PROBLEMAS INTERNALIZANTES E EXTERNALIZANTES: DIFERENÇAS
ENTRE UMA POPULAÇÃO DE ALCOOLISTAS E UMA POPULAÇÃO DE
DEPENDENTES DE DROGAS ILÍCITAS
Lauren Bulcão Terroso** (Programa de Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Porto Alegre –RS)
Andressa Celente de Ávila* (Programa de Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Porto Alegre –RS)
Marina Yates* (Programa de Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul – Porto Alegre –RS)
Irani Iracema de Lima Argimon (Programa de Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Porto Alegre –RS)
Margareth da Silva Oliveira (Programa de Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Porto Alegre –RS)
Estudos apontam a relação entre a presença de problemas psíquicos internalizantes e
externalizantes e o início e curso do consumo de substâncias psicoativas. Os problemas
externalizantes referem-se à propensão de expressar o sofrimento externamente, através da
agressividade, quebra de regras e impulsividade. Já internalização descreve a propensão para
expressar sofrimento internamente, através de sintomas de ansiedade, depressão e/ou
isolamento e problemas somáticos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a diferença em
relação a presença de problemas internalizantes e externalizantes entre indivíduos
dependentes de álcool e dependentes de drogas ilícitas. Trata-se de um estudo quantitativo e
transversal. Participaram do estudo 320 usuários de drogas que recebiam tratamento em
clínicas de reabilitação situadas na cidade de Porto Alegre-RS, sendo 100 alcoolistas e 220
dependentes de drogas ilícitas. Foram excluídos da amostra os indivíduos que eram
dependentes simultaneamente de álcool e alguma substância ilícita, identificados através do
próprio relatado. Para identificar a presença de problemas internalizantes e externalizantes foi
utilizado a escala ASR (Adult Self Report), que identifica aspectos do comportamento
adaptativo e psicopatológico. O instrumento foi aplicado individualmente nos pacientes.
Foram utilizados procedimentos estatísticos descritivos para caracterizar a amostra e o teste t
de student para amostras independentes para verificar a relação entre as variáveis. Foram
considerados estatísticamente significativos os valores de p< 0,05. Eram do sexo masculino
87% dos alcoolistas, e 93,6% dos dependentes de outras substâncias. Quanto à escolaridade,
35,4% da amostra tinham o ensino médio completo, 34,6% o ensino fundamental, 23,1% não
haviam completado o ensino fundamental, 6,5% tinham ensino superior completo e 0,6%
eram pós-graduados. A média de idade dos alcoolistas era de 46,47 anos (DP=8,74%),
significativamente maior (p=0,00) que a dos dependentes de outras substâncias (M= 30,05;
DP= 8,62). No que se refere a presença de problemas externalizantes, os dependentes de
drogas ilícitas tinham médias significativamente maior no escore (M= 67,39; DP=10,07;
p=0,00) do que os alcoolistas (M= 64,18; DP= 12,22). Já em relação aos problemas
internalizantes, os alcoolistas tinham médias significativamente maiores no escore (M= 68,63;
DP= 12,22; p= 0,00), do que os dependentes de outras substâncias (M= 66,04; DP= 10,07).
Foi possível constatar que os alcoolistas apresentavam mais problemas internalizantes, o que
evidencia a alta propensão destes pacientes para expressarem sofrimento internamente. Os
dependentes de drogas ilícitas mostraram ter mais comportamentos externalizantes o que
chama atenção para maior agressividade nestes sujeitos.
Apoio Financeiro / bolsas: Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPQ
Palavras chave: Abuso de drogas; Dependência de drogas; Alcoolismo
Área temática: Avaliação de transtornos
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