UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE E SOCIEDADE PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À ASFIXIA PERINATAL A PARTIR DE UMA AMOSTRA DE NASCIDOS VIVOS REJANE MARIA DE OLIVEIRA HOLANDA Mossoró – RN 2015 REJANE MARIA DE OLIVEIRA HOLANDA PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À ASFIXIA PERINATAL A PARTIR DE UMA AMOSTRA DE NASCIDOS VIVOS Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, como requisito final para obtenção do grau de Mestre em Saúde e Sociedade. Orientador: Prof. Dr. Fausto Pierdoná Guzen Mossoró-RN 2015 Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Holanda, Rejane Maria de Oliveira Prevalência e fatores associados à asfixia perinatal a partir de uma amostra de nascidos vivos. / Rejane Maria de Oliveira Holanda. – Mossoró, RN, 2014. 83 p. Orientador: Prof. Dr. Fausto Pierdoná Guzen Dissertação (Mestrado em Saúde e Sociedade.). Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Faculdade de Enfermagem. Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade Asfixia neonatal. 2. Prevalência - Índice de APGAR Recém-nascido. I.Knackfuss, Maria Irany. II.Universidade do Estado do Rio 1. Grande do Norte. III. Título. UERN/BC CDD 610 Bibliotecária: Jocelania Marinho Maia de Oliveira – CRB 15 319 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE E SOCIEDADE A COMISSÃO ABAIXO ASSINADA APROVA A DISSERTAÇÃO INTITULADA PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À ASFIXIA PERINATAL A PARTIR DE UMA AMOSTRA DE NASCIDOS VIVOS Elaborada por REJANE MARIA DE OLIVEIRA HOLANDA COMO REQUISITO FINAL PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM SAÚDE E SOCIEDADE BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr. Fausto Pierdoná Guzen (Orientador) Profa Drª. Fátima Raquel Rosado Morais (UERN) Prof. Dr. Carlos Eduardo Bezerra de Moura (UFESA) Mossoró - RN 2015 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu esposo Fábio e aos meus filhos Rodrigo e Fabíola, pelo apoio e paciência nos momentos de inquietação e cansaço, pela presença sempre constante em minha vida. Desta forma vocês contribuíram muito para que eu alcançasse esse objetivo. A vocês minha eterna gratidão. AGRADECIMENTOS À Deus pelo dom da vida. Ao meu orientador e amigo, Prof. Dr. Fausto Pierdoná Guzen, por ter me conduzido pelos caminhos da ciência de uma forma brilhante. Aos meus amigos Ellison, Kátia, Mikaela, Geilne e Isleania pelas valiosas contribuições na coleta de dados. A amiga Isleania pela amizade, carinho, atenção e por auxiliar muito na execução deste trabalho. As colegas da disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da FACS (Faculdade de Ciências da Saúde) Isabelle Cantídio e Osvani Goes por ter ministrado esta disciplina com muito esmero sem a minha presença, me dando a oportunidade de eu prosseguir nesta tarefa árdua da realização do mestrado. As funcionárias da secretaria da FACS Valquíria, Dulce, Júlia e Allyssandra pelo auxilio e pela presteza. A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade da UERN. Aos Professores Doutores: Fatima Raquel e Eudes Euller, pela participação em minha Banca de Qualificação. Ao Prof. Dr. Wesley pelas valiosas orientações na estatística. A secretária do Mestrado em Saúde e Sociedade, Luzia, muito obrigada pelo grande apoio e torcida na reta final. Ao Hospital da Mulher parteira Maria Correia e a Associação de Proteção e Assistência Materno Infantil, pela disponibilização dos dados para execução desta pesquisa. As pacientes, pela delicadeza e sensibilidade no compartilhamento deste meu aprendizado. MENSAGEM “A grande conquista é o resultado de pequenas vitorias que passam despercebidas”. (Paulo Coelho) SUMÁRIO RESUMO 10 ABSTRACT 11 1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 12 1.1 O Problema..................................................................................................... 14 1.2 Objetivos......................................................................................................... 14 1.2.1 Objetivo geral.................................................................................................. 14 1.2.2 Objetivos específicos...................................................................................... 14 1.3 Justificativa...................................................................................................... 15 2. REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................... 2.1 Fatores patogênicos associados à gravidez e ao parto.................................. 16 2.2 Mortalidade perinatal e infantil........................................................................ 20 2.3 Etiopatogenia da Asfixia Perinatal.................................................................. 21 2.4 Avaliações das condições do recém-nascido e as condutas em relação ao Escore de Apgar............................................................................................. 16 23 3. METODOLOGIA 26 3.1 Caracterização da pesquisa........................................................................... 26 3.2 População e Amostra...................................................................................... 28 3.2.1 População....................................................................................................... 28 3.2.2 Amostra.......................................................................................................... 29 3.3 Instrumentos para coleta dos dados............................................................... 30 3.4 Procedimento da coleta dos dados................................................................. 30 3.5 Análises estatísticas....................................................................................... 31 3.6 Aspectos éticos............................................................................................... 32 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 34 5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES 51 6. REFERÊNCIAS 53 APÊNDICES 64 ANEXOS 71 LISTA DE TABELAS E FIGURA TABELAS TABELA 1. Escore de Apgar ............................................................................. 23 TABELA 2. Mostra a distribuição das puérperas segundo a idade, estado civil e profissão................................................................................................... 35 TABELA 3. Valores de frequência e porcentagem (%) de procedência da puérpera segundo seu município ...................................................................... 35 TABELA 4. Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente ao fator de atendimento ao parto............................................................................. 36 TABELA 5. Valores de frequência (%) do nível de escolaridade das puérperas que tiveram recém-nascidos com asfixia na cidade de Mossoró/RN 37 TABELA 6. Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente ao fator da realização das consultas do pré-natal................................................... 37 TABELA 7. Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente a fatores relacionados com a gravidez, ao parto e ao recém-nascido.................. 40 TABELA 8. Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente a fatores clínicos da gestação............................................................................... 44 TABELA 9. Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente a fatores relacionados às contrações uterinas...................................................... 44 TABELA 10. Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente ao fator do aspecto da cor do liquido amniótico................................................. 45 TABELA 11. Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente ao fator trabalho de parto................................................................................... 46 TABELA 12. Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal segundo a variável referente à sedação da mãe na hora da cesárea................ 46 TABELA 13. Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal segundo a variável peso do recém-nascido....................................................... 47 TABELA 14. Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal segundo informações referentes ao recém-nascido logo após o parto............. 48 TABELA 15. Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal segundo o Índice de Apgar no primeiro e quinto minuto de nascimento............ 49 TABELA 16. Valores de média ± desvio padrão de variáveis biométricas de recém-nascido asfixiado e recém-nascido sem asfixia...................................... 50 TABELA 17. Variáveis que permaneceram no modelo final da análise multivariada dos fatores associados à asfixia perinatal..................................... 50 FIGURA FIGURA 1. Subdivisões das mesorregiões do estado do rio grande do norte.................................................................................................................... 27 LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS AP Asfixia Perinatal APAMIM Associação de Proteção e Assistência Materno-Infantil de Mossoró CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética CEP Comitê de Ética em Pesquisa CNS Conselho Nacional de Saúde DECIT Departamento de Ciência e Tecnologia EHI Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica ENSP Escola Nacional de Saúde Publica (ENSP) FIOCRUZ Fundação Osvaldo Cruz IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IG Idade Gestacional ITU Infecção do Trato urinário LA Líquido Amniótico MBP Muito Baixo Peso MS Ministério da Saúde OMS Organização Mundial da Saúde OR Odds Ratio PH Potencial Hidrogeniônico PPP Pré-parto, Parto e Puerpério. SAME Serviço de Atendimento Médico e Estatística SCTIE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. SNC Sistema Nervoso Central SUS Sistema Único de Saúde TCLE Termo de Consentimento Livre e Informado UCIN Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais. UERN Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UTI Unidade de Terapia Intensiva UTIN Unidade de Terapia Intensiva Neonatal X2 Qui-quadrado 10 RESUMO A asfixia perinatal, consequência da falta de oxigenação adequada fetal-neonatal no periparto, ao nascimento e nos primeiros minutos de vida, é uma medida sensível da qualidade de assistência prestada no período perinatal, tanto à gestante quanto ao recém-nascido. É considerada a causa principal de lesão cerebral podendo levar a sequelas neurológicas permanentes e até a morte fetal, sendo assim configura-se como um grave problema para os neonatologistas e para a saúde pública. A presente pesquisa teve como objetivo determinar a prevalência e os fatores associados à asfixia perinatal a partir de uma amostra de nascidos vivos na cidade de Mossoró no Estado do Rio Grande do Norte, em duas maternidades como a Associação de Proteção e Assistência Materno Infantil de Mossoró e no Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, onde a população em estudo foi à amostra randômica das pacientes internadas no período de março a junho/2014. Trata-se de um estudo quantitativo, epidemiológico de delineamento observacional, descritivo e transversal, caracterizando um recorte da realidade, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte CEP no 524.485. Houve 18 casos de recém-nascidos asfixiados, sendo comparados a 1.061 casos não asfixiados. A análise multivariada revelou associação dos quadros de asfixia neonatal com os procedimentos de partos realizados no hospital da mulher, com o número de consultas de pré-natal, intercorrências clínicas da gestante como: anemia, ameaça de parto prematuro, sangramento, sedação da mãe, parto prolongado e contrações uterinas, enquanto o uso correto de medicações na gravidez, como suplementação de ferro e acido fólico, foi fator de proteção. Fatores fetais como: prematuridade, baixo peso e Índice Apgar do 1° e 5° minuto menor que sete predispõe a asfixia neonatal, bem como fatores comportamentais logo após o nascimento como: chorar ao nascer, mamar e ficar com a mãe na sala de parto corresponde como fator de proteção ao recém-nascido. Os resultados auxiliam na identificação de diversos fatores relacionados à mãe e ao recém-nascido que poderão contribuir para o direcionamento de ações na assistência perinatal, e também a condução de ações preventivas relacionadas às gestantes de Mossoró e regiões. Palavras Chaves: Asfixia neonatal; Prevalência; Índice de APGAR; Recémnascido. 11 ABSTRACT Perinatal asphyxia, due to a lack of fetal -neonatal adequate oxygenation peripartum at birth and in the first minutes of life, is a sensitive measure of assistance quality provided in the perinatal period, both the pregnant woman and the newborn. It is considered the leading cause of brain injury can lead to permanent neurological damage and even fetal death, thus appears as a serious problem for neonatologists and public health. This research aimed to determine the prevalence and factors associated with perinatal asphyxia from a sample of live births in the city of Mossoro in the state of Rio Grande do Norte, in both hospitals as Protection Association and Maternal-Infant Care Mossoró and Women's Hospital Midwife Maria Correia, where the study population with a random sample of hospitalized patients in the period from March-June/2014. This is a quantitative study, epidemiological observational design, descriptive, cross-sectional, featuring a piece of reality, approved by the Research Ethics Committee of the State University of Rio Grande do Norte CEP no 524.485. There were 18 cases of newborns with asphyxia, being compared to 1,061 cases not asphyxiated. Multivariate analysis showed association of the frames of neonatal asphyxia with delivery procedures performed in the hospital the woman, with the number of prenatal consultations, clinical complications of the pregnant woman as anemia, threatened premature labor, bleeding, mother of sedation, prolonged labor and uterine contractions, while the correct use of medications in pregnancy, such as iron and folic acid supplementation, was a protective factor. Fetal factors such as prematurity, low birth weight and Apgar index of 1 and 5 minutes less than seven predisposes to neonatal asphyxia, and behavioral factors soon after birth as: cry at birth, breastfeeding and stay with their mother in the delivery room corresponds as a protective factor to the newborn. The results help to identify several factors related to the mother and newborn that could contribute to the direct actions in perinatal care, and also to conduct preventive actions related to pregnant women Mossoro and regions. Key Words: Choking neonatal; Prevalence; APGAR index; Newborn 12 I INTRODUÇÃO A asfixia perinatal é definida como um agravo ao feto ou ao recém-nascido, ocasionado por uma falta de oxigênio (hipoxemia) e/ou uma falta de perfusão (isquemia) de vários órgãos, de magnitude suficiente para produzir alterações bioquímicas e/ou funcionais, destacando-se o comprometimento neurológico (VOLPE, 2000; CUNNINGHAM et al., 2001; CALIL & CHIA, 2002; CRUZ & CELCON, 2010), dentre as quais a Encefalopatia Hipóxico-Isquemica (EHI), cujas sequelas neuropsicomotoras, incluindo paralisia cerebral, retardo mental, déficit de aprendizagem e epilepsia, dependem do grau da asfixia (MARANHÃO et al., 2009). A EHI ocorre quando a asfixia compromete a perfusão tecidual com significativa diminuição da oferta de oxigênio, mudando o metabolismo celular de aeróbico para anaeróbico, com consequente disfunção múltipla de órgãos, entre os quais se destacam: coração, pulmões, rins, adrenais, fígado, intestino, medula óssea e cérebro. Graves lesões cerebrais são manifestadas por convulsões e outros sinais neurológicos (GILSTRAP et al., 1989; FIGUEIRA, FERREIRA & ALVES, 1996). Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) do Ministério da Saúde, as crianças menores de dois meses de idade, morrem principalmente de infecção (32%), asfixia (29%), baixo peso e prematuridade (24%); mortes que podem ser evitadas com políticas simples de promoção e atenção integral à saúde (MENDES, 2011; CAVALCANTE et al., 2012). A incidência de asfixia perinatal varia em torno de 1-1,5% em vários centros e está correlacionada diretamente com a idade gestacional e o peso ao nascer. Acontece em 9% dos recém-nascidos menores que 36 semanas e em 0,5% dos recém-nascidos maiores que 36 semanas, podendo acontecer antes, durante ou após o parto; 90% dos casos ocorrem no período ante ou intraparto como consequência de uma insuficiência placentária. Os casos restantes ocorrem no pósparto e são secundários a doenças pulmonares, cardiovasculares ou neurológicas (VOLPE, 2000; ZANCONETA, 2004). Anualmente, em torno de quatro milhões de recém-nascidos no mundo apresentam asfixia, e destes, um milhão evoluem com sequelas graves e o mesmo número vai a óbito (MAJEED et al., 2007; CRUZ & CECCON, 2010). 13 Apesar do grande avanço da medicina materno-infantil com expansão de recurso e novas tecnologias, muitas crianças continuam nascendo sem vida ou com patologias já bastante conhecidas e muitas vezes evitáveis. Este é o caso da asfixia perinatal que apesar de ter uma prevalência relativamente baixa, está associada a altas taxas de morbidade e mortalidade (RAMOS, 1994; OSWYN, VINCE & FRIESEN, 2000; NASCIMENTO et al., 2004). Ao contrário dos países desenvolvidos, onde predominam as perdas perinatais relacionadas com causas de difícil prevenção, entre elas as malformações congênitas, os acidentes de cordão umbilical e o descolamento prematuro de placenta; no Brasil as principais causas de óbito perinatal são as afecções passiveis de prevenção através de uma adequada atenção pré-natal e assistência ao parto, das quais se destacam: os tocotraumatismos, patologias maternas (síndromes hipertensivas, diabetes gestacional, infecções congênitas, etc.) e, por fim, a asfixia perinatal (NOGUEIRA, 1994; TANAKA, 1994; AERTS, 1997). Segundo Souza (2003); Malta e seus colaboradores (2007) relatam que dentre as diversas entidades mórbidas encontradas no período perinatal, a asfixia ocupa lugar de destaque, pois seu potencial influencia no desempenho neuropsicomotor do recém-nascido e que o grau da asfixia perinatal reflete a qualidade da assistência prestada a gestante durante o período pré-natal e durante o parto, além dos cuidados imediatos prestados ao recém-nascido. Zaconeta (2004) enfoca que, embora as sequelas sejam mais frequentemente neurológicas, jamais devemos esquecer que na asfixia perinatal o acometimento é multiorgânico. Muitas vezes os pacientes morrem de causas extra-neurológicas, como a insuficiência renal aguda ou hipertensão pulmonar persistente. Perlman e col. (1989) publicaram um trabalho acerca de recém-nascidos asfixiados mostrando: 34% sem evidência de lesão orgânica, 23% tinham a injúria limitada a um único órgão, 34% apresentavam dois órgãos atingidos e 9% evidenciava acometimento de três órgãos. O alvo mais afetado foi o rim (50%) seguido pelo sistema nervoso central (SNC) (28%), sistema cardiovascular (25%) e pulmões (23%). 1.1 O PROBLEMA Os noves meses de uma gravidez resumem-se em um momento de preparação física e psicológica para a gestante que tem uma grande expectativa na obtenção de um recém-nascido sadio, com o mínimo de trauma para a mãe. Após o término da 14 gravidez vem o momento do parto, momento este único de total esforço físico e felicidade, mas também de grande tensão emocional. No entanto, nem sempre o percurso da gravidez e pós-parto decorre com tranquilidade, pois existem situações graves que tornam o recém-nascido vulnerável, situações estas como a Asfixia Perinatal (AP), que ainda constitui um sério problema de saúde pública, pois afeta um número elevado de bebes, onde morrem ou sobrevivem com sequelas (ROSA & MARBA, 1999). As consequências mais temidas da asfixia perinatal são a lesão neurológica e a morte fetal. O único déficit neurológico claramente associado à asfixia é a paralisia cerebral. Apesar do retardo mental e da epilepsia poderem acompanhar casos de paralisia cerebral, não há evidências de que sejam causados pela asfixia perinatal exceto quando associados à paralisia cerebral, e mesmo assim essa associação é posta em dúvida (THILO, 2005). Segundo França e Lansky (2009) a asfixia/hipóxia perinatal contribui no risco de morte neonatal no Brasil e indica problema na assistência relacionados ao cuidado pré-natal, durante o trabalho de parto, e ao recém- nascido. Mesmo com a nítida melhora da assistência materna e perinatal com consequente redução nas taxas de mortalidade perinatal nas últimas décadas, a prevalência de paralisia cerebral não declinou desde o ano de 1950 (CUNNINGHAM et al., 2005). 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Investigar a prevalência e os fatores associados à asfixia perinatal a partir de uma amostra de nascidos vivos. 1.2.2 Objetivos Específicos Avaliar o acompanhamento da gestante do início da gravidez até o parto através de análise do cartão do pre-natal; Identificar os fatores associados à ocorrência da asfixia perinatal na gestação, no parto e no nascimento; Analisar os fatores mais prevalentes em uma amostra de nascidos vivos; 15 Identificar a quantidade de nascidos vivos asfixiados através do índice de Apgar em escala pré-definida. 1.3 JUSTIFICATIVA Diante do exposto, a escolha deste tema foi influenciada devido à ocorrência de asfixia perinatal ser ainda uma realidade nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), portanto surgiu o interesse de desenvolver uma pesquisa que pudesse estudar os fatores relacionados à asfixia perinatal, na tentativa de prevenir o acontecimento da doença e consequentemente as sequelas que possam vir a existir futuramente nos recém-nascidos, visto que a detecção dos fatores mais prevalentes em uma região e medidas realizadas para se alcançar a diminuição desta prevalência de asfixia perinatal, indiretamente, acarretará em uma queda nos custos hospitalares, considerando que crianças que tiveram diagnóstico de asfixia perinatal e evoluíram com sequela de paralisia cerebral, são pacientes constantes nos hospitais ao longo da vida. Outro ponto em destaque é a escassez de estudo nesta temática no estado do Rio Grande do Norte/Brasil. 16 II REVISÃO DA LITERATURA 2.1 FATORES PATOGÊNICOS ASSOCIADOS À GRAVIDEZ E AO PARTO A gestação consiste em um fenômeno fisiológico que acontece no corpo da mulher, e na maior parte dos casos tem sua evolução sem intercorrências, porém, uma pequena parcela das gestações constitui o grupo de gestação de alto risco, na qual as gestantes são portadoras de alguma doença, sofreram algum agravo ou desenvolveram problemas durante a gestação, apresentando maiores probabilidades de uma evolução desfavorável ao binômio materno-fetal (BRASIL, 2010). De acordo com Tedesco (2000) e Enkin et al. (2005) a gravidez compreende um período de mudanças relacionadas ao emocional, o fisiológico e às relações interpessoais. Contudo, deve-se considerar também, que essas ocorrências são na maioria das vezes, transitórias. Os problemas psicossociais e físicos da gestante, frequentemente, são significativos, e os responsáveis pela assistência, devem conhecê-los, suficientemente. O apoio social e psicológico às gestantes deve estar presentes durante toda a assistência. A gravidez de risco é aquela em que a mãe ou feto, ou ambos, apresentam chances aumentadas de morte ou morbidade (CALDEYRO-BARCIA, 1973). Para Santos (2003), a partir do momento que as gestantes recebem o diagnóstico de gestação de alto risco, sentem-se vulneráveis, pois absorvem também o impacto da necessidade de alterar cotidiano. Algumas se sentem desamparadas, sozinhas e incapazes para corresponder aos seus anseios e suprir suas expectativas como mulher. Nakamura et al (2007) postulam que para garantir a higidez materno-fetal, o apoio não deve ser somente assistencial (físico e psicológico), são necessárias ações educativas relacionadas às modificações gravídicas, sinais e sintomas do parto, de puericultura, de higiene, dietética, prática esportiva e atividade física. A importância dos fatores de risco associados à morte neonatal, tais como os nascimentos de pré-termo, baixo peso ao nascimento, idade gestacional (GEIB et al., 2010) e presença de intercorrências na gestação e no parto encontram-se amplamente descritos na literatura (ALMEIDA; BARROS, 2004). No entanto, a relação entre todos esses fatores é complexa, articulando características biológicas 17 maternas e do recém-nascido com condições de vida da família, da atenção à saúde e seu contexto social (REIME et al., 2006). O Ministério da Saúde divide marcadores e fatores de risco em quatro grandes grupos. Essa classificação é considerada como referência para as unidades básicas de saúde, para o encaminhamento ao pré-natal de alto risco (BRASIL, 2010): 1º grupo: características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis tais como: idade menor que 15 e maior que 35 anos; exposição a riscos ocupacionais (analisar o esforço físico, carga horária extensa, rotatividade do horário de exposição a agentes químicos, físicos e biológicos, estresse); anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos; conflitos familiares e não aceitação da gravidez; situação conjugal insegura; baixa escolaridade; condições ambientais desfavoráveis; altura menor que 1,45 m; peso menor que 45 kg ou maior que 75 kg; uso/dependência de drogas (sejam lícitas ou ilícitas). No tocante às variáveis relacionadas à dimensão socioeconômica, fatores como a ocupação do pai, renda e tipo de habitação (BEZERRA FILHO et al., 2007) além da escolaridade materna, condições de assistência ao pré-natal e ao parto têm sido incluídas nos estudos, como fatores que atuariam na mortalidade infantil como situações geradoras de estresse, podendo ter influências sobre as condições da gestação (MARTINS; VELÁSQUEZ-MELENDEZ, 2004). A gravidez precoce (em menores de 20 anos) é considerada preocupante para a saúde pública de países desenvolvidos e em desenvolvimento, devido ao impacto que pode oferecer à saúde materno-fetal e ao bem estar social e econômico do país (SABROZA et al., 2004). Quanto à educação da mãe, a sua renda e situação de emprego também têm sido consideradas como determinantes sociais da mortalidade infantil, pois estes indicam disponibilidade de recursos e conhecimento ou comportamento em relação à saúde da criança (ARNTZEN; ANDERSEN, 2004). 2º grupo: está relacionado à história reprodutiva anterior: morte perinatal explicada e inexplicada; recém-nascido com restrição de crescimento, malformado ou pré-termo; abortamento habitual; esterelidade/infertilidade; intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos; nuliparidade ou multiparidade; síndromes hemorrágicas; pré-eclâmpsia/eclâmpsia; diabetes gestacional e cirurgia uterina anterior. 18 Neste grupo o baixo peso (< 2500g) é considerado um fator determinante do óbito fetal e neonatal (OLIVEIRA; GAMA; SILVA, 2010). A prematuridade também constitui o problema perinatal da nossa atualidade, sendo responsável por cerca de 75% da morbidade e mortalidade perinatal. Esse elevado índice é preocupante e se torna um desafio para a obstetrícia atual, que busca formas eficazes e práticas para promover a prevenção adequada da prematuridade. A incidência de partos prematuros não tem diminuído nas últimas décadas, devido à influência de diversos fatores que atuam sobre a população, como fatores raciais, modo de assistência oferecida à gestante, condições socioeconômicas e região geográfica (SOUZA et al., 2007). 3º grupo: engloba condições clínicas preexistentes: cardiopatias; pneumopatias; nefropatias; endocrinopatias; hemopatias; hipertensão arterial; epilepsia; infecção urinária; doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis e outras); doenças autoimunes e as ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outros). Mulheres com hipertensão arterial crônica têm risco aumentado (20 a 40%) de pré-eclâmpsia sobreposta, crescimento intrauterino retardado, prematuridade, descolamento prematuro de placenta e mortalidade perinatal, sendo esses riscos exacerbados com a gravidade da hipertensão e com a presença de pré-eclâmpsia. Portanto a orientação dos sinais e sintomas da pré-eclâmpsia é obrigatória (MAGALHÃES, 2006). 4º grupo: encontram-se as exposições indevidas a fatores teratogênicos; doenças obstétricas na gravidez atual: desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico; trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada; ganho ponderal inadequado; pré-eclâmpsia eclâmpsia; diabetes gestacional; amniorrexe prematura; hemorragias da gestação; insuficiência istmo-cervical, isoimunização (incompatibilidade do fator Rh) e óbito fetal. Estão incluídas também as intercorrências clínicas, como, doenças infectocontagiosas vividas durante a gestação atual (Infecção do Trato Urinário, doenças do trato respiratório, rubéola, toxoplasmose etc.); e por fim, as doenças clínicas diagnosticadas pela primeira vez nessa gestação. Destaca-se a amniorrexe prematura ou ruptura prematura das membranas que ocorre antes do início do parto, sendo responsável por 30% dos partos prematuros. Quando essa ruptura espontânea ocorre antes de 37 semanas ela é 19 denominada ruptura prematura das membranas pré-termo. A etiologia da aminiorrexe é multifatorial e os principais fatores são: infecção perinatal, diminuição do colágeno nas membranas, vaginose bacteriana, hemorragia na gravidez atual, tabagismo, compressão do cordão umbilical, descolamento prematuro da placenta, entre outros. A conduta obstétrica depende da idade gestacional e das complicações existentes (MONTENEGRO; REZENDE FILHO, 2008). Outro problema que pode afetar a gestante é denominado descolamento prematuro da placenta, o qual é caracterizado pela separação repentina, intempestiva e prematura da placenta normalmente inserta após a 20-22ª semanas de gestação. As principais queixas das pacientes são: sangramento (80% dos casos) e dor abdominal súbita e de intensidade variável (60%) (NARDOZZA; CAMANO, 2003). A caracterização epidemiológica de fatores e situações de maior risco para diabetes em gestantes faz parte dos antecedentes pessoais: hipertensão arterial, obesidade, infecções urinárias de repetição, candidíase persistente a tratamentos usuais; antecedentes obstétricos: diabetes em gestações anteriores, neonato grande para a idade gestacional, polihidrâmnio, multiparidade, abortamento habitual, dentre outros; antecedentes familiares: história familiar de diabetes e gravidez atual: polihidrâmnio, macrossomia fetal e espessamento placentário ao exame ecográfico (DUARTE et al., 2003). Segundo Barros (2009) a gestação e o parto são processos naturais na vida da mulher e geralmente tem final bem sucedido. Porém, fatores relativos à assistência inadequada e problemas anteriores a gestação, como doenças preexistentes, podem culminar em óbito ou sequelas para a mãe e o concepto, tornando a gestação com risco obstétrico e ou fetal. A gravidez de alto risco representa de 10 a 20% das gestações, atualmente no Brasil, e 70 a 150 mulheres em cada 100 mil morrem por alguma causa relacionada à gestação e ao parto, demonstrando que 90% delas são evitáveis se as gestantes forem atendidas a tempo (BRASIL, 2010). Destaca-se, que no Brasil, em 2013, foram altos os índices de mortalidade materna, muitas provenientes de gestações de alto risco. De acordo com o Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB), foram registrados 55. 527 casos de mortes maternas. A região que mais teve registro de casos foi o Sudeste (23.598), seguido das regiões Nordeste (15.198), Sul (7.811), Norte (4.516) e Centro-Oeste (4.404), SIAB (2013). Diante desta realidade, 20 pode-se observar a relevância de um cuidado especial durante o período gravídicopuerperal. 2.2 MORTALIDADE PERINATAL E INFANTIL A OMS, na 10º Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), redefiniu o período perinatal, que se inicia em 22 semanas completas de gestação e se estende até sete dias completos após o nascimento (OMS, 1994). A importância da mortalidade perinatal é subestimada nos países menos desenvolvidos, justamente onde se concentra a quase totalidade dessas mortes. É considerado um indicador sensível relacionado à assistência obstétrica e neonatal e do impacto de programas de intervenção prestados à gestante no pré-parto, parto, pós-parto imediato e ao recém-nascido. Está vinculada a causas preveníveis, relativas ao acesso e à utilização dos serviços de saúde e de sua qualidade (ARAÚJO, 2000; LANSKY; FRANÇA; LEAL, 2002). Cerca de 80% dos óbitos ocorridos no período neonatal (até 28 dias de vida) e pós-neonatal (a partir do 28º dia de vida até 1 ano incompleto - menor de 1 ano) ocorrem por causas perinatais. A mortalidade neonatal representa dois terços dos óbitos infantis. (VICTORA et al., 2011). Em países subdesenvolvidos as taxas de mortalidade chegam a ser oito vezes maior do que em países desenvolvidos (BRASIL, 2009; CARVALHO; GOMES, 2005). Os índices de mortalidade perinatal no Brasil se mantêm altos e incompatíveis com o desenvolvimento do país, constituindo grande preocupação para a Saúde Pública (LANSKY et al., 2009; VICTORA et al., 2011). No Brasil não houve mudança apreciável do componente perinatal nos três últimos quinquênios (OLIVEIRA, 2006). Segundo Vidal et al. (2003), as péssimas condições socioeconômicas e ambientais, como baixo nível de escolaridade, reduzida renda per capita e desigualdade de renda, aliadas à dificuldade de acesso aos serviços de saúde constituem os principais fatores condicionantes e/ou determinantes dos óbitos infantis. Martins (2013) também afirma que as taxas de morte decorrentes da asfixia/hipóxia e a morte fetal não especificada foram crescentes com o aumento do risco da área e que as mortes perinatais se distribuem de forma diferenciada em relação ao espaço e às vulnerabilidades sociais e que, portanto, o enfrentamento desse complexo problema requer o estabelecimento de parcerias intersetoriais. Estes óbitos estão 21 mais predispostos a determinantes sociais do que os ocorridos na idade adulta, devido ao organismo infantil ser um complexo psicobiológico em amadurecimento, com reduzida capacidade de defesa às agressões externas (SILVA et al., 2006). A taxa de mortalidade infantil representa o número de óbitos em menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, em determinado ano. Essa taxa é constituída pelos componentes neonatal (menores de 28 dias de vida) e pós-neonatal (29° dia em diante). É Considerado como um indicador clássico de saúde e de qualidade de vida de uma população. Este indicador reflete ainda, a eficácia das políticas públicas e qualidade dos serviços das áreas de saúde, educação, saneamento, bem como geração e distribuição de renda (SOUSA; LEITE FILHO, 2008). Países desenvolvidos como Canadá, Japão e Suécia apresentam Mortalidade Infantil em torno de 4-6/1000 nascidos vivos e o Brasil em 2014 apresentou mortalidade infantil de 14,4/1000 nascidos vivos. Segundo o relatório anual de 2009 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Brasil que ocupava a 113ª posição no ranking da mortalidade infantil passou a ocupar a 107ª posição. Os primeiros lugares são ocupados por nações com índices de mortalidade muito elevados como Serra Leoa (1° lugar) e Afeganistão (2° lugar) (DUARTE, 2007; IBGE, 2015; ONU, 2007). Em 2011 o Brasil apresentou uma taxa de mortalidade infantil de 15,3 (número de óbitos infantis (menores de um ano) por 1.000 nascidos vivos) (BRASIL, 2015). Estudos mostram que a maior parte da redução da mortalidade infantil registrada nas últimas décadas concentra-se no período pós-neonatal. Isso se deve a intervenções específicas em ações básicas de saúde, como, por exemplo: as imunizações; o tratamento adequado de diarreias e infecções respiratórias; o incentivo ao aleitamento materno e a melhoria nas condições de saneamento básico (BEZERRA-FILHO; KERR-PONTES; BARRETO, 2007). Isso reforça a importância da realização das consultas do pré-natal no decorrer de uma gestação, possibilitando, portanto uma adequada assistência tanto materna como fetal. 2.3 ETIOPATOGENIA DA ASFIXIA PERINATAL Ao ser submetido a uma situação de baixa disponibilidade de oxigênio, seja agudo ou crônico, o feto lança mão de mecanismos de defesa e de compensação. O objetivo principal destes mecanismos é a proteção de órgãos nobres: o cérebro (na 22 prevenção de lesões neurológicas), o coração (para manutenção da capacidade circulatória do feto) e as glândulas suprarrenais (importantes na resposta fisiológica ao estresse). Para isso, ocorre redistribuição do fluxo sanguíneo, havendo dilatação nos vasos que os irrigam e vasoconstricção nos outros locais (intestino, pulmão, pele, músculos, rins etc.). Este mecanismo é chamado de centralização (AGUIAR, 2000). No processo de adaptação à hipóxia, inicialmente há elevação da frequência cardíaca fetal (taquicardia compensatória) objetivando aumentar as trocas metabólicas. O débito cardíaco é mantido ou aumentado pela taquicardia. Persistindo a hipóxia, o consumo de oxigênio diminuirá e o feto irá utilizar uma via alternativa para a geração de energia, o que é conseguido através da respiração anaeróbica. No entanto, a anaerobiose é um meio pouco eficiente de geração energética, havendo alto consumo de glicose e glicogênio e o acúmulo de radicais ácidos e de dióxido de carbono, levando à acidose inicialmente metabólica e posteriormente mista. Neste ambiente, o feto lançará mão de mecanismos de proteção e de economia do glicogênio (THILO, 2005). Este processo geralmente se evidencia na cardiotocografia intraparto pelas desacelerações tardias da frequência cardíaca (DIP II). Persistindo a hipóxia, haverá agravamento da vasoconstricção periférica, perda da variabilidade da frequência cardíaca fetal, bradicardia e queda do débito cardíaco. Finalmente ocorre a perda da capacidade de compensação, levando à hipotensão arterial fetal e redução do fluxo sanguíneo cerebral, que poderá resultar em lesão cerebral ou morte (WILLIANS et al., 1993; AGUIAR, 2000; PROCIANOY & SILVEIRA, 2001; STOLL, 2005). As consequências mais temidas da asfixia perinatal são a lesão neurológica e a morte fetal. O único déficit neurológico claramente associado à asfixia é a paralisia cerebral. Apesar do retardo mental e da epilepsia poderem acompanhar casos de paralisia cerebral, não há evidências de que sejam causados pela asfixia perinatal, exceto quando associados à paralisia cerebral, e mesmo assim essa associação é posta em dúvida (THILO, 2005). Ao nascer, persistindo a asfixia, o recém-nascido desenvolve movimentos respiratórios profundos, semelhantes a suspiros (gasping), a frequência cardíaca continua a diminuir, a pressão arterial cai e o paciente se torna quase flácido. Os movimentos respiratórios tornam-se cada vez mais fracos, até o último suspiro, quando o recém-nascido entra em um período de apnéia chamado de apnéia 23 secundária. Neste período a frequência cardíaca, a pressão arterial e a paO2 continuam a cair cada vez mais. Nesta fase o recém-nascido não responde a estipulação tátil e não reinicia a respiração espontânea. Quanto mais tempo ficar nesta fase, maior o risco de lesão cerebral, culminando para o óbito. A menos que a reanimação efetiva seja iniciada imediatamente (ZACONETA, 2004). 2.4 AVALIAÇÕES DAS CONDIÇÕES DO RECÉM-NASCIDO E AS CONDUTAS EM RELAÇÃO AO ESCORE DE APGAR Segundo Chiapin, Henn e Fiori (2002) a presença do profissional qualificado para o atendimento imediato ao recém-nascido é vital para a prevenção de diversas doenças e para a tomada de cuidados necessários ao período neonatal imediato, tendo como consequência a redução das taxas de mortalidade neonatal e infantil. Como explica Funayama (2005) a Escala ou índice de Apgar é um teste que foi desenvolvido pela Dra. Virgínia Apgar (1953), médica norte-americana, que consiste na avaliação de cinco sinais subjetivos de recém-nascido no primeiro, no quinto e décimo minuto após o nascimento, atribuindo-se a cada um dos sinais uma pontuação de 0 a 2, sendo utilizado para averiguar as condições dos recémnascidos. Os sinais avaliados são: frequência cardíaca, respiração, tônus muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele. O somatório da pontuação (no mínimo zero e no máximo dez) resultará no índice de Apgar e o recém-nascido será classificado com sem asfixia (Apgar 8 a 10), com asfixia leve (Apgar 5 a 7), com asfixia moderada (Apgar 3 a 4) e com asfixia grave: 0 a 2 (LEUTHNER & DAS, 2004; LAPTOOK et al., 2009). A tabela 1 revela como são avaliados os sinais levados em consideração no sistema de Apgar que será utilizado no projeto. Tabela 1 – Escore de Apgar SINAL Frequência Cardíaca Respiração Tônus muscular Irritabilidade Reflexa Cor 0 Ausente Ausente Flácido Sem resposta Azul, pálido Fonte: Berman & Hal, 2005. 1 Lenta (abaixo de 100 batimentos por minuto) Lenta, irregular 2 Maior que 100 batimentos por minuto Boa, chorando Alguma flexão nas extremidades Careta Movimento ativo Tosse, espirro ou choro. rosado Completamente Corpo rosado, extremidades azuis 24 Atualmente, segundo diversos autores (PROCIANOY & SILVEIRA, 2001; LEUTHNER & DAS, 2004; HANDEL et al, 2007; RESEGUE, PUCCINI & SILVA, 2007; CRUZ & CECCON, 2010; IERSEL et al, 2010), o índice de Apgar não é mais aceito de forma isolada para definir asfixia devido a sensibilidade, especificidade e poder prognóstico relativamente baixos. Portanto, as atuais definições são baseadas na combinação de indicadores. Trabalhos mostram que outros critérios são necessários para chegar a este diagnóstico: Apgar menor ou igual a 6, potencial Hidrogeniônico (pH) de cordão umbilical menor que 7,20 e, pelo menos, um dos indicativos de sofrimento intraparto, como frequência cardíaca fetal patológica e presença de liquido amniótico meconial (CUNHA et al., 2004; LEUTHNER & DAS, 2004; CUNNINGHAM et al., 2012). Entretanto Cunha e colaboradores, 2004, relatam que o Índice de Apgar baixo é útil para identificar as crianças que necessitam de cuidados adicionais, mesmo na ausência de dados laboratoriais, tais como gasometria do sangue do cordão umbilical que serve para identificar o pH e quantificar o grau de acidemia metabólica ou mista. Em virtude de, no conceito da sociedade em geral, incluindo a médica, o período considerado mais lesivo ao feto corresponder às três derradeiras horas do trabalho de parto, depreciando-se as intercorrências de todo o período gestacional prévio, quase todo o processo de culpabilidade recai, injustamente, sobre os ombros do obstetra (PHELAN, MARTIN & KORST, 2005). Portanto, a realização de um prénatal adequado com identificação e correção dos fatores que possam levar a asfixia são os principais meios de prevenção e tratamento. Quando não for possível controlar tais fatores, a gestante deve ter acesso a um serviço qualificado para receber assistência obstétrica ante e intraparto e o recém-nascido ser assistido e reanimado em sala de parto pelo pediatra, cujos cuidados imediatos são essenciais (OSWYN et al., 2000; SOUZA, 2003; BERMAN & HAL, 2005; SANTOS JUNIOR & TELLES, 2007). Apgar de 8 a 10 - nenhuma asfixia. Os cuidados a serem tomados com a criança são normais para recém-nascidos. Apgar 5 a 7 - asfixia leve. Estímulos: tapinhas nas plantas dos pés, fricção nas costas, evitando manobras mais fortes, oxigenação com atmosfera enriquecida de oxigênio (mascara colocada diretamente na face da criança). Apgar 3 e 4 - asfixia moderada. Estando a pulsação abaixo de 100 batimentos por minuto, apesar da utilização dos estímulos e oxigênio facial, deve-se 25 providenciar ventilação através mascara especial. O controle da eficiência é feito através da melhoria da cor, movimentação da parte superior do tórax e melhoria da frequência cardíaca. Apgar 0 a 2 - asfixia severa. É necessário procedimentos de ressuscitação através da desobstrução das vias aéreas, ventilação e controle da movimentação do tórax. Após isso, persistindo a baixa frequência cardíaca, a criança deve ser intubada e imediatamente e realizada massagem cardíaca por pessoa habilitada. Quanto ao boletim de Apgar, este não é utilizado para determinar o início da reanimação nem as manobras a serem instituídas no decorrer do procedimento. No entanto, sua aplicação permite avaliar a resposta do paciente às manobras realizadas e a eficácia dessas manobras. Assim, se o escore é inferior a 7 no 5º minuto, recomenda-se realizá-lo a cada cinco minutos, até 20 minutos de vida. É necessário documentar o escore de Apgar de maneira concomitante à dos procedimentos de reanimação executados (ALMEIDA & GUINSBURG, 2013). 26 III METODOLOGIA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA A pesquisa corresponde a um estudo transversal, quantitativo, descritivo de caráter exploratório e documental, desenvolvido no município de Mossoró. Um município brasileiro no interior do estado do Rio Grande do Norte, situado na mesorregião do Oeste Potiguar e microrregião homônima, na região nordeste do país. Geograficamente, o Rio Grande do Norte é subdivido em quatro mesorregiões (Figura 01), são estas: 1. Mesorregião do Oeste Potiguar que e formada por 62 municípios, e a segunda mais populosa e mais importante do estado, limita-se com o Ceara, a Paraíba e a Mesorregião Central Potiguar. Os principais municípios são Mossoró, Assú, Apodi e Pau dos Ferros. 2. Mesorregião Central Potiguar que possui 37 municípios e a menos populosa e limita entre as Mesorregiões Oeste, Agreste e Leste, como também o Estado da Paraíba. Os principais municípios são Caicó, Currais Novos, Macau e Angicos. 3. Mesorregião do Agreste Potiguar que e formada por 43 municípios, sendo a terceira mais populosa e limita-se entre a Mesorregião Central e Leste e com o Estado da Paraíba. Os principais municípios são Joao Câmara, Santa Cruz, Nova Cruz e São Paulo do Potengi. 4. Mesorregião do Leste Potiguar que possui 25 municípios é a mais populosa por estar a capital do estado Natal e Região Metropolitana, limitando-se entre o oceano atlântico e as Mesorregiões Agreste e Central, como também o Estado da Paraíba. Os municípios mais importantes são Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Ceara-Mirim, Touros, São Miguel do Gostoso, Canguaretama e Tibau do Sul. 27 Figura 1: subdivisões das mesorregiões do estado rio grande do norte Fonte: www.baixarmapas.com.br – Elaborado a partir de base cartográfica do IBGE. A cidade de Mossoró ocupa uma área de 2.099,333 km2, sendo o maior município do estado em área, estando distantes 281 quilômetros da capital do estado, Natal. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no Censo Demográfico realizado em 2010 que a população estimada da cidade de Mossoró no ano de 2014 seria de 284.288 habitantes, sendo o segundo mais populoso do Rio Grande do Norte (ficando atrás somente da capital). Nesta cidade encontra-se a APAMIM que integra a Maternidade Almeida Castro e Casa de Saúde Dix-Sept Rosado e é hoje referencia no atendimento a gestante de Baixo e Médio Risco, prestando assistência a toda a população de Mossoró e cidades circunvizinhas da região Oeste. É caracterizada como uma Instituição Filantrópica, visto que dispõe de 60% dos seus leitos para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante por meio de convênios e particulares. No ano de 2012, ocorreram cerca de 4.585 partos (1.006 partos normais e 3.579 cesarianas), o que perfaz uma media de 382 partos mensais (Dados estatísticos da APAMIM, 2012). 28 Com relação ao Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, este representa atendimento de referência para a gestante de Alto Risco. O mesmo consta com 45 leitos, incluindo enfermarias, UTIN, Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN) e UTI adulto. Três obstetras de plantão compõem a escala juntamente com dois pediatras, sendo um na sala de parto e outro na UTIN, bem como um anestesiologista e um ultrassonografista. Laboratório de análises clínicas das pacientes adultas e dos recém-nascidos funcionam 24h por dia. Nas instalações de enfermaria, a futura mãe tem qualidade no atendimento podendo ficar em leitos de pré-parto, parto e pós-parto (PPP) com a presença de um membro da família. Este hospital atende toda a região Oeste e o Vale do Assú. O nome da unidade é uma homenagem a dona Maria Correia, uma líder comunitária do bairro Barrocas (Zona Norte de Mossoró), que durante muito tempo trabalhou como parteira. 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 3.2.1 População A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas as puérperas que pariram nos hospitais acima mencionados, no período de 08.03.2014 a 08.06.2014. Essa abordagem foi realizada pela pesquisadora responsável e cinco colaboradores, momento marcado pela exposição dos objetivos da pesquisa e demais esclarecimentos acerca do delineamento metodológico deste estudo. Além da entrevista, as informações maternas foram obtidas do cartão de pré-natal da puérpera e de seu prontuário. Informações relacionadas ao recém-nascido foram também extraídas no seu prontuário. Essas informações foram anotadas pelo pediatra assistente na hora do nascimento, e, por conseguinte de grande valia para coleta do diagnostico médico de asfixia. No momento do nascimento, o índice Apgar é útil como parâmetro para avaliar as condições do recém-nascido e orientar as medidas a serem tomadas quando necessárias. As notas obtidas no primeiro e no quinto minuto foram registradas no prontuário do recém-nascido pelo médico pediatra que realiza o atendimento ao RN durante o parto. Informação essa de suma importância para a pesquisa, pois através deste índice enquadra-se o instrumento em grupo afetado ou de controle. 29 O critério de inclusão na amostra foi recém-nascido vivo com o mínimo de 22 semanas de idade gestacional, definida pela data da última menstruação e corrigida pelo exame ultrassonográfico do primeiro trimestre da gravidez e diagnosticado com Índice de Apgar menor do que 3 no primeiro minuto e/ou menor do que 7 no quinto minuto (Grupo estudo) comparado ao grupo controle (APGAR igual ou maior que 810 no primeiro e quinto minuto respectivamente). Foram excluídos deste estudo: nascidos vivos com idade gestacional menor que 22 semanas, classificados conforme a OMS como abortamento e os nascidos com Apgar Zero, para não haver conflito com óbito fetal ou perinatal. 3.2.2 Amostra Para determinar o tamanho necessário de partos, prosseguiu-se calculando o tamanho da amostra para populações utilizando a seguinte fórmula: Onde: N = Tamanho da População, no caso deste estudo a população é composta de 1.533 partos. Z = Nível de confiança escolhido a 95% igual a 1,96. p = proporção com a qual o fenômeno se verifica. Foi utilizado um valor p = 0,50. Segundo Mattar (2005) se não há estimativas prévias para p admite-se 0,50 obtendo assim o maior tamanho de amostra possível. q = (1-p) é a proporção da não ocorrência do fenômeno. e = erro amostral expresso na unidade variável. O erro amostral é a máxima diferença que o investigador admite suportar entre a verdadeira média populacional. Nesta pesquisa foi admitido um erro máximo de 0,05 (MATTAR, 2005). Transcrevendo os valores descritos para a fórmula, tem-se o seguinte calculo de amostra: 30 Portanto, o número mínimo amostral foi de 307 formulários, entretanto durante o período estudado foram acompanhados 1079 puérperas. 3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS O instrumento de pesquisa correspondeu a um formulário (APENDICE A) estruturado e elaborado previamente pela pesquisadora junto ao orientador e aplicado as puérperas internadas nas maternidades mencionadas. Este instrumento de coleta foi baseado no questionário da pesquisa nacional de saúde – Brasil, realizada pela Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ), intitulado como Questionário individual/ atendimento pré-natal e ao parto (ANEXO 1). Bem como no questionário do Ministério da Saúde (MS) na CHAMADA NEONATAL: Avaliação da Atenção ao Pré-natal e aos menores de um ano nas regiões Norte e Nordeste, da secretaria de ciências, tecnologia e insumos estratégicos (ANEXO 2). Além das informações obtidas nas entrevistas as puérperas, seu cartão do pré-natal (ANEXO 3) e o seu prontuário também foram instrumentos de grande valia na coleta dos dados. Informações do recém-nascido como índice de Apgar no primeiro e no quinto minuto, sexo, peso, estatura, perímetro cefálico, perímetro torácico, choro ao nascer, amamentação logo após o nascimento e localização que permaneceu logo após o nascimento, foram retiradas do prontuário do próprio recém-nascido. Dados estes informados e copiados pelo pediatra assistente. 3.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DOS DADOS Na coleta de dados seis participantes foram treinados com os instrumentos de pesquisas, onde foi organizada uma escala de visitas diárias as maternidades em estudo. Depois de escalados os dias e horários das visitas de cada pesquisador foram iniciados as coletas. Ao chegar à maternidade o pesquisador se dirigia ao posto de internamento onde estava localizado o prontuário da mãe e de seu recémnascido. Em seguida, o pesquisador se dirigia ao leito da puérpera a fim de identificar a mesma. No decorrer da entrevista muitas das perguntas incluídas no formulário da pesquisa não foram respondidas com clareza pela puérpera, portanto para preenchimento de forma correta deste formulário, foi consultado o prontuário da mãe, o prontuário do recém-nascido, bem como retiradas informações do cartão do pré-natal. 31 Foram definidos como fatores predisponentes a "idade materna" (em anos), "escolaridade materna" (1º grau incompleto, 1º grau completo, ensino médio ou mais), "cor da pele" (branca, parda ou preta) e a "paridade" (primigesta ou não). Como fatores capacitantes individuais, a "classe econômica" (classificação econômica Brasil da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), "trabalho remunerado materno" (sim ou não) e a "situação conjugal" (vive ou não com companheiro) e como fator capacitante comunitário o "tipo de unidade de saúde" (hospital, Unidade Básica de Saúde, Unidade de Saúde da Família/Casa de Parto). Para definição da necessidade em saúde utilizou-se como critério a presença de "antecedentes de doença crônica" (hipertensão arterial ou diabetes mellitus) ou de "antecedentes obstétricos de risco", definidos como a ocorrência, em gestações anteriores, de uma das seguintes situações: número de abortos (3 ou mais), número de partos (4 ou mais), número de partos cesáreos (2 ou mais), ocorrência em gestações anteriores de complicações obstétricas (doença hipertensiva, diabetes gestacional) ou de desfechos desfavoráveis (natimorto, neomorto, prematuro, baixo peso). 3.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS Os dados laboratoriais e da entrevista foram digitados em planilha eletrônica, e, após checagem, transferidos para o software estatístico SPSS 22.0 (Statistical Package for the Social Sciences), sendo posteriormente codificados para realização das analises. Diversos grupos foram comparados, obtendo-se odds ratio (OR), intervalos de confiança de 95%, e significância determinada através do teste do quíquadrado (χ2) e exato de Fisher. Este último, por sua vez, foi utilizado sempre que se verificou valores com frequência esperada inferior a 5. O nível de significância estabelecido foi valor de p<0,05. Para o ajuste das variáveis foi utilizado um modelo de regressão logística para estudar, de forma simultânea, os múltiplos efeitos que poderiam estar envolvidos na prevalência da asfixia perinatal. Esta etapa foi composta da analise as variáveis que tiverem relação com a asfixia perinatal com valor de p < 0,20. Em função do número de variáveis estudadas, inicialmente foram montados modelos logísticos para cada grupo, de acordo com características relevantes aos fatores de risco. Foram excluídas do modelo logístico as que apresentaram intervalos de confiança de grande amplitude nas estimativas da odds ratio, bem como as que 32 apresentaram colinearidades. Sendo assim, compuseram a analise para o modelo final variáveis com nível de significância de p<0,10. Estas por sua vez, foram reagrupadas em um modelo único e novamente avaliadas pelo método completo de remoção sucessiva das variáveis. Nesta etapa foi utilizado o nível de significância de p<0,05. Como medida de qualidade de ajuste de regressão logística foi utilizada o teste de Hosmer e Lemeshow (2004) no qual um p > 0,05 indica que o modelo estará ajustado. O conhecimento da razão de chance (O.R.) permite predizer a ocorrência de asfixia em recém-nascidos, o que não quer dizer que a presença do fator implique na presença da doença. O fator de risco é apenas um marcador indireto de probabilidade, pois podem existir associações com outros determinantes da doença. Numa segunda fase, a regressão logística aplicada ao conjunto de todas as variáveis teve a finalidade de encontrar fatores associados com a asfixia neonatal, porém levando em conta possíveis correlações entre esses fatores, e permitiu, a partir de um grande conjunto, obter um subconjunto menor de variáveis que contribuíram independente e significativamente para o aparecimento da asfixia. A tabela 16 demonstra as variáveis que permaneceram no modelo final da análise multivariada dos fatores associados à asfixia perinatal. 3.6 ASPECTOS ÉTICOS Este estudo respeita as normas da Resolução 466/12 de competência do Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Ministério da Saúde, que estabelece diretrizes sobre pesquisas com seres humanos, tendo como compromisso oferecer o máximo de benefícios e mínimo de riscos e danos aos sujeitos envolvidos. Foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (ANEXO 4), com parecer de numero 524.485, e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) de numero 23742613.9.0000.5294 com data da relatoria de 04 de fevereiro de 2014. O TCLE (APENDICE B) foi utilizado em todas as participantes da pesquisa. Neste documento os princípios éticos aplicados em pesquisas com seres humanos foram expostos aos participantes: a autonomia da vida humana (as escolhas individuais e valores morais devem ser considerados na sua complexidade, desde que se configure como um ato consciente e livre, de forma que sejam tratados com dignidade e respeito); a beneficência (o bem-estar das pessoas deve ser promovido 33 acima de tudo com o mínimo de danos ou riscos); a não maleficência (se o profissional de saúde/pesquisador não pode fazer o bem, então ao menos não cause dano maior a pessoa); e a justiça (todos devem ser tratados equitativamente, este principio envolve questões de ordem politica e social) e o sigilo da identidade, resguardando o sigilo das informações e a privacidade dos participantes (DALL’AGNO, 2005). O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi elaborado em duas vias, de acordo com a norma 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), e lido para o possível sujeito envolvido na pesquisa, a fim de esclarecer qualquer duvida sobre o estudo. Ao final, a participante teve a possibilidade de aceitar ou não a pesquisa. Aceitando então a participação todas assinaram o TCLE. Uma copia deste termo ficou com a pesquisadora e a outra foi entregue a entrevistada. No âmbito do arquivamento, a documentação está armazenada em pasta lacrada em armário localizado no próprio hospital, assim como em mídias armazenadas na residência da própria pesquisadora. Esses documentos serão arquivados por um período mínimo de cinco anos a contar da data de coleta dos dados. A identidade da paciente foi preservada, pois o nome da mesma não foi transcrito para o questionário, tão pouco os prontuários foram acessados por pessoas não autorizadas. Após o uso, esses prontuários foram devolvidos ao posto de internação e lá permanecidos até o último dia de internamento da puérpera e depois armazenados no Serviço de Atendimento Médico e Estatístico (SAME) de cada instituição em estudo. 34 IV RESULTADOS E DISCUSSÕES No período estabelecido do estudo houve 1533 partos. Destes, 400 partos aconteceu no Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, sendo que 97 partos normais e 303 cesáreas. Na APAMIM houve 1.133 partos, sendo 215 partos normais e 918 cesáreas. Depois de retirados os critérios de exclusão 1079 puérperas com seu respectivo recém-nascido foram analisados, destes 18 recém-nascidos foram classificados como asfixiados e 1.061 casos não asfixiados. Analisando a distribuição geral por idade verifica-se que a faixa etária de 24 a 34 anos foi a que abarcou maior número de puérperas (503), o que equivale a 47,9% do total de entrevistadas, seguida pela faixa etária de 13 a 23 anos com 454 (43,2%), conforme demonstrado na tabela 2. Estudos mostram que cada vez mais brasileiras estão esperando chegar até os 30 anos ou mais para ter o primeiro filho, principalmente as que possuem melhor nível socioeconômico e maior nível educacional (TOMIC; GRIZELJ; ZADRO, 2008; MCINTYRE et al., 2009; CAROLAN et al., 2011). A idade materna continua sendo um fator preocupante nos estudos com foco nesta temática, visto que a gravidez precoce (em menores de 20 anos) é considerada preocupante para a saúde pública de países desenvolvidos e em desenvolvimento, devido ao impacto que pode oferecer à saúde materno-fetal e ao bem estar social e econômico do país (SABROZA et al., 2004). Em contrapartida estudos como o de Azevedo et al (2002) consideram que, com o avançar da idade, as anomalias cromossômicas e as alterações no peso do recém nascido têm maior ocorrência. Além disso, em seu estudo as multíparas com idade superior a 35 anos tiveram recém-nascidos com índice de Apgar baixo, pequenos para idade gestacional, baixo peso ao nascer e recém-nascidos prematuros. Nas mulheres mais jovens incidem mais abortos espontâneos e induzidos, maior número de natimortos, malformações congênitas, baixo peso ao nascer, parto pré-termo, amniorrexe prematura, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional devido, provavelmente, às condições sociais e de saúde do que ao status adolescente. As mulheres solteiras corresponderam à maioria das entrevistadas (38,8%) seguida pelas casadas (35,5%). O estado civil e escolaridade são considerados por alguns autores como fator relacionado com complicações materno-infantil, pois 35 segundo DOMINGUES et al (2013) mostram que viver com companheiro esteve positivamente associado ao início precoce da assistência pré-natal, indicando a importância do suporte social para os cuidados com a gravidez. A situação conjugal já foi apontada em outros estudos como fator associado à inadequação do cuidado pré-natal em vários locais do país (COIMBRA et al., 2003; GAMA et at., 2004; LEAL et al., 2004; SILVEIRA et at., 2008; BASSANI, SURKAN, OLINTO, 2009; AYOOLA, 2010). Tabela 2 – Mostra a distribuição das puérperas segundo a idade, estado civil e profissão. Variáveis Idade Materna 13 a 23 anos 24 a 34 35 a 45 Estado civil da mãe Casada Solteira União estável Profissão da mãe Agricultora Do Lar Estudante Outros Frequência % 454 503 93 43,2 47,9 8,9 361 395 261 35,5 38,8 25,7 222 454 74 265 21,9 44,7 7,3 26,1 Tabela 3 – Valores de frequência e porcentagem (%) de procedência da puérpera segundo seu município. Localidades Mossoró Baraúna Serra do Mel Areia Branca Gov Dix-Sept Rosado Outras Frequência 177 18 11 10 08 73 % 59,4 6,0 3,7 3,4 2,7 24,8 Nesta pesquisa observou-se que as mulheres que não tiveram os hospitais de referencias como primeiro e único atendimento teve quatro vezes maior chances de 36 ter um recém-nascido asfixiado (Tabela 4). Os partos realizados no Hospital da Mulher apresentaram maior risco de recém-nascidos asfixiados. O Hospital da Mulher funciona como referencia de gestação de alto risco, recebendo pacientes de cidades vizinhas, bem como pacientes que foram atendidas na APAMIM e se enquadram como gestação de alto risco. Muitas vezes as pacientes não chegam a estes estabelecimentos como sendo o primeiro local onde foi atendida, passam por outros hospitais de sua cidade de origem, muitas vezes com deficiência técnicas e/ou profissionais habilitados para tal atendimento, ate chegarem ao local aonde ocorrerá de fato o seu parto, seja vaginal ou cesárea. Na literatura, trabalho Martins et al (2013) mostraram que o risco crescente de morte perinatal pela asfixia/ hipóxia, encontrado para as áreas de maior vulnerabilidade à saúde, pode estar relacionado à qualidade da assistência ao prénatal e ao parto, bem como a condições adversas de saúde e vida desfavoráveis das gestantes. Situação similar foi identificada em um estudo na Índia, onde os determinantes da mortalidade perinatal por asfixia foram relacionados ao baixo nível socioeconômico e à assistência inadequada ao pré-natal e ao parto, especialmente pela prestação de cuidados por pessoal não qualificado (RANI, 2012). Tabela 4 – Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente ao fator de atendimento ao parto. Variáveis Asfixia Posit. (%) Neg. Local do parto Hospital da Mulher 08 (44,4) 241 APAMIM 10 (55,6) 810 Parto realizado no primeiro estabelecimento Sim 07 (38,9) 788 Não 11 (61,1) 256 OR IC95% p-valor 2,689 1 1,050-6,88 0,046* 1 4,83 1,85 – 12,60 0,001* * Significância estatística (p<0,05); IC95%: Intervalo de confiança a 95%; OR: Odds ratio. Na Tabela 5 o nível fundamental oferece mais de dez vezes chances de recém-nascido asfixiado do que as puérperas de nível médio/superior. Segundo França et al. (2001), nível de educação materna vem sendo considerado, há mais de quinze anos, um fator determinante da mortalidade infantil, além de ser um dos fatores determinante de sua condição socioeconômica e da sua família. Estudo 37 relata que mães com melhor nível educacional possuem mais conhecimentos e atribuem maior importância à limpeza da moradia e hábitos de higiene relacionados à criança, sendo capaz de diminuir o nível de exposição aos agentes patogênicos (FRANÇA et al, 2001). Tabela 5 – Valores de frequência (%) do nível de Escolaridade das puérperas que tiveram recém-nascidos com asfixia na cidade de Mossoró/RN. Escolaridade Fundamental Médio/ Superior Asfixia Posit. (%) Neg. 05 (83,3) 96 1 (16,7) 205 OR IC95% p-valor 10,67 1 1,23 – 92,64 0,0159* * Significância estatística (p<0,05); IC95%: Intervalo de confiança a 95%; OR: Odds ratio. Na Tabela 6 pode-se observar que a não realização do pré-natal contribui em mais de 8 vezes de chance para o desenvolvimento de asfixia perinatal. Estudos mostram que a atenção ao pré-natal e o número de consultas influenciam diretamente nos indicadores de saúde materno-infantil, reduzindo o número de doenças apresentadas na gestação, melhorando o crescimento intra-uterino do feto e finalmente, reduzindo a mortalidade perinatal e infantil. Em seu estudo, Serruya, Lago e Cecatti (2004), destacaram que as gestantes que não possuíam acesso à realização do pré-natal encontravam-se em regiões mais pobres, e apresentavam, em sua maioria, menor escolaridade com diferentes graus de exclusão social. A maior porcentagem (64,7%) das gestantes realizou mais de seis consultas durante o pré-natal, configurando assim um fator de proteção a asfixia neonatal. É importante ressaltar que uma adequada assistência pré-natal é fundamental para o diagnóstico precoce de possíveis fatores de riscos na história obstétrica das gestantes e a adoção dos cuidados apropriados (MARTINS, 2010). Tabela 6 – Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente ao fator da realização das consultas do pré-natal. Variáveis Asfixia OR Posit. (%) Neg. Sim 16 (88,9) 1034 1 Não 02 (11,1) 16 8,07 IC95% p-valor 1,71 – 38,10 0,035* Realizou pré-natal 38 Variáveis Asfixia Posit. (%) Neg. OR IC95% p-valor 0,918 Quantidade consultas de pré-natal Até 1 01 (5,9) 10 1 2a6 05 (29,4) 411 0,12 0,01 – 1,14 Maior que 6 11 (64,7) 594 0,18 0,02 – 1,57 * Significância estatística (p<0,05); IC95: Intervalo de confiança a 95; OR: Odds ratio. No presente estudo (ver Tabela 7) não se encontrou associação entre asfixia e paridade, apesar de haver algumas citações favoráveis a essa relação (GLDING, HENRIQUES, THOMAS, 1986; AL-ALFY A. et al, 1990). Como explica Neme (1994) à ausência de parto anterior predisporia a períodos expulsivos prolongados, além de se descrever uma maior incidência de doença hipertensiva da gravidez, ao passo que a multiparidade poderia estar associada à inércia uterina e risco aumentado de placenta prévia. Rosa et al (1999) estudando a asfixia perinatal no Rio de Janeiro também não verificou essa correlação. Nesta pesquisa os recém-nascidos prematuros com idade gestacional menor que 37 semanas apresentaram três vezes mais chances de serem asfixiados. Corroborando com nossos resultados, prematuridade mostrou-se como fator de risco para mortalidade neonatal em estudo realizado por Santa Helena, Sousa e Silva (2005), apresentando risco 27,2 vezes maior para mortalidade no período neonatal que recém-nascidos com idade gestacional acima de 37 semanas. No mesmo estudo foi utilizada a regressão logística para análise e a prematuridade permaneceu como variável de risco biológico apresentando risco 4,16 vezes maior que recémnascidos com idade gestacional maior que 37 semanas. Low et al (2001) também demonstraram que o aumento da frequência de asfixia moderada ou grave durante a gravidez interrompida prematuramente implica maior probabilidade de morbidade em longo prazo ou óbito. Sabemos dos malefícios adventos do hábito de fumar e ainda mais quando este é praticado durante a gravidez, mas neste estudo, assim como no estudo de Milsom (2002), o tabagismo não apresentou relação com a incidência de asfixia perinatal. Em relação ao uso de drogas na gravidez, seja ela lícita ou ilícita, o presente estudo não demonstrou relação com a asfixia perinatal (Tabela 7), embora haja 39 consenso entre os autores pesquisados que o uso de bebida alcoólica durante a gravidez traz malefícios ao concepto e que estes são dose dependentes. Sob o ponto de vista teórico, o uso abusivo no primeiro trimestre da gravidez pode acarretar grande número de anomalias (ALLEBECK & OLSEN, 1998). Segundo Eckardt et al (1998), o consumo moderado de etanol no início da gestação pode alterar o desenvolvimento do sistema nervoso central. O uso e abuso de drogas na gestação se tornou, nas duas últimas décadas, um problema de saúde pública mundial. Vários estudos têm demonstrado desfechos perinatais e neonatais desfavoráveis em gestantes usuárias de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas (YAMAGUCHI et al, 2008; CHASNOFF et al, 2005). Por sua vez, o consumo de drogas entre mulheres tem aumentado (WIECHELT, 2005). A identificação dos efeitos específicos dessas drogas é difícil, dada à superposição de drogas e fatores sociais envolvidos. As complicações clínicas apresentadas por crianças expostas na vida intrauterina a drogas, lícitas ou ilícitas, são dependentes do tipo de droga, do tempo de exposição e da quantidade usada, além da presença de doenças ou condições concomitantes, do metabolismo materno e fetal, da sua excreção e de fatores genéticos. Dois terços dos recém-nascidos de mães usuárias de drogas desenvolverão sinais de abstinência neonatal. As manifestações irão ocorrer entre o terceiro e o quinto dia após a última dose de droga utilizada pela mãe (BAUER, 2005; ŠLAMBEROVÁ, 2012). Ainda dentro das variáveis obstétricas, a hipertensão não foi um fator associado à asfixia perinatal, o que contraria as expectativas, considerando estudos anteriores sobre o assunto (MACDONALD et al, 1980; PIEKKALA et al, 1985) entretanto, esse achado pode estar refletindo uma conduta obstétrica adequada na nossa cidade por ser o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia um centro de referência de gestações de alto risco, onde predomina a hipertensão como patologia. Quanto à utilização de medicação durante a gravidez verificamos que essa iniciativa possibilita um fator de proteção a asfixia neonatal (p=0,081). As medicações averiguadas na coleta se referem ao uso de acido fólico no tempo correto da gestação, sulfato ferroso, e polivitamínicos. 40 Tabela 7 – Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente à fatores relacionados com a gravidez, ao parto e ao recém-nascido. Variáveis Asfixia Posit. (%) G (gesta) Até 01 07 (38,9) Acima de 01 11 (61,1) P (para) Até 01 08 (44,4) Acima de 01 10 (55,6) Quantidade de parto normal Até 01 16 (88,9) Acima de 01 02 (11,1) Quantidade de Cesárea Até 01 11 (61,1) Acima de 01 07 (38,9) Idade Gestacional Pré-termo 05 (29,4) Termo 12 (70,6) Gestação Única 18 100,0) Gemelar 0 (0,0) Apresentação (ultima USG) Cefálica 14 (77,8) Pélvica 03 (16,7) Transv 01 (5,6) Fuma Sim 01 (5,9) Não 16 (94,1) Bebida Sim 01 (5,9) Não 16 (94,1) Drogas Sim 0 (0,0) Não 16(100,0) Local de consulta pré-natal USB 15 (88,2) PAM 0 (0,0) Hospital público 0 (0,0) Clinica Privada 02 (11,8) Outro 0 (0,0) Atendeu nas consultas Médico 09 (52,9) Enfermeiro 08 (47,1) Tec. Enfermagem 0 (0,0) Meses de inicio do pré-natal Até 4 16 (94,1) Acima de 4 01 (5,9) OR IC95% p-valor 473 575 1 1,29 0,49 - 3,61 0,597 463 444 1 1,30 0,50 - 3,33 0,199 807 178 1 0,56 0,12 - 2,48 0,755 714 272 1 1,67 0,64 - 4,35 0,289 98 761 3,23 1 1,11 - 9,37 0,039* 1037 12 - - 1,0 948 52 27 1 3,90 2,50 1,08 - 14,02 0,31 - 19,78 0,064 43 1008 1,465 1 0,19 -11,30 0,514 35 1017 1,816 1 0,234 -14,082 0,444 11 991 - - 1,0 641 22 53 311 08 1 0,27 - 0,06 -1,21 - 629 406 2 1 1,37 - 0,52 - 3,59 - 0,793 926 113 1 0,51 0,06 - 3,90 0,226 Neg. 0,277 41 Variáveis Asfixia Posit. (%) Realizou exame lab Sim 16 (94,1) Não 01 (5,9) Cartão pré-natal Sim 17 (100,0) Não 0 (0,0) Realizou USG obstétrica Sim 17 (100,0) Não 0 (0,0) Quantas USG obstétricas Até 03 14 (82,4) Acima de 03 03 (17,6) Reali. USG morf. 1 trim Sim 02 (12,5) Não 14 (87,5) Reali. USG morf. 2 trim Sim 04 (23,5) Não 13 (76,5) Tomava med. Antes gravi Sim 03 (17,6) Não 14 (82,4) Tomou med. na gravidez Sim 15 (88,2) Não 02 (11,8) Hiperêmese Sim 01 (5,6) Não 17 (94,4) Infecção Sim 03 (16,7) Não 15 (83,3) Sífilis Sim 0 (0,0) Não 18 (100,0) Rubéola Sim 0 (0,0) Não 18 (100,0) Toxoplasmose Sim 0 (0,0) Não 18 (100,0) Citomegalovirus Sim 0 (0,0) Não 18 (100,0) Sangramento 2 metade Sim 0 (0,0) Não 18 (100,0) Rotura Sim 0 (0,0) Não 18 (100,0) OR IC95% p-valor 1026 16 1 4,00 0,50 - 32,09 0,242 1034 14 - - 1,0 1040 09 - - 1,0 705 331 1 0,45 0,13 - 1,60 0,209 92 934 1,450 1 0,325 - 6,480 0,649 329 712 0,666 1 0,215 - 2,058 0,477 79 971 2,634 1 0,741 - 9,359 0,136 1014 28 0,207 1 0,045 - 0,949 0,081 24 1027 2,517 1 0,322-19,690 0,349 152 899 1,183 1 0,338 - 4,135 0,736 2 1049 1 - 1,0 0 1050 1 - - 01 1050 1 - 1,0 01 1050 1 - 1,0 08 1043 1 - 1,0 0 1051 1 - - Neg. 42 Variáveis Asfixia Posit. (%) Neg. Diabetes Sim 0 (0,0) 04 Não 18 (100,0) 1047 Hipertensão Sim 0 (0,0) 28 Não 18 (100,0) 1022 Pré-eclâmpsia Sim 01 (5,6) 43 Não 17 (94,4) 1008 Eclampsia Sim 0 (0,0) 01 Não 18 (100,0) 1050 Ganho de Peso (kg) Até 15 13 (81,3) 855 Acima de 15 03 (18,8) 169 Perdeu LA Sim 05 (27,8) 306 Não 13 (72,2) 740 Percebeu cor do liquido Sim 03 (100,0) 231 Não 0 (0,0) 280 Tipo de parto Normal 05 (27,8) 229 Cesárea 13 (72,2) 821 Parto pelo SUS Sim 18 (100,0) 970 Não 0 (0,0) 79 Se parto normal, teve intercorrência? Sim 0 (0,0) 7 Não 5 (100,0) 227 Parto normal, aconteceu na sala de parto? Sim 5 (100,0) 225 Não 0 (0,0) 7 Episiotomia Sim 04 (80,0) 157 Não 01 (20,0) 103 Se parto cesárea, teve intercorrência? Sim 01 (8,3) 10 Não 11 (91,7) 796 Anestesia Raque 12 (92,3) 783 Peridural 01 (7,7) 40 Raque e peridural 0 (0,0) 04 Recém-nascido Feto único 17 (100,0) 1029 Gemelar 0 (0,0) 11 Origem Mossoró 05 (71,4) 172 OR IC95% p-valor 1 - 1,0 1 - 1,0 1,379 1 0,179 -10,602 0,534 1 - 1,0 1 1,16 0,32 - 4,14 0,738 0,930 1 0,329 - 2,631 1,0 1 - 1,0 1,379 1 0,487 - 3,90 0,566 1 - - 0,637 1 - 0,694 1 - 0,69 2,62 1 0,254 - 130,45 0,373 7,236 1 0,851 - 61,50 0,151 0,20 - 12,86 - 0,867 1 - 1,0 1,802 0,344 - 9,441 0,703 1 1,63 - 43 Variáveis Outra cidade Sexo Masculino Feminino Asfixia Posit. (%) 02 (28,6) Neg. 124 12 (66,7) 06 (33,3) 517 525 OR IC95% p-valor 0,757 - 5,452 0,151 1 2,031 1 * Significância estatística (p<0,05); IC95: Intervalo de confiança a 95; OR: Odds ratio USG: Ultrassonografia; LA: Liquido Amniótico. Na Tabela 8 e 9 podem-se observar os fatores associados à gravidez que contribuíram para a asfixia perinatal, tais como, intercorrências e/ou internamentos ocorridos na gestação, anemia materna, sangramento vaginal em qualquer trimestre da gravidez, a ameaça de parto prematuro e presença de contrações uterinas. As intercorrências na gestação encontradas nesta pesquisa foram a hiperêmese gravídica, sangramento, e Infecção do Trato Urinário (ITU), sendo esta a maior causa de intercorrência no período gestacional. Corroborando com os nossos dados um trabalho realizado em 2013 por Mandira Daripa e colaboradores, mostrou que a frequência de afecções maternas pode desencadear complicações perinatais como asfixia, contribuindo para a mortalidade neonatal em 10 a 20% dos casos. Ainda sobre as complicações perinatais, estudos realizados por Romero et al (1989) e Mazor-Dray et al (2009), destacaram como consequências a uma infecção do trato urinário na gravidez, a paralisia cerebral/retardo mental e o óbito perinatal. Quanto às contrações uterinas, nesta pesquisa, a presença de contrações de forte intensidade e frequência foi um fator que contribuiu para a asfixia perinatal (77,8%). Os recém-nascidos normais podem apresentar algum grau de asfixia durante o processo do parto sem, contudo, haver comprometimento da sua higidez. As contrações uterinas interrompem temporariamente o aporte sanguíneo à placenta quando a pressão intramiometrial ultrapassa a pressão arterial média materna. Várias circunstâncias podem exagerar o grau de asfixia, resultando em um recémnascido deprimido, em um recém-nascido com lesão no SNC ou na morte fetal durante o parto (AGUIAR, 2000; BATISTA 2005; SALVO et al., 2007). 44 Tabela 8 – Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente a fatores clínicos da gestação. Asfixia OR Posit. (%) Neg. Teve internamento ou intercorrência clínica Variáveis Sim Não Anemia Sim Não Sangramento Sim Não IC95% p-valor 10 (58,8) 07 (41,2) 331 721 3,112 1 1,174-8,247 0,016* 02 (11,1) 16 (88,9) 15 1035 8,625 1 1,820-40,874 0,031* 03 (16,7) 15 (83,3) 29 1022 7,048 1 1,934-25,691 0,015* * Significância estatística (p<0,05); IC95: Intervalo de confiança a 95; OR: Odds ratio Tabela 9 – Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente a fatores relacionados às contrações uterinas. Asfixia Posit. (%) Ameaça de parto prematuro Sim 03 (16,7) Não 15 (83,3) Teve contrações Sim 14 (77,8) Não 04 (22,2) Variáveis OR IC95% p-valor 24 1027 8,558 1 2,323-31,529 0,009* 507 541 3,735 1 1,221-11,421 0,013* Neg. * Significância estatística (p<0,05); IC95: Intervalo de confiança a 95; OR: Odds ratio Em relação ao líquido amniótico 66,7 % apresentaram líquido amniótico (LA) verde, segundo informação colhida da paciente e confirmada no prontuário como liquido tinto de mecônio (meconial). Na tabela 10 pode-se observar que o liquido claro foi um fator protetor para a asfixia neonatal e que o liquido meconial foi um fator de grande relevância desta pesquisa (p=0,0006). Corroborando com estes dados podemos encontrar na literatura, Milsom (2002); Souza (2003) e Batista (2005), os quais chegaram à mesma conclusão, ou seja, que o liquido meconial tem relação com a asfixia perinatal. O líquido meconial é considerado como um indicativo de “stress” (ou sofrimento fetal), principalmente em vigência de hipóxia ou acidose. Assim, a eliminação de mecônio tem sido usada como um marcador de asfixia intraútero. A hipótese é de que a asfixia intrauterina causa um aumento do peristaltismo 45 intestinal e o relaxamento do esfíncter anal, resultando na passagem de mecônio. A compressão da cabeça fetal ou do cordão umbilical (como na presença de oligodrâmios) pode levar a uma resposta vagal que induz à eliminação de mecônio (GREGORY et al, 1974; HOLTZMAN et al.,1986; WISWELL, TUGGLE, TURNE, 1990; FANAROFF, MARTINS, 1992; WISWEL, BENT, 1993; AVERY, FLETCHER, MACDONALD, 1994). Outro trabalho mostra que a incidência de paralisia cerebral quando há mecônio são 0,4% versus 0,3% na população sem nenhum risco obstétrico. Em recém-nascidos prematuros, o liquido amniótico meconial no momento do parto tem um risco maior de transtornos neurológicos no futuro comparado com o parto a termo. Então 41% dos recém-nascidos que nascem com bebes com liquido amniótico meconial apresentaram paralisia cerebral comparado com 10% do mesmo grupo com liquido claro (BELIGERE & RAO, 2008). Tabela 10 – Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente ao fator do aspecto da cor do liquido amniótico. Asfixia Variáveis OR Posit. (%) Neg. Claro 01 (33,3) 214 0,04 Meconial 02 (66,7) 20 1 IC95% p-valor 0,0007-0,96 0,0006* Cor * Significância estatística (p<0,05); IC95: Intervalo de confiança a 95; OR: Odds ratio O trabalho de parto prolongado foi um fator relevante para o acontecimento de asfixia perinatal em nosso estudo, aumentando mais de quatro vezes a chance desse acontecimento (Tabela 11). O valor do trabalho de parto longo sobre o bemestar fetal tem sido objeto de controvérsia. Alguns estudos tentam associar as variáveis do equilíbrio ácido-básico à duração do primeiro e do segundo períodos do trabalho de parto. Hagelin e Leyon (1998), por exemplo, não encontraram correlação entre a duração do primeiro período e pH ou excesso de bases da artéria umbilical. Entretanto, encontraram correlação entre a duração do período expulsivo e a diferença de pH e excesso de bases na artéria umbilical, mas a duração do período expulsivo por três horas causou diferença de apenas 0,05 no pH e diferença de 46 excesso de bases de apenas 2,1 mmol/L. Este efeito é tão pequeno que é difícil valorizá-lo clinicamente. Apesar desta observação, outros consideram que a atenção na condução do trabalho de parto pode reduzir a mortalidade perinatal pela redução da asfixia (BUCHMANN, PATTINSON, NYATHIKAZI, 2002; PATTINSON, 2003), e que a asfixia intraparto pode ser prevenida por procedimento padrão (ausculta fetal a cada 30 minutos durante o primeiro período e a cada 5 minutos durante o período expulsivo). Tabela 11 – Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal frente ao fator trabalho de parto. Variáveis Trab. parto prolongado Sim Não Asfixia Posit. (%) Neg. OR IC95% p-valor 02 (33,3) 04 (66,7) 4,22 1 0,362-30,79 0,07* 27 228 * Significância estatística (p<0,05); IC95: Intervalo de confiança a 95; OR: Odds ratio A variável relacionada com a sedação da mãe no momento do parto foi demonstrada na tabela 12 onde a sedação foi um fator que favoreceu ao surgimento da asfixia perinatal em mais de 14 vezes. Ressaltando também um estudo onde informa que diversas causas, além da asfixia, podem estar associadas a baixos graus de Apgar. Dentre estas, merecem destaque a sedação materna, efeitos da anestesia de condução, reflexo parassimpático por aspiração vigorosa ou intubação do recém-nascido, anomalias congênitas e doenças neurológicas, musculoesqueléticas ou cardiorrespiratórias do recém-nascido (CUNNINGHAM et al., 2012). Tabela 12 – Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal segundo a variável referente à sedação da mãe na hora da cesárea. Asfixia Foi sedada OR Posit. (%) Neg. Sim 04 (30,8) 24 14,852 Não 09 (69,2) 802 1 IC95% p-valor 4,273-51,62 0,001* * Significância estatística (p<0,05); IC95: Intervalo de confiança a 95; OR: Odds ratio 47 Na tabela 13 podemos observar que o baixo peso ao nascer (recém-nascidos com menos de 2 kg) é um fator que contribui para a asfixia perinatal, aumentado mais de cinco vezes a chance deste acontecimento. Corrobora com este trabalho o estudo de Araújo et al (2005) que recém-nascidos e prematuros apresentam risco de óbito quatro vezes maior do que aqueles com peso acima de 2500g ou a termo. A OMS identifica o peso ao nascer como fator isolado de maior importância para a sobrevivência infantil. O peso de nascimento pode determinar as condições de vida de um recém-nascido. Sua importância para a saúde pública é determinada não apenas pelos riscos subsequentes de mortalidade e morbidade, mas também pela frequência com que ele ocorre (AGUIAR, 2011). Segundo de Iersel (2010) onde fatores de risco, tais como muito baixo peso (MBP), IG ao nascimento < 32 semanas ou síndrome do desconforto respiratório grave podem contribuir para disfunções do desenvolvimento de crianças nascidas prematuramente. A identificação de gestantes e fetos com risco de asfixia possibilita o encaminhamento e planejamento de assistência dentro do sistema de saúde. Tabela 13 – Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal segundo a variável peso do recém-nascido. Asfixia Posit. (%) Neg. Baixo peso (<2,5kg) 05 (27,8) 75 5,11 Adequado (2,5 a 3,9) 12 (66,7) 921 1 Variáveis OR IC95% p-valor 1,75 – 14,91 0,018* Peso do recém-nascido * Significância estatística (p<0,05); IC95: Intervalo de confiança a 95; OR: Odds ratio Depois de sabermos a prevalência de tantas variáveis, é interessante saber qual foi o destino tomado pelos recém-nascidos que apresentaram Índice de APGAR menor que 7 no 1° ou 5° minuto. 93,8% destes recém-nascidos foram para UTIN e 6,3% foram para a UCIM. A tabela 14 informa os valores de frequência (%) dos casos de asfixia perinatal segundo informações referentes ao recém-nascido logo após o parto, onde o fator chorar ao nascer, ficar na sala de parto ou cirurgia com a mãe logo ao nascer, mamar imediatamente após o nascimento foi fator de proteção para asfixia neonatal. A reanimação ao nascimento é uma das oito intervenções estratégicas para diminuir 48 a mortalidade infantil em nível mundial. Estima-se que o atendimento ao parto por profissionais de saúde habilitados possa reduzir em 20% a 30% as taxas de mortalidade neonatal, enquanto o emprego das técnicas de reanimação resulte em diminuição adicional de 5% a 20% nestas taxas, levando à redução de até 45% das mortes neonatais por asfixia (SCHMÖLZER et al, 2012). Cada serviço deve adaptá-las às suas condições de infraestrutura e de recursos humanos. Sendo assim a UTIN das maternidades mencionadas é composta por uma equipe preparada tecnicamente para receber recém-nascidos asfixiados. Tabela 14 – Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal segundo informações referentes ao recém-nascido logo após o parto. Variáveis Asfixia Posit. (%) RN chorou nascer Sim 05 (27,8) Não 13 (72,2) RN ficou sala de parto Sim 01 (5,6) Não 17 (94,4) RN Mamou ao nascer Sim 01 (5,6) Não 17 (94,4) Após parto: mãe feto juntos Sim 01 (5,6) Não 17 (94,4) Destino do RN UTI neonatal 15 (93,8) UCIN 01 (6,3) OR IC95% p-valor 978 66 0,026 1 0,0090,075 0,000* 817 231 0,017 1 0,0020,126 0,000* 701 347 0,029 1 0,0040,220 0,000* 994 57 0,003 1 0,0000,026 0,000* 21 14 10,0 1 1,20450,41 0,01* Neg. * Significância estatística (p<0,05); IC95: Intervalo de confiança a 95; OR: Odds ratio Na tabela 15 podemos observar que recém-nascidos onde apresentaram índice de Apgar menor do que sete no primeiro e quinto minuto de vida aumentaram ate oito vezes a chance de apresentar o quadro de asfixia. Em concordância, na pesquisa de Geib et al (2010) revelaram que os nascidos vivos com escore de Apgar inferior a sete no quinto minuto de vida apresentaram um risco de morte 8,7 vezes maior do que os nascidos com escores superior a sete. 49 Os resultados do estudo realizado por Santa Helena, Sousa e Silva (2005) em análise univariada, mostraram que crianças com Apgar menor que oito apresentaram 161,85 vezes mais chances para mortalidade no período neonatal que aquelas com maior registro de Apgar. No mesmo estudo foi utilizada a regressão logística para análise e o Apgar permaneceu como variável de risco biológico, apresentando risco 62,38 vezes maior que as crianças com maior registro de Apgar. Tabela 15 – Valores de frequência (%) dos casos de asfixia neonatal segundo o Índice de Apgar no primeiro e quinto minuto de nascimento. Variáveis APGAR (1 minuto) 0a4 5a7 8 a 10 APGAR (5 minutos) Até 07 Acima de 07 Asfixia Posit. (%) Neg. OR IC95% p-valor 12 (66,7) 07 02 (11,1) 08 04 (22,2) 1022 438,0 63,88 1 113,1- 1697 10,22 – 400 - <0,0001¥ 10 (55,6) 08 (44,4) 648,12 1 122,01 3442 <0,001* 02 1037 * Significância estatística (p<0,05); IC95: Intervalo de confiança a 95; OR: Odds ratio Podemos observar na Tabela 16 que em relação aos dados de exame físico do recém-nascido como peso, altura, perímetro cefálico e perímetro torácico, apenas o peso ao nascer apresentou como um fator relevante à asfixia perinatal. Estudo realizado por Kolatat, Vanprapar & Thitadilok (2000), comparou os resultados de dois momentos da análise estatística em estudo prospectivo de 969 recém-nascidos de portadoras de gravidez de alto risco por prazo de cinco anos (1993-1997) na Tailândia. Na análise inferencial houve associação de asfixia perinatal com peso ao nascer, idade gestacional, prematuridade e parto pélvico. Entretanto, a análise multivariada com modelo logístico passo a passo mostrou que o peso do recém-nascido estava associado com asfixia perinatal. Os autores sugerem que, em países onde os recursos sejam limitados, uma equipe de ressuscitação deveria estar disponível para assistência os partos de conceptos com baixo peso (o que está frequentemente associado à prematuridade e à apresentação pélvica). 50 Tabela 16 – Valores de média ± desvio padrão de variáveis biométricas de recémnascido asfixiado e recém-nascido sem asfixia. Variáveis Peso (kg) Altura Perímetro cefálico Perímetro torácico Média ± Desvio 2,849 ±padrão 0,70 Grupos G1 G2 G1 G2 G1 G2 G1 G2 3,206 ± 0,48 46,34 ± 3,57 48,01 ± 2,21 35,23 ± 0,41 35,08 ± 1,53 33,39 ± 2,40 33,66 ± 1,94 G1- Asfixiado; G2- Sem asfixia (Mann Whitney test) Min-Max p-valor 1,54 – 4,01 0,0162* 1,38 – 5,07 40,0 – 52,0 0,065 40,0 – 55,0 33,0 – 38,0 0,8249 30,50 – 39,0 29,5 – 37,0 0,7334 27,50 – 39,0 Após analises logísticas, as variáveis que permaneceram no modelo foram a anemia, ameaça de parto prematuro, sangramento na gravidez, parto não realizado no primeiro estabelecimento de atendimento e tomar medicamento na gravidez. (Tabela 17). Tabela 17 – Variáveis que permaneceram no modelo final da análise multivariada dos fatores associados à asfixia perinatal. Variável OR Ajustado IC- 95% p Anemia Pl 1,83 – 50,56 0,007 Ameaça de parto 5,77 1,29 – 25,88 0,022 Sangramento 5,50 1,25 – 24,07 0,023 Parto não realizado no primeiro estabelecimento 4,22 1,46 – 12,18 0,008 Tomar medicamento na gravidez 0,173 0,034 – 0,892 0,036 2 OR: Odds Ratio; Hosmer e Lemeshow (χ = 0,011 ; gl = 01; p= 0,917); IC- 95 %– Intervalo de confiança de 95%. 51 V CONCLUSÕES E SUGESTÕES A idade materna entre 24 a 34 anos, solteira, do lar e nível de escolaridade fundamental das mães foi evidenciada como variável importante na determinação da asfixia. A maioria das mães que pariram nos hospitais do estudo teve como procedência a cidade de Mossoró. O número mínimo de consultas de pré-natal é necessário para se evitar uma complicação no recém-nascido, visto que as pacientes deste estudo que realizaram menos de seis consultas tiveram quatro vezes maior chance de desenvolver esse agravo. A assistência ao pré-natal e ao parto tem um papel privilegiado na redução de complicações e asfixia neonatal e pode ser vista como uma política compensatória, pois quanto maior o número de consultas de pré-natal menor o risco de complicações perinatais. Nesse sentido, observa-se que a ocorrência de asfixia perinatal no Brasil é ainda uma realidade, e que a maioria dos casos é considerada evitável e que poderiam ser prevenidos por meio de políticas que visem à promoção e a prevenção dos agravos à saúde. Intercorrências clínicas da gestante como: anemia, ameaça de parto prématuro, sangramento, sedação, parto prolongado e contrações uterinas constituíram fatores relevantes para a asfixia neonatal. Além disso, fatores fetais como: prematuridade, baixo peso ao nascer, índice de Apgar menor que sete no primeiro e quinto minuto, predispõe a asfixia neonatal. Fatores comportamentais logo após o nascimento como: chorar ao nascer, mamar e ficar com a mãe na sala de parto corresponde como fator de proteção ao recém-nascido. Não foi possível demonstrar a correlação entre asfixia e paridade, apesar de haver algumas citações favoráveis a essa associação, bem como também a associação do tabagismo e uso de drogas licitas e ilícitas na gravidez e a hipertensão, o que contraria as expectativas, considerando estudos anteriores sobre o assunto. Ainda dentro das variáveis obstétricas, a hipertensão não foi um fator associado à asfixia perinatal, o que contraria as expectativas, considerando estudos anteriores sobre o assunto. 52 O uso de acido fólico, sulfato ferroso e polivitamínicos durante a gravidez possibilitou um fator de proteção à asfixia neonatal. Verificamos que a prevalência de asfixia perinatal no Hospital da Mulher Parteira Maria Correia e na APAMIM levando em consideração o Índice Apgar do 1° e 5° minuto menor que sete, está próxima da média encontrada na maioria das literaturas consultadas. A descrição do perfil de nascimento trouxe informações que poderão contribuir para o direcionamento de ações na assistência perinatal, e também a condução de ações preventivas relacionadas às gestações de Mossoró e regiões. Diante disso a prevenção é considerada fundamental na luta contra a asfixia, pois somente através do conhecimento técnico científico, por parte dos profissionais atuantes como obstetras e pediatras, será possível identificar o recém-nascido de risco que precisará de cuidados imediatos e eficazes. Logo, os profissionais da saúde passam a ser indispensáveis no processo de nascimento, buscando cada vez mais o aprimoramento para as práticas com a gestante e os recém-nascidos, fornecendo uma assistência adequada e prevenindo, deste modo o aparecimento de lesões consequentes ao quadro de asfixia. 53 VI REFERÊNCIAS AERTS, D.R.G.C. Investigação dos óbitos perinatais e infantis: seu uso no planejamento de políticas públicas de saúde. Jornal de Pediatria.73: 364-366, 1997. AGUIAR, J.B. Fatores de Risco para Mortalidade Neonatal, em Hospital de Referência. 2011. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2011. AGUIAR, R.A.L.P. Sofrimento fetal agudo. In: BENZECRY, R. et al. Tratado de obstetrícia da FEBRASGO. Rio de Janeiro: Revinter, p. 335-341, 2000. AL-ALFY, A.; CARROL, J.E.; DEVARAJAN, L.V.; MOUSSA, M.A.A. Terminfant asphyxia in Kuwait. Ann Trop Paediatr. 10: 355-61. 1990. ALMEIDA, M.F.B.; GUINSBURG, R. 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Parteira . Outro (especificar) _____________________________ 65 Com quantos meses iniciou o pré-natal? Realizou exames laboratoriais? (anotar exames) Possui Cartão do Pré-natal? Realizou USG obstétrica? (anotar a primeira e última USG): Quantas? - Realizou USG Morfológica do 1* Trimestre? SIM NAO (se sim NÃO (se sim anotar)____________________________________ - Realizou USG Morfológica do 2* Trimestre? SIM anotar)____________________________________ Tomava algum Quais? medicamento diariamente antes da gravidez? Tomou algum Quais? medicamento na gravidez? Qual o motivo? . Anemia . Sangramento e/ou dor no inicio da gravidez (ameaça de abortamento) Teve algum internamento . Hiperêmese gravídica clínico na gravidez? . Infecção de Urina . Sífilis . Rubéola Quantas vezes? . Toxoplasmose . Citomegalovirus . Sangramento na 2ª metade da gravidez . Ameaça de parto prematuro (contrações) 66 . Rotura prematura das membranas . Diabetes . Hipertensão . Pré-eclampsia . Eclampsia . Não sabe o motivo . Outros (especificar)_____________________________ Engordou quantos Kg na gravidez? 3- Dados relacionados ao Parto: Teve contrações (entrou em trabalho de parto)? Liquido Se SIM há quantas horas? Perdeu Amniótico? Percebeu a cor do liquido amniótico? Parto normal: Fórceps: Cesárea: - Local do Parto: . Hospital da Mulher Parteira Maria Correia . APAMIM - O parto foi realizado no primeiro estabelecimento que encontrou? SIM NÃO - Quantos estabelecimentos a Sra teve que ir até conseguir a internação para o parto? Se parto normal, teve alguma intercorrência que tomou conhecimento? Qual? 67 Se Parto normal, aconteceu na sala de parto? - O parto foi feito por: . SUS . Particular . Plano de saúde . Outros (especificar)________________________________________ Quem lhe atendeu no parto? . Médico(a) Teve . Enfermeiro(a) Episiotomia? O trabalho de parto foi prolongado? . Parteira . Auxiliar de enfermagem . Estudante de Enfermagem ou Medicina . Outro (parente, amigo sem treinamento) . Ninguém Se parto cesárea, sabe Teve alguma intercorrência que tomou conhecimento? qual foi a indicação? Anestesia (cesárea): Peridural: Geral: Raque Foi sedada? 4- Dados relacionados ao recém-nascido: Feto Único ou Gemelar? Peso: Altura: 68 Sexo: Perímetro Torácico (PT): Perímetro Cefálico (PC): Avaliação Sensorial Motora: Diminuída: Normal: Aumentada: APGAR: 1º minuto:______ Chorou logo ao nascer? 2º minuto:________ Ficou com você Mamou logo ao nascer? na sala? - Após o parto você e seu bebê ficaram juntos no quarto? SIM NAO 69 APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE – PPGSS INSTRUMENTO NORTEADOR DE COLETA DE DADOS TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Esclarecimentos Este é um convite para você participar da pesquisa sob o título de “FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À ASFIXIA PERINATAL A PARTIR DE UMA AMOSTRA DE NASCIDOS VIVOS NA CIDADE DE MOSSORÓ”. Coordenada por Rejane Maria de Oliveira Holanda e que segue as recomendações da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e suas complementares. Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Essa pesquisa tem como objetivo geral avaliar os fatores de risco associados à asfixia perinatal no Hospital da Mulher Parteira Maria Correia e Associação de Proteção e Assistência Materno-infantil de Mossoró (APAMIM) na cidade de Mossoró/RN no período de Março a Agosto de 2014. E como objetivos específicos: Investigar a prevalência etiológica visando gerar conhecimento da asfixia perinatal, bem como, caracterizar os fatores de riscos associados à asfixia perinatal e contribuir para a elaboração de políticas públicas e/ou para o planejamento de ações preventivas, como melhorar a assistência materno-infantil no município e, consequentemente, evitar a ocorrência desse acontecimento; identificar os fatores de ricos mais prevalentes em uma amostra de pacientes em Mossoró/RN e correlacionar com a literatura e também contribuir para o meio acadêmico através da revisão bibliográfica que será realizada e dos resultados obtidos para que outras pessoas possam utilizar as informações no processo de construção do conhecimento científico. Caso decida aceitar o convite, você será submetida aos seguintes procedimentos: após ser internada em uma das maternidades acima citadas e tendo já submetida ao parto normal ou cesariana, você será questionada sobre sua gravidez, sobre seu parto e o(s) seu(s) recém-nascido(s), através de questionário estruturado. A coleta de dados será feita em local reservado e seguro, no ambulatório de atendimento do próprio hospital, de uma forma individual, de modo a assegurar confidencialidade e privacidade; será garantido o anonimato das participantes. As mesmas ficarão livres para não responder a questionamentos que não se sinta a vontade para fazê-lo e poderão retirar-se da pesquisa em qualquer fase sem nenhum prejuízo para a sua pessoa requerendo o seu TCLE. Dados anotados no seu cartão do pré-natal e prontuários tam-bém serão coletados por um período de seis meses previsto para março a agosto de 2014 para melhores esclarecimentos na pesquisa. O TCLE será elaborado em duas vias, de acordo com a norma 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, e será lido, a fim de dirimir qualquer dúvida sobre o estudo. Ao final, o paciente terá a possibilidade de aceitar ou não a pesquisa. O responsável pela obtenção das assinaturas do TCLE, assim como pelo arquivamento de todo o material oriundo desse estudo, será a própria pesquisadora responsável. No que tange ao arquivamento, a documentação será armazenada em pasta lacrada no armário da secretaria da Faculdade de Ciências da Saúde – FACS, assim como em mídia eletrônica armazenada na residência da própria pesquisadora com senha restrita, como forma de garantir a confidencialidade, a privacidade e a segurança das informações. Esses documentos serão arquivados por um período mínimo de cinco anos a contar da data de coleta dos dados. Os dados serão organizados e analisados de forma quantitativa, correlacionando seus resultados com a literatura científica pesquisada, de modo que se possa dar significado quantitativo de acordo com o método de análise mencionado anteriormente. 70 Considerando o delineamento do estudo, os pesquisadores reconhecem a existência de riscos mínimos. Estes são relacionados ao constrangimento por parte dos sujeitos estudados, caso alguma informação particular sua venha a ser divulgada equivocadamente. Porém, os pesquisadores adotarão as estratégias outrora citadas e que visam à manutenção do sigilo e privacidade não só na coleta dos dados, mas na própria publicação dos resultados. Contudo, os benefícios advindos da sua participação na pesquisa sustentam-se na possibilidade de melhorar a assistência dada a gestante no acompanhamento do pré-natal, na assistência ao parto e ao recémnascido. Sendo assim, tornando-se conhecedores dos fatores de riscos associados à asfixia perinatal, poderemos posteriormente desenvolver programas de saúde voltados para a melhoria à assistência a estas gestantes. Evitando cada vez mais os agravos aos recém-nascidos Mossoroenses. Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização. Você ficará com uma via deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para Rejane Maria de Oliveira Holanda, no endereço Rua Miguel Antônio da Silva Neto, S/N Bairro Aeroporto, na Secretaria da Faculdade de Ciências da Saúde. Tel (84) 33152248 email: [email protected]. Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da UERN no endereço Rua Miguel Antônio da Silva Neto, S/N Bairro Aeroporto, 3º Pavimento da Faculdade de Ciências da Saúde Tel 3318-2596 email: [email protected] CEP 59607-360. Consentimento Livre e Esclarecido Eu, _________________________________________________, RG______________, declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa “FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À ASFIXIA PERINATAL A PARTIR DE UMA AMOSTRA DE NASCIDOS VIVOS NA CIDADE DE MOSSORÓ”. Autorizo assim a publicação dos dados da pesquisa que garante o anonimato e o sigilo referente à minha identificação. Mossoró/RN, ____ de ____________ de 2014. _________________________________________________________________________________ Rejane Maria de Oliveira Holanda Pesquisadora Responsável ____________________________________________________________________ Assinatura da Participante da Pesquisa 71 ANEXOS ANEXO 1 - Pesquisa nacional de saúde - Brasil / Questionário individual / atendimento pré-natal e ao parto Módulo N - Atendimento Pré-natal Agora vou lhe fazer perguntas sobre o atendimento pré-natal [Entrevistador: As questões deste módulo são dirigidas às mulheres que tiveram o último parto posteriores a __/__/____] N1. Na última vez que a sra esteve grávida, a sra fez pré-natal? 1. Sim 2. Não (Se 2: Ir para o próximo módulo) N2. Na última vez que a sra esteve grávida a sra recebeu o cartão de pré-natal? 1. Sim 2. Não N3. Com quantos meses de gravidez a sra iniciou o pré-natal? ________ meses N4. Quantas consultas de pré-natal a sra teve? _______ consultas N5. Onde foi realizada a maioria das consultas do pré-natal? 1. Unidade básica de saúde (posto ou centro de saúde ou unidade de saúde da família) 2. Policlínica pública ou PAM – Posto de Assistência Médica 3. Ambulatório de hospital público 4. Consultório particular 5. Ambulatório ou consultório de clínica privada 6. Ambulatório ou consultório de empresa ou sindicato 7. Outro (Especifique: _________________________________________________) N6. As consultas do pré-natal foram cobertas por algum plano de saúde? 1. Sim, todas 2. Sim, algumas 3. Não,nenhuma N7. A sra pagou algum valor pelas consultas do pré-natal? 1. Sim 2. Não N8. As consultas do pré-natal foram feitas através do Sistema Único de Saúde (SUS)? 1. Sim, todas 2. Sim, algumas 3. Não, nenhuma 4. Não sabe N9. Quem lhe atendeu na maioria das consultas? 1. Médico 2. Enfermeira 3. Técnico ou auxiliar de enfermagem 4. Parteira 5. Outro (especifique) ______________________________ N10. Durante as consultas de pré-natal, a sra recebeu algum dos seguintes aconselhamentos? 1. Não faltar às consultas agendadas 1. Sim 2. Não 2. Manter uma alimentação saudável 1. Sim 2. Não 3. Não fumar 1. Sim 2. Não 4. Não beber 1. Sim 2. Não N11. Durante as consultas de pré-natal, a sra recebeu alguma destas orientações? 1. Sobre sinais de trabalho de parto 1. Sim 2. Não 2. Sobre sinais de risco na gravidez 1. Sim 2. Não 3. Sobre aleitamento materno 1. Sim 2. Não N12. Durante o pré-natal a sra foi informada sobre qual serviço de saúde a sra deveria ir no momento do parto? 1. Sim 2. Não N13. Mediram a sua altura na primeira consulta de pré-natal? 1. Sim 2. Não N14. Durante as consultas de pré-natal, com que frequência: a. Mediram sua pressão arterial? 1. Todas as consultas 2. Algumas consultas 3. Nenhuma consulta 72 b. Mediram o seu peso? 1. Todas as consultas 2. Algumas consultas 3. Nenhuma consulta c. Mediram a sua barriga? (medida do fundo de útero) 1. Todas as consultas 2. Algumas consultas 3. Nenhuma consulta d. Ouviram o coração do bebê? 1. Todas as consultas 2. Algumas consultas 3. Nenhuma consulta e. Examinaram suas mamas? 1. Todas as consultas 2. Algumas consultas 3. Nenhuma consulta N15. Em alguma consulta do pré-natal o médico ou enfermeiro falou que sua pressão estava alta? 1. Sim 2. Não (Se 2: Ir para N20) N16. O médico ou enfermeiro explicou sobre os riscos da pressão alta para a sra e para o bebê? 1. Sim 2. Não N17. A sra foi encaminhada para consulta com médico especialista por causa da pressão alta? 1. Sim 2. Não (Se 2: Ir para N20) N18. A sra foi à consulta com o especialista? 1. Sim (Se 1: Ir para N20) 2. Não N19. Qual o principal motivo da sra não ter ido à consulta com o especialista? 1. Não conseguiu marcar 2. Não achou necessário 3. Não sabia quem procurar ou aonde ir 4. Estava com dificuldades financeiras 5. O plano de saúde não cobria a consulta 6. O serviço de saúde era muito distante 7. O tempo de espera no serviço de saúde era muito grande 8. O horário de funcionamento do serviço de saúde era incompatível com as atividades de trabalho ou domésticas. 9. Não havia especialista no serviço de saúde 10. Outro (especifique): _________________________ N20. Durante o pré-natal, a sra fez exame de sangue? 1. Sim 2. Não (Se 2: Ir para N27) N21. Em alguma consulta do pré-natal o médico ou enfermeiro falou que seu exame de sangue mostrou açúcar alto (presença de diabetes)? 1. Sim 2. Não (Se 2: Ir para N27) N22. O médico ou enfermeiro explicou os riscos do açúcar alto no sangue para a sra e seu bebê? 1. Sim 2. Não N23. Explicaram sobre a alimentação que a sra deveria ter para ajudar a controlar o açúcar no sangue? 1. Sim 2. Não N24. A sra foi encaminhada para consulta com médico especialista por causa do diabetes? 1. Sim 2. Não (Se 2: Ir para N27) N25. A sra foi à consulta com o especialista? 1. Sim (Se 1: Ir para N27) 2. Não N26. Qual o principal motivo da sra não ter ido à consulta com o especialista? 1. Não conseguiu marcar 2. Não achou necessário 3. Não sabia quem procurar ou aonde ir 4. Estava com dificuldades financeiras 5. O plano de saúde não cobria a consulta 6. O serviço de saúde era muito distante 7. O tempo de espera no serviço de saúde era muito grande 73 8. O horário de funcionamento do serviço de saúde era incompatíveis com as atividades de trabalho ou domésticas 9. Não havia especialista no serviço de saúde 10. Outro (especifique): _____________________________________________ N27. Durante o atendimento pré-natal a sra realizou exame de sangue para sífilis? 1. Sim 2. Não 3. Não sabe (Se 2 ou 3: Ir para N31) N28. A sra recebeu o resultado do exame para sífilis antes do parto? 1. Sim, foi negativo (Se 2: Ir para N31) 2. Sim, foi positivo 3. Não recebeu o resultado/Não foi informada antes do parto N29. A sra recebeu tratamento para sífilis? 1. Sim, antes do parto 2. Sim, depois do parto 3. Não N30. Foi pedido exame de sífilis para o seu parceiro? 1. Sim 2. Não N31. Durante o seu pré-natal, foi solicitado o teste para HIV? 1. Sim 2. Não 3. Não sabe (Se 2 ou 3: Ir para N33) N32. A sra concordou em ser testada? 1. Sim 2. Não N33. Durante o atendimento pré-natal a sra realizou exame de urina? 1. Sim 2. Não N34. Durante o atendimento pré-natal foi solicitado algum exame de ultrassonografia? 1. Sim, quantos? _________ 2. Não (Se 2: Ir para N41) N35. A sra conseguiu realizar todos os exames de ultrassonografia solicitados? 1. Sim (Se 1: Ir para N41) 2. Não N36. Qual o principal motivo da sra não ter conseguido fazer todos os exames de ultrassonografia solicitados? 1. Não conseguiu marcar 2. Não achou necessário 3. Não sabia quem procurar ou aonde ir 4. Estava com dificuldades financeiras 5. O plano de saúde não cobria todos os exames 6. O serviço de saúde era muito distante 7. O tempo de espera no serviço de saúde era muito grande 8. O horário de funcionamento do serviço de saúde era incompatível com as atividades de trabalho ou domésticas 9. Não havia especialista no serviço de saúde para fazer o exame 10. Não havia equipamento disponível no serviço de saúde 11. Outro (especifique): _______________________________________________ N37. Durante o pré-natal, quantos exames de ultrassonografia a Sra. realizou? ______________ exames 0. Nenhum (Se 0: Ir para N41) N38. Os exames de ultrassonografia foram cobertos por algum plano de saúde? 1. Sim, todos 2. Sim, alguns 3. Não, nenhum N39. A sra pagou algum valor pelos exames de ultrassonografia? 1. Sim 2. Não N40. Os exames de ultrassonografia foram feitos através do Sistema Único de Saúde (SUS)? 1. Sim, todos 2. Sim, alguns 3. Não, nenhum 4. Não sabe N41. Quanto tempo antes do parto foi a sua última consulta de pré-natal? 1. Menos de 7 dias 2. De 7 a 14 dias 3. De 15 a 30 dias 4. Mais de 30 dias 5. Não sabe, não lembra N42. Com quantos meses de gravidez a sra estava na última consulta de pré-natal? ________ meses 74 N43. Qual o seu peso antes de engravidar? ________ quilos 999. Não sabe N44. Quantos quilos a sra engordou na gestação? ________ quilos 999. Não sabe Assistência ao Parto Agora, vamos lhe fazer perguntas sobre a assistência ao último parto. N45. Quem lhe atendeu no último parto? 1. Médico 2. Enfermeira 3. Parteira 4. Auxiliar de enfermagem 5. Estudantes de enfermagem ou medicina 6. Outro (parente, amigo sem treinamento) 7. Ninguém N46. Onde foi realizado o seu último parto? 1. Hospital ou maternidade 2. Casa de parto 3. Outro tipo de serviço de saúde 4. Em casa 5. Outro (especifique): _________________________ (Se 4 ou 5: Ir para N53) N47. O parto foi realizado no primeiro estabelecimento de saúde que procurou? 1. Sim (Se 1: Ir para N49) 2. Não N48. Quantos estabelecimentos de saúde a sra teve que ir até conseguir a internação para o parto? N49. O parto foi realizado no estabelecimento de saúde indicado no pré-natal? 1. Sim 2. Não 3. Não houve indicação N50. O parto foi coberto por algum plano de saúde? 1. Sim 2. Não N51. A sra pagou algum valor pelo parto? 1. Sim 2. Não N52. O parto foi feito através do Sistema Único de Saúde (SUS)? 1. Sim 2. Não 3. Não sabe N53. O seu companheiro ou alguma pessoa da família, ou amiga ficou com a sra durante o trabalho de parto? 1. Sim (Se 1: Ir para N55) 2. Não N54. Por que a sra não teve acompanhante durante o trabalho de parto? 1. Não sabia que podia 2. Não quis 3. Não deixaram 4. Não tinha quem a acompanhasse N55. O seu parto foi: 1. Vaginal (Se 1: Ir para N57) 2. Cesáreo N56. Qual o principal motivo da sra ter tido parto cesáreo? 1. Já tinha um parto cesáreo anterior 2. Queria ligar as trompas 3. Não queria sentir a dor do parto 4. Por ser mais conveniente 5. Escolha do médico durante o pré-natal 6. Indicação médica por complicações na gravidez ou no trabalho de parto 7. Indicação médica porque não entrou em trabalho de parto 8. Outro (especifique): __________________________________________ N57. Quantos meses de gravidez a sra tinha no momento do parto? _______________ meses 888. Não sabe N58. Qual o peso do bebê ao nascer? _______________ gramas 888. Não sabe N59. O bebê nasceu vivo? 1. Sim 2. Sim, mas morreu depois 3. Não, nasceu morto (Se 1 ou 3: Ir para N61) N60. Com que idade o bebê morreu? ______ horas ______ dias _______ meses N61. A sra fez consulta de puerpério (consulta com médico ou enfermeiro até 42 dias após o parto)? 1. Sim 2. Não, apesar de ter recebido orientação para fazer 3. Não, pois não recebeu orientação para fazer. ___________________________________________________________________ 75 ANEXO 2 – Questionário do Ministério da Saúde (MS) na chamada neonatal: Avaliação da atenção ao pré-natal e aos menores de um ano nas regiões Norte e Nordeste, da Secretaria de Ciências, Tecnologia e Insumos Estratégicos. 76 77 78 79 ANEXO 3 – Cartão de Pré-Natal 80 ANEXO 4 - Parecer Consubstanciado – CEP 81 82 83