JORNAL DE ANGOLA Angola Fica Com Medicina da Mais Alta Qualidade Fotografia: Dombele Bernardo Líder mundial em várias valências da medicina, o Grupo Maló projecta construir em Angola uma clínica moderna para atender todo o continente africano. O projecto vai, também, trazer a Angola médicos de renome internacional, incluindo alguns angolanos espalhados pelo mundo e que se destacam na sua área de actuação. O presidente do grupo, o angolano Paulo Maló, que esteve recentemente em Luanda para contactos com potenciais parceiros, falou ao Jornal de Angola, dos planos de uma instituição que fundou em 1995, em Portugal, e tem hoje 13 clínicas e 18 unidades de SPA espalhados por 11 países, incluindo o Brasil, Estados Unidos da América, Macau, Polónia e Itália. Jornal de Angola – A presença do presidente do Grupo Maló em Angola é já uma intenção para investir no país? Paulo Maló – Sim. Queremos fazer uma clínica de alta qualidade em Luanda para servir o continente africano. Será a clínica principal e vai ter todas as valências. As nossas outras clínicas em África vão enviar os pacientes com problemas mais complexos para Luanda para receberem tratamento. JA - Quais as especialidades que a clínica de Angola vai ter? PM - Todas as especialidades da medicina e cirurgia, com especial destaque para o check-up geral de saúde, a Cardiologia, a Cirurgia Plástica, os mais recentes tratamentos Anti-aging e todas as especialidades da Medicina Dentária. Angola vai ter a primeira clínica feita de raiz a arrancar com todas as valências, com serviços de altíssima qualidade. JA – Qual vai ser a capacidade da clínica de Angola? PM – Pensamos ter aqui uma grande estrutura com cerca de 1.000 pessoas a trabalhar. Estamos a falar apenas de pessoal especializado, sem contar com outros serviços. A clínica de Luanda vai ser, em dimensão, maior do que a de Lisboa. A Maló Clinic está em 11 países espalhados pelos cinco continentes. Em Macau, temos o maior Medical Spa do mundo, no Venetian Macao Resort Hotel, com 15 mil metros quadrados. Na Europa, localizada em Lisboa, temos a maior clínica líder em Implantologia e Reabilitação Oral fixa do mundo, com 60 mil metros quadrados, 500 funcionários e cerca de 100 médicos. Estamos também em Milão, Sardenha e Polónia. No Brasil, em Campinas, a Maló Clinic é o maior complexo clínico-odontológico de implantodontia da América e estamos a abrir outra grande clínica no centro de São Paulo. Em Nova Iorque, temos a maior clínica dos Estados Unidos e Canadá. Apostamos sempre em projectos de grande dimensão e de alta qualidade. JA – Quando é que entra em África? PM – Em África estamos actualmente a construir duas clínicas, em Marrocos e em São Tomé e Príncipe. Mas ainda não estamos implantados com uma clínica grande. A de Casablanca terá cerca de 150 colaboradores, mas não está preparada para cirurgias invasivas. A clínica em S. Tomé e Príncipe é de alto nível e estará preparada para servir a região do Golfo da Guiné. Temos um acordo com o Governo de São Tomé e Príncipe para que esta clínica dê apoio ao turismo e aos expatriados que surgirem por causa da produção petrolífera, assim como a população local. JA – Quais são as principais valências da Maló Clinic? PM – A Maló Clinic é o maior centro de Implantologia e Reabilitação Oral Fixa do mundo. Nesta área desenvolvemos técnicas inovadoras e somos número um no mundo, desde 1998. Há dois anos começámos também a actuar noutras áreas tais como a Cardiologia, a Urologia, a Cirurgia Plástica e a Ortopedia e fomos alargando a todas as valências. Recentemente, adquirimos o Instituto do Coração em Portugal, que é uma instituição de grande prestígio a nível europeu, reforçando os nossos serviços na área da Cardiologia e complementando as restantes especialidades médicas, Cardiologia Pediátrica, Neurologia, Diabetes, Medicina Nuclear. Apostamos fortemente no check-up geral de saúde, um serviço inovador, com equipamentos de topo, feito fora do ambiente hospitalar, que é contaminado, perigoso e agressivo. Proporcionamos aos pacientes um ambiente de Spa com serviços altamente personalizados, integrados em espaços de elevada qualidade e conforto. JA – Que informações tem sobre o mercado angolano na área da saúde? PM – Angola ainda não tem serviços de alta qualidade em Medicina. Sabemos que, anualmente, mais de dez mil angolanos vão fazer tratamentos lá fora. Na clínica de Luanda vamos fazer todo o tipo de cirurgias. Vamos fazer desde transplantes cardíacos até aos tratamentos menos invasivos. JA – Como é que Angola entra nos planos do Maló Group? PM – Sou angolano. Nasci no Namibe, os meus pais também nasceram no Namibe, assim como alguns dos meus avós. Portanto, sou angolano de raiz e sempre foi meu sonho voltar para a minha terra, agora que há paz e segurança. JA - A instalação do grupo Maló em Angola vai fazer concorrência à África do Sul? PM - A África do Sul não tem o know-how que nós temos. Já teve hospitais de referência, mas não tem mais. Hoje só tem os melhores hospitais de África, porque os outros países não têm nada. Os técnicos estão hoje a trabalhar nos EUA e na Europa. Por isso, Angola não vai ter concorrência. Todos os anos, recebemos centenas de sul-africanos na nossa clínica em Lisboa. JA – A Maló Clinic tem recebido doentes angolanos? PM – Todos os anos, temos angolanos e sul-africanos tratados na nossa clínica em Lisboa. Outros vão para as nossas clínicas nos Estados Unidos e Brasil. Em Lisboa, na parte de check-up cardíaco, Urologia, Oftalmologia e na Medicina Dentária, temos mais de mil angolanos todos os anos. JA – Quando é que arrancam as obras da clínica de Luanda? PM – O projecto pode seguir dois caminhos. Pode ser que tenhamos de fazer tudo de raiz, então estamos a falar em dois anos de trabalho, ou fazer uma parceria com um grupo já instalado. Nesse caso, podemos falar em alguns meses. Estamos a contactar grupos que possam ter interesse em estabelecer parceria. Várias pessoas já falaram connosco e manifestaram interesse em trabalhar com o grupo. Na pior das hipóteses, dentro de dois anos teremos em Angola, em Luanda, medicina da mais alta qualidade semelhante ao nível europeu. JA – Qual é a vertente mais provável? PM – Ainda é prematuro dizer. Mas, se me perguntar qual a vertente que gostaria mais, eu diria que é a parceria. Mesmo que tenhamos de fazer uma unidade de raiz, teremos de fazer parcerias com entidades locais, nunca vamos trabalhar sozinhos. JA – A equipa médica já está formada? PM – Temos 60 médicos angolanos dispostos a trabalhar connosco em Angola. São especialistas com carreira internacional e que querem regressar ao seu país. Queremos evitar trazer médicos estrangeiros, que ficam por cá poucos meses e vãose embora. A prioridade é para os médicos angolanos. Muitos não se formaram cá, mas nasceram cá e foram para o estrangeiro, tal como eu. Claro que vamos formar técnicos nacionais. Teremos cá também a componente de formação. A nossa empresa forma mais cirurgiões orais no mundo do que as cinco maiores universidades americanas juntas. Vamos formar e ter um departamento de investigação. A Maló Clinic gasta, todos os anos, cerca de um milhão de dólares em pesquisa. JA – Quantos médicos já foram contactados e que respostas obtiveram? PM – Já falámos com mais de 60 médicos. A maior parte está disposta a vir para Angola, desde que haja segurança e continue a trabalhar sob o nome da Maló Clinic, devido ao prestígio e garantia de nível de qualidade. JA - Até que ponto, os angolanos vão economizar em tratamentos médicos com a abertura da Maló Clinic em Luanda? PM - As pessoas não deviam deslocar-se ao exterior para se tratarem. O que está em causa não é só a deslocação ou o que se gasta com passagens e acomodação no exterior. Cá, o paciente tem o apoio da sua família, não é só uma questão de economizar. Por isso, vamos trazer toda a tecnologia da medicina moderna. Os pacientes de outros países africanos e de outras partes do mundo virão a Angola para se tratar. Só para ter uma ideia, em Lisboa atendemos cerca de 1000 pacientes por dia. Os nossos pacientes chegam a ocupar 40 por cento do Hotel Marriott, de quatro estrelas, em Lisboa, que é dos maiores da Europa, com cerca de 600 quartos. Temos também uma parceria com o Hotel Corinthia Lisbon Hotel de cinco estrelas, que tem aproximadamente 400 quartos e um Maló SPA de quatro mil metros quadrados. JA - Qual o investimento para a clínica de Luanda? PM - Se for para construir de raiz, estamos a falar em 150 milhões de dólares. Se for uma parceria, depende muito do grau de parceria, mas pode ficar pela metade, incluindo a tecnologia, trazer os médicos e criar condições para eles. Angolano na vanguarda da medicina . Natural do Namibe, Paulo Maló ganhou fama e renome mundial. A empresa que fundou, em 1995, transformou-se numa holding internacional que inclui, entre diversas empresas no mundo, 13 clínicas e 18 unidades de SPA, instaladas em 11 países. São vários os factores que colocaram a Maló Clinic Health & Wellness como líder mundial em Implantologia Dentária e Reabilitação Oral Fixa. Um deles é o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e a constante aposta na inovação, sendo detentora de inúmeras patentes. O número de pacientes que recebe, a quantidade de estrangeiros que recorrem aos seus serviços e o grau de complexidade dos casos tratados também contribuem para o seu prestígio internacional. Formado em Medicina Dentária pela Universidade de Lisboa, Paulo Maló é, aos 47 anos, reconhecido mundialmente pelo desenvolvimento da técnica conhecida como “All-on-4” (colocação de próteses com apenas quatro implantes) e pelas oito patentes de produtos na área da Implantologia. No total, o grupo tem 14 patentes na área da Medicina Dentária. A “All-on-4” é uma técnica cirúrgica simples, mas completamente revolucionária. Após 30 minutos de cirurgia sob anestesia local, dependendo da complexidade do caso, e entre uma e três horas depois de realizada a intervenção, o paciente sai da clínica com “a terceira dentição” colocada. O processo de reabilitação é indolor, quase não provoca inchaço, sendo muito mais rápido e confortável. Esta técnica elimina a necessidade de transplante de osso e tem uma taxa de sucesso bastante superior aos tratamentos clássicos. Tem ainda a vantagem acrescida de ser bastante mais acessível economicamente para o paciente. Em 2005, a equipa da Maló Clinic começou a combinar o “All-on-4” com a técnica NobelGuide, desenvolvida em parceria com a empresa multinacional Nobel Biocare, fabricante número um no mundo em implantes. A técnica baseia-se num planeamento prévio da posição dos implantes por computador e através do TAC dentário, que permite a criação da prótese do paciente antes da cirurgia. Actualmente a Maló Clinic Health & Wellness está presente com clínicas/SPA próprias e com parcerias em Alvor, Armação de Pêra, Campinas, Casablanca, Coimbra, Funchal , Grande Canárias, Hong Kong, Lérida, Lisboa, Luso, Macau, Mahwah, Málaga , Milão, Nahariya , Nova Jersey, Porto, Porto Santo, Saidia, São Paulo, São Tomé e Príncipe, Sardenha e Varsóvia. Todas as empresas começaram por surgir como resposta às necessidades de rápido crescimento do grupo acumulando experiência que posteriormente colocaram à disposição dos mercados associados às suas respectivas áreas de actuação. Jornal de Angola http://www.angolabelazebelo.com/2009/09/angola-fica-com-medicina-da-mais-alta.html