ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ
ANNA KARLA AZEVEDO SILVA DE FARIA
THALINE SANTOS BRAGA
SIGNIFICADOS E PERCEPÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE AO
SIGILO PROFISSIONAL
ITAJUBÁ-MG
2015
ANNA KARLA AZEVEDO SILVA DE FARIA
THALINE SANTOS BRAGA
SIGNIFICADOS E PERCEPÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE AO
SIGILO PROFISSIONAL
Pesquisa Iniciação Científica (PROBIC)
fomentada pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG) apresentada à Escola de
Enfermagem Wenceslau Braz, como
requisito parcial para obtenção do título
de Enfermeira.
Orientadora: Profª. M.ª Ivandira Anselmo
Ribeiro Simões
Coorientadora:
Gomes Paixão
ITAJUBÁ-MG
2015
Profª.
M.ª
Mariangela
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)
Biblioteca Madre Marie Ange
Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB/2777
© reprodução autorizada pelas autoras, desde que citada a fonte.
C255 Faria, Anna Karla Azevedo Silva de.
S224s
Significados e percepções da equipe de enfermagem
frente ao sigilo profissional / Anna Karla Azevedo Silva de
Faria ; Thaline Santos Braga. – Itajubá, MG, 2015.
69 f.
TCC
Orientadora: Prof.ª M.ª Ivandira Anselmo Ribeiro Simões.
Pesquisa FAPEMIG originalmente apresentada como
TCC das autoras (Graduação em Enfermagem)-Escola de
Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, MG, 2015.
1. Equipe de enfermagem. 2. Sigilo profissional. 3. Ética.
I. Braga, Thaline Santos. II. Título.
NLM: ZWY 85
DEDICATÓRIA
Dedicamos primeiramente a Deus por tornar isso possível.
Aos nossos Pais João e Cleide; Maria Aparecida e João Celso, Maridos
Rodolfo; Marcel e Filhos Giovanna; Pedro. Pelo amparo e paciência nos
momentos que mais precisamos.
A nossa orientadora Ivandira Anselmo Ribeiro Simões, a qual participou
ativamente da construção desse trabalho, sempre nos apoiando e corrigindo
quando necessário.
A todos os amigos e funcionários da EEWB que mesmo que indiretamente
nos ajudaram de alguma forma na finalização desse trabalho.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus que nos deu forças quando achávamos que nada
mais daria certo, nos amparando no nosso caminhar.
Aos nossos familiares e amigos pelos incentivos.
A nossa orientadora Ivandira Anselmo Ribeiro Simões e coorientadora
Mariângela Gomes Paixão.
Aos Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem que participaram do estudo por
nos atender com muito carinh
“Ética: Valores que definem o que eu “quero” e “posso”. Devo, porque nem tudo que
eu quero eu posso, nem tudo que eu posso eu devo e nem tudo que devo eu quero.”
Eça de Queiroz
RESUMO
Esse trabalho teve o objetivo de identificar os Significados e percepções da equipe
de enfermagem frente ao sigilo profissional, que atua em um hospital da cidade de
Itajubá MG. Pesquisa do tipo qualitativa, descritiva e transversal. A coleta de dados
aconteceu após a aprovação da pesquisa pelo comitê de ética da pesquisa da
EEWB, com parecer nº 476.258/2013 e foi realizado após assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido. Foram entrevistados 21 profissionais de
enfermagem entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, por meio de um
questionário pessoal e profissional e um roteiro de entrevista semiestruturado com
duas perguntas abertas. Os dados foram analisados pelo método do discurso do
sujeito coletivo(DSC). A maioria dos participantes do estudo eram do sexo feminino,
prevaleceu em sua maioria os profissionais com formação em técnico de
enfermagem, com media de idade de 32- 43 anos, católica. Para eles o sigilo
profissional tem os seguintes significados: “É o que ouve e não divulga”; “Guardar
informações”; “Ato de confiança.”; “Não expor a vida do próximo”. Suas percepções
sobre o tema foram: “Não é muito respeitado”; “Poucos tem a ética sigilo
profissional”; “O sigilo é fundamental”; “Diferente do que se aprende na escola”;
“Tem coisas que devem ser reveladas”. Constata-se que os profissionais
reconhecem o significado de sigilo profissional porem nas percepções vê-se que
houve diversidades de Ideias Centrais. Faz-se necessário à consolidação de todos
os conhecimentos adquiridos na elaboração deste trabalho, que nos deu base para
realizar uma reflexão a respeito do sigilo profissional da equipe de enfermagem de
um hospital do Sul de Minas Gerais. Considerando esse tema como parte integrante
da assistência ao paciente, é de suma importância o melhor conhecimento sobre
ele, para que se possa coloca-lo em pratica melhorando assim a relação equipe de
enfermagem-paciente-família. O sigilo é parte inerente de todas as profissões, e na
área da saúde não é diferente, pelo contrário, torna-se mais evidente devido a
relação mais acentuada entre a equipe de enfermagem , família e paciente. Todos
os profissionais de saúde um dia passarão por alguma situação que envolva o sigilo
profissional, tendo como responsabilidade a não violação dessa parte fundamental
da profissão. A falta de sigilo por parte das instituições é o que muitas vezes impede
o paciente de procurar assistência e dai vemos a importância da formação ética dos
profissionais.
Palavras-chave: Equipe de enfermagem. Sigilo Profissional. Ética.
ABSTRACT
This study aimed to identify the meanings and perceptions of the nursing staff of
professional secrecy, which operates in a hospital in the city of Itajubá MG. Search
the qualitative, descriptive and cross-sectional. Data collection happened after the
approval of the research by the Ethics Committee of Research EEWB with opinion
No. 476,258 / 2013 and was carried out after signing the free and informed consent.
They interviewed 21 nursing professionals among nurses and nursing technicians,
through a personal and professional questionnaire and a semi-structured interview
guide with two open questions. Data were analyzed by the CSD method (DSC). Most
study participants were women, prevailed mostly professionals with training in
nursing technicians, with an average age of 32- 43 years, Catholic. For them the
professional secrecy have the following meanings: "It is what hears and does not
disclose"; "Save information"; "Trust Act."; "Do not expose the lives of others." Their
perceptions on the subject were: "Not very respected"; "Few have the ethical
professional secrecy"; "Secrecy is essential"; "Different from what you learn in
school"; "There are things that should be revealed." Notes that professionals
recognize the meaning of professional secrecy however in perceptions we see that
there was diversity of Centers ideas. It is necessary to consolidate all knowledge
acquired in the preparation of this work, which gave us the basis to carry out a
reflection on the professional secrecy of the nursing staff of a hospital in the south of
Minas Gerais. Considering this issue as part of patient care, it is of paramount
importance to better knowledge about it, so you can put it into practice thus
improving the relationship nursing staff-patient-family. Secrecy is inherent part of all
professions, and health care is no different, on the contrary, it becomes more evident
due to stronger relationship between the nursing staff, family and patient. All health
professionals shall someday pass for any situation involving the legal professional
privilege and the responsibility to the non-violation of this fundamental part of the
profession. The lack of confidence in the institutions is what often prevents patients
from seeking care and so what we see the importance of ethics training for
professionals.
Key words: Nursing staff. Professional secrecy. Ethics.
LISTA DE QUADROS
Quadro1 - Ideias Centrais, Sujeitos e Frequência de ideias centrais ........ 32
Quadro 2 - Ideias Centrais, Sujeitos e Frequência de ideias centrais ....... 36
LISTA DE ABREVIATURAS
CEPE
Comitê de Ética dos Profissionais de Enfermagem
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa
EEWB
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO............................................................................................13
2
MARCO CONCEITUAL ..............................................................................17
2.1
ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DO SIGILO PROFISSIONAL ..................17
2.2
ÉTICA, BIOÉTICA E MORAL......................................................................18
2.3
SIGILO PROFISSIONAL E PRIVACIDADE ................................................19
3
REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO ..........................................22
3.1
AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ............................................................22
3.2
O DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO (DSC).........................................22
3.2.1
E.C.H. .........................................................................................................23
3.2.2
I.C. ..............................................................................................................23
3.2.3
AC...............................................................................................................23
3.2.4
Discurso do Sujeito Coletivo ...................................................................24
3.2.5
Etapas do Discurso Do Sujeito Coletivo.................................................24
3.2.5.1 Etapa 1 .......................................................................................................24
3.2.5.2 Etapa 2 .......................................................................................................24
3.2.5.3 Etapa 3 .......................................................................................................24
3.2.5.4 Etapa 4 .......................................................................................................25
3.2.5.5 Etapa 5 .......................................................................................................25
4
REFERENCIAL METODOLÓGICO............................................................26
4.1
CENÁRIO DO ESTUDO .............................................................................26
4.2
DELINEAMENTO DO ESTUDO .................................................................26
4.3
PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM......................................27
5
COLETA DE DADOS .................................................................................29
5.1
ANÁLISE DOS DADOS ..............................................................................29
5.2
PRÉ-TESTE................................................................................................29
5.3
ÉTICA DA PESQUISA ................................................................................30
6
RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS ...........................................31
6.1
CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA....................31
6.2
TEMA, IDEIA CENTRAL, DSC ...................................................................31
6.2.1
Tema: significado e percepções da equipe de enfermagem frente ao
Sigilo profissional.....................................................................................31
7
CONCLUSÃO.............................................................................................42
8
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................43
REFERÊNCIAS ..........................................................................................44
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ..............47
APÊNDICE B - Carta de solicitação para coleta de dados ....................48
destinada a instituição .............................................................................48
APÊNDICE C - Roteiro de entrevista semiestruturada ..........................49
APÊNDICE D – Questionário sociodemográfico ....................................50
ANEXO A - Instrumento de Análise de Discurso (IAD-1), questão 1 ....51
ANEXO B - Instrumento de Análise de Discurso (IAD-1), questão 2 ....54
ANEXO C - Instrumento de Análise de Discurso 2 (IAD-2), questão 1 .59
ANEXO D - Instrumento de Análise de Discurso 2 (IAD-2), questão 2 .62
ANEXO E - Parecer Consubstanciado n. 476.258/2013..........................65
13
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo teve como finalidade abordagem a respeito do sigilo
profissional. Onde foi destacado o sentimento dos acadêmicos de enfermagem
perante esse assunto, que já é vivenciado na sua vida acadêmica e também será
vivenciado em toda sua vida profissional.
O segredo deve ser mantido, e não deve ser divulgado, tornando-o público. A
questão do segredo não se limita apenas em não cometê-lo, mas também falta de
negar ou confirmar a informação, mesmo que de domínio publico. O segredo ocorre
conforme a relação de confiança estabelecida com o profissional. (LOPES, 2012).
Os profissionais da saúde adquirem diariamente, informações sigilosas, dos
pacientes sob seus cuidados, sendo que infelizmente, há casos de revelação
indevida de tais informações. Portanto é importante que os profissionais de
enfermagem mantenham-se informados sobre as regras que circundam sua
profissão e, mais especificamente, sobre a questão do segredo (PRZENYCZKA;
LACERDA; CHAMMA, 2011).
O segredo ou a obrigação da guarda de segredos dos pacientes é uma
premissa ética para a atividade profissional e a base de uma boa relação
profissional- paciente. Por esse motivo, o profissional deve ter em mente , que as
informações são de propriedade dos pacientes. Na situação em que se fizer
necessário a quebra de sigilo(por exemplo, quando o diagnóstico colocar em risco a
própria saúde ou a de outro), o paciente deve ser comunicado, justificando-se os
motivos para esta atitude. É importante ressaltar que manter o sigilo verbal é mais
fácil do que na forma escrita, sendo que os dados do paciente são arquivados no
computador, aos quais vários profissionais podem ter acesso, inclusive os não
integrantes da equipe de saúde. Manter a confidencialidade é, portanto, questão
fundamental nos cuidados de saúde. Sua ausência pode ser a principal barreira para
um paciente procurar assistência (SANTOS; SANTOS; SANTOS, 2012).
Segundo Sales-Peres et al. (2008), os valores éticos que são seguidos dentro
de uma sociedade influenciam no sigilo profissional. o sigilo profissional é referido,
como dever ético ligado ao impedimento de revelar as confidencialidades de uma
profissão. Dentro da sociedade, ocorrerão fatos que devem ser mantidos em sigilo,
por motivos de proteção individual, com isso entende-se que na área da saúde
14
precisa-se ter uma maior cautela quando diz respeito ao sigilo, pois envolve
obrigatoriedade legal e moral.
O sigilo sempre foi considerado característica moral obrigatória na área da
saúde. Contemporaneamente, o segredo adquiriu uma fundamentação mais
rigorosa, centralizada nas necessidades e nos direitos dos cidadãos, e passou a ser
entendido como confidencialidade (SANTOS; SANTOS; SANTOS, 2012).
Na relação profissional a ética constitui-se mediante a responsabilidade, o
compromisso com o trabalho e com o outro, bem como pelo respeito e afetividade as
pessoas. Com isso, a ética se desenvolve na formação profissional quanto a atitude,
valores e habilidades que são constituídas no exercício dessas praticas
profissionais. Na área da saúde, a competência ética dos futuros profissionais é
entendida como a capacidade autônoma de percepção, reflexão critica e decisão
coerente em relação às condutas humanas no cuidado a saúde e a vida (GERBER;
ZAGONEL, 2013).
Seoane e Fortes (2009), dizem que durante o exercício da profissão os
profissionais da saúde são submetidos a revelações da vida pessoal dos pacientes,
e a confidencialidade dessas informações é o que influencia na eficácia do
tratamento.
Segundo Oguisso e Zoboli (2006), no Brasil o sigilo profissional é
regulamentado por normas deontológicas, sendo então o segredo profissional na
enfermagem orientado pelas mesmas. Contudo existindo essas normas, nota-se que
ainda há um grande rompimento do segredo profissional durante o exercício da
profissão. O paciente tem direito as informações sobre seu estado de saúde. O
compromisso do profissional e do serviço de saúde é com o usuário, com isso, não
se pode negar informações requeridas pelo próprio paciente em nome do sigilo
profissional.
Atualmente o sigilo profissional não está sendo muito objeto de estudo de
acadêmicos e também pelos profissionais. Viola-se muitas vezes direitos
fundamentais, inclusive pouca importância se da para a privacidade dos pacientes.
Assuntos como privacidade, confidencialidade e sigilo profissional devem ser cada
vez mais discutido no meio acadêmico e profissional (OGUISSO; ZOBOLI, 2006).
O segredo profissional orienta-se pelos fatos que chegam ao conhecimento
da pessoa em razão da profissão que exerce e cuja revelação possa ocasionar
danos àquele a quem o segredo pertence. Porem, o segredo deve respeitar a
15
privacidade e fundamentar-se numa relação de confiança entre a pessoa que conta
seu segredo e outro para quem ele contou, e, no âmbito da saúde, essa relação é
que garante para o paciente revelar à equipe de saúde situações que lhe acometem
e que são sigilosas (PRZENYCZKA; LACERDA; CHAMMA, 2011).
Segundo D`Assumpção (1998), todas as profissões trabalham com o sigilo
profissional, porém na área da saúde esse termo se torna inevitável, pois é muito
comum ocorrer a quebra do sigilo, sob as formas mais variadas e sem justificativas.
O interesse pelo tema surgiu após uma discussão em sala durante a aula de
bioética, onde houve repercussão positiva do assunto entre os acadêmicos. Com
isso, a professora sugeriu que poderíamos utilizar o assunto como tema de
pesquisa, visto que os campos de pesquisa são pouco abordados, e a literatura
sobre o assunto é escassa. Esta proposta despertou em nós o desejo de fazê-la
Outro motivo que nos fez estudar mais a fundo o tema, foi nossa vivencia nos
ensinos clínicos, onde muitas vezes ouvimos revelações do estado clinico do
paciente ou quando recebíamos informações íntimas do paciente e não sabíamos
ate que ponto deveríamos manter o segredo e também se poderia não colocar nas
discussões em grupo. Além disso, nós sempre tivemos curiosidade e certo interesse
pelo assunto, para que assim aprendêssemos como lidar com essa situação no
nosso cotidiano.
Este trabalho apresenta relevância nos campos profissional, social e
científico. Como os estudos nessa área são muito escassos, pretende-se enriquecer
a literatura e ampliar o assunto. Já no campo social, este trabalho tem importância,
pois o sigilo profissional interfere diretamente no bem estar do paciente, no seu
tratamento e no relacionamento do mesmo e de sua família com a equipe de saúde
. Existindo ainda uma grande falta de esclarecimentos para a sociedade sobre o
tema. No âmbito profissional, este trabalho vai poder nortear o trabalho dos demais
profissionais da área da saúde, afinal todos os profissionais que trabalham com
seres humanos são submetidos a privacidade e confidencialidade das pessoas.
Também as comissões éticas poderão refletir e discutir mais sobre o sigilo
profissional e utilizar a pesquisa como meio de estudo. Trazer a tona este tema,
servirá de benefício para o meio, profissional e acadêmico, a fim de levá- los a uma
reflexão crítica e tomada de decisões coerentes. Quando existe confiança, o
paciente sente-se mais confortável para buscar ajuda dos profissionais.
16
Esse estudo tem importância, pois poderá esclarecer dúvidas do enfermeiro
sobre o sigilo profissional, mostrando as dificuldades, benefícios ou falhas e
ajudando-os a uma reflexão ética sobre o tema.
Durante o levantamento bibliográfico surgiram algumas inquietações:
• Será que o sigilo profissional é respeitado?
• Será que todos os profissionais de saúde sabem o que significa sigilo
profissional?
• Existe dificuldade na equipe de enfermagem com relação ao sigilo
profissional?
• Sabem se o sigilo profissional é falho? Traz benefícios? Traz
prejuízos?
O presente estudo tem como objetivos: identificar o que significa para a
equipe de enfermagem (técnicos e enfermeiros) sigilo profissional, e identificar quais
as percepções da equipe de enfermagem (técnicos e enfermeiros) sobre o sigilo
profissional.
17
2 MARCO CONCEITUAL
Nessa etapa discorreremos sobre os aspectos éticos e legais, da enfermagem
referente ao sigilo profissional e os conceitos de confidencialidade e privacidade.
2.1 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DO SIGILO PROFISSIONAL
O Comitê de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE), na resolução do
COFEN 311/2009 e considerando a lei 5.905/73 traz cinco artigos que faz referencia
ao sigilo profissional. Os Artigos 81 a 85 discorrem sobre a atuação do enfermeiro
perante o sigilo. Seus artigos vêm dizendo que os profissionais de enfermagem
devem se abster de revelar informações confidenciais ao qual tiveram acesso
durante o exercício da profissão, a pessoas ou entidades que não esteja obrigadas
ao sigilo profissional. O sigilo deve ser mantido, exceto em casos previstos em lei,
ordem judicial, ou com o consentimento escrito da pessoa ou de seu representante
legal. O dever permanece o mesmo quando o fato seja de conhecimento publico e
em caso de falecimento da pessoa. Cabe ao enfermeiro também orientar a sua
equipe as responsabilidades sobre o sigilo profissional. É proibido liberar o acesso
as informações e documentos a pessoas que não estejam envolvidas na prestação
da assistência, exceto em casos de ordem judicial. Divulgar ou fazer referencia a
casos que os envolvidos possam ser identificados também é proibido. (CONSELHO
REGIONAL DE ENFERMAGEM (COREN), 2009).
O Conselho Federal de Medicina em seu código de ética no capitulo IX artigos
73 a 79 discorre sobre a atuação do médico perante o sigilo profissional. Refere que
não se pode revelar um fato adquirido no ato de sua profissão, salvo por motivo
justo, dever legal e consentimento por escrito do paciente. Permanece essa
proibição, mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha
falecido, quando de seu depoimento como testemunha. O profissional também está
impedido de fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus
retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios
de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente, e também o
profissional deve, orientar seus auxiliares e alunos a respeitar o sigilo profissional e
zelar para que seja mantido. Não deixar de guardar o sigilo profissional na cobrança
18
de honorários por meio judicial ou extrajudicial (CONSELHO FEDERAL DE
MEDICINA (CFM), 2010).
2.2 ÉTICA, BIOÉTICA E MORAL
A historia da bioética começa a pouco mais de trinta anos desde seu
surgimento em 1971, nos EUA. Este novo neologismo do conhecimento humano
vem sendo estudado no campo científico como num salto de esperança para os
homens neste início de século XXI. É o despertar da compreensão humana, que vai
além do simples contexto das discussões éticas das múltiplas profissões no âmbito
das ciências da vida e da saúde, buscando a promoção e preservação da vida,
deste a área pessoal, passando pelo social, e chegando até o campo da ecologia.
No Brasil já existe inúmeras pontes seguras que estão levando à frente a discussão
bioética. Como a Sociedade Brasileira de Bioética (SBB). Constatamos que varias
Universidades e Instituições de Ensino Superior estão introduzindo no currículo de
formação dos futuros profissionais, principalmente na área da saúde, a disciplina de
bioética (BARCHIFONTAINE, 2004).
A bioética foi o panorama por Van Potter como o caminho do futuro. Porque
se considerou no inicio dos anos setenta do século XX que a ética era incapaz de
evoluir as novas fronteiras impostas pelo desenvolvimento cientifico e evolução
mundial das sociedades pluralistas. Como agora, era preciso conceber uma nova
perspectiva de apreciar as velhas barreiras colocadas pelas normas sociais
convencionais assim como algumas questões fundamentalmente inovadoras. Assim
a bioética trouxe uma nova percussão na reflexão de aspectos profundamente em
qualquer sociedade moderna e desenvolvida (SALLES- PERES, 2011).
Discorremos a seguir sobre as definições de ética, bioética e moral. O
termo moral deriva do latim mós ou mores, significando costumes, conduta de vida.
Refere-se às regras de conduta humana no cotidiano que diz a respeito a valores
consagrados pelos costumes de certa sociedade. Os valores morais são estipulados
pela sociedade e cada membro a ela pertencente ao recebem e os respeitam
(BARCHIFONTAINE, 2004).
Entretanto a bioética como ética da vida, da saúde e do meio ambiente, tem
como principio a melhora da qualidade de vida frente aos avanços tecno-científicos
diante às políticas sociais e econômicas. Através de um diálogo transdiciplinar,
19
transprofissional e transcultural, baseados na tolerância e na solidariedade
(BARCHIFONTAINE, 2004).
Mas a bioética é uma ciência sempre inacabada porque esta ligada ao
desenvolvimento da sociedade originando novos questionamentos na procura do
consenso possível á escala global. A bioética se transformou em uma ponte de
unificação entre povos, culturas e tradições (SALLES-PERES, 2011).
Ética, é um processo ativo que vem de “dentro de cada um de nós para fora”,
ao contrário de valores morais que vêm de “fora para dentro”. A ética exige um juízo,
um julgamento, em suma, uma opinião perante os problemas. Nesse caminho de
reflexão crítica, cada um de nós vai pôr em jogo suas heranças genéticas, sua
racionalidade, suas emoções e, também, seus valores morais. Ética significa,
portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma
moradia saudável. Um dos objetivos da ética é procurar esclarecer,
analisar,
interpretar e organizar o comportamento humano segundo respeita a sua dignidade.
Bioética é ética. Não se pode dela esperar uma padronização de valores ela propõe
uma reflexão e implica escolhas. Embora, a escolha requer liberdade. Não existe
bioética sem liberdade; liberdade para se fazer uma opção, por mais “angustiante”
que esta possa ser. A bioética exige liberdade e opção. E esse exercício deve ser
realizado sem constrangimento, sem repreensão e sem preconceito. A bioética
requer também humildade para se respeitar o diferente e a grandeza para
reformulação, quando se reconhece o erro em uma opção. Condição sine qua
non exigida pela bioética, enquanto tal, diz respeito à visão pluralista e
interdisciplinar dos dilemas éticos nas ciências da vida, da saúde e do meio
ambiente (BARCHIFONTAINE, 2004).
2.3 SIGILO PROFISSIONAL E PRIVACIDADE
O sigilo profissional trata-se de uma informação que deve ser protegida, onde
se tem uma relação com a privacidade. O dever profissional se estabelece
estreitamente ate onde se e necessário para que se possa cumprir o trabalho
(SAMPAIO; RODRIGUES, 2014).
A questão do sigilo profissional sempre foi associada a uma obrigação da
profissão médica, atualmente esse termo tomou uma conotação diferente, visando
às necessidades básicas e os direitos dos cidadãos a privacidade, vindo então esse
20
termo estar vinculado e até mesmo entendido como confidencialidade. Com essa
dupla natureza do conceito de sigilo profissional, os termos tornaram-se uma
obrigação para os profissionais de saúde (LOCH, [2003?]).
Seoane e Fortes (2009) afirmam que se entende por privacidade todas as
informações que são reveladas ao profissional de saúde e que devem ser mantidas
em segredo, a não ser que o dono do segredo o deixa ser revelado. Essa
informação pode ser obtida por mais pessoas do âmbito do trabalho, mas mesmo
assim deve-se manter o respeito com a privacidade do paciente.
Privacidade é um princípio derivado da autonomia, englobando a vida privada
e a honra das pessoas. Para garantir a privacidade deve-se ter uma observação da
confidencialidade (FORTES, 1998).
Confidencialidade é definida como um acordo que ocorre entre o profissional
de saúde e o paciente, onde as informações discutidas no momento da consulta não
podem ser passadas a outra pessoa, sem ter uma permissão explicita. Assim a
confidencialidade se apoia em princípios morais e na ideia de autonomia.
Tradicionalmente
a
confidencialidade
está
ligada
a
ética
profissional.
a
confidencialidade encoraja os pacientes a revelar todos os seus problemas durante
uma consulta o que favorece o diagnóstico e consequentemente o tratamento
(SANTOS, M; SANTOS, T; SANTOS, A, 2012).
A privacidade e a confidencialidade não são princípios considerado, ética ou
legalmente, absolutos. Ao contrario, tem seus limites fundamentados na
possibilidade de causar dano a saúde ou a segurança da coletividade ou de
pessoas identificáveis, requerendo um balanço entre interesses individuais
e públicos, entre riscos individuais e benefícios sociais. Há algumas
situações especificas em que é possível a quebra do sigilo profissional,
como consentimento da pessoa, o dever legal ou a existência de uma justa
causa. (OGUISSO, ZOBOLI, 2006, p. 147).
As divergências éticas em relação ao sigilo são comuns entre os enfermeiros,
sejam eles assistenciais gerentes ou docentes de enfermagem. (FREITAS;
OGUISSO; MERIGHI, 2006)
O trabalho em equipe se caracteriza por comunicação entre os membros da
equipe durante todas as atividades diárias. É necessário haver interação entre
todos, visando ações integrais para o bem do paciente mesmo que haja diferenças
de condutas entre os profissionais (OLIVEIRA; SPIRI, 2006)
21
O código de ética dos profissionais em seu capitulo II art 82 parágrafo 2, diz
que: “Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado quando
necessário à prestação da assistência” (CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA, 2013).
Contudo, por meio do acolhimento que é realizado pela enfermagem o
paciente torna mais confiante no profissional e expõem melhor a sua privacidade, o
que resulta em um cuidado pertinente para um melhor tratamento (PRZENYCZKA;
LACERDA; CHAMMA, 2011).
22
3 REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO
Essa etapa do trabalho expõe sobre as Representações sociais (RS) e fará
uma descrição sobre o Discurso do sujeito coletivo, sendo que este vai se basear
nesta teoria e será o método escolhido.
3.1 AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
As representações sociais segundo Lefèvre (2010) são reelaborações de
conhecimentos que se geram em um certo espaço social, onde modernamente
esses conhecimentos são produzidos ou difundidos, são os meios de comunicação
em massa, as escola, academia entre outros.
Ainda segundo Lefèvre (2010) apud Jodelet (1989), a sociedade é constituída
por um plano simbólico é configurado como Representações sócias que vão permitir
a troca de sentidos entre vários membros podendo conferi-lhe coesão.
Os membros de uma mesma sociedade costumam falar a mesma língua
porém não dividem a mesma ideia isso faz com que se abra um espaço para que as
ideias mesmo que divergentes possam ser compartilhadas (LEFÈVRE; LEFÈVRE,
2010).
A TRS fundamenta o Discurso do sujeito coletivo (DSC), que é uma proposta
de organização de dados qualitativos de natureza verbal, obtidos de depoimentos,
artigos de jornal, cartas, entre outros. Esta proposta vai analisar o material verbal
coletado, extraído de cada um dos depoimentos (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2003).
3.2 O DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO (DSC)
O discurso do sujeito coletivo vai consistir em uma forma não matemática de
representar o pensamento de uma coletividade, isso se faz diante de uma serie de
operações em cima de depoimentos que vai resultar em um discurso síntese
reunindo as respostas de diferentes indivíduos com discurso de sentido semelhante.
(LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005).
Para a técnica do DSC, o resgate do sentido das opiniões coletivas para
desembocar em um conjunto de discursos coletivos, constitui-se de um processo
23
complexo que é dividido em varias partes, que serão efetuadas sobre o material
verbal coletado durante as pesquisas (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005).
Para se produzir o DSC é necessário quatro operações:
• Expressões-chaves
• Ideias centrais
• Ancoragens
• Discurso do sujeito coletivo
3.2.1 E.C.H.
São os trechos do material verbal que são selecionados, pois melhor
descrevem o seu conteúdo. Elas formam depoimentos coletivos que são redigido em
primeira pessoa do singular para que assim se possa marcar a presença do
pensamento coletivo (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005).
3.2.2 I.C.
São formulas mais sintéticas que descrevem o sentido dos depoimentos e
tambem de cada resposta dada de cada individuo, que apresentam semelhante
sentido ou sentido complementar (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005).
3.2.3 AC
Fórmulas sintéticas que descrevem as ideologias, os valores e as crenças
presentes no material verbal, das respostas individuais ou das agrupadas, sob forma
de afirmações genéricas. Na metodologia do DSC, só considera-se que existem
ancoragem quando há no material verbal marcas discursivas dessas afirmações
genéricas (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005).
24
3.2.4 Discurso do Sujeito Coletivo
É a reunião das expressões chave que estão presente nos depoimentos que
tem ideias centrais ou ancoragem de sentido semelhante ou complementar
(LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005).
3.2.5 Etapas do Discurso do Sujeito Coletivo
Para o tratamento e análise dos dados, se obedeceu rigorosamente a ordem
das seguintes etapas.
3.2.5.1 Etapa 1
Antes do inicio da transcrição dos dados, as respostas por escrito das
questões foram lidas varias vezes para que se tivéssemos uma ideia panorâmica e
melhor compreensão dos textos. Com os discursos escritos, se precedeu á
transcrição literal dos mesmos.
3.2.5.2 Etapa 2
Foi efetuada a leitura exaustiva de tudo o material transcrito em dois
momentos distintos: no primeiro, se procedeu á leitura de todas as respostas de
cada um dos usuários, na sua totalidade; num segundo momento, cada resposta foi
lida isoladamente, ou seja, a questão 1 de todos os respondentes, assim como a
questão 2.
3.2.5.3 Etapa 3
Foi copiado integralmente o conteúdo de todas as respostas inerentes á
questão 1 de cada responsável no Instrumento de Analise de Discurso 1 (IAD1),
representando as ECH em itálico (ANEXO A-B). De posse das ECH e após leitura de
cada uma, se identificou a sua ideia central, tomando-se o cuidado de que a mesma
represente as descrições das ECH e não a sua interpretação. Este mesmo
procedimento foi realizado com a segunda questão.
25
3.2.5.4 Etapa 4
Elaboração do Instrumento de Análise do Discurso 2 (IAD2) que contem
separadamente cada ideia central com as suas respectivas ECH semelhantes ou
complementares (ANEXO C-D).
3.2.5.5 Etapa 5
Se extraiu de cada uma das perguntas das entrevistas semiestruturadas o
seu tema, agrupando-se as mesmas suas respectivas IC, assim como os sujeitos,
representados pelo seu numero de entrevistas e as frequências de ideias por meio
de quadros. Finalmente, se construirão os DSC separadamente de cada ideia
central, como as suas respectivas ECH.
26
4 REFERENCIAL METODOLÓGICO
Para discutir os objetivos propostos, faz-se necessário apresentar o caminho
metodológico do estudo.
4.1 CENÁRIO DO ESTUDO
O município de Itajubá esta localizado no sul de Minas Gerais, sua população
e
de
90.658
habitantes.
(INSTITUTO
BRASILEIRO
DE
GEOGRAFIA
E
ESTATISTICA, 2013). O estudo será realizado no HE (hospital escola).
O hospital escola é financiado pela Associação de assistente social de Itajubá
(AISI). Ele apresenta 13.450 M ²de área construídas. Serve de referência direta para
15 municípios com uma população de 220.000 habitantes. E compõe um seleto
grupo de Hospitais referência na macro região Sul de Minas Gerais em
procedimentos Hospitalares de média e alta complexidade com regulação direta pelo
SUS Fácil
É Classificado como Hospital Geral de Ensino certificado pelo - Ministério da
Educação e Cultura e Ministério da Saúde conforme Portaria Interministerial nº 2.091
de 28/10/2005. Possui 137 leitos ativos de internação, nas especialidades de Clinica
Médica, Cirurgia Geral, Ginecologia, Obstetrícia, Ortopedia/ Traumatologia, Pediatria
e Unidade de Terapia Intensiva, dos quais 102 leitos são destinados ao SUS. O
Hospital possui serviço de Alta Complexidade de referência em Unidade de Terapia
Intensiva. O hospital Escola é composta por 189 profissionais, sendo 26
Enfermeiras, 115 Técnicos e 48 Auxiliares de Enfermagem.
4.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Esta pesquisa é do tipo qualitativo, descritivo, exploratório e transversal. A
investigação qualitativa tem como fonte direta dados no ambiente natural,
constituindo-se o pesquisador no instrumento principal. É uma pesquisa descritiva,
em que os investigadores, interessados mais pelo processo do que pelos resultados,
examinam os dados de maneira indutiva e privilegiam o significado (BOAVENTURA,
2009).
27
Medina e Takahashi (2003) afirmam que a abordagem qualitativa permite
tentar compreender o universo de significados que envolvem as ações e relações
humanas, como também aprofundar na realidade de suas vivências.
Segundo Gil (2002), o estudo descritivo tem como finalidade a descrição das
características de determinada população ou fenômeno. São incluídas nesse tipo de
estudo as pesquisas que objetivam levantar opiniões, atitudes e crenças de uma
população.
Esses estudos buscam examinar um fenômeno para descrevê-lo de forma
integral ou diferenciá-lo de outro. Uma parcela das pesquisas que são realizadas na
área das ciências sociais é descritiva (PEREIRA, 2007).
Para Boaventura (2009), o estudo exploratório é uma modalidade de estudo
onde busca-se descobrir se existe ou não um fenômeno. Um estudo exploratório
deveria ser considerado, sempre, como, o primeiro passo na investigação. É
utilizado quando o pesquisador quer investigar onde existe pouco conhecimento.
Deveria ser simples mas é muito completo. Às vezes, o objetivo da investigação é o
próprio método.
O estudo exploratório proporciona maior familiaridade com o problema,
permite o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Na ótica de
Dyniecwicz (2007), este estudo busca saber como determinado fato ou fenômeno
ocorre e o que interfere nele.
O mesmo autor afirma que num estudo transversal, os sujeitos estão sendo
avaliados, a exposição e o desfecho já ocorreram e são aferidos num mesmo
momento.
4.3 PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM
Este estudo foi direcionado a equipe de enfermagem (enfermeiros e técnicos
de enfermagem) do Hospital Escola de Itajubá, que aceitaram participar da
pesquisa. A amostra foi composta de 21 profissionais de enfermagem entre
Técnicos e enfermeiros. Foram excluídos os enfermeiros e os técnicos de
enfermagem que não trabalhem no HE, os que trabalham há menos de seis meses,
e os que não aceitarem participar da pesquisa. Segundo Monteiro (2015) após 6
meses as pessoas podem opinar sobre o seu universo de atuação.
28
A amostragem foi intencional, onde os pesquisadores decidiram e escolheram
quem foi entrevistado, para o estudo.
Nesta pesquisa os participantes foram questionados verbalmente e as
respostas foram gravadas e transcritas. As entrevistas foram agendadas com
antecedência, e as questões foram respondidas em um ambiente onde se tivesse
privacidade. Com a entrevista se tem uma maior flexibilidade, pois o pesquisador
tem uma abertura para esclarecer o significado das perguntas, mas mesmo assim as
entrevistas podem variar de mais formais até informais (BREVIDELLI; DOMINICO,
2006).
29
5 COLETA DE DADOS
A entrevista é um dos meios que mais se destaca, sendo uma das principais
técnicas utilizadas na pesquisa qualitativa e que tem como característica primordial
a aproximação entre pesquisador e pesquisado, além de se perceber a informação
não verbal do entrevistado (BREVIDELLI; DOMINICO, 2006)
As questões utilizadas devem ser apresentadas de maneira que deixou o
pesquisado a vontade para expor suas experiências (MYNAYO, 2007).
O instrumento de coleta de dados foi composto de duas perguntas abertas,
contendo um roteiro de entrevista semiestruturada (APÊNDICE C).
• Se alguém pedisse para você descrever o que significa sigilo
profissional o que você responderia?
• Durante sua vivência e experiência profissional, poderia me falar quais
suas percepções sobre esse tema, sigilo profissional?
E
com
um
questionário
com
perguntas
fechadas
relacionadas
as
características sociodemográficas dos pesquisados (APÊNDICE D).
As pesquisadoras foram responsáveis pela realização e transcrição da
entrevista, evitando erros de interpretação dos sons, silêncios, ênfase fonética, entre
outros.
5.1 ANÁLISE DOS DADOS
Foi utilizado os Instrumentos de Análise do Discurso (IAD 1) e o (IAD 2) que
compõe o método DSC conforme descrito anteriormente.
5.2 PRÉ-TESTE
Foi realizado o pré-teste com 03 enfermeiros e 03 técnicos de enfermagem
que fazem parte da amostra e que estão dentro dos critérios elegidos.
O objetivo desse pré-teste foi de verificar se as perguntas abordam o tema
proposto pela pesquisa, e de bom entendimento aos entrevistados, e com isso não
houve a necessidade de se realizar alterações no questionário.
30
Gil (2002), vem falando que é necessário realizar o pré-teste em cada
instrumento antes da sua aplicação, pois assim pode-se assegurar que o
instrumento satisfaz o que quer se pesquisar.
5.3 ÉTICA DA PESQUISA
Todos os participantes receberam as informações necessárias, conforme a
resolução 466/2012 do conselho Nacional de Saúde que discorre a respeito às
pesquisas com seres humanos. Após expor os objetivos e aceitação voluntária dos
participantes, foi apresentada e devidamente assinado o termo de Consentimento
Livre e Esclarecido onde foi assegurado o anonimato e autonomia em sua
participação.
O termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A) oficializou a
decisão da equipe de enfermagem em participar do estudo, podendo desistir, se
assim desejarem quando quiserem.
Foi preservada, a privacidade e a proteção da imagem dos pesquisados,
garantindo que as informações serão usadas para fins científicos.
As entrevistas foram realizadas com agendamento prévio de data, local e
horário de acordo com a disponibilidade dos informantes.
A solicitação para coleta de dados foi feita no Hospital Escola de Itajubá
através do Termo de Solicitação para coleta de dados (APÊNDICE B).
Este projeto foi submetido à aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa da
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, na cidade de Itajubá, Minas Gerais, com
parecer consubstanciado nº 476.258.
31
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS
Os dados da caracterização dos sujeitos do estudo foram analisados
estatisticamente. A parte referente a entrevista semiestruturada, apresentaremos
com um quadro que contém as ideias centrais, a frequência das IC e o DSC,
seguindo o método proposto por Lefèvre e Lefèvre (2002).
6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA
Em relação às características da amostra pode se detectar que dos
profissionais entrevistados 80,95% eram técnicos de enfermagem e 19,04% eram
enfermeiros graduados, sendo que a média de idade variou entre 32-43 anos o que
correspondeu a 57,14%. Quanto a religião prevaleceu a católica com 47,61%,
evangélica com 19,04%. Sobre o sexo dos participantes foi prevalente o sexo
feminino com 85,71% e o masculino com 14,28%
6.2 TEMA, IDEIA CENTRAL, DSC
Nessa etapa do trabalho será apresentado os temas estudados, elucidando
cada ideia central, com seus respondentes, frequência dos mesmos que serão.
6.2.1 Tema: significado e percepções da equipe de enfermagem frente ao
Sigilo profissional
QUESTÃO: Se alguém pedisse para você descrever o que significa sigilo
profissional, o que você responderia?
32
Quadro1 - Ideias Centrais, Sujeitos e Frequência de ideias centrais
Nº
1
Ideia Central
Sujeito
É o que ouve e não 2, 3, 5, 7, 10, 14, 17, 19
Frequência
8
divulga
2
Guardar informações
3
Ato de confiança.
4
Não expor a
4, 6, 11, 12, 16, 20, 21
7
1, 13, 15, 18
4
8, 9
2
vida do próximo
1° É o que ouve e não divulga
DSC:
O sigilo ou sigilo profissional significa não revelar em hipótese alguma a vida
do paciente, bem como seu diagnóstico médico, por exemplo, se um paciente
for soro positivo nunca devemos revelar a ninguém sobre isso; nada mais é do
que a ética dos fatores que acontecem com o paciente, tudo aquilo que você
ouve a pessoa te dizer e você não passam isso pra frente, você não divulga,
não fala o que ouviu; simplesmente se puder ajudar, você ajuda. É o nosso
juramento, porque isso, já é desde o berço. Eu vejo assim, desde a ética, a
gente aprende que tem que ter educação. Temos que crescer com isso e
principalmente hoje que eu sou técnica de enfermagem muito mais, pois
estudamos e juramos isso e é para o resto da vida. Aquilo que não pode ser
divulgado,é o respeito que temos para com o próximo quanto nos confia um
assunto pessoal, um segredo, é não contar aquilo que viu e ouviu a ninguem, é
ser ético. O sigilo profissional assim no meu ponto de vista não deixa de ser
uma ética do profissinal naquilo que voce faz, então voce tem que fazer as
coisas dentro do seu setore ficar aqui dentro do seu setor e não tem que ficar
levando pra outro setor ou outras pessoas, acho que é isso, não sair falando
para os outros o que voce fez ou deixou de fazer. O que ocorre no trabalho fica
no trabalho, não se deve sair contando segredos alheios, ele deve ser
preservado , não pode divulgar o que a pessoa fala. E tudo que acontece
dentro de uma instituiçao não deve sair pra fora e falar o que aconteceu, com
quem aconteceu o que esta acontecendo, e este segrede deve ser aplicado. O
sigilo nada mais é pra mim que ética , pelo menos na nossa profissão.
33
2ª Ideia Central: Guardar informações
DSC:
Sigilo profissional é aquilo que aconteceu ou vem acontecer que o paciente
peça para guardar segredo. No caso seria em relação a qualquer coisa tanto do
particular, quanto no que vem acontecendo aqui no hospital, instituição ou
algo pessoal mesmo. Tudo o que se sabe ou fica sabendo a respeito do
paciente relacionado ao seu tratamento, não pode sair comentando sem
necessidade, é você guarda segredo e informação que lhe foi confiada, sem
que cause danos a terceiros e não se deve comentar os assuntos relacionados
a vida do paciente com ninguém, é a não declaração da informação
particulares, intimidades, preservando assim a privacidade do confidente.
Guardar consigo informações as quais não devem ser expostas a terceiros. O
que se vê e o que se faz, e a violação do segredo do paciente é crime.
3ª Ideia Central: Ato de confiança
DSC:
O sigilo é um ato de confiança , onde a pessoa ira julgar o caráter da mesma se
haveria confiança ou não para relatar um ato. Hoje nem todos são de
confiança; a gente tem que trabalhar sempre baseado no sigilo, ele é
fundamental para a profissão com respeito aos clientes que são nossos
pacientes, eu acho que é o segredo de tudo é o segredo da profissão que você
esta. Todas as profissões são atingidas, é algo que nos é confiado, é a
preservação do silencio, é obrigatória. Tem como finalidade respeitar e
proteger a vida privada do paciente. O sigilo na nossa profissão deve ser visto
como um direito e como um dever, propriamente um segredo.
4ª Ideia Central: Não expor a vida do próximo
DSC
O sigilo profissional significa você não expor a vida do próximo e de nossos
colegas, não ficar falando dos acontecimentos que ocorre durante o serviços
para fora do estabelecimento. É quando se guarda algo do paciente e do
familiar e principalmente doenças é também algo que acontece dentro da
instituição hospitalar desde a equipe de enfermagem até mesmo a equipe da
lavanderia.
O segredo respeita a privacidade e funda-se numa relação de confiança entre
o sujeito que conta seu segredo e a pessoa para quem ele contou. E, no âmbito da
34
saúde, essa relação dá segurança para o paciente revelar à equipe de saúde
situações potencialmente embaraçosas. Quanto a IC “é o que ouve e não divulga”
temos no DCS:
“O sigilo profissional assim no meu ponto de vista não deixa de ser uma ética
do profissional naquilo que voce faz, então voce tem que fazer as coisas
dentro do seu setor e ficar aqui dentro do seu setor e não tem que ficar
levando pra outro setor ou outras pessoas, acho que é isso, não sair falando
para os outros o que você fez ou deixou de fazer.O que ocorre no trabalho
fica no trabalho, não se deve sair contando segredos alheios”… tem algumas
vezes em que o sigilo terá que ser revelado conforme o risco para o paciente,
terceiros de doenças de notificação compulsória”.
Ou seja neste caso estão cientes do que é previsto por lei, porém em outro
trecho do DSC temos
“sigilo ou sigilo profissional significa não revelar em hipótese alguma a vida do
paciente, bem como seu diagnóstico médico, por exemplo, se um paciente for
soro positivo nunca devemos revelar a ninguém sobre isso; nada mais é do
que a ética dos fatores que acontecem com o paciente…”
Contrariamente ao que se vê a questão de “poder” ou não poder revelar”
sabe-se que depende de cada situação.
Como se vê, a regra geral é não revelar o segredo. Outras disposições
previstas na legislação brasileira, como, por exemplo, o Código Penal Brasileiro,
define no art. 154 o crime de violação do segredo profissional quando “revelar a
alguém, sem justa causa, segredo de que tem ciência em razão de função,
ministério, ofício ou profissão e cuja revelação possa produzir dano a outrem”. A
pena, nesse caso, é de detenção de três meses a um ano ou multa (PRZENYCZKA;
LACERDA; CHAMMA, 2011)
A questão referente ao sigilo profissional e confidencialidade de informações
dos usuários do serviço de saúde é de fundamental importância para uma adequada
assistência formação idônea para lidar com os aspectos diretamente ligados ao
resguardo de informações dos paciente. (DIAS et al., 2013). “Ato de confiança” foi
outra IC com o seguinte DSC:
35
“Tem como finalidade respeitar e proteger a vida privada do paciente. O sigilo
na nossa profissão deve ser visto como um direito e como um dever,
propriamente um segredo...”
Surgem revelações de fatos, muitas vezes, de caráter íntimo, que os
confidentes não pretendem que sejam revelados. Trata-se de um princípio natural de
confiança, respeito e dignidade que o confidente transfere para o confiado. Na
maioria dos casos, esses fatos não apresentam maior relevância social ou pessoal.
Entretanto, existem aqueles que necessitam ser mantidos em absoluto sigilo, pois
sua revelação poderá causar sérios danos ou prejuízos materiais ou morais. Por
essas razões, tutela-se a liberdade individual relacionada à inviolabilidade dos
segredos, no que tange à oferta de serviços de saúde (DIAS et al., 2013). No DCS
com a IC “não expor a vida do próximo” vimos:
“O sigilo profissional significa você não expor a vida do próximo e de nossos
colegas, não ficar falando dos acontecimentos que ocorre durante o serviços
para fora do estabelecimento. É quando se guarda algo do paciente e do
familiar e principalmente doenças é também algo que acontece dentro da
instituição hospitalar desde a equipe de enfermagem até mesmo a equipe da
lavanderia”.
O profissional de enfermagem, em seu contato diário com pacientes,
familiares e funcionários, deparam-se com informações que não pode revelar e
outras que pode ou mesmo deve revelar. Mas como saber o que revelar ou não? E a
quem? São questões levantadas principalmente considerando-se que esse assunto
diz respeito a aspectos humanos, jurídicos e deontológicos. O segredo fundamentase na confiança, na confidência e na justiça. Na IC “guardar informações” conforme
o discurso abaixo:
“Tudo o que se sabe ou fica sabendo a respeito do paciente relacionado ao
seu tratamento, não pode sair comentando sem necessidade, é você guarda
segredo e informação que lhe foi confiada, sem que cause danos a terceiros e
não se deve comentar os assuntos relacionados a vida do paciente com
ninguém, é a não declaração da informação particulares, intimidades,
preservando assim a privacidade do confidente”.
E ao se guardar ou revelar um segredo indevidamente, respeita-se ou
desrespeita-se a justiça, tendo em vista que a informação pertence ao usuário do
serviço. Portanto, em qualquer especialidade da atenção à saúde é importante
36
refletir sobre as implicações éticas da relação terapêutica, considerando se os
pacientes estão sendo respeitados em relação à confidencialidade das informações
obtidas durante o atendimento. (DIAS et al., 2013)
Assim pode-se perceber que o sigilo profissional é algo percebido e seu
significado é conhecido pelos profissionais de saúde que inclui neste trabalho
Enfermeiros e técnicos de enfermagem. E todos estes profissionais reconhecem que
o sigilo é algo privativo do paciente e instituição, e que não pode ser violado
QUESTÃO: Durante sua vivência e experiência profissional, poderia me falar
quais suas percepções sobre este tema, sigilo profissional?.
Quadro 2 - Ideias Centrais, Sujeitos e Frequência de ideias centrais
Nº
IDEIAS
CENTRAIS
1
Não é muito
FREQUENCIA
SUJEITOS
DAS IDEIAS
CENTRAIS
3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,15,17,18,21
15
14, 19, 20
3
1, 3
2
2, 13
2
2
1
respeitado
2
Poucos tem a
ética sigilo
profissional
3
O sigilo é
fundamental
4
Diferente do que
se aprende na
escola
5
Tem coisas que
devem ser
reveladas
Fonte: das autoras
37
1ª Ideia Central: não é muito respeitado
DSC:
Hoje em dia não acho que é respeitado, muitas vezes, pelo menos na nossa
profissão, o sigilo não é respeitado, estamos em uma classe muito desunida.
Porque a gente vê muita gente que não cumpre o que jurou, se vê passa fofoca
pra frente então falta muito mais a pessoa aprender parar e pensar o “que
jurei”, então eu penso assim, tem que melhorar muito porque a gente vê que
as pessoas em si não respeitam, frequentemente ouvimos, situações sendo
discutidas livremente, sem se preocupar quem está ouvindo. Além do mais é
uma coisa que deveria ser respeitado, dentro do hospital. Não sair falando o
que acontece aqui dentro, mas eu acho que ainda não está sendo respeitado,
porque muitos profissionais eles saem, contam o que acontece citam nome.
Eu acho que é muito escasso o sigilo profissional, por que quase que não se
respeita. Quando alguma informação é vazada, toda instituição fica sabendo.
Vivenciei pouco e o que já observei na verdade é uma palavra só na teoria ao
meu ver. Fica só nos livros. Todos os acontecimentos referentes ao serviço
como advertência e até assuntos tratados pelas chefes são expostos pelos
colegas. Deveria ser respeitado esse assunto principalmente pela enfermagem.
O sigilo na profissão de enfermagem ocorre fora da área hospitalar. Dentro do
ambiente hospitalar o sigilo não existe, as pessoas ou profissionais esquecem
um pouco dessa atitude. Muitos profissionais de enfermagem não levam tão a
sério o sigilo profissional, revelando assim a sociedade à vida do paciente
hospitalizado. O sigilo profissional poderia ser comparado a um cofre que
jamais seria aberto para ninguém a não ser entre os profissionais que cuidam
dos pacientes. Sabe-se que qualquer atividade profissional tem que tomar
como principio a integridade físico moral do paciente , porém, isso não é
muito respeitado. No mundo, não está havendo mais amor com o próximo,
cada um é para si. Não está tendo mais aquela confiança, o respeito que tinha
antigamente. As pessoas a cada dia vão modificando o seu ser. No meio de
cem pessoas você encontra alguém diferente, mas está difícil conviver com a
realidade. Percebe-se que a maioria dos profissionais reconhece a importância
do sigilo, mas não respeitam principalmente em cidades pequenas. Ainda
existem profissionais que não cumprem com o sigilo profissional. informações
que deveriam ser mantidas em segredo acabam muitas vezes sendo faladas.
Não concordo com isso. Portanto, torna-se decepcionante que durante minha
vivência e experiência eu veja os profissionais perdendo o respeito a ética e o
sigilo. Atualmente os profissionais não sabem o que é sigilo, não guardam
segredos, não respeitam a integridade do paciente e do profissional de saúde.
Então na minha percepção, o sigilo profissional não vem sendo respeitado o
que se aprende fica somente na teoria.
38
2ª Ideia Central: o sigilo é fundamental
DSC:
Acho que a minha percepção em relação a isso é que o sigilo é fundamental
hoje no trabalho. Então, já passei por algumas situações de trabalhar com o
sigilo, situações simples que nós temos hoje no cotidiano por exemplo, na
UTI. O paciente faleceu, os familiares na porta, aguardando, nós não podemos
falar é o sigilo. Quem dá a notícia de um óbito é o médico. Por ai, outras
coisas difíceis em relação ao HIV, nós também temos que ter o sigilo que os
pacientes que vem para exames fazem aqui, são HIV positivo é a mesma coisa
e os familiares, não sabem. Então, nós deparamos com o paciente, tem a
família que não sabe. Isso é o sigilo, então a gente não pode passar. Com isso,
minha vivência e experiência posso dizer que o sigilo profissional me ensinou
muito, me evitou de processos, me evitou de desequilíbrio com a equipe.
Ajudou na harmonia, o sigilo, ele ajuda você em tudo, o sigilo e a ética que vão
caminhar juntos
3ª Ideia Central: diferente do que se aprende na escola
DSC:
Então na verdade quando a gente começa a trabalhar se vê que totalmente
diferente das coisas que a gente aprende na faculdade, na realidade a gente
tenta seguir todos os pontos que a faculdade nos ensina, mas você chega no
ambiente de trabalho você vê que isso é impossível, não tem como. Não que
você queira sair falando as coisas não é questão disso. Pois, as pessoas não
têm como confiar e tudo fica as claras, principalmente, na área de enfermagem
quando estuda é uma coisa e na prática é totalmente diferente, não dá para
confiar em ninguém.
.
4ª Ideia Central: tem coisas que devem ser reveladas
DSC:
É que as vezes, muitas coisas acontecem você tem que passar pra pessoas,
pra frente, para que isso não possa estar acontecendo de novo. Então, tem que
ter o sigilo mesmo, mas, as vezes, é tão sobrecarregado ou coisa assim que,
acontece tão fora do normal, que a gente tem que passar pra frente, para que
isso não possa ocorrer com o outro que esta vindo.
39
5ª Ideia Central: poucos tem a ética sigilo profissional
DSC:
São poucos os profissionais que demonstra ter sigilo. Em minha opinião cada
assunto deveria passar pelas 3 peneiras, ou seja, porque falar, o que falar, para
quem. Muitos falam, julgam e poucos têm ética profissional que é a primeira
coisa que se deve ser avaliado em um profissional em sua admissão. Percebese então que são poucos os profissionais que sabem o significado de sigilo e
ética, falta respeito com o sofrimento alheio.
De acordo com os profissionais de enfermagem pesquisados as percepções
mais comuns em relação ao sigilo profissional foram: “Não é muito respeitado”,
“Poucos tem ética sigilo profissional”, “o sigilo é fundamental,” “Diferente do que se
aprende na escola”, “Tem coisas que devem ser reveladas”. Na área da saúde as
relações profissionais/ paciente abordam as dimensões físicas, mental e espiritual
sempre objetivando a cura, mas para que esse objetivo se cumpra o profissional
deve com base em seus conhecimentos colocar-se a disposição do paciente,
estabelecendo então um vinculo. Com isso o paciente vai franquear ao profissional
detalhes de sua vida e rotina, dentre essas revelações tem as que não devem ser
reveladas pois podem causar danos a terceiros ou ate mesmo ao próprio paciente.
Portanto a questão do sigilo das informações e fundamental para uma assistência
adequada (DIAS et al., 2013). No discurso com a IC “Não é muito respeitado”
encontra-se:
“Hoje em dia não acho que é respeitado, a gente vê muita gente que não
cumpre”.
A questão do sigilo profissional ainda é um tema muito pouco abordado e
quando se trata de percepções pode-se ver que ainda é um tema muito devastado.
Alguns profissionais tratam o sigilo como fundamental, no DSC com IC: “O sigilo é
fundamental” temos:
“acho que a minha percepção em relação a isso é que o sigilo é fundamental
hoje no trabalho…”. No qual em algum momento da sua atividade profissional
“ajudou muito na harmonia” seja com a equipe ou com o próprio paciente.
40
Os profissionais de saúde especialmente os enfermeiros e técnicos de
enfermagem por manterem mais contato com o paciente adquirem diariamente
informações sigilosas a respeito do seu paciente. Sabe-se que a regra geral imposta
pelo CEPE(Comitê de ética Profissionais de Enfermagem) é não revelar as
informações que nos são cedidas durante o exercício da nossa profissão. Porém, a
realidade é outra, pois muitas informações são passadas a frente, quebrando então
o segredo das informações (PRZENYCZKA; LACERDA; CHAMMA, 2011). No DSC
com IC: “Poucos tem a ética sigilo profissional encontramos:
“São poucos os profissionais que demonstram ter sigilo. Percebe-se então
que são poucos os profissionais que sabe o significado de sigilo e ética, falta
respeito com sofrimento alheio…”.
Quando um segredo é quebrado a relação do paciente com os profissionais
se torna um tanto quanto assimétrica. Quando se coloca em observação o contexto
do sigilo na área hospitalar, os enfermeiros mais do que qualquer outro profissional
tem a oportunidade de colocar em prática, o respeito pelos usuários principalmente
quando se trata dessa questão. (BARBOSA et al., 2014.) Os profissionais tem a
consciência de que o sigilo “deveria ser respeitado”, mais dentro da realidade
hospitalar isso não esta acontecendo, a cultura já instalada impede que se cumpra o
sigilo de maneira adequada. E essa questão não está se restringindo apenas a
informações
sobre pacientes, “acontecimentos referentes ao serviço como
advertências” acabam sendo reveladas. A educação permanente seria um bom
caminho para se atingir os objetivos relacionados ao sigilo que quando se entra em
uma unidade hospitalar percebe-se que notoriamente não está sendo respeitado
pela equipe que esta em contato com o paciente. No DSC com IC “Diferente do que
se aprende na escola encontramos:
“Na verdade quando a gente começa a trabalhar se vê que é totalmente
diferente das coisas que a gente aprende na faculdade quando estuda é uma
coisa na pratica é totalmente diferente, não da para confiar em ninguém…”.
O sigilo pode ser quebrado quando o próprio paciente permite que a
informação seja revelada, ou então pela existência de uma justa causa. Existem
situações em quando não se revela o segredo pode-se estar infringindo a justiça e o
direito comunitário, como no caso de doenças contagiosas de notificação
41
compulsória. E é perante situações como essa que deve se avaliar quando se revela
ou quando se guarda o segredo (BARBOSA et al., 2014). No DSC com IC tem
coisas que devem ser reveladas, vimos que:
“Muitas coisas acontecem e você tem que passar para pessoas, para frente
para que isso não possa estar acontecendo de novo. Tem que ter sigilo
mesmo mas as vezes acontecem coisa tão fora do normal que a gente tem
que passar para frente…”.
A revelação de um segredo deve ser feita mediante analise da interferência
do mesmo a terceiras pessoas, em alguns momentos existem situações que “tem
que passar para as pessoas”, ou seja, tem coisas, ou situações que devem ser
reveladas para o bem de outras pessoas, ou ate mesmo para que não venha a
acontecer de novo.
42
7 CONCLUSÃO
Os objetivos desse trabalho foram alcançados diante das questões
apresentadas aos participantes, enfrentamos dificuldades na coleta das amostras,
porem após pequenos ajustes obtivemos respostas satisfatórias para os
questionamentos, pois nos deu base para discussões do tema – Significado e
Percepções da equipe de Enfermagem frente ao sigilo profissional.
A equipe de enfermagem durante a sua vivencia profissional defronta-se com
o dilema do sigilo profissional. Traduzindo o significado do sigilo profissional como “
é o que ouve e não divulga” “ guardar informações” “ato de confiança” “ não expor a
vida do próximo” As percepções mais comuns citadas pela equipe de enfermagem
foram: “ Não é respeitado”, citam o mesmo como “fundamental”, que “ajuda na
harmonia, “diferente do que se aprende na escola”, e falam até mesmo
“algumas coisas devem ser reveladas”.
que
43
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Faz-se necessário à consolidação de todos os conhecimentos adquiridos na
elaboração deste trabalho, que nos deu base para realizar uma reflexão a respeito
do sigilo profissional da equipe de enfermagem de um hospital do Sul de Minas
Gerais. Considerando esse tema como parte integrante da assistência ao paciente,
é de suma importância o melhor conhecimento sobre ele, para que se possa colocalo em pratica melhorando assim a relação equipe de enfermagem-paciente-família.
Os dilemas éticos sobre o sigilo profissional sempre irão existir, por isso a cada dia
precisamos estar atualizados e cientes de nossas decisões.
Na área da saúde é preciso que os profissionais, principalmente a equipe de
enfermagem, que mantem um contato mais direto com paciente, respeitem as
diversidades, as escolhas, não julgando, mais respeitando os princípios e códigos de
ética. Todas as informações recebidas durante o exercício da profissão devem ser
mantidas em segredo, exceto nos casos previstos em lei.
O sigilo é parte inerente de todas as profissões, e na área da saúde não é
diferente, pelo contrário, torna-se mais evidente devido a relação mais acentuada
entre a equipe de enfermagem , família e paciente. Todos os profissionais de saúde
um dia passarão por alguma situação que envolva o sigilo profissional, tendo como
responsabilidade a não violação dessa parte fundamental da profissão. Sugere-se
então que mais estudos e pesquisas sobre o assunto sejam desenvolvidos, visto que
trata-se de um dever dos profissionais mantê-lo e um direito do paciente.
A falta de sigilo por parte das instituições é o que muitas vezes impede o
paciente de procurar assistência e dai vemos a importância da formação ética dos
profissionais.
44
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http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v18n1/05.pdf. Acesso em: 05 out
47
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Nós, Anna Karla Azevedo Silva de Faria e Thaline Santos Braga, acadêmicas
de enfermagem da escola de Enfermagem Wenceslau Braz, estamos realizando
uma pesquisa sobre os SIGNIFICADO E PERCEPÇÕES DA EQUIPE DE
ENFERMAGEM FRENTE AO SIGILO PROFISSIONAL, sob a orientação da Profª
Mestre Ivandira Anselmo Ribeiro Simões.
Esse projeto se reveste de relevância científica, social e profissional, no
contexto ético dos profissionais de enfermagem, na questão do sigilo profissional,
permitindo uma melhor reflexão sobre o assunto, servindo também beneficiar o
paciente a sociedade que esperam das instituições sigilo de sua vida de alerta para
os profissionais, para melhor lidar com o tema.
Também pretende-se divulgar o assunto preenchendo um vazio, deixado
devido poucas publicações e pesquisas sobre o tema.
O objetivo desse trabalho é identificar o que significa para os profissionais de
enfermagem (técnicos e enfermeiros) sigilo profissional, também identificar quais
suas percepções sobre o sigilo profissional.
Todos os dados referentes à sua pessoa serão exclusivos para o estudo em
questão de inteira responsabilidade das pesquisadoras, que garante o anonimato e
total sigilo, assegurando a privacidade das informações a elas fornecidas. As
entrevistas serão gravadas e posteriormente transcritas. A divulgação será feita de
forma global sem sua identificação. Sua participação nessa pesquisa é de livre
espontânea vontade e a qualquer momento poderá interrompê-la, como também
desistir de participar, sem qualquer penalização ou prejuízo a sua pessoa.
Por me achar plenamente esclarecido (a) e em perfeito acordo com este
Termo de Consentimento, eu como participante da pesquisa,assino.
____________________ de____________________ de 2012
48
APÊNDICE B - Carta de solicitação para coleta de dados
destinada a instituição
49
APÊNDICE C - Roteiro de entrevista semiestruturada
• Se alguém pedisse para você descrever o que significa sigilo profissional, o
que você responderia?
• Durante sua vivência e experiência profissional, poderia me falar quais suas
percepções sobre este tema, sigilo profissional?
50
APÊNDICE D – Questionário sociodemográfico
1) Gênero: ( ) Masculino
( ) Feminino
2) Idade _____ anos
3) Religião:
( ) Católico (a)
( ) Evangélico (a)
( ) Protestante
( ) Outros: _____________________
4) Formação: ( ) Técnico de Enfermagem
( ) Enfermeiro
5) Setor onde Trabalha atualmente: ( ) Clínica Médica ( ) Clínica Cirúrgica
( ) Pediatria ( ) Pronto Socorro ( ) Maternidade ( ) Centro Cirúrgico
( ) UTI (
) Outros
6) Tempo de atuação na profissão:
(
) 6 meses
(
) 1 a 2 anos
(
) 2 a 4 anos
(
) 4 a 6 anos
(
) Mais de 6 anos
51
ANEXO A - Instrumento de Análise de Discurso (IAD-1), questão 1
QUESTÃO: Se alguém pedisse para você descrever o que significa sigilo
profissional, o que você responderia?.
N°
EXPRESSÕES- CHAVES
IDEIA CENTRAL
Suj.1
Segredo profissional, eu acho que a 1- Ato de confiança
gente tem que trabalhar sempre
embasado no sigilo, ele é fundamental
para a pro fissão com respeito aos
clientes que são nossos pacientes, eu
acho que é o segredo de tudo é o
segredo da profissão que você esta.
Suj. 2
Isso e difícil, deixa eu pensar... o sigilo
profissional assim no meu ponto de 1- É o que ouve e não divulga
vista não deixa de ser uma ética do
profissional naquilo que você faz, então
você tem que fazer as coisas dentro do
seu setor e ficar aqui dentro do seu
setor e não tem que ficar levando pra
outro setor ou outras pessoas porque
você tem que saber fazer e demonstrar
aquilo que você saiba fazer, então sigilo
profissional eu acho que é isso, não
sair falando para os outros o que
você fez ou deixou de fazer.
Suj.3
Eu falaria que o sigilo profissional nada 1 – É o que ouve e não
mais é do que a ética dos fatos que divulga
acontecem com o paciente, o sigilo é
tudo aquilo que eu entendo tudo, aquilo
que você ouve a pessoa te dizer e você
não passa isso pra frente, você não
divulga você não fala o que você
ouviu você simplesmente se puder
ajudar, você ajuda ... o sigilo tem que
ser preservado você não pode divulgar
o que a pessoa fala. O sigilo nada mais
é pra mim que ...na ética pelo
menos na nossa profissão.
Suj.4
Guardar consigo informações as 1- IC Guardar informações
quais não devem ser expostas a
terceiros.
Suj. 5
Então eu responderia que seria o que o 1 – É o que ouve e não
nosso juramento porque o sigilo não e divulga.
52
só na nossa profissão ele e parte da
nossa vida inteira, em tudo que a gente
for, na nossa caminhada, porque nem
tudo nós podemos estar falando,
passar a conversa pra frente, por que
isso ai já é desde o berço. Eu vejo
assim, desde a ética a gente aprende
que a gente tem que ter educação,
então perfeito as palavras. Sigilo por
que isso é pra vida a gente tem que
crescer com isso é principalmente hoje
que eu sou técnica de enfermagem
muito mais então estudamos isso,
juramos isso e é pro resto da vida.
Suj.6
Sigilo profissional é aquilo que ... 1 – Guarda Informação
aconteceu ou vem acontecer que o
paciente peça para guarda segredo.
No caso seria em relação a qualquer
coisa tanto do particular quanto no que
vem acontecendo aqui no hospital,
instituição ou algo pessoal mesmo.
Suj. 7
Então sigilo profissional dentro de uma 1 – É o que ouve e não
instituição... é tudo que acontece aqui divulga.
dentro agente nunca pode sair pra
fora e fala o que acontece com quem
acontece o que esta acontecendo.
Segredo que tem que ser aplicado.
Suj. 8
O sigilo profissional significa você não 1 – IC Não expor a vida do
expor vida do próximo e de nosso próximo
colegas não ficar falando dos
acontecimentos que ocorre durante o
serviço para fora do estabelecimento.
Suj. 9
Sigilo profissional pra mim é quando se 1 –Não expor a vida do
guarda algo do paciente e do familiar próximo.
e principalmente doenças é também
algo que acontece dentro da instituição
hospitalar
desde
a
equipe
de
enfermagem até mesmo a equipe da
lavanderia.
Suj. 10
Sigilo ou segredo profissional significa 1 – É o que ouve e não
não revelar em hipótese alguma a vida divulga.
do paciente bem como seu diagnostico
medico. Por exemplo, se um paciente
for soro positivo nunca devemos revelar
a ninguém sobre isso.
53
Suj. 11
Não
comentar
os
assuntos 1 – IC Guardar informações.
relacionados a vida do paciente com
ninguém.
Suj. 12
É a não declaração da informações 1 – IC Guardar informações
particulares, intimidades, preservando
a privacidade do confidente.
Suj. 13
O sigilo é um ato de confiança, onde a 1 – IC Ato de confiança
pessoa irá julgar o caráter da mesma,
se haveria confiança ou não para
relatar um ato. Hoje nem todos há
confiança.
Suj. 14
Aquilo que não pode ser divulgado, é 1 – É o que ouve e não
o respeito que temos para com o divulga.
próximo quando nos confia um assunto
pessoal, um segredo.
Suj. 15
Atinge todas as profissionais, é algo 1 – Ato de confiança.
que nos é confiado e a preservação
do silencio é obrigatória. Tem como
finalidade respeitar e proteger a vida
privada do paciente.
Suj. 16
Sigilo profissional é você guardar 1 – Guardar informações.
segredo de uma informação que lhe foi
confiada, sem que cause danos a
terceiros.
Suj. 17
É não contar aquilo que viu e ouviu á 1 – É o que ouve e não
ninguém, ser ético
divulga.
Suj. 18
O sigilo na nossa profissão deve ser 1 – Ato de confiança.
visto como um direito e como um
dever, propriamente segredo.
Suj. 19
O que ocorre no trabalho fica no 1 – É o que ouve e não
trabalho não se deve sair contando divulga.
segredos alheios.
Suj. 20
Tudo o que se sabe ou ficar sabendo a 1 – IC Guardar informações
respeito do paciente relacionado ao seu
tratamento,
não
pode
sair
comentando sem necessidade.
Suj. 21
É guardar o que se vê e o que se faz, e 1 – Guardar informações.
a violação do segredo do paciente é
crime.
54
ANEXO B - Instrumento de Análise de Discurso (IAD-1), questão 2
QUESTÃO: Durante sua vivência e experiência profissional, poderia me falar
quais suas percepções sobre este tema, sigilo profissional?
Nº
Suj. 1
Suj. 2
EXPRESSÕES – CHAVE
IDÉIA CENTRAL
Acho que a minha percepção em 1ª IC O sigilo é fundamental
relação a isso o sigilo é fundamental
hoje no trabalho. Então já passei por
algumas situações de trabalhar com o
sigilo, situações simples que nos
temos hoje no cotidiano por exemplo
na UTI o paciente faleceu, os
familiares estão na porta, aguardando,
nós não podemos falar é o sigilo.
Quem dá a notícia de um óbito é o
médico . Por ai, outras coisas difíceis
em relação ao HIV nos também temos
que ter o sigilo que os pacientes que
vem para exames fazem aqui, são
HIV positivo é a mesma coisa. Os
familiares, não sabem
Então nós
deparamos,com o paciente tem a
família que não sabe. Isso é o sigilo,
então a gente não pode passar. As
minhas vivências a maioria foi desse
tipo.
Então na verdade quando a gente
começa a trabalhar se vê que
totalmente diferente das coisas que
a gente aprende na faculdade na
realidade a gente tenta seguir todos
os pontos que a faculdade nos
ensina, mas você chega no
ambiente de trabalho você vê que
isso e impossível não tem como.
Não que você queira sair falando as
coisa não é questão disso, a questão e
que as vezes muitas coisas
acontecem você tem que passar pra
pessoas pra frente pra que isso não
possa estar acontecendo de novo.
Então, tem que ter o sigilo mesmo,
mas as vezes é tão sobrecarregado ou
coisa assim que acontece tão fora do
normal que a gente tem que passar
pra frente, pra que isso não possa
1ª IC Diferente do que se
aprende na escola
2ª IC tem coisas que devem
ser reveladas
55
ocorrer com o outro que ta vindo.
Suj. 3
Olha na minha vivencia experiência 1ª IC O sigilo é fundamental
também o sigilo profissional. Me
ensinou muito, me evitou de 2ª IC O sigilo não é muito
processos,me
evitou
de respeitado.
desequilíbrio com a equipe. Ajudou
na harmonia, o sigilo ele ajuda você
em tudo, o sigilo e a ética que vão
caminhar juntos. Hoje em dia não,
acho que é respeitado muitas vezes
pelo menos na nossa profissão o
sigilo não é respeitado, estamos em
uma classe muito desunida.
Suj. 4
Deveria ser um sigilo profissional, mas 1ª IC Não é muito respeitado
não é respeitado freqüentemente
ouvimos, situações sendo discutidas
livremente sem se preocupar quem
esta ouvindo.
Suj. 5
Então conforme eu disse a gente vê 1ª IC O sigilo não é muito
que nesse ponto ta muito fraco porque respeitado.
a gente vê muita gente o que jurou
não cumpre se vê passa fofoca pra
frente então falta muito mais a
pessoa aprender parar e pensar o
que jurei, então eu penso assim tem
que melhora muito porque gente vê
que o povo em si não respeitam
essa palavra sigilo não respeita então
eu vejo que falta, muito que aprender
mesmo.
Suj. 6
Bom eu já vivenciei pouco mais o 1ª IC não é muito respeitado
pouco que já observei na verdade eu
vejo que não acontece isso, na
verdade é uma palavra só na teoria
ao meu ver fica só nos livros ou que
escuta as pessoas fala mais nunca vi
mesmo.
Suj. 7
O sigilo profissional assim, na minha 1ªIC Não é muito respeitado
opinião eu acho que não tá sendo
respeitado porque, é uma coisa que
deveria ser respeitado, dentro do
hospital. Não sair falando o que
acontece aqui dentro mas eu acho que
ainda não esta sendo respeitado, que
muitos profissionais eles saem contam
56
o que acontece cita nome então acho
que não esta sendo respeitado
Suj. 8
É um tema que não é muito 1ª IC Não é muito respeitado.
respeitado. Todos os acontecimentos
referentes
ao
serviço
como
advertência e ate assuntos tratados
pelas chefes são expostos pelos
colegas. Eu acho que deveria ser
respeitado
esse
assunto
principalmente pela enfermagem
Suj. 9
Eu acho que e muito escasso o sigilo
profissional por que quase que não se
respeita quando alguma informação é
vazada toda instituição fica sabendo.
Suj. 10
Muitos profissionais de enfermagem 1ª IC Não e muito respeitado
não levam tão a sério o sigilo
profissional, revelando assim a
sociedade a vida do paciente
hospitalizado. Na minha percepção
sigilo
profissional
poderia
ser
comparado a um cofre que jamais
seria aberto para ninguém a não ser
entre os profissionais que cuidam dos
pacientes.
Suj. 11
Infelizmente as percepções hoje sobre 1ªIC Não é muito respeitado
sigilo profissional é decepcionante,
não é muito respeitado. Durante
minha vivência e experiência vejo os
profissionais perdendo o respeito a
ética e o sigilo.
Suj. 12
Qualquer atividade profissional tem 1ª IC Não é muito respeitado
que tomar como principio a integridade
físico moral do paciente , porém não é
muito respeitado
Suj. 13
Decepcionante, pois as pessoas 1ª IC Não é muito respeitado
não têm como confiar e tudo fica as
claras principalmente na área de 2ª IC Diferente do que se
enfermagem, quando estuda é uma aprende na escola
coisa e na pratica é totalmente
diferente, não da para confiar em
ninguém. No mundo não esta
havendo mais amor com o próximo,
cada um e para si, não esta tendo
mais aquela confiança, o respeito
1ª IC Não é muito respeitado.
57
que tinha antigamente. As pessoas
a cada dia vão se modificando o seu
ser. No meio de cem pessoas você
encontra alguém diferente, mas está
difícil conviver com a realidade.
Suj. 14
Em meu cotidiano observo que são 1ª IC Poucos tem ética e
poucos os profissionais que sabem sigilo profissional
o significado de sigilo e ética, falta
respeito com o sofrimento alheio,
mas também tem aqueles que
transmitem
confiança
com
sua
discrição e paciência, sem fazer
comentário ou julgar o proceder alheio.
Suj. 15
A
maioria
dos
profissionais 1ª IC Não é muito respeitado
reconhece a importância do sigilo,
mas não respeitam principalmente
em cidades pequenas.
Suj. 16
Vejo que ainda existem profissionais 1ª IC Não é muito respeitado
que não cumpre com o sigilo
profissional
informações
que
deveriam ser mantidas em segredo
acabam muitas vezes sendo faladas.
Não concordo com isso.
Suj. 17
O
sigilo
na
profissão
de 1ª IC Não é muito respeitado
enfermagem ocorre fora da área
hospitalar, ou seja, pessoa que não
faz parte da instituição. Por outro lado,
dentro o ambiente hospitalar o
sigilo não existe, as pessoas ou
profissionais esquecem um pouco
dessa atitude.
Suj. 18
Os profissionais de hoje, não sabem 1ª IC Não é muito respeitado
o que é sigilo, não guardam
segredos,
não
respeitam
a
integridade do paciente e do
profissional de saúde
Suj. 19
Muitos falam, julgam e poucos têm 1ª IC Poucos tem a ética e
ética profissional que é a primeira sigilo profissional
coisa que se deve ser avaliado em um
profissional em sua admissão.
Suj. 20
Hoje em dia são poucos os 1ª IC poucos tem ética e
profissionais que demonstra ter sigilo profissional.
sigilo. Em minha opinião cada
58
assunto deveria passar pelas 3
peneiras, ou seja porque falar, o que
falar, pra quem falar.
Suj. 21
Na minha percepção o sigilo 1ª IC Não é muito respeitado
profissional
não
vem
sendo
respeitado o que se aprende fica
somente na teoria.
59
ANEXO C - Instrumento de Análise de Discurso 2 (IAD-2), questão 1
Questão: Se alguém pedisse para você descrever o que significa sigilo
profissional, o que você responderia?
IDEIA CENTRAL: É O QUE OUVE E NÃO DIVULGA
N
EXPRESSÕES – CHAVES
Suj. 2 Isso e difícil deixa, eu pensar... o sigilo profissional assim no meu
ponto de vista não deixa de ser uma ética do profissional naquilo que
você faz, então você tem que fazer as coisas dentro do seu setor e
ficar aqui dentro do seu setor e não tem que ficar levando pra outro
setor ou outras pessoas porque você tem que saber fazer e
demonstrar aquilo que você saiba fazer, então sigilo profissional eu
acho que é isso não sair falando para os outros o que você fez ou
deixou de fazer.
Suj.3 Eu falaria que o sigilo profissional nada mais é do que a ética dos
fatos que acontecem com o paciente, o sigilo é tudo aquilo que eu
entendo, tudo aquilo que você ouve a pessoa te dizer e você não
passa isso pra frente, você não divulga você não fala o que você ouviu
você simplesmente se puder ajudar, você ajuda... o sigilo tem que ser
preservado você não pode divulgar o que a pessoa fala. O sigilo nada
mais é pra mim que... na ética pelo menos na nossa profissão.
Suj.5 Então eu responderia o que a gente juramos o nosso juramento, por
que isso ai já é desde o berço eu vejo assim desde a ética a gente
aprende que a gente tem que ter educação então perfeito a palavra
sigilo por que isso é pra vida agente tem que crescer com isso e
principalmente hoje que eu sou técnica de enfermagem muito mais
então a gente estudamos isso juramos isso e é pro resto da vida.
Suj.7
Então sigilo profissional dentro de uma instituição... é tudo que
acontece aqui dentro a gente nunca pode sair pra fora e fala o que
acontece, com quem acontece o que está acontecendo. Segredo que
tem que ser aplicado.
Suj.10 Significa não revelar em hipótese alguma a vida do paciente bem
como seu diagnostico medico. Por exemplo, se um paciente for soro
positivo nunca devemos revelar a ninguém sobre isso.
Suj.14 Aquilo que não pode ser divulgado, é o respeito que temos para com o
próximo quando nos confia um assunto pessoal, um segredo.
Suj.17 É não contar aquilo que viu e ouviu á ninguém, ser ético.
Suj.19 O que ocorre no trabalho fica no trabalho não se deve sair contando
segredos alheios.
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IDEIA CENTRAL: GUARDA INFORMAÇÕES
N°
EXPRESSÕES – CHAVES
Suj.4
Guardar consigo informações as quais não devem ser expostas a
terceiros.
Suj.6
Sigilo profissional é aquilo que aconteceu ou vêm acontecer que o
paciente peça para guardar segredo. No caso seria em relação a
qualquer coisa tanto do particular. Quanto no que vem acontecendo
aqui no hospital, instituição ou algo pessoal mesmo.
Suj. 11 Não comentar os assuntos relacionados a vida do paciente com
ninguém.
Suj. 12 É a não declaração da informações particulares, intimidades,
preservando a privacidade do confidente.
Suj.16 Sigilo profissional é você guarda segredo de uma informação que
lhe foi confiada, sem que cause danos a terceiros.
Suj. 20 Tudo o que se sabe ou ficar sabendo a respeito do paciente
relacionado ao seu tratamento, não pode sair comentando sem
necessidade.
Suj.21 É guardar o que se vê e o que se faz, e a violação do segredo do
paciente é crime.
IDEIA CENTRAL: ATO DE CONFIANÇA
N°
EXPRESSÕES – CHAVES
Suj. 1 Segredo profissional, eu acho que a gente tem que trabalhar sempre
embasado no sigilo, ele é fundamental para a profissão com respeito
aos clientes que são nossos pacientes, eu acho que é o segredo de
tudo é o segredo da profissão que você esta.
Suj.13 O sigilo é um ato de confiança, onde a pessoa ira julgar o caráter da
mesma se haveria confiança ou não para relatar um ato. Hoje nem
todos há confiança.
Suj.15 Atinge todas as profissionais, é algo que nos é confiado e a
preservação do silencio é obrigatória. Tem como finalidade respeitar
e proteger a vida privada do paciente.
Suj.18 O sigilo na nossa profissão deve ser visto como um direito e como
um dever, propriamente segredo.
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IDEIA CENTRAL: NÃO EXPOR A VIDA DO PRÓXIMO
N°
EXPRESSÕES - CHAVES
Suj.8
O sigilo profissional significa você não expor vida do próximo e de
nosso colegas não ficar falando dos acontecimentos que ocorre
durante o serviço para fora do estabelecimento.
Suj. 9
Sigilo profissional pra mim é quando se guarda algo do paciente e
do familiar e principalmente doenças é também algo que acontece
dentro da instituição hospitalar desde a equipe de enfermagem até
mesmo a equipe da lavanderia.
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ANEXO D - Instrumento de Análise de Discurso 2 (IAD-2), questão 2
QUESTÃO: Durante sua vivência e experiência profissional, poderia me falar
quais suas percepções sobre este tema, sigilo profissional?
IDEIA CENTRAL: NÃO É MUITO RESPEITADO
Nº
EXPRESSÕES- CHAVE
Suj. 3
Hoje em dia não, acho que é respeitado muitas vezes pelo menos
na nossa profissão o sigilo não é respeitado, estamos em uma
classe muito desunida.
Suj. 4
Deveria ser um sigilo profissional, mas não é
respeitado
frequentemente ouvimos, situações sendo discutidas livremente
sem se preocupar quem esta ouvindo
Suj. 5
Porque a gente vê muita gente o que jurou não cumpre se vê
passa fofoca pra frente então falta muito mais a pessoa aprender
parar e pensar o que jurei, então eu penso assim tem que melhora
muito porque gente vê que o povo em si não respeitam
Suj. 6
Bom eu vivenciei pouco mais o pouco que já observei na verdade
eu vejo que não acontece isso, na verdade é uma palavra só na
teoria ao meu ver fica só nos livros ou que escuta as pessoas
falam mais nunca vi mesmo.
Suj. 7
Não está sendo respeitado porque, é uma coisa que deveria ser
respeitado, dentro do hospital. Não sair falando o que acontece
aqui dentro mas eu acho que ainda não esta sendo respeitado,
que muitos profissionais eles saem contam o que acontece cita
nome então acho que não esta sendo respeitado.
Suj. 8
É um tema que não é muito respeitado. Todos os acontecimentos
referentes ao serviço como advertência e ate assuntos tratados
pelas chefes são expostos pelos colegas. deveria ser respeitado
esse assunto principalmente pela enfermagem
Suj. 9
Eu acho que e muito escasso o sigilo profissional por que quase
que não se respeita quando alguma informação é vazada toda
instituição fica sabendo.
Suj. 10
Muitos profissionais de enfermagem não levam tão a sério o
sigilo profissional, revelando assim a sociedade à vida do
paciente hospitalizado. O sigilo profissional poderia ser
comparado a um cofre que jamais seria aberto para ninguém a
não ser entre os profissionais que cuidam dos pacientes.
Suj. 11
Infelizmente as percepções hoje sobre sigilo profissional é
63
decepcionante, não é muito respeitado. Durante minha vivência e
experiência vejo os profissionais perdendo o respeito a ética e o
sigilo.
Suj. 12
Qualquer atividade profissional tem que tomar como principio a
integridade físico moral do paciente , porém não é muito
respeitado.
Suj. 13
No mundo não esta havendo mais amor com o próximo, cada um
e para si, não esta tendo mais aquela confiança, o respeito que
tinha antigamente. As pessoas a cada dia vão se modificando o
seu ser. No meio de cem pessoas você encontra alguém
diferente, mas está difícil conviver com a realidade.
Suj. 15
A maioria dos profissionais reconhece a importância do sigilo,
mas não respeitam principalmente em cidades pequenas.
Suj. 16
Vejo que ainda existem profissionais que não cumpre com o
sigilo profissional informações que deveriam ser mantidas em
segredo acabam muitas vezes sendo faladas. Não concordo com
isso
Suj. 17
O sigilo na profissão de enfermagem ocorre fora da área
hospitalar Dentro o ambiente hospitalar o sigilo não existe, as
pessoas ou profissionais esquecem um pouco dessa atitude
Suj 18
Os profissionais de hoje, não sabem o que é sigilo, não guardam
segredos, não respeitam a integridade do paciente e do
profissional de saúde
Suj 21
Na minha percepção o sigilo profissional não vem sendo
respeitado o que se aprende fica somente na teoria.
IDEIA CENTRAL: O SIGILO É FUNDAMENTAL
Nº
EXPRESSÕES – CHAVE
Suj. 1
Acho que a minha percepção em relação a isso o sigilo é
fundamental hoje no trabalho. Então já passei por algumas
situações de trabalhar com o sigilo, situações simples que nos
temos hoje no cotidiano por exemplo na UTI o paciente faleceu,
os familiares na porta, aguardando, nós não podemos falar é o
sigilo. Quem dá a notícia de um óbito é o médico Por ai, outras
coisas difíceis em relação ao HIV nos também temos que ter o
sigilo que os pacientes que vem para exames fazem aqui, são HIV
positivo é a mesma coisa. Os familiares, não sabem. Então nós
deparamos,com o paciente tem a família que não sabe. Isso é o
sigilo, então a gente não pode passar. As minhas vivências a
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maioria foi desse tipo.
Suj. 3
Na minha vivencia experiência também o sigilo profissional. Me
ensinou muito, me evitou de processos, me evitou de
desequilíbrio com a equipe. Ajudou na harmonia, o sigilo ele ajuda
você em tudo, o sigilo e a ética que vão caminhar juntos.
IDEIA CENTRAL: DIFERENTE DO QUE SE APRENDE NA ESCOLA
Nº
Suj. 2
EXPRESSÕES – CHAVE
Então na verdade quando a gente começa a trabalhar se vê que
totalmente diferente das coisas que a gente aprende na faculdade,
na realidade a gente tenta seguir todos os pontos que a faculdade
nos ensina, mas você chega no ambiente de trabalho você vê que
isso é impossível não tem como. Não que você queira sair falando
as coisa não é questão disso.
Suj. 13 Decepcionante, pois as pessoas não têm como confiar e tudo fica
as claras principalmente na área de enfermagem quando estuda é
uma coisa e na pratica é totalmente diferente, não da para confiar
em ninguém..
IDEIA CENTRAL: TEM COISAS QUE DEVEM SER REVELADAS.
Nº
Suj. 2
EXPRESSÕES – CHAVE
É que as vezes muitas coisas acontecem você tem que passar pra
pessoas pra frente pra que isso não possa estar acontecendo de novo.
Então, tem que ter o sigilo mesmo, mas as vezes é tão sobrecarregado
ou coisa assim que acontece tão fora do normal que a gente tem que
passar pra frente, pra que isso não possa ocorrer com o outro que ta
vindo.
IDEIA CENTRAL: POUCOS TEM A ÉTICA SIGILO PROFISSIONAL
Nº
EXPRESSÕES – CHAVE
Suj. 14 São poucos os profissionais que sabem o significado de sigilo e
ética, falta respeito com o sofrimento alheio
Suj. 19 Muitos falam, julgam e poucos têm ética profissional que é a primeira
coisa que se deve ser avaliado em um profissional em sua admissão.
Suj. 20 são poucos os profissionais que demonstra ter sigilo. Em minha opinião
cada assunto deveria passar pelas 3 peneiras, ou seja porque falar, o que
falar, pra quem falar.
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ANEXO E - Parecer Consubstanciado n. 476.258/2013
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Anna Karlla e Thaline - Escola de Enfermagem Wenceslau Braz