INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/ SOEBRAS Núcleo Santo André-SP TIPOS DE DISPOSITIVOS DE CONTENÇÃO PÓS TRATAMENTO ORTODÔNTICO MIRIAN DE FATIMA ALVES Santo André 2010 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/ SOEBRAS Núcleo Santo André-SP TIPOS DE DISPOSITIVOS DE CONTENÇÃO PÓS TRATAMENTO ORTODÔNTICO MIRIAN DE FATIMA ALVES Monografia apresentada ao colegiado de Pós-graduação da FUNORTE (Faculdades Unidas do Norte de Minas Gerais) núcleo Santo André-SP, como pré-requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Ortodontia. ORIENTADORA: Profª. Mariângela da Silva Braga Santo André 2010 TIPOS DE DISPOSITIVOS DE CONTENÇÃO PÓS TRATAMENTO ORTODÔNTICO MIRIAN DE FATIMA ALVES Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista Lato Sensu em ortodontia do Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE/SOEBRÁS – NÚCLEO SANTO ANDRÉ. Área de Concentração Ortodontia Data de Aprovação ____/____/____ BANCA EXAMINADORA _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ CONCEITO FINAL: _________________ Aos meus pais Candido e Sonia que iluminaram meu caminho com afeto e dedicação, que me deram a vida e por terem sido meus primeiros mestres e modelos. Aos meus tios Denise e Elias que me acolheram como filha, dando carinho e atenção, e me ajudaram nessa conquista. AGRADECIMENTOS A Deus. Ao Prof. José Eduardo, pelo apoio e dedicação. À Profª. Mariângela, minha orientadora pelo o apoio e incentivo nesta pesquisa. Aos professores pela assistência, paciência e esclarecimentos. Aos Amigos de turma, pela ajuda inestimável, pela colaboração e amizade. "Qualquer tolo pode mover os dentes, mas é preciso um sábio para fazê-los ficar." autor desconhecido RESUMO A contenção e a estabilidade pós-tratamento ortodôntico constituem-se num dos maiores desafios enfrentados pelos ortodontistas. Os dentes movimentados através do osso, por aparelhos mecânicos, têm a tendência de retornar às posições iniciais. A finalidade da contenção é eliminar essa tendência. Existem vários tipos de contenção e o objetivo do presente trabalho foi, através de revisão de literatura, estudar os tipos de dispositivos utilizados pós tratamento ortodôntico e discutir suas aplicações, vantagens e desvantagens. Através deste trabalho observamos que a contenção a vácuo é bem aceita pelos pacientes por ser mais estética e confortável, mas na região superior o dispositivo mais utilizado é a contenção Hawley e na região inferior é a contenção fixa. Há opiniões distintas quanto à contenção e sua utilização e por isso é importante que sejam realizados mais estudos sobre o assunto. Palavras Chave: Tipos de contenção - Ortodontia - Contenção SUMMARY Containment and stability after orthodontic treatment constitute one of the biggest challenges faced by orthodontists. The teeth moved through bone by mechanical devices, tend to return to their initial positions. The purpose of retainer is to eliminate this trend. There are several types of retainers and the purpose of this study was through literature review, study the types of devices used after orthodontic treatment and to discuss their applications, advantages and disadvantages. Through this work we observed that the vacuum retainer is well accepted by patients to be more aesthetic and comfortable, but the region of the upper teeth the device most used is the Hawley retainer and the region of the lower teeth fixed retainer. There are different opinions as to the retainers and its use and therefore it is important to hold further studies on the subject. Keywords: Types of retainers - Orthodontic Treatment - Containment LISTA DE ABREVIATURAS Dr. - Doutor mm - milímetro UK - Reino Unido VFRs - contenções a vácuo RC - Relação cêntrica LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1.......….......……………………………………....…………………….…..……14 FIGURA 2.......….......……………………………………....…………………….…..……14 FIGURA 3.......….......……………………………………....…………………….…..……14 FIGURA 4.......….......……………………………………....…………………….…..……14 FIGURA 5.......….......……………………………………....…………………….…..……17 FIGURA 6.......….......……………………………………....…………………….…..……17 FIGURA 7.......….......……………………………………....…………………….…..……18 FIGURA 8.......….......……………………………………....…………………….…..……18 FIGURA 9.......….......……………………………………....…………………….…..……18 FIGURA 10.....….......……………………………………....…………………….…..……18 FIGURA 11.....….......……………………………………....…………………….…..……19 FIGURA 12.....….......……………………………………....…………………….…..……19 FIGURA 13.....….......……………………………………....…………………….…..……20 FIGURA 14.....….......……………………………………....…………………….…..……23 FIGURA 15.....….......……………………………………....…………………….…..……23 FIGURA 16.....….......……………………………………....…………………….…..……24 FIGURA 17.....….......……………………………………....…………………….…..……24 FIGURA 18.....….......……………………………………....…………………….…..……24 FIGURA 19.....….......……………………………………....…………………….…..……24 FIGURA 20.....….......……………………………………....…………………….…..……25 FIGURA 21.....….......……………………………………....…………………….…..……25 FIGURA 22.....….......……………………………………....…………………….…..……26 FIGURA 23.....….......……………………………………....…………………….…..……27 FIGURA 24.....….......……………………………………....…………………….…..……27 FIGURA 25.....….......……………………………………....…………………….…..……28 FIGURA 26.....….......……………………………………....…………………….…..……28 FIGURA 27.....….......……………………………………....…………………….…..……29 FIGURA 28.....….......……………………………………....…………………….…..……29 FIGURA 29.....….......……………………………………....…………………….…..……31 FIGURA 30.....….......……………………………………....…………………….…..……31 FIGURA 31.....….......……………………………………....…………………….…..……32 FIGURA 32.....….......……………………………………....…………………….…..……32 FIGURA 33.....….......……………………………………....…………………….…..……32 FIGURA 34.....….......……………………………………....…………………….…..……33 FIGURA 35.....….......……………………………………....…………………….…..……33 FIGURA 36.....….......……………………………………....…………………….…..……33 FIGURA 37.....….......……………………………………....…………………….…..……33 FIGURA 38.....….......……………………………………....…………………….…..……35 FIGURA 39.....….......……………………………………....…………………….…..……37 FIGURA 40.....….......……………………………………....…………………….…..……37 FIGURA 41.....….......……………………………………....…………………….…..……37 FIGURA 42.....….......……………………………………....…………………….…..……37 FIGURA 43.....….......……………………………………....…………………….…..……37 FIGURA 44.....….......……………………………………....…………………….…..……37 FIGURA 45.....….......……………………………………....…………………….…..……38 FIGURA 46.....….......……………………………………....…………………….…..……38 FIGURA 47.....….......……………………………………....…………………….…..……38 FIGURA 48.....….......……………………………………....…………………….…..……38 FIGURA 49.....….......……………………………………....…………………….…..……38 FIGURA 50.....….......……………………………………....…………………….…..……38 FIGURA 51.....….......……………………………………....…………………….…..……38 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO…………………………………………....…………………….…..……12 2 OBJETIVOS…………………………………...……………….………….…….……….14 3 REVISÃO DE LITERATURA…………………………………........…………….........15 4 DISCUSSÃO…......………………………………………………………………...…....40 4.1 - CONTENÇÃO HAWLEY E SUAS MODIFICAÇÕES........................................40 4.2 - POSICIONADORES..........................................................................................42 4.3 - CONTENÇÃO A VÁCUO..................................................................................42 4.4 - CONTENÇÃO FIXA...........................................................................................43 4.5 - CONTENÇÃO ORTOPÉDICA...........................................................................45 5 CONCLUSÃO………...…………………………………………………………….…....46 REFERÊNCIAS……………………..……………………………………..……….………47 12 1 INTRODUÇÃO A contenção e a estabilidade pós-tratamento ortodôntico constituem-se num dos maiores desafios enfrentados pelos ortodontistas. Contenção é um recurso empregado após a remoção da aparelhagem ortôdontica corretiva fixa, que visa conferir o máximo de estabilidade às posições dentárias pós tratamento, ou seja, aos resultados obtidos. LINO (2001) A contenção deveria ser realizada como parte integral do tratamento, ela deveria ser planejada e explicada ao paciente desde o início. O entendimento de quanto à contenção é necessária é obscuro e deve ser enfatizado que não é possível garantir a estabilidade de qualquer posição dental, uma vez que as contenções tenham sido removidas. É enganador realizar o tratamento ortodôntico acreditando que os dentes permanecerão para sempre nas posições alcançadas. Também é incorreto pensar que se eles podem ser mantidos em posição até que grande parte do crescimento facial seja completo e os terceiros molares removidos, então a estabilidade pode ser garantida. Esse não é o caso. Estudos a longo prazo têm mostrado que o movimento dental é um fenômeno fisiológico normal, tenha sido ou não realizado tratamento ortodôntico, e foi demonstrado que esses movimentos continuam por toda a vida. As dimensões da arcada tendem a se reduzir e, como conseqüência, o apinhamento em geral aumenta com a idade. WILLIAMS (1997) Os dentes movimentados através do osso, por aparelhos mecânicos, têm a tendência de retornar às posições iniciais. A finalidade da contenção é eliminar essa tendência. A contenção e o tempo de emprego da mesma são determinados por: quantos dentes foram movimentados e a que distância; oclusão e idade do paciente; a causa de uma determinada má oclusão; rapidez da correção; altura das cúspides e sanidade dos tecidos envolvidos; relações dos planos inclinados; tamanho dos arcos 13 ou harmonia entre os mesmos; pressão muscular; contatos interproximais; metabolismo celular e pressão atmosférica. RIEDEL In: INTERLANDI (1994) As ocorrências de recidivas mais freqüentes são: apinhamento anteriores inferiores, protrusão mandibular em pacientes portadores de má oclusão Classe III dentoesquelética, sobremordidas e mordidas abertas de grande magnitude. CABRERA & CABRERA (2004) As mais freqüentes causas de recidiva são: incorreto fechamento de espaços, insuficiente correção das rotações, falta de paralelismo radicular, contenção incorreta, influencia das mudanças ocorridas pelo crescimento, persistência de hábitos ou má função muscular, discrepâncias esqueletais limitantes, que não permitam uma finalização dentro dos parâmetros clínicos e cefalométricos que assegurem a estabilidade. GREGORET et al (2003) Está claro que é necessário manter o resultado ortodôntico obtido no tratamento, evitando a ocorrência de recidiva ortodôntica e alterações causadas por crescimento tardio. O protocolo de contenção é escolha particular de cada ortodontista e há pontos de vista diferentes sobre sua rigidez. No entanto, é necessário haver e seguir um plano de ação sistematizado. MCLAUGHLIN et al (2002) 14 2 OBJETIVOS O objetivo do presente trabalho é, através de revisão de literatura, estudar os tipos de dispositivos utilizados pós-tratamento ortodôntico e discutir suas aplicações, vantagens e desvantagens. 15 3 REVISÃO DA LITERATURA HAWLEY (1919) introduziu o aparelho removível de contenção de Hawley que é descrito da seguinte forma: é uma placa acrílica que recobre o palato com arco que toca a vestibular dos dentes anteriores com duas alças na altura dos caninos e cruzam a oclusal por mesial dos pré-molares com grampo de retenção em molares que podem ser grampos de Adams, circunferênciais ou simples. A idéia da contenção partiu do autor após conhecer um dentista na Alemanha, Dr. RD McBride, em 1906, que usava um aparelho para fazer a contenção dos seus próprios casos. Fig. 1 e 2 – Contenção superior e inferior utilizado por Dr. RD Mc Bride Fig. 3 e 4 – Contenção de Hawley superior e inferior 16 KESLING (1944) descreveu os aparelhos posicionadores que são aparelhos bimaxilares de material elástico. Esses aparelhos aproveitam a mobilidade dental incrementada imediatamente depois da retirada dos aparelhos fixos. Com esse dispositivo podem ser realizadas correções muito delicadas das más posições dentais tanto intra como intermaxilar. O posicionador é feito a partir de um setup dos dentes, isto é, um modelo em cera do posicionamento ideal dos dentes, realizado no laboratório. NAHOUM (1964) descreveu em seu artigo a placa de acetato que pode servir como aparelho de contenção e são confeccionadas através de um setup dos dentes, através de um modelo de cera, realizados em laboratório em forno a vácuo. BEGG (1965) descreveu o aparelho de contenção de Begg, que é um aparelho de Hawley modificado, que é caracterizado por não apresentar grampos de retenção e sim um arco que passa pela vestibular de todos os dentes com alças entre os primeiros e segundos molares na arcada superior e nos caninos na arcada inferior, um acrílico contornando a porção cervical dos dentes, uma placa acrílica que recobre o palato na arcada superior e uma porção acrílica que contorna por lingual na arcada inferior. STEADMAN (1967) indicou contenção tipo Hawley superior e contenção inferior lingual com bandas no canino ou em cada dente. PONITZ (1970) descreveu a confecção e os tipos de aparelhos invisíveis que podem ser de plástico (a vácuo) ou de acrílico. Tem a vantagem de serem estéticos, porém no caso dos aparelhos de borracha tem a desvantagem de serem de curta duração e os acrílicos se desgastaram com o tempo e sofrem fraturas. BAUM & MARSHALL (1972) Propuseram uma contenção mais estética, uma técnica de barra lingual com pinos que se encaixam em furos paralelos por palatino na região do cíngulo. Os pacientes aprenderam a remover a barra com bastante facilidade e faziam a limpeza duas vezes por dia. A barra contorna por palatino de cada dente (nos seis dentes anteriores) e encaixa nas incrustações de forma segura. Concluíram que esta técnica proporciona uma retenção esteticamente indetectável, 17 mas rígida, totalmente compatível com uma boa higiene oral e pode ser mantido indefinidamente. KNIERIM (1973) descreveu uma técnica de contenção inferior fixa de canino a canino. Foi usado fio de aço 0,28 redondo e colada com resina nas cúspides dos caninos e intimamente em contato com a lingual dos incisivos. ZACHRISSON (1976) estudou 75 pacientes e observaram que a contenção fixa 3x3 tem varias vantagens, pois é estético e pode ficar por longos períodos e por esse motivo concluíram que a contenção fixa parece ser promissora. ZACHRISSON (1977) pesquisou 43 pacientes e utilizou contenções inferiores usando fio 0,9 mm (0, 036) em 20 pacientes e fio 0,8 mm (0, 032) em 23 pacientes, os fios foram tratados com aquecimento, polidos e colados usando selante de fissura quimicamente polimerizável nas faces linguais dos caninos e concluiu que estes aparelhos têm a vantagem de ser invisível; a aceitação dos pacientes foi excelente; sem risco de desmineralização e cáries; e a faixa de insucesso em termos de perda da contenção foi baixa. ALMEIDA et al (1989) apresentaram considerações sobre a placa Hawley, descrevendo suas principais características e modificações. Como aparelho de contenção ela pode sofres modificações. Classicamente, a placa é constituída de um arco vestibular com seus extremos passando pelos caninos e primeiros pré molares, grampos de Adams nos primeiros molares e grampos auxiliares nos pré molares. Uma modificação bastante aceita é a união do arco vestibular com o grampo de Adams, o que diminui a possibilidade de reabertura de espaço nos casos tratados com extração. Alguns clínicos preferem ainda soldar o arco vestibular num grampo circunferencial no ultimo molar, o que evita problemas de interferência oclusal das cúspides dos dentes antagonistas com a porção do grampo de Adams que contorna as cristas marginais. GANDOLFO & TEIXEIRA (1990) apresentaram novo tipo de confecção da contenção fixa usada na ortodontia, no qual é usada uma tela envolvida e fixada nas linguais dos dentes interessados por uma resina composta fotopolimerizada. A 18 vantagem é aumento de resistência em relação às outras principalmente quando usada só um fio; aumento de contenção em si, já que todos os dentes são unidos na rede com resina; a espessura mínima da rede faz com que o paciente se sinta bem confortável; visual estético e bem aceitável. E tem como desvantagem pacientes com problemas periodontais ou com problemas sérios de escavação, pois o problema pode aumentar. Fig. 5 e 6 - contenção fixa confeccionada com tela PETRELLI (1993) afirma que quando o tratamento ortodôntico é planejado em duas fases e havendo necessidade de um período de observação entre a primeira e segunda fase, para a estabilização dos resultados, a indicação de um Bimler, Regulador de Função ou Bionator, para contenção, é uma opção válida. O aparelho de Bimler para mordidas cruzadas laterais e mordidas abertas anteriores. O aparelho Regulador de Função para classe III e classe II. E o aparelho Bionator de Balters pode ser utilizado em todos os casos que possam receber influencias de má postura lingual e mordida aberta com hábito de interposição lingual pode utilizar um Bionator fechado. VIAZIS (1993) indicou a contenção fixa com uso de fio espiral colado com resina para retenção 2-2 ou 1-1 na maxila e 3-3 na mandíbula. Como contenção removível, o autor afirmou que o aparelho Hawley não é recomendado por ocorrer interferências na oclusão, por isso indicou o wrap around que é um Hawley modificado onde o fio contorna os dentes até os molares e não ocorrem interferências na oclusão. Para mordida aberta o autor indica o uso de posicionador, noturno e diário dependendo da atividade do paciente. 19 Fig.7 - contenção fixa 3X3 inferior Fig.9 - contenção wrap around superior Fig.8 - contenção fixa 1X1 superior Fig.10 - posicionador LIMA et al (1994) concluíram que a placa Hawley, com ou sem modificações, para a arcada superior e o convencional canino-canino, para a arcada inferior, são os aparelhos de contenção mais comumente usados. RIEDEL In: INTERLANDI (1994) afirmou que o aparelho de Hawley é um dos dispositivos mais utilizados. Indicou o uso de posicionadores em casos de mordida aberta, pois tenderá manter a relação de sobremordida, supercorreções de rotações, sobremordida profunda, más posições vestíbulo-linguais e expansão ou contração exageradas, nos casos de mordida cruzada. As vantagens do posicionador são: limpeza, não se quebra, tende a estimular a tonicidade tissular e trabalha constantemente, no sentido de melhorar a posição dos dentes. Suas desvantagens são: tempo de uso (paciente não pode comer, nem falar com o aparelho) e a possibilidade de que os dentes percam a firmeza de posição, devido às forças intermitentes produzidas, contrárias ao balanceamento muscular natural. 20 BENGTSON & BENGTSON (1996) descreveram uma placa retentora superior inspirada em sua antecessora, preconizada por Hawley. O aparelho consiste em três arcos (vestibular, palatino, transpalatino), que são fixados em uma faixa de resina acrílica bem adaptada nas faces cervico palatinas de todos os dentes superiores. O aparelho exerce função do Hawley de impedir o retorno dos dentes recém movimentados, mantém a relação mesio distal, a forma do arco e estabiliza a sobressaliência, mas diminui a área ocupada pela resina no palato, expondo mais a mucosa palatina e região de papila incisiva. O arco exerce suave contenção tocando levemente a vestibular de todos os dentes até primeiro ou segundo molar, contornando e não interfere na oclusão dos dentes. O arco transpalatino tem função de manter o posicionamento dos molares. Fig.11 - Placa retentora modificada Fig.12 - Placa superior semelhante à preconizada por HAWLEY. (B) Placa retentora modificada, com orifício para o posicionamento da ponta da língua (seta). (C) Placa com liberação total do palato e arco transpalatino 21 SILVEIRA (1997) demonstrou como o aço pode ser substituído na confecção de arcos vestibulares em aparelho ortodôntico de contenção removível. No caso do arco de plástico a contenção é feita por um arco de polipropileno de 2,3 mm de espessura retido através de grampos retentores de aço 0,7 mm que passam nas proximidades dos molares, pré molares e caninos, e ligam este arco a placa de acrílico no palato. É ajustado ao grampo mais distal e limitado no sentido mesio vestibular por um espessamento do arco plástico em sua extremidade, e depois adaptado na região vestibular dos anteriores. Concluiu que a contenção realizada com o arco de polipropileno é mais eficiente do que a realizada com aço cromocobalto, pois reuni a estética (transparência), a resistência, a simplicidade, a substituição frequente devido as quebras do aço. Fig.13 – contenção removível com arco vestibular de polipropileno CIRUFFO et al (1997) através de revisão bibliográfica apontaram os fatores de risco observados durante a contenção ortodôntica que podem causar recidiva. Concluíram que a recidiva das giroversões são causadas por fibras gengivais distendidas como também pelo crescimento mandibular, musculatura lingual e labial alterada e função incisal comprometida; giroversões devem ser corrigidas em épocas oportunas e as sobrecorreções são métodos mais satisfatórios para reduzir as recidivas; oclusão dentaria é um fator poderoso para determinar a estabilidade do resultado; distância bicanina e bimolar quando estabelecidas são imutáveis; contenção maxilar mais usada é feita através da aparatologia móvel tipo Hawley e a contenção fixa (mandibular) com fio espesso 0,8 mm ou 0,9 mm de canino a canino é satisfatória. 22 ARTUN et al (1997) estudaram a formação de cálculo e placa nos diferentes tipos de contenção fixa de canino a canino, o fracasso e as alterações no alinhamento em um período de 3 anos. Grupo 1 pacientes usaram contenção com fio liso, grosso e colados em caninos; Grupo 2 pacientes usaram contenção com fio espiral, grosso e colados em caninos; Grupo 3 pacientes usaram contenção com fio espiral, fino, flexível colado a cada dente; Grupo 4 usaram contenção removível. Concluíram que não há diferenças significativas quanto ao acúmulo de placa e cálculo; no alinhamento os pacientes dos grupos 1, 4, 3 foram observados falhas e apresentaram um maior aumento da irregularidade dos incisivos do que nos outros grupos. WILLIAMS et al (1997) afirmaram que entre os contentores removíveis, o aparelho de Hawley é comumente utilizado em ambas as arcadas. A contenção de Begg ou a contenção amarrada em volta (wrap around) pode ser utilizado em casos que houver intercuspidação completa nos segmentos posteriores. Em pacientes com perdas de dentes é necessário um contensor removível com dente protético. Contensor a vácuo tem a vantagem de ser de confecção rápida e simples, porém a oclusão não pode ser estabelecida efetivamente. Os posicionadores podem ser utilizados. Contenções fixas são utilizadas para contenções prolongadas ou permanentes, podem ser confeccionadas ou pré-formadas com fio flexível espiral e coladas com resina composta. BENNETT & MCLAUGHLIN (1998) relataram que o aparelho Hawley tem a vantagem de permitir higienização mais completa pelo paciente, porém pode haver interferências entre os caninos superiores e o fio inferior do Hawley quando este passa pela oclusal entre o canino e o primeiro pré-molar inferior. O aparelho de Begg de fio contínuo elimina este problema, pois o fio passa atrás do segundo ou terceiro molar, e são uteis para manter os campos fechados em casos de extrações. A contenção de Barrer é usada na região de inferiores anteriores e tem a desvantagem de ser minúsculo e a possibilidade do paciente engolir o aparelho. Os autores indicaram para contenção em curto prazo contensores feito a vácuo, são confortáveis, estéticos e eficientes, que pode ser do tipo Essix®. Na contenção fixa, é utilizado fio espiral colado de canino a canino ou feito em laboratório com botões colados nos caninos, se necessário pode ser estendido até a oclusal dos primeiros 23 pré-molares inferiores, esses aparelhos são muito estéticos, mas exige maior atenção nos procedimentos de higiene e devem ser checados periodicamente quanto à cimentação apropriada e a possibilidade de cáries e descalcificações. MELROSE & MILLET (1999) concluíram que planejar e executar a contenção são dois dos elementos mais difíceis da prática clinica da ortodontia e que não há meios disponíveis ainda para se prever a recidiva ou fornecer recomendações objetivas sobre a duração da contenção. LUMSDEN et al (1999) estudaram 198 pacientes e esse estudo examinou os efeitos e variáveis clinicas sobre a quebra das contenções fixas. Usaram fio de aço 018 colados nos dentes anteriores com resina fotopolimerizada. Os paciente foram analisados em um período de 6, 12 e 24 meses e concluíram que a quebra da contenção pode estar relacionada com a resina ou o fotopolimerizador usado; contenção superior quebra muito mais que a inferior; é mais provável a queda da resina do que a ruptura do fio e a quebra do fio esta relacionada ao tempo de contenção. GIANELLY (2000) indicou como contenção removível o aparelho de Hawley uso continuo e o Essix®, este indicado só para uso noturno, e a contenção fixa inferior de canino a canino, com uso de fio flexível e colado com resina em cada dente. A desvantagem é que pode quebrar e a dificuldade da higienização. FONTE et al (2000) Através de dados da literatura referente à contenção ortodôntica, concluíram que a maioria dos autores indica o uso da placa de Hawley superior e da barra lingual fixa de canino a canino inferior como aparelho de contenção mais utilizados. BICALHO & BICALHO (2001) apresentaram variáveis de um método de contenção fixa publicado por Lew. É feito um degrau de 2 mm e confecciona os “V”s na mesma altura, fio redondo 0,6mm. Deve deixar 1 mm de distancia para não encostar o fio na papila lingual dos incisivos inferiores (pois o contato pode dar alergia). Nos superiores deve ver a oclusão dos inferiores, deve bater o carbono antes e colar mais cervical das marcas. Concluíram que o uso da contenção fixa 24 pode ser por períodos longos, conforme a necessidade de cada caso, às vezes necessitando uma contenção permanente. Tem como vantagem a estética; melhor higienização, pois permite o livre acesso do fio dental; reduz a necessidade da cooperação do paciente por ser fixada; aumenta a flexibilidade para movimentos fisiológicos; controle de todos os dentes por estarem todos colados; possibilidade de aceitar as mais diferentes combinações dentárias, tanto superiores como inferiores. Fig.14 - contenção fixa modificada superior Fig.15 - contenção fixa modificada inferior LINO (2001) empregou contenção inferior fixa até primeiros pré-molares e quando houver extrações, até o segundo pré-molar, colado na fosseta mesial do prémolar, isto porque a fosseta é vestigial e praticamente não tem mais função. Na arcada superior usou aparelho de Hawley em tratamentos com e sem extrações. Em pacientes com mordida profunda o aparelho Hawley deve ser construído com um plano de mordida anterior, para o toque dos incisivos inferiores e desoclusão dos segmentos posteriores. No aparelho Hawley pode ser feita uma abertura na área do palato para melhor posicionamento lingual em repouso e na deglutição. E o aparelho posicionador lingual que é um Hawley sem o arco vestibular e sem grampos para corrigir posicionamento da língua em pacientes classe III. Em pacientes classe III com mordida aberta anterior é utilizado associado mentoneira como contenção noturna. Em pacientes classe II em crescimento pode utilizar o aparelho Hawley combinado com aparelho extra-bucal. 25 Fig.16 - contenção fixa convencional 4x4 Fig.17 - contenção Hawley superior com abertura no palato Fig.18 - mentoneira Fig.19 – arco extra bucal ROSE et al (2002) fizeram uma comparação clinica de um fio trançado com polietileno ligado e uma fita reforçada com resina composta. O objetivo foi testar a confiabilidade da contenção de canino a canino inferior pós-tratamento com aparelhos de contenção acima citados. Este estudo em perspectiva foi baseado em uma avaliação de 20 pacientes consecutivos (8 mulheres e 12 homens com idade média de 22 anos) que usaram um aparelho de contenção fixa após ter se submetido ao tratamento e divididos e dois grupos cada grupo usou um tipo de contenção. Foi feita uma avaliação a cada 3 meses. Foi avaliado o tempo que os aparelhos de contenção permaneceram no lugar sem fratura da resina ou mobilidade dos dentes, em um ou mais pontos foram avaliados. O estudo foi feito durante 24 meses. O resultado foi que a contenção reforçada permaneceu no lugar por uma média de 11,5 meses e o fio trançado por 23,6 meses. Os autores concluíram que nos termos da confiabilidade para a contenção ortodôntica permanentemente fixa de canino a canino, o fio trançado com polietileno é superior a contenção reforçada com resina. 26 GROHMANN (2002) descreveu as contenções de Hawley e suas modificações, Van der Linden, Spring, posicionadores, termoativados e fixas. Os posicionadores são placas plásticas bimaxilares e que também pode ser utilizadas para cada arcada que são as termoativadas; Hawley é um dos dispositivos mais utilizados e serve especialmente para arcada superior e uma variação que não possui gancho na região posterior que evita a interferência na oclusão; Van der Linden é um Hawley modificado onde os ganchos estão na região de caninos de modo que não interferem na oclusão e contorna o molar; Spring é uma contenção utilizada na região anterior inferior, é feita contornando os quatro dentes anteriores e tem um escudo acrílico pela vestibular e lingual; contenções fixas que podem ser confeccionadas com fio Twistflex ou pré fabricadas. Fig.20 - contenção fixa inferior pré fabricada Fig.21 - contenção fixa superior com confeccionada com fio Twistflex MCLAUGHLIN et al (2002) afirmaram que os posicionadores são mais eficazes em pacientes que apresentam tendência para mordida aberta, tendo em vista que eles exercem efeito de fechamento de mordida e impedem que a língua provoque a movimentação dos dentes e para mordida profunda não se indica. Indicou contensores fixos linguais de canino a canino e nos casos de extração dos primeiros pré-molares, geralmente os contensores se estendem até a fossa mesial dos segundos pré-molares. Na confecção pode utilizar arco multifilamentado. Os contensores palatinos fixos não são tão utilizados devido ao elevado risco de quebra causado pelo contato oclusal ou pelo contato durante a mastigação, no entanto são essenciais em casos de diastemas generalizados (principalmente na linha média). Contensores vestibulares fixos são usados na fase intermediária, enquanto se aguarda a erupção de dentes permanentes ou em casos de rotações graves e correções de caninos com posicionamento palatino. Esses casos apresentam 27 grande probabilidade de recidiva, e sua contenção não pode ser bem feita apenas com os contensores de Hawley ou com os contensores a vácuo. Como contensor removível o tipo Begg são uteis para manter os espaços fechados após extrações, e do tipo Hawley nos casos de mordida profunda. Contensores a vácuo oferecem confecção rápida e econômica, não precisam de ajustes, são bem confortáveis e estéticos. Fig.22 - contenção vestibular fixa superior DESTANG & KERR (2003) fizeram uma comparação para verificar a recidiva pós tratamento ortodôntico. O estudo foi realizado na Escócia e observaram 2 grupos: O grupo 1 (20 pacientes) usaram por 6 meses a contenção superior removível tipo Hawley, sendo 3 meses usado por tempo integral e 3 meses somente à noite. O grupo 2 (18 pacientes) usaram por 1 ano, sendo 6 meses por tempo integral e 6 meses somente à noite. Concluíram que a contenção usada integral por 1 ano apresentou menor índice de recidiva do que usada em 6 meses. Os resultados sugerem que a manutenção da contenção por 1 ano, em vez de 6 meses é clinicamente benéfica. GUERREIRO et al (2003) reuniram a opinião de diferentes pesquisadores sobre contenção em ortodontia e concluíram que uma vez que a recidiva ortodôntica tem origem multifatorial, deve utilizar todos os meios disponíveis para minimizá-la, que envolvem correto diagnóstico e planejamento, procedimentos auxiliares (fibrotomia, gengivoplastia, frenectomia, desgaste interproximal), planejamento e confecção do retentor conforme as características individuais do paciente. CABRERA & CABRERA (2004) afirmaram que um tratamento bem sucedido não admite contensores com presença de grampo que possa sobrepor à superfície 28 oclusal, do contrário, estes grampos poderiam propiciar contatos oclusais desnecessários e promover recidivas, injuriar os tecidos circundantes e, até mesmo, comprometer as articulações temporomandibulares. Os autores descreveram a contenção fixa inferior 3X3 e como contenção removível, descreveram a placa de Hawley modificada (sem interferências oclusais). Em casos de diastemas medianos pode ser utilizado placa de Hawley modificada simultaneamente com contenção fixa de canino a canino, ou pode ser colocado ganchos bilaterais no arco vestibular na placa Hawley e inserir elástico entre eles para tração na região anterior. Fig.23 – contenção Hawley modificada superior Fig.24 – contenção Hawley modificada superior com elástico na região anterior CARICATI et al (2005) descreveram a confecção do contensor removível de Osamu para o arco dentário inferior, que é um aparelho removível de material termoplástico, indicado para contenção intra-arcos. A confecção é feita com placa de silicone de 2 mm (camada interna) e placa rígida de 1 mm de policarbonato elástico duro (camada externa). Sua extensão inclui os terços oclusal, médio e cervical de todos os dentes do arco inferior e a gengiva inserida vestibular e lingual (4-5 mm da margem gengival) Foi apresentado uma variação do contensor Osamu, deixando exposto o terço oclusal dos dentes. 29 Fig.25 – contenção removível Osamu Fig.26 – contenção removível Osamu modificada NARAGHI et al (2005) investigaram a recidiva de dentes anteriores superiores com retenção fixa. Foram estudados 45 pacientes que usaram contenção fixa nos seis dentes superiores anteriores por um período de um ano e concluíram que houve pouca ou nenhuma recidiva em um ano com uso da contenção fixa. SILVA FILHO et al (2005) descreveram as características que a contenção inferior fixa 3x3 deve apresentar que são tangenciar a superfície lingual de todos os dentes incluídos na contenção; ser confortável para o paciente; o adesivo deve ter superfície regular e lisa para não provocar irritação na ponta da língua; alivio nas papilas interproximais, para permitir a livre passagem do fio dental e distância suficiente da margem gengival para evitar o contato do metal com o tecido mole e permitir a passagem do fio dental bem como de instrumentos periodontais para eventual raspagem e polimento coronário. SHAH et al (2005) descreveram uma técnica de contenção inferior fixa onde é colado em cada dente um fio 0, 0175 twistflex e aquecido e para segurar o fio em posição é usado elástico. Concluíram que a técnica é um processo fácil que é feito sem o trabalho do laboratório. 30 Fig.27 e Fig.28 – contenção fixa 3X3 LITTLEWOOD et al (2006) avaliaram a eficácia das diferentes retenções utilizadas para manter a posição do dente após tratamento com aparelho ortodôntico, entre elas 3 tipos de contenção fixa 3x3 (contenção lisa, espiral e espiral fixada nos caninos e em todos os incisivos inferiores), contenção removível tipo Hawley. Concluíram que há uma escassez de evidências de alta qualidade para servir de base na prática clinica sobre retenção e que é necessário pesquisas de qualidade nessa área. AL-SEHAIBANY et al (2006) fizeram um estudo comparativo de duas técnicas usadas para contenção fixa. No grupo 1 foi feito colagem manual e no grupo 2 foi feito colagem com uso de amarilhos em cada dente para adaptação do fio na superfície do dente. Concluíram que a técnica utilizada no grupo 2 tem uma maior resistência e menor deslocamento no momento da colagem. FREITAS et al (2006) estudaram 29 pacientes com má oclusão classe II tratados com 4 extrações dos primeiros pré molares, este grupo foi comparado com pacientes com oclusão normal, e estudaram 5 anos após tratamento ortodôntico. Os resultados apresentaram recidiva da sobremordida correlacionada significantemente com a curva de Spee pós contenção ortodôntica. Todos os pacientes utilizaram como contenção no arco superior, uma placa de Hawley modificada removível e no arco inferior uma barra lingual fixa, colada de canino a canino (3X3), por um período de 1 a 2 anos. BUSATO et al (2006) compararam o comportamento da forma do arco inferior durante as fases do tratamento e pós contenção em pacientes portadores de má oclusão de classe II com 2 ou 4 extrações de pré molares. Participaram do estudo 66 31 pacientes sendo que 19 foram tratados sem extração no arco inferior e 47 tratados com extração de 2 pré-molares. A contenção utilizada foi uma barra lingual inferior 3X3 colada ou com bandas e contenção móvel tipo placa de Hawley no arco superior, o tempo de uso foram 2 anos no arco inferior e 6 meses de uso continuo e 6 meses de uso noturno no arco superior. Concluíram que se pode esperar o mesmo grau de recidiva pós contenção da forma do arco inferior em pacientes com má oclusão de classe II, quando o tratamento é conduzido com 2 ou 4 extrações. PONCE (2007) optou pela contenção fixa tanto no arco inferior como no superior (com fio reto ou de alças múltiplas 016” x 022’’). No arco superior o único cuidado e fazer a contenção bem na cervical para que não atrapalhe na oclusão. Em casos de diastemas superiores o autor preconizou o uso de um fio reto por lingual colados nos incisivos por aproximadamente 20 anos. Em casos de extrações a contenção deve se estender até os pré molares. ATACK et al (2007) compararam a recidiva do alinhamento inferior com a contenção fixa canino a canino com a contenção removível tipo Hawley. 58 pacientes foram divididos em 2 grupos, o grupo 1 (29 pacientes) usaram a contenção fixa de canino a canino por um ano e o grupo 2 (29 pacientes) usaram a contenção removível inferior tipo Hawley modificada também por um ano. Concluíram que a recidiva não teve diferença significativa entre os dois tipos de contenção. SHIRASU et al (2007) compararam os parâmetros periodontais após a utilização de dois tipos de contenções ortodônticas fixas: contenção convencional 3x3 plana e contenção modificada. Quinze voluntários primeiramente utilizaram a contenção convencional (fio ortodôntico 0,8 mm retilíneo fixado apenas nos caninos contralaterais) por seis meses, e após um intervalo de quinze dias foi instalada a contenção modificada (fio ortodôntico 0,6 mm com dobras permitindo o livre acesso do fio dental e fixado em todos os dentes do segmento anterior) utilizada pelo mesmo período de tempo. Foi observado que o índice de cálculo foi maior na contenção modificada e os voluntários relataram um conforto maior na contenção convencional, concluíram que a contenção convencional apresentou melhores resultados que a contenção modificada. 32 Fig.29 – contenção fixa 3X3 plana Fig.30 – contenção fixa 3X3 modificada HAWLEY (2007) afirmou, e demonstrou casos de pacientes, que as vantagens da contenção tipo Hawley são higiene, segurança dos dentes quanto a cárie, permite maior liberdade e ajuste para as forças naturais. HICHENS et al (2007) no Reino Unido (UK) após observarem um aumento significativo no uso das contenções a vácuo, os autores compararam as contenções a vácuo (VFRs) e as contenções tipo Hawley quanto ao custo-efetividade em mais de 6 meses e satisfação dos pacientes. 196 pacientes usaram a contenção Hawley e 201 a VFR. Concluíram que as VFRs são mais rentáveis do que as contenções Hawley. A maioria dos pacientes parecem preferir VFRs ao Hawley. O uso da VFRs causa menos embaraço e menos propensão de quebrar. Embora ambos os tipos de contenção são susceptíveis de serem perdidos e causam desconforto. NANDA (2007) afirmou que pode ser utilizado o Hawley, ou a placa a vácuo, mas para pacientes adultos um retentor maxilar Hawley modificado (wrap-around) é ideal porque não há interferência na oclusão e no arco inferior, um retentor colado de canino a canino. Em mordida aberta foi indicado retentores fixos superiores e inferiores que incluam os primeiros pré-molares, a desvantagem é o alto índice de descolagem no arco superior. Em casos de pacientes com perdas de dentes, o autor indica um retentor removível com reposição dos dentes no próprio aparelho. 33 Fig. 31 e 32 – Contenção de Hawley modificado superior e inferior com reposição de dentes AZENHA & MACLUF (2008) preconizaram contenção fixa de canino a canino inferior, usando fio twist-flex 0175”, e placa a vácuo de 1 mm de espessura na arcada superior. Na arcada inferior pode ser feita contenção higiênica (barra ondulada), mas por apresentar quantidade maior de fio, tem maior retenção de tártaro, comprometendo a saúde periodontal. Indicaram a contenção fixa quando não há colaboração do paciente, em casos de extrações, diastemas e apinhamento. Quando o paciente colabora com o tratamento pode utilizar placa superior e inferior, as vantagens são higienização, permite pequenas correções, remoção da contenção aos poucos, estética, baixo custo e evita desgastes noturnos por rangimento. As desvantagens são, por ser removível, depende da colaboração do paciente, se o caso não terminou bem intercuspidado, pode atrapalhar o engrenamento dos dentes posteriores e pode haver desprogramação mandibular se o caso não terminou com o côndilo em RC. Os autores desgastam as vestibulares dos modelos para a confecção da placa para que entrem mais justas, pois tendem a lacear. Os autores apresentaram os aparelhos ortopédicos que eles mais utilizam e acreditam que quando os resultados desejados forem atingidos, é necessário manter o uso para estabilizar. Os aparelhos mais utilizados são o Bionator para classe II e mordida profunda; Planas para classe I e II, bruxismo e disfunção temporomandibular; Bimler A para classe II e o Bimler C para classe III postural. Fig.33 – contenção a vacúo 34 Fig.34 – Bionator Fig.35 – Planas Fig.36 – Bimler A Fig.37 – Bimler C FOEK et al (2008) estudaram 277 pacientes, todos receberam fio flexível braided retangular de aço que foi colado de canino a canino na mandíbula e na maxila usou contenção removível tipo Hawley modificado ou fixa. Concluíram que o índice de sucesso foi de 63% durante 41,7 meses e a maioria das falhas foram nos primeiros seis meses. JOHNSTON et al (2008) fizeram uma revisão na literatura e concluíram que as contenções de Hawley e de Begg são muito utilizadas e devem ser usadas por 6 meses período integral e 6 meses noturno. Contenções a vácuo são baratas, discretas e há evidências que são preferidas pelos pacientes comparadas ao de Hawley. Em um ensaio clinico as contenções a vácuo foram mais eficazes do que de Hawley na manutenção do alinhamento. Contenções fixas são indicadas para a contenção em longo prazo, são discretos e reduzem a contribuição do paciente, no entanto, tem um índice de insucesso de 47% em particular em incisivos superiores em caso de overbite, e acúmulo de placa e cálculo é maior do que nas contenções removíveis e por isso exigem manutenção em longo prazo. 35 HARFIN (2008) indicou contenção fixa com fio espiralado flexível, uso prolongado em todos os casos e recomenda controlar a contenção fixa superior para não produzir pontos de contato prematuros em movimentos excêntricos. O autor recomenda o uso de uma placa miorrelaxante de uso noturno para ajudar a normalizar a ação muscular. SARI et al (2008) testaram a hipótese de que não ha diferença no número de contatos oclusais em oclusão cêntrica em pacientes tratados com retenção removível comparando com grupo controle que usaram contenção fixa por 1 ano. Concluíram que a hipótese é rejeitada. Ambos os procedimentos de contenção permitiram movimento vertical dos dentes posteriores, mas o número de contatos no segmento posterior foi maior no grupo da contenção fixa do que no Hawley. SINGH et al (2009) pesquisaram 240 ortodontistas (privado, prático em hospital e prático em comunidades) para determinar os padrões de contenção no Reino Unido. Concluíram que em um caso hipotético de classe II divisão 1: a contenção a vácuo é a mais utilizada por práticos em hospital na maxila e mandíbula; contenção a vácuo é a mais utilizada por profissionais privado nas duas arcadas, mas frequentemente utilizado em conjunto com contenção fixa mandibular; contenção fixa é usada com mais frequência por profissionais privados comparados práticos em hospital. WARING & CAPPELLI (2009) demonstraram um método simples para a colagem de contenção fixa, essa técnica tem a vantagem de proporcionar uma contenção que pode ser usado tanto como posicionador e como contenção dupla removível. Essa técnica garante uma contenção fixa colada de forma passiva e o posicionador permite a liberdade das mãos durante colagem. O posicionador pode ser usado, devido ao projeto, como contenção removível, pois não irá interferir. BIGARELLA et al (2009) sugeriram uma modificação no desenho da contenção fixa 3x3 que consiste no uso de fio de aço 0, 020, dobra circular na região de canino para retenção da resina, dobra de 90º que se estende até o centro da papila do incisivo lateral e dobra de 90º com o fio em direção a borda incisal, indo até a delimitação superior da contenção. Então é feito uma dobra de 180º, que deve 36 ser bem fechada até se tocarem, e é feito o mesmo procedimento em todos os outros dentes. Concluíram que o acúmulo de placa bacteriana é pequeno e que os pacientes responderam favoravelmente a essa contenção, inclusive aqueles que a contenção lisa foi substituída. Fig.38 – contenção fixa 3X3 modificada YANEZ et al (2009) descreveram as vantagens e desvantagens de vários tipos de contenção. A placa Hawley, que é a contenção removível mais utilizada, tem como vantagem ser higiênica; pode se agregar acessórios como molas, plano de mordida, grade lingual ou esporão de lingual, escudos e pérola de Tucat; serve como guia de erupção de segundos e terceiros molares; durável. E desvantagens como tempo de laboratório; os fios que passam na superfície oclusal pode interferir na oclusão e evitar o assentamento posterior; depende do paciente; não é estética; dificulta a fala. A contenção circunferencial ou wrap around é similar à placa de Hawley, tem as mesmas vantagens e desvantagens, mas permite a livre oclusão já que não apresenta interferências oclusais. Na contenção elástica wrap around ao invés do arco vestibular é usado elástico e tem como desvantagem a falta de controle no fechamento de espaços e não tem controle na inclinação nem no torque dos movimentos dentários. A contenção de Van der Linden foi desenvolvida pelo Dr. Frans Van der Linden em 2003, consiste em um arco vestibular de canino a canino e um par de ganchos nos últimos molares, na região de pré-molares e molares não se coloca acrílico. As vantagens e desvantagens são iguais aos da placa Hawley, mas não interfere na oclusão; pode ser utilizado junto com contenção fixa e existe uma livre oclusão em todos os dentes. A contenção all wire ou Sarhan foi desenvolvida pelo Dr. Toshio Harima em 1983. É uma contenção livre de acrílico, elaborada 37 totalmente com fio 0,8 mm, que envolve todos os dentes erupcionados. As vantagens são altamente higiênica; não afeta a fala; cômoda; muito barata; difícil fraturar; não absorve odores; permite livre oclusão. Desvantagens são muito tempo de elaboração; não é estética; depende da colaboração do paciente; difícil de corrigir pequenas recidivas como rotações, diastemas, vestibularizações, etc. A contenção Spring aligner é similar a contenção circunferencial mas tem como objetivo manter o alinhamento apenas dos dentes anteriores. Tem como vantagens e desvantagens iguais aos da contenção Hawley. A contenção Coregg (corretor de recidiva Garcia Gaitan) foi desenhado em 2005 pelos Drs. Victor Garcia Hernandez e Francisco Gaitan Fonseca no México. Esse aparelho é uma alternativa para a correção de pequenas recidivas após tratamento, tanto no segmento anterior quanto no posterior, evitando, assim, a colocação de nova aparatologia fixa. Tem um esqueleto metálico de fio 0,9 mm e loops linguais de fechamento, cobertos com acrílico, inclusive nas faces oclusais dos dentes posteriores. As vantagens são barato, higiênico, excelente para fechamento de espaços, mantem o deslizamento e torque dos dentes, durável. As desvantagens são tempo de elaboração, não estético, pode fraturar o acrílico, pode provocar mordida aberta, os loops se mal ajustados podem provocar lesões na mucosa. As contenções a vácuo são rápidas, econômicas, cômodas e estéticas. Mas interferem na oclusão e podem manter um mordida aberta anterior. A contenção de Osamu foi desenvolvida pelo Dr. Yoshii Osamu no Japão, e é confeccionada por duas placas de acetato (uma acetato flexível 1,5 mm de espessura e a outra com acetato rígido 0,5 mm de espessura). As vantagens são estética, higiênica, bem aceita pelo paciente, boa retenção. As desvantagens são tempo de laboratório, pode quebrar, produz leve mordida aberta, no permite o assentamento da mordida, depende do paciente, dura em média um ano. A contenção Essix® foi desenvolvida pelo Dr. Jack Sheridan, e existem o tipo A, que pode ser de 0,5 mm a 3mm de espessura, (usado para contenção de canino a canino) e o tipo C, que tem 1 mm de espessura, (utilizada para contenção de molar a molar). Vantagens são estéticas, fácil de confeccionar, cômodo, barato, estabilizador articular, pode agregar acrílico como bite plane. Desvantagens são curta duração, tipo A não mantem expansão palatina, tipo C não tem como agregar acrílico. Contenção Essix® reforçado desenvolvida pelo Dr. Kevin Theroux, confeccionada com duas placas plásticas ou de acetato com uma ferradura acrílica entre as placas para reforçar a região do palato e manter expansão palatina. 38 Fig.39 - contenção Hawley superior com pérola de Tucat Fig.40 - contenção Hawley inferior com escudo labial Fig. 41 e 42 – contenção circunferencial ( wrap around ) superior e inferior Fig.43 - contenção de Van der Linden superior Fig.44 – contenção Sarhan 39 Fig. 45 e 46 – contenção inferior Spring aligner Fig.47 – contenção Coregg Fig.49 – contenção Essix® tipo A Fig.51 – contenção Essix® tipo reforçada Fig.48 – contenção Osamu Fig.50 – contenção Essix® tipo C 40 4 DISCUSSÃO CIRUFFO et al (1997) através de revisão bibliográfica apontou os fatores de risco observados durante a contenção ortodôntica que podem causar recidiva. Concluiu que a recidiva das giroversões são causadas por fibras gengivais distendidas como também pelo crescimento mandibular, musculatura lingual e labial alterada e função incisal comprometida; giroversões devem ser corrigidas em épocas oportunas e as sobrecorreções são métodos mais satisfatórios para reduzir as recidivas; oclusão dentaria é um fator poderoso para determinar a estabilidade do resultado; distância bicanina e bimolar quando estabelecidas são imutáveis. Todavia, os autores MELROSE & MILLET (1999) concluíram que planejar e executar a contenção são dois dos elementos mais difíceis da prática clinica da ortodontia e que não há meios disponíveis ainda para se prever a recidiva ou fornecer recomendações objetivas sobre a duração da contenção. GUERREIRO et al (2003) reuniram a opinião de diferentes pesquisadores sobre contenção em ortodontia e concluíram que uma vez que a recidiva ortodôntica tem origem multifatorial, deve utilizar todos os meios disponíveis para minimizá-la, que envolvem correto diagnóstico e planejamento, procedimentos auxiliares (fibrotomia, gengivoplastia, frenectomia, desgaste interproximal), planejamento e confecção do retentor conforme as características individuais do paciente. 4.1 - CONTENÇAO HAWLEY E SUAS MODIFICAÇÕES HAWLEY (1919), STEADMAN (1967), ALMEIDA et al (1989), RIEDEL In: INTERLANDI (1994), WILLIAMS et al (1997), GIANELLY (2000), DESTANG & KERR (2003), GROHMANN (2002) e YANEZ et al (2009) indicaram a contenção tipo Hawley por ser simples, durável, permite maior liberdade e ajuste para as forças naturais, permite modificações e permite boa higienização. E afirmaram que é um dos dispositivos mais utilizados. 41 BEGG & KESLING (1977) descreveram o aparelho de contenção de Begg, que é um aparelho de Hawley modificado, que é caracterizado por não apresentar grampos de retenção e sim um arco que passa pela vestibular de todos os dentes com alças entre os primeiros e segundos molares na arcada superior e nos caninos na arcada inferior, acrílico contornando a porção cervical dos dentes e uma placa acrílica que recobre o palato na arcada superior e uma porção acrílica que contorna por lingual na arcada inferior. Apesar de concordarem com as vantagens do aparelho Hawley, BENNETT & MCLAUGHLIN (1998) indicaram que o aparelho de Begg de fio continuo elimina interferências entre os caninos superiores e o fio inferior do Hawley quando este passa pela oclusal entre o canino e o primeiro pré-molar inferior, pois o fio passa atrás do segundo ou terceiro molar, e são uteis para manter os campos fechados em casos de extrações. WILLIAMS et al (1997) indicaram o contensor de Begg ou o contensor amarrado em volta (wrap around) em casos que houver intercuspidação completa nos segmentos posteriores. Preocupados com a interferência na oclusão dos dentes do aparelho Hawley, BENGTSON & BENGTSON (1996) descreveram uma placa retentora superior que consiste em três arcos (vestibular, palatino, transpalatino), que são fixados em uma faixa de resina acrílica bem adaptada nas faces cérvico palatinas de todos os dentes superiores. O aparelho exerce função do Hawley de impedir o retorno dos dentes recém movimentados, mantem a relação mesio distal, a forma do arco e estabiliza a sobressaliência, mas diminui a área ocupada pela resina no palato, expondo mais a mucosa palatina e região de papila incisiva. O arco exerce suave contenção tocando levemente a vestibular de todos os dentes ate primeiro ou segundo molar, contornando e. O arco transpalatino tem função de manter o posicionamento dos molares. SILVEIRA (1997) substituiu o arco vestibular de aço cromo-cobalto por um arco de polipropileno, pois reuni a estética (transparência), a resistência, a simplicidade e a substituição freqüente devido as quebras do aço. ATACK et al (2007) compararam a recidiva do alinhamento inferior com a contenção fixa canino a canino com a contenção removível tipo Hawley e concluíram que a recidiva não teve diferença significativa entre os dois tipos de contenção. Mas 42 os autores LIMA et al (1994), CIRUFFO et al (1997), FONTE et al (2000), LINO (2001), FREITAS et al (2006) e BUSATO et al (2006) indicaram contenção superior tipo Hawley e a contenção inferior fixa. VIAZIS (1993), CABRERA & CABRERA (2004) e NANDA (2007) afirmaram que no aparelho Hawley ocorre interferências na oclusão, por isso indicaram um Hawley modificado (que alguns autores chamam de wrap around) onde o fio contorna os dentes até os molares e não ocorre interferência na oclusão. 4.2 - POSICIONADORES KESLING (1944) descreveu os aparelhos posicionadores que são: aparelhos bimaxilares de material elástico. Esses aparelhos aproveitam a mobilidade dental incrementada imediatamente depois da retirada dos aparelhos fixos. Com esse dispositivo podem ser realizadas correções muito delicadas das más posições dentais tanto intra como intermaxilar. VIAZIS (1993), RIEDEL In: INTERLANDI (1994) e WILLIAMS et al (1997) indicaram o posicionador em casos de mordida aberta que tem vantagens limpeza, não se quebra e tende a estimular a tonicidade tissular e trabalha constantemente, no sentido de melhorar a posição dos dentes. Suas desvantagens são tempo de uso (paciente não pode comer, nem falar com o aparelho) e a possibilidade de que os dentes percam a firmeza de posição, devido às forças intermitentes produzidas, contrárias ao balanceamento muscular natural. 4.3 - CONTENÇÃO À VÁCUO NAHOUM (1964), PONITZ (1970), WILLIAMS et al (1997) e BENNETT & MCLAUGHLIN (1998) indicaram a contenção a vácuo por ser estético, confecção rápida e simples, porém não é durável e não permite o assentamento da mordida (produz leve mordida aberta). AZENHA & MACLUF (2008) preconizaram placa a vácuo de 1 mm de espessura na arcada superior. 43 YANEZ et al (2009) indicaram contenção do tipo Essix®, que são aparelhos termoativados pré fabricados. E GIANELLY (2000) indicou o Essix® só para uso noturno. CARICATI et al (2005) descreveram a confecção do contensor removível de Osamu que é um aparelho removível de material termoplástico, indicado para contenção intra-arcos. A confecção é feita com placa de silicone de 2 mm (camada interna) e placa rígida de 1 mm de policarbonato elástico duro (camada externa). Sua extensão inclui os terços oclusal, médio e cervical de todos os dentes do arco inferior e a gengiva inserida vestibular e lingual (4-5 mm da margem gengival). Foi apresentado uma variação do contensor Osamu, deixando exposto o terço oclusal dos dentes. 4.4 - CONTENÇÃO FIXA SILVA FILHO et al (2005) descreveram as características que a contenção inferior fixa 3x3 deve apresentar que são tangenciar a superfície lingual de todos os dentes incluídos na contenção; ser confortável para o paciente; o adesivo deve ter superfície regular e lisa para não provocar irritação na ponta da língua; alivio nas papilas interproximais, para permitir a livre passagem do fio dental e distancia suficiente da margem gengival para evitar o contato do metal com o tecido mole e permitir a passagem do fio dental bem como de instrumentos periodontais para eventual raspagem e polimento coronário. STEADMAN(1967) indicou contenção inferior lingual com bandas no canino ou em cada dente. Depois BAUM & MARSHALL (1972) propuseram uma contenção mais estética, uma técnica de barra lingual com pinos que se encaixam em furos paralelos por palatino na região do cíngulo. Concluíram que esta técnica proporciona uma retenção esteticamente indetectável, mas rígida, que é totalmente compatível com uma boa higiene e pode ser mantido indefinidamente. KNIERIM (1973), ZACHRISSON (1976), LIMA et al (1994), CIRUFFO et al (1997), FONTE et al (2000), CABRERA & CABRERA (2004), FREITAS et al (2006) BUSATO et al (2006), JOHNSTON et al (2008) indicaram contenção inferior fixa de 44 canino a canino pois tem varias vantagens são estéticos, podem ficar por longos períodos, são invisíveis, a aceitação dos pacientes é excelente, sem risco de desmineralização e cáries, a faixa de insucesso em termos de perda da contenção é baixa. Existem alguns autores que fizeram modificações na contenção fixa convencional reta como GANDOLFO & TEIXEIRA (1990) que apresentaram uma modificação na contenção fixa usando uma tela envolvida e fixada nas linguais dos dentes interessados por uma resina composta fotopolimerizada. BICALHO & BICALHO (2001) apresentaram variáveis de contenção fixa onde é feito um degrau de 2 mm e confecciona os “V”s na mesma altura, fio redondo 0,6mm. Deve deixar 1 mm de distancia para não encostar o fio na papila lingual dos incisivos inferiores (pois o contato pode dar alergia). BIGARELLA et al (2009) sugeriram uma modificação no desenho da contenção fixa 3x3 que consiste no uso de fio de aço 0, 020, dobra circular na região de canino para retenção da resina, dobra de 90º que se estende ate o centro da papila do incisivo lateral e dobra de 90º com o fio em direção a borda incisal, indo ate a delimitação superior da contenção. Então é feito uma dobra de 180º, que deve ser bem fechada ate se tocarem, e é feito o mesmo procedimento em todos os outros dentes. Concluíram que o acumulo de placa bacteriana é pequeno e que os pacientes responderam favoravelmente a essa contenção, inclusive aqueles que a contenção lisa foi substituída. SHIRASU et al (2007) compararam os parâmetros periodontais após a utilização de dois tipos de contenções ortodônticas fixas: contenção convencional 3x3 plana e contenção modificada. Foi observado que o índice de calculo foi maior na contenção modificada e os voluntários relataram um conforto maior na contenção convencional, concluíram que a contenção convencional apresentou melhores resultados que a contenção modificada. VIAZIS (1993) ARTUN et al (1997) WILLIAMS et al (1997) BENNETT & MCLAUGHLIN (1998) GIANELLY (2000) SHAH et al (2005) AZENHA & MACLUF (2008) HARFIN (2008) indicaram a contenção fixa com uso de fio espiral. 45 O uso da contenção fixa na região superior não é muito indicada, pois segundo LUMSDEN et al (1999) contenção superior quebra muito mais que a inferior. NANDA (2007) indicou retentores fixos superiores e inferiores em mordida aberta, mas aponta a desvantagem do alto índice de descolagem no arco superior. LINO (2001), MCLAUGHLIN et al (2002), PONCE (2007) e NANDA (2007) empregaram contenção inferior fixa até primeiros pré molares e quando houver extrações, até o segundo pré molar, colado na fosseta mesial do pré molar, isto porque a fosseta é vestigial e praticamente não tem mais função. 4.5 - CONTENÇÃO ORTOPÉDICA PETRELLI (1993) e AZENHA & MACLUF (2008) indicaram aparelhos ortopédicos, como Bimler, Regulador de Função (Frankel) ou Bionator, para estabilizar os resultados obtidos. 46 5 CONCLUSÕES ¾ O aparelho de contenção tipo Hawley (com ou sem modificações) é a contenção removível mais utilizada para região superior ¾ A contenção fixa é muito utilizada para região inferior ¾ A contenção a vácuo é utilizada e bem aceita pelos pacientes por ser estética ¾ É necessário que sejam realizados mais trabalhos sobre o assunto 47 REFERÊNCIAS ALMEIDA, R. R.; BAGDASARYAN, K.; RIBAS, J. A. A placa de Hawley e sua utilização clínica. Rev. Fac. Odont. Lins, v. 2, n. 1, p. 6-10, 1989. 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