MC200_064a72_mutilacao 10/17/07 4:40 PM MULHERES DO MUNDO “Mutilada” (já traduzido para o português) e uma das mais respeitadas militantes internacionais contra a mutilação genital feminina: “Todas as mulheres têm o direito à informação, de saber o que o corte no clitóris representa para sua vida”. Pode ser que ainda demore para que esse gesto bárbaro deixe de ser visto como tradição e para que os homens não precisem disso para preservar a honra da família. Mas, saindo de Rombo, tive a certeza de que o caminho da preservação da integridade dessas mulheres passa pelo fim do ciclo da ignorância. E ele pode estar mais perto do que imaginamos. Para entrar em contato com a MAA e colaborar com o fim da mutilação feminina, visite o site www.e-solidarity.org.Você também pode entrar em contato pelo tel. 41-22-3483-370, ou pelo e-mail [email protected], ou ainda escrever para 38 Ch. Edouard Olivet, 1.226,Thônex, Genève, Suíça. 72 Page 72 a EM NOME DA VIDA mutilação genital feminina (MGF) é um problema crônico em países asiáticos e do Norte e Nordeste da África. Atualmente, ocorrem seis mil mutilações diariamente —ou mais de dois milhões ao ano no mundo, segundo a ONG Massai Aid Association (MAA), uma das várias entidades internacionais empenhadas em extingüir a prática ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU). Ao contrário do que muita gente imagina, a mutilação não está diretamente ligada a nenhuma religião, embora seja mais freqüente entre povos muçulmanos. A prática tem se perpetuado como tradição cultural necessária para preservar a castidade e a honra das mulheres. Quase sempre é realizada numa espécie de rito de passagem para a adolescência, e muitos governos ainda resistem em classificá-la como violação dos direitos humanos para não provocar a ira de líderes locais. Os tipos de corte variam da forma mais “branda” (só o clitóris é cortado), passando pelo corte dos pequenos ou grandes lábios, até a infibulação, onde pequenos e grandes lábios são extirpados e a vagina é costurada. Cada comunidade alega suas próprias razões para continuar a prática, mas a mais comum é o controle do prazer da mulher pelos homens. Em algumas tribos, a MGF ocorre em ambientes privados, longe dos olhos da família. Mas em outras, pode acontecer durante uma festa: dançar sentindo dor intensa seria prova de bravura. Existem situações ainda mais grotescas —não há limite para a crueldade. Neste Mulheres de ano, a discussão sobre a Rombo assistem curiosas à MGF ganhou especial fôaula de Annie lego no Egito, onde está em curso campanha que conseguiu aliar de maneira inédita setores do governo, líderes religiosos e ativistas populares. Dados da MAA mostram que 97% das egípcias entre 15 e 49 anos são mutiladas. Um recente decreto do Ministério da Saúde do país proibiu o procedimento e o Ministério de Assuntos Religiosos publicou um folheto explicando por que o Islã não exige a prática. Na lista de países com situação mais crítica, além do Quênia, constam Sudão, Mali, Burkina Faso, Etiópia e Chade, entre outros. NO EGITO, HÁ UMA CAMPANHA FORTE PARA ELIMINAR DE VEZ A PRÁTICA