VIII Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar
PO - 12
DIFERENÇA DE GÊNERO NA EXPRESSÃO DOS SINTOMAS SOMÁTICOS E
COGNITIVO AFETIVOS EM UMA AMOSTRA DE ESTUDANTES BRASILEIROS
UNIVERSITÁRIOS*
Márcio Henrique Gomes de Oliveira, Clarice Gorenstein, Yuan-Pang Wang
São Paulo, Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica (LIM-23) - Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Introdução: A diferença na manifestação dos subtipos de depressão entre homens e mulheres tem sido
amplamente debatida. O objetivo desse estudo é documentar as diferenças das manifestações psicopatológicas dos sintomas depressivos pontuados pelo Inventário de Depressão de Beck, versão II (BDI-II),
em uma amostra de estudantes universitários brasileiros. Material e Métodos: Estudantes universitários
de uma instituição privada de ensino superior da região metropolitana de São Paulo foram randomicamente selecionados para preencherem, em sala de aula, o inventário de 21 questões de autopreenchimento. A amostra final foi composta por 2655 estudantes, a média de idade foi 25,69 anos (DP 7,38) e
a distribuição por gênero foi 1866 mulheres (70%) e 789 homens (30%). A média dos itens (M), desvio
padrão (DP) e correlação item-total (r) foram calculados para cada item do BDI-II, para a amostra total
e por gênero. Em seguida, foi executada análise fatorial exploratória através do método de extração por
eixos principais seguida de rotação Promax. O coeficiente de consistência interna alfa de Cronbach e
a correlação entre os fatores retidos foram calculados para a amostra total e por gênero. Resultados e
discussão: O escore total do BDI-II para a amostra total foi de 10,95(DP 9,72), e a correlação item-total
oscilou de 0,35 a 0,58. O coeficiente alfa de Cronbach obtido foi 0,875. De maneira geral, as mulheres
apresentaram uma pontuação média elevada nos itens do BDI-II, exceto para sentimentos de punição,
pensamentos suicidas e agitação. Elas também apresentaram um escore total superior aos homens
(11,96 DP 8,29 vs. 8,81 DP 7,92, p<0.0001). Uma estrutura fatorial bidimensional, fator somato-vegetativo e afetivo-cognitivo, foi encontrada para a amostra total e para a subamostra de gênero. Contudo,
enquanto que os itens somato-vegetativos tiveram maior contribuição na variabilidade dos dados entre
os homens, os afetivo-cognitivos foram mais importantes para as mulheres. Conclusões: Há evidência
de uma considerável diferença na manifestação da sintomatologia depressiva entre gêneros conforme
avaliado pelo BDI-II. O processo neurofisiológico subjacente que determina a depressão maior pode ser
influenciado por diferentes fatores entre os sexos.
Palavras-Chave: psicometria, validação, BDI-II, epidemiologia, depressão.
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*O presente estudo recebeu subvenção da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Processo
no. 2008/11415-9
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po / diferença de gênero na expressão dos sintomas