A RTI GO
OUTUBRO | 2014
HEMOGRAMA
O hemograma é o nome dado ao conjunto de avaliações das células do sangue que, reunido aos dados
clínicos, permite conclusões diagnósticas e prognósticas de grande número de patologias. Entre todos os
exames laboratoriais atualmente solicitados por médicos de todas as especialidades, o hemograma é o mais
requerido. Por essa razão, reveste-se de grande importância no conjunto de dados que devem ser considerados para o diagnóstico médico, não se admitindo erros
ou conclusões duvidosas.
O hemograma é composto por três determinações
básicas que incluem as avaliações dos eritrócitos (ou
série vermelha), dos leucócitos (ou série branca) e das
plaquetas (ou série plaquetária). A análise da série
vermelha é constituída pelas seguintes determinações
básicas:
� – Contagem de eritrócitos (CE): Mede o número de
hemácias em um volume de sangue.
� – Dosagem da hemoglobina (Hb): Mede a quantidade de hemoglobina em um volume de sangue.
� – Hematócrito (Ht): Mede o volume percentual de
hemácias em um volume de sangue.
� – Volume Corpuscular Médio (VCM): É o índice que
ajuda na observação do tamanho das hemácias e no
diagnóstico da anemia.
� – Hemoglobina Corpuscular Média (HCM): É o peso
da hemoglobina na hémácia.
� – Concentração da Hemoglobina Corpuscular
Média (CHCM): É a concentração da hemoglobina
dentro de uma hemácia.
Recentemente com a automatização das avaliações
das células do sangue, aliada a programas de informática, obtém-se dados sobre diâmetro ou superfície
celular, histograma e gráficos de distribuição de células.
Especificamente para a série vermelha a automatização
fornece o índice RDW: Que avalia a amplitude da superfície dos eritrócitos.
A série branca, por sua vez, é analisada por meio
dos seguintes índices:
� – Contagem total de leucócitos (CTL) : Mede o
número de leucócitos de qualquer tipo em um volume
de sangue.
� – Contagem diferencial de leucócitos (CDL): Determina a proporção de cada tipo de leucócito.
Há cinco tipos diferentes:
Neutrófilos (Bastonetes e Segmentados)
São os leucócitos mais numerosos, cerca de �� a ��%,
se apresentam como células diferenciadas, com seus
núcleos em forma segmentada, por isso a denominação
de neutrófilos segmentados. Cerca de � a �% das
células têm núcleo não segmentado, como bastão, por
este motivo são denominados bastonetes. Têm a função
de realizar a fagocitose, e encontram-se aumentados
(neutrofilia) geralmente nos processos infecciosos e
inflamatórios, e valores diminuídos indicam neutropenia.
Eosinófilos
Os eosinófilos correspondem a cerca de � a �% dos
leucócitos dos esfregaços. Apresentam-se aumentados
(eosinofilia) em processos infecciosos (parasitas), doenças imunológicas e reações alérgicas ou de hipersensibilidade.
*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas,
consulte seu médico.
www.humbertoabrao.com.br
/Laboratório Humberto Abrão
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OUTUBRO | 2014
Hemograma
Basófilos
Os basófilos são células raras, correspondem a cerca
de � a �%. O aumento dos basófilos (basofilia) ocorre
principalmente em processos infecciosos e imunológicos.
Linfócitos
Os linfócitos estão presentes de �� a ��% na circulação.
A maioria apresenta morfologia típica, por isso a denominação de linfócitos típicos. Quando apresentam tamanho maior, com núcleo pouco menos maduro e granulações citoplasmáticas, recebem o nome de linfócitos
atípicos. Os linfócitos combatem vírus, tumores e produzem anticorpos. Quando aumentados, podem indicar
uma infecção viral.
Monócitos
São células que se caracterizam por se movimentarem
durante alguns dias na circulação sanguínea e depois a
deixam, fixando-se nos tecidos, adquirindo aspecto de
macrófagos. Tem como principal função a fagocitose e
defesa do organismo. Apresentam-se em grande
número nos processos infecciosos crônicos ou em fase
final das infecções.A contagem diferencial de cada
leucócito é emitida em % (ou valor relativo) e em
��³/mm� (ou valor absoluto). O valor absoluto tem
melhor expressão diagnóstica em relação ao valor relativo.
As plaquetas possuem a função de formação de
coágulos, participando portanto do processo de coagulação sanguínea. São analisadas quantitativamente e
com uso de contadores automatizados, é possível obter
o índice PDW, que fornece o resultado da amplitude da
superfície das plaquetas quantificadas, bem como o
MPV, que indica o volume médio plaquetário.
Trombocitopenia (ou plaquetopenia): é a diminuição
do número de plaquetas no sangue.
Trombocitose (ou plaquetose): é o aumento do
número de plaquetas no sangue.
Quando no processo automático a contagem de
plaquetas apresentar qualquer alteração, a amostra
passa pelo processo de contagem manual, geralmente
utilizando-se o método de Fônio ou câmara de
Neubauer.
O hemograma é executado pelo método automático,
em aparelhos que usam uma pequena quantidade de
sangue. As células brancas ou leucócitos, podem ser
contadas, baseando-se em seu tamanho ou avalian
do-se suas características. Em relação à série vermelha,
o aparelho dosa a quantidade de hemoglobina, o hematócrito, o número de hemácias e o tamanho destas,
realizando cálculos para chegar aos outros índices
hematimétricos.
Toda amostra que apresentar alteração no resultado
automático, passa pelo método de avaliação e contagem manual. Contagens manuais do número de hemácias, plaquetas e leucócitos podem ser realizadas em
câmara de Neubauer, após uma diluição prévia do
sangue. O esfregaço sanguíneo é utilizado para fazer
uma diferenciação entre os leucócitos, isto é, fazer uma
contagem do número de neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos, chegando-se a uma porcentagem de cada tipo de célula, processo utilizado
também para avaliar a série vermelha e as plaquetas.
A vantagem de se fazer um esfregaço, é que
algumas células e plaquetas podem ser contadas
erroneamente pelos processos automáticos. Alguns
aparelhos não contam plaquetas gigantes, eritroblastos,
células imaturas, e podem levar a um erro quanto ao
diagnóstico.
A importância do hemograma abranger as análises
qualitativas dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas considerando o tamanho, a forma celular, a coloração, as
inclusões citoplasmáticas e nucleares, a presença de
vacúolos, as atipias celulares, etc, é que essas observações são fundamentais para auxiliar o diagnóstico
clínico, como exemplo: eritrócitos falcizados nos esfregaço sanguíneo indicam relação com doença falciforme; expressivo número de linfócitos atípicos pode estar
relacionado a viroses; plaquetas gigantes que geralmente estão associadas a determinadas síndromes, etc.
O esfregaço, porém, deve ser avaliado por profissional
experiente.
O sangue do paciente é colhido com anticoagulante
(EDTA). Não é preciso nenhuma preparação, nem estar
em jejum, para se colher o sangue para o hemograma.
Dra. Maria Cássia Rodrigues
Bioquímica - Setor de Hematologia
Referências:
Lorenzi TF et al – Manual de Hematologia. Propedêutica e clínica. �ª edição, Editora Médica Científica, São Paulo, ����.
Hoffbrand AV, Petit JE – Hematologia clínica ilustrada. Editora Manole Ltda, São Paulo, ����.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hemograma
*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas,
consulte seu médico.
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