas baterias de duas voltas cada. 4. Cada equipe poderá trocar de piloto em cada bateria. 5. O tempo de cada equipe será igual ao tempo médio obtido pela média aritmética entre os tempos de cada bateria. 6. As equipes serão classificadas a partir do menor tempo ficando em primeiro lugar a de menor tempo médio. 7. Para a de menor tempo será conferido um número de pontos igual a 20. 8. Para a de segundo menor tempo será conferido um número de pontos igual a dezoito. 9. Para as demais equipes será conferido um número de pontos, igual ao número de pontos da equipe em classificação imediatamente anterior, menos dois. 10. Computados todos os tempos das quatro voltas, para a equipe que obtiver o menor tempo de uma única volta serão conferidos quatro pontos. 11. Serão atribuídos quatro pontos para a equipe que construir a cadeira de menor peso. 12. A nota atribuída a cada equipe, correspondente a esta etapa da tarefa, será igual ao décimo do número de pontos obtidos pela equipe. 13. Não podendo existir nota maior que dois, todas as notas maiores que esta serão convertidas para dois. 14. Não podendo existir nota menor do que zero, todas as notas menores que esta, serão convertidas para zero. 14 Engenharia Mecânica Índice Cadeira de Rodas .................................................................................................. 1 1. Introdução.................................................................................................... 1 2. Adequação de espaços ............................................................................... 2 2. A tarefa ........................................................................................................ 5 3. 4. 2.1. Composição dos grupos ....................................................................... 5 2.2. Parâmetros para o Projeto ................................................................... 5 Avaliação ..................................................................................................... 6 3.1. Avaliação do Projeto............................................................................. 6 3.2. Avaliação da Construção...................................................................... 7 3.3. Avaliação do Desempenho ................................................................... 7 Disposições Gerais ...................................................................................... 7 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 9 ANEXO 1 - FICHA DE INSCRIÇÃO ..................................................................... 10 ANEXO 2 - FICHA PARA AVALIAÇÃO CONTÍNUA ............................................ 11 ANEXO 3 – CONSTITUINTES DA ENTREGA DO PROJETO............................. 13 ANEXO 4 – PROVA DE DESEMPENHO ............................................................. 14 15