Auge e Crise da Economia Brasileira
nos Governos Militares: 1964 - 1985
Prof. Dr. Mário Vasconcellos
O Milagre Econômico (1968 – 1973)
Proposição dos governos militares:
Criar e assegurar condições para um crescimento
econômico acelerado
Consolidar o sistema capitalista no país
Aprofundar a integração da economia brasileira no
sistema capitalista internacional
Transformar o Brasil em potência econômica mundial
O Milagre Econômico (1968 – 1973)
Fontes de Crescimento:
Retomada de investimento público em infra-estrutura
Aumento do investimento das empresas estatais (subsidiárias e
novas estatais)
Expansão Industrial por via de ampliação da demanda por bens
duráveis
Aumento do crédito ao consumidor
Incentivo à Construção Civil (SFH e BNH)
Incentivo às exportações – por via de incentivos fiscais
O Milagre Econômico (1968 – 1973)
Expressão do Milagre Econômico
Crescimento econômico (PIB) acelerado com taxas médias
anuais superiores 10% (por exemplo, 11% em 1968; 14% em
1973)
Crescimento do setor de serviços em taxas médias anuais
superiores a 11% (por exemplo, 10,5% em 1970 e 13,4% em
1973)
O setor de bens intermediários apresentou uma taxa média
anual de crescimento de 13% a.a.
Aumento de Investimentos estrangeiros (por exemplo, US$63
milhões 1968, US$146 milhões em 1970 e US$938 em 1973)
Aumento da massa salarial e do emprego no setor industrial
Inflação com taxa média anual inferior a 20%
O Milagre Econômico (1968 – 1973)
A expressão ‘milagre brasileiro’ decorreu de fenômenos
semelhantes na Alemanha (Ocidental) e Japão nas décadas
imediatamente anteriores;
Todavia, enquanto Alemanha e Japão desenvolviam projetos
auto-sustentados, a economia brasileira estava sendo movida
basicamente com recursos externos – empréstimos, capital de
risco e tecnologia importada;
O crescimento econômico brasileiro deveu-se principalmente
aos investimentos estrangeiros a partir de um amplo programa
de atração desses investimentos por parte do Estado;
Sob a perspectiva Keynesiana, para eliminar o desemprego e
estimular o crescimento da renda, o governo deveria incidir em
déficits públicos, aumentando gastos e diminuindo impostos
como forma de aumentar a demanda agregada eu, para ele, era
o determinante do produto.
O Declínio e a Crise (1974 – 1984)
De 1974 a 1980 a taxa média anual de crescimento
decaiu para 6.9% a.a.
A dívida externa saltou de US$5,3 bilhões em 1970
para US$12,6 bilhões em 1973;
A dívida interna aumentou substancialmente em
função da política de poupança interna Compulsória e
ao SFH e BNH
Inflação em taxas crescentes (por exemplo, 46,3%
em 1976; 77,3% em 1979; 110,2% em 1980 e 235%
em 1985)
Expropriação salarial dos trabalhadores
O Declínio e a Crise (1974 – 1984)
Governo:
Busca implementar um projeto de Brasil Potência
Mundial emergente que não se estabelece;
Toma empréstimos estrangeiros para fechamento da
Balança de Pagamentos (estatização da dívida);
cria mecanismos de correção monetária;
Fixa taxas de juros (elevadas para atrair capital e
controlar o consumo);
Controla o reajuste dos salários;
Controla o valor do câmbio;
Diagnostica a inflação como ‘inflação de demanda’;
O Declínio e a Crise (1974 – 1984)
Continua realizando investimentos estatais chegando
a 50% da formação bruta de capital;
Executa projetos equivocados (projeto de energia
nuclear, expansão exagerada de siderúrgicas)
Emite títulos públicos;
Sem a pretensão, cria mecanismos para a ciranda
financeira;
Cenário Externo
Taxas de juros baixos na tomada de empréstimos
(até 1973-74);;
Crise - choque do Petróleo;
Elevação da taxa de juros pós crise do petróleo
(aumento da dívida externa);
Medidas restritivas e recessão dos países ricos e
industrializados;
Características do Período
Desenvolvimento Periférico-Associado-Dependente;
Desenvolvimento Elitista-Concentrador-Excludente;
Provocou mudanças estruturais e na divisão regional
e do trabalho;
Concentração pessoal da renda;
Baixos salários e marginalização social
Obrigado
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Brasil: traços econômicos, sociais e regionais