INSTITUTO SUPERIOR DE LÍNGUAS E ADMINISTRAÇÃO Pós-Graduação de CONSULTORIA EMPRESARIAL AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Parte I «A avaliação do desempenho representa uma necessidade no plano económico, uma necessidade no plano organizacional e responde a uma necessidade humana.» - A. Amado (Gestor de RH, in. “L’ppréciation des performances: du réalisme à l’outil de gestion” - 1978) Módulo “CONSULTORIA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS” (Paulo Farinha – Pedro Jacinto) Julho 2007 PJ/PF INOVConsulting 36/1 Índice Índice ......................................................................................... 2 INTRODUÇÃO.............................................................................. 3 A Avaliação de Desempenho e Potencial – um instrumento da política de desenvolvimento de recursos humanos ....................................................... 3 OBJECTIVO ................................................................................. 6 O que é Avaliação de Desempenho ............................................... 8 Para que serve a Avaliação de Desempenho.................................. 8 Objectivos da Avaliação de Desempenho....................................... 9 Características da Avaliação de Desempenho............................... 10 O que a Avaliação de Desempenho Avalia?.................................. 11 Comparação do Descritivo da Função com o Desempenho do Trabalhador .. 12 Comparação dos Desempenhos dos Indivíduos que integram a Organização 13 Vantagens e Limitações da Avaliação de Desempenho ................. 14 Métodos de Avaliação ................................................................ 18 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E POTENCIAL – MÉTODOS.......................... 18 MÉTODO DE CATEGORIA POR CLASSES ..................................................................18 Métodos comparativos ............................................................................................20 MÉTODOS NARRATIVOS .........................................................................................20 Método da entrevista ..................................................Erro! Marcador não definido. Métodos especiais.......................................................Erro! Marcador não definido. Ambiguidade dos Métodos Tradicionais ..................................................... 22 Uma Nova Concepção .............................................................................. 23 Principais erros na avaliação....................................................... 25 Estratégias da Avaliação de Desempenho.................................... 28 CONCLUSÃO.............................................................................. 33 A implementação de um sistema de Avaliação de Desempenho constitui uma arte ou uma ciência? ............................................. 33 EQUIPA DE TRABALHO .............................................................. 35 Referencias bibliográficas ........................................................... 35 Grelha de Avaliação I Grelha de Avaliação II Proposta de Intervenção PJ/PF INOVConsulting 36/2 INTRODUÇÃO «O feed-back deve ser individualizado, objectivo e baseado em dados ou comportamentos específicos» Lyle Spencer, Jr., in “Performance Management” A Avaliação de Desempenho e Potencial – um instrumento da política de desenvolvimento de recursos humanos A Avaliação de Desempenho é uma das mais poderosas ferramentas para a Gestão de Recursos Humanos. O seu objectivo principal não é, como tantas vezes se pensa, julgar as pessoas ou dar opiniões sobre elas, mas melhorar os resultados, ajudando as pessoas a atingirem níveis de desempenho mais elevados. Ela é, com efeito, entre todas as práticas de Gestão de Recursos Humanos, aquela que levanta mais questões e polémica quando é implementada nas empresas, em virtude de estar muito ligada à diferenciação e individualização salarial A Avaliação de Desempenho constitui uma apreciação sistemática (envolve técnicas de observação), periódica, estandardizada e qualificada (porque está directamente associada a critérios e procedimentos) do valor (em termos de eficácia e eficiência) demonstrado pelo indivíduo na sua função, do ponto de vista da organização onde trabalha – é pois reactiva. A Avaliação do Potencial – pró-activa – determina as aptidões, motivações e os objectivos de carreira que cada trabalhador, consciente ou inconscientemente revela. Efectivamente, como base de balanço do potencial humano, a Avaliação de Desempenho explora três factores: a capacidade, os conhecimentos e a motivação; aprecia a formação de base, a formação complementar, a experiência profissional e os níveis de desempenho actuais e passados; prevê o horizonte profissional do avaliado; propõe o enriquecimento e rotação de PJ/PF INOVConsulting 36/3 funções, o plano individual de formação profissional; e favorece o desempenho individual e o clima organizacional. Desde sempre, e para concretizar decisões de gestão, as empresas têm sentido a necessidade de emitir juízos acerca dos seus colaboradores. Enquanto processo de recolha de informações, tem necessariamente de ser um instrumento fiável, a fim de poder sustentar a gestão da carreira profissional dos indivíduos, tendo em conta a mobilidade funcional, a formação e desenvolvimento, as promoções, as remunerações e, de um modo geral, a adaptação ao posto de trabalho. Das referências gerais a considerar para que haja sucesso na concepção e implementação do sistema de avaliação do desempenho, destacam-se: a vontade e implicação da gestão ao mais alto nível, a clarificação dos objectivos a alcançar com o «sistema», a compatibilização com os objectivos e estratégias da empresa, a comunicação e formação extensivas a todos os intervenientes no processo (é indispensável comunicar os critérios aos colaboradores, os quais têm necessidade de ser tranquilizados face ao sistema, para que saibam em que sentido devem modificar o seu comportamento a fim de melhorar a sua performance), a existência de requisitos prévios que permitam definir claramente os modelos (padrões) de desempenho desejado – relativamente aos quais seja possível comparar o desempenho real dos trabalhadores, para o que é fundamental a «análise dos postos de trabalho»/definição de funções, e a utilização de suporte documental («Ficha de Avaliação de Desempenho») que se mostre adequada para o efeito, tendo em conta as exigências de cada grupo funcional. Como regra de ouro, o sistema deve ser flexível, capaz de ajustamentos na perspectiva do seu aperfeiçoamento contínuo. A implantação do sistema deve ser evitada em momentos de elevada conflitualidade organizacional, na ausência ou deficiência de comunicação na empresa, nas situações de baixa receptividade ou falta de preparação por parte dos intervenientes (em particular da chefia/avaliador) e em associação directa a aspectos salariais – a avaliação PJ/PF INOVConsulting 36/4 de desempenho deve estar desfasada no tempo, das decisões relativas a remunerações e promoções). Além de que a Classificação ou Avaliação Formal do Desempenho não deve comportar surpresa para o avaliado ou para o avaliador. É indispensável a preparação do avaliador na aplicação da Avaliação de desempenho, o que pressupõe a posse de um conjunto de princípios éticos para fazer face aos principais erros de avaliação que adiante explicitaremos. Por outro lado, a Avaliação de Desempenho tem o máximo interesse para o avaliado: decorre, em primeiro lugar, das suas expectativas de equidade. O avaliado deve poder melhorar o seu trabalho, a sua autonomia, as suas competências, em razão do feed-back, e exprimir os seus anseios quanto à evolução na carreira. A Avaliação de Desempenho – que deve ser normalizada, periódica interactiva, reportada aos objectivos fixados e quantificada – não é uma técnica objectiva, mas sim limitada (envolve um certo grau de erro), constituindo uma base para a tomada de decisões. Quanto mais rapidamente ocorre o processo de mudança dentro de uma organização e/ou maior é a sua urgência, tanto mais importante se torna a Avaliação de Desempenho e mais gravosos vão sendo os efeitos da sua inexistência para os trabalhadores e para a própria organização, porque maiores vão sendo os custos do subaproveitamento de capacidades e não desenvolvimento do potencial existente, sendo que esta situação gera desmotivações e descontentamento (tanto maiores quanto mais nítido é o perfil técnico da instituição) de efeitos multiplicadores. PJ/PF INOVConsulting 36/5 OBJECTIVO O presente trabalho surge no âmbito do módulo de “Consultoria em Gestão de Recursos Humanos” da Pós-Graduação em Consultoria de Empresas do Instituto Superior de Línguas e Administração, tendo como objectivo desenvolver um Manual de Apoio à implementação de um sistema de Avaliação de Desempenho, em consonância com a realidade cultural da empresa. Nesse sentido, procedemos ao “trabalho de campo”, tendo em conta a realidade cultural de cada empresa e não descurando que um processo executado com precisão e adequado rigor e planeamento é fundamental para produzir o resultado desejado. Para o efeito a estrutura do estudo, baseou-se no seguinte modelo: Na primeira parte - uma apresentação sumária do Enquadramento Geral do Sistema de Avaliação do Desempenho; A segunda parte - detalhe do Processo de Avaliação do Desempenho; A terceira parte - referência aos Componentes do Sistema de Avaliação do Desempenho; A quarta parte - identificação das fases-chave do Processo de Avaliação do Desempenho; A quinta parte - Responsabilidade dos Intervenientes no Processo de Avaliação; A sexta parte - Check-List para a Organização do Processo de Avaliação do Desempenho São objectivos do presente trabalho: Descrever o Processo de Avaliação do Desempenho; Analisar a Avaliação de Desempenho como Técnica de Gestão de Recursos Humanos e a metodologia da Avaliação de Desempenho e Potencial; PJ/PF INOVConsulting 36/6 Conceber e implementar um Sistema de Avaliação de Desempenho e uma Grelha de Avaliação que permita uma apreciação factorial e global do desempenho individual, face aos objectivos programados; PJ/PF INOVConsulting 36/7 O que é Avaliação de Desempenho Avaliar consiste em medir alguma coisa e implica sempre estabelecer uma comparação: comparar uma característica, execução ou resultado, com um determinado padrão. Também ao avaliar os resultados de um colaborador estamos a compará-los com os resultados inicialmente previstos ou alcançados por outros. A noção de que os resultados são bons ou maus só é possível se houver um termo de comparação. A avaliação é uma dos mais importantes actos de gestão. De que serve a um gestor definir objectivos, estabelecer planos, coordenar meios técnicos e humanos, se não tiver a noção de que os resultados obtidos estão aquém, correspondem ou excedem, os objectivos ou metas estabelecidos? A avaliação de desempenho é um questionário padronizado que visa classificar o desempenho do avaliado (com base em critérios quantificáveis, comentários qualitativos e as áreas prioritárias a melhorar). Em regra a avaliação é feita pelo superior hierárquico e/ou pelo próprio avaliado. Para que serve a Avaliação de Desempenho A aplicação de uma gestão previsional do pessoal supõe a existência de um sistema de avaliação que permita reunir as informações necessárias para construir os diferentes programas (promoção, remuneração, formação) e que estabeleça as decisões respeitantes às carreiras dos colaboradores da empresa. A avaliação de desempenho é o sistema que serve aos superiores e aos restantes colaboradores, para reflectirem conjuntamente acerca dos resultados e em novos planos de acção. O sistema de avaliação torna-se um utensílio de direcção e de comunicação. Esta ferramenta orienta a acção dos organizadores e dos directores em três variáveis: PJ/PF INOVConsulting 36/8 1. Acção sobre as capacidades e as competências individuais. A avaliação faz surgir lacunas sobre as quais é possível agir através da formação do trabalhador e elevação do seu nível de intervenção de forma a responder às exigências da sua tarefa. 2. Acção sobre a organização das tarefas. As carências em termos de organização dos postos de trabalho, da definição das tarefas e as insuficiências dos modos operatórios, limitam a produtividade dos esforços realizados. A avaliação de desempenho pode ressaltar as melhorias a introduzir na organização do trabalho de modo a fazer crescer a eficácia do posto de trabalho. 3. Acção sobre o esforço através de uma acção sobre as recompensas. A avaliação de desempenho condiciona a concessão das recompensas (promoção, distinção, aumentos remuneratórios). Objectivos da Avaliação de Desempenho Os objectivos da Avaliação de Desempenho, devem ser delineados, de forma a orientar e responsabilizar os colaboradores da empresa, para os resultados da sua função. Assim, reconhece-se o desempenho efectivamente demonstrado. Os objectivos devem ser definidos pela empresa e devem incluir prazos estimados, indicadores e metas a atingir. No Quadro nº 1 demonstra-se as questões chave na identificação de objectivos. Questões chave na identificação de Exemplos de Objectivos definidos no objectivos tempo e associados a metas Em que medida o colaborador irá - Redução do número de reclamações em contribuir este ano para a qualidade do 20% no segundo semestre do ano; serviço prestado e satisfação do cliente? - Redução do tempo médio de atendimento de 2 horas para 1 hora até Outubro de 2004. Em que medida o colaborador ou a - Redução dos custos por processo em PJ/PF INOVConsulting 36/9 equipa irá contribuir este ano para a 10% até ao final do ano. melhoria dos Resultados Financeiros? Em que medida o colaborador ou a - Aumento da produção por colaborador equipa irá contribuir este ano para a em 12% até ao final do ano; - Redução do número de erros no melhoria da produtividade? desenvolvimento da actividade, passando de 3 por 100 processos tratados, para 2 por 100 processos tratados até Junho deste ano. Em que medida irá o dirigente contribuir - Aumento de 2 horas de formação por este ano para o desenvolvimento colaborador até ao final do ano. profissional dos seus colaboradores? Quadro nº 1 No final do período de avaliação caberá ao avaliador efectuar a avaliação do cumprimento dos objectivos definidos, consoante os indicadores e as suas metas. Características da Avaliação de Desempenho A avaliação de desempenho possui três características, que observadas, actuam como catalizadores do desenvolvimento organizacional. Assim, a avaliação de desempenho terá de ser: • Sistemática: porque requer uma observação orientada e continuada do desempenho profissional dos indivíduos; • Periódica: na medida em que implica a definição de períodos regulares de observação; • Estandardizada e Qualificada: porque obedece a um conjunto de critérios e procedimentos, estabelecidos tecnicamente, e concretizados na utilização de uma ficha e de um manual de avaliação. PJ/PF INOVConsulting 36/10 O que a Avaliação de Desempenho Avalia? Torna-se aqui necessário afirmar que o sistema de avaliação deve assentar na adequação do homem ao posto de trabalho e não sobre o homem em si mesmo. Deve favorecer medidas correctivas a curto prazo e orientações de carreira. Deve permitir um reforço da eficácia da empresa. Para se montar um sistema de avaliação de desempenho são necessárias escolhas prévias, como: • Periodicidade da avaliação; anual • Nível; indivíduo • Avaliador; superior hierárquico • Conteúdo; resultados • Forma; questionário formalizado O valor demonstrado pelo indivíduo é mais complexo e difícil de definir. Este valor pode ser entendido de duas maneiras: • Em termos de eficácia, corresponde aos resultados atingidos no desempenho da sua função; • Em termos de eficiência, corresponde as características pessoais, competências ou comportamentos, evidenciados no exercício da sua função. A escolha da vertente que se pretende avaliar depende do ponto de vista adoptado pela organização, o qual, por sua vez, é condicionado pelas contingências do meio externo, pelo grau de desenvolvimento da organização e pelas políticas e estratégias que definiu. No entanto, a apreciação do valor demonstrado pelo indivíduo é sempre feita com referência ao seu posto de trabalho, ou seja, às responsabilidades e PJ/PF INOVConsulting 36/11 tarefas da função que desempenha. Dessa forma, é indispensável que o avaliador conheça com total objectividade, quais as tarefas e responsabilidades da função, e quais as competências exigidas para ser desempenhada com eficácia e eficiência. Só conhecendo o que o avaliado faz, como faz e para que faz, é possível ao avaliador determinar o valor do desempenho do indivíduo. Contudo, se o desempenho do trabalhador, numa primeira fase, é determinado em relação a um objectivo que na prática se poderá considerar físico – a função – já numa segunda fase, ele deve ser determinado em relação aos outros trabalhadores. Assim, a avaliação de desempenho consiste em duas comparações sucessivas: uma, do descritivo da função com o desempenho do trabalhador; outra do desempenho do indivíduo avaliado com o desempenho dos restantes colaboradores. A Avaliação de Desempenho pretende avaliar competências em Três distinções: 1. Competências Cognitivas – Domínio do Saber-Saber, que são os conhecimentos que se possui; 2. Competências Relacionais – Domínio do Saber-Estar, que são as atitudes e o relacionamento inter-pessoal; 3. Competências Técnicas – Domínio do Saber-Fazer, que são as aptidões e as habilidades técnicas. Uma função poderá ter em si, tarefas que reúnam as três competências referenciadas, sendo assim importante a destrinça de cada uma delas nas diversas funções a serem desempenhadas pelos colaboradores. Comparação do Descritivo da Função com o Desempenho do Trabalhador Ao verificar se o trabalhador executa a tarefas descritas na função, pode-se observar duas alternativas: PJ/PF INOVConsulting 36/12 Se executa – determina-se o valor do desempenho; Se não executa – é necessário averiguar porquê. Para se determinar o valor de qualquer coisa é necessário que essa coisa exista e/ou aconteça. Na avaliação de desempenho, se se verifica que uma determinada tarefa ou responsabilidade não ocorre, naturalmente que o avaliador não poderá proceder à apreciação de algo que não existe. Assim, se uma tarefa ou responsabilidade não ocorre, pode ser por: • Já não há razão para existir devido à evolução natural da função, à introdução de novas tecnologias ou a inovação de procedimentos; • Alguém que não é o avaliado está a executar a tarefa ou assumir a responsabilidade, por deficiente distribuição de tarefas, negligência do avaliado, etc.…; • Não tem repercussões directas no fluxo do trabalho, o que não quer dizer que não haja repercussões indirectas na qualidade do produto/serviço final para que a tarefa concorre. A resposta a estas questões pode proporcionar ao avaliador um conjunto de informações valiosas para melhorar a eficiência do sistema organizacional. Comparação dos Desempenhos dos Indivíduos que integram a Organização Os desempenhos dos indivíduos que têm funções com tarefas e responsabilidades idênticas, avaliadas pelos mesmos critérios, podem ser directamente comparados. A comparação dos desempenhos na totalidade dos indivíduos que integram a organização, só é possível com a a aplicação de técnicas específicas, designadamente estatísticas, que permitem traduzir todos os resultados numa mesma escala. PJ/PF INOVConsulting 36/13 Vantagens e Limitações da Avaliação de Desempenho Como já referido anteriormente, o principal objectivo da Avaliação de Desempenho não é julgar as pessoas ou dar opiniões sobre elas, mas melhorar os resultados, ajudando as pessoas a atingirem níveis de desempenho mais elevados. O Quadro nº 2 apresenta as principais vantagens da avaliação de desempenho para a Organização, para as chefias e para os subordinados. VANTAGENS DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ORGANIZAÇÃO Obter dados CHEFIA sobre os potenciais do pessoal. Conhecer equipa o de potencial forma COLABORADOR da mais objectiva. Conhecer os aspectos desempenho e comportamento, de que organização conhecer de a valoriza; os seus pontos fortes e fracos. Melhorar a comunicação e a Melhorar a comunicação com Melhorar a comunicação com motivação. os colaboradores. a chefia. Motivar Conhecer Fundamentar medidas de ajustamento às funções. os colaboradores o juízo e as através do reforço dos bons expectativas da chefia quanto desempenhos e do apoio para ao seu desempenho. ultrapassarem as dificuldades. Fundamentar medidas de reorganização e Racionalizar estruturas e Colaborar de modo circuitos; reformular e ajustar consistente na reformulação as funções aos titulares. da sua função. sobre Distribuir tarefas e funções na Gerir movimentações de pessoal e equipa; sugerir nomeações, consistente gestão de carreiras. transferências e promoções. desenvolvimento de carreira. Fazer o levantamento das Conhecer as necessidades e Conhecer necessidades de formação. expectativas de formação dos pontos fracos e identificar os membros da equipa. que podem ser superados reestruturação. Basear decisões de forma mais o seu melhor os seus pela formação; estimular o auto-desenvolvimento. Acentuar a orientação para os PJ/PF Ajudar a estabelecer INOVConsulting Poder negociar objectivos de 36/14 objectivos. objectivos; clarificar as desempenho e os meios para tarefas e responsabilidades os atingir; ter alvos para dos colaboradores. orientar a conhecer o actividade; critério de avaliação que é utilizado. Fundamentar reconversões e Sugerir despedimentos. outras funções ou empregos. Basear as decisões sobre retribuições. Validar os a candidatura a Fundamentar a política de retribuições da equipa. critérios de selecção do pessoal. Validar as acções formação e de de desenvolvimento. Quadro Nº 2 Ainda que seja útil a vários níveis, a avaliação de desempenho apresenta também limitações e condicionalismos que são sintetizados no Quadro nº 3. LIMITAÇÕES E CONDICIONALISMOS Todas as avaliações envolvem um certo grau de erro No caso da Avaliação de desempenho o erro pode resultar: • Do próprio instrumento de medida, uma vez que os critérios de medida são estabelecidos por aproximações sucessivas; • Do avaliador, em especial quando se trata de avaliar comportamentos e competências. A avaliação não é uma decisão mas uma PJ/PF INOVConsulting 36/15 base para tomar decisões Os resultados da avaliação de desempenho constituem informação que necessita ser complementada com dados de outras fontes, a fim de serem tomadas decisões. Necessidade de adequar o modelo de avaliação à organização Não existem modelos de avaliação definidos à partida, que possam ser importados pela organização. É forçoso elaborar o sistema de avaliação à medida da realidade funcional, e dos objectivos e estratégias definidos. Necessidade de “Assistência” e A utilização dos factores de avaliação requer a formação permanente, em apoio ao formação adequada dos avaliadores, bem modelo como um continuado acerto de critérios entre eles. Além disso, o sistema de avaliação de desempenho deverá sofrer as alterações que própria evolução da organização exigir. Necessidade de integração do modelo O sistema de avaliação deve articular-se com outros instrumentos de gestão de recursos humanos vigentes na organização, e pode contribuir para os desenvolver e validar outros instrumentos. Quadro Nº 3 Apesar destas limitações e condicionalismos, a avaliação de desempenho é um instrumento central na gestão dos recursos humanos, pelas múltiplas relações que estabelece com os outros instrumentos de gestão nesta área. Como se mostra na Figura 1, a avaliação de desempenho é determinada directamente pelas responsabilidades e objectivos definidos para a função, e indirectamente pela estratégia organizacional, que determina os critérios e pesos a serem considerados na avaliação dos desempenhos. Por seu lado, a avaliação de desempenho pode levar à redefinição dos conteúdos funcionais. PJ/PF INOVConsulting 36/16 Como já foi referido, a avaliação de desempenho é uma fonte de dados para o diagnóstico das necessidades de formação, para o ajustamento dos objectivos e dos programas e, para validar a própria formação. Remuneração Base Mercado Qualificação das Funções Estratégias e Estrutura Conteúdo das Funções Remuneração Total Prémio de Desempenho Avaliação de Desempenho Processo de Selecção Movimentação de Pessoal Gestão de Carreiras Plano de Recrutamento Programas de Formação Figura Nº 1 – Relação da Avaliação de Desempenho com outros Instrumentos de Gestão de Recursos Humanos A avaliação de desempenho dos titulares, e conjunto com as orientações de estratégia e as condicionantes estruturais, determinam em larga medida quem, como, quando e para onde, devem ser realizados as movimentações das pessoas (deslocações, transferências, saídas, promoções…), os critérios e decisões a adoptar na gestão das carreiras, e o plano de recrutamento para responder às necessidades que não podem ser cobertas pelo processo de desenvolvimento das carreiras. PJ/PF INOVConsulting 36/17 Finalmente a Avaliação de Desempenho pode dar fundamento mais objectivo à atribuição de prémios de desempenho o que, em conjunto com o valor salarial atribuído à função, se traduz na remuneração total auferida. Métodos de Avaliação A maior parte das empresas pedem aos seus gestores que procedam à avaliação contraditória dos seus colaboradores. Este exercício útil, mas ainda considerado penoso por muitos, consiste em ver os colaboradores para fazer o balanço da sua acção, discutir a sua carreira, as relações interpessoais, e aconselha-los para progredirem. O quadro dessas entrevistas está, em teoria bem definido e traduz-se muitas vezes por um formulário de que um duplicado vai para a direcção de pessoal. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E POTENCIAL – MÉTODOS MÉTODO DE CATEGORIA POR CLASSES ESCALAS GRÁFICAS • Listas de rubricas/critérios ou características suficientemente definidas e graduadas. Compete ao supervisor colocar uma cruz na graduação que melhor descreva o avaliado. LISTAS DE CONTROLO OU DE VERIFICAÇÃO (CHECKLIST) • Consistem em listas de comportamentos ou de traços que os avaliadores devem rever, assinalando os itens que, em seu entender, se aplicam a cada um dos avaliados. PJ/PF INOVConsulting 36/18 LISTA DE ADJECTIVOS • Cooperativo • Simpático • Perseverante • Disponível • Pontual LISTA DE COMPORTAMENTOS • Tem a correspondência sempre em dia • Regista tudo o que é importante • Toma decisões sem precisar de orientação • Recebe as pessoas cordialmente Este método prevê uma análise prévia da função ESCOLHA FORÇADA • Desenvolvido por uma equipa de técnicos americanos durante a 2ª Guerra Mundial para a escolha de oficiais das Forças Armadas Americanas, que deveriam ser promovidos. Consiste em avaliar o desempenho por intermédio de frases descritivas com determinadas alternativas. Num conjunto de duas, quatro ou mais frases, o avaliador deve escolher, forçosamente, apenas uma ou duas que mais se aplicam ao desempenho do avaliado (ex.: faz apenas o que o mandam; comportamento irrepreensível; aceita críticas construtivas; não produz quando está sob pressão ...). As frases não são escolhidas ao acaso, mas seleccionadas visando a sua adequação aos critérios existentes na empresa (por exemplo – suportados no Guião de especificação das Funções). PJ/PF INOVConsulting 36/19 Métodos comparativos ORDENAÇÃO POR CLASSIFICAÇÃO (RANKING) • Consiste na listagem de todos os funcionários, desde o mais valorizado ao menos valorizado, no que respeita ao desempenho. As diferenças de qualidade entre eles não são definidas. COMPARAÇÃO POR PARES • Compara cada empregado com todos. Por exemplo um gestor com 15 empregados por comparar a performance de um com cada um dos outros 14 empregados. DISTRIBUIÇÃO FORÇADA • Os trabalhadores, em função do o seu desempenho, são classificados em classes pré-definidas de acordo com a Curva de Gauss. Aceitável para grandes grupos – é iníquo para pequenos grupos. MÉTODOS NARRATIVOS INCIDENTES CRÍTICOS • O gestor regista os actos positivos ou negativos do avaliado, tendo em conta os momentos críticos da função desempenhada. Este método focaliza as excepções tanto positivas como negativas no desempenho da função, tendo como pontos críticos os momentos de maior dificuldade ou responsabilidade da função. PJ/PF INOVConsulting 36/20 FORMA LIVRE • Trata-se de um método de avaliação que requer que o gestor escreva um breve texto descrevendo a performance de cada empregado, durante o período de análise. É um método a combinar com outros. PESQUISA DE CAMPO • A Avaliação de Desempenho é realizada pelo superior hierárquico com assessoria de um especialista (staff), o qual se desloca a cada direcção para entrevistar as chefias sobre o desempeno dos seus colaboradores, donde a expressão e «pesquisa de campo». MÉTODO DA ENTREVISTA AVALIAÇÃO INICIAL • Desempenho mais que satisfatório • Desempeno satisfatório • Desempenho menos que satisfatório ANÁLISE SUPLEMENTAR • Desempenho avaliado com maior profundidade • Determinação das causas do bom ou mau desempenho PLANEAMENTO Elabora-se um plano de acção (chefia e especialista) para: • Aconselhamento do trabalhador • Readaptação do trabalhador • Formação PJ/PF INOVConsulting 36/21 • Transferência • Promoção para outra função • Manutenção da função actual ACOMPANHAMENTO • Trata-se de uma verificação ou comprovação do desempenho desse trabalhador avaliado MÉTODOS ESPECIAIS MBO – GESTÃO POR OBJECTIVOS • Baseia-se numa comparação periódica entre os resultados fixados para cada colaborador e os resultados efectivamente alcançados. Método de 360º • Baseia-se numa avaliação ao todo conjunto da organização onde cada indivíduo é avaliador e avaliado. Ambiguidade dos Métodos Tradicionais Cada pessoa é, assim, avaliada por um ou vários superiores hierárquicos. Em muitas empresas, esta abordagem está ligada aos aumentos salariais e bónus. Noutras, é de forma distinta. A avaliação periódica e sistemática marca um progresso em relação ao julgamento discricionário, emitido somente no momento ad hoc de escolha de carreira ou de aumento, sem diálogo, sem repetição, sem acumulação nem repetição. PJ/PF INOVConsulting 36/22 Todavia, na complexidade da vida real e das situações interpessoais, existe sempre uma certa dose se ambiguidade nos objectivos e no desenrolar dessas entrevistas e a ligação com os valores da empresa e os seus objectivos nem sempre é clara. Por vezes, podemos mesmo perguntar-nos se o gestor não sai beneficiado por julgar unicamente em função da sua satisfação pessoal u, ao contrário, se encontra de facto na situação inconfortável de estar a ser julgado indirectamente pelo seu colaborador. Nas Empresas com uma estrutura horizontal, as pessoas supervisionadas podem atingir um número de cinquenta; a hierarquia conhece menos as acções de cada pessoa, enquanto que estas se tornaram mais autónomas e se autocontrolam ou pelo contrário, trabalham no seio de equipas mais ou menos autónomas. Nestes casos é o balanço da equipa que é possível para o chefe, mas mais difícil é o dos indivíduos que a compõem e clama-se por todo lado que o critério importante é o valor para o cliente e não para o chefe. Uma Nova Concepção Para tornar coerentes os sistemas de avaliação com as novas formas de Organização, é necessário mudar o sistema de avaliação das pessoas. Surge o método de “avaliação 360º - Feedback” que tem por principal originalidade o facto de ser multi-funções. A avaliação é efectuada pelos colegas, os clientes externos, os clientes internos, os colaboradores directos, o superior hierárquico e as outras pessoas a que a pessoa reporta e ela própria se auto-avalia. As grandes vantagens deste método são a coerência com o sistema de valores da organização, a objectividade reforçada e a implantação do conjunto do pessoal nas avaliações. O sistema reforça a importância da equipa em relação ao grupo e o pessoal tem o sentimento de ser mais ouvido. PJ/PF INOVConsulting 36/23 A concepção e a concretização de uma avaliação 360º obriga a uma abordagem de reflexão e de discussão para traduzir a visão e os valores, as finalidades e o modo de gestão na formulação de competência, entre as quais, as competências-chave. Os itens do questionário, que podem ser classificados tanto de 1 a 5, como de 1 a 10 ou em escalas de adjectivos, pode ser, por exemplo, para um questionário respeitante à liderança: 1. O serviço ao cliente a) Trata os clientes como parceiros de negócio (1-2-3-4-5-6-7-8-9-10); b) Escuta atentamente os clientes internos e externos (1-2-3-4-5-6-7-8-910); 2. O trabalho em equipa a) Apoia os objectivos da equipa (1-2-3-4-5-6-7-8-9-10); 3. As aptidões nos negócios a) Sabe tomar decisões a tempo (1-2-3-4-5-6-7-8-9-10); 4. Os conhecimentos profissionais e técnicos a) Sebe ler um problema e fazer o seu enquadramento (1-2-3-4-5-6-7-8-910); 5. A gestão de recursos a) Trabalha de forma eficiente com os recursos que tem disponíveis (1-2-34-5-6-7-8-9-10); PJ/PF INOVConsulting 36/24 O lançamento de sistema deste tipo necessita, em primeiro lugar, da vontade da direcção e da convicção dos principais dirigentes, que podem dar o exemplo. É recomendável para o lançamento deste método de avaliação num grupo, que se designe uma equipa de concepção do questionário, multidisciplinar e representativa de toda a empresa. Para implementar o sistema, é necessário formar os empregados sobre o modo como responder aos questionários, fornecer-lhes os resultados e prepará-los para receberem as apreciações e lançar os planos de acção. Principais erros na avaliação As Avaliações de Desempenho incorrem em alguns erros que passamos a apresentar: PJ/PF INOVConsulting 36/25 TENDÊNCIA CENTRAL Os avaliadores tendem a atribuir as notas intermédias para não prejudicarem os seus colaboradores mais fracos e para não serem futuramente prejudicados por um desempenho elevado. EFEITO DE HALO Os avaliadores tendem a atribuir a mesma nota a factores distintos, por generalizarem o comportamento dos indivíduos em função de determinada característica mais marcante. EFEITO DE PROJECÇÃO UNILATERALIDADE O avaliador atribui ao avaliado qualidades e defeitos que são seus, pontuando de acordo com eles. Os avaliadores valorizam aspectos que eles próprios consideram importantes, avaliando em função destes. FALTA DE MEMÓRIA A avaliação refere-se apenas aos últimos acontecimentos ou dias que a antecedem. FALTA DE TÉCNICA A avaliação é realizada apenas em função do bom senso do avaliador e não pelo conhecimento e aplicação das técnicas a ela relativas. HÁBITO Os avaliadores, por força do hábito, avaliam sempre da mesma forma, ignorando as alterações que possam ter ocorrido no desempenho dos avaliados. ERRO CONSTANTE O avaliador, em função da sua personalidade, avalia sempre e todos os subordinados de forma muito rigorosa ou muito branda. ERRO LÓGICO O avaliador considera que certas qualidades estão ligadas, pelo que a avaliação atribuída a uma é a mesma atribuída às restantes. ESTERÓTIPO As pessoas são avaliadas em função de um determinado modelo que lhes é atribuído e não em função dos seus PJ/PF INOVConsulting 36/26 OU CLICHÉ EFEITOS EMOCIONAIS comportamentos específicos. Os avaliadores realizam a sua apreciação em função da simpatia ou desagrado que sentem relativamente aos seus subordinados, fazendo prevalecer factores emocionais na avaliação que nada têm a ver com o desempenho profissional na função. EFEITO DE PRÉJULGAMENTO O avaliador retém apenas as observações que correspondem a esquemas mentais previamente estabelecidos. Para minimizar os efeitos introduzidos pelos factores subjectivos na apreciação, os avaliadores deveriam ser submetidos a um programa de formação específico que os alertasse para a: QUALIDADE NA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ERROS - TIPO EFEITO DE SEMELHANÇA EFEITO DE HALO TENDÊNCIA CENTRAL Q PROXIMIDADE TEMPORAL FUGA AO CONFLITO PJ/PF INOVConsulting 36/27 Estratégias da Avaliação de Desempenho Definidas as características da Avaliação de Desempenho, seus objectivos, importância e limitações, importa que a Organização estabeleça o que medir e como fazê-lo. Quanto ao que vai medir, pode optar-se por avaliar: o O valor potencial dos colaboradores; o O valor do seu desempenho efectivo. Neste último caso, deverá decidir-se se é mais relevante e viável medir as características pessoais, os comportamentos ou os resultados. À partida tais decisões prendem-se essencialmente com os objectivos específicos da Organização relativamente ao sistema de avaliação. A Avaliação pode ser vista: o Como um meio para atribuir prémios ao desempenho dos colaboradores; o Como uma fonte de informação útil para desencadear medidas de desenvolvimento pessoal e profissional. No primeiro caso, as preocupações vão centrar-se na avaliação do desempenho efectivo; no segundo caso, o valor potencial é o principal aspecto a considerar. A avaliação do valor potencial do colaborador engloba as seguintes áreas: o Juízo sobre o grau em que a pessoa possui certas qualidades necessárias ao prosseguimento na carreira; o Juízo sobre os seus desejos e aspirações; o Indicação das qualificações obtidas ao longo da carreira; o Indicação das avaliações e prémios obtidos; PJ/PF INOVConsulting 36/28 o Juízo sobre os progressos conseguidos no último período de avaliação; indicação das actividades de formação/desenvolvimento aconselháveis ou dos compromissos relativamente a projectos de auto-formação. A avaliação do desempenho efectivo concretiza-se na avaliação de aspectos quantitativos e qualitativos do exercício da função, como: o Aspectos Quantitativos: o Número de faltas; o Número médio de montagens; o Volume de Vendas; o Número de reclamações dos clientes. o Aspectos Qualitativos: o Iniciativa; o Empenho no trabalho; o Espírito de colaboração; o Relacionamento Interpessoal; o Tomada de decisão. Geralmente as Organizações optam por avaliar o desempenho efectivo e explorar, simultaneamente, algumas questões relativas ao valor potencial do indivíduo, aproveitando para isso a oportunidade de comunicação que constitui a entrevista de avaliação. Os parâmetros a avaliar, no caso da avaliação do desempenho efectivo, dividem-se em três categorias principais, cabendo a Organização decidir qual ou quais utilizar. Os mesmos mostram-se no Quadro nº 3 abaixo referenciado. PJ/PF INOVConsulting 36/29 PARÂMETROS EXEMPLOS Características Pessoais Comportamentos Relacionados com o o Motivação o Interesse o Capacidade de Persuasão o Autonomia o Iniciativa o Liderança o Cumprimento Trabalho (prestação na função) dos Parâmetros de Qualidade Cumprimentos de Objectivos o Observância dos Horários o Cumprimento de Regulamentos o Organização do Trabalho o Apoio aos Subordinados o Reduzir os custos o Angariar X novos clientes o Diminuir em X os erros de facturação o Reduzir o número de reclamações o Aumentar o volume de facturação A avaliação das características, ou traços, pessoais, pode contribuir para um conhecimento mais abrangente e integrado do colaborador, mas tem a desvantagem das características não serem directamente observáveis. São inferidas da observação e é difícil harmonizar os critérios entre os avaliadores. Trata-se pois, de uma avaliação tecnicamente subjectiva. A avaliação dos comportamentos tem as vantagens de incidir sobre uma realidade directamente observável e de se reportar apenas aos comportamentos relacionados directamente com o exercício da função. Contudo, a definição exacta dos comportamentos, é por vezes difícil e é necessário um cuidadoso acerto de critérios entre os avaliadores. A avaliação dos objectivos da função é a mais objectiva e frequentemente quantificável, embora em alguns casos, seja difícil operacionalizar os objectivos de modo a torná-los mensuráveis. PJ/PF INOVConsulting 36/30 As técnicas mais utilizadas para exprimir as avaliações incluem: o A técnica da escolha forçada; o As escalas de avaliação do comportamento; o As escalas de juízo. Na técnica da escolha forçada, o avaliador deve pronunciar-se sobre factos objectivos, sem ter conhecimento de juízo que resulta do seu registo. As informações sobre o comportamento estão reunidas em grupos de 4 ou 5, das quais o avaliador deve escolher a que mais se aplica. Exemplo: o Conhecimentos necessários à execução das tarefas do seu posto de trabalho. Graus de avaliação: 5 – Excelentes Conhecimentos; 4 – Bons Conhecimentos; 3 – Conhecimentos Razoáveis; 2 – Poucos Conhecimentos; 1 – Conhecimentos Inexistentes. As escalas de avaliação do comportamento são listas de afirmações ou de perguntas sobre características mais salientes das pessoas, relacionadas com o exercício da função. Exemplo: o Autoconfiança: Manifesta a sua posição sobre os assuntos; Quando solicitado, toma decisões sem hesitações, responsabilizando-se a si e aos outros; Mostra confiança no sucesso das acções a desencadear. PJ/PF INOVConsulting 36/31 Graus de avaliação: 1 – Sempre; 2 – Quase Sempre; 3 – Algumas Vezes; 4 – Nunca; 5 – Não se Aplica. As escalas de juízo permitem determinar em que grau o trabalhador possui determinadas características, qualidades ou comportamentos. Exemplo: o Quantidade de Produção: 1 – Produz abaixo do exigido; 2 – Produz pouco abaixo do exigido; 3 – Produz Conforme o exigido; 4 – Produz um pouco acima do exigido; 5 – Produz muito acima do exigido. PJ/PF INOVConsulting 36/32 CONCLUSÃO A implementação de um sistema de Avaliação de Desempenho constitui uma arte ou uma ciência? As respostas a esta questão são várias. Com o presente trabalho procurámos proporcionar uma reflexão sobre como o desenvolvimento de um sistema desta natureza pode constituir uma arte e uma ciência, envolvendo o rigor e a explicação da primeira e, com toda a subjectividade, a emoção e irracionalidade que caracterizam a arte. Um sistema de avaliação de desempenho adequado e a sua cautelosa introdução na cultura de uma empresa, significam uma decisão de gestão traduzível em valor para o accionista e em desenvolvimento para as pessoas. A definição de objectivos em alinhamento com a estratégia de negócio e com as expectativas dos accionistas implica necessariamente conhecimento e partilha num processo top-down de envolvimento a todos os níveis da organização. Estará a empresa preparada para partilhar a informação, ou prefere uma centralização de “informação” (seja ela qual for) sendo que informação e conhecimento representam poder? Existirá o nível de compromisso individual e colectivo, necessário para produzir capacidade motivacional e para direccionar o comportamento para algo diferente? Qual a confiança que é transmitida pela gestão face aos objectivos definidos? Será o sistema de avaliação de desempenho percepcionado internamente como um processo gerador de valor e com benefícios traduzíveis para ambas as partes, ou como mais “uma burocracia instituída por alguém”? PJ/PF INOVConsulting 36/33 Serão os resultados entendidos como traduzindo justiça interna e consistência ou, pelo contrário, dissonância individual provocada pela falta de compreensão e desconfiança? Com efeito, temos sistemas de elevada sofisticação científica, mas que não retratam a realidade cultural da empresa. Importa que as empresas possam traduzir as expectativas do accionista em objectivos e processos internos, criando uma linguagem comum e transparente de estabelecimento de objectivos e metas, gerindo comportamentos e aumentando o compromisso das suas pessoas, valorizando igualmente as estratégias e comportamentos geradores de valor. O compromisso de topo em qualquer processo de mudança torna-se igualmente um factor crítico de sucesso, na união das pessoas em redor de uma dada expectativa. E um processo de mudança vai quebrar regras de funcionamento, desafiar o status que e gerar em muitas pessoas desconforto e instabilidade, que cabe à gestão saber gerir. Pela racionalidade e irracionalidade, pelo científico e pela arte, pela razão e pela emoção, conseguimos comunicar a mensagem da estratégia e do compromisso. A associação da arte e da ciência torna-se o mapa mental natural de quem quer gerir pessoas, geradores igualmente de valor para o negócio. PJ/PF INOVConsulting 36/34 EQUIPA DE TRABALHO Empresa: INOVConsulting Consultores: • Pedro J. Fernandes • Paulo Farinha Docente Mestre Sérgio Fonseca Referências bibliográficas • Rodrigues, Jorge Nascimento; et al, «50 Gurus da Gestão para o Século XXI», Editora Centro Atlântico, Vila Nova de Famalicão; 2005; pág. 490; • Baranger, P.; e tal, «Gestão», Editora Sílabo, Lisboa 1993; págs. 370375; • Hiam, Alexander; «Ferramentas de Decisão para Executivos» (VEST POCKET CEO), Executive Digest, 1998, 98 págs; • Brilman, Jean; «As melhores práticas de gestão no centro do desempenho», Editora Sílabo, Lisboa 2000; págs. 377-392; • • Artigos Publicados: o Artigo 1 – Pasta Artigos o Artigo 2 - Pasta Artigos o Artigo 3 - Pasta Artigos • Sites o http://www.psicologia.com.pt/ - © Copyright PSICOGLOBAL Serviços de Psicologia, Lda. Todos os direitos registados e reservados. Acesso no dia 18-07-2007; o http://www.pmelink.pt/ - S.G.P.I.C.E. - Sociedade de Serviços de Gestão de Portais na Internet e de Consultoria de Empresas, S.A. Av. Liberdade, 36 - 5 1250-145 Lisboa Tel.: 21 330 72 18 Fax: 21 330 72 27 PJ/PF INOVConsulting 36/35 E-mail: [email protected] Nº de contribuinte: 505 391 406 o Serviço de Apoio a Clientes pmelink.pt Tel.: 707 20 50 20 Fax: 21 330 72 92 E-mail: [email protected] Acesso no dia 18-07-2007 o http://www.eps.ufsc.br/ - Departamento de Engenharia e Produção de Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina – Brasil; Acesso no dia 18-07-2007; PJ/PF INOVConsulting 36/36