ANALISANDO OS RESULTADOS DO MOVIMENTO DE REGULAÇÃO EM PERIODONTIA OCORRIDO NA POLICLÍNICA CENTRO SUL DE BELO HORIZONTE, EM SETEMBRO DE 2007. Em agosto de 2007, analisando a fila eletrônica do Sistema de Regulação (SISREG) da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA BH), havia uma clara evidência de que, na saúde bucal, exatamente nas especialidades de endodontia e periodontia, onde existe um maior número de pessoas sendo encaminhadas, coexiste também uma maior fila de espera. Esta constatação, além de suscitar o debate sobre a necessidade de ampliação da atenção especializada, também fez emergir problemas relacionados à qualidade e adequação dos encaminhamentos da atenção básica para a atenção especializada. Para iniciar o enfrentamento do desafio de imprimir maior diferencial qualitativo nos encaminhamentos, foi organizado pela Coordenação de Saúde Bucal (CSB), Central de Marcação de Consultas (CMC), Policlínica Centro Sul (PCS) e distritos da SMSA BH um movimento de regulação em periodontia. Foi uma ação programada de avaliação de todas as pessoas que se encontram na fila de espera de periodontia (inicialmente 1738 pessoas) com o intuito de definir o perfil dos encaminhamentos, a adequação deste encaminhamento com os critérios estabelecidos no protocolo do SISREG e redirecionamento dos usuários ao Centro de Saúde ou atendimento individual pelos especialistas da PCS. Houve uma constatação de que estavam chegando na Policlínica Centro Sul muitos usuários com encaminhamentos não ajustados aos critérios de prioridade do SISREG (Anexo I) e com necessidades que poderiam ser resolvidas na atenção básica. Em função deste fato, foram agendadas todas as pessoas que estavam (até o dia 08 de agosto de 2007) na fila eletrônica para uma avaliação com os especialistas da área. Cada Centro de Saúde fez a marcação dos seus usuários seguindo a lista de pessoas cadastradas na fila de espera eletrônica e de acordo com os dias e horários determinados numa planilha construída para ordenar os exames. Aqueles usuários que entraram na fila depois da data de corte não foram incluídos neste movimento. O atendimento na Policlínica Centro Sul A avaliação feita pelos periodontistas na PCS ocorreu entre os dia 10 a 21 de setembro. Depois de orientado sobre todo o movimento, o usuário acomodava-se na cadeira odontológica, o C.Dentista fazia o exame clínico e as Auxiliares de Consultório Dentário (ACD) faziam o registro dos dados em formulário construído para este fim (Figura 1). No exame, ao identificar o nível de gravidade da doença periodontal, foi traçado um perfil de necessidades destes usuários. Também foi possível identificar aqueles casos que foram encaminhados indevidamente para a atenção especializada. Uma vez avaliado, o usuário era agendado para dar continuidade ao tratamento periodontal na atenção especializada (PCS) ou orientado a retornar ao Centro de Saúde e fazer lá mesmo o seu tratamento. Neste caso, seu retorno se deu com o formulário de contra referência, devidamente preenchido e com as orientações para os profissionais dos Centros de Saúde. De uma maneira geral, isto ocorreu quando o usuário foi referendado para a atenção especializada sem ter completado o tratamento na atenção básica, ou faltando relatório médico (quando portadores de condições sistêmicas que exigiam o relatório). Em outubro e novembro de 2007, foram chamados 200 usuários de prioridade alta. Destes, 174 compareceram e iniciaram seu tratamento especializado. Orientação para os gerentes dos Centros de Saúde Neste movimento, foi solicitado aos gerentes das unidades básicas empenho e atenção especial direcionada ao usuário que foram contra referenciados para o Centro de Saúde. Se isto ocorreu, provavelmente o usuário havia sido encaminhado para a atenção especializada indevidamente, contrariando as orientações do SISREG. Neste caso, foi sugerido às equipes locais garantir a este usuário que retornou, o acesso às ações que foram recomendadas na guia de contra referência. Também foi sugerido ao gerente usar desta oportunidade para rever com os membros da equipe de saúde bucal e com o marcador de consulta do Centro de Saúde o que aconteceu, explorando com zelo a situação de desajuste constatada. A inserção das especialidades de saúde bucal no SISREG foi recente e ocorreu dentro da rotina do serviço. Todos os profissionais da rede estão se apropriando aos poucos das potencialidades do sistema. Foi orientado que as equipes locais estudassem novamente os documentos que tratam das prioridades em saúde bucal, bem como da marcação de consultas passo a passo, ambos disponíveis no Fórum da Atenção Especializada. Antes de cadastrar um usuário na fila eletrônica, há que se certificar (por meio de entrevista e exame clínico) da sua adequação aos critérios assistenciais para referência, definidos no SISREG. FIGURA 1: NOME REGULAÇÃO EM PERIODONTIA – DISTRITO: ____________________ EXAMINADOR:__________________ IDADE TELEFONE CENTRO DE SAÚDE REFERÊNCIA ADEQUADA RETORNO CS 9, 10,11,12 SIM SIM NÃO NT NÃO ALTO 1, 2 e 3 MÉDIO 4, 5 BAIXO 6, 7 e 8 SISREG PCS SISREG PCS SISREG PCS A reclassificação mais recente do usuário pela equipe de saúde bucal é a condição esperada numa fila eletrônica. Na guia de referência, é preciso registrar a prioridade de classificação (alto, médio, baixo). Este raciocínio se aplica a todas as especialidades. É importante que os gerentes locais orientem e discutam com as equipes o significado de encaminhamentos ajustados e a repercussão positiva que isto gera no sistema. A transposição linear de uma “fila no papel” para uma “fila eletrônica” sem explorar os avanços que o sistema possibilita é no mínimo um desperdício. Atenção especial precisa ser dedicada ao monitoramento de toda a fila eletrônica do Centro de Saúde, retirando desta fila aquele usuário que aguardava agendamento para a especialidade de periodontia e retornou para dar continuidade ao tratamento na unidade básica. Para exclusão dos pacientes da fila de espera do SISREG, entrar na função “Atendimento”. Na opção “Manter atendimento fila de espera”, selecionar os nomes dos pacientes e clicar no botão excluir. Esta manobra está sob a responsabilidade do gestor local. Necessidade de ajustes nos encaminhamentos para a atenção especializada Analisando os registros contidos nas Guias de Referência, e discutindo com os especialistas de periodontia da PCS, algumas questões indicam a necessidade de ajustes na rede: 1. Encaminhamentos contrariando as orientações expressas (SISREG) para a atenção especializada: foram freqüentes os encaminhamentos de usuários com casos de gengivite e/ou de casos com comprometimento periodontal leve (profundidade de sondagem inferior a 5mm),que poderiam ser revertidos com procedimentos de raspagem e controle de placa nos Centros de Saúde. Alguns usuários foram encaminhados com grande quantidade de cálculos e outros sem terem o controle das doenças bucais garantido na atenção básica (inclusive orientações básicas e escovação supervisionada). Fazer encaminhamentos sem haver esgotado as possibilidades diagnósticas e terapêuticas na rede básica contribui para uma performance indesejável da assistência especializada. Uma maior resolutividade na atenção básica reduz a demanda por consulta especializada, reservando os recursos disponíveis (apenas 5 profissionais especialistas em periodontia) para garantir a oferta de procedimentos mais complexos para quem deles necessitam. A equipe do Centro de Saúde deve assumir o papel de gestora do projeto terapêutico e, portanto, cabe a ela acompanhar o tratamento integral do usuário, facilitando assim o seu “caminhar na rede”. 2. Fragilidade nas ações de auto cuidado em saúde bucal: constatou-se com freqüência uma baixa percepção por parte dos usuários sobre o controle do processo saúde-doença, como também um conjunto reduzido de informação sobre os fatores de risco e de proteção à saúde periodontal. Estas ações de natureza eminentemente educativa devem ser desenvolvidas a nível individual e/ou coletivo, junto a grupos operativos e seguindo as orientações nas linhas do cuidado. Considerando que o usuário está sendo encaminhado para a atenção especializada, é de suma importância que já conheça as características do seu problema e sua estreita relação com outros agravos (diabetes,cardiopatias, entre outras). Espera-se que o usuário chegue na atenção especializada conhecedor do seu processo, consciente de que o completo controle da doença depende da sua autonomia para o auto cuidado. Esta abordagem precisa ser oferecida na atenção básica. O serviço especializado deve ser um lugar de passagem para os usuários e não conseguirá desenvolver este papel caso tenha que iniciar todo este processo com cada paciente que chega. 3. Baixo nível de detalhamento de dados na Guia de Referência: muitas vezes as informações são sumárias, apenas com a citação ”Avaliação Periodontal”. A declaração da prioridade (Alta,Média ou Baixa) no alto da guia precisa estar em concordância com o protocolo do SISREG. Isto favorece a análise para orientar os encaminhamentos e também a equidade. Informações mais detalhadas a respeito do quadro mórbido (doença), citando a região dos sítios envolvidos, o tratamento já dispensado e a concomitância de outros agravos sistêmicos, facilitam e agilizam a abordagem dos profissionais da atenção especializada. 4. A resolutividade da Atenção Secundária: cabe à atenção especializada a prestação de cuidados resolutivos, contribuindo com a integralidade da assistência aos usuários, dando continuidade à linha do cuidado de forma articulada com a atenção básica, contrareferenciando os usuários e subsidiando as equipes locais no acompanhamento e controle das doenças. Neste sentido, o movimento de regulação em periodontia propiciou uma mobilização intensa da equipe de especialistas da PCS. O propósito atual é fazer ajustes no processo de trabalho, de forma a contribuir para ampliar o acesso e aumentar a resolutividade do serviço. Desta forma, pretende-se diminuir o tempo de permanência do usuário em tratamento, agilizando sua alta, sem perder de vista o atendimento humanizado e a qualidade dos serviços prestados. Analisando os resultados A partir dos formulários preenchidos pelos especialistas da PCS, foi feito um primeiro exercício de ajustes, buscando alcançar coerência interna nos dados coletados (Anexo II). Os periodontistas analisaram novamente as planilhas e fizeram as alterações necessárias, aprimorando desta forma a qualidade dos dados coletados. A figura 2, a seguir apresentada, é resultado desta revisão. FIGURA 2: CONSOLIDADO DOS RESULTADOS DOS EXAMES PERIODONTAIS EM USUÁRIOS DA POLICLÍNICA CENTRO SUL. BELO HORIZONTE, SETEMBRO 2007 Referência adequada Distrito Sim Não Barreiro 26 24 Centro Sul 11 40 Leste 52 32 Nordeste 22 89 Noroeste 18 78 Norte 32 45 Oeste 22 90 Pampulha 49 12 Venda Nova 30 128 TOTAL 262 538 Retorno Centro Saúde NT 1 0 0 1 6 7 7 0 0 22 Sim 31 30 59 76 60 62 75 52 100 545 Não 18 19 25 35 41 20 34 7 40 239 Alto Média SISREG PCS 13 7 33 13 14 16 7 11 4 118 24 20 30 41 33 36 52 34 63 333 SISREG Baixa PCS SISREG Total PCS 8 18 2 6 52 3 16 1 10 51 19 30 5 8 84 1 48 0 13 112 7 52 1 2 108 7 34 4 3 86 9 43 2 10 120 16 19 1 5 61 7 57 4 12 158 77 317 20 69 832 Fonte: Coordenação Saúde Bucal Como afirmado anteriormente, a inserção da saúde bucal no SISREG foi recente e ocorreu dentro da rotina do serviço. Ainda que as orientações estivessem disponíveis internamente no fórum da atenção especializada, que as informações gerais tenham sido repassadas para o corpo gerencial e abordagens especiais tenham ocorrido em alguns distritos, os dados revelam que a maioria dos registros das guias de referência não estava adequado, como mostrado na figura 3. FIGURA 3: Distribuição percentual de guias de referência adequadas. Regulação em Periodontia. Policlínica Centro Sul. Belo Horizonte, setembro de 2007. 3% 32% Sim Não NT 65% Considerando que foi alta a freqüência de guias sem classificação de prioridade, vale relembrar que, antes de cadastrar um usuário na fila eletrônica, há que se certificar (por meio de entrevista e exame clínico) da sua adequação aos critérios assistenciais para referência, definidos no SISREG. Repetindo: a reclassificação mais recente do usuário pela equipe de saúde bucal é a condição esperada numa fila eletrônica. Na guia de referência, é preciso registrar a prioridade de classificação (alto, médio, baixo). Este raciocínio se aplica a todas as especialidades. Como conseqüência de encaminhamentos indevidos, 26% dos usuários (cerca de 200 pessoas) precisaram retornar ao Centro de Saúde, como mostra a figura 4. FIGURA 4: Distribuição percentual de retornos ao Centro de Saúde. Regulação em Periodontia. Policlínica Centro Sul. Belo Horizonte, setembro de 2007. 26% Sim Não 74% Ainda que nos Centros de Saúde muitos usuários não tenham recebido sua classificação de prioridade, ao serem examinados na PCS, todos foram classificados de acordo com os critérios do SISREG (Figura 5). FIGURA 5: Distribuição percentual de nível de prioridade. Regulação em Periodontia. Policlínica Centro Sul. Belo Horizonte, setembro de 2007. 10% 46% Alto Média Baixa 44% Esta ação (classificar um usuário em alta, média ou baixa prioridade) é de responsabilidade dos profissionais da atenção básica, e foi feita pelos profissionais da atenção especializada em caráter educativo. Desdobramentos Com o movimento de regulação em periodontia, alguns desdobramentos estão sendo possíveis: Discussão e redefinição com a equipe de peridontia da PCS acerca do processo de trabalho e adequação/padronização de condutas (em andamento). O reconhecimento de que a equipe atual de 5 periodontistas não é suficiente para responder à demanda de necessidades da população, aponta para a importância de mobilização em torno da ampliação da equipe. Discussão interna com a equipe da gestão municipal sobre a necessidade de ampliação de equipes profissionais para a atenção especializada, seja por meio de extensão de jornada e/ou incorporação de novos profissionais. Considerando a limitação imediata de profissionais, chamar primeiramente para o tratamento periodontal os usuários de alta prioridade, de acordo com os critérios do SISREG. Considerando ainda o número de pessoas aguardando na fila eletrônica do SISREG e as limitações da atenção especializada, desenvolver um conjunto de medidas individuais e coletivas de controle da doença dirigidas para estes usuários. Neste sentido, propostas terapêuticas estão sendo disponibilizadas (Anexo III) para que as equipes locais da atenção básica estudem a possibilidade de aplicação, inclusive em outras especialidades. Dando seguimento à ação de regulação, a próxima especialidade a ser focada será a de endodontia. Para isto, ficou acordado que cada distrito irá indicar um Centro de Saúde para iniciar este movimento de regulação. A previsão é de chamar em fevereiro inicialmente todos usuários de alta prioridade de cada um dos 9 Centros de Saúde indicados. Todos devem ter feito o cadastramento na fila de espera a partir de uma avaliação recente, individualizada e seguindo o que está preconizado no SISREG. ANEXO I – PRIORIDADES EM PERIODONTIA - SISREG PRIORIDADE ALTA - Usuários com periodontite (presença de bolsa e perda óssea) portadores de doenças sistêmicas* (diabetes, cardiopatias, doenças metabólicas, etc). - Grávidas com periodontite (presença de bolsa e perda óssea). - Paciente jovem (até 35 anos) com periodontite (bolsa com perda óssea). PRIORIDADE MÉDIA - Usuários acima de 35 anos, sem comprometimento sistêmico, com periodontite (bolsa com perda óssea). - Usuários que já passaram pela atenção secundária com recomendação de retorno do especialista. PRIORIDADE BAIXA - Usuários com gengivite crônica, com aumento de volume gengival, que necessite de gengivectomia ou gengivoplastia - Frenectomias linguais - Cirurgia de aumento de coroa clinica por recomendação protética. Observação: - * Encaminhar obrigatoriamente com relatório médico. - Não encaminhar casos de gengivite e presença de bolsa inferior a 5 mm. - Os dentes com grau de mobilidade avançado devem ser indicados para extração. - O controle das doenças bucais (raspagem, controle de placa, selamento de cavidades, exodontia) precede o encaminhamento para qualquer especialidade. ANEXO II: BUSCANDO COERÊNCIA INTERNA NOS DADOS Orientações para a revisão no preenchimento da coleta de dados 1. Retorno ao Centro de Saúde: NÃO tem que ser maior ou igual à somatória de classificação PCS (alta, média ou baixa prioridade) 2. Somatória de Referência adequada: (SIM + NÃO) tem que ser a mesma do total de nomes. 3. Retorno ao Centro de Saúde: a somatória de Sim e Não tem que ser a mesma do total de nomes. 4. Quando a justificativa para o retorno ao Centro de Saúde for o número 9, significa que o usuário é alta prioridade, código 1. Se houver exceção, registrar ao lado. 5. Quando o retorno ao Centro de Saúde for 10, não há classificação de alta, média ou baixa prioridade. ANEXO III: CONDIÇÃO COLETIVA DE SAÚDE BUCAL A condução política atual no SUS-BH reafirma a necessidade de ser aperfeiçoada a discussão sobre a importância da organização do trabalho local para o alcance de metas epidemiológicas previamente estabelecidas, a partir da realidade e das condições para o seu enfrentamento. Tais metas precisam guardar relação direta com as metas declaradas no Plano Municipal de Saúde e devem ser igualmente monitoradas por indicadores definidos. CÓDIGOS E CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO NECESSIDADES EM SAÚDE BUCAL CÓDIGO 0 DO LEVANTAMENTO DE TERAPÊUTICA PROPOSTA CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO PARA CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS Não apresenta dente permanente e/ ou Escovação diária com dentifrício temporário com cavidade. Não necessita de fluoretado. restauração ou extração 1 2 3 4 5 * Apresenta até 03 dentes permanentes ou Para grupos não expostos aos temporários com cavidades evidentes benefícios do flúor: 4 sessões necessitando de restauração e/ou extração consecutivas (intervalo mínimo de Apresenta de 03 a 08 dentes permanentes ou 72 horas) de flúor gel. A partir daí, temporários com cavidades evidentes introduzir o flúor de baixa concentração e alta freqüência. necessitando de restauração e/ou extração Apresenta mais de 8 dentes permanentes ou Crianças menores de 6 anos com temporários com cavidades necessitando de código 3 é evento sentinela: investigar e intervir. restauração e/ou extração Apresenta indicação de exodontia do restante dos elementos dentais. aplica-se em usuários Não se aplica adultos com grande número de restos radiculares onde a prótese total aparece como solução mais indicada Apresenta a cárie dentária sob controle. a doença Não se aplica periodontal apresenta-se como o maior problema Marcar com um asterisco quando houver queixa de dor aguda Fonte: SMSA/BH SAÚDE BUCAL – criança menor de 6 anos com código 3 Conceito de Evento sentinela: ocorrência de doença, invalidez ou morte evitáveis (Rutstein et alli.,1976). Ampliando-se o conceito proposto, o evento sentinela pode ser definido como algo que não deve ocorrer se o serviço de saúde funcionar adequadamente. Procedimentos mínimos: promover junto aos outros profissionais da equipe da saúde da família uma avaliação global da criança (crescimento e desenvolvimento, anemia, desnutrição, parasitoses, vacinação, entre outros) e da família. Se possível, passar também pela avaliação do assistente social. CONTROLANDO A DOENÇA PERIODONTAL Para o registro do CPI no exame clínico, o C. Dentista examina os seis pontos (região disto vestibular, médio e mésio vestibular; mésio lingual, médio e disto lingual) de cada dente índice (16, 11, 26, 36, 31, 46). São feitas seis anotações, sendo uma para cada sextante, baseada na pior situação encontrada. A figura abaixo ilustra o conjunto mínimo de registros a serem feitos por usuário. INFORMAÇÕES MÍNIMAS A SEREM REGISTRADAS NA AVALIAÇÃO PERIODONTAL. Data: CPI: ←1º exame Data: CPI: D A E 2º exame → D A E superior inferior A primeira profilaxia e polimento sempre são feitos pelo THD (quando existente). Caso haja necessidade, o CD executará posteriormente, ao longo do tratamento, raspagem sub gengival sob anestesia local. Orientar o usuário sobre a necessidade de auto-cuidado e da importância de sua colaboração para o controle das doenças bucais. Quando o THD iniciar o atendimento clínico do usuário, fazer a evidenciação de placa bacteriana para visualização pelo paciente. Esta atividade tem como finalidade a discussão com o paciente acerca dos locais de maior dificuldade na limpeza que ele realiza. Todos os aspectos positivos devem ser reforçados, favorecendo a sua motivação. Evitar ao máximo o seu constrangimento. O THD faz a limpeza, raspando o cálculo com o aparelho de profilaxia. Após usar o aparelho de profilaxia, confere a remoção de cálculo com curetas manuais de Gracey ou MacCall. Quando não for usado o ultra-som e o jato de bicarbonato, faz o polimento coronário com escova de Robson e taça de borracha. Em pacientes com CPI 3 e 4, após 30 dias, fazer uma nova avaliação periodontal. Nesta consulta, devem ser sondados todos os dentes, não somente nos dentes índices (CPI). O CD deve avaliar os sítios comprometidos. Se não for observada a regressão do processo, repetir os procedimentos de raspagem (CD ou THD) e re-agendar em 30 dias. O CD define quem faz a intervenção, de acordo com as necessidades do usuário e as atribuições do THD. Depois disto, a não regressão do processo em pacientes com CPI 3 e 4 indica necessidade de referenciamento para a atenção secundária. O THD ou o ACD devem supervisionar a escovação individual, preferencialmente no pré-atendimento, em todas as sessões, sempre que possível. Todas estas orientações estão agrupadas na figura abaixo e foram construídas com o objetivo de orientar a terapêutica em seu aspecto geral, sem pretensão de esgotar ou limitar a intervenção clínica necessária a cada caso. RELAÇÃO ENTRE A CONDIÇÃO PERIODONTAL ENCONTRADA E A TERAPÊUTICA PROPOSTA PARA O ATENDIMENTO INDIVIDUAL E EM GRUPOS. CÓDIGO CONDIÇÃO CPI ENCONTRADA 0 Saúde periodontal 1 Sangramento após sondagem 2 3 4 TERAPÊUTICA PROPOSTA PARA ATENDIMENTO INDIVIDUAL E EM GRUPOS* Orientações básicas, esclarecimento de dúvidas Atividades em grupo, escovação supervisionada. Orientações para que o usuário faça o reconhecimento da placa visível e o seu controle. Se houver restaurações mal adaptadas, fazer os ajustes, inclusive recomposição de ponto de contato. Sangramento / cálculo Raspagem e melhor higiene oral. Bolsa de 4 a 5 mm Raspagem profunda e alisamento radicular escrupuloso. Orientações de higiene oral. Após uma semana, repetir a raspagem e avaliar a higiene oral. Identificar se existem interferências oclusais; removê-las. Após 30 dias se persistirem as bolsas, agendar para o especialista classificando por prioridade Bolsa de 6 mm ou Tratamento complexo. Raspagem profunda e alisamento mais radicular escrupuloso. Orientações de higiene oral. Distribuição de fucsina básica para usar em dias alternados, durante 1 semana. Após uma semana, repetir a raspagem e avaliar a higiene oral. Identificar se existem interferências oclusais; removê-las. Após 30 dias se persistirem as bolsas, agendar para o especialista classificando por prioridade X Sextante excluído *A conduta geral para grupos direciona a ação numa perspectiva coletiva. Variações e necessidades individuais devem ser avaliadas e contempladas dentro desta lógica. Exemplo: Um usuário foi examinado e recebeu as seguintes classificações nos sextantes: (4, 1 e 3) na arcada superior e (4, 3 e 3) na arcada inferior. O seu CPI é 4, pois sempre se considera o maior registro. Isto significa que, mesmo sabendo que a terapêutica indicada é complexa, todos os procedimentos descritos em níveis menores (0, 1, 2 e 3) podem ser utilizados. • • • • Observações CPI: Usar preferencialmente a sonda da OMS (colorida) e medir a profundidade do sulco dos dentes índices: 16 ou 17, 11, 26 ou 27, 36 ou 37, 31, 46 ou 47. Após registrar os códigos por sextantes, classificar cada pessoa com o maior código encontrado. A distribuição de escova, pasta e fio dental está prevista no protocolo da atenção básica para pessoas cadastradas no programa Bolsa Família. Outras situações devem ser, definidas localmente. Gestantes devem ser examinadas em momento oportuno do pré-natal, conforme preconiza o protocolo da mulher. Os usuários que tiverem o tratamento completado na atenção especializada e forem contra referenciados para a atenção básica devem receber no Centro de Saúde o acompanhamento conforme sua necessidade: atividades em grupo, escovação supervisionada, raspagem e alisamento radicular. A inclusão obrigatória destas orientações na guia de contra referência já está acordada com os especialistas da Policlínica Centro Sul. Belo Horizonte, dezembro de 2007 Equipe responsável Coordenação de Saúde Bucal: Carlos Alberto Tenório Cavalcante Dulce Helena Amaral Gonçalves Eliana Maria de Oliveira Sá Rubens de Menezes Santos Participação especial: Residente Raquel de Castilhos Porcher Central de Marcação de Consultas Zeila Marques Policlínica Centro Sul Adriana Maria Santos Gomes Angelo Adriana de Castro Amedee Peret Andréa Mara de Oliveira Azevedo Danilo Henrique Antunes Fátima da Conceição Paula e Silva Gislene Correa Horta Irani Machado de Assis Fanayama Lia Mourão Monteiro Maria Antônia Alkmim M Gmes Maria Eugênia de Fonseca Gonçalves Maria José Moreira Felipe Terezita de Fátima Fernandes Vera Lúcia Reis Distritos Sanitários: Barreiro: Márcia Jabace Maia Centro Sul: Eliane Guimarães Pequeno Abrantes Leste: Márua Bittar Musse Nordeste: Maria Rita Siqueira de Oliveira Noroeste: Mônica de Carvalho Martins Marques Norte: Eliete Miriam Neves de Pinho e Medeiros Oeste: Rosângela Saliba Houri Pampulha: Rosilene Aparecida Menezes Silva Venda Nova: Heloísa Helena de Carvalho Noé Centros de Saúde: Equipes de Saúde Bucal