LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: RELATANDO EXPERIÊNCIAS ACERCA DE PROJETOS E PLANEJAMENTOS ENVOLVENDO E ESTIMULANDO A APRECIAÇÃO DA LEITURA. CLARO, Jóice Mª Manhago1 - UFSM [email protected] Eixo Temático: Educação da Infância Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo Este trabalho é um relato das atividades práticas de literatura infantil, que estão inseridas em um projeto mais amplo de intervenção em uma Escola de Educação Infantil de Santa Maria, RS. A proposta de realização deste trabalho surgiu a partir da disciplina Literatura, cursada no 3º semestre do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria, RS. Os objetivos foram estimular a criatividade, indagações, fantasias, realidade e incentivo a leitura para as crianças, permitindo também incentivá-las a respeitar os colegas durante a narração das histórias. Tanto, quanto importante esta fase inicial de apreciação a literatura, é que estimula os pequenos para formarem grandes leitores, assim como um estimulo a alfabetização e aprendizado das áreas do conhecimento e a aproximação entre colegas desenvolvendo a afetividade, expressões, partilhas, respeito e demais valores. Tudo isto é agregado a projetos, o qual “ganha vida” através dos interesses das crianças e o incentivo que elas recebem em expressar seus anseios sobre aquilo que gostariam de descobrir. Uma boa leitura, tanto narrada, quanto interpretada através de imagens, envolvem as crianças, porque as atrai. A atração vai além da identificação da história com o cotidiano, cabe também, quando a professora consegue estabelecer um clima propenso a arte da fantasiar, deixar um ar suspense de mistério, os quais estimulam a curiosidade dos infantes, ao mesmo que abre caminhos para fazer valer as demais ações pedagógicas. Deste relato também se destaca o olhar pedagógico, a avaliação do professor, assim como a literatura infantil em seus diferentes gêneros, também oportuniza aos educandos conhecer as várias formas de leituras, bem como, aprofundar e explorar os conhecimentos. Palavras-chaves: Formação do leitor. Hábito. Literatura Infantil. Introdução 1 Acadêmica do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria 13595 Apresento este trabalho a partir das experiências com uma turma de maternal com crianças entre 4 e 5 anos, uma vivência teórica-prática reflexiva sobre as ações pedagógicas envolvidas nestes dias em contato com uma escola de educação infantil localizada na região central do Rio Grande do Sul. No decorrer dos dias seguidos das observações, presenciamos o modo como as crianças são acolhidas e orientadas pela professora, assim como, as rotinas e os espaços. Apresento neste trabalho como foram elaborados e concretizados os planejamentos, de modo específico, em função de projetos ministrados pela professora, cabe aqui ressaltar a literatura e seus momentos. Vale-se destacar, o modo como as crianças, desta turma interagiram durante as atividades e que causou-me um grande contentamento . Isso foi algo positivo no decorrer dos dias, em termos de experiência, da qual nunca tive, assim como, as trocas de conhecimentos, ações, afetividades, interações, etc. Ao término das observações, foi aberto um espaço para que também pudéssemos experienciar, a partir das intervenções, seguidos por meio de planejamentos flexibilizados para e com as crianças. Após concretizá-lo em todo ou parte do mesmo, foram feitas as reflexões sobre as ações das atividades, e em especial, durante o momento de deleite das leituras e a forma como foram narradas. Vale-se colocar aqui, a contribuição da literatura e a formação de novos apreciadores de leituras, poesias, teatro, etc. Cabe destacar também que a instituição não priva as crianças a vivenciar as fantasias, e que de modo associativo desenvolve as expressões, participação (ora fala, ora escuta), hipóteses criativas, afetividade e construção do conhecimento. A relevância foi através destas ações e reflexões, a primeiro momento, o que foi visto nos semestres anteriores do curso de Pedagogia, as práticas adotadas pela professora, contribuíram para uma breve visão associando aos conhecimentos adquiridos na graduação. O objetivo maior foi como concretizar ou tentar aproximar ao máximo boa parte dos referenciais com as práticas, e das oportunidades que obtivemos a nos colocarmos junto ao papel desafiador de professor perante a turma. O desafio maior, foi estudar as melhores formas possíveis sobre o processo de ensino-aprendizagem através da literatura para a educação infantil, afim de que se faça deste, um modo significativo a nós professores em formação e as crianças. Estas experiências vividas e a forma como nos deparamos frente a turma seguido de reflexões durante e após o momento literário e destes presentes nos planejamentos. Pois foi 13596 um contato de curto prazo muito gratificante, o qual contribuiu para que possamos ter idéia de como uma turma de maternal pode explorar com facilidade as demais áreas do conhecimento dentro de um projeto pedagógico, através da literatura infantil. O projeto foi realizado a partir dos interesses da turma, com sugestões e orientação da professora regente. Mais ao final apresenta-se a avaliação prática-reflexiva das observações e intervenções vivenciadas. Relato da experiência com literatura infantil Este relato de experiência, insere-se em uma oferta de disciplinas pertencentes ao terceiro semestre , do curso de Pedagogia Licenciatura Plena Diurno da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mas que foi vivenciado nestes últimos semestres na turma de maternal nesta instituição de Educação Infantil. Associando as teorias da disciplina: Literatura Infantil com a prática pedagógica adquiridos ao longo do semestre através do contato com os pequenos, ao mesmo em que intervirmos e observávamos. Este contato foi realizado com uma turma de maternal, de uma escola de Educação infantil, no município de Santa Maria. A turma é composta por 16 crianças, a idade varia entre 4 e 5 anos, a sala de aula é ampla, e a iluminação é adequada. Tem-se um tatame pelo qual as crianças o usufruem, mesa redonda, e um armário e demais móbiles onde se guardam os materiais diversos e livros. A instituição segue uma pedagogia de projetos que considera o interesses das crianças afim de que contribuam para seu desenvolvimento e concepções. Para a professora, o projeto advém dos interesses, que são recolhidos em meio a roda de conversas, as quais são identificadas através dos pequenos em seu cotidiano, e fazer um grande elo com os conhecimentos presentes na realidade das crianças. Para Barbosa e Horn (2008) é necessário recolher “pistas”, que são deixadas por uma determinada turma, e articulá-las com os conhecimentos e temáticas contemporâneas pertinentes a vida destas crianças. Ainda contemplando o argumento, foi a partir de muitas percepções que se motivou montar com a turma um projeto que pudesse construir e articular conhecimentos acerca do cotidiano onde se encontram. A literatura, ao longo da aplicação do projeto, demonstrou sua contribuição para os pequenos de modo que tornou significativo o aprendizado. 13597 Muitos professores e pais comentam sobre a importância da literatura presente na educação infantil. O que fica a nos indagar é o modo como acham que ela contribui para as crianças, o que remete é que a leitura apenas serve para aperfeiçoar o vocabulário, ou apenas ler porque acham importante para a prática pedagógica. Insere-se a leitura nas atividades com as crianças, o que vai mais além de apenas explorar seus conhecimentos, e sim, estimular a escuta, valorizar e respeitar a si mesmo e o mundo/meio que está ao redor, assim como a arte do deleite,ou seja, a apreciação pelo ler e ouvir. Mas o que é a literatura em si? Segundo estudos, como coloca Coelho (1991), Cunha (1985), entre outros, dizem que não existe uma literatura infantil específica para as crianças e, nem um único conceito sobre esta, o que existe é uma literatura feita para os adultos que, com o tempo foi se adaptando para as mesmas; como bem coloca Coelho (1991, p. 35) “certas obras que foram famosas como literatura para adultos, com o tempo e através de um misterioso processo de adaptação, acabaram se transformando em entretenimento para as crianças”. Sabe-se que são os adultos que escrevem para as crianças e por isto, muitas vezes, os diferentes aspectos que compõem a literatura infantil tornam-se inadequados, não atraindo as crianças. Como afirma Cademartori (1989, p. 21): “Desse modo, circunscreve-se o âmbito desse tipo de texto: é escrito para as crianças e lido pela criança. Porém, é escrito, empresariado, divulgado e comprado pelo adulto”. Por isso, acredita-se que o adulto deve levar mais em conta a criança quando se trata de produzir escritos para a mesma, a fim de que suas produções sejam mais atrativas e adequadas ao público infantil. Além do mais, o autor coloca que faz muito tempo que se vem estudando e discutindo sobre o que é literatura. O que a define? O que faz parte dela, os seus componentes? Mas, as definições não são fixas, nem definitivas. Como bem nos diz Lajolo (1986, p. 25): “Não existe uma resposta correta, porque cada tempo, cada grupo social tem sua resposta, sua definição para literatura”. A partir disso, percebe-se que a literatura não tem uma definição fechada do que seja o seu conceito; o que se tem são várias sugestões, respostas que não podem ser descartadas e, não se pode dar como verdade apenas uma delas, pois vai depender de cada um tal definição. Vale destacar que a literatura infantil não é apenas a arte da leitura, mas , entram demais itens que a agregam. Para Cunha (1985), Coelho (1991), entre outros, são a poesia, o teatro, histórias infantis, histórias em quadrinho, música, folclore. 13598 Estes elementos da literatura infantil são importantes, pois todos têm suas especificidades e atributos, os quais podem beneficiar a criança a desenvolver suas habilidades para a leitura e a escrita, ou capacidades da alfabetização. Durante as observações e intervenções em que trataremos aqui, como a literatura infantil pode contribuir para o desenvolvimento de capacidades da alfabetização. Além disso, a literatura infantil em seus diferentes gêneros, oportuniza aos educandos conhecer as várias formas de literatura infantil, bem como, aprofundar tal conhecimento. Durante este período observado, o que mais se trabalhou no ramo literário, foi a leitura, em que as crianças acomodavam-se no tatame, ou em mesinhas redondas, e que nestes espaços fluía o interesse de participarem a leitura, bem como estímulos ao conhecimento. A partir disso, vale comentar aqui as influências e incentivos para futuros leitores, assim como, o papel dos pais e professores neste processo. Observou-se durante o tempo de experiência, que algumas crianças traziam de casa alguns livros e mostravam suas novidades para os colegas. Um deles convidou a professora e pediu para que lê-se o que ali havia. Todos sentaram-se ao tatame, a regente enquanto fazia a leitura, notavamos as expressões das crianças pelo mistério que ali envolvia. A professora fazia, perguntas durante a narração do texto estimulando os pequenos para emitir hipóteses, assim como, a interpretação da imagem, afim de que incentivasse a participação da leitura. Ao término da leitura as crianças pediram para que se repetisse, a regente disponibilizou o livro e a partir das imagens eles reviviam a história. Através da observação realizada, a adoção dos livros dentro do projeto, se fez presente durante as atividades e em meio a interação das crianças com a leitura através de sugestões, hipóteses, interpretações, desenhos, etc. Assim o conhecimento do mundo através da leitura contribuiu de forma significativa para os pequenos. A professora acredita que se a literatura não for explorada, estas crianças, posteriormente, poderão necessitar de um tempo maior, oferecido pela escola, para explorar o pensamento mágico e imaginativo; ou seja, que a literatura infantil oferece adentrar ao universo da cultura escrita, minimizando as dificuldades futuras, tanto na leitura como na alfabetização. Partindo-se da sensibilização de teorias estudadas e abordadas na graduação, é sobre a importância da literatura estar presente, tendo como primeiro e o principal passo, continuar apaixonando novos leitores e o contato destes no mundo da escrita. 13599 Notou-se que estas crianças de educação infantil, já estão usufruindo destas leituras, antes da escolarização, o que oportunizou e ainda oportunizará estímulos. A leitura as quais referidas dentro do projeto é a leituras que partiram das “pistas” dadas pelas crianças, o que tornou para elas algo fantástico e proveitoso, envolvendo de forma concreta as associações com o cotidiano, através de figuras, objetos, entre outros que delas se tem e tiveram contato. Para Cadermatori (1989, p.53): “é através da imagem visual, os livros sem texto estimulam o interesse ativo da mente em relação ao objeto.”. O desenvolvimento da apreensão visual é, portanto, uma etapa básica e importante do desenvolvimento que a leitura requer. Durante o contato com as crianças este momento propiciou para a formação do leitor, pois, oportunizou contato inicial com as imagens, letras, símbolos, expressões, valores, etc. o que abriu novos rumos. Um exemplo disso foi o caso da criança que interpretou e comentou o porquê do cavalo encantado tinha os cabelos negros: “- Por causa que o índio estava apaixonado pela índia, e ela era muito bonita, e ela tinha cabelos negros e compridos. Acho que o cavalo era a índia que foi enfeitiçada!” Aqui neste caso a criança criou hipóteses do mistério dos personagens da história, o que propiciou a imaginação seguida de detalhes, e o respeito dos outros colegas os quais concordaram com a pequena. Esta história foi narrada pela professora, a qual utilizou expressões, gestos, e alteração da voz, o que deixou as crianças ainda mais curiosas na “hora do conto”. Percebeu-se que através da leitura em voz alta e variabilidade na intensidade da mesma, a qual encanta as crianças, o qual muito valeu-se pelo uso de determinados recursos como dedoches, palitoches, brinquedos, dramatizações, expressões faciais, os quais foram utilizados nos planejamentos ao longo das observações, com finalidade de representar os personagens. Todo este conjunto acabou encantando os pequenos, tornou em algo cada vez mais envolvente em função da história, e que inseriu-se bem no mundo fictício. Neste caso, ocorreu a professora utilizar um grande livro com gravuras bem ampliadas, as quais contribuíram para o deleite. Em conjunto, incrementou-se a isso às cores, desenhos, escrita (letras em que o aluno acusou que a letra em bastão era a mesma do seu nome), tamanho do livro, capa, paginação, etc. os quais também influenciaram pelas observações efetuadas pelos educandos na formação de leitores. Nestes momentos, as histórias infantis e a atratividade que se tem nos livros, de modo especifico, tornou-se uma ferramenta a qual foi estimulando para o possível processo futuro de alfabetização. Logo que foi exposto diretamente no mundo da leitura e da escrita dos 13600 infantes. Com o que se é compreendido nas análises de estudos do curso de pedagogia, a leitura deve ser trabalhada desde cedo, mesmo antes das crianças irem para a escola. Para o autor: A formação do pequeno leitor deve começar bem cedo, e prosseguir em gradativo aprofundamento, até o final do ciclo de estudo, na escola. Disso depende que seu convívio essencial com o livro possa continuar fecundo pela vida afora. Daí a atual preocupação dos estudiosos e organismos educacionais com a Literatura Infantil. (COELHO, 1991, p.9) Nesse caso, as crianças foram posicionadas frente ao livro, o que permitiu o contato com o mesmo através das folheações, as quais foram observadas pelos mesmos, e que, não houve a dispersão dos pequenos. Os itens mencionados foram relevantes, e que as crianças, neste caso, ainda não fazem a leitura de texto e de escrita, logo que levaram mais em conta, as figuras, as cores e a escrita o que lhes chamaram a atenção. Para Cunha: Para as muito pequenas, que não sabem ler, ou lêem pouco, o desenho das palavras é desagradável, exatamente porque não significa nada para elas. Um livro sem ilustrações nada lhe diz, e as impressiona muito mal. Para essas crianças, em quem queremos desenvolver o interesse pelas histórias, em geral lidas para elas, é importante a gravura: deve, nesse caso, prevalecer a ilustração. O texto deve ser pequeno (e bom, já se sabe) para conduzir quase à observação das figuras. (1985, p.60) Frente ao que propôs o autor sobre a importância destes itens presentes nos livros infantis, para o estímulo dos leitores. Os pequenos, os quais ao longo e o término da leitura, desenvolveram determinados atributos referentes a imaginação, criatividade, valores, respeitos, criação de novos conceitos, etc. Visto que, em meio as atividades propostas pela professora permitiu-se a arte de inventar, em que neste caso do plano, foi de elaborar desenhos, trabalhos com massinhas de modelar, sucatas, etc. Para isto tornou-se um tanto quanto importante tudo aquilo que elas experienciaram, ao mesmo que, serviu de modelo para tal. Notou-se que as crianças gostaram muito das histórias narradas, assim como, os poemas, poesias, piadas, etc. e sentiram um enorme prazer em realizar as diversas atividades quando envolvem a literatura infantil juntamente as demais áreas do conhecimento. Avaliação reflexiva Estimular o hábito da leitura é um processo contínuo e vasto, começando-se preferencialmente desde cedo em casa, dando continuidade na escola, assim como, para 13601 usufruí-la para a vida. Quanto mais cedo a criança estiver em contato com livros que acarretem na diversidade adequadas a elas, será proporcionalmente uma pessoa que irá sentir o prazer da leitura e suas contribuições na formação de homem. Ao deleite da leitura, o qual é um momento tão prazeroso, permite ao mesmo tempo adquirir uma postura reflexiva e critica para sua formação cognitiva. Contempla-se também, a parte afetiva, emocional, entre outras, para que propicie a valorização, respeito, criatividade, hipóteses, e uma gama de atributos que aos poucos e durante as fases de desenvolvimento elas possam adquirir. No momento em que uma criança é capaz de parar e ouvir uma história, ela será capaz de comentar, criticar, duvidar, discutir sobre ela. Acreditamos que a literatura infantil deva fazer parte tanto da rotina de adultos quanto das crianças, pois através da literatura além de estimular a criação de novos conhecimentos e atitudes, permite também fazer uma viagem e conhecer outros lugares através da imaginação. Acredita-se que as coisas não funcionam através da cobrança e, que a leitura e a escrita devem ser adquiridas como sendo coisas boas, que proporcionam o conhecimento e aprendizado para quem o faz de forma agradável. Além do mais, no momento em que a escola cobra dos alunos a leitura e escrita de certos textos, obras, ela estará formando e ensinando aos educandos a forma errada de se conhecer a beleza que existe em escrever e ler, enfim, ela não estará formando nem leitores e nem escritores, o que se forma e se ensina é sem dúvida pessoas não leitoras e que apenas reproduzem o que vê e ouvem. Já Machado (1986, p.11), reforça dizendo: “Se a leitura deve ser um hábito, deve ser também fonte de prazer, e nunca uma atividade obrigatória, cercada de ameaças e castigos e encarada como uma imposição do mundo adulto. Para se ler é preciso gostar de ler”. Para as crianças sentirem-se motivadas a ler e escrever significativamente, é preciso ir além das meras leituras e das cobranças sobre a mesma se esta não lhes chamar atenção. É preciso direcionar o contato com leituras que tenham intencionalidades significativas e fazendo um diferencial. Sobre esta forma, é que as histórias infantis dentro da literatura se manifestem. A idéia principal é de que se tornem atrativas e significativas, em especial quando acompanhadas de teatros (baú das fantasias, por exemplo), dedoches, fantoches, palitoches, brinquedos, sucatas, gestos, expressões, ambiente (iluminação, cheiro, música de fundo, etc.), espaço da leitura, entre outros. 13602 É preciso explorar, usar a criatividade, ter disponibilidade e flexibilidade para este momento o qual quando se é bem trabalhado com as crianças torna-se um grande diferencial na vida dos mesmos. Notou-se durante esta experiência, que algumas crianças fora do ambiente educacional não recebem sequer estímulos para o gozo da leitura tornando para elas e para a instituição uma situação desagradável em termos de formação de cidadão. É interessante destacar aqui o não privamento dos educandos ao contato com a variabilidade de livros, ou dependendo, de algo que eles vêem em casa tal como outras fontes, revistas, receitas, rótulos, internet, antes mesmo de entrar para o mundo escolar. Se caso alegado, pode comprometer à criança na aquisição de conhecimentos tal como dentre um deles a alfabetização. Segundo Rego (1988, p.17): “É provável, portanto, que uma criança cuja experiência com textos escritos tenha sido muito reduzida na fase pré-escolar apresente dificuldades tanto no entendimento como na produção de textos escritos”. Temos que a literatura infantil é fundamental para o processo de construção dos conhecimentos e atitudes, bem como estimulo a alfabetização e formação de bons leitores. Visto que, quando a criança em contato com as histórias infantis, também oportuniza sua linguagem oral culta e a popular e, tendo em ponto noções para contar e possibilitar a escrever pequenos textos, que futuramente e gradativamente vão explorando. Outro ponto em vista é que, quanto maior for o contato das crianças com as histórias, elas podendo serem narradas e/dramatizadas por outras, podem contribuir e muito para o ato futuro e durante da leitura e escrita. Assim, Rego (1988, p.17) afirma: “é possível propor que há processo de aquisição da língua escrita e que se inicia espontaneamente partir de um interesse da criança em produzir atos de leitura.”. A partir deste projeto adotado pela instituição, a literatura, em que neste caso, se deu especificamente a leitura, a qual está em constante contato com as crianças, os livros encontram-se disponíveis para que as mesmas possam explorá-lo. A literatura está inserida ao projeto, encontrando-se dentre a metodologia, com as demais áreas do conhecimento a qual se é explorada, afim de contribuir para o total desenvolvimento pleno e significativo das crianças. REFERÊNCIAS BARBOSA, M.C.S:.HORN, M.G.S:. Projetos Pedagógicos na Educação Infantil. Rio Grande, RS: Artmed, 2008. 13603 CADEMARTORI, L. O que é Literatura Infantil. 3. ed. São Paulo; Brasiliense, 1989. 90p. COELHO, N. N. Literatura Infantil: teoria, análise e didática. 5. ed. São Paulo: Ática, 1991. 247p. CUNHA, M. A. A. Como Ensinar Literatura Infantil. 3. ed. São Paulo: Discubra, 1985. 141p. LAJOLO, M. O texto não é pretexto. In: ZILBERMAN, R. (org). Leitura em Crise na Escola. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986. p. 51-62. MACHADO, R.L.. & SANDRONI, L. C. A Criança e o Livro. São Paulo: Ática, 1986. 144p. REGO, L. L. B. Literatura Infantil: uma nova perspectiva da alfabetização na pré-escola. São Paulo: FTD, 1988. 79p.