R. Bras. Zootec., v.27, n.2, p.307-313, 1998 Determinação dos Coeficientes de Digestibilidade e dos Valores de Aminoácidos Digestíveis de Diferentes Alimentos para Aves Ari Antônio Fischer Júnior1, Luiz Fernando Teixeira Albino2, Horacio Santiago Rostagno2, Paulo Cezar Gomes2 RESUMO - Este experimento foi realizado com galos adultos cecectomizados para determinar os coeficientes de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos de quatro alimentos usados na alimentação de aves. Foi utilizada metodologia de alimentação forçada, sendo as perdas endógenas de aminoácidos determinadas com galos em jejum. Os alimentos estudados foram: milho, farelo de soja, soja integral tostada e soja integral extrudada e os valores médios de % CDVaa encontrados para estes alimentos, foram, respectivamente: 92,78; 96,94; 91,63; e 89,78 para os aminoácidos essenciais e 93,79; 96,26; 90,19; e 87,08 para os aminoácidos não-essenciais. As sojas integrais apresentaram valores de CDVaa menores que os de farelo de soja, o que evidencia a importância do conhecimento destas diferenças para a nutrição de aves. Palavras-chave: coeficiente de digestibilidade verdadeira de aminoácidos, galos, cecectomizados Determination of the Coefficients of Digestibility and the Digestible Amino Acid Values of Different Feeds for Chickens ABSTRACT - This experiment was carried out with cecectomized adults roosters to determine the true digestibility coefficients of the amino acids of four feeds used in poultry feeding. The used methodology was the forced feed and the endogenous amino acids losses were determined with fasted roosters. The studied feed were: corn, soybean meal, whole toasted soybean and whole extruded soybean and the average values of %TDCaa found for these feeds were, respectively: 92.78; 96.94; 91.63 and 89.78, for the essential amino acids and 93.79; 96.26; 90.19 and 87.08 for the non-essential amino acids. The whole soybeans presented smaller TDCaa values than that soybean meal, which evidences the importance of knowledge of these differences for the poultry nutrition. Key Words: true digestibility coefficients of the amino acids of four feeds used in poultry feeding. Introdução Na nutrição de aves, as fontes protéicas correspondem a aproximadamente 25% dos custos das rações (LIMA, 1996). Um imbalanço ou deficiência de aminoácidos na ração leva a alterações na produção, prejudicando o retorno econômico da atividade. Os aminoácidos não são totalmente disponíveis para a absorção, assim, o conhecimento dos coeficientes de digestibilidade destes nos diferentes alimentos torna-se importante para os nutricionistas maximizarem o aproveitamento desses nutrientes, aumentando a produtividade e o retorno econômico da produção. A digestibilidade dos aminoácidos torna-se importante, quando se busca reduzir os custos de produção, inclusive quando alimentos não-convencionais são usados na formulação das rações (ALBINO et al., 1992). Segundo Dale (1992), citado por PUPA (1995), quando se usam valores totais de aminoácidos em vez de valores disponíveis, existem duas grandes possibilidades de erros. Na primeira, os aminoácidos sintéticos teriam o mesmo valor relativo de disponibilidade aos aminoácidos naturais encontrados nos ingredientes das rações, subestimando a disgestibilidade das fontes sintéticas, que é considerada de 100%. Na segunda, destaca-se o problema de achar que todos os alimentos têm os mesmos coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos, o que não é verdadeiro, se compararmos, por exemplo, farelo de soja com farinha de carne. Os problemas encontrados na formulação de rações com base em aminoácidos digestíveis têm sido associados às diferenças entre os valores de digestibilidade, ocasionadas por uso de metodologias diferenciadas e também devido à falta de exigências nutricionais expressas na forma de aminoácidos digestíveis (ALBINO, 1991). O objetivo deste trabalho foi determinar os valo- 308 FISCHER JR. et al. res de digestibilidade e os aminoácidos digestíveis de quatro alimentos usados nas rações de aves, usando o método de SIBBALD (1979), com galos adultos cecectomizados. Material e Métodos Foi realizado, no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, um experimento utilizando-se o método de alimentação forçada (SIBBALD, 1979), com galos Leghorn adultos e cecectomizados. O experimento foi realizado durante o mês de maio de 1996. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos, sendo quatro representados pelos alimentos milho, farelo de soja, soja integral tostada e soja integral extrudada e um, pelo jejum para determinação das perdas endógenas e metabólicas de aminoácidos, com sete repetições, constituídas por um galo. Os galos foram alojados em boxes individuais de baterias metálicas e, durante um período de adaptação de cinco dias, receberam alimentação em dois turnos de uma hora cada, sendo um pela manhã e o outro à tarde, com o objetivo da dilatação do papo. O período experimental foi de 72 horas. Nas primeiras 24 horas os galos ficaram em jejum para que ocorresse o esvaziamento do aparelho digestivo; após este período, cada galo foi alimentado com 30 gramas do alimento correspondente ao tratamento em questão, por meio de um funil-sonda introduzido via oral até o papo. Simultaneamente, sete galos permaneceram em jejum. As 48 horas restantes compreenderam o período de coletas de fezes, que foram realizadas em número de duas uma a cada 24 horas após a alimentação forçada, por meio de bandejas revestidas com plástico. A temperatura média registrada, no interior da sala em que se conduziu o experimento, foi de 20,8oC, sendo a média mínima de 18,8oC e a máxima de 22,8oC. A média de umidade relativa foi registrada em 73,5%. Os valores obtidos no tratamento jejum foram utilizados para realizar as correções correspondentes às perdas metabólicas e endógenas de aminoácidos. O material recolhido foi quantificado e armazenado em congelador. Ao final do período de coletas, as amostras foram secas em estufa de ventilação forçada a 55oC e homogeneizadas, possibilitando a determinação dos valores de matéria seca, nitrogênio total, juntamente com as amostras dos alimentos. Estas análises foram realizadas no Laboratório de Nutrição do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, segundo metodologias descritas por SILVA (1990). Os aminogramas dos alimentos e das excretas foram determinados utilizando-se um analisador de aminoácidos (Hitachi L - 8500A), no Laboratório da Mongiana Alimentos S.A. Após, procedeu-se à determinação dos coeficientes de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos, por intermédio da seguinte fórmula: CDVaa = aa ing - (aa exc - aa end) x 100 aa ing em que CDVaa = coeficiente de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos; aa ing = quantidade em g do aminoácido ingerido; aa exc = quantidade em g do aminoácido excretado; e aa end = quantidade em g do aminoácido endógeno; Como procedimento estatístico, aplicou-se o teste de comparação de médias Student Newman-Keuls a de 5% de probabilidade, entre os valores médios obtidos neste trabalho. Resultados e Discussão A composição química, energética e aminoacídica dos alimentos estudados (milho moído, farelo de soja, soja integral tostada e soja integral extrudada) encontra-se nas Tabela 1 e 2, respectivamente. Comparando os valores de composição aminoacídica do milho com os resultados apresentados por PUPA (1995), verificaram-se valores inferiores neste trabalho, exceto para os aminoácidos metionina e valina, que foram menores, e isoleucina, que não apresentou diferenças. Contudo, para o farelo de soja, os valores foram semelhantes, exceto para cistina e fenilalanina, que foram menores, e para metionina e treonina, que foram maiores. Os valores de composição de aminoácidos dos alimentos estão de acordo com os valores apresentados no NRC (1994), com variações significativas entre os aminoácidos, tirosina, lisina, serina, metionina, e por ALBINO (1991), no qual não se verificaram variações isoladas entre os aminoácidos dos diferentes alimentos, exceto para o caso da metionina, que no milho apresentou valores mais elevados. R.Bras.Zootec. 309 Tabela 1 - Composição proximal e valores de energia bruta dos alimentos, na matéria natural1 Tabela 1 - Proximal composition and gross energy values of the feeds in as fed basis Alimento (%) MS2 PB2 EB2 (kcal/kg) FB2 EE2 Feed DM Milho moído CP GE CF MM 2 Ca2 P2 Ash 87,16 8,01 4.001 1,50 3,37 0,66 0,054 0,18 87,67 47,21 4.097 5,12 1,39 4,14 0,40 0,58 89,57 37,24 5.097 4,72 16,55 4,63 0,33 0,45 91,91 36,85 5.197 5,21 19,74 4,91 0,25 0,46 Ground corn Farelo de soja Soybean meal Soja integral tostada Whole tosted soybean Soja integral extrudada Whole extruded soybean 1 Análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal, Departamento de Zootecnia,UFV. 2 MS = matéria seca; PB = proteína bruta; EB = energia bruta; MM = matéria mineral; Ca = cálcio; 1 2 e P = fósforo. Laboratorial analyses were done in Nutrition Animal Lab , Departament of Animal Science,UFV. DM = dry matter; CP = crude protein; GE = gross energy; CF = crude fiber; EE = ether extract; MM = ash; Ca = calcium; and P = phosphorus. Tabela 2 - Composição de aminoácidos dos alimentos, em % da matéria natural 1 Tabela 2 - Amino acid composition of feedstuffs in as fed basis1 Aminoácido Milho moído Farelo de soja Soja integral tostada Soja integral extrusada Amino acid Ground corn Soybean meal Whole tosted soybean Whole extruded soybean 0,6548 1,9063 1,5624 1,6445 0,3771 3,7408 3,0319 3,0429 0,3623 3,7716 3,0769 3,0940 0,2816 1,8691 1,5296 1,4830 0,2944 2,2754 1,8789 1,8845 0,9649 3,7289 3,0369 3,1103 1,3042 7,5308 6,2128 5,9875 0,2201 2,9346 2,3283 2,4562 0,3840 0,7819 0,7948 0,8023 0,2924 0,3264 0,3593 0,3530 0,6764 1,1083 1,1541 1,1553 0,3840 2,4218 2,0207 2,0291 0,4303 1,5978 1,4161 1,3243 0,2048 1,2460 1,0568 1,0727 0,0509 0,5164 0,4035 0,4876 0,7188 2,2640 1,8511 1,7643 0,5504 2,2440 1,8494 1,8643 0,2447 1,2120 0,9967 0,9811 0,2821 1,7161 1,4678 1,4199 Alanina Alanine Arginina Arginine Ácido aspártico Aspartic acid Glicina Glycine Isoleucina Isoleucine Leucina Leucine Ácido glutâmico Glutamic acid Lisina Lysine Cistina Cystine Metionina Methionine Met + Cis Meth+cys Fenilalanina Phenylalanine Tirosina Tyrosine Treonina Threonine Triptofano Thyptophan Prolina Proline Valina Valine Histidina Histidine Serina Serine 1 Análises realizadas no Laboratório da Mongiana Alimentos S.A. 1 Amino acids analyses were done by Mongiana Alimentos SA’s Lab. 310 FISCHER JR. et al. Os coeficientes médios de digestibilidade dos aminoácidos essenciais e não-essenciais dos alimentos são apresentados, respectivamente, nas Tabelas 3 e 4. Foram obtidas variações nos coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos entre os alimentos, mostrando a importância do perfeito conhecimento da digestibilidade destes nutrientes para a formulação de rações de baixo custo O farelo de soja foi o alimento que apresentou os maiores coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos essenciais. O milho apresentou resultados semelhantes aos da soja integral tostada e soja integral extrudada, exceto para lisina, em que os valores foram maiores para as sojas integrais, e para leucina, metionina, alanina, ácido aspártico e ácido glutâmico, em que o milho apresentou valores maiores que estes dois alimentos. Já para glicina e serina, os valores do milho foram semelhantes aos valores da soja integral tostada e superiores aos da soja integral extrudada. Para o triptofano não se verificaram diferenças entre os coeficientes de digestibilidade dos quatro alimentos, e no caso dos aminoácidos serina, prolina, treonina só a soja integral extrudada apresentou valores diferenciados e menores que os outros três alimentos. A digestibilidade verdadeira dos aminoácidos do milho apresentou-se semelhante àquela encontrada por Sibbald (1986), citado por JOHNSON (1992) e ENGSTER et al. (1985), porém foi menor quando comparada aos valores obtidos por CAVE (1988). Quando o alimento analisado foi o farelo de soja, os resultados foram maiores do que os encontrados em ENGSTER et al. (1985) e CAVE (1988). Os coeficientes de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos (CDVaa) obtidos no presente trabalho foram maiores que os encontrados na literatura (GREEN et al., 1987 e ALBINO, 1991). No trabalho realizado por PUPA (1995), somente os aminoácidos fenilalanina e lisina do milho apresentaram coeficientes maiores. Quando se confrontaram valores dos CDVaa com os valores determinados por ROSTAGNO e FEATHERSON (1977) e GREEN et al. (1987), constatou-se que os valores obtidos por esses autores foram 5 a 10% maiores, o que ocorreu em razão de metodologias e tipo de animais utilizados, que foram, respectivamente, coleta de total de fezes e alimentação forçada com o uso de galos intactos e cecectomizados na mesma unidade experimental. Já RAHARJO e FARREL (1984) obtiveram resultados semelhantes, usando a metodologia da alimentação Tabela 3 - Valores dos coeficientes de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos essenciais 1 Table 3 - Values of the true availability of essential amino acid Aminoácido essencial % Milho moído Farelo de soja Soja integral tostada Soja integral extrusada Essential amino acids Ground corn Soybean meal Whole tosted soybean Whole extruded soybean Arginina 93,36 b (4,23) 97,36 a (1,81) 92,77 b (0,69) 92,51 b (0,59) 91,17 b (4,76) 96,73 a (2,46) 91,08 b (0,56) 88,74 b (0,81) 95,61 a (2,47) 96,76 a (2,53) 91,46 b (0,32) 89,13 b (0,88) 82,27 b (8,69) 97,37 a (2,12) 91,50 a (0,85) 92,32 a (0,56) 96,29 a (3,22) 96,08 a (3,22) 89,19 b (3,34) 87,86 b (1,56) 90,94 a (3,67) 93,93 a (2,53) 88,53 a (2,42) 91,03 a (0,99) 92,75 b (3,46) 98,21 a (1,06) 91,89 b (0,48) 90,68 b (0,64) 96,93 a (8) 97,86 a (3,63) 94,03 a (1,99) 85,79 b (1,43) 95,03 a (13,31) 98,60 a (2,21) 93,40 a (0,76) 89,46 a (0,81) 91,14 b (5,23) 96,10 a (3,34) 89,98 b (0,71) 87,41 b (0,95) 95,04 ab (2,36) 97,38 a (2,21) 94,08 b (0,3) 92,66 b (0,75) 92,78 96,94 91,63 89,78 Arginine Isoleucina Isoleucine Leucina Leucine Lisina Lysine Metionina Methionine Met + Cis 2 Meth+Cys Fenilalanina Phenylalanine Treonina Threonine Triptofano Thyptophan Valina Valine Histidina Histidine Média Mean 1 2 Médias na linha seguidas de letra diferente são diferentes (P<0,05) pelo teste de Newman-Keuls. Valores calculados. 1 Means in a row followed by diferent letter are diferent (P>.05) by Newman-Keuls test. Calculated values. 2 R.Bras.Zootec. 311 Tabela 4 - Valores dos coeficientes de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos não essenciais 1 Table 4 - Values of the true digestibility coefficients of the non-essential amino acids 1 Aminoácido não-essencial % Milho moído Farelo de soja Soja integral tostada Soja integral extrudada Non-essential amino acid Ground corn Soybean meal Whole tosted soybean Whole extruded soybean Alanina 95,16 a (1,86) 95,45 a (3,48) 87,89 b (0,52) 86,28 b (1,38) 97,42 a (3,72) 97,48 a (2,06) 93,52 b (1,30) 91,27 b (0,59) 98,37 a (2,49) 98,71 a (1,46) 95,29 b (0,23) 93,67 b (0,99) 89,78 ab (10,52) 97,50 a (1,24) 82,42 b (1,69) 74,59 c (1,58) 86,86 b (3,98) 91,66 a (2,24) 88,24 ab (2,0) 92,43 a (0,63) 91,32 ab (4,81) 94,96 a (4,48) 88,96 ab(1,85) 86,11 b (1,15) 97,65 a (2,98) 99,07 a (2,6) 95,04 a (1,13) 85,24 b (1,62) 96,86 a (5,19) 98,73 a (2,77) 94,35 a (0,77) 89,46 b (0,89) 93,79 96,26 90,19 87,08 Alanine Ácido aspártico Aspartic acid Ácido glutâmico Glutamic acid Glicina Glycine Cistina Cystine Tirosina Tyrosine Prolina Proline Serina Serine Média Mean 1 Médias na linha seguidas de letra diferente são diferentes (P<0,05) pelo teste de Newman-Keuls. 1 Means in a row followed by diferent letter are diferent (P<.05) by Newman-Keuls test. forçada com galos canulados. Os resultados deste estudo para farelo de soja foram 5% maiores que os obtidos por LEE e GARLICH (1992). Esses autores não detectaram diferenças entre os valores dos CDVaa determinados com galos e com pintos. Na Tabela 5 são apresentados os valores de excreção endógena de aminoácidos obtidos no tratamento jejum, juntamente com os valores de perdas endógenas de aminoácidos encontrados por ALBINO (1991) e PUPA (1995). Estes dados demonstram grande variação, o que dificulta a determinação de valores padronizados Tabela 5 - Valores de excreção endógena de aminoácidos Tabela 5 - Values of the endogenous amino acids excretion Aminoácido Amino acid Alanina (Alanine) Arginina (Arginine) Ác. aspártico (Aspartic acid) Glicina (Glycine) Isoleucina (Isoleucine) Leucina (Leucine) Ác. glutâmico (Glutamic acid) Lisina (Lysine) Cistina (Cystine) Metionina (Methionine) Met + Cis (Met+Cys) Fenilalanina (Phenilalanine) Tirosina (Tyrosine) Treonina (Threonine) Triptofano (Thyptophan) Prolina (Proline) Valina (Valine) Histidina (Histidine) Serina (Serine) 1 2 3 4 g-AA endógeno 1 , 2 g-endogenous AA 0,0313 0,0327 0,0383 0,054 0,0264 0,0461 0,0709 0,034 0,0148 0,0186 0,0334 0,0273 0,0383 0,0316 0,0084 0,0469 0,0389 0,0141 0,0348 ALBINO (1991) g-AA endógeno3 PUPA (1995) g-AA endógeno4 g-endogenous AA g-endogenous AA 3,83 2,18 4,975 8,925 2,39 3,715 6,16 3,635 0,68 1,495 2,175 2,425 2,595 1,765 2,965 0,0046 0,0022 0,0059 0,0128 0,0051 0,0036 0,0011 0,0047 0,0102 0,0052 0,0032 1,645 2,695 Matéria seca das excretas do jejum = 18,77%; peso médio dos galos = 2,30 kg ( Dry matter of the feces of fasted treatment = 18,77%; roosters average weigth = 2,3 kg). Valores determinados neste trabalho (Values of these experiment). Peso médio dos galos = 5,29 kg ( Roosters average weigth = 5.29 kg). Matéria seca das excretas do jejum = 7,25%; peso médio dos galos = 2,67 kg (Dry matter of the feces of fasted treatment = 7.25%; roosters average weigth = 2.67 kg). 312 FISCHER JR. et al. para as perdas endógenas de aminoácidos. A Tabela 6, a qual é de grande utilidade na formulação de rações, apresenta os valores de aminoácidos digestíveis dos alimentos. Tabela 6 - Valores de aminoácidos digestíveis verdadeiros dos alimentos 1 Tabela 6 - Values of the true digestible amino acids of the feeds Aminoácido Milho moído Farelo de soja Soja integral extrudada Soja integral tostada Amino acid Ground corn Soybean meal Whole tosted soybean Whole extruded soybean 0,623 1,819 1,373 1,418 0,352 3,642 2,812 2,815 0,353 3,676 2,877 2,823 0,252 1,822 1,260 1,106 0,268 2,201 1,711 1,672 0,922 3,608 2,777 2,772 1,282 7,433 5,920 5,608 0,181 2,857 2,130 2,267 0,333 0,716 0,701 0,741 0,281 0,313 0,320 0,310 0,615 1,041 1,022 1,057 0,356 2,378 1,856 1,840 0,392 1,517 1,259 1,140 0,198 1,219 0,993 0,920 0,048 0,509 0,376 0,436 0,701 2,242 1,759 1,503 0,501 2,156 1,664 1,629 0,232 1,180 0,937 0,909 0,273 1,694 1,384 1,270 Alanina Alanine Arginina Arginine Ácido aspártico Aspartic acid Glicina Glicine Isoleucina Isoleucine Leucina Leucine Ácido glutâmico Glutamic acid Lisina Lysine Cistina Cystine Metionina Methionine Met + Cis Meth+cys Fenilalanina Phenilalanine Tirosina Tyrosine Treonina Threonine Triptofano Thyptophan Prolina Proline Valina Valine Histidina Histidine Serina Serine 1 Na base da matéria natural. 1 As fed basis. Conclusões Os coeficientes médios de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos essenciais foram 93,31; 97;38; 92,16; e 89,63, respectivamente, para milho, farelo de soja, soja integral tostada e soja integral extrudada. Para os aminoácidos não-essenciais, os valores para os mesmos alimentos foram 93,79; 96,26; 90,19; e 87,08, respectivamente. As duas formas de utilização da soja integral estudadas neste trabalho, por intermédio de seus coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos, foram consideradas bons alimentos alternativos como fontes de aminoácidos, sendo que a soja integral tostada apresentou valores de coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos ligeiramente maiores do que a soja integral extrusada. R.Bras.Zootec. Referências Bibliográficas ALBINO, L. F. T. Sistemas de avaliação nutricional de alimentos e suas aplicações na formulação de rações para frangos de corte. Viçosa, UFV, 1991. 141p. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Federal de Viçosa. ALBINO, L. F. T., ROSTAGNO, H. S., TAFURI, M. L. et. al. Determinação dos valores de energia metabolizável aparente e verdadeira de alguns alimentos para aves, usando diferentes métodos. R. Soc. Bras. Zootec., v.6, p. 1047-1058,1992. CAVE, N. A. Bioavailability of amino acids in plant feedstuffs determined by “in vitro” digestion, chick growth assay, and true amino acid availability methods. Poult. Sci., v. 67, p. 7887, 1988. ENGSTER, H. M., CAVE, N. A., LUKUSKI, H. et. al. A collaborative study to evaluate a precision-fed rooster assay for true amino acid availability in feed ingredients. Poult. Sci., v. 64, p. 487-498, 1985. GREEN, S., BERTRAND, S. L., DURON, M. J. C. et. al. .Digestibilities of amino acids in soybean, sunflower and groundnut meals determined with intact and cecectomized cockerels. Br. Poult. Sci., v.28, p. 643-652,1987. JOHNSON, R. J. Principles, problems and application of amino acid digestibility in poultry. World’s Poult. Sci. J., v. 48, p. 232-246,1992. LEE, H., GARLICH, J. D. Effect of overcooked meal on chicken performance and amino acid availability. Poult. Sci., v. 71, p. 499-508,1992. LIMA. I. Níveis nutricionais utilizados nas rações pela industria avícola. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE AVES E SUÍNOS. 1996, Viçosa, MG. Anais ... Viçosa: UFV, 1996. p 389-402. 313 NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Committee on Animal Nutrition. Subcommittee on Poultry Nutrition. Washington, EUA. Nutrition Requirement of Poultry, 9 ed. Washington, National Academy of Sciences, 1994. 155p. PUPA, J. M. R. Rações para frangos de corte formuladas com valores de aminoácidos digestíveis verdadeiros, determinados com galos cecectomizados. Viçosa, UFV,1995. 63p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal de Viçosa. RAHARJO, Y., FARRELL, D. J. A new biological method for determining amino acid digestibility in poultry feedstuffs using a simple cannula, and the influence of dietary fiber on endogenous amino acid output. Anim. Feed Sci. and Tech., v.12, p. 29-45, 1984. ROSTAGNO, H. S., FEATHERSTON, W. R. Estudo de métodos de determinação de disponibilidade de aminoácidos em pintos. R. Soc. Bras. Zootec., v. 6, p. 64-75, 1977. SIBBALD, I. R. A bioassay for available amino acid and true metabolizable energy in feedstuffs. Poult. Sci., v.58, p. 668673, 1979. SILVA, D. J. Análise de alimentos (Métodos químicos e biológicos). Viçosa: UFV, 1990. 165p. Recebido em: 14/05/97 Aceito em: 16/10/97