Publicação do Deputado Federal Antonio Bulhões Auditoria nas urnas e na Petrobrás Discurso proferido em 12/11/2014 pelo Deputado Antonio Bulhões Terminamos um desafio eleitoral como ninguém poderia imaginar no início deste ano. Quando se começou a batalha jornalística pelas informações sobre a campanha dos candidatos, os responsáveis pela comunicação dos partidos davam notícia de que ocorreria uma vitória fácil no primeiro turno para presidente, enquanto os oponentes diziam que havia muita coisa ruim para mostrar. Isso nós podíamos pensar que era uma estratégia de marketing eleitoral, porque ninguém entra numa disputa anunciando que vai perder. Seria um contrassenso total. Mas o que as cúpulas das campanhas não imaginavam era que as urnas fossem surpreender o Brasil inteiro, quando apresentou um resultado tão próximo. Com um resultado tão apertado era até previsível que alguns militantes decepcionados fizessem algum protesto, alegando qualquer coisa como fazem os torcedores de futebol quando perdem uma partida. Mas o que as televisões mostraram foi a exibição de um pensamento reacionário, que se pensava não mais existir. A imprensa sempre nos falava de um bom pensar progressista, mas nunca citavam o pensar regressista. Nós, conservadores, não compartilhamos a fé em qualquer utopia, seja uma que nos quer fechado num paraíso futuro, seja aquela que nos quer levar para um ideal do passado. Não podemos compartilhar das ideias que pedem a intervenção militar para vingar a possível fraude nas urnas. Nós conservadores podemos até guardar um ceticismo em relação às urnas, porque somos realmente céticos. O nosso ceticismo existe, porque não partilhamos da mesma fé em um mundo ideal no futuro ou em um governo sempre honesto. Um princípio conservador é: confie, mas verifique. A desconfiança de quem nos governa é um sinal de cidadania madura. Cidadão é aquele que pode cuidar da própria vida e questionar o modo pelo qual o governo nos quer ajudar. Também não é razoável que um agente do Estado venha dizer que não se deve pedir uma auditoria do sistema de apuração dos votos, porque isso iria diminuir a credibilidade do sistema. Muita gente pode até pensar que os conservadores assistiram satisfeitos às manifestações pedindo a volta do regime militar. Informativo Parlamentar no 70 (Novembro/2014) Não concordamos com isso por dois motivos. Primeiro porque buscar a utopia no passado não é a mesma coisa que apego às tradições. O conservador não descarta as tradições recebidas, porque sabe que elas oferecem as bases para qualquer atuação política futura para melhorar a vida da sociedade. Segundo, porque o imperativo de continuidade é mais importante do que a promessa sobre como o retorno ao passado irá trazer melhoras. Se o conservador não se entrega às utopias, por que ele se tornaria um regressista? PETROBRÁS - Os conservadores, por reconhecer o imperativo da continuidade, também não concordam com o salto de etapas dos manifestantes, ao exigirem o impeachment da Presidente Dilma por uma suposta malversação do dinheiro da PETROBRAS. Se ninguém tem confirmação formal dos conteúdos relatados pelos personagens presos pela corrupção na empresa, a exigência do impeachment é um salto maior do que as pernas. Isso não tem apoio no conservadorismo, porque se sabe, pelos ensinamentos do tempo, que só se avança com a segurança dos pés firmes no chão. É importante comentarmos sobre esses episódios, pois futuras manifestações podem ficar mais acirradas e os progressistas vão nos acusar de não respeitar o processo democrático, como se a pessoa conservadora das boas tradições se movimentasse em hordas exigindo revolução ou um golpe. Nós prezamos o princípio da continuidade. Somos contra rupturas, porque a tradição política diz que quando elas ocorrem o sonho colorido nunca chega. Nós acreditamos na prudência. Esperemos o resultado da auditoria das apurações dos votos; esperemos tornar público o fim do inquérito sobre a PETROBRAS, para exercermos a nossa cidadania de questionar o governante. Por ora, colocar o carro na frente dos bois pode acender um rastilho de pólvora. Nós conservadores não confiamos nisso. Antonio Bulhões Deputado Federal / PRB-SP Neste Número: CPI do tráfico de pessoas ...................... Pg. 02 Celular ao volante ................................... Pg. 03 Informativo Parlamentar CPI DO TRÁFICO DE PESSOAS Discurso proferido em 18/11/2014 pelo Deputado Antonio Bulhões A Comissão Especial de Repressão ao Tráfico de Pessoas, onde tive a honra de trabalhar, apresenta um parecer sobre o Projeto de Lei nº 7.370, de 2014, cujos dispositivos se prestam a reprimir o tráfico internacional e doméstico de pessoas e propor medidas de proteção às vítimas. Digo que foi uma honra não porque gostava das histórias que foram relatadas, enquanto existia a Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o tráfico de pessoas. A honra que tive foi em ajudar a elaborar propostas para identificar as origens desse mal, as estratégias dos traficantes de pessoas e a dimensão que esse crime alcança no Brasil. Era um conjunto de testemunhos que só mesmo na fé encontrei forças para suportar os relatos da maldade humana. Constatei que a fraqueza e a falta de esperanças de algumas pessoas são iscas, para que outros seres humanos elaborem as mais sórdidas maneiras de explorarem e escravizarem aqueles infelizes. Todos que guardamos os valores cristãos da solidariedade e que agimos com a ética de não fazer aos outros o que não queremos que nos façam, concordamos que as leis devem ser implacáveis para coibir essa violência. A busca pela justiça é a razão de toda organização social. O homem precisa de uma sinalização da ordem, para que consiga viver em paz na terra. Por isso, os códigos de conduta são elaborados desde Talião. É um processo que nunca acaba, porque sempre se encontra uma maneira de o mal se manifestar. Ele só não vence, absolutamente, porque existem as pessoas que lutam contra a sua força. Foi com esse espírito que a Comissão Especial da Câmara dos Deputados formalizou projetos de lei que reprimissem os desvios criminosos que humilham as pessoas em situação de desamparo. Afinal, temos leis que se preocupam com o tráfico de drogas, por que ainda não tínhamos uma que lidasse com o tráfico de pessoas; uma lei que puna com severidade quem trata outros serem humanos como uma mercadoria descartável; uma lei que reprima a exploração sexual, o 02 trabalho pago somente com comida e a retirada de órgãos humanos para o comércio? Estar em um cárcere privado para servir de mercadoria de consumo é aviltante para qualquer pessoa civilizada. A proposta da Comissão Especial determina que esse tipo de crime seja qualificado como hediondo. Por nada menos deveria ser julgado, porque tais posturas dos agentes causam repulsa por exporem comportamento social tão aviltante. A Comissão foi além, instituindo um cadastro nacional de traficantes de seres humanos. O cadastro servirá como uma defesa prévia da sociedade. Com ele, saberemos os antecedentes do traficante e assim poderemos antecipar os cuidados com os desprotegidos. A CPI do Tráfico de Pessoas também recebeu depoimentos sobre as fraudes nas normas para a adoção de crianças brasileiras. Reportagens informam que crianças desparecem e nunca mais são vistas. Isso não é sensacionalismo, é audácia criminosa. Se armas, drogas e carros cruzam as fronteiras com facilidade, por que seria difícil uma criança ser raptada para fora do Brasil com documentos fraudados? Para reprimir o tráfico de crianças com objetivos criminosos, a Comissão Especial elaborou um dispositivo que limita a adoção de criança por organismos internacionais quando devidamente credenciados no Brasil. Os intermediadores desumanos do tráfico terão mais dificuldades agora para prosseguir com a atividade. O trabalho da Comissão levou muitos meses para chegarmos a pontos que ajudam a esclarecer os muitos matizes do problema. Mas do trabalho não só resultou em aumento de penas; foi-se adiante, propondo um auxílio às vítimas do crime de exploração da dignidade humana. Sabendo-se que a população sempre pergunta o porquê de tantos benefícios para os criminosos, a Comissão propôs também que as vítimas tenham direito a receber três parcelas do seguro-desemprego, no valor de um salário mínimo. Esse seguro não teria a finalidade de uma bolsa assistencial, mas um auxílio até a pessoa recuperarse do trauma e achar um emprego honesto. Antonio Bulhões Deputado Federal / PRB-SP Informativo Parlamentar 03 CELULAR AO VOLANTE Discurso proferido em 26/11/2014 pelo Deputado Antonio Bulhões Vários estudos de entidades especializadas mostram que o uso do celular aumenta o risco de morte ao volante. Em outubro, a psicóloga Andréia Matos Lima, de 33 anos, morreu na Avenida das Nações, em Brasília, após perder o controle da direção do veículo que conduzia. Antes de parar completamente, o veículo percorreu cerca de 500 metros. Nesse trajeto, subiu no meiofio, invadindo o canteiro central, e ainda bateu em três árvores. Os bombeiros, durante cerca de 10 minutos, tentaram, em vão, reanimar a jovem. A AC CO OM MP PA AN NH HE E O OS S P PR RO OJJE ET TO OS S D DO O D DE EP PU UT TA AD DO O.. O Deputado Antonio Bulhões, desde o início de seu mandato propôs mais de 60 Projetos de Lei. Acesse PROJETOS em: www.deputadoantoniobulhoes.com.br Essa é mais uma tragédia que se abate sobre uma família inteira, em decorrência de um acidente de trânsito. Neste caso, além de uma vida perdida de maneira absurda e repentina, duas crianças ficaram órfãs. E supõe-se que a causa do acidente tenha sido uma troca de mensagens por meio do aplicativo WhatsApp. O uso do celular ao volante é considerado, atualmente, a principal causa de distração no trânsito. E, sem dúvida, o número elevado de acidentes nessas circunstâncias tão somente reforça essa tese. Informativo Parlamentar De acordo com uma pesquisa feita nos Estados Unidos, o motorista, quando atende uma ligação, olha uma mensagem de texto ou simplesmente dá atenção ao telefone mesmo no viva-voz, aumenta em 400% a probabilidade de se envolver em um acidente. No Brasil, diversamente de países como Estados Unidos e Alemanha, praticamente não existem estudos sobre o uso do aparelho celular pelo condutor com o carro em movimento. 04 profundas e definitivas no comportamento dos motoristas. O Brasil ocupa o 4º lugar em número absoluto de mortes no trânsito, mais de 43 mil em 2013, ficando atrás apenas da China, da Índia e da Nigéria. Conforme dados do Ministério da Saúde, o trânsito mata cinco pessoas a cada hora. Vale notar que, apesar de todas as evidências sobre o risco de acidentes em decorrência da utilização de aparelhos celulares ao volante, falta aos motoristas no Brasil a exata noção acerca do perigo a que se expõem. Assim, colocam em risco não só a própria vida, mas a de outras pessoas também. Realmente, não faltam motivos de preocupação, sobretudo quando vemos o resultado de uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, mostrando que 84% dos motoristas admitem usar o aparelho celular enquanto dirigem! No entanto, um levantamento feito nesse sentido pelo Departamento de Trânsito (Detran) no Distrito Federal mostrou que, dos 393 acidentes fatais ocorridos em 2012, 117 foram provocados por condutores distraídos. Com razão, defende-se, pois, que deve ser mais rigorosa a fiscalização sobre esse problema. A multa e as demais punições para quem dirige e, ao mesmo tempo, usa o telefone devem ser tão pesadas quanto as aplicadas para o motorista alcoolizado. Constata-se que, infelizmente, não há uma política mais efetiva e de âmbito nacional para conter as mortes no trânsito, essa doença de proporções alarmantes, uma autêntica epidemia. É preciso, recentes Brasileiro. medidas, com efeito, fazer algo mais do que as mudanças no Código de Trânsito É preciso proceder a uma série de campanhas intensas e mudanças Constitui, enfim, responsabilidade de todos mudar essa realidade, concorrendo ativamente para reduzir o número de acidentes e mortes no trânsito. Não se trata de papel apenas do governo e dos órgãos e autoridades de trânsito, mas depende, principalmente, da consciência e da mudança de atitude dos próprios motoristas. Precisamos, sim, nos empenhar ao máximo para que haja mais respeito à vida e que, portanto, os motoristas não utilizem celulares quando estiverem dirigindo. Antonio Bulhões Deputado Federal – PRB/SP “Sábio não é aquele que busca a novidade para ser feliz. Sábio é aquele que consegue entrar na rotina da vida e fazer as coisas repetidas como se as fizesse pela primeira vez”. (Antonio Bulhões) BRASÍLIA: Praça dos Três Poderes, Anexo IV – Gabinete 327 – Brasília (DF) – CEP: 70160-900 – Tel: (61) 3215-5327 SÃO PAULO: Rua Vergueiro, 981 – Conjunto 25 – Liberdade – São Paulo (SP) – CEP: 01504-001 – Tel: (11) 2872-9323 E-mails : [email protected] – [email protected]