A IMPORTÂNCIA DO PATRIMÓNIO
NA ESCOLHA DO DESTINO TURÍSTICO
Autor: Licenciado Artur Jorge Faria Quintal
Orientador: Professora Doutora Maria Manuela M. S. Sarmento Coelho
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA COMO REQUISITO PARCIAL
PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM GESTÃO
ESTRATÉGICA E DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
Funchal, Outubro 2008
DEDICATÓRIA
À Caty,
pelo apoio e pelo conforto,
pela energia e pela Luz
2
AGRADECIMENTOS
São em momentos como este - que marcam o nosso percurso de vida, enriquecem o nosso
património intelectual e, por consequência, a nossa essência humana – em que temos de
exaltar a nossa gratidão e profundo reconhecimento a todos quantos, directa ou
indirectamente, tornaram possível a realização deste trabalho de investigação académica.
Cabe, por isso, uma primeira palavra de agradecimento à Professora Doutora Manuela
Sarmento pela sabedoria transmitida, pelo acreditar no tema proposto, pelo empenho, estímulo
e dedicação ao seu desenvolvimento, e pelo seu carinho à Madeira.
À minha mãe, por Tudo, aos amigos, pela solidariedade e conforto, aos colegas de Mestrado,
pelo companheirismo e troca de ideias.
Ao João Carlos Abreu, ex-secretário regional do Turismo e Cultura, e ao Gilberto Teixeira,
antigo Conselheiro Técnico do Gabinete do Secretário Regional do Turismo e Cultura, pela
amizade, pelo saber e experiência, pelo apoio e compreensão.
Aos colegas e amigos Dorita Mendonça, Elisabete Alves e Gil Camacho (SRTT) e Sara
Camacho (DRAC), pela colaboração prestada ao longo do trabalho de pesquisa exploratória.
À Márcia Baptista, pelas horas dedicadas aos números, ao amigo portosantense Artur Ferreira,
pela inesgotável disponibilidade, aos jornalistas e amigos de sempre Emanuel Correia, João
Carlos Silva e Lourenço Freitas, pela lealdade e bons conselhos.
Aos directores hoteleiros Manuel Cid (Riu Palace Madeira), Vanda Rosado (Residencial
Central), João Dias (Albergaria Dias), Daniel Serrão (Hotel Monumental Lido), Guida Silva
(Hotel Girassol), Isaac Gomes (Monte Mar Palace Hotel) e Énio Encarnação (Quinta do
Jardim da Serra), pelo tempo e cooperação dispensados à aplicação dos inquéritos.
3
A Sua Excelência o Presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira, Dr. Alberto
João Jardim, aos directores regionais do Turismo e dos Assuntos Culturais, respectivamente,
Dr. Paulo Faria e Dr. João Henrique Silva, ao director executivo da Associação de Promoção
da Madeira, Dr. Oto Oliveira, ao delegado da Associação Portuguesa de Agências de Viagens
e Turismo, Sr. João Welsh, e à presidente da Associação de Arqueologia e Defesa do
Património da Madeira, Dra. Isabel Gouveia pela gentileza e disponibilidade com que
acederam às entrevistas.
E a ti, meu Amor, muito obrigado!
4
RESUMO
O turismo continua a ser o principal sector de actividade e motor da economia regional.
Graças ao clima ameno e às belezas naturais, a imagem do destino Madeira esteve sempre
associada ao factor Natureza, recurso turístico mais autêntico e vendável.
Neste trabalho de investigação propôs-se avaliar se o património regional, nos seus
componentes natural, cultural e histórico, condiciona ou favorece a escolha pelo destino e de
que modo contribui para a sua promoção externa.
Através de uma abordagem antropológica, procurou-se aferir se a cultura popular, transmitida
de geração em geração, construída ou apreendida, se apresenta como um factor de atracção
para o turista e veículo de captação de novos segmentos de mercado.
Além da pesquisa bibliográfica e documental, os turistas foram convidados a revelar as
motivações das suas escolhas e os responsáveis do Turismo e da Cultura a explicar que
políticas preconizam para estes sectores.
A Madeira conserva um perfil de turista de idade adulta, de nível económico médio-alto, que
viaja em voos charter e prefere hotéis de quatro e cinco estrelas. A maioria viaja atraída pelos
recursos naturais e culturais da Ilha, com as férias a terem correspondido às expectativas para
81,6% dos turistas. O regresso é admitido pela quase totalidade dos visitantes, que
classificaram de bom o tempo passado na Madeira.
A satisfação pela qualidade da oferta turística é o ponto mais evidenciado pelos turistas. Por
sua vez, as entidades regionais do sector público e privado assumem que a cultura é
efectivamente uma componente indissociável na promoção do destino.
Palavras-chave: Património, Turismo Cultural, Destino Turístico, Marca, Promoção.
5
ABSTRACT
Tourism is the main sector of activity and a driving force of our regional economy. Thanks to
its mild climate and natural beauty, the Madeira’s image as a tourist destination has always
been linked to Nature.
In this research project the purpose is to analyse if regional heritage in its natural, cultural and
historic components, encourages the choice of this destination and how this has contributed to
its promotion abroad.
Through an anthropological approach, we tried to ascertain if popular culture handed down
from generation to generation, raised or apprehended, presents itself as an attraction factor for
tourists and as of new form of conquering new market segments.
In addition to literature and documentary research, tourists were invited to expose their
motivations, while those responsible for tourism and culture had to explain why they
recommend and pursue these policies for this sector.
Madeira Island preserves a senior tourist profile with a medium-high economic level, which
travels on charter flights and prefers four to five stars hotels. The great majority of travellers
are attracted by the natural and cultural resources of the island, with the holidays coming up to
the visitor’s expectations on 81.6%. Almost all visitors admit they will be returning to
Madeira and rate their time spent in Madeira as being good.
The satisfaction with the service quality provided is clearly the most pointed out factor by
tourists. In return, local public and private sectors assume that culture is indeed a determinant
component,
when
promoting
Madeira
as
a
tourism
destination.
Key words: Heritage, Cultural Tourism, Tourist Destination, Brand, Promotion
6
ÍNDICE
DEDICATÓRIA……………………………………………………………...…………..2
AGRADECIMENTOS.......................................................................................................3
RESUMO............................................................................................................................5
ABSTRACT.......................................................................................................................6
ÍNDICE..............................................................................................................................7
ÍNDICE DE FÍGURAS....................................................................................................11
ÍNDICE DE GRÁFICOS.................................................................................................12
ÍNDICE DE QUADROS..................................................................................................14
SIGLAS............................................................................................................................16
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................17
1.1 INTRODUÇÃO………………………………...……………………………….17
1.2 TEMA E OBJECTIVOS DA INVESTIGAÇÃO…………...………………......19
1.3
HIPÓTESE E JUSTIFICAÇÃO…………………………...……...……...……. 21
1.4 METODOLOGIA DE TRABALHO…………………………...….……………23
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO…………………………...…….…...…….….26
´
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA……...…………………………. …28
2.1
INTRODUÇÃO………………………………..………………….……………28
2.2
PRESSUPOSTOS DO TURISMO..…...……………………...….….……. …. 29
2.2.1
2.3
O TURISMO CULTURAL……………………………..………..………...30
LUGARES DE INTERACÇÃO CULTURAL…………..……....…….……....32
2.3.1
A GESTÃO DA MARCA NOS DESTINOS TURÍSTICOS……...........…. 34
2.3.2
A MARCA………………………...………………………………....……. 35
2.3.3
PROMOÇÃO E MARKETING TURÍSTICO……………….……....……. 37
7
2.4
O TURISMO DE PORTUGAL……………..………………………….……....40
2.5
O TURISMO NA MADEIRA………………………….……….……..……….42
2.5.1
2.6
NOÇÕES DE CULTURA……………………………………...……………....50
2.6.1
2.7
ESTATÍSTICAS DO TURISMO NA MADEIRA…………..……...……...46
IDENTIDADE E ESPECIFICIDADE CULTURAL……………….………52
O PATRIMÓNIO COMO OPÇÃO TURÍSTICA...……………...…….…...….53
2.7.1
DO LEGADO À CONSTRUÇÃO SOCIAL……………........….…..…. …55
2.7.2
TURISMO E PATRIMÓNIO ANTROPOLÓGICO…………….....…...….56
2.8
PATRIMÓNIO E CULTURA NA MADEIRA……...…………....……...……58
2.8.1
PRESERVAÇÃO VERSUS UTILIZAÇÃO………...…………. …..……. 63
2.8.2
FÉRIAS E GASTO EM ACTIVIDADES CULTURAIS… …….……..…. 65
CAPÍTULO III: MADEIRA: RETRATO SOCIETÁRIO………………..…. ……67
3.1
INTRODUÇÃO……………………………..…………………….………...….67
3.2
BREVE RESENHA HISTÓRICA…………………...………….……….....…68
3.2.1
GEOGRAFIA DO ARQUIPÉLAGO…………………………..……..……69
3.2.1.1
3.3
Clima e Natureza……………………………..……...……………….71
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO…………………………...………………72
3.3.1
O SABER E O FAZER…………………...………..…. …...………..…. …77
3.4
ANIMAÇÃO, CULTURA E IMAGEM…………...…….…...……………. …80
3.5
ANÁLISE SWOT DO DESTINO MADEIRA…………….…......……………84
CAPÍTULO IV: PERFIL DO TURISTA E MODELO ECONÓMICO…..………87
4.1
INTRODUÇÃO………………………………………………………………...87
4.1.1
4.2
CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-DEMOGRÁFICA DO TURISTA……………89
4.2.1
4.3
ASPECTOS METODOLÓGICOS…………………………..……....…88
FREQUÊNCIA E TIPOLOGIA DAS VIAGENS………………..…….93
DETERMINATES DAS ESCOLHAS……………………………………..….98
4.3.1
DESCOBERTA E IMPACTO DO DESTINO……………..….…...…101
4.3.2
PARÂMETROS DA SATISFAÇÃO…………………………………109
4.3.2.1 Motivações e Segmentos de Mercado……………...………………….114
8
CAPÍTULO V: VISÃO E ESTRATÉGIAS GLOBAIS...........................................120
5.1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………….120
5.2
ENTREVISTAS………………………………………………………...…….121
5.3
ANÁLISE FUNCIONAL ÀS ENTREVISTAS…………………………...….135
5.4
CONCLUSÕES DAS ENTREVISTAS………………………………………141
CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES………...…………..…143
6.1
INTRODUÇÃO………………………………………………………...……..143
6.2
CONCLUSÕES GERAIS…….………………………………….……………144
6.3
REFLEXÕES FINAIS…………………………………………………...……146
6.4
MODELO FINAL………………………………………………………….…147
6.5
RECOMENDAÇÕES……………………………………………………..…..148
6.6
LIMITAÇÕES DO TRABALHO.....................................................................149
6.7
INVESTIGAÇÕES FUTURAS………………………………………………150
BIBLIOGRAFIA…………………………………………………………...…………151
APÊNDICES………………………………………………………………………….160
APÊNDICE A - INQUÉRITO……………………………………………...………160
APÊNDICE B – GUIÃO DE ENTREVISTA………………………………..……..167
APÊNDICE C – PLANO OPERACIONAL DE VARIÁVEIS…………………….169
APÊNDICE D – MANANCIAL DE QUADROS………………………………….183
APÊNDICE E – LISTA DE ENTIDADES, ESPAÇOS, MONUMENTOS
E EVENTOS CULTURAIS………………………………………..…………193
ANEXOS……………………………………………………………………………...202
ANEXO F – EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS E DE TURISMO
NO ESPAÇO RURAL, POR CATEGORIA………………………………….202
ANEXO G – EMPRESAS DE ANIMAÇÃO TURÍSTICA
LICENCIADAS NA RAM…………………………………………..………..203
ANEXO H – AGÊNCIAS DE VIAGEM EXISTENTES NA RAM………….……207
ANEXO I – RENT-A-CARS EXISTENTES NA RAM……………………..……..209
ANEXO J – ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS COM REGIME
DE DIREITOS REAIS DE HABITAÇÃO (TIME SHARING-TS)…….……211
ANEXO L - IMÓVEIS CLASSIFICADOS DA RAM,
9
POR CATEGORIA E CONCELHO……………………………………….…212
ANEXO M – ORÇAMENTO DO TURISMO E CULTURA-PIDDAR2008
E DA ASSOCIAÇÃO DE PROMOÇÃO…………………………………….216
10
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 3.1: Mapa do Arquipélago da Madeira……………………………………………69
Figura 3.2: Divisão Administrativa da RAM……………………………….…………….70
Figura 3.3: Modelos de Pirâmides Etárias……………………………………...…………75
11
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 3.1: Evolução da População Residente na RAM…………………………...…….72
Gráfico 3.2: Evolução da População Residente na RAM, por Concelhos………………..73
Gráfico 3.3: Pirâmide Etária da População Residente na RAM…………………………..76
Gráfico 4.1: Total de respostas, segundo o sexo dos inquiridos………………………….90
Gráfico 4.2: Total de indivíduos, segundo a situação face ao trabalho…………………...91
Gráfico 4.3: Total de indivíduos, segundo os grandes grupos etários ……………………91
Gráfico 4.4: Total de indivíduos, segundo a frequência
que viaja para fora do seu país………………………………………………93
Gráfico 4.5: Total de indivíduos, segundo o motivo das viagens…………………..…….94
Gráfico 4.6: Total de indivíduos, segundo o período de gozo de férias…………………..94
Gráfico 4.7: Total de indivíduos, segundo viaja sozinho ou acompanhado…………...….95
Gráfico 4.8: Total de indivíduos, segundo o acompanhante em férias……………………95
Gráfico 4.9: Total de indivíduos, segundo já ter visitado a RAM…………………….…..96
Gráfico 4.10: Total de indivíduos, segundo o tipo de voo utilizado…………….………..97
Gráfico 4.11: Total de indivíduos, segundo o conhecimento que tinham da Madeira…....99
Gráfico 4.12: Total de indivíduos, segundo o conhecimento
das grandes áreas turísticas da RAM………………………………………..99
Gráfico 4.13: Total de indivíduos, segundo o conhecimento de locais turísticos………..101
Gráfico 4.14: Total de indivíduos, segundo os elementos característicos
12
associados ao destino Madeira………………………………………….….103
Gráfico 4.15: Total de indivíduos, segundo os factores associados à Madeira
antes de conhecer o destino………………………………………………...104
Gráfico 4.16: Total de indivíduos, segundo actividades de lazer realizadas…….……….105
Gráfico 4.17: Total de indivíduos, segundo actividades desportivas realizadas…………106
Gráfico 4.18: Total de indivíduos, segundo eventos culturais
ou de animação a que assistiram……………………………………………107
Gráfico 4.19: Total de indivíduos segundo os factores associados à Madeira
depois de conhecer o destino……………………………………..……...…108
Gráfico 4.20: Total de indivíduos, segundo o nível de satisfação sobre o destino
e por diferentes categorias……………………………………………...………….110
Gráfico 4.21: Total de indivíduos, segundo o nível de satisfação………………...……..112
Gráfico 4.22: Total de indivíduos, segundo o grau de satisfação global…………...……112
Gráfico 4.23: Total de indivíduos, segundo as expectativas/objectivos de férias…...…..113
Gráfico 4.24: Total de indivíduos, segundo a melhor altura do ano para férias…………113
Gráfico 4.25: Total de indivíduos, segundo a intenção de voltar à Madeira….…...…….114
13
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 2.1: Presidentes da Delegação de Turismo da Madeira ………………………….45
Quadro 2.2: Mapa dos Empreendimentos Turísticos na RAM, em 2007……………...….47
Quadro 2.3: Mapa das Entidades Turísticas Existentes na RAM…………………………48
Quadro 2.4: Imóveis Classificados por Concelho e Categoria…………………………... 59
Quadro 2.5: Monumentos e Espaços Culturais Existentes na RAM………………..…… 60
Quadro 2.6: Associações Culturais Existentes na RAM……………………………...…..61
Quadro 2.7: Centros Culturais Existentes na RAM……………………………...………..62
Quadro 3.1: População Residente na RAM, Sem Nenhum Nível de Ensino,
a Frequentar o Ensino e Segundo a Taxa de Analfabetismo,
Por Sexo, 2001………………………………………………..……………..78
Quadro 3.2: População Residente na RAM, Segundo o Nível de Escolaridade,
Por Sexo, 2001………………………………………………………………78
Quadro 3.3: População Residente na RAM, Segundo a Actividade Económica
e o Emprego, Por Sexo, 2001……………….………………………………79
Quadro 3.4: Famílias e Núcleos Familiares Residentes e Alojamentos Familiares Existentes na
RAM, 2001…………………………...……………………………….……80
Quadro 3.5: Calendário de Eventos Culturais, Festas Religiosas
e Festas Populares na RAM………………………………………………....81
Quadro 3.6: Calendário de Feiras e Eventos de Turismo com Participação da RAM……83
Quadro 3.7: Análise SWOT do Destino Madeira…………………………………...…….85
Quadro 4.1: Distribuição das respostas ao questionário, segundo local de aplicação…….88
Quadro 4.2: Distribuição das respostas ao questionário,
segundo concelho de aplicação.......................................................................89
Quadro 4.3: Total de indivíduos, segundo o país de origem……...………………………90
14
Quadro 4.4: Total de indivíduos, segundo o nível de escolaridade……………………….92
Quadro 4.5: Total de indivíduos, segundo o rendimento mensal…………………………92
Quadro 4.6: Total de indivíduos, segundo as principais razões de escolha
pelo destino Madeira………………………………………………………..96
Quadro 4.7: Total de indivíduos, segundo outros motivos de escolha do destino……..…97
Quadro 4.8: Total de indivíduos, segundo a tipologia do alojamento escolhido…...…….98
Quadro 4.9: Total de indivíduos, segundo o conhecimento de outras áreas turísticas...….100
Quadro 4.10: Total de indivíduos, segundo o conhecimento de outros locais turísticos…102
Quadro 4.11: Regressão Logística, segundo a variável dependente
“tenciona voltar Madeira”……….……………………………………..….115
Quadro 4.12: Teste de Hosmer e Lemeshow…………………………………………….116
Quadro 4.13: Sumário do modelo…………………….…………………...…………….116
Quadro 4.14: Variáveis incluídas no modelo…………...……………………………….116
Quadro 4.15: Variáveis retiradas do modelo…………………………………………….117
Quadro 4.16: Agglomeration Schedule………………………………………………….118
Quadro 4.17: Descrição dos clusters…………………………………………………….119
15
SIGLAS
AP-M – Associação de Promoção da Madeira
APAVT – Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo
ARCHAIS – Associação de Arqueologia e Defesa do Património da Madeira
DRAC – Direcção Regional dos Assuntos Culturais
DRT – Direcção Regional do Turismo
INE – Instituto Nacional de Estatística
IPDT – Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo
PENT – Plano Estratégico Nacional do Turismo
PIB – Produto Interno Bruto
PIDDAR – Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Região Autónoma da
Madeira
POT – Plano de Ordenamento Turístico
OMT – Organização Mundial do Turismo
RAM – Região Autónoma da Madeira
SRTT – Secretaria Regional do Turismo e Cultura
SWOT - Strengths, Weaknesses, Opportunities, and Threats
UMa – Universidade da Madeira
UNESCO – United Nations Educational Scientific and Cultural Organization
16
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO
Com o fim do modelo fordista1, criaram-se novos cenários onde se expressa a tensão em que
vive actualmente o turismo; reconversão das áreas industriais em declínio para fins turísticos;
estratégias de reconversão dos destinos turísticos consolidados; novos espaços turísticos de
hiper-realidade; e crescente procura de estratégias turísticas de sustentabilidade (Campêlo,
2007).
A partir deste enquadramento, em que se desenham novos modelos da teoria e prática
turística, emerge a necessidade de se proceder a uma reflexão pertinente e aprofundada, já que
o turismo actual se redefine em moldes que ultrapassam as estratégias tradicionais.
De acordo com as teorizações de Donaire (1998), Harvey (1989), Urry (1995), a redescoberta
do património introduz no turismo novos espaços e realidades, como zonas industriais
reconvertidas, seja pelo aproveitamento dos “vazios” entretanto causados pelo fim do seu uso
ou, num sentido por vezes definido como “pós-moderno”, fazer desses espaços industriais
espaços de memória, introduzindo o espaço de produção na lógica turística.
Embora se reconheça que questionar o turismo a partir da Antropologia possa parecer um
pouco abusivo, a verdade é que é preciso aceitar-se que a Antropologia tem uma palavra
1
O turismo fordista tinha por base uma especialização sectorial, a partir de poucos recursos naturais (praia ou montanha),
numa oferta caracterizada pela homogeneização. O destinatário é visto como uma massa uniforme, esquecendo-se da
singularidade da procura e das novas exigências. Outra característica é a contradição que se verifica entre uma oferta rígida e
homogénea e uma procura em mudança e diferenciada. Este modelo turístico teve uma rápida consolidação por se basear no
avanço tecnológico dos transportes e das comunicações e teve como objectivo estrutural a maximização do número de
visitantes.
17
pertinente a dizer no redimensionamento das estratégias relativas ao turismo, se se trata de
assuntos como os da cultura, do património e do desenvolvimento sustentado. Os conceitos de
património, autenticidade e identidade, emergentes nos modelos recentes da indústria turística
devem sujeitar-se a uma abordagem antropológica crítica.
O conceito de património inclui não apenas o conteúdo a que se refere mas também as
relações sociais e culturais que lhes são inerentes. Campêlo lembra que só deve ser
considerado património aquilo que possa ser compreendido e sentido, como algo de pertença,
pelo grupo humano que o herda. Ressalva que a herança patrimonial tem uma utilidade que
vai para além do mero acto de guardar ou conservar. Ela é algo que enriquece as
comunidades, porque lhes dá sentido, identifica-as com a sua memória, fazendo com que se
transforme num capital, a que podem recorrer sempre que é preciso investir na consciência de
si mesmas e na transformação do mundo onde age.
«O consumo do património insere-se no conceito de mercantilização da cultura: vende-se e
compra-se para usufruto imediato» afirma Hewison (1987) considerando que se passou de um
olhar reducionista e elitista do património2 para uma visão de produto de mercado.
Não obstante as correntes filosóficas que se debruçaram sobre o turismo contemporâneo e do
chamado pos-modernismo, com a assumpção de novos paradigmas e modelos turísticos, a
Cimeira do Rio (1992) marcou uma nova etapa na abordagem do sector ao definir os
princípios do um desenvolvimento sustentável como estratégia de acção futura.
Por desenvolvimento sustentável entende-se assim a capacidade de responder às necessidades
do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras; um processo de mudança
que tem em conta a exploração dos recursos, a orientação dos benefícios, a aplicação das
técnicas, a evolução das instituições e empresas, com o fim de reforçar o potencial
socioeconómico, apto para responder às necessidades e aspirações da humanidade; os sistemas
políticos e económicos, assim como as realidades ecológicas variam de lugar para lugar e por
isso não existe nenhum modelo ideal de desenvolvimento sustentável.
Admitindo que o turismo sustentável é um turismo aberto e flexível, tendo em conta a
realidade económica, social e cultural de um determinado lugar, Donaire (1998) propõe sete
princípios básicos que identificam este modelo de desenvolvimento turístico:
2
Umas vezes era visto como expressão do exótico, lugar do “outro”, outras vezes como expressões do raro e do belo, próprio
do mundo ocidental, ou ainda como espaços do popular, visitado pela nostalgia de uma identidade perdida.
18
1. Turismo planificado. A planificação terá em conta um estudo detalhado das
condições do presente e das perspectivas do futuro, a partir de determinadas variáveis:
económicas; ambientais; sociais e culturais.
2. Turismo integrado. A oferta turística deve ser o resultado natural dos recursos locais:
as formas arquitectónicas, os acontecimentos festivos, a gastronomia, a relação com o
território. Não pode haver turismo alheio à identidade (mesmo tendo em conta o
quanto difícil é definir este termo) do lugar onde ele se pratica.
3. Turismo aberto. O turismo sustentável está aberto ao seu território. A dimensão local
do turismo assenta nas especificidades locais, na abertura às localidades vizinhas,
propondo assim uma oferta baseada na diversidade.
4. Turismo dimensionado. Não pode haver um turismo sustentável sem estar
dimensionado ao tempo em que se realiza e ao espaço onde se pratica. O fim do
conceito de “estação” turística é importante para reduzir os impactos sobre o território,
a despersonalização da experiência turística. A viabilidade de um projecto turístico
depende de um dimensionamento onde a capacidade do território e a qualidade da
experiência sejam acauteladas.
5. Turismo participativo. Deverão ser incluídos novos sistemas de gestão, através da
participação de todos os agentes que intervêm no processo turístico. É importante
referir que esses agentes não são meramente os profissionais do turismo, mas também
as comunidades locais, as associações comunitárias e outros agentes económicos e
políticos.
6. Turismo duradouro. O turismo sustentável não se baseia num crescimento a curto
prazo, tendo em conta a procura. Ele deverá ter em conta o modelo que propõe e
definir a partir dele as estratégias a longo prazo. Assim, o turismo sustentável deverá
integrar o crescimento económico com a preservação do meio ambiente e da
identidade local, os quais são os principais activos do desenvolvimento turístico.
1.2 TEMA E OBJECTIVOS DA INVESTIGAÇÃO
O tema que intitula a presente dissertação de mestrado – “A importância do património na
escolha do destino turístico” – surge da ousadia confessa de se analisar, com igual rigor
19
científico, um sector que até aqui tem sido matéria privilegiada de estudo para economistas,
gestores e analistas de marketing, com base naquilo que se considera alicerçar, estar na base,
da essência humana e da vida dos indivíduos em grupo: a Cultura.
Tratando-se de uma ilha com fortes tradições na história do turismo, uma das primeiras
cidades europeias no Atlântico e, por consequência, hoje um produto e destino perfeitamente
amadurecidos, procura-se avaliar numa perspectiva antropológica se os diferentes géneros do
património regional, tangível e intangível, condicionam ou motivam a escolha por um
determinado destino turístico e, naturalmente, a que níveis contribuem para a sua promoção e
divulgação externa.
Especificamente, procura-se aferir se os elementos físicos, mas também simbólicos e
imaginários de um destino como a Madeira, insular, Atlântico e europeu, dotado de
microclimas e paisagens únicas, constituem de per si vantagens comparativas capazes de se
tornarem vantagens competitivas num mercado tão concorrencial, globalizado e vulnerável
como é o de hoje.
Por outro lado, tentar compreender se a sua génese cultural, assente nos costumes, nos usos,
nas tradições, nas lendas e na memória colectiva de um povo que é ilhéu, se afigura como
condição real de atractividade do turista que alimenta expectativas e que aqui procura sonhos,
experiências e novas sensações.
Na verdade, queremos saber se a identidade própria dos lugares, isto é, a língua, os dialectos,
as crenças religiosas, os aspectos arquitectónicos, morfológicos, geológicos e climáticos, as
manifestações culturais nas suas mais variadas expressões artísticas, o sentimento de pertença
das populações, as redes sociais de parentesco, de vizinhança e de amizade e as relações entre
povos ilhéus e insulares vizinhos, com as suas influências de inter e multiculturalidade, podem
ou não constituir motivos de promoção e captação turística nos mais diferentes mercados do
sector.
Dito de outra forma, conferir se não são essas pequenas partículas do nosso património
natural, cultural e histórico, como as casas de colmo, as piscinas naturais do Porto Moniz, os
carrinhos de cesto do Monte, os vimes, o bordado e o Vinho Madeira, o bolo do caco, a
espetada e o filete de espada com banana, o milho frito, a poncha, as levadas, o “brinquinho”,
o folclore, o clima ameno… os nossos recursos turísticos mais importantes, verdadeiros
20
símbolos regionais, diferenciadores e distintivos de uma marca, a marca Madeira3 que levam
por esse Mundo fora, a verdadeira razão da nossa existência turística e, por consequência, da
nossa atractividade, ao invés de produtos construídos e copiáveis como o golfe, os SPA’s, os
resort’s, entre outros.
1.3 HIPÓTESE E JUSTIFICAÇÃO
Uma vez definidos tema e objectivos do presente trabalho, partimos da hipótese central de que
o destino Madeira – o terceiro principal destino turístico em Portugal, seguindo-se a Lisboa e
Algarve - continuará a beneficiar de uma promoção fortemente sustentada e interligada nas
características do património cultural da ilha. Os recursos naturais e físicos e a hospitalidade
das suas gentes são factores ainda hoje distintos e potenciadores de serem transformados em
vantagens competitivas.
Neste contexto, foram várias as motivações que nos conduziram à produção desta dissertação
de mestrado versando a temática do Turismo e Cultura.
Em primeiro lugar, pela oportunidade que o exercício de funções no Gabinete do secretário
regional do Turismo e Cultura, no período compreendido entre 2004 e 2007, proporcionou na
familiarização com a gestão diária de ambos os sectores, daí surgindo uma apetência quase
natural para a realização de uma análise científica colocando em confronto o turismo e a
cultura.
Em segundo lugar, tratando-se de uma região cuja principal fonte de receita económica advém
da actividade turística, com forte peso no PIB regional e fomentando o emprego e o sustento
de grande parte das famílias madeirenses, urge saber se a promoção deve ou não continuar a
incidir naquilo que verdadeiramente nos diferencia e distingue enquanto portugueses ilhéus e
um dos povos mais antigos da Europa.
3
Segundo a Associação de Promoção da Madeira, “a nova marca Madeira assenta num posicionamento inovador de bem-estar
e de descoberta de nós próprios como um todo. Este posicionamento, com uma carga emocional muito forte, leva-nos ao
conceito revelador da Madeira como uma ilha holística. (…) É nesta paisagem de contrastes da Madeira, em perfeita harmonia,
que encontramos o equilíbrio tão desejado entre o nosso corpo e a nossa mente. O novo posicionamento da Marca Madeira
reflecte-se numa imagem rejuvenescida e inspiradora e numa assinatura que fala por si”.
21
Honestamente, tendo por base formação académica em Antropologia Cultural e Urbana,
procuraremos demonstrar até que ponto uma explicação antropológica pode ser importante
para a definição de estratégias futuras de marketing e promoção turística. Pois, só a História e
factores de natureza antropológica podem explicar por que é que a Madeira figura no mapa
turístico mundial desde há mais de dois séculos.
Trata-se de uma ilha com um dos principais portos europeus, que esteve no centro das
Descobertas, na rota do comércio do açúcar, procurada pelos povos do norte da Europa pelas
qualidades terapêuticas do seu clima, foi a primeira região do país onde se jogou futebol, foi
Região Europeia da Cultura em 2004 e cuja capital – o Funchal – assinala neste ano de 2008
os 500 anos da sua fundação.
A riqueza do património edificado e classificado, a beleza das suas representações geológicas,
a variedade de emblemas culturais, a estética dos núcleos históricos, a conservação e restauro
das localidades, por um lado, e a introdução de novos equipamentos e mobiliário urbano, por
outro, para além da variedade de sonoridades musicais e da qualidade do seu vinho de mesa,
fazem desta terra uma terra com características únicas.
Pegando no tema “Património em Diálogo”, assunto que esteve em destaque nas Jornadas
Europeias do Património, em 2007, iniciativa anual do Conselho da Europa e da União
Europeia, é nosso propósito fomentar o diálogo e o debate crítico entre os cidadãos sobre os
seus valores culturais, a sua herança histórica e sobre a consciencialização para a sua
conservação e preservação. Ou seja, sensibilizar os madeirenses e porto-santenses e os agentes
de cultura e de turismo, em particular, para a importância do património cultural, do seu
usufruto e sua consequente promoção e divulgação externa.
A promoção da cultura integrada na vida socioecnómica de uma cidade ou região constitui um
elemento de grande atracção para o turismo, proporcionando alternativas aprazíveis aos
visitantes. Por isso, acreditamos que ao se criar um produto novo ou a se preservar um produto
de turismo cultural, fomentamos um ambiente cultural e a fidelização de um turismo de
qualidade.
22
1.4 METODOLOGIA DE TRABALHO
O termo metodologia designa o conjunto de métodos, técnicas e procedimentos, organizados e
sistemáticos, a partir dos quais se constrói o conhecimento respeitante a determinada área do
saber. O processo de investigação envolve uma série de passos distintos, indo desde a
elaboração do projecto até à altura em que são publicadas as suas descobertas ou
disponibilizadas sob a forma escrita (Moreira, 1994).
A estratégica metodológica ao longo das várias fases do trabalho assentou fundamentalmente
na triangulação de técnicas: na pesquisa bibliográfica e documental e pesquisa exploratória de
terreno.
A pesquisa bibliográfica implicou necessariamente, e em primeiro lugar, a recolha de
publicações sobre metodologias de trabalho e de obras várias nos domínios da antropologia
urbana e cultural e em marketing e economia do turismo.
O recurso à fonte documental compreendeu a recolha de dados estatísticos, mapas e
documentos oficiais que permitiram uma caracterização precisa do quadro cultural existente,
assim como das movimentações turísticas na Região.
A pesquisa de terreno propriamente dita, e já numa fase mais avançada do trabalho,
consubstanciou-se na realização de questionários de administração directa (ou autoadministrados) aos turistas hospedados em algumas unidades de alojamento espalhadas pela
ilha, de modo a aferir as suas preferências, razões de escolha pelo destino e aspectos que mais
valorizam.
Os inquéritos bilingue, construídos em português e inglês, com 28 pontos de análise
(Apêndice A), foram aplicados entre os dias 10 de Março e 10 de Maio de 2008,
propositadamente para abranger o período de mini-férias da Páscoa e o fim-de-semana da
Festa da Flor, dois momentos altos no turismo da Madeira.
Antes, foi feito um pré-teste ao questionário sobre um universo de 30 indivíduos, de modo a
assegurar-se um tipo de linguagem acessível e aferir-se da sua clareza, objectividade científica
e ordem nas perguntas.
Foram escolhidos hotéis segundo critérios de proximidade com a administração (que se
pressupõe sem relação directa com os turistas, mas que nos garante maior abertura e
colaboração na aceitação deste tipo de trabalhos), da sua distribuição geográfica e das
23
diferentes categorias de alojamento. Foram então seleccionadas três unidades hoteleiras no
centro do Funchal (Albergaria Dias, Hotel Girassol e Hotel Monumental Lido), uma na zona
Este (Hotel Riu Palace), duas para Oeste (Quinta do Jardim da Serra e Monte Mar Palace) e
uma no Porto Santo (Residencial Central).
A amostragem e em particular os processos de amostragem aplicam-se em variadíssimas áreas
do conhecimento e constituem, muitas vezes, a única forma de obter informações sobre uma
determinada realidade que importa conhecer. A teoria da amostragem é assim um dos
instrumentos que possibilita esse conhecimento científico da realidade, onde outros processos
ou métodos alternativos, por razões diversas, não se mostram adequados ou até mesmo
possíveis.
A amostragem é o processo de determinação de uma amostra a ser pesquisada, onde a amostra
é uma parte de elementos seleccionada de uma população estatística. Antes de se estabelecer o
plano amostral, é fundamental identificar a população-alvo e a população do estudo.
No caso concreto do nosso estudo, a população-alvo é constituída por todos os turistas que
visitam a Ilha da Madeira. No entanto, e por questões de ordem operacional, foi necessário
identificar a população do estudo constituída pelos turistas que visitaram a Ilha da Madeira
entre Março e Maio de 2008 e sobre a qual foi retirada a amostra.
O objectivo geral na extracção de uma amostra é obter uma representação fidedigna da
população que conduza a estimativas das características da população com uma boa precisão
relativamente aos custos de amostragem, isto é, obter uma amostra representativa da
população.
Não obstante a amostragem por conveniência não ter “garantia estatística” de que a amostra
seleccionada seja representativa, estas técnicas de amostragem não aleatória são muito
utilizadas e muito úteis quando não é possível usar amostras aleatórias, no âmbito de estudos
preliminares ou exploratórios, para além de que garantem maior taxa de participação e
fidedignidade nas respostas e baixa redução de custos e de tempo.
Apesar da sua fragilidade científica, este tipo de amostragem pode ser usada com êxito em
situações nas quais captar ideias gerais e identificar aspectos críticos pode ser mais importante
do que a objectividade científica, como é o caso da realização de pré-testes de um
questionário.
Importa salientar que o questionário administrado é na sua generalidade constituído por
variáveis qualitativas ordinais e nominais, pelo que se definiu um Plano Operacional de
24
Variáveis (Apêndice C) segundo a respectiva designação na base de dados, tipo e escala. As
variáveis qualitativas categóricas são codificadas na base de dados de acordo com a categoria
definida.
Com o objectivo de simplificar a análise estatística e a interpretação de resultados foram
criadas variáveis auxiliares e, ainda, uniformizadas respostas no conjunto de variáveis onde
aparece subjacente uma descrição resultante da alternativa “Outro”.
Os métodos estatísticos aplicados de acordo com os objectivos do estudo consistem
basicamente em procedimentos descritivos dos dados, tais como frequências absolutas e
relativas, tabelas e gráficos, dado que as variáveis recolhidas são na maioria qualitativas.
Numa fase posterior, surge a análise multivariada com Regressão Logística para indicar os
factores determinantes na escolha do destino Madeira e a análise de Clusters para identificar
segmentos de mercado. De salientar também o teste de independência do Qui-Quadrado,
aplicado para testar a associação entre duas variáveis.
A Regressão Logística consiste em determinar quais os factores, sob a forma de variáveis
independentes, que podem influenciar um resultado (variável independente) e que pode ser
apenas positivo ou negativo, ou seja, apenas dois valores possíveis: sim ou não. Neste estudo a
variável independente encerra-se na escolha do destino Madeira.
A análise de Clusters é um procedimento multivariado para detectar grupos homogéneos nos
dados, de tal modo que os indivíduos pertencentes a um grupo são o mais semelhantes entre si
e diferenciados dos restantes, podendo os grupos serem constituídos por variáveis ou casos.
Podem ser utilizados métodos hierárquicos, que obrigam ao cálculo de uma matriz de
semelhanças/distâncias ou os não hierárquicos que se aplicam directamente sobre os dados
originais e que partem de uma repartição inicial dos indivíduos por um número de grupos
definidos pelo investigador.
O teste de independência do Qui-Quadrado é um teste estatístico com o objectivo de avaliar a
associação entre duas variáveis qualitativas.
Por último, e de acordo com o cronograma definido no projecto de investigação, foram ainda
realizadas entrevistas semi-estruturadas a diversas entidades com responsabilidades nos
sectores público e privado nos campos da Cultura e do Turismo (Apêndice B).
A escolha pela realização de entrevistas semi-estruturadas prende-se com o facto do grau de
estruturação deste tipo de entrevista permitir total liberdade de movimentos ao entrevistador
25
para alterar a ordem sequencial das perguntas, bem como introduzir novos elementos
susceptíveis de obter mais informação.
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
Após a apresentação teórico e conceptual da temática de pesquisa e da operacionalização dos
conceitos intrinsecamente ligados aos fenómenos do turismo e da cultura e da análise à
complexidade de promoção e atracção dos turistas para mercados cada vez mais globalizados
e concorrenciais, que se apresenta nos Capítulos I e II, o presente estudo discorre por mais
quatro capítulos de trabalho prático, onde se processa a leitura dos censos à população e o
tratamento e análise dos dados estatísticos resultantes dos questionários aplicados aos turistas,
destinados a medir as suas preferências e razões de escolha pelo destino Madeira.
Assim, o Capítulo III diz respeito à análise antroposociológica sobre o crescimento
demográfico da população da Madeira ao longo dos últimos anos, com particular interesse
para a sua estrutura etária, níveis de escolaridade, população activa e situação perante o
emprego. Por outro lado, apresenta-se aqui o mapa dos principais eventos que fazem parte do
calendário de actividades culturais e de animação, assim bem como das principais feiras de
turismo onde a Madeira está assiduamente presente. Por fim, comentamos a percepção que se
tem da Madeira em três dos seus principais mercados emissores (Reino Unido, Alemanha e
Portugal) e esquematizamos a análise SWOT do destino Madeira.
Já no Capítulo IV, a um nível etnográfico e mediante a colocação de inquéritos, validou-se o
perfil sociográfico dos turistas que visitaram a Madeira e Porto Santo nos meses de Março e
Abril de 2008, bem como a tipologia do alojamento escolhido, a distribuição dos locais
visitados e de referência, as actividades desenvolvidas e os níveis de satisfação.
No Capítulo V, apresenta-se a visão oficial das autoridades governamentais e associativas
regionais para as problemáticas do turismo e da cultura, suas interpretações e formas de
encarar os sectores, consequentes do conjunto de entrevistas efectuadas, designadamente ao
Presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira, directores regionais dos Assuntos
Culturais e do Turismo, director executivo da Associação de Promoção da Madeira, presidente
26
da Associação de Arqueologia e Defesa do Património (ARCHAIS) e delegado na Madeira da
Associação Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo (APAVT).
Finalmente, no Capítulo VI, à laia de conclusão, procuramos traduzir em notas finais aquilo
que consideramos ter sido a nossa estratégia argumentativa que sustenta o discurso e
sintetizamos as conclusões que permitem confirmar a hipótese, e levantamos a ponta do véu
para estudos futuros.
À medida que fomos investigando no terreno e recorrendo ao uso de fontes estatísticas,
documentais e a suportes multimédia, obteve-se um grande volume de informação que embora
relevante para a realização deste trabalho de pesquisa, remetemos para o domínio dos anexos.
27
CAPÍTULO II
REVISÃO DA LITERATURA
2.1 INTRODUÇÃO
O turismo é um sector altamente dinâmico e mutável, irremediavelmente sujeito às
vicissitudes do mundo moderno e globalizado. O turista sonha, idealiza conjunturas e alimenta
expectativas. Os destinos pouco maduros, que definam posicionamentos de mercado sobre
preferências pouco consolidadas, cuja oferta oscile consoante as modas e que não fidelizem os
seus segmentos de mercado pelos recursos turísticos de que dispõem, perderão para modelos
turísticos inovadores, mas suportados por estudos mutidisciplinares sobre turismo, onde uma
abordagem antropológica permite a introdução de novos elementos de investigação, como a
cultura, o património e novos públicos e espaços de fruição, susceptíveis de contribuir para
uma mais eficiente e eficaz promoção dos destinos. No caso concreto do destino Madeira,
com dois séculos de história do turismo, trata-se de fortalecer uma marca e definir estratégias
de marketing assentes em factores de atractividade que preencham ou, pelo menos,
complementem as escolhas dos turistas e, em termos de rendibilidade económica,
acompanhem a ainda crescente oferta hoteleira.
Neste capítulo, tratou-se de analisar os pressupostos do turismo do ponto de vista teórico e
conceptual, as cidades como lugares de interacção social, a gestão da marca nos destinos
turísticos, a promoção e o markting turístico e, numa perspectiva macro económica, o turismo
em Portugal e na Madeira. Abordou-se também algumas noções de cultura e questões de
identidade e especificidade cultural, o património como opção turística e o espectro do
património na Madeira, sua preservação e utilização e, finalmente, as escolhas de férias e
gasto médio dos turistas em actividades culturais.
28
2.2 PRESSUPOSTOS DO TURISMO
A Organização Mundial do Turismo (OMT) define o Turismo como «…o deslocamento para
fora do local de residência por período superior a 24 horas e inferior a 60 dias motivado por
razões não-económicas», mas em 1994 aperfeiçoou esta definição para «… o turismo engloba
as actividades das pessoas que viajam e permanecem em lugares fora do seu ambiente usual
durante não mais do que um ano consecutivo, por prazer, negócios e outros fins».
Para uma compreensão mais abrangente deste fenómeno, importa ter em conta os quatro
componentes que envolvem o turismo, na perspectiva de Ignarra (2003:11-12):
· O turista, que busca diversas experiências e satisfações espirituais e físicas;
· Os prestadores de serviços, que encaram o turismo como uma forma de obter lucros
financeiros;
· O governo, que considera o turismo como um factor de riqueza para a região sobre a
sua jurisdição;
· A comunidade do destino turístico, que vê a actividade como geradora de empregos e
promotora de intercâmbio cultural.
Mas, não obstante a discussão continuada sobre o uso do termo, o turismo emerge nos tempos
actuais com um conceito mais amplo, quer como actividade humana, quer como actividade
económica, visto que em muitas regiões do país e do estrangeiro a indústria do turismo é a
principal responsável pelo fomento do emprego e pela geração de riqueza.
Porém, o turismo é na verdade uma actividade fundamentalmente humana e universal e só
depois económica e numérica, conforme defendeu o antigo secretário regional do Turismo e
Cultura do Governo Regional da Madeira, João Carlos Abreu, em sede da Comissão de Ética
da OMT, reunida em 1978, em Nova Iorque.
Com efeito, o turismo tem como móbil o motivo da viagem, as expectativas, escolhas e
desejos do turista e a satisfação dessas emoções e desses sonhos por parte dos lugares e dos
prestadores de serviços de produtos turísticos. É feito por pessoas e para as pessoas.
29
Assim, de uma visão estrita de que o turismo se resumia a uma viagem recreativa de lazer,
passou-se a assumir uma visão mais abrangente na qual se passa a considerar uma
multiplicidade de motivações possíveis na génese dos movimentos turísticos.
Também assim, se aceita a definição de que o turismo envolve uma viagem e quase sempre se
desenvolve a uma distância de casa. Ou seja, que as experiências oferecidas pelos destinos não
se encontram disponíveis no ambiente de residência, daí constituir uma motivação turística o
facto de as pessoas terem de se deslocar dos seus locais de origem.
Entre as muitas definições possíveis, Henriques (2003:23) sublinha que o turismo pode
estruturar-se segundo diferentes características tais como «as motivações», «os seus modos de
exercício», «os seus espaços de prática» e ainda segundo o seu «conteúdo funcional».
Com base nestes pressupostos, fala-se então de turismo de negócios e profissional, turismo
religioso, desportivo, cultural, técnico, de saúde, de aventura, verde, litoral, urbano, rural,
elitista, de elevada gama social, de massas, entre outros.
O fenómeno turístico na percepção de Dantas (2005:12), começa por um pensamento, por um
desejo de uma sociedade, de uma determinada região ou país, em criar novas condições de
desenvolvimento económico, através da oferta dos seus recursos naturais, culturais e
históricos. Daí que a questão seja «o que oferecer, como, onde e quando?». Até, porque, do
outro lado de uma população desejosa de conhecer outros horizontes e de quebrar com a rotina
do seu quotidiano, surge a pergunta «que lugares visitar?».
2.2.1 O TURISMO CULTURAL
O turismo cultural começa a ser reconhecido como uma categoria de produto turístico distinta
nos finais dos anos 70, com o reconhecimento de que algumas pessoas viajam especificamente
com o objectivo de conhecer a cultura ou património de dado destino.
No entanto, conforme destacam Mckercher e Cros (2002), é a partir da «fragmentação do
mercado de massas nos anos 90 que o turismo cultural começa a ser reconhecido por aquilo
que ele é: uma actividade de mercado, de elevado perfil».
30
A Carta de Turismo Cultural Internacional, revista e ratificada em 1999, no México, reafirma
a importância da conservação assim como salienta a natureza dinâmica da relação
turismo/património.
Por sua vez, a OMT (1985) propõe uma definição ampla e outra mais restrita de turismo
cultural. A mais ampla define cultura como toda a viagem que pela sua natureza satisfaz a
necessidade de diversidade, de ampliação de conhecimento, que todo o ser humano traz em si.
A mais restrita compreende a viagem por motivos unicamente culturais ou educativos.
Já no entendimento de Richards (2000), turismo cultural abarca não só o consumo de produtos
culturais do passado como também da cultura contemporânea ou modo de vida de um povo ou
região. Assim, turismo cultural pode incluir tanto turismo do património (relacionado com
artefactos do passado), como turismo artístico (relacionado com a produção cultural
contemporânea) e turismo étnico.
Numa visão mais abrangente, Henriques (2003:50) diz que esta ideia romântica de cultura e de
intercomunicação cultural, deixa transparecer a importância da relação entre visitantes e
visitados, encontro entre pessoas, lugares com memória e inspiração e deixam transparecer
também a ideia do aumento das actividades de lazer e do consumo cultural.
Gomes Domingues (2000) fala de uma «mercantilização da cultura» com o desejo cada vez
maior de cultura, seja uma cultura socialmente mais codificada e mediática, seja uma cultura
reservada a círculos mais restritos.
Outros autores, como Talavera (2003) consideram que o turismo cultural é concebido como
uma forma de turismo alternativo que encarna o consumo da comercialização da cultura.
Elementos escolhidos de qualquer cultura passam a ser produtos oferecidos no mercado
turístico, pelo que o processo de geração de produtos culturais conduzem a novas formas de
interpretar a autenticidade e expressam o dinamismo e imaginação dos grupos locais para
adaptar-se às exigências da procura.
Fazendo referência a Villa (2001) acrescenta que a motivação do turismo cultural é
multidimensional, de maneira que o turista cultural não procura uma única experiência na sua
viagem, antes, no sentido estrito, o turista cultural está sobredimensionado, tratando-se de um
pequeno número de viajantes individuais, mais do que um turismo de massas.
Qualquer produto turístico (seja Sol e Praia, City Breaks, Touring ou Náutico, por exemplo) é
sempre resultado de um conjunto de recursos existentes num determinado território.
31
Na sua reflexão sobre a necessidade do recurso cultural se converter em recurso turístico,
Rodrigues (2007) defende que do ponto de vista de recursos culturais, cada território expressa
uma relação permanente entre passado e presente cuja manifestação ocorre no legado cultural
que vai deixando ao longo de sucessivas gerações. Desse legado fazem parte formas de cultura
mais eruditas ou populares; mais de carácter material ou imaterial. Lembra então que as
tradições, lendas, monumentos, arqueologia, artesanato ou simplesmente a gastronomia são
apenas alguns exemplos dos vários recursos culturais que caracterizam um território.
«Na cadeia de valor em turismo, a oferta cultural de um destino representa um factor de
produção fundamental» sublinha Rodrigues, para logo acrescentar, porém, que «para que esse
factor de produção seja utilizado na concepção de um produto, neste caso de um produto
turístico, é necessário que se submeta a um processo de transformação e que de recurso
cultural passe a recurso turístico».
Em suma, independentemente do valor cultural, patrimonial, histórico que um recurso possa
ter, somente adquire importância para o turismo se for de facto “consumido” pelo turista.
2.3 LUGARES DE INTERACÇÃO SOCIAL
O estilo de vida urbano e a modernidade são faces do mesmo fenómeno de complexidade e de
diferenciação da vida social, cujas principais características são o princípio da não-linearidade
e a grande autonomia de mundos e domínios específicos.
De acordo com Marc Augé (1998: 49-85), o urbano desenvolveu a coexistência e a articulação
entre lugares antropológicos e não lugares, ou seja, os indivíduos e os grupos podem
desenvolver relações individuais de natureza secundária, tais como relações de trabalho ou de
face a face, de amizade, de vizinhança ou ainda relações fundadas em interesses comuns que
se constituem nas ocupações de tempos livres. Assim, os lugares antropológicos são lugares
carregados de símbolos e valores culturais comuns e de relações continuadas e de natureza
variada. Os não-lugares são então espaços caracterizados pelo isolamento e pelo anonimato.
Rémy e Voyé (1994), na sua teoria das escalas, entendem a urbanidade como a arte de
comunicar à distância e o espaço urbano como o loucs de aculturação da modernidade. É,
32
pois, neste sentido que a cidade se torna numa forma de organização do espaço que favorece a
mobilidade e a troca dentro de um amplo sistema de inter-dependências. A identidade dos
indivíduos e dos grupos constrói-se num diálogo permanente entre dois tipos de espaços: o
espaço de enraizamento; e o espaço móvel.
Ao definir que a modernidade se organiza em torno de dois modelos espaciais, Rémy e Voyé
(1994) consideram que o primeiro modelo, o dominante, que corresponde àqueles adaptados à
vida em espaço urbano, permite a inclusão, enquanto que o segundo modelo, o de
ambiguidade e distância, representa uma maior dominância do espaço de enraizamento,
tornando o espaço aquilo a que Marc Augé (1998) chamou de lugar antropológico. Ou seja, ao
mesmo tempo que afirma que o espaço urbano se caracteriza por um lugar em que
predominam as relações secundárias, o isolamento e a impessoalidade, admite, por outro lado,
a circunstância de nesse mesmo lugar poderem coexistir relações face a face, resultantes de
um conjunto de estratégias comunitárias que unem os indivíduos e os grupos em torno de
interesses comuns ou que partilham um passado comum, um presente ou um futuro.
Analisando modalidades de ligação das áreas urbanas a um sistema internacional de relações
económicas, entre as quais o turismo, Giddens (2000) distingue cinco tipos emergentes de
cidade: o das cidade sede, onde as grandes empresas transnacionais estabelecem as suas
actividades principais e são orientadas para interesses globais; o da cidade centro de inovação,
que traduz uma área urbana onde se concentram indústrias de investigação e desenvolvimento,
desenvolvendo processos técnicos e científicos para produzir bens noutros lugares; o da
cidade local da produção modular, áreas urbanas que passaram a ser lugares de produção de
componentes mas cuja montagem final é efectuada noutras regiões do país; o entreposto do
Terceiro Mundo, centros fronteiriços com uma população substancial de imigrantes oriundos
de países do Terceiro Mundo; e o de cidades como centros de retiro, áreas com condições
climatéricas amenas para onde muitos reformados se mudam (casos de algumas colónias de
residentes ingleses e alemãs na Ilha da Madeira), sendo em parte uma migração interna.
Por conseguinte, a cidade tornou-se produtora de novas formas de cultura e de relações
sociais, em que um dos seus traços essenciais, conforme sublinham Gottdniener e Hutchison
(2000), é o da interacção intensa e permanente entre actores variados, circulando entre
mundos e domínios, num espaço social e geograficamente delimitado4.
4
Podemos ilustrar esta visão conceptual com os exemplos de algumas cidades marca na Europa, como Roma, Amsterdão,
Copenhaga, Londres, Paris, entre outras, onde sobressaem aspectos de diversidade cultural, de aculturação e de
multiculturalidade.
33
Cada vez mais associados à pós-modernidade e aos efeitos da globalização, os espaços
urbanos sofrem alterações por via de um novo turismo urbano, sobretudo ao nível da sua
espacialidade e territorialidade e transformações culturais por força do impacte do visitante na
dinâmica cultural das sociedades.
Ao estudar espaços específicos de interacção social como o locus de análise – em concreto a
taberna/mercearia de uma aldeia transmontana, enquanto espaço de circulação de bens,
pessoas e ideias e de produção e reprodução de relações sociais – Pais de Brito (1991)
pretendeu mostrar como nestes lugares se espelham e revelam estruturas e formas de
organização local, homogeneidades e diferenciações ou desigualdades entre os habitantes que
dela são clientes e se exprimem dimensões da temporalidade da aldeia no que esta tem de
universo auto-centrado e na diversidade das suas ligações com o exterior. Isto para se
compreender que são as particularidades comparativas e diferenciadoras dos destinos e dos
seus recursos turísticos que atraem os turistas amantes de um turismo cultural e de natureza,
que procura experiências relacionadas com o pulsar e o com quotidiano da terra, suas
envolventes e populações.
Já no entendimento de Urry (1995), os lugares estão cada vez mais a ser reestruturados como
centros para o consumo, enquanto providenciam o contexto para os bens e serviços serem
avaliados, comparados, comprados, utilizados. Depois, os lugares são em certa medida
consumidos, numa vertente visual, por locais e/ou visitantes, e através do uso sistemático
desses serviços. Mas, também, as localidades podem consumir a sua identidade de modo a que
os lugares se tornem todos literalmente consumíveis, muitas vezes se descaracterizando
devido a pressões económicas ou culturais externas e, com isso, diluindo-se na população o
seu sentimento de identidade e pertença tão caro à Antropologia Cultural e Urbana.
2.3.1 A GESTÃO DA MARCA NOS DESTINOS TURÍSTICOS
Ora, é nesta perspectiva que Litteljohn (2007) aponta para uma mudança de paradigma no
interesse pela marca ou branding5 dos destinos turísticos. Inicialmente, o enfoque era dado à
5
O branding ou gestão de uma marca (construir imagens de marca), é um processo sistémico e pluridisciplinar, onde se
integram disciplinas da gestão, do marketing, dos recursos humanos, da comunicação e do design entre outras. O objectivo da
gestão da marca, é conferir-lhe valor e acentuar-lhe o carácter de perenidade.
34
imagem do destino, mas à medida que estes foram conhecendo níveis mais elevados e
particulares de competição, surgiram sub-marcas de nicho que provocaram alterações no
marketing de lugares.
Com base nas definições de Kotler e Gertner (2004), Litteljohn sublinha que a marca de
destinos auto-intitula-se como “marketing estratégico de lugares”, desenvolvendo-se com
diferentes origens, como através da arte, da história, da educação, dos eventos
contemporâneos, da cobertura dos media, do boca-a-boca e através das acções de promoção
das empresas de turismo.
Dito de outra forma, emergem sub-segmentos de produtos turísticos, em cidades ou sítios de
interesse cultural e histórico, por exemplo, que têm na diferenciação o seu maior potencial e
recurso comparativo, capaz de se tornar numa importante vantagem competitiva, o que, no
entanto, obriga a acrescentar valor à experiência do visitante e a uma sincronização de marcas
entre o destino e o lugar em si mesmo.
Um exemplo de marca é o Reino Unido, que não sendo um destino barato viu-se obrigado a
encontrar novas formas de se tornar atractivo, pelo que hoje é definido como uma “ilha de
património tradicional e pouco convencional”, precisamente pela variedade de experiências
multiculturais e benefícios emocionais que pode proporcionar ao visitante.
2.3.2 A MARCA
A marca é a personalidade definida de um produto, uma experiência promissora, um
compromisso em satisfazer as expectativas e a distribuição consistente dessa promessa de
satisfação. Contudo, não se pode considerar uma marca, um nome ou logótipo, uma
publicidade ou um website, uma surpresa.
De acordo com Joana Neves (2006), uma marca é visível, funcional e emocional, sendo na sua
essência última o elemento mais influenciador no processo de escolha e o activo económico
intangível.
35
Na verdade, um produto ou serviço, além do seu conceito próprio, compõe-se por uma série
de características tangíveis e intangíveis, como qualidade, opções, estilo, marca e embalagem,
que satisfaçam efectivamente os desejos e as necessidades do consumidor.
A individualização de um produto depende do investimento que se faça em seu nome, ou seja,
na sua marca. Um nome, um símbolo, um design, qualquer que seja a sua forma, a marca
contribui para o processo de decisão do consumidor, à medida que diferencia o produto em
relação à concorrência.
Segundo Kotler (1998), a criação e gestão da marca é o principal problema na estratégia do
produto. Pois, desenvolver um produto de marca requer um grande investimento de longo
prazo, especialmente em propaganda, promoção e embalagem.
Embora adoptada em edições clássicas de marketing, a American Marketing Association
acrescenta à definição jurídica: «A marca é um nome, um termo, um sinal, ou um desenho ou
uma combinação destes elementos, com vista a identificar os produtos e serviços de um
vendedor ou de um grupo de vendedores e a diferenciá-los dos concorrentes.
Kotler acrescenta que «talvez a habilidade mais característica dos profissionais de marketing
seja a capacidade de criar, manter, proteger e melhorar uma marca. Para os profissionais de
marketing, o estabelecimento de uma marca é a arte e a essência do marketing».
Concluindo, a marca é um signo distintivo, visualmente perceptível, utilizado para diferenciar
produtos ou serviços de uma empresa das suas concorrentes, bem como atestar a
conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas.
As marcas surgiram com as primeiras trocas comerciais. De início eram sinais rudimentares,
que tinham como função autenticar a origem dos produtos. Hoje certifica-se igualmente, mas
por vezes não é um produto que tem uma marca, mas uma marca que tem, ou pode ter, um ou
mais produtos, como a Coca-Cola, a Bic, a Mitsubishi, entre outras. Mas também pode ser
uma marca de serviços, de acções sociais, políticas, ou religiosas, como a Cruz Vermelha, a
Green Peace, entre muitas outras.
Conforme salienta Pedro Sarmento (2006), a marca é em essência uma promessa da empresa
em fornecer uma série específica de atributos, benefícios e serviços uniformes aos
compradores.
36
Aliás, como o próprio Kotler frisa, a garantia de qualidade vem junto com as melhores
marcas, mas um marca é um símbolo mais complexo, podendo trazer até seis níveis de
significados: atributos; benefícios; valores; cultura; personalidade; e utilizador.
Com muita propriedade e em tempo oportuno, João Welsh, delegado da APAVT na Madeira,
escreveu o seguinte em artigo de opinião no Diário de Notícias do Funchal:
«… Presidente da Câmara da Calheta não quer que esta passe a cidade,
defendendo a manutenção do estatuto de Vila. Está de parabéns! Percebeu que
ganham muito mais em ser uma Vila atractiva e autêntica do que uma suposta
cidade… esta é, claramente, uma boa tendência de pensamento … só prejudicada
pela praia de areia artificial que nada tem de Vila típica da Região, fere a
autenticidade, descaracteriza o destino e em resultado penaliza-nos na
diferenciação, maior valor da Marca Madeira».
2.3.3 PROMOÇÃO E MARKETING TURÍSTICO
Nos tempos actuais, o turismo adopta um papel quase universal, e na verdade transversal a
muitos sectores da economia, tornando-se o centro do interesse tanto dos governos como das
pessoas, ao possibilitar diversas oportunidades de negócio e, sobretudo, de emprego.
Face à tendência a que se assiste de globalização dos mercados, muitos sectores industriais,
inclusive o do turismo, encetaram medidas de reestruturação e políticas de renovação na
procura de uma especialização, visando a obtenção de melhores rendibilidades.
As empresas de turismo passaram a dispor de um plano de marketing turístico, assumindo
assim uma óptica de marketing na definição das suas actividades, numa perspectiva dinâmica
e de futuro, passando a existir uma maior e melhor coordenação entre os departamentos e
secções existentes na organização.
Já no início da década, o Comité de Estudos de Mercado e Técnicas de Promoção da OMT, na
definição do seu programa de trabalho para o biénio 2002-20036, aludia à convergência dos
Estados membros em assinalar a importância para a conjuntura actual com base nos dados
6
Vide in http:// unwto.org/mkt/committees/dec_mipoc14-10_sp2.pdf
37
estatísticos e prospectivos, para o compartilhar de informação e de estudos sobre turismo e
para a eficácia das campanhas de promoção e marketing, para a troca de informação e
promoção em suporte electrónico, para os estudos da oferta e da procura, assim bem como
para a necessidade de melhoria dos canais de distribuição e de sincronização dos meios de
promoção para evitar a duplicação de esforços e o sobre emprego de recursos.
O marketing entendido enquanto disciplina de gestão que implica em simultâneo um sistema
de pensamento e um sistema de acção, torna-se uma ferramenta ou instrumento fundamental
para todos aqueles que pretendam obter sucesso ao planearem estrategicamente a sua
actuação.
Sendo que o marketing turístico apresenta especificidades que decorrem muito das
características particulares do produto turístico, da rigidez da oferta, da convivência com
desequilíbrios sazonais em termos de procura e da elasticidade desta, Figueira (1997) afirma
que o propósito da concepção de um plano de marketing turístico é, em consequência, o de
reflectir de forma clara e sistemática sobre as opções da empresa, traduzidas em decisões e em
planos de acção a fim de assegurar o seu sucesso e desenvolvimento.
Já Cobra (1992) deixa bem claro que o marketing é mais do que uma forma de sentir o
mercado e adaptar produtos e serviços. É, com efeito, um compromisso com a busca da
melhoria da qualidade de vida das pessoas.
De facto, com a introdução de novas técnicas de marketing, emerge primeiramente na Europa
Ocidental o conceito de produto turístico, o qual atinge o seu auge no início da década de 70,
período em que se deixa de olhar para dentro, ou seja, para o atractivo turístico, e se passa a
olhar para fora, para o turista.
O processo de comercialização do turismo passa então a ser sintetizado na obtenção da
informação para a tomada de decisão, na preparação de um plano de marketing, na execução
dos diferentes programas do plano e no controle da gestão.
Fazendo referência a Lopes e Beltrón (1990) Margarida Aires Martins7 salienta que o plano de
marketing é um instrumento que deve servir para estabelecer sequências de acções que a
empresa deverá realizar dentro de um processo ordenado e coerente. Acrescenta que a razão
principal que apoia a elaboração de planos de marketing é prever as acções da empresa frente
à concorrência, com o objectivo de apresentar alternativas válidas a todo o momento.
7
Vide in http://tabula.weblog.com.pt/arquivo/2007/10/marketing_turis_25.html
38
Citando ainda Acerenza (1990), a autora reforça a ideia de que o plano de marketing é um
documento no qual se encontram as decisões da empresa com relação ao mercado, ao tipo de
produto, aos canais de distribuição, aos preços pelos quais se irá vender o produto turístico e
as características gerais das actividades de promoção e venda.
É, pois, com base neste pressuposto que o Governo Regional da Madeira no seu Programa de
Actividades para o quadriénio 2007-2011 define um conjunto de orientações fundamentais em
termos de promoção do destino e, para o efeito, o estabelecimento de parcerias públicoprivadas.
A saber:
· Na criação de interacções com os agentes e operadores turísticos para o
estabelecimento de novas ligações aéreas;
· Na execução de acções de promoção e divulgação do destino turístico Madeira nos
mercados internacionais;
· Na captação de novos segmentos e nichos de mercado.
Visando:
· A promoção, divulgação e consolidação de ofertas de alojamento alternativas de
qualidade;
· A consolidação de segmentos de mercado relacionados com o turismo activo;
· A criação e requalificação dos locais e equipamentos de utilização ou de informação
turística;
· A promoção e divulgação do património natural, ambiental e edificado do destino
Madeira;
· A diversificação da oferta turística, valorizando destinos intra-regionais, no sentido
de apoiar a conquista de novos mercados;
· O rejuvenescimento da procura turística;
· A descentralização da oferta.
39
O executivo madeirense determina também, como vectores estratégicos para o fortalecimento
do sector do Turismo na Madeira, o desenvolvimento e a disseminação das novas tecnologias
de informação, a medição e controlo das variáveis e indicadores afectos ao sector, a
implementação de um sistema de informação turística que promova uma política eficaz e
capaz de rentabilizar os investimentos públicos e privados, a consolidação e enriquecimento
do calendário anual de eventos, a formação dos recursos humanos e dinamização do interesse
pelas profissões turísticas junto dos mais jovens e na dignificação das carreiras profissionais
ligadas ao sector e, por fim, no envolvimento de toda a população para a implementação de
comportamentos e atitudes adequadas a um destino turístico de qualidade e excelência.
Facilmente se observa que o turismo é uma indústria em constante desenvolvimento, num
mercado em permanente evolução e com um grande público a alcançar. Daí que uma
campanha bem estruturada, envolvendo organizações públicas e privadas, permitirá uma
maior amplitude na divulgação do destino e na captação de um número cada vez maior de
turistas. Pelo contrário, uma campanha de marketing que não incentive em simultâneo as
campanhas de marketing a nível local, irá fazer com que os serviços locais não sejam
conhecidos e que não haja um incentivo ao melhoramento dos serviços localmente, que mais
cedo ou mais tarde iria resultar num falhanço da campanha por não apresentar um verdadeiro
serviço de qualidade ao cliente.
2.4 O TURISMO DE PORTUGAL
O turismo é um sector de actividade económica não apenas importante pelas vantagens
directas que cria, mas também pelos efeitos multiplicadores e indutores que tende a provocar
nos espaços onde se desenvolve.
Considerando o turismo fundamental e decisiva a sua capacidade competitiva em relação a
outros destinos, o Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, in “O Turismo
em 2007”, uma publicação do IPDT8, deixa o alerta para que Portugal esteja atento às novas
realidades competitivas que envolvem o sector, devendo voltar-se para o futuro na procura de
8
Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo, presidido por António Jorge Costa.
40
novos enquadramentos de oferta e devendo procurar a inovação, a qualidade, a diferenciação e
a modernização.
Com efeito, tratando-se de um sector transversal e que por consequência assume uma
importância capital no desenvolvimento económico das cidades, carece definir-se e fomentarse políticas de desenvolvimento de um turismo sustentado9, que zelem pela preservação e
qualidade ambiental, pelo ordenamento e valorização urbanística, pela defesa do património
natural, cultural, histórico, linguístico e edificado.
Não há duvida de que o turismo tem uma importância verdadeiramente estratégica para a
economia portuguesa, em virtude da sua capacidade de criar riqueza e emprego, com o seu
peso a crescer na economia nos últimos anos, chegando a representar 11% do PIB em 2004.
Trata-se de um sector onde o país tem claras vantagens competitivas, mas a verdade é que
Portugal perdeu quota de mercado a nível internacional e está muito dependente de quatro
mercados emissores e do desempenho de três regiões, como sejam o Algarve, Lisboa e a
Madeira, sendo ainda afectado por uma elevada sazonalidade e limitações nas ligações aéreas.
Apesar disso, Manuel Pinho, ministro da Economia e Inovação, sustenta10 que o turismo em
Portugal está a viver um bom momento, as receitas estão a aumentar, existe capacidade
instalada e boa qualidade de infra-estruturas e recursos humanos. Em consequência – adiantou
– estão a surgir novos destinos de grande qualidade, dando como exemplos o Litoral
Alentejano, na zona Oeste, o Porto Santo e o Douro.
Portugal assume-se como um dos destinos da Europa onde se irá verificar um maior
crescimento do turismo, apostando fortemente na qualificação e competitividade da oferta, ou
seja, preconizando a transformação do sector num dos motores de crescimento da economia
nacional.
Portugal vai apostar nos recursos turísticos e nos factores que mais o diferenciam de outros
destinos concorrentes, como o “clima e luz”, “história, cultura e tradição”, “hospitalidade” e
“diversidade concentrada”, e em elementos que qualificam o país para o leque de opções dos
turistas, como “autenticidade moderna”, “segurança” e “qualidade competitiva”.
9
Depois da Cimeira do Rio (1992), o Conselho da Europa (1997) define desenvolvimento sustentável como “aquele que
permite suprir as necessidades de hoje dos turistas e das regiões receptoras, enquanto protege e melhora as oportunidades
para o futuro. É visualizado como conduzindo à gestão de todos os recursos, de forma a que as necessidades económicas,
sociais e estéticas possam ser supridas, ao mesmo tempo que são mantidos a integridade cultural, os processos ecológicos
essenciais e os sistemas de suporte da vida».
10
Na apresentação pública do PENT, a 19 de Janeiro de 2007, no âmbito da abertura da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa.
41
Estas são, aliás, as linhas de orientação que estão bem expressas no Plano Estratégico
Nacional do Turismo (PENT), documento que define as estratégicas e modelos de
desenvolvimento sustentado do sector do Turismo, visando entre muitas outras premissas, o
fomento do reforço das acessibilidades aéreas que contribuam para a redução da sazonalidade,
a melhoria da oferta e da imagem de marca e a realização de eventos que contribuam para a
notoriedade do destino, o enriquecimento e desenvolvimento de elementos da oferta cultural, a
qualificação e valorização urbana, ambiental e paisagística, a implementação de sistemas de
qualidade turística e de formação e valorização dos recursos humanos e a implementação de
uma forte campanha de comunicação e promoção do destino nacional.
É certo que o turismo português já vem fazendo incidir a sua actuação nos sectores estratégico
preço, condições climatéricas e belezas naturais, mas sendo que a procura de um destino é
cada vez mais determinada pela qualidade, há que insistir na assumpção por todos os
elementos da empresa turística desta cultura da qualidade.
Aliás, qualidade e inovação são «dois factores estratégicos diferenciadores que o turismo
português deve ter», sublinha Sarmento (2003: 62-63), frisando que essa deve ser uma
estratégia bem presente e definida na política de turismo nacional, até porque Portugal tem
perto de si mercados e infra-estruturas turísticas semelhantes que, por circunstâncias várias,
podem atrair e fazer derivar os turistas para outros destinos.
Enaltece por isso que a qualidade e profissionalismo devem ser o traço fundamental da oferta
turística e de todos aqueles que operam no sector: agentes de viagens; guias turísticos;
operadores de transportes; pessoal de hotelaria e restauração; construtores civis das unidades
de alojamento e de todos quantos prestam serviço ao turista ou ao visitante.
2.5 O TURISMO NA MADEIRA
A Madeira conta com cerca de duzentos anos na história do Turismo, mas há quem afirme que
o Turismo da Madeira já remonta ao século XV, logo após o momento de descoberta da Ilha
em 1419.
42
Em virtude da abertura das rotas oceânicas através do Atlântico e graças à sua posição
geográfica, surgindo como uma plataforma de ligação para a Ásia, África e América, a
Madeira começa, com naturalidade, a aparecer na cartografia da época.
Lemos (2003) sublinha que já nesta altura a Ilha se destacava «pelos aspectos da sua geologia,
orografia, clima, flora, fauna, antropologia e beleza paisagística», passando a ser
internacionalmente conhecida pelas denominações ‘A Ilha dos Amores’, ‘O Recanto do
Paraíso’ e ‘A Pérola do Atlântico’, esta última designação ainda em uso nos dias de hoje.
É pelas qualidades do seu clima ameno e temperado e consequentes efeitos terapêuticos que a
Ilha começa e merecer um importante destaque, sobretudo junto dos países do Norte da
Europa, nos séculos XVIII e XIX, e com as primeiras publicações sobre as suas condições
meteorológicas passa a constar nos guias médicos internacionais.
Já em meados do século XIX, a Madeira começa a ser referenciada como clínica de cura da
tísica pulmonar e como uma das mais importantes estâncias de cura para a tuberculose.
Daí se deve a grande procura na época pelos ingleses, que já na altura tinha uma grande
comunidade de indivíduos radicados na Ilha11, e às influências de vários médicos que
recomendavam a Ilha pelas temperaturas mais ou menos constantes entre o dia e a noite e pela
existência de fracas amplitudes térmicas diurnas e anuais.
A Madeira passou então a ser divulgada nas cartas e guias destinados aos doentes, chegando a
personalidades como o Príncipe Alexandre dos Países Baixos, a Princesa Amélia do Brasil, a
Rainha Sofia da Dinamarca, a Rainha Adelaide de Inglaterra, o imperador Carlos de Áustria,
Wiston Churchil, entre outros, que por razões terapêuticas e encantados pelo exotismo da Ilha
estiveram na Madeira.
Em “A Evolução do Turismo na Madeira no Período de 1975 a 2000”, Lemos cita Mourão
Pita que no seu livro de propaganda médico turística, “Madère – Station Médicale Fixe” dizia
em 1889:
«Somos visitados anualmente por centenas de ingleses, alemães, muitos
russos, e muitas centenas de outras nacionalidades, excepto franceses; todavia,
no último Inverno vieram algumas famílias desta nacionalidade, quase por
acaso, visitar a nossa ilha, mas sem dela ter um conhecimento preciso».
11
Foi na Freguesia da Camacha, no Concelho de Santa Cruz, o local onde se jogou futebol pela primeira vez em Portugal,
trazido pelos muitos ingleses ali residentes.
43
Neste enquadramento, compreendemos que a fama da Madeira se afigurava no contexto da
Europa pela sua dimensão e importância no Turismo Terapêutico passando a ser uma
alternativa às estâncias de Itália e da França.
Rapidamente, os aspectos do lazer e da beleza paisagística apareceram a par das referências
climático-terapêuticas na propaganda divulgada sobre a Ilha, surgindo a partir daí os primeiros
guias para o visitante (1825), embora o primeiro guia turístico da Madeira tenha saído apenas
em 1850, focando aspectos da história, geologia, flora, fauna e costumes da Ilha.
A rede hoteleira madeirense começa a dar os primeiros passos em 1881 pelas mãos dos
ingleses e alemães, com a construção dos hotéis Santa Clara, Royal Edimburg, Carmo e
Schaff. Contudo, já em meados de 1860 Robert White dizia existir na Madeira 14 pensões e 3
hotéis nos arredores da cidade.
Aos dias de hoje, as ilhas da Madeira e do Porto Santo apresentam uma capacidade de
alojamento da ordem dos 260 empreendimentos turísticos mais 52 unidades de turismo em
espaço rural, representando um total de 29.661 camas adentro dos empreendimentos em
funcionamento (Anexo F).
Com o crescimento do turismo à escala mundial e com o sector a tornar-se o principal motor
do tecido económico da Ilha, surgem as primeiras preocupações institucionais que levam à
criação em 1930 da Comissão de Turismo. Anos mais tarde, em Setembro de 1936, esta deu
origem à Delegação de Turismo da Madeira, hoje Direcção Regional de Turismo.
Um dos objectivos que presidiram à criação da Delegação de Turismo da Madeira, foi
precisamente o de colmatar lacunas numa área que rapidamente viria a revelar-se
determinante para o desenvolvimento do Arquipélago, enquanto destino turístico. A crescente
procura desta região portuguesa, em virtude do seu clima ameno e belezas naturais, obrigou o
Estado a encetar mecanismos de planeamento, controlo e regulamentação das infra-estruturas
e dos meios de apoio a todos os que nos visitavam.
João Nuno Freitas escreve12 que «não terá sido debalde a formação de uma instituição,
arquétipo da actual Secretaria Regional do Turismo, disciplinar, fiscalizar e promover o
destino Madeira, elevando-a à categoria das melhores estâncias turísticas mundiais».
12
In: http://www.arquivo-madeira.org
44
Quadro 2.1
Presidentes da Delegação de Turismo da Madeira.
1
Dr. João Abel de Freitas
1937-1947
2
Dr. Álvaro Cristóvão do Nascimento Figueira
Maio a Junho de 1947
3
Prof. José Rafael Basto Machado
1947-1966
4
Dr. Carlos Lélis da Câmara Gonçalves
1966-1967
5
Arqº Carlos Alberto de Matos Lameiro
1967-1969
6
Engº José dos Santos Ribeiro de Andrade
1969-1979
Fonte: Arquivo Regional da Madeira (2007).
Mas é com a inauguração do aeroporto do Funchal, em 1964, que o turismo da Madeira
conhece um novo fôlego, com a região a ligar-se ao mundo moderno e a acolher turistas das
mais distintas origens, através dos voos internacionais e charters e das ligações com os voos
domésticos.
Na verdade, e conforme refere Lemos, a falta de infra-estruturas materiais de apoio à
navegação mundial, (como portos de abrigo, cais, depósitos de óleo, etc), que na altura
liderava as ligações transatlânticas, contribuíram também para a diminuição progressiva da
navegação comercial no Porto do Funchal, tornando-se apenas num ponto de apoio a
passageiros em trânsito.
A partir daqui o turismo da Madeira conhece um novo ciclo, caracterizado por um elevado
afluxo de turistas e pelo surgimento de novas infra-estruturas hoteleiras. De facto, o número
de unidade hoteleiras quase triplicou nos últimos vinte anos, aumento este que se associa ao
processo de desenvolvimento com a Autonomia Política e Administrativa da Região, após o
24 de Abril de 1974, com a criação da Secretaria Regional do Turismo, em 1978, e
consequente regionalização do sector do turismo, com a implementação de importantes infraestruturas públicas, casos da construção da via rápida entre Machico e a Ribeira Brava e a
ampliação da pista do aeroporto, em Setembro de 2000, mas também graças à estabilidade
política e social vivida na Região Autónoma.
No âmbito dos “Roteiros Temáticos” promovido pelo projecto de iniciativa comunitária
“Culturede”, que junta Açores, Madeira e Canárias, e que visa nesta segunda fase a criação de
novos produtos culturais, é dito que «o turismo será o novo impulsionador económico nos
séculos XIX e XX», onde se acrescenta:
45
«… Nos inícios do século passado, com a chegada da população rural atraída
pelas melhores condições de vida oferecidas pela cidade, o Funchal expande-se.
São criados Serviços e Equipamentos Públicos e é alargada a rede viária,
possibilitando a circulação de novos meios de transporte que emergem nesta época
e que vão ligar a cidade a novas zonas habitacionais. A Oeste do Funchal, a
expansão irá criar condições para a implantação de novas unidades hoteleiras».
2.5.1 ESTATÍSTICAS DO TURISMO NA MADEIRA
Com efeito, o sector do turismo assume-se hoje como o pilar da economia madeirense,
gerando receitas e fomentando o emprego qualificado. De acordo com os Censos do INE
(2001), a taxa de actividade na Região era de 50%, com o sector do comércio e serviços a
registar uma preponderância na ordem dos 63%. O sector secundário representa 24,2% no
total da produção regional, enquanto o sector primário ocupa apenas 8% da população activa.
Dentro das várias categorias de estabelecimentos turísticos13 (hotéis, hotéis-apartamentos,
estalagens e pensões), o sector do turismo emprega na actualidade um total de 6.618
indivíduos, distribuídos em cinco categorias profissionais: quadros superiores (604
trabalhadores); técnicos de nível intermédio (872); pessoal administrativo (872); pessoal dos
serviços (2501); e trabalhadores não qualificados (2329).
De acordo com dados provisórios referentes ao mês de Outubro de 2007, entraram nos
estabelecimentos hoteleiros da RAM um total de 83.843 turistas (mais 8% que no mês
homólogo de 2006), dos quais 75,4% eram residentes no estrangeiro e 24,6% em território
nacional.
Em termos de valores acumulados, foram registados nos dez primeiros meses de 2007,
835.915 hóspedes, tendo-se observado um acréscimo de 5,7% comparativamente a igual
período de 2006.
13
De acordo com as classificações e dados da Direcção Regional de Estatística, do Governo Regional da Madeira. De salientar
que o produto “Quintas da Madeira”, que tem vindo a ser desenvolvido pela Associação de Promoção da Madeira, num total de
16 com uma capacidade de alojamento de 1.671 camas, tem a classificação oficial de Estalagem, com excepção da Quinta do
Furão (Hotel) e da Quinta Splendida (Hotel-Apartamento) que não pertencem a esse grupo de empreendimentos.
46
Durante o mês de Outubro, o número de dormidas foi de 498.462 (mais 3,8% face a Outubro
de 2006), sendo que a taxa de ocupação-cama atingiu os 59,1%. No que diz respeito a valores
acumulados, as dormidas registadas de Janeiro a Outubro de 2007 fixaram-se em 5.189.056,
superiores em 4,1% às verificadas no mesmo período de 2006.
Em comparação com Outubro de 2006, seis dos onze concelhos da RAM registaram aumentos
nas dormidas, com destaque para o Porto Moniz e o Porto Santo, com crescimentos de 30,7%
e 21,8%, respectivamente. Ponta do Sol e Santa Cruz apresentaram quebras de 11,1% e 4,3%
nas dormidas.
Em termos de repartição de dormidas por nacionalidades, verificou-se um predomínio dos
turistas residentes no Reino Unido, Alemanha, Portugal, Suécia e França.
Os proveitos totais dos estabelecimentos hoteleiros da RAM, de Janeiro a Outubro de 2007,
aproximaram-se dos 240,7 milhões de euros (mais 6,9% em relação ao mesmo período do ano
anterior), dos quais 61,5% corresponderam a proveitos de aposentos. Estes, por sua vez,
aumentaram 6,7% em comparação com o período homólogo de 2006.
Quadro 2.2
Mapa dos empreendimentos turísticos na RAM, em 2007.
Tipos de empreendimentos
Unidades
Capacidade de
alojamento
Hotel
53
14.494
Hotel Apartamento
35
8.592
Pensão
53
2.385
Estalagem
24
1.844
Pousada
1
29
Aldeamento Turístico
1
573
Apartamentos Turísticos
50
915
Moradia Turística
43
298
Turismo em Espaço Rural
52
531
TOTAL
312
29.661
Fonte: DRT.
47
Não obstante o crescimento do parque hoteleiro durante os últimos vinte anos, o Plano de
Ordenamento Turístico14 (POT) prevê até 2012 o aumento da capacidade máxima de
alojamento para as 39.000 camas.
Ao longo deste ano, cinco novas unidades hoteleiras abrirão as suas portas ao público, sendo
quatro no Funchal e uma no Porto Santo. São, respectivamente, os casos dos quatros estrelas
‘Lido Atlântico’ (com capacidade para 148 camas), do “Funchal Centrum’ (252 camas) e do
‘Meliá’ (352 camas), e dos cinco estrelas ‘Pestana Promenade’ (529 camas), e ‘Colombo’s
Resort’ (1.282 camas). Já em Maio deste ano foi inaugurado no Porto Santo o ‘Pestana Dunas
Park’ (570 camas).
A par dos novos hotéis, e após o encerramento por um longo período para obras de
remodelação, vão reabrir o ‘Madeira Palácio’, na Estrada Monumental, um cinco estrelas com
capacidade para 500 camas, e o ‘Hotel São João’, um quatro estrelas, com uma oferta de 468
camas, ambos no centro do Funchal.
Assim, em finais de 2008 a capacidade hoteleira do destino Madeira contará com um total de
mais 4.101 camas em funcionamento.
Quadro 2.3
Mapa das entidades turísticas existentes na RAM.
Entidades
Total
Agências de Viagens e Turismo
76
Rent-a-cars
49
Empresas de Animação Turística
56
Empresas Time-Sharing
12
Fonte: DRT.
Dentro do conjunto de empreendimentos e entidades turísticas existentes na RAM (Anexos F,
G, H, I e J), importa salientar o peso da marca ‘Quintas da Madeira’, enquanto produto
turístico e parte integrante da história do turismo da Madeira15.
14
Segundo o director regional do Turismo, Paulo Faria, o POT (documento com uma validade de implementação de 10 anos)
deverá ser revisto durante o ano de 2008.
15
Na sua maioria, propriedade de famílias inglesas, com parques, jardins, riachos e um riquíssimo mobiliário. A elas estão
associados momentos históricos e importantes acontecimentos e decisões polícias, assim bem como a visitas de ilustres
personalidades da aristocracia europeia.
48
Destaque-se a antiga Quinta das Angústias, agora denominada Quinta Vigia (actual residência
oficial do Presidente do Governo Regional), a Quinta do Palheiro16, a Quinta do Jardim da
Serra, a Quinta da Bela Vista, a Quinta das Vistas, a Quinta das Cruzes (hoje Museu da Quinta
das Cruzes), entre muitas outras.
Segundo o Anuário Estatístico da Região Autónoma da Madeira – 2006 (o último a ser
publicado), no que concerne ao movimento dos portos17 registou-se a entrada de 1.512
embarcações de comércio, com os totais de 322.370 passageiros embarcados e o mesmo
número de passageiros desembarcados18.
Relativamente aos movimentos nos aeroportos da Madeira e Porto Santo, em 2006, verificouse um total de 13.669 movimentos nacionais e de 5.895 movimentos internacionais19,
correspondendo a 5.800 provenientes da Europa, 88 das Américas do Norte e do Sul e 7 de
África.
Nesse mesmo ano, o número total de passageiros embarcados e desembarcados no Aeroporto
da Madeira foi de 2.347.259, enquanto no Aeroporto do Porto Santo foi de 151.033
passageiros, na totalidade dos voos nacionais e internacionais.
O Orçamento Regional para 2008 canaliza uma verba de 689 milhões de euros para a
execução dos vários projectos inscritos no PIDDAR20, sendo que a Secretaria Regional do
Turismo e Transportes (SRTT) tem previsto um montante de 9.532.000 milhões de euros para
gestão do destino turístico (8.855.140 milhões de euros em 2007) e 7.335.00 milhões de euros
em medidas de promoção e valorização da actividade turística (3.948.720 milhões de euros em
2007), dos 35.353.240 milhões de euros que totalizam o orçamento da SRTT para 2008
(16.867.000 milhões para o Turismo e 18.151.740 milhões para Infra-estruturas e
Equipamentos Colectivos).
16
A primeira foi morada da Rainha Adelaide de Inglaterra (1847-1848), do Duque de Leuchtenberg (1849-1850) e da Imperatriz
do Brasil D. Amélia (1852). Na segunda, passaram a Imperatriz Leopoldina do Brasil, em 1817, o Infante D. Luís, em 1858, e os
Reis D. Carlos e D. Amélia, em 1901.
17
O Porto do Funchal irá ser, em 2008, objecto de uma intervenção profunda com vista à melhoria das suas condições,
nomeadamente ao nível dos passageiros de cruzeiro com a construção de uma nova gare, representando um investimento
público global da ordem dos 13 milhões de euros.
18
Apesar de terem entrado no Porto do Funchal menos 46 embarcações de comércio no ano de 2006, face ao período
homólogo de 2005, houve um aumento de 4, 47% no número de passageiros embarcados e de 4,3% nos passageiros
desembarcados.
19
Registou-se um decréscimo de -6,37% nas ligações nacionais e um aumento de 2,52% dos voos internacionais,
relativamente a igual período de 2005.
20
Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Regional. Anexo M.
49
Em 2007, a extinta21 Secretaria Regional do Turismo e Cultura tinha inscrito uma rubrica de
15.608.000 milhões de euros destinada a suportar projectos de desenvolvimento no Turismo,
de um orçamento global de 23.144.500 milhões de euros.
Por sua vez, a Associação de Promoção da Madeira, que concentra capitais públicos e
privados para a promoção do destino Madeira nos mercados externos e mercados
emergentes22, inscreve do ponto de vista orçamental para 2008 igual verba aplicada no ano
passado: 3.847.500 milhões de euros para promoção em mercados estratégicos (4), mercados
prioritários (8) e mercados de acção dirigida (4).
2.6 NOÇÕES DE CULTURA
Deve-se ao antropólogo britânico Edward Burnett Tylor, a primeira definição do conceito
etnológico de cultura:
«Cultura ou civilização, no sentido etimológico mais lato do termo, é esse
todo complexo que compreende o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o
direito, os costumes e as outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem
enquanto membro da sociedade».
Sendo clara e simples, esta definição pretende ser puramente descritiva e objectiva, em vez de
normativa. Para Tylor, a cultura é a expressão da totalidade da vida social do homem:
caracteriza-se pela sua dimensão colectiva. A cultura é adquirida e não fruto da hereditariedade
biológica, mas se é adquirida, a sua origem e o seu carácter são em grande parte inconsistentes.
Discordando das teses difusionistas baseadas em reconstruções pseudo-históricas, Franz Boas,
aqui recordado por Cuche (1999: 42-43) na sua concepção particularista de cultura começa por
apontar a cultura como o factor de diferença existente entre os grupos humanos, responsável
pela diversidade humana, cuja característica é a sua plasticidade, a sua instabilidade, a sua
mestiçagem.
21
A 19 de Junho de 2008 deu lugar à nova Secretaria Regional do Turismo e Transportes, do X Governo da Região Autónoma
da Madeira.
22
A Direcção Regional do Turismo fica com a promoção do destino Madeira nos ditos mercados tradicionais e no mercado
nacional.
50
No entender de Boas, cada cultura é dotada de um estilo particular, que se exprime através da
língua, das crenças, dos costumes, e também da arte, mas não só. Este estilo, este espírito
próprio de cada cultura, influi sobre o comportamento dos indivíduos.
O termo cultura para os investigadores franceses permanecia de um modo geral ligado à esfera
intelectual, referia-se apenas ao domínio do espírito e era entendido num sentido elitista restrito
e num sentido individualista (a cultura de uma pessoa “culta”). Mas, Durkheim (1960)
contraria esta corrente, afirmando que cultura «é a consciência colectiva que realiza a unidade
e a coesão de uma sociedade».
Considerando que toda a cultura deve ser analisada numa perspectiva sincrónica, a partir
exclusivamente da observação dos seus dados contemporâneos, Malinowski (1968) propõe o
funcionalismo23 centrado no presente, único intervalo do tempo em que o antropólogo pode
estudar objectivamente as sociedades humanas.
Sublinha ainda que constituindo cada cultura um todo coerente, todos os elementos de um
sistema cultural se harmonizam uns com os outros, o que torna qualquer sistema equilibrado e
funcional, o que explica que qualquer cultura tenda a conservar-se idêntica a si própria.
Já antes, Ruth Benedict (1950) lançava para discussão a hipótese da existência de um ‘arco
cultural’, isto é, diferentes culturas definidas por um certo ‘tipo’ ou estilo. Apesar de
convencida da especificidade de cada cultura, dizia que a variedade das culturas é redutível a
um certo número de tipos caracterizados.
Nesta ordem de ideias, defende que o que define uma cultura não é a presença ou ausência
deste ou daquele traço ou complexo de traços culturais, mas a sua orientação global numa ou
noutra direcção, «o seu pattern24 mais ou menos coerente de pensamento e de acção». Conclui
então que uma cultura não é uma simples sobreposição de traços culturais, mas uma maneira
coerente de combinar o seu todo.
Igualmente interessantes são também as definições de Margaret Mead (1963), para quem a
maneira como o indivíduo recebe a sua cultura é um processo de transmissão cultural e de
socialização, que por um lado tem uma fonte biológica e, por outro, uma origem educacional, e
a percepção de Lévi-Straus, na sua análise estrutural de cultura, aqui novamente recuperada por
Denys Cuche, que entende a cultura como um conjunto de significações que os indivíduos de
23
Para explicar o carácter funcional das diferentes culturas, Malinowski elabora a teoria das necessidades em que os
elementos constitutivos de uma sociedade teriam por função satisfazer as necessidades essenciais do homem.
24
Modelo no sentido antropológico do termo.
51
um dado grupo se comunicam através dessas interacções e que cultura só existe através do
desempenho interactivo dos indivíduos.
2.6.1 IDENTIDADE E ESPECIFICIDADE CULTURAL
Percorrendo os meandros da Antropologia depressa se apura que uma das fontes da
especificidade cultural é a singularidade de base que identifica a pessoa com a família, uma
tradição e também o lugar de nascimento, o que cria um círculo de solidariedade intenso e
afectivo.
Ao debruçar-se sobre os desafios do pluralismo cultural, Moreira (1996) identifica outros
cinco factores determinantes da singularidade e especificidade cultural:
1. O corpus historicum do grupo, que é moldável e assente na reinterpretação do
passado, que pode estar presente através de instituições, formas de vida,
monumentos e símbolos;
2. O
corpus
mysticum,
que
gera
auto-indentificação,
auto-estima
e,
consequentemente, exclusão, pela presença das crenças, dos dogmas, das
formalizações religiosas, das seitas e cultos;
3. O corpus linguisticum enquanto quarto locus de mobilização de diversidade,
que é a língua e os dialectos, poderosos factores de especificidade;
4. O corpus consuetidinarium, que são as instituições, associações e costumes, ou
seja, estas em simbiose com o meio ambiente em que habitam e vivem são
também factor de separação dos povos entre si. O que tem que ver com os
diferentes sistemas de produção e mercado;
5. O corpus symbolicum, que é a criação de um universo simbólico comum, onde
os indivíduos vêm reflectidos o meio e os seus limites territoriais, a
organização das relações internas, a irracionalidade e a fantasia, os valores,
aspirações e ideologia do grupo.
52
Contudo, para este antropólogo, a idiossincrasia cultural não se esgota apenas em tradições
institucionalizadas, valores e símbolos locais. Porque a região, a etnicidade, as diferentes
nações submetidas ao mesmo Estado são elementos efectivos de especificidade. E todos se
baseiam nos tais traços distintivos mencionados: instituições; território; história; língua.
Conclui então que a especificidade não é imutável, antes pelo contrário, é algo que se
transforma. E dá o exemplo de que um estilo de vida sucede a outro, a matrilinearidade
dissolve-se e o rural transforma-se em urbano, pelo que cabe à etnografia captar este universo
de significados internos.
2.7 O PATRIMÓNIO COMO OPÇÃO TURÍSTICA
Património é uma palavra de origem latina, patrimonium, que significava, entre os antigos
romanos, tudo o que pertencia ao pai, pater ou pater famílias, pai de família. A família
compreendia tudo o que estava sobre o domínio do senhor, inclusive a mulher e os filhos, mas
também os escravos, os bens imóveis e móveis, até mesmo os animais.
O conceito de património, surgido no âmbito privado e do direito de propriedade, estava
intimamente ligado aos pontos de vista e interesses aristocráticos.
Com o Renascimento, produziu-se uma nova perspectiva sobre esta matéria. O estado nacional
surgiu a partir da invenção de um conjunto de cidadãos que deveriam compartilhar uma língua
e uma cultura, uma origem e um território. E assim começa a surgir o conceito de património
actual aos tempos de hoje, não mais no âmbito privado ou religioso das tradições antigas e
medievais, mas de todo um povo, com uma única língua, origem e território.
Com efeito, o património constitui um reflexo dos valores culturais de uma comunidade, é a
imagem objectivada dos valores que uma comunidade humana persegue e consagra como
sustentáculo da sua identidade, em suma é o seu maior bem.
E assim, também, o turismo de património se constitui por uma série de atributos que está
associada a artefactos do património valorizados pela comunidade, designadamente a cidade
histórica ou centro histórico constituído por núcleos/bairros históricos.
53
Ressalvando que património é um conjunto de elementos materiais e imateriais, Henriques fala
de património tangível e intangível que, conforme declaração da UNESCO (2003), o primeiro
inclui todos os activos que têm materialização/corporização física nos valores culturais como
cidades históricas, edifícios, lugares arqueológicos, paisagens culturais e objectos culturais, ou
aspectos da propriedade cultural móvel, e o segundo todas as formas de cultura popular e
folclore, isto é, activos colectivos originários numa dada comunidade e baseados na tradição.
Ao adoptar a Convenção sobre património cultural e natural, em 1972, a UNESCO reconhecia
a importância da diversidade para toda a humanidade, mas com a novidade de passar a
considerar que os sítios declarados como património da humanidade pertencessem a todos os
povos do mundo.
Segundo essa convenção, subscrita por mais de 150 países, o património da humanidade
compõe-se de:
·
Monumentos:
obras
arquitectónicas,
esculturas,
pinturas,
vestígios
arqueológicos, inscrições, cavernas;
·
Conjuntos: grupos de construções;
·
Sítios: obras humanas e naturais de valor histórico, estético, etnológico ou
científico;
·
Monumentos naturais: formações físicas e biológicas;
·
Formações geológicas ou fisiográficas: habitat de espécies animais e vegetais
ameaçadas de extinção;
·
Sítios naturais: áreas de valor científico ou de beleza natural.
Porém, e conforme Henriques (2003) chama a atenção, o património só é cultural na medida
em que pode ser conhecido e fruído pelas pessoas. Daí a necessidade de se tornar acessível ao
público toda a riqueza que ele contém.
54
2.7.1 DO LEGADO À CONSTRUÇÃO SOCIAL
Da concepção antropológica, verdadeiramente nem todos os vestígios do passado podem ser
considerados património, pois o património não é só o legado que é herdado, mas o legado que,
através de uma selecção consciente, um grupo da população deseja legar ao futuro. Ou seja,
existe uma escolha cultural subjacente à vontade de legar o património cultural a gerações
futuras.
Da tal noção de património privado, sentimento de posse que emerge quando um grupo de
indivíduos identifica como seus um objecto ou um conjunto de objectos, resulta a percepção do
indivíduo de estar perante algo de valor, individual ou social, valor que é atribuído aos bens
patrimoniais numa dada circunstância histórica e conforme o quadro de referências de então.
É pois, neste sentido, que o património é entendido como uma construção social ou cultural,
exactamente por ser uma idealização construída. Como diz Peralta da Silva (2007), aquilo que
é ou não é património depende do que, para um determinado colectivo humano e num
determinado lapso de tempo, se considera socialmente digno de ser legado a gerações futuras.
Trata-se, seguindo a sua linha de pensamento, de um processo simbólico de legitimação social
e cultural de determinados objectos que conferem a um grupo um sentimento colectivo de
identidade e de pertença. E assim, toda a construção patrimonial é uma representação simbólica
de uma dada versão da identidade, de uma identidade “manufacturada” pelo presente que a
idealiza.
Deste modo, se conclui que o elemento determinante que define o conceito de património é a
sua capacidade de representar simbolicamente uma identidade.
Para esta antropóloga, é através destes símbolos – veículos privilegiados na transmissão
cultural, que os indivíduos mantêm estreitos vínculos com o passado e é desta identidade e
consciência passado-presente que nos reconhecemos colectivamente como iguais, que nos
identificamos com os restantes elementos do nosso grupo e que nos diferenciamos dos demais.
Por outro lado, ressalva que a exploração turística dos recursos patrimoniais levou a uma
reinvenção do património cultural das diferentes regiões, com a fabricação de cenários
ilusórios e a recriação de pseudo-eventos históricos para incrementar a valorização comercial
do património, que ameaça as identidades locais, não existindo equilíbrio na utilização dos
recursos, portanto necessitando da implementação de políticas para um desenvolvimento
sustentável, durável e assente em critérios de qualidade, para que os seus benefícios resultem
55
numa efectiva melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, tanto daqueles que o praticam como
daqueles que o acolhem.
2.7.2 TURISMO E PATRIMÓNIO ANTROPOLÓGICO
Vários autores, como Alfonso (2003), defendem que o turismo sempre teve um aspecto
cultural, sustentando que grande parte das viagens que se realizaram ao longo da História, e
que hoje podemos vincular aos inícios do turismo, foram motivadas pela visita a lugares em
que se podiam encontrar manifestações de interesse artístico ou histórico, mas também grupos
de indivíduos pertencentes às denominadas “outras culturas” ou “culturas exóticas”. Este viajar
e conhecer outros lugares e outros indivíduos ajudou a difundir elementos pertencentes a
formas de vida de uns e de outros, ou seja, de viajantes e nativos.
O turismo cultural tem a faculdade de revelar e valorizar um dos componentes essenciais da
cultura viva: a identidade de um território. Assim, e conforme salienta a autora, «aqueles que
se dedicam a praticar o turismo cultural consomem aspectos do património de uma
determinada localidade com a intenção de compreender tanto o lugar, como aqueles que nela
vivem ou viveram. E isto devia conseguir-se através das imagens que visualizam nesse sítio e
das informações complementares que obtêm mediante folhetos e guias escritos, guias humanos,
documentais, etc, mas também mediante o contacto com os anfitriões».
O património cultural, a que também podemos chamar património antropológico, que se
expressa pelas diferentes manifestações da nossa cultura, é então tudo aquilo que identifica os
grupos humanos - e aquilo pelo qual se diferencia os indivíduos pertencentes a etnias distintas e inclui aspectos tão díspares como a arquitectura, as lendas, os utensílios da lavoura, os textos
históricos ou os que nos falam da tecnologia actual, também a música, a poesia ou o vestuário,
assim como os conhecimentos que se tem sobre as formas de produção.
Alfonso aparece ainda a sublinhar que tanto os aspectos tradicionais como os de produção
actual formam parte do património, o mesmo é dizer, da cultura, pelo que considerar somente
os vestígios antigos como elementos patrimoniais, susceptíveis de serem preservados e
difundidos, é negar os processos evolutivos dos indivíduos e, portanto, as criações geradas
pelos lógicos câmbios culturais.
56
Por tudo isto, se considera útil referenciar a Lei nº 107/01 que estabelece as bases da política e
do regime de protecção e valorização do património cultural, aprovada pela Assembleia da
República a 8 de Setembro, e define o conceito e âmbito do património cultural:
·
Integram o património cultural todos os bens que, sendo testemunhos com valor de
civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objecto
de especial protecção e valorização;
·
A língua portuguesa, enquanto fundamento da soberania nacional, é um elemento
essencial do património cultural português;
·
O interesse cultural
relevante, designadamente histórico, paleontológico,
arqueológico, arquitectónico, linguístico, documental, artístico, etnográfico, científico,
social, industrial ou técnico, dos bens que integram o património cultural reflectirá
valores de memória, antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade
ou exemplaridade.
·
Integram, igualmente, o património cultural aqueles bens imateriais que constituam
parcelas estruturantes da identidade e da memória colectiva portuguesas.
·
Constituem, ainda, património cultural quaisquer outros bens que como tal sejam
considerados por força de convenções internacionais que vinculem o Estado
Português, pelo menos para os efeitos nela previstos.
·
Integram o património cultural não só o conjunto de bens materiais e imateriais de
interesse cultural relevante, mas também quando for caso disso, os respectivos
contextos que, pelo seu valor de testemunho, possuam com aqueles uma relação
interpretativa e informativa.
·
O ensino, a valorização e a defesa da língua portuguesa e das suas variedades
regionais no território nacional, bem como a sua difusão internacional, constituem
objecto de legislação e políticas próprias.
·
A cultura tradicional popular ocupa uma posição de relevo na política do Estado e
das Regiões Autónomas sobre a protecção e valorização do património cultural e
constitui objecto de legislação própria.
57
2.8 PATRIMÓNIO E CULTURA NA MADEIRA
A Madeira tem na Floresta Laurissilva25 o expoente máximo do seu património natural,
cultural e protegido, facto que ascendeu à qualidade de Património Mundial Natural da
UNESCO, em Dezembro de 1999.
A Laurissilva ocupa uma superfície de 15000 hectares (representando 20% do total da ilha),
nas encostas viradas a Norte, revestindo de forma luxuriante as íngremes vertentes e os
profundos e alcantilados vales do remoto interior, representando actualmente a mais extensa e
melhor conservada Laurissilva das ilhas atlânticas.
A Floresta Laurissilva da Ilha da Madeira, constitui na actualidade o remanescente de um
coberto florestal primitivo que resistiu a cinco séculos de humanização. Segundo narrativas
contemporâneas da descoberta da Madeira, toda a ilha era coberta de extenso e denso arvoredo,
razão pela qual os navegadores portugueses atribuíram o nome de “Madeira” à ilha.
O Instituto Português do Património Arquitectónico enaltece que se trata de uma floresta com
características subtropicais, húmida, cuja origem remonta ao Terciário onde chegou a ocupar
vastas extensões do Sul da Europa e da bacia do Mediterrâneo. As últimas glaciações levaram
ao desaparecimento no continente europeu, sobrevivendo apenas nos arquipélagos atlânticos
dos Açores, da Madeira e das Canárias.
Mas a Ilha da Madeira é ainda muito rica em termos de recursos naturais e em particular no
que diz respeito ao seu património geofísico e biológico, donde se destaca a formação do
segundo promontório mais alto da Europa, o Cabo Girão com 580 metros de altura, as grutas
vulcânicas de São Vicente, as piscinas naturais do Porto Moniz, o vale da Eira do Serrado
cavado por entre a cordilheira do Curral das Freiras, o planalto do Paul da Serra, as
“levadas”26, as Ilhas Selvagens, o Ilhéu da Cal no Porto Santo, as árvores tintureiras
“Dragoeiro”, o Jardim Botânico, os diferentes micro-climas, as correntes de água, a
diversidade da fauna e flora, entre outros exemplos.
Por outro lado, a Região possui um conjunto de infra-estruturas exemplares do seu património
edificado e classificado, como sejam o Convento de Santa Clara, o Palácio de São Lourenço e,
25
A Floresta Laurissilva é uma das áreas incluídas no Parque Natural da Madeira, que ocupa cerca de 2/3 da superfície da Ilha
da Madeira e integra ainda a Ponta de São Lourenço e o denominado Maciço Montanhoso, que é constituído pelas zonas mais
altas da Madeira, com cotas superiores aos 1.400 metros.
26
Cursos de água à volta das montanhas, construídos pelo Homem nos primórdios da colonização, para levar água aos
terrenos agrícolas inacessíveis.
58
mais contemporâneo, o Centro das Artes da Calheta, que é já hoje uma referência
internacional.
A valorização e divulgação do património cultural regional é um dos eixos estratégicos do
Programa do Governo até 2011 constantes no capítulo Cultura, que pretende o
desenvolvimento de programas concretos de recuperação e de conservação de um conjunto de
bens patrimoniais classificados, ou de valor regional, bem como apostar na sua divulgação
através da publicação de roteiros de qualidade, no sentido de contribuir para a salvaguarda e
promoção da identidade histórica da Madeira, dentro e fora da ilha.
Considera o Governo que uma verdadeira política do património cultural implica prosseguir
com o apoio técnico e financeiro às obras na área do património construído, seja ele de carácter
erudito ou popular, bem como ao património móvel e imaterial, através de acções que passam
pela sua inventariação, conservação e divulgação.
Quadro 2.4
Imóveis classificados por concelho e categoria.
Categoria
Concelhos da RAM
Total
MN IP IM VR VCR VC VL VCL
Calheta
4
20
24
Câmara de Lobos
1
4
5
Funchal
6
34 29
2
71
Machico
6
8
14
Ponta do Sol
3
11
14
Porto Moniz
3
3
Porto Santo
3
Ribeira Brava
Santa Cruz
1
Totais
2
4
4
8
13
7
7
5
6
1
7
4
2
Santana
São Vicente
1
55 100
1
2
165
Fonte: DRAC.
59
Conforme podemos observar pelo Quadro 2.4, dos 165 imóveis classificados no total dos 11
Concelhos da Região Autónoma da Madeira, a sua maioria são de Interesse Municipal (IM) e
Interesse Público (IP), sendo que apenas 7 são imóveis classificados como Monumento
Nacional (MN), 1 de Valor Regional (VR) e 2 de Valor Cultural Regional (VCR), não
existindo nenhum com a categoria de Valor Concelhio (VC), Valor Local (VL) e Valor
Cultural Local (VCL).
Dentro dos imóveis de Interesse Público, é de destacar a Igreja do Espírito Santo, na Calheta, a
Quinta do Monte, Torre do Capitão e Capela de Santo Amaro, Quinta das Cruzes, Forte de São
João Baptista, Igreja de São Pedro, Colégio dos Jesuítas, Palácio dos Cônsules, Museu
Vicentes, Teatro Baltazar Dias e Hospício Princesa D. Amélia, no Funchal, o Forte de São
João, em Machico, a Quinta Splendida, no Caniço e o Forno da Cal, em São Vicente.
No conjunto dos monumentos de Interesse Municipal, saliente-se o Convento de São
Bernardino, em Câmara de Lobos, as Muralhas da Cidade, o Mercado dos Lavradores, o
Instituto do Vinho da Madeira e a Farmácia Portuguesa, no Funchal, os solares de São
Cristóvão e do Ribeirinho e o Engenho Cana-de-Açúcar, em Machico, o Relógio de Água, na
Ponta do Sol, e o Fontanário de 1887, no Porto Moniz, o Solar dos Herédias, na Ribeira Brava,
e a Fonte de Santo António, no Concelho de Santa Cruz.
Entre os Monumentos Nacionais estão a Sé do Funchal, o Palácio de São Lourenço, a Casa da
Alfândega, o Paço Episcopal, a Igreja e Mosteiro de Santa Clara e a Igreja de São João
Evangelista, no Funchal, e o edifício dos Paços do Concelho de Santa Cruz.
A Capela de Santa Catarina, no Funchal, é um dos monumentos de Valor Cultural Regional e a
Pedreira do Pico de Ana Ferreira, no Porto Santo, o único monumento classificado de Valor
Regional (Anexo L).
Quadro 2.5
Monumentos e espaços culturais existentes na RAM.
Igrejas
Centros
temáticos
95
6
Museus
11
Galerias Salas de espectáculo
de arte
ao vivo
22
4
Salas
Salas
de teatro de cinema
2
17
Bibliotecas
19
Fonte: DRAC.
60
Dos indicadores de cultura do património artístico e da memória colectiva publicados no
Anuário Estatístico de 2006, é possível observar que no conjunto das 17 salas de cinema
existentes na Região27, que transmitiram um total de 20.176 sessões, se registou uma taxa de
ocupação de 11,3% (472.197 espectadores), o que corresponde a 1,9 espectadores por
habitante, enquanto que apenas 1,0 espectador por habitante assistiu a espectáculos ao vivo
(245.940 espectadores em 728 espectáculos realizados).
O total de público que visitou os 11 museus28 ascende a 467.512 visitantes (25.417 por museu),
ao passo que 67.773 foi o número de visitantes que tiveram contacto directo com as 163
exposições realizadas nas 22 galerias de arte (com um total de 3.581 obras expostas).
Quadro 2.6
Associações culturais existentes na RAM.
Património
3
Arqueologia
5
Artes Plásticas
2
Cinema
2
Dança
21
Teatro
23
Etnografia
1
Folclore
20
Literatura
2
Museologia
1
Música
95
Outras (recreativas e desportivas)
26
Fonte: DRAC.
Apesar do vasto número de associações (201 na totalidade29) e de produtores culturais (10)
existentes na RAM, as câmaras municipais da Madeira são aquelas que menos investem na
27
Destas salas, 15 encontram-se no Funchal (Lusomundo e Castelo Lopes), 1 no Porto Santo e 1 na Calheta.
Existem ainda 6 “Espaços Museológicos” e outros 4 “Núcleos Museológicos”, conforme classificação da DRAC, entidade
pública que tutela a Cultura. Ver Apêndice E. De salientar que a Madeira é desde 2006 e até 2008 chefe de fila do Projecto
MUSEUMAC, que reúne 26 instituições museológicas de quatro regiões da Macaronésia, Madeira, Açores, Gran Canária e
Tenerife, e que visa aproximar realidades culturais com especificidades próprias.
28
61
Cultura, quer na manutenção e recuperação do seu património construído e de valor histórico,
quer na promoção e divulgação do património artístico.
Segundo os dados referentes às despesas das câmaras municipais em actividades culturais,
entre 2005 e 2006, o total de despesas das autarquias da Madeira em matéria de cultura rondou
os 16.547 milhares de euros30, com os maiores investimentos a serem efectuados pelas
câmaras de Machico (3.987 mil euros), Funchal (3.977 mil euros) e Santa Cruz (2.811 mil
euros). São Vivente foi a autarquia que efectuou menos despesas em actividades culturais,
gastando apenas 163 mil euros.
Quadro 2.7
Centros culturais existentes na RAM.
Casas
Centros
Centros
Centros de estudos
Casas
de cultura
multi-usos
de Artes
e documentação
do Povo
2
11
1
7
40
Fonte: DRAC.
Durante este ano de 2008, o G.R., através da Secretaria Regional da Educação e Cultura31,
prevê aplicar 5.992.000 milhões de euros no programa de investimento “Cultura e
Património”, sendo que 1.140.000 milhões de euros destinam-se à “valorização, qualificação e
divulgação da oferta cultural e museológica”; 2.560.000 milhões de euros vão para a
“conservação e qualificação do património cultural e religioso”; 1.200.000 milhões de euros
para “apoio à criação, à produção e à investigação histórica”; e 1.092.000 milhões de euros
para a execução da medida “património arquivístico e promoção da leitura” (Anexo M).
Nos anos anteriores de 2005, 2006 e 2007, a extinta Secretaria Regional do Turismo e Cultura
inscreveu, respectivamente, montantes da ordem dos 260.325 mil euros, 442.519 mil euros e
6.310.000 milhões de euros para a mesma rubrica “Património e Cultura”.
29
Importa salientar que dentro destas associações quase metade pertence à música, com destaque para os grupos corais (21),
grupos de folclore (17), bandas filarmónicas (14), grupos de música ligeira (13), grupos de música popular e tradicional (12),
tunas (10) e orquestras (8). No conjunto das associações de Dança, trata-se na sua grande maioria de escolas de danças de
carnaval, com a rara excepção da escola de dança e bailado contemporâneo Carlos Gonçalves.
30
Grande parte deste investimento é derramada em apoios por diversas instituições e associações culturais dos respectivos
concelhos, ao abrigo de protocolos de cooperação e contratos-programa.
31
Esta Secretaria Regional tem um Orçamento global de 50.738.257 milhões de euros previstos no Orçamento Regional de
2008.
62
Com base nestes valores, o G.R. deixa expresso no PIDDAR
32
a sua preocupação com a
conservação e valorização do património cultural, nas suas diferentes tipologias (imóvel,
móvel, arqueológico e imaterial) e do património arquivístico, enquanto memória da nossa
identidade histórica, assim bem como com o incremento da rede regional de bibliotecas
públicas, com a qualificação e divulgação dos museus da Região, com a promoção de uma
política do livro e com a dinamização da oferta e da descentralização cultural, capazes de
incentivarem o fomento e consolidação de novos públicos.
2.8.1 PRESERVAÇÃO VERSUS UTILIZAÇÃO
O turismo cultural fez despertar a preocupação pela preservação do património (tangível e
intangível), após se tomar consciência da ameaça de desaparecimento do mundo rural com a
crescente urbanização e consequente perda de identidade cultural e regional.
Exactamente por isso, diversos autores preconizam o envolvimento directo da população das
localidades visitadas, enquanto detentora do saber fazer e principal gestora e fruidora do seu
património cultural, para se alcançar um desenvolvimento sustentável e uma articulação eficaz
entre projectos de cariz cultural.
Para Molares e Gant (1998) as visitas a museus, a exposições temporárias, sítios
arqueológicos e a unidades etnográficas devem ser um complemento ao contacto directo com
o meio ambiente e áreas rurais e com a população local, pois é este desfrute e conhecimento o
objectivo mais apreciado pelo turista que pratica este turismo. Ressalvam, porém, que
envolver directamente a população implica a educação da mesma, pois esta deve ter um
conhecimento profundo das características sociais, culturais e comunitárias do território que
usufrui, trabalha e habita de modo a poder contribuir para a utilização, descoberta e não
repetição de soluções para as diferenças locais.
Considerando que o património deve ser encarado como um trampolim para a promoção de
um desenvolvimento cultural e social, com reflexos a médio e a longo prazo, e não apenas do
ponto de vista científico e como mero recurso económico, Torres (1979) declarou o seguinte:
32
Vide in capítulo XXXVII-Cultura: 115-117.
63
«… ao revalorizá-lo (património) nós estamos a tocar na alma de uma
comunidade e estamos a tocar profundamente e de forma indelével…, aquilo que no
fim de contas as pessoas sentem que é seu, e é seu desde sempre porque o monumento
é uma espécie de antepassado da comunidade, faz parte de todos os seus pais e avós
e bisavós, faz parte da sua própria forma de ser, e isso é tão poderoso, tão forte, que
quem mexer bem… nesse monumento, ganha essa comunidade, por um lado, e por
outro é muitas vezes esse mesmo monumento que se for bem utilizado pela
comunidade pode ser a sua principal arma de defesa contra a alienação…».
Na Madeira, a preocupação com a defesa, preservação e conservação do património histórico
e cultural tem fomentado um interessante debate na sociedade civil, envolvendo arqueólogos,
historiadores, geógrafos, antropólogos e jornalistas, entre outros, e despertado o interesse da
população em geral.
Por ocasião das comemorações dos 500 Anos da Cidade do Funchal, a autarquia local, em
parceria com diversas instituições públicas e privadas, tem procurado contribuir para o
encurtar de distâncias no (des)conhecimento do património cultural, através da publicação,
por exemplo, de roteiros temáticos que evocam o património histórico, religioso, museológico,
gastronómico, arquivístico, biológico, natural e urbanístico.
Refira-se, a título de exemplo, os “Giros” pelo património histórico da Cidade do Funchal33,
pequenos cadernos promovidos pela ARCHAIS, que contemplam informações históricas e
outras, apresentadas de forma simples e didáctica.
Isabel Gouveia, membro daquela associação, diz34, ainda assim, que esta é «uma gota no
oceano, já que o património edificado não cativa muito os funchalenses, que conhecem onde
ficam os monumentos ou espaços culturais mas pouco sabem sobre a história e o conteúdo dos
mesmos».
Também o Reitor da Universidade da Madeira (UMa), Pedro Telhado Pereira, é da opinião35
de que não só é preciso mais divulgação, como disponibilidade para desfrutar do que o
Funchal tem de bom, já que «as pessoas têm é pouco tempo para frequentar esses espaços».
Sobre a divulgação do património, Caires (2007), a propósito dos turistas apreciadores de
monumentos geológicos e referindo-se em particular ao Pico Ana Ferreira, no Porto Santo,
defende que para além das pedras fragmentadas, este contempla outros atractivos que
33
Até à data já foram realizados quatro: Santa Maria Maior; Sé; São Pedro e Monte.
In “Roteiro cultural longe do povo”, artigo publicado no Diário de Notícias a 21 de Agosto de 2007, Dia da Cidade do Funchal.
35
Opinião expressa no mesmo artigo do DN da autoria dos jornalistas Paula Henriques e João F. Pestana.
34
64
merecem ser apreciados, como as grutas ou a vista panorâmica sobre grande parte da ilha e do
seu extenso areal. Daí interrogar se «o Pico Ana Ferreira merece ser divulgado, preservado e
ainda susceptível de poder ser classificado como um geomonumento de interesse mundial?».
Já para o docente e historiador madeirense Nelson Veríssimo, «assumir a singularidade
cultural e promovê-la, com os poderosos meios que actualmente dispomos, mostra-se de
importância vital» neste cenário em que vivemos de inevitável globalização.
Enaltecendo a importância da Educação Patrimonial – matéria curricular em estudo na
licenciatura em Ciências da Educação da UMa e que visa promover sentimentos de identidade
e atitudes de cidadania através do conhecimento do património cultural – Veríssimo (2007)
deixa bem claro que o «estudo, preservação e animação são componentes fundamentais da
Educação Patrimonial, que também não busca, somente, o enriquecimento individual, mas,
antes, o despertar de uma comunidade para a sua cultura, memória e traços de identidade,
através do desenvolvimento da consciência para a preservação da herança colectiva»36.
2.8.2 FÉRIAS E GASTO EM ACTIVIDADES CULTURAIS
Os gastos em actividades culturais representam uma percentagem diminuta (8%) no cômputo
geral da despesa efectuada pelos turistas que visitam a Ilha da Madeira.
No “Estudo sobre o Gasto Turístico na Madeira”, encomendado pela DRT à Synovate e
publicado em 2004, são os holandeses e os franceses aqueles que mais gastam em cultura
(12,5€ média diária/pessoa), num destino que tem no Reino Unido, Portugal e Alemanha os
seus principais mercados emissores de turistas.
Neste trabalho, desenvolvido entre Dezembro de 2003 e Janeiro de 2004, na sequência do qual
foram inquiridos 1902 indivíduos37 provenientes dos principais mercados europeus38 para a
Madeira, 81,1% dos turistas afirmaram terem viajado em férias ou por motivos pessoais e
18,5% por motivos profissionais.
36
Vide in “Educação Patrimonial”, artigo de opinião publicado no Diário de Notícias a 7 de Outubro de 2007.
Os turistas evidenciam uma estrutura etária envelhecida, sobretudo os que visitam a ilha por motivos pessoais (66% têm
mais de 44 anos) e dentro dos que visitam por motivos profissionais 78% são homens (64% têm menos de 45 anos).
38
Portugal, Reino Unido, Alemanha, França, Holanda e Suécia.
37
65
Dos que viajaram por motivos pessoais/férias, a maioria dos portugueses responderam vir por
motivos familiares, comemorações, aniversários e eventos, os ingleses por sol e mar, os
alemães por sol e mar e turismo activo, os holandeses pelo turismo activo e city & short break,
os franceses pelo turismo activo, assim bem como os suecos que elegeram ainda a natureza.
No conjunto dos 6 mercados emissores, a maior fatia do orçamento dos turistas é gasta em
alimentação (92,6%), a uma média diária de 36,9€ por pessoa, seguida de alojamento (84,2%),
15,9€/pessoa, e em deslocações (46,0%), 7,8€ por pessoa. A par das actividades culturais, as
actividades desportivas integram as áreas onde o saldo da despesa é mais reduzido (4,8%),
sendo os alemães e suecos os que menos gastam em cultura39 e os portugueses e franceses os
que menos investem no desporto40.
De salientar que o estudo considera dentro das “actividades culturais” (a que também juntam o
entretenimento) as visitas a museus, idas ao casino e ao cinema, a vida nocturna, o folclore e
outros. Curiosamente, é dentro destes “outros” onde se gasta mais dinheiro (1,8%), depois das
idas ao casino (3,3%). A vida nocturna (1,7%), os museus (1,5%) e o folclore (0,8%) colhem a
restante verba gasta em cultura.
Por fim, importa referir que os turistas gastam 16% do seu orçamento em tours/excursões
(tours específicos, tour pela ilha, levadas/caminhadas, teleférico, visitas a jardins e Jardim
Botânico) 5% em actividades desportivas
(golfe, ténis, mergulho) e 28% em
artesanato/comércio (Vinho da Madeira, souvenirs/lembranças, vestuário e acessórios,
bordados variados, bolo de mel/doçaria, artefactos, toalhas bordadas, jóias e compras não
especificadas).
39
40
O artesanato é analisado num campo à parte e em conjunto com o comércio, representando 23,4% do gasto geral.
Restantes áreas de despesa: comunicações, aluguer automóvel, combustível, tours/excursões, actividades, outras.
66
CAPÍTULO III
MADEIRA: RETRATO SOCIETÁRIO
3.1 INTRODUÇÃO
O conhecimento da realidade madeirense, do ponto de vista da sua história, do seu passado,
da sua memória colectiva, da sua herança cultural e da sua simbologia patrimonial, mesmo
que de forma muito sucinta, é fundamental para a compreensão do suporte político e sócioeconómico que sustenta a vida quotidiana do presente. Por outro lado, a análise sociográfica
da população, através da qual sabemos quantos são, quem são e o que fazem, leva-nos a entrar
no domínio do pensamento futuro, designadamente no que diz respeito à capacidade de
empregabilidade, e das qualificações e competências dos recursos humanos que estarão ao
dispor do Turismo, principal motor da economia regional. Importante é também conhecer o
que pensam aqueles que nos visitam, assim bem como as ameaças e oportunidades, pontos
fortes e pontos fracos do sector, no sentido de transformar aquilo que são as nossas vantagens
comparativas em vantagens competitivas de mercado.
Neste enquadramento, a presente secção retrata a ilha objecto de estudo em termos da sua
história, geografia e população e apresenta o calendário de eventos culturais e de animação
turística que se realizam ao longo no ano na Região, fechando com a análise Swot ao destino
Madeira.
67
3.2 BREVE RESENHA HISTÓRICA
No início do século XV, o Infante D. Henrique, mais conhecido como o Navegador, juntou os
melhores navegadores e cartógrafos de Portugal para dar início àquele que seria o seu plano de
explorar melhor a Costa Oeste de África. Mas só por um mero acaso e fruto da sorte dos
navegadores, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, que foram afastados da sua rota,
pela costa de África, devido ao mau tempo, e depois de muitos dias à deriva pelo alto mar,
avistaram uma pequena ilha a que chamaram de Porto Santo, sendo então a primeira de muitas
descobertas.
Após ter ordenado a imediata colonização daquela ilha, um ano depois, o Infante manda
avançar os navegadores, que encorajados a explorar aquilo que parecia ser um acumulado de
nuvens negras, que avistaram a sul, chegam à Ponta de São Lourenço, depois de ultrapassarem
a travessia e a turbulência das correntes, descobrindo finalmente a baía de Machico, a entrada
para a ilha paradisiacamente florestada a que chamaram Madeira.
O Infante D. Henrique organizou imediatamente a colonização da ilha (1425), com famílias
vindas da região do Algarve.
A partir de 1440 estabelece-se o regime das capitanias com a investidura de Tristão Vaz
Teixeira como Capitão-Donatário da Capitania de Machico. Seis anos mais tarde Bartolomeu
Perestrelo torna-se Capitão-Donatário do Porto Santo e em 1450 Zarco é investido CapitãoDonatário da Capitania do Funchal.
Todavia, correntes históricas há que defendem que as ilhas do arquipélago da Madeira já
seriam conhecidas antes da chegada dos portugueses, baseando-se em referências escritas e na
representação em cartas geográficas, encontrando-se entre estas a obra de um frade
mendicante espanhol na qual as ilhas são referidas pelo nome de Leiname, Diserta e Puerto
Santo.
68
3.2.1 GEOGRAFIA DO ARQUIPÉLAGO
O Arquipélago da Madeira é composto por duas ilhas habitadas, Madeira e Porto Santo, e por
dois grupos de ilhas desabitadas (Desertas e Selvagens) que cobrem uma extensão de mais de
5 mil quilómetros quadrados do Oceano Atlântico, distando 500 quilómetros da costa africana
e mil quilómetros do continente europeu.
Figura 3.1
Mapa do Arquipélago da Madeira.
As ilhas do Arquipélago da Madeira são de origem vulcânica e datam de aproximadamente 12
milhões de anos atrás. A sua formação ficará a dever-se ao fenómeno “hot spots” e à
conhecida falha Rift do Oceano Atlântico e muita da sua riqueza geológica deve-se à erosão
diferencial visível ao longo de toda a ilha. Exemplos disso são os vales profundos do Curral
das Freiras, o planalto do Paúl da Serra, a rocha “Penha D’Aguia”, entre o Porto da Cruz e o
Faial, e também por este motivo a Madeira tem uma beleza natural e rara.
Uma das maiores da Macaronésia, com 741m2 de superfície (547km de comprimento por
22km de largura) a Ilha da Madeira tem na Cidade do Funchal a sua capital e principal centro
urbano e porto da ilha. O Funchal situa-se na costa sul (32°38'N, e 16°55'W) e dista cerca de
660 km da costa africana, 980 km de Lisboa, 400 km da Gran Canaria, e 880 km da Ilha de
Santa Maria, a mais próxima do arquipélago dos Açores.
69
A Ilha do Porto Santo, localizada a 40km da Ilha da Madeira, é conhecida pela sua praia de
areia dourada de 9km de comprimento, banhada por águas cálidas e cristalinas. É também
conhecida pela qualidade terapêutica das suas areias, comprovada cientificamente pelo núcleo
de Geologia da Universidade de Aveiro e, nalguns casos, pela comunidade médica. Esta Ilha
tem uma superfície de 43km2.
As Ilhas Desertas estão situadas a cerca de 22 milhas a sudeste da Cidade do Funchal e
constituem uma Reserva Biogenética, na qual se encontra o último refúgio atlântico para a
Foca Monge (Monachus monachus), a foca mais rara do Mundo.
As Ilhas Selvagens são constituídas por dois grupos de pequenas ilhas, a Selvagem Grande e a
Selvagem Pequena e localizam-se a cerca de 180 milhas da Ilha da Madeira. Estas ilhas
também detêm uma Reserva Natural, na qual habitam algumas espécies florais raras no
planeta, sendo também consideradas como um “santuário ornitológico” pela nidificação de
aves marinhas.
Figura 3.2
Divisão Administrativa da RAM.
Administrativamente, o Arquipélago da Madeira encontra-se dividido em onze concelhos:
Calheta, Câmara de Lobos, Funchal, Machico, Ponta do Sol, Porto Moniz, Porto Santo,
Ribeira Brava, Santa Cruz, Santana e São Vicente. Tanto os sub-arquipélagos das Desertas
como das Selvagens estão sob a jurisdição do concelho do Funchal. No mapa político
administrativo, a Região subdivide-se ainda por 10 vilas, 54 freguesias e 7 cidades: Funchal,
Santana, Santa Cruz, Machico, Câmara de Lobos, Caniço e Vila Baleira no Porto Santo.
70
3.2.1.1 Clima e Natureza
Pela sua latitude e situação geográfica, a Ilha da Madeira apresenta todas as características de
ilha subtropical, encontrando-se elementos das ilhas tropicais na costa sul e das ilhas de climas
temperados na costa norte. O clima é subtropical oceânico, sendo que em certos pontos da
costa sul, as temperaturas médias anuais atingem valores acima dos 20 graus célsius. A
temperatura da água do mar, varia entre os 26º de Verão e os 17º de Inverno. Os ventos
predominantes são de oeste a noroeste no Inverno, e de nordeste no Verão (alísios). A
precipitação anual varia de 500 mm no sudeste da ilha aos mais de 2000 mm nas encostas
norte. As ilhas Selvagens têm um clima desértico com precipitações abaixo dos 200 mm
anualmente.
A Ilha é muito montanhosa, com profundos vales incrustados entre os picos mais altos e
falésias na maior extensão da costa, que totaliza cerca de 160km de extensão. A altitude média
é de 1.300m, sendo os pontos mais elevados o Pico Ruivo (1.862 m), o Pico das Torres
(1.850 m) e o Pico do Areeiro (1.818 m).
A Floresta Laurissilva - Património da Humanidade pela UNESCO – que cobria a ilha antes
da colonização e foi quase inteiramente queimada pelos primeiros colonos, estende-se por
alguns hectares nos vales a norte da ilha.
Compõe-se de árvores como o til (Ocotea foetens), o loureiro (Laurus azorica), o vinhático
(Persea indica), o folhado (Clethra arbórea) e o pau branco (Picconia excelsa), bem como de
musgos e muitos outros arbustos como as urzes (Erica soparia ssp maderensis e Erica
aborea), a uveira da serra (Vaccinium padifolium) e o azevinho (Llex perado ssp perado):
Entre as plantas herbáceas há a destacar as leitugas (Sonchus pinnatus), o piorno (Genista
tenera), o goivo da serra (Erysimum bicolor), a ameixieira de espinho (Berberis maderensis) e
a raríssima orquídea da serra (Dactylorzhia foliosa), única no Mundo.
Ao nível da avifauna destacam-se raras espécies como o pombo trocaz (Columba trocaz)
espécie endémica exclusiva da Ilha da Madeira, a freira da Madeira (Pterodroma madeira), o
francelho (Falco tinnunculus canariensis), o tentilhão (Fingila coelebs maderensis) e o bisbis
(Regulus ignicapillus maderensis). Sendo considerada uma relíquia viva, a quase totalidade da
sua área de ocorrência está incluída no Parque Natural da Madeira com o estatuto máximo de
Reserva Integral.
71
Cerca de dois terços do território madeirense são área protegida tendo sido declaradas cinco
diferentes zonas da Região como Reservas Naturais, num esforço pela conservação da
natureza.
3. 3 CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO
Conforme podemos observar pelo Gráfico 3.1 e através dos Recenseamentos Gerais da
População de 1950-2001 do INE, a população residente na RAM tem tido uma evolução
descendente, embora ligeira ao longo dos últimos cinquenta anos, mas mais acentuada na
última década, chegando-se ao ano 2001 com menos 3,3% dos efectivos contados em 1991. A
densidade populacional era de 312,2 habitantes por km2 em 2001.
Gráfico 3.1
Evolução da População Residente na RAM.
269.769
1950
268.937
1960
251.135
252.844
253.426
245.011
1970
1981
1991
2001
Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População, 1950-2001.
Para finais da década de 60, o crescimento da população sofre um abrandamento que em
grande medida está relacionado com o início de uma importante época de emigração (sazonal
ou temporária) para países estrangeiros.
72
Mas já a partir dos anos 70 verifica-se uma recuperação da população (Quadro D.1), em
virtude da redução dos fluxos para o exterior e do importante movimento de retorno das excolónias em face do processo de descolonização em curso.
Actualmente, o crescimento da população do país e da Região está associado a baixas taxas de
fecundidade e de natalidade (por motivos económicos e sociais, mas sobretudo ligados ao
papel da mulher na sociedade e sua participação no mundo laboral), assim como ao aumento
da esperança média de vida e à diminuição da mortalidade infantil.
Analisando a distribuição da população por concelhos, conforme ilustra o Gráfico 3.2,
podemos verificar que os concelhos de Câmara de Lobos e de Santa Cruz apresentam um
considerável crescimento demográfico perante uma significativa diminuição da população nos
concelhos mais virados a Norte e Oeste da Ilha, como sejam Calheta, Ponta do Sol, Porto
Moniz, Ribeira Brava, Santana e São Vicente (Quadro D.2).
Gráfico 3.2
Evolução da população residente na RAM, por concelhos.
São Vicente
Santana
2001
Santa Cruz
1991
Ribeira Brava
Porto Santo
1981
Porto Moniz
Ponta do Sol
1970
Machico
Funchal
Câmara de Lobos
1960
1950
Calheta
Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População, 1950-2001.
Os concelhos de Câmara de Lobos e de Santa Cruz concentram, respectivamente, 14,1% e
12,1% da população da ilha, o que é extremamente importante se se considerar que quase
metade da população da RAM (42,4%) se concentra no Concelho do Funchal (por força da
perda de população dos meios rurais).
Centrando o focus de análise na cidade do Funchal, podemos observar a emergência de
aglomerados populacionais que mantêm fortes relações de funcionalidade e interdependência
73
com outros centros urbanos (ex: Caniço), a exemplo do que acontece com as cidades de
Amadora, Almada e Setúbal em relação à Grande Lisboa.
A proliferação de parques habitacionais nas zonas periféricas da Cidade do Funchal, chamadas
“Zonas Altas”, e em concelhos vizinhos como Câmara de Lobos e Santa Cruz, criou uma
espécie de “cidades satélite” ou zonas “dormitório”, onde os seus habitantes mantêm uma
relação extra-profissional e se deslocam diariamente à capital numa lógica funcional para aí
exercerem as suas profissões e usufruírem dos grandes e especializados equipamentos ou
lugares sociais.
O volume de construção empreendido pelo sector público, a implementação de novas vias de
comunicação e consequente melhoramento da rede viária, o baixo custo dos terrenos, a maior
disponibilidade e infra-estruturação dos solos, os índices de construção e da oferta no sector
da habitação nos chamados concelhos periféricos ao Funchal vieram também contribuir para
estes movimentos migratórios internos, com a deslocalização da população para zonas
residenciais diferentes dos seus locais de origem.
Interessante é também analisar o crescimento demográfico da população residente na Madeira,
em 2001, com base na sua estrutura etária.
A composição etária constitui um elemento fundamental da análise da mortalidade e da
natalidade, pelo que não pode ser ignorada numa apreciação completa das diferentes facetas
dos movimentos migratórios, até porque anda intimamente ligada a importantes aspectos da
vida económica, social e política das sociedades.
A proporção dos indivíduos de cada idade é o ponto de partida para a previsão do volume dos
produtores, do número de candidatos à admissão nos diferentes estabelecimentos de ensino,
do número de indivíduos com capacidade para exercer uma actividade económica, da massa
dos inactivos de idade avançada a sustentar e a assistir por diversas maneiras, entre outros.
As variações na proporção dos jovens, dos adultos ou dos velhos implicam variações
significativas na incidência dos encargos sociais. A pirâmide das idades ou pirâmide de vida
permite observar as modificações na estrutura etária das diferentes localidades, entre os
momentos censitários.
74
Figura 3.3
Modelos de pirâmide etárias.
População jovem
População estável
População com
tendência para o
envelhecimento
As situações gráficas descritas na Figura 3.3 constituem três bons exemplos de pirâmides de
idades. Por analogia, facilmente se constata que a população da RAM é uma população com
tendência para o envelhecimento.
As populações com tendência para o envelhecimento – caso da Madeira - devem as suas
características às baixas taxas de natalidade, que não garantem a renovação completa dos
efectivos das classes adultas e conduzem assim a uma progressiva predominância dos
efectivos de idade avançada.
75
Gráfico 3.3
Pirâmide etária da população residente na RAM.
85 e +
80-84
75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
Homens
Mulheres
Fonte: INE, XIV Recenseamento Geral da População.
Apesar da forte queda da natalidade que se verificou em todas as regiões do país, a Madeira,
contudo, apresenta em 2001 uma elevada proporção de jovens (19,1%) comparativamente à de
idosos (13,7%)41. Há vinte anos atrás a proporção de jovens era de 30,8%.
Índices de Dependência:
Id jovens = Pop. < 15
x 100
Pop. 15-64
(1)
Id idosos = Pop. > 64
x 100
Pop. 15-64
As idades médias para homens e mulheres na Região são, no entanto, das mais baixas do país,
situando-se nos 34,5 anos para os homens e nos 38,6 para as mulheres.
41
Da análise feita à estrutura etária da população da RAM segundo o XIV Recenseamento Geral da População. Consultar
Quadro D.3.
76
Numa estrutura de população jovem, uma fecundidade elevada assegura não só a renovação
da massa dos adultos como até o aumento do seu número.
Cabe também aqui sublinhar que os fenómenos da emigração e da imigração – este último a
que se assiste presentemente no país – podem, da mesma maneira, traduzir-se por reentrâncias
ou saliências no perfil da pirâmide.
Na população estável, a natalidade mantém-se em torno dos volumes necessários para, a um
ritmo determinado da mortalidade, assegurar a simples renovação do grupo dos adultos.
O estreitamento no corpo da pirâmide no grupo dos homens em idade adulta tem que ver, em
muitos casos, com o facto dos migrantes adultos se recrutarem de maneira predominante entre
os indivíduos do sexo masculino, acentuando o desequilíbrio já inerente na desigual tendência
da mortalidade.
3.3.1 O SABER E O FAZER
Os Censos de 2001 revelam um aumento do nível de instrução da população da RAM em
relação a 1991. Apesar de uma descida do número de indivíduos que atingiu o Ensino Básico
(-12,4%), uma porção significativa da população em idade escolar atingiu o Ensino
Secundário (86,7%) e o Ensino Superior (196,2%).
Entre os analfabetos, 38,5% são homens e 61,5% são mulheres. A percentagem de mulheres a
frequentar o ensino é também maior (51,9%) relativamente aos homens (48,1%).
A população sem qualquer nível de ensino (42.701 indivíduos) representa sensivelmente
17,4% do total da população madeirense. Por altura do último trabalho censitário a Região
tinha uma taxa de analfabetismo de 12,7%.
77
Quadro 3.1
População residente na RAM,
sem nenhum nível de ensino, a frequentar o ensino
e segundo a taxa de analfabetismo, por sexo, 2001.
População com
População residente sem
População residente a
nenhum nível de ensino
frequentar o ensino
Taxa de
10 ou + anos
analfabetismo %
analfabeta
H/M
42.701
51.687
27.374
12,7
H
18.348
24.855
10.540
10,5
M
24.353
26.832
16.834
11,1
Fonte: INE, XIV Recenseamento Geral da População.
Taxa de Analfabetismo:
Nº de pessoas com idade ≥ 10
TA = que não sabe ler nem escrever
x 100
(2)
total de pessoas com idade ≥ 10 anos
Olhando para a Quadro que se segue, é possível verificar uma quebra acentuada a partir
daqueles que concluíram o Ensino Básico e aqueles que prosseguiram os estudos, assim como
constatar que é no grupo das mulheres que um maior número de indivíduos atinge os níveis de
ensino seguintes (56,3%)42.
Quadro 3.2
População residente na RAM
segundo o nível de escolaridade, por sexo, 2001.
Nível de ensino atingido
Ensino Básico
Secundário
Médio
Superior
(1º,2º e 3º ciclos)
H/M
147.997
34.283
1.159
18.871
H
73.132
16.089
512
7.130
M
74.865
18.194
647
11.741
Fonte: INE, XIV Recenseamento Geral da População.
42
Um total de 54.313 indivíduos concluiu os ensinos Secundário, Médio e Superior, dos quais 30.582 são do sexo feminino.
78
Assumindo-se a persistência de um maior abandono escolar no grupo dos homens, podemos
encontrar entre as causas a integração imediata dos rapazes no mundo do trabalho logo que
atingem a idade activa (≥15 anos), os fenómenos de emigração mais recorrentes nos homens e
em idade jovem, as consequências do Serviço Militar Obrigatório (actualmente suprimido no
país) e a acção de determinados flagelos sociais que atingem com maior incidência o sexo
masculino, como o caso da toxicodependência.
Quadro 3.3
População residente na RAM,
segundo a actividade económica e o emprego, por sexo, 2001.
Empregada
Pop.
Activa
Face ao emprego
TAE
%
Desemp.
1º
2º
3º
Total
TD
%
Procura 1º
emprego
Procura
novo
emprego
H/M
110.605
45,1
8.888
26.730
69.890
105.508
5.097
4,6
1.679
3.418
H
61.853
53,7
5.125
23.063
31.624
59.812
2.041
3,3
470
1.571
M
48.752
37,6
3.763
3.667
38.266
45.696
3.056
6,3
1.209
1.847
Fonte: INE, XIV Recenseamento Geral da População.
Em conformidade com os dados recolhidos pelo INE no ano de 2001, a população madeirense
em idade activa (15-64 anos) atingia os 45,1% do total da população, sendo que destes 95,4%
estavam empregados e a trabalhar por contra de outrem ou por conta própria e apenas 4,6% se
encontrava em situação de desemprego, aqui atingindo particularmente o sexo feminino.
Taxa de Actividade Económica:
TAE =
População activa
x 100
(3)
População absoluta
Taxa de Desemprego:
TD = População desempregada x 100
(4)
População activa
79
Dentro da população empregada, verifica-se um relativo equilíbrio de sexos entre aqueles que
se ocupam no sector primário (agricultura e pescas), o domínio do sexo masculino nas
profissões do sector secundário (comércio e indústria), e uma predominância das mulheres a
exercer funções no sector terciário (serviços).
Quadro 3.4
Famílias e núcleos familiares residentes
e alojamentos familiares existentes na RAM, 2001.
Famílias
Alojamentos familiares
Núcleos familiares residentes
Clássicas
Institucionais
73.619
98
66.411
Clássicos
Outros
Total
94.271
638
94909
Fonte: INE, XIV Recenseamento Geral da População.
Finalmente, o retrato societário da população madeirense permite saber que 99,9% das
famílias madeirenses são constituídas por famílias clássicas (conjunto de indivíduos que
residem no mesmo alojamento e têm relações de parentesco entre si) e apenas 0,1% são
famílias institucionais (indivíduos que residem num alojamento comum, independentemente
da relação de parentesco entre si, observam uma disciplina comum, são beneficiários dos
objectivos de uma instituição e são governados por uma entidade interior e exterior ao grupo).
A grande maioria (99,3%) habita em alojamentos familiares clássicos.
3.4 ANIMAÇÃO, CULTURA E IMAGEM
Após conhecer a Ilha em termos do seu património histórico e cultural e do ponto de vista da
composição da sua população, será também interessante conhecer o calendário de eventos que
ocorrem ao longo do ano e compreender qual a imagem que o turista que visita a Madeira tem
do destino.
Dos muitos acontecimentos de carácter cultural realizados um pouco por toda a Ilha,
destacam-se aqueles que fazem partem do calendário oficial de animação turística, como a
Festa da Flor, Festa do Vinho e Festas de Natal e Fim do Ano, da responsabilidade da
80
Secretaria Regional de Turismo, Festival Regional de Folclore, organizado pela Secretaria
Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, Feira do Livro e Funchal Jazz, organizados
pela Câmara Municipal do Funchal, entre outros.
Intercalados com a programação e produção de todos estes eventos, ocorrem na Região vários
outros acontecimentos culturais nas suas mais variadas expressões artísticas, seja para
públicos mais eruditos ou mais populares, como peças de teatro, exposições de pintura e
escultura, concertos de música clássica e pop rock, lançamentos de livros, bailados, entre
muitas outras festas de casualidade promovidos pela iniciativa pública ou privada.
Quadro 3.5
Calendário de eventos culturais, festas religiosas e festas populares na RAM.
Eventos culturais
Festas religiosas
Festas populares
Totais
Janeiro
2
15
-
17
Fevereiro
2
2
1
5
Março
1
3
-
4
Abril
1
5
-
6
Maio
2
16
3
21
Junho
1
48
5
54
Julho
2
40
6
48
Agosto
2
69
1
72
Setembro
2
32
3
37
Outubro
1
14
2
17
Novembro
1
6
-
7
Dezembro
3
7
-
10
Totais
20
257
21
298
Fonte: DRT, DRAC, Cardozo e Baptista.
As festas religiosas e os arraiais tradicionais têm um cariz marcante na cultura popular
madeirense, sobretudo muito presente na vida das comunidades de emigrantes madeirenses
que à data visitam a sua terra natal e as suas raízes familiares ou, nessa impossibilidade,
assinalam a efeméride nos seus países de acolhimento.
81
Para projectar a sua imagem e captar a atenção dos mais importantes mercados emissores de
turismo, a Região Autónoma da Madeira, através da SRTT e da AP-Madeira, faz-se
representar em 65 diferentes feiras e eventos de turismo num total de 23 países, ao longo de
todo o ano 2008.
A promoção dos destinos Madeira e Porto Santo fazem-se sobretudo no continente europeu e
de modo mais incisivo no mercado nacional, Reino Unido, Espanha, Alemanha, França e
Suécia.
82
Quadro 3.6
Calendário de feiras e eventos de turismo com participação da RAM.
Meses do ano
Países
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
●●●
●
●
Julh
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Total
●
●
10
Portugal
●●●
Holanda
●
1
Noruega
●
1
Alemanha
●
●
●●●
●
Suíça
●
●
●
5
●
●
●
7
Áustria
●
●
Finlândia
●
Luxemburgo
●
1
Irlanda
●
1
Dinamarca
●
1
Espanha
●
2
●
2
●●●
●
●
5
●●
7
França
●●
●●
Bélgica
●
●
Reino Unido
●
República Checa
●
1
Itália
●
1
Hungria
●
2
●
●
5
●
Suécia
●
Rússia
●
2
●●●●
5
1
●
Roménia
1
●
Polónia
Brasil
●
2
●
1
●
EUA
Total
●●
15
10
6
5
7
1
-
1
7
1
5
4
4
65
Fonte: DRT, 2008.
83
A acção de promoção e divulgação faz-se sentir em feiras de produtos tão transversais ao
turismo, como as luas de mel, congressos e incentivos, golfe, SPA’s, turismo activo e turismo
náutico, o que acontece com maior frequência na época de Inverno e nos primeiros meses do
ano.
No estudo sobre “A Madeira Vista do Continente”, apresentado pela Deloitte em 2006, os
turistas nacionais associam a Ilha a factores como beleza, clima, flores/jardins, natureza e
descanso, mas consideram um destino caro face à oferta de outros destinos, apesar de dotado
de uma hotelaria de luxo, com um serviço e gastronomia de qualidade. Os portugueses
continentais entendem que este é um destino de férias para 3 ou 4 dias e dizem-se insatisfeitos
com as ligações aéreas, com a relação preço/qualidade e com a reduzida oferta nocturna.
No Reino Unido e Alemanha - dois dos mais importantes mercados de turistas para a Madeira
– onde cerca de 90% dos inquiridos43 conhece a Madeira como destino turístico, destacam-se
os atributos tranquilidade, natureza, clima, mar, gastronomia e simpatia. Ingleses e alemães
consideram um destino ideal aquele sítio onde as pessoas são simpáticas, não existe poluição
ou lixo no chão, a temperatura é amena, permitindo apreciar a diversidade e riquezas naturais.
Entre os aspectos positivos associados à Madeira estão a beleza natural, hospitalidade das
pessoas, clima, gastronomia, passeios, infra-estruturas de lazer e diversão, sol, praias,
património cultural. Os aspectos negativos mais evidenciados dizem respeito à construção em
excesso, custos locais elevados/time-share, poluição sonora, má qualidade dos acessos,
trânsito congestionado e destruição da natureza.
3.5 ANÁLISE SWOT DO DESTINO MADEIRA
A análise SWOT debruça-se, em parte, sobre o estudo dos pontos fortes e pontos fracos da
organização, ou seja, do seu ambiente interno. Assim, e de acordo com a teoria conceptual,
quando percepcionado um ponto forte o destino deve ressaltá-lo, faze-lo sobressair mais
ainda, e, pelo contrario, quando identificado um ponto fraco deve agir no sentido de tentar
corrigi-lo ou, pelo menos, minimizar os seus efeitos.
43
Estudo encomendado pela Direcção Regional de Turismo à GConsulting sobre “A Imagem da Madeira Enquanto Destino
Turístico”, em 2005.
84
Quadro 3.7
Análise SWOT do destino Madeira.
Pontos fortes
·
Clima ameno todo o ano
·
Destino de tranquilidade e descanso
·
Segurança
Pontos Fracos
·
Restrição de acessos apenas por via aérea e
marítima
·
Limitações das ligações e custo dos transportes
aéreos
·
·
Boa qualidade das infra-estruturas de apoio
·
Proximidade da zona euro e dos principais
mercados emissores
Diversidade da oferta de produtos
·
Produtos
diversificados,
como
urbanística
–
construção
excessiva
·
·
Descaracterização
Reduzida oferta complementar – oferta cultural
escassa
sol,
mar,
·
natureza…
·
Património histórico e cultural
·
Hospitalidade e simpatia
·
Serviços de qualidade na hotelaria
·
Gastronomia de qualidade
·
Património natural e protegido de grande valor
·
Crescente profissionalização dos promotores
Fraca sensibilidade do trade continental para a
comercialização do destino Madeira
·
Gestão dos solos – descaracterização do
território
·
Indefinição da marca Madeira: natureza, flores,
Spa’s ?
·
Fraca oferta de animação nocturna
turísticos – cultura orientada para o turista
·
Notoriedade global do destino – elevado grau de
satisfação dos turistas
·
Melhoria das infra-estruturas de transporte e
acessibilidades (via-rápida, marinas e aeroporto)
·
Novas infra-estruturas (complexos balneares,
campos de golfe, centros temáticos)
Noutra vertente, a análise SWOT visa o ambiente externo à organização em busca de ameaças
e oportunidades. Trata-se da análise daquilo que está sempre fora do controle das empresas,
mas que é importante conhecer e monitorar. Entre as forças a serem consideradas estão
factores demográficos, económicos, históricos, políticos, sociais, tecnológicos, sindicais,
legais, entre outros.
85
Oportunidades
·
Ameaças
Aumento dos combustíveis faz aumentar tarifas
·
dos destinos mais longínquos
Imagem tradicional e desactualizada junto do
consumidor final
·
Exploração do turismo ibérico
·
Dependência dos Tour operators
·
Crescimento do mercado com hábitos de vida
·
Parque e oferta hoteleira com idade média
saudáveis – turismo com tradições na área da
saúde.
·
Desenvolvimento
e
expansão
do
turismo
avançada
·
Estereotipo de destino para estrangeiros
·
Estigma de destino de turismo sénior
·
Aumento dos preços dos combustíveis
·
Imagem de um destino caro
·
Sazonalidade do destino Porto Santo
·
Crise económica internacional
náutico, de golfe, e de congressos e incentivos.
·
Destino de momentos – “no agenda”
·
Satisfação dos turistas – fidelização do cliente
·
Estabilidade política e social
·
Liberalização da linha aérea
Após uma primeira parte dedicada à dialéctica conceptual sobre os domínios do Turismo e da
Cultura, passa-se à operacionalização dos dados recolhidos no campo da pesquisa
exploratória.
Neste campo, da auscultação directa dos intervenientes no sector - os turistas e os agentes que
definem políticas e estratégias turísticas - levada a cabo através da aplicação de inquéritos e
entrevistas, e consequente análise e tratamento de dados, são mostrados aqueles que são os
desejos, as preferências e as escolhas dos turistas, com base nas suas expectativas,
experiências vivenciadas e informação recebida sobre o destino, correlacionando-se com o seu
perfil societário, padrões de conhecimento sobre o lugar escolhido e grau de satisfação da
visita à Madeira.
Mais à frente, apresenta-se a visão das entidades oficiais que tutelam o Turismo e a Cultura e
daqueles que diariamente pensam o turismo como vector estratégico da economia regional.
86
CAPÍTULO IV
PERFIL DO TURISTA E MODELO ECONÓMICO
4.1 INTRODUÇÃO
O presente capítulo sintetiza o trabalho de campo e a análise de resultados ao questionário
aplicado aos turistas.
A este nível da investigação, indagou-se do perfil e caracterização sócio-demográfica do
turista de visita à Região, das suas preferências e motivações relativamente ao destino, assim
bem como ao grau de satisfação sobre a viagem efectuada.
No âmbito do trabalho prático e no seguimento das categorias de análise colocadas nos
inquéritos efectuados, procurou-se caminhar ao encontro dos objectivos propostos e conferir
se os recursos turísticos intrínsecos e distintivos da Marca Madeira, enquanto vantagens
comparativas face a outros produtos, se consubstanciam efectivamente como vantagens
competitivas e incontestavelmente determinantes nas opções dos turistas.
Assim, o Capítulo IV, da análise estatística resultante da amostra retirada da população do
estudo44 assenta, numa primeira parte, na descrição do visitante segundo o país de origem,
sexo, idade, níveis e escolaridade e de rendimentos, seguindo-se uma apreciação à tipologia e
tempos das viagens e, finalmente, à justificação pela escolha do destino e nível de satisfação.
44
Recorde-se que, por razões de ordem operacional, a população-alvo é constituída pelos turistas que visitam a Madeira,
enquanto a população do estudo representa os turistas que visitaram a Ilha entre os meses de Março e Maio de 2008, dos
quais se retirou a amostra.
87
4.1.1 ASPECTOS METODOLÓGICOS
No campo da análise estatística há aspectos importantes a reter, designadamente o item “NR”
apresentado nas tabelas que corresponde à quantificação das “Não Respostas” e o item “NAP”
que diz respeito às respostas “Não Aplicáveis”.
No conjunto das tabelas apresentadas convém também saber que a coluna “Percentagem
Total” diz respeito às percentagens dos valores incluindo as “NR” e a coluna “Percentagem
Válida” reporta às percentagens dos valores sem as “NR”. Os gráficos que apresentam
percentagens, indicam a “Percentagem Válida”.
No que concerne à amostra observada, esta é composta por 197 turistas que visitaram a
Região Autónoma da Madeira durante os meses de Março, Abril e Maio, inclusive, de 2008.
Quadro 4.1
Distribuição das respostas ao questionário, segundo local de aplicação.
Local
Residencial Central
Hotel Monumental Lido
Albergaria Dias
Monte Mar Palace
Quinta do Jardim da Serra
Hotel Girassol
Riu Palace Hotel
Total
N.º de Respostas
6
12
22
28
30
36
63
197
Percentagem (%)
3,0
6,1
11,2
14,2
15,2
18,3
32,0
100,0
Pela distribuição das respostas apuradas segundo o local e concelho de aplicação, obteve-se
maior participação nos hotéis Riu Palace (32,0%) e Girassol (18,3), com o concelho do
Funchal a apresentar o maior número de respostas obtidas (35,5%). Para além destas unidades
hoteleiras, foram ainda aplicados inquéritos na Residencial Central, Hotel Monumental Lido,
Albergaria Dias, Monte Mar Palace Hotel e Quinta do Jardim da Serra, abrangendo os
concelhos de São Vicente, Câmara de Lobos, Porto Santo e Santa Cruz e Funchal, estes três
últimos onde se concentram os maiores parques hoteleiros da Região Autónoma. O Concelho
do Porto Santo foi aquele onde se achou o menor número de participação (3,0%).
88
Quadro 4.2
Distribuição das respostas ao questionário, segundo concelho de aplicação.
Concelho
Porto Santo
São Vicente
Câmara de Lobos
Santa Cruz
Funchal
Total
N.º de Respostas
6
28
30
63
70
197
Percentagem (%)
3,0
14,2
15,2
32,0
35,5
100,0
Importa salientar que no tempo em que decorreram os questionários, 84,2% foram
respondidos durante o mês de Março de 2008, que, conforme se previu, foi novamente um
período de grande afluência de turistas à Madeira45 em resultado da atractividade do cartaz
turístico que é a Festa da Flor.
Do total dos 197 questionários preenchidos, 177 foram respostas válidas (89,8%) e 20 “Não
respostas” (10,2%), sendo que 75,6% foram conseguidas em Março, 8,6% no mês de Abril e
5,6% em Maio (percentagem total)46.
4.2 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-DEMOGRÁFICA DO TURISTA
Observando o quadro dos resultados dos questionários, segundo o número de respostas e
origem dos inquiridos, facilmente se constata que a amostra observada é constituída na sua
maioria por turistas ingleses e alemães47, representando respectivamente 50,3% e 22,7% do
total dos indivíduos inquiridos, sendo estes dois mercados tradicionais e dos mais importantes
mercados emissores de turismo para a Madeira.
45
De acordo com os dados preliminares do INE, em Março de 2008 o Turismo da Madeira registou um aumento de 10,8% no
total de dormidas face a igual mês de 2007. Já segundo os indicadores de tráfego do Aeroporto da Madeira, durante o mês de
Março de 2008 registou-se um aumento do número de passageiros em 19,6% por comparação ao mês de Março de 2007,
também graças a um aumento nos movimentos de 2,2%.
46
Ver tabela da distribuição das respostas, segundo o mês de aplicação. Apêndice D.
47
Igualmente de acordo com dados preliminares do INE referentes ao mês de Março de 2008, os mercados britânico e alemão
representaram cada um 30% do total das dormidas na hotelaria madeirense, verificando-se um aumento de 33,6% para os
ingleses e uma redução de 6,9% para os alemães e comparando com o mês de Março do ano passado.
89
Quadro 4.3
Total de indivíduos, segundo o país de origem.
País
França
Suíça
Luxemburgo
Polónia
Bélgica
Finlândia
Escócia
Áustria
Dinamarca
Portugal
País de Gales
Irlanda
Holanda
Alemanha
Inglaterra
Total de respostas
NR
Total
N.º de
Respostas
1
1
1
1
1
2
2
2
3
3
4
11
17
41
91
181
16
197
Percentagem
Total (%)
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
1,0
1,0
1,0
1,5
1,5
2,0
5,6
8,6
20,8
46,2
91,9
8,1
100,0
Percentagem
Válida (%)
0,6
0,6
0,6
0,6
0,6
1,1
1,1
1,1
1,7
1,7
2,2
6,1
9,4
22,7
50,3
100,0
No que concerne à representatividade da amostra quanto ao sexo dos indivíduos que
responderam ao questionário, 47,9% são homens e 52,1% são mulheres, sublinhando-se que
34 indivíduos nada responderam quanto ao sexo dos 163 que indicaram o género a que
pertencem.
Gráfico 4.1
Total de respostas, segundo o sexo dos inquiridos.
Masculino
48%
Feminino
52%
No contexto da amostra observada face à situação dos indivíduos perante o trabalho ou
actividade económica, verificou-se que 66% dos turistas que visitaram a RAM se encontram
90
activos48, contrariando um pouco a teoria de que o turismo madeirense é fundamentalmente
um turismo de indivíduos aposentados ou em idade de reforma.
Gráfico 4.2
Total de indivíduos, perante a actividade económica.
66 %
Activo
34 %
Não Activo
0
10
20
30
40
50
60
70
Como também se pode observar pelo gráfico seguinte, quase metade da população do estudo
(42,3%) tem entre 45 e 60 anos de idade, seguindo-se então uma camada de população mais
idosa, com 60 e mais anos (39,2).
Neste enquadramento, podemos admitir que o turismo jovem continua a ter fraca expressão na
procura pelo destino Madeira (4,1% dos inquiridos têm idades até 30 anos e 14,4% entre 31 e
44 anos), mas que também não é o turismo mais idoso aquele que tem a maior
representatividade, pelo menos, nesta altura do ano das mini-férias da Páscoa.
Gráfico 4.3
Total de indivíduos, segundo os grandes grupos etários.
42,3
50
39,2
40
30
14,4
20
10
4,1
0
Até 30 anos
31-44 Anos
45-60 Anos
Mais de 60 anos
48
Subentende-se que são activos empregados, já que os indivíduos activos são todos aqueles que se encontram em condições
de exercer uma qualquer actividade económica podendo estar ou não empregados.
91
Outro dado curioso a retirar da amostra diz respeito ao grau de habilitações literárias que
possuem os turistas que visitam a Madeira, sendo que 94% apresentam uma escolaridade ao
nível do ensino secundário e universitário e de apenas 6% ao nível do ensino básico.
Quadro 4.4
Total de indivíduos, segundo o nível de escolaridade.
Habilitações Literárias
Básico
Secundário
Universitário
Total de respostas
NR
Total
N.º de
Respostas
11
86
87
184
13
197
Percentagem
Total (%)
5,6
43,7
44,2
93,4
6,6
100,0
Percentagem
Válida (%)
6,0
46,7
47,3
100,0
Com relação aos indicadores que ilustram a capacidade económica e poder de compra dos
turistas, e não obstante o habitual desconforto que a pergunta «quanto aufere mensalmente»
ou «quanto é que recebe de salário» causa ao inquirido, 24% dos indivíduos que responderam
ao questionário escusaram-se a preencher o campo dos rendimentos.
Ainda assim, dentro daqueles que indicaram quanto é que ganham, uma maioria de 30,4%
aufere todos os meses um rendimento situado entre os 2001 e os 3000 euros, seguindo-se um
grupo de 20,9% que ganha entre os 1501 e os 2000 euros. Aqueles que auferem um salário
superior a 5 mil euros mensais representam 12,8% da amostra e 11,5% os turistas que recebem
menos de 1500 euros de ordenado.
Quadro 4.5
Total de indivíduos, segundo o rendimento mensal.
Rendimento Mensal
Menos de 1500 €
1501-2000 €
2001-3000 €
3001-4000 €
4001-5000 €
Mais de 5000 €
Total de respostas
NR
Total
N.º de
Respostas
17
31
45
27
9
19
148
49
197
Percentagem
Total (%)
8,6
15,7
22,8
13,7
4,6
9,6
75,1
24,9
100,0
Percentagem
Válida (%)
11,5
20,9
30,4
18,2
6,1
12,8
100,0
92
4.2.1 FREQUÊNCIA E TIPOLOGIA DAS VIAGENS
Focando agora o locus da análise nos turistas que visitam a RAM pela frequência de viagens
que efectuam, observamos através gráfico que se segue que uma relativa maioria de 36,6%
viaja para fora do seu país duas vezes por ano, mas que já outros 34,0% viajam com uma
frequência de três ou mais vezes ao ano, o que permite, também por aqui, aquilatar-se do
poder económico e da predisposição para viajar por parte dos turistas que visitam a Madeira,
perceptível na reduzida percentagem de 4% dos inquiridos que indicou raramente viajar.
Gráfico 4.4
Total de indivíduos, segundo a frequência que viaja para fora do seu país.
2,1
Todos os meses
34
Três ou mais vezes/ano
36,6
Duas vezes por ano
23,2
Uma vez por ano
4,1
Raramente
0
5
10
15
20
25
30
35
40
(%)
Quando inquiridos sobre o motivo das viagens efectuadas, 90,9% dos turistas que
responderam a esta questão disseram viajar por motivo de férias, sendo que apenas 9,1%
afirmaram viajar por motivo de negócios ou para participar em congressos, e 8,6% por
motivos pessoais (saúde/família). Quando confrontados com outros motivos a que
responderam afirmativamente 3% dos indivíduos, 1,0% indicou ter viajado por “prazer” ao
passo que os restantes não especificaram a razão dessa viagem49.
49
As percentagens e valores se referem a categorias não exclusivas (a soma das percentagens é superior a 100 %), ou seja,
compreendem mais do que uma opção de escolha.
93
Gráfico 4.5
Total de indivíduos, segundo o motivo das viagens.
3%
8,6%
9,1%
90,9%
Férias
Negócios/Congressos/Incentivos
Pessoais (Saúde/Família)
Outros
No que concerne à duração do período de férias, 80,5% dos turistas que responderam a esta
questão afirmaram ter até 15 dias de férias, que se subentende em viagem, enquanto só 19,5%
é que podem viajar em gozo de férias por um período superior à quinzena.
Gráfico 4.6
Total de indivíduos, segundo a duração das suas férias.
19,5
Mais ou até 15 dias
80,5
Menos de 15 dias
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
(%)
Em conformidade com as características do destino Madeira, a grande maioria dos turistas
viajam acompanhados (94,4%), designadamente pelo cônjuge (80,4%) e geralmente sem os
filhos (90,8%). Contudo, alguns optam por viajar em férias na companhia de amigos ou
colegas (17,4%) ou mesmo com outras pessoas com as quais mantêm um qualquer tipo de
relação (2,7%).
94
Gráfico 4.7
Total de indivíduos, segundo viaja sozinho ou acompanhado.
94,4
100
90
80
70
60
(%) 50
40
30
20
10
0
5,6
Sozinho
Acompanhado
Gráfico 4,8
Total de indivíduos, segundo o acompanhante em férias.
2,7
Outros
17,4
Amigos/Colegas
9,2
Filhos
80,4
Mulher/Marido
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
(%)
Desta base amostral resulta ainda que 70,9% visitavam nesta oportunidade e pela primeira vez
a “pérola do Atlântico”, enquanto que 29,1% já tinham estado antes na Madeira, o que não
deixa de ser significativo e parece sustentar o argumento de que se trata de um destino
recorrente nas preferências dos turistas.
95
Gráfico 4.9
Total de indivíduos, segundo já ter visitado a RAM.
70,9
Não
29,1
Sim
0
10
20
30
40
50
60
70
80
(%)
Quadro 4.6
Total de indivíduos, segundo as principais razões de escolha pelo destino Madeira.
N.º de Respostas
Motivos profissionais
Visitar amigos
Outro Motivo
Preço
Segurança
Curiosidade em conhecer
Flores
Clima
Beleza/Paisagem
0
3
14
15
17
58
62
94
112
Percentagem
Total (%)
0
1,5
7,1
7,7
8,7
29,6
31,6
48,0
57,1
As razões principais pelas quais se escolhe o destino Madeira, dentro dos turistas que
compõem a amostra, são pela Beleza/Paisagem (57,1 %), seguidas de imediato pelo clima (48
%) e pelas flores (31,6 %). Recorde-se, uma vez mais, que as percentagens e valores
apresentados se referem a categorias não exclusivas ou de resposta múltipla (pelo que a soma
das percentagens é superior a 100 %).
96
Quadro 4.7
Total de indivíduos, segundo outros motivos de escolha do destino.
N.º de Respostas
Esposa
Saúde e Local de nascimento
Facilidade de Reservas
Lazer
Ligação Aerea
Levadas
Total
1
1
2
2
2
5
13
Percentagem
(%)
7,7
7,7
15,4
15,4
15,4
38,5
100,0
Pelos dados patentes no Quadro 4.7 ficamos a saber que dos 7,1% que disseram ter escolhido
a Madeira por “outro” motivo para passar as suas férias, uns fizeram-no pelo conhecimento
que tinham das levadas, pela possibilidade de praticar uma qualquer actividade de lazer, pela
facilidade de reservas e das ligações aéreas, entre outros.
Da amostra observada e com relação ao tipo de voo utilizado nesta deslocação à RAM,
verificou-se que mais de metade (59,9%) utilizou ligações aéreas em voos charter,
possivelmente pelo aliciante do factor custo, ao passo que 31,3% dos turistas preferiram voos
regulares, o que pode ter a ver com a origem do destino de partida ou com o “timing”
escolhido para a realização da viagem, e que apenas uma fatia de 8,9% dos turistas optou por
viajar em voos low-cost, que se aceita pelo facto de haver apenas uma companhia de baixo
custo (EasyJet) a operar após a regulamentação da liberalização do espaço aéreo para a
Madeira, em Outubro de 2007.
Gráfico 4.10
Total de indivíduos, segundo o tipo de voo utilizado.
8,9%
31,3%
59,9%
Regular
Charter
Low-Cost
97
Já no que diz respeito à tipologia do alojamento preferencialmente escolhido, a quase
totalidade dos turistas gosta de se hospedar em hotéis de categoria superior, escolhendo em
primeiro lugar os hotéis de quatro estrelas (71,8%) e hotéis cinco estrelas (19,0%). Seguem-se
com baixa intensidade de eleição os hotéis de três estrelas, os resorts, unidades de turismo
rural e apart-hotéis (5%) e com muito menor destaque (1,5%) a opção pelas pensões.
Quadro 4.8
Total de indivíduos, segundo a tipologia do alojamento escolhido.
N.º de Respostas
Resort
Hotéis 5 estrelas
Hotéis 4 estrelas
Hotéis 3 estrelas
Residenciais
Turismo Rural
Apart-Hotéis
Pensões
Total
NR
Total
1
37
140
11
1
1
1
3
195
2
197
Percentagem
Percentagem Válida (%)
Total (%)
0,5
0,5
18,8
19,0
71,1
71,8
5,6
5,6
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
1,5
1,5
99,0
100,0
1,0
100,0
4.3 DETERMINANTES DAS ESCOLHAS
Tal como a maior parte dos turistas entrevistados que disse nunca ter estado antes na Madeira,
também aqui mais de metade (60,6%) declarou não ter qualquer conhecimento ou sequer ter
ouvido falar da RAM antes destas férias.
98
Gráfico 4.11
Total de indivíduos, segundo o conhecimento que tinham da Madeira.
60,6
Não
39,4
Sim
0
10
20
30
40
50
60
70
(%)
Entre aqueles que já tinham uma referência da “Pérola do Atlântico” (39.4%), quase todos
conheciam sobretudo a capital da Ilha, o Funchal, seguindo-se Santana, São Vicente e Porto
Moniz, o que deve estar associado à História da cidade e a imagens turísticas tradicionais
como sejam as “casas de colmo”, as grutas de origem vulcânica e as piscinas naturais.
Das grandes áreas turísticas do destino Madeira, visto no seu todo, o Porto Santo continua a
ser aquela com menor propagação no plano internacional, com apenas 15% dos inquiridos a
afirmarem já terem ouvido falar.
Gráfico 4.12
Total de indivíduos segundo o conhecimento das grandes áreas turísticas da RAM.
86
Funchal
28
Santana
26,2
São Vicente
24,3
Porto Moniz
23,4
Outro
19,5
Machico
15
Porto Santo
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
(%)
99
Com relação àqueles que, mesmo assim, disseram conhecer “outros” aspectos da Ilha, entre
estes 21,7% salientaram a zona do Caniço como aquela que já conheciam, o que pode estar
relacionado com a projecção da zona de mergulho do Galo Mar, com a reserva de biologia
marinha e importante plataforma subaquática do Garajau e com a presença de uma forte
comunidade alemã residente naquela localidade do Caniço de Baixo. Outra menção curiosa é
a do Jardim do Mar, que apesar de se tratar de uma pequena freguesia à beira-mar plantada é
uma referência mundial no contexto da prática do surf, tida como uma zona com as melhores
ondas para a prática da modalidade.
Entre as restantes áreas turísticas apontadas, refira-se o Santo da Serra, que pode estar ligado à
prática de desportos como o golfe e o hipismo, para além de actividades relacionadas com a
Natureza, como as caminhadas, e a Camacha que se admite ser amplamente conhecida pela
dimensão internacional conquistada pelo folclore e fabrico de objectos em vime.
Ainda assim, 34,8% afirmaram não ter “nenhum” conhecimento de uma qualquer área
turística da Madeira, conforme ilustra o quadro seguinte.
Quadro 4.9
Total de indivíduos, segundo o conhecimento de “Outras” áreas turísticas.
Camacha
Garajau
Jardim da Serra
Jardim do Mar
Ponta de Sol
Porto da Cruz
Santo da Serra
Seixal
Ponta Delgada
Caniço
Nenhum
Total
N.º de
Respostas
1
1
1
1
1
1
1
1
2
5
8
23
Percentagem
Total (%)
4,3
4,3
4,3
4,3
4,3
4,3
4,3
4,3
8,7
21,7
34,8
100,0
100
4.3.1 DESCOBERTA E IMPACTO DO DESTINO
O Jardim Botânico, localizado na zona alta da Freguesia da Boa Nova, famoso pelo seu
riquíssimo património floral e pela fabulosa vista que tem sobre a Baía do Funchal, e a
Freguesia do Monte, procurada pela importância da sua Igreja matriz, onde se encontra
sepultado o Imperador Carlos D’Aústria, pelos bonitos jardins públicos e privados, de que são
exemplo os jardins do Largo da Fonte e da Fundação Berardo, e pelos típicos “carrinhos de
cesto”, são dois dos mais conhecidos locais turísticos evidenciados pela população do estudo
(48,3% e 44,8% respectivamente).
Gráfico 4.13
Total de indivíduos, segundo o conhecimento de locais turísticos.
48,3
Jardim Botânico
44,8
Monte (carro de cestos)
19,2
Piscinas naturais-Porto Moniz
Casa de Santana
15,1
13,4
Cabo Girão
8,1
Grutas S. Vicente
Laurissilva
7,6
6,4
Outros
5,2
Penha Águia
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
(%)
Conforme se pode ainda ver pelo gráfico anterior, outros dos locais turísticos mais conhecidos
são as piscinas naturais do Porto Moniz, as emblemáticas casas de colmo em Santana, o Cabo
Girão, as grutas de São Vicente50 e a Floresta Laurissilva.
Contudo, um total de 6,4% dos inquiridos disse ainda conhecer “Outros” locais de interesse
turístico, salientando-se na quase totalidade dos lugares apontados aspectos relacionados com
os recursos naturais da Ilha: com a Natureza, Clima e Paisagem.
50
Pela sua importância paisagística e no regime hidrológico da Ilha, as grutas de S. Vicente tiveram o seu reconhecimento
internacional através das menções honrosas de Reserva Biogenética do Conselho da Europa em 1992 e de Património Mundial
Natural sob a égide UNESCO em 1999 (in: Câmara Municipal de São Vicente).
101
Quadro 4.10
Total de indivíduos, segundo conhecimento de “Outros” locais turísticos.
Campo de Golfe
Curral das Freiras
Fajã dos Padres
Pico do Areeiro
Rota da Cal
Levadas
Sem descrição
Total
N.º de
Respostas
1
1
1
1
1
2
4
11
Percentagem
Total (%)
9,1
9,1
9,1
9,1
9,1
18,2
36,4
100,0
Dentro desses “Outros” locais, destacam-se as “Levadas” (18,2%), as cordilheiras
montanhosas do Curral das Freiras e do Pico do Areeiro, a Rota da Cal, a baía e Fajã dos
Padres e ainda o campo de golfe (este associado ao desporto e à exuberante natureza do Santo
da Serra e/ou do Palheiro Ferreiro).
Relativamente aos elementos característicos que os turistas associam ao destino Madeira - por
conveniência operacional agrupados em grandes categorias – continua a observar-se que os
aspectos relacionados com a “Natureza” são aqueles que os turistas identificam como os que
mais caracterizam a Ilha, e que neste caso, têm que ver com as levadas, com as flores e
plantas. Seguem-se as “Bebidas”, fortemente ligadas ao Vinho Madeira e à vasta produção de
licores diversos, o “Artesanato”, onde se inclui o Bordado Madeira, a indústria do vime e os
carros de cesto, e os “Festivais”, que compreendem eventos como o Fim do Ano, Carnaval,
Festa da Flor, Festival do Atlântico, Festa das Vindimas, entre outros.
102
Gráfico 4.14
Total de indivíduos, segundo os elementos característicos associados ao destino Madeira.
Natureza
36,0
Artesanato
15,7
Festival
10,2
Gastronomia
6,6
Folclore
Segurança
3,6
Outra
3,0
0,0
78,7
42,6
Bebidas
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
(%)
A “Gastronomia”, com a famosa espetada e bolo do caco, os filetes de espada preto e os bifes
de atum com milho frito, assim como o “Folclore”, donde se conhece o Bailinho da Madeira,
os trajes coloridos dos grupos de cantares e outros símbolos da etnografia madeirense, como o
“brinquinho”51, são outros elementos turísticos conhecidos pelos inquiridos, embora com
menor enunciação (10,2% e 6,6%, respectivamente).
Pelo gráfico que se segue, facilmente se constata que o recurso turístico mais conhecido dos
turistas antes de visitarem o destino é, de facto, a Natureza (50,1%), seguindo-se aspectos que
lhes estão directamente correlacionados, como o clima ameno (48%), o mar (45%) e o sol
(40%), e por consequência destes a referência ao factor praia (25%).
Com algum destaque seguem-se as festas tradicionais (42%), o que se depreende por estarem
inseridas no calendário de promoção anual de eventos turísticos, mas também pelos arraiais
madeirenses, que ocorrem no pico alto do Verão e que estão associados a uma determinada
localidade da ilha e ao seu santo padroeiro e que são conhecidos pelo seu cariz profundamente
religioso e cultural, que todos os anos fazem regressar milhares de emigrantes à sua terra
natal.
51
Instrumento musical composto por um conjunto de bonecos de paus (vestidos com o traje tradicional), castanholas e fitilhos,
dispostos numa cana de roca e movimentado pelo portador, com movimentos verticais (In: Guia Madeira).
103
Gráfico 4.15
Total de indivíduos, segundo os factores associados à Madeira antes de conhecer o destino.
45
Mar/àgua
40
Sol
30
Saúde/Wellness
28
Simpatia
33
Cultura
2,5
Congressos/incentivos
48
Clima ameno
42
Festas tradicionais
25
Praia
5
Gastronomia
10
Desporto
50,1
Natureza
0
10
20
30
40
50
60
(%)
Aspectos inerentes à cultura da Ilha, que podem estar ligados ao seu património natural ou
histórico ou com os eventos de animação e promoção turística, são outros dos factores
evidenciados pelos turistas antes de terem conhecido o destino (33%).
Por conseguinte, é sem muita surpresa que se observa que uma larga fatia dos turistas que
visitam a Madeira (65%) participa ou assiste às chamadas festas tradicionais, evidenciando
deste modo o interesse que tem de conhecer o destino sob um ponto de vista antropológico, ou
seja, mais tradicional e genuíno, pela observação directa e através do contacto com as suas
gentes, com a sua gastronomia, com os seus costumes, suas crenças, com o seu modus vivendi.
104
Gráfico 4.16
Total de indivíduos, segundo actividades de lazer realizadas.
2
Outra
40
Observação de animais e plantas
33
Excursões a pontos de interesse
2,5
Feiras/mercados locais
48
Visita a parques naturais
8
Diversão nocturna
25
Visita ao casino
65
Festas Tradicionais
10
Passeios de Barco
50,1
Visita a Monumentos
0
10
20
30
40
50
60
70
(%)
O património cultural e histórico desperta também grande interesse nos turistas que visitam a
RAM, com 50,1% dos inquiridos a dedicar grande parte do seu tempo a visitas a monumentos,
construídos ou não, e outros 33% a excursões a pontos de interesse.
Mais uma vez aqui, o contacto com a Natureza ocupa um lugar de grande destaque nas
preferências e na ocupação dos turistas, com 88 % dos indivíduos a preencher parte do seu
tempo em actividades de lazer relacionadas com visitas a parques naturais (48%) e à
observação de animais e plantas (40%).
Assim, pode conferir-se que a Natureza é o principal e grande factor/recurso turístico de
conhecimento e atractividade no destino Madeira, ao passo que as feiras, os mercados locais e
a diversão nocturna, talvez pela escassez de infra-estruturas físicas e pela fraca programação e
oferta de actividades de entretenimento, são os activos menos apelativos.
Também no âmbito da prática desportiva se verifica uma clara predilecção pela realização de
actividades em proximidade com a Natureza, com os passeios a pé a liderarem
destacadamente (87,9%) as preferências entre as modalidades desportivas, o que no caso da
Madeira está directamente relacionado com os passeios pelas veredas e levadas.
105
Gráfico 4.17
Total de indivíduos, segundo actividades desportivas realizadas.
15,4
Radical
61,5
Náutico
14,3
Aventura
Outras
7,7
Trekking
5,5
Hipismo
5,5
87,9
Passeios a pé
27,5
Golfe
16,5
Ténis
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
(%)
Com significativo realce seguem-se os desportos náuticos (61,5%), com especial incidência no
mergulho, surf e windsurf, jet ski e ski aquático, pesca desportiva e vela.
O golfe ocupa a terceira posição nas preferências desportivas dos inquiridos (27,5%),
perseguido pelo ténis (16,5%) e pelo conjunto de desportos radicais (15,4), como sejam BTT,
asa-delta, escalada e parapente.
Dentro das actividades desportivas mais experimentadas pelos turistas, registe-se ainda o
desporto de aventura com 14,3% dos inquiridos a praticar canyoning, jeep safari e outros.
Já no domínio da cultura, 55% dos turistas que visitaram a Madeira nos meses de Março e
Abril confirmaram as razões de escolha desse período de férias pelo desejo de assistir à Festa
da Flor52, cartaz turístico que todos os anos atrai milhares de turistas à baixa da Cidade do
Funchal.
52
Evento que tem lugar na Cidade do Funchal há quase trinta anos e que, durante dois dias, compreende a deposição de flores
pelas crianças no Muro da Esperança, no Largo do Município, exposições e tapetes florais nas avenidas e dois cortejos
alegóricos que percorrem as principais artérias da cidade.
106
Gráfico 4.18
Total de indivíduos, segundo eventos culturais ou de animação a que assistiram.
Outro
3
Festival do Atlântico
3
30
Festival de Cinema
32
Carnaval
31
Fim do Ano
55
Festa da Flor
Festa do Vinho
3,5
Festas religiosas
4
3
Poesia
17
Exposições
Danças
15
Folclore
15
6
Concertos
40
Teatro
10
Visita a museus
0
10
20
30
40
50
60
(%)
Curiosamente, uma significativa camada da população inquirida (40%) respondeu ter ido ao
teatro nas actividades culturais que realizou ao longo das suas férias na Madeira53,
confirmando-se a teoria de que o publico cultural na Região é, em determinadas
circunstâncias, predominantemente estrangeiro.
Aqueles que indicaram o Fim do Ano e o Carnaval como os acontecimentos culturais a que
assistiram, devem incluir-se nos 29,1% dos indivíduos que já tinha visitado a RAM, face à
distância temporal entre a realização desses eventos e a aplicação do questionário.
Ainda assim, é de salientar a expressiva percentagem de turistas que, nesta viajem, assistiram
a ciclos de cinema (30%), visitaram exposições (17%), viram espectáculos de dança (15%) e
de folclore (15%), ou que visitaram museus (10%).
Analisadas as escolhas dos turistas durante as suas férias na Madeira, com mais de metade dos
inquiridos a visitar o destino pela primeira vez, convém agora saber a que factores o turista
associa à Madeira depois de conhecer.
53
Para além do teatro, os concertos da Orquestra Clássica da Madeira, da Orquestra de Bandolins da Madeira, o Festival de
Música da Madeira e o Festival Raízes do Atlântico são exemplos de eventos com maior público estrangeiro.
107
Gráfico 4.19
Total de indivíduos, segundo os factores associados à Madeira depois de conhecer o destino.
Outros
3
Acção/Agitação
3
30
Novas Sensações
32
Gastronomia
31
Diversão
30
Tranquilidade
Limpeza
3,5
Cultura
4
3
Novidade
17
Bem-Estar
15
Património
15
Aventura
60
Segurança
40
Exotismo
36
Descoberta
0
10
20
30
40
50
60
(%)
Por analogia com os factores que o turista associava à Madeira antes de conhecer o destino, a
Natureza, o clima, os recursos naturais e as festas, que são dados a conhecer pela promoção
oficial da RAM no exterior ou adquiridos através de pesquisa pessoal, é interessante observar
que nenhum destes elementos é explicitamente referenciado no conjunto de factores que o
turista relaciona agora com o destino, ainda que contidos de forma implícita.
Uma vez conhecida a Ilha, a Madeira passa a estar associada a aspectos de elevada segurança
para 60% dos visitantes, ao exotismo (40%), à descoberta (36%) e a novas sensações (30%),
que se depreende resultar do contacto com as variadíssimas espécies de flores, dos diferentes
microclimas e dos passeios pedonais pelas levadas, pela espectacularidade dos abismos e
vales, pela prática de desportos radicais e de aventura.
Diversão e Tranquilidade (31% e 30%) parecem estar de mãos dadas em termos de
caracterização do destino, onde tanto se pode usufruir de emoções fortes e de divertimento,
como de momentos de paz e serenidade. A gastronomia que antes aparecia timidamente
associada ao destino, aparece agora com mais algum destaque (32%), depois de provadas as
iguarias da culinária madeirense.
108
Bem-estar, património e aventura são ainda factores que os turistas relacionam com algum
significado à Madeira, mas já com menor saliência os elementos ligados à cultura, à limpeza,
à novidade e à acção/agitação do destino.
4.3.2 PARÂMETROS DA SATISFAÇÃO
Considerando as expectativas e as escolhas que terão motivado a opção pelo destino turístico e
também as actividades desenvolvidas pelos turistas durante o período de férias na Ilha,
olhemos agora para o grau de satisfação ou aspectos mais valorizados nesta visita à Madeira.
Antes, interessa sublinhar que, por razões metodológicas e operacionais, o gráfico dos níveis
de satisfação que agora se apresenta, mostra a percentagem das respostas na sua globalidade,
isto é, a soma das respostas dadas a cada item das oito categorias indicadas (ambiente, locais
turísticos, oferta comercial, oferta cultural, oferta de lazer, transportes, hospitalidade, e
serviços de turismo) e para cada nível de satisfação (muito insatisfeito, insatisfeito, satisfeito e
muito satisfeito).
109
Gráfico 4.20
Total de indivíduos, segundo o nível de satisfação sobre o destino e por diferentes categorias.
70,00
64,19
62,74
60,00
63,08
56,45
54,80
53,06
51,73
50,00
40,04
40,00
(%)
30,00
20,00
10,00
0,00
Meio Ambiente
e espaços
naturais
Locais
Turísticos
Oferta
comercial
Muito insatisfeito
Oferta Cultural
Insatisfeito
Oferta de
Lazer
Satisfeito
Transportes
Hospitalidade
dos residentes
Muito Satisfeito
Oferta de
serviços de
suporte de
turismo
Visualizando o Gráfico 4.20, e mesmo de forma empírica, constata-se que os turistas ficaram
claramente Satisfeitos e mesmo Muito Satisfeitos com os diferentes recursos/oferta do destino.
Analisando agora por categoria, e com relação ao meio ambiente e espaços naturais, os
turistas dizem-se Satisfeitos, quer com a “diversidade e riquezas naturais” (50%), quer sobre a
“poluição e protecção ambiental” (55,4%), quer ainda com os aspectos da “limpeza” (47,8%).
Os locais turísticos foram também pontuados com o nível Satisfeito, correspondendo à
“conservação do património” (67,1%), “sinalética” (64,2%), “existências de postos turísticos”
(63,0%) e “ambiente de segurança” (56,3%).
Quanto à oferta comercial a maioria dos turistas manifestou-se Satisfeito com mais de 50%
de respostas em todos os itens: “diversidade de lojas” (52,3%); “qualidade dos serviços
prestados” (53,8%); “diversidade e qualidade gastronómica” (54,5%); “custos dos produtos e
serviços” (65,2%).
Na oferta cultural e oferta de lazer o nível de satisfação com maior frequência é novamente
110
o Satisfeito, também com mais de 50% nas respostas aos vários itens: “quantidade e qualidade
de eventos” (60,7%); “atractividade dos museus/monumentos” (71,2%); “atractividade dos
hábitos e costumes” (60,2%); “oferta nocturna” (56,8%); “quantidade/diversidade dos
circuitos turísticos” (61,3%); “oferta de actividades desportivas” (71,6%).
Declararam-se igualmente satisfeitos no que diz respeito aos transportes, designadamente
sobre a “qualidade/preço dos transportes públicos” (51,0%), “qualidade das estradas” (55,6%)
e “fluidez do trânsito” (57,5%).
Muito Satisfeitos ficaram os turistas com a hospitalidade dos residentes e em particular com
a “simpatia da população” (62,2%), com o facto de “falar diferentes idiomas/a minha língua”
(51,4%) e com a “disponibilidade para prestar informações” (45,3%).
Por fim54, e sobre a oferta de serviços de suporte do turismo, os inquiridos disseram-se
satisfeitos com a “qualidade do serviço do aeroporto” (57,4%), “qualidade do serviço de
saúde”
(67,6%),
“qualidade
do
serviço
dos
restaurantes”
(56,7%)
e
com
o
“acesso/funcionamento às telecomunicações” (51,4%) e já muito satisfeitos com a “qualidade
do serviço dos hotéis” (58,7%).
Dentro dos níveis de insatisfação mais apontados pelos turistas estão a “poluição e protecção
ambiental” (15,3%), a “sinalética” (23,3%), “a diversidade de lojas e oferta regional” (26,8%),
a “quantidade e qualidade de eventos” (23,1%), a “oferta nocturna” (25,7%), a “fluidez do
trânsito” (13,7%), “a disponibilidade para prestar informações” por parte dos madeirenses e o
“falar
diferentes
idiomas”
(5,1%)
e,
por
último,
“o
acesso/funcionamento
das
telecomunicações” (16,2%)55.
No domínio da satisfação pode ainda definir-se como turista satisfeito aquele que apresenta o
maior número de respostas “Satisfeito” e “Muito satisfeito” e turista insatisfeito aquele com o
maior número de respostas “Insatisfeito” e “Muito Insatisfeito”. Os “Nem satisfeitos, nem
insatisfeitos” incluem-se nos que não responderam e entre aqueles que têm igual número de
respostas com nível satisfeito e insatisfeito.
54
55
Ver quadro da distribuição das respostas, segundo nível de satisfação e categoria. Apêndice D (Quadro D.23).
Percentagens absolutas dos itens correspondentes.
111
Gráfico 4.21
Total de indivíduos, segundo o nível de satisfação.
3%
4,6%
92,4%
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Satisfeito
Insatisfeito
Verifica-se, assim, que uma larga maioria dos turistas (92,4%) ficou satisfeita com a viagem
em férias à Madeira, enquanto apenas 4,6% disseram-se insatisfeitos. No total dos inquiridos
houve ainda quem dissesse não ter ficado nem satisfeito, nem insatisfeito com a visita ao
destino Madeira (3%).
Finalmente, e numa apreciação ao nível de satisfação global pelas férias realizadas na
Madeira, a totalidade dos inquiridos considerou positiva a visita e o tempo passado na Ilha,
com 55,2% dos turistas a fazer corresponder a sua avaliação ao grau “Bom”, enquanto outros
41,0% classificaram mesmo de “Excelente”. Apenas uma fasquia de 3,8% dos entrevistados
considerou “Razoável” esta viagem efectuada.
Gráfico 4.22
Total de indivíduos, segundo o grau de satisfação global.
3,8%
41%
55,2%
Razoàvel
Bom
Excelente
Quando confrontados com a correspondência ou superação das expectativas face ao destino
escolhido ou com os objectivos traçados para estas férias, uma clara maioria de 81,6% dos
indivíduos respondeu que as expectativas foram superadas e os objectivos atingidos. Entre os
que acederam responder a este campo, 17,8% disseram ter correspondido a “Parte” dos planos
112
e 0,6% afirmaram peremptoriamente que as suas expectativas para estas férias “Não” foram
atingidas.
Gráfico 4.23
Total de indivíduos, segundo as expectativas/objectivos de férias.
90
81,6
80
70
60
50
(%)
40
30
17,8
20
0,6
10
0
Sim
Parte
Não
Posto isto, os turistas inquiridos continuam a preferir o período da Páscoa para realizarem as
suas férias (30,9%), seguindo-se os short-breaks (25,4%) e “Outra” (24,9%) altura do ano não
especificada, não sendo, porém, nem o Verão, nem o Natal onde, respectivamente, 15,5% e
3,3% dos turistas elegeram como a altura ideal para fazer férias.
Gráfico 4.24
Total de indivíduos, segundo a melhor altura do ano para férias.
24,9
Outra
15,5
Verão
25,4
Short-breaks
30,9
Páscoa
3,3
Natal
0
5
10
15
20
25
30
35
(%)
113
Apesar da quadra de Natal e Fim-de-Ano na Madeira consubstanciar-se como um dos mais
importantes e atractivos cartazes de animação cultural do destino turístico, a par de outros
eventos de renome internacional como a Festa da Flor e o Festival do Atlântico, os turistas
inquiridos permanecem fiéis às suas escolhas e consentâneos com a época em que se
encontravam de férias e de resposta ao questionário.
Feito o balanço a esta viagem de férias à Madeira, num cômputo geral os turistas admitem
voltar a visitar a Ilha, com 58,8% a considerarem a possibilidade de voltar e 40,1% a
garantirem taxativamente o regresso. Só 1,1% dos turistas dizem que, por uma ou outra razão,
não mais voltarão a esta Região Autónoma.
Gráfico 4.25
Total de indivíduos, segundo a intenção de voltar à Madeira.
1,1
Não, de forma alguma
58,8
Poderei voltar
40,1
Sim, definitivamente
0
10
20
30
40
50
60
(%)
4.3.2.1 Motivações e Segmentos de Mercado
No seguimento da análise efectuada às preferências e motivos de escolha pelo destino
Madeira, interessa avaliar quais os factores preponderantes dessa opção, pelo que, para esse
efeito, se aplicou a Regressão Logística, considerando-se como variável dependente a
pergunta “Tenciona voltar à Madeira?”, codificada da seguinte maneira:
114
Quadro 4.11
Regressão Logística, segundo a variável dependente “tenciona voltar à Madeira”.
Valor
Descrição
0
Não escolha
1
Escolha
Não, em caso algum
Sim, com toda a certeza
Talvez volte
De salientar que neste tipo de regressão a variável resposta ou variável independente apenas
toma dois valores possíveis, descritos na tabela anterior: 0 ou 1.
Relativamente aos factores que determinam a escolha do destino Madeira foram avaliados:
- Grupo etário
-Sexo
- Habilitação académica
- Rendimento mensal
- Situação perante o trabalho
- Faz férias sozinho ou acompanhado
- Frequência com que viaja para fora do seu país
- Satisfação
A satisfação é uma variável quantitativa que descreve o número de respostas onde os turistas
assinalaram “Satisfeito” ou “Muito Satisfeito”. As restantes variáveis são qualitativas onde as
respectivas categorias se encontram enumeradas no Plano Operacional em apêndice (C).
O método aplicado nesta regressão foi o Backward Stepwise (Wald). Para as variáveis
categorizadas, a diferença entre as várias categorias foi analisada usando o método
“Indicator”.
Na apresentação dos resultados, é apenas apontado o modelo final.
115
Quadro 4.12
Teste de Hosmer e Lemeshow .
Chi-square
df
Sig.
8,606
8
0,377
O teste do Qui-Quadrado verifica se o modelo encontrado é adequado ou não ao ajustamento
dos dados recolhidos, o que no caso em apreço atesta da adequabilidade do modelo em função
dos dados recolhidos (sig > 0,05).
Quadro 4.13
Sumário do modelo.
-2 Log
likelihood
Cox & Snell R
Square
Nagelkerke R
Square
40,668(c)
0,140
0,334
Por sua vez, o sumário do modelo indica a percentagem de variabilidade dos dados que é
explicada à custa da relação encontrada. Este modelo explica 33,4 % de variabilidade face à
informação recolhida.
Quadro 4.14
Variáveis incluídas no modelo.
B
S.E.
Wald
df
Sig.
Exp(B)
Satisfação
00,189
0,055
11,873
1
0,001
1,208
Constante
0,047
0,633
0,005
1
0,941
1,048
116
Quadro 4.15
Variáveis retiradas do modelo.
Grupo Etário
Sexo
Habilitações Académicas
Situação perante o trabalho
Rendimento
Frequência com que viaja
Faz férias sozinho ou acompanhado
Apesar do modelo encontrado explicar apenas 33,4 % dos dados recolhidos, é adequado ao
ajustamento dos mesmos. Este modelo traduz-se por indicar apenas como variável explicativa
da escolha do destino Madeira a satisfação, ou seja, quanto mais satisfeito (maior número de
respostas “Satisfeito” e “Muito satisfeito”) o turista estiver, a probabilidade de escolher o
destino Madeira é maior.
As restantes variáveis incluídas como parte integrante do modelo inicial, Grupo Etário, Sexo,
Habilitação Académica, Rendimento Mensal, Situação perante o trabalho, Faz férias sozinho
ou acompanhado e a Frequência com que viaja para fora do seu país foram retiradas por não
terem um carácter explicativo significativo referente à escolha do destino Madeira neste
preciso modelo, o que não implica que noutro modelo não tenham outra relevância.
Entretanto, com o objectivo de se identificar segmentos de mercado a partir dos resultados da
amostra, submeteu-se os dados recolhidos a uma Análise de Clusters.
O método usado para esta Análise de Clusters foi hierárquico, usando a distância euclediana,
com o objectivo de agrupar as variáveis Grupo Etário, Sexo, Habilitação Académica,
Rendimento Mensal, Situação perante o trabalho, Faz férias sozinho ou acompanhado,
Frequência com que viaja para fora do seu país, Rendimento, Voo, Tipo de Alojamento,
Satisfação, cujos resultados se apresenta no quadro seguinte.
117
Quadro 4.16
Agglomeration Schedule
Cluster Combined
Cluster 1
Cluster 2
4
10
7
8
2
4
3
7
2
3
1
6
1
5
1
2
1
9
Fase
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Coeficientes
35,000
44,000
57,500
78,000
113,000
124,000
286,000
379,389
563,222
Stage Cluster First
Appears
Cluster 1
Cluster 2
0
0
0
0
0
1
0
2
3
4
0
0
6
0
7
5
8
0
Fase
Seguinte
3
4
5
5
8
7
8
9
0
Em consequência desta análise, foram identificados dois grupos: Cluster1 e Cluster2.
O Dendograma ou “Diagrama de árvore” mostra as semelhanças entre os factos e, neste caso
em concreto, as variáveis. Note-se que os “ramos” se unem da esquerda para a direita no
dendograma. Os clusters unidos pelas linhas são muito semelhantes.
Dendograma usando Distância Euclediana (Entre Grupos)
Rescaled Distance Cluster Combine
C A S E
Label
Num
0
5
10
15
20
25
+---------+---------+---------+---------+---------+
Situacao
4
òûòø
Sat
10
ò÷ ùòòòø
Sexo
2
òòò÷
ùòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòø
Ferias
7
òûòòòø ó
ó
Voo
8
ò÷
ùò÷
ùòòòòòòòòòòòòòòòø
HabAcd
3
òòòòò÷
ó
ó
GruEt
1
òòòòòòòòòûòòòòòòòòòòòòòø
ó
ó
Frequenc
6
òòòòòòòòò÷
ùòòòòòòòòò÷
ó
Rendimen
5
òòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòò÷
ó
Alojamen
9
òòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòòò÷
Legenda:
- Sat: Satisfação
-HabAcd: Habilitações académicas
-GruEt: Grupo Etário
118
-Freq: Frequência com que viaja
-Rendimen: Rendimento
-Alojamen: Alojamento
Quadro 4.17
Descrição dos clusters.
Variável
2 Clusters
Grupo Etário
1
Sexo
1
Habilitações Académicas
1
Situação perante o trabalho
1
Rendimento Mensal
1
Com que frequência viaja para fora do seu país?
1
Faz férias sozinho ou acompanhado?
1
Que tipo de voo utilizou?
1
Qual a tipologia de alojamento escolhido?
2
Satisfação
1
Assim, e de acordo com a tabela anterior, temos que o Cluster 1 é constituído pelas variáveis
Sexo, Grupo Etário, Habilitações Literárias, Situação perante o trabalho, Rendimento Mensal,
Frequência com que viaja, Se faz ferias sozinho, o tipo de voo e a satisfação e que o Cluster 2
apenas inclui a variável tipologia do alojamento. Em termos práticos os clusters indicados
formam dois grupos homogéneos, ou seja, dois segmentos de mercado.
119
CAPÍTULO V
VISÃO E ESTRATÉGIAS GLOBAIS
5.1 INTRODUÇÃO
O trabalho de investigação no terreno fica concluído com a realização de entrevistas a diversas
entidades com responsabilidade nos sectores do turismo e da cultura, conforme metodologia e
cronograma definidos no projecto científico.
Considerou-se de elementar importância conhecer a estratégia governamental e a visão
pessoal dos agentes ligados ao Turismo e à Cultura para uma melhor compreensão da
realidade do sector e das políticas económicas orientadoras do turismo da Madeira.
Por conseguinte, o Capítulo V oferece a transposição das entrevistas semi-estruturas
realizadas56 ao Presidente do Governo Regional, directores regionais do Turismo e dos
Assuntos Culturais, director executivo da Associação de Promoção da Madeira, presidente da
ARCHAIS e delegado na APAVT na Região, e, numa fase posterior, à análise funcional e
correspondentes conclusões às entrevistas.
A reprodução integral das entrevistas neste capítulo acontece por se considerar favorecer, do
ponto de vista conceptual, a leitura e análise daquelas que são as linhas mestras em política
cultural e de turismo.
56
De acordo com o cronograma proposto, as entrevistas foram realizadas ao longo dos meses de Abril, Maio e Junho e em
conformidade com o guião de entrevista elaborado (Apêndice B).
120
5.2 ENTREVISTAS
Entrevista nº 1
Entrevistado: Dr. Alberto João Jardim
Cargo: Presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira
Local e data: Funchal, 09 de Julho de 2008
Pergunta nº 1: Muitos dos recursos turísticos que a Madeira apresenta como referências
comparativas e que se constituem vantagens competitivas no mercado internacional derivam
de atributos diferenciadores, que não são copiáveis e para os quais não se vislumbram
produtos substitutos. Considera que o nosso património natural, cultural e histórico está a ser
bem explorado na sustentabilidade e captação de mercados turísticos?
Alberto João Jardim (AJJ) - O processo de desenvolvimento económico, social e cultural de
que a Madeira foi palco, nestes últimos 30 anos de autonomia, sempre teve em linha de conta
a preservação e a valorização do património regional, tanto na sua vertente natural como
histórica. O grande feito foi precisamente conciliar o passado e tudo aquilo que foi e que ainda
é a nossa singularidade com a modernidade e com o futuro que todos projectavam para a
Região. Hoje, a Região Autónoma da Madeira não só mantém vivas as suas raízes históricas e
culturais como apostou, claramente, na sua requalificação para o futuro, integrando-as na
actualidade como valores intrínsecos ao povo madeirense e à luta que todos empreenderam ao
sonhar que era possível alcançar a qualidade de vida e a excelência de que a Região é
actualmente detentora. A Marca Madeira engloba, no seu todo, o passado, o presente e o
futuro da Região e das suas gentes e é neste contexto que, naturalmente e aos olhos de quem
nos visita, continuamos a ser únicos e a primar pela singularidade das nossas manifestações
artísticas, culturais e sociais, num mercado global, cada vez mais competitivo.
A evolução empreendida ao longo destes últimos trinta anos evidenciou o património natural
e/ou histórico da Região e aproveitou-o, aliás, para a consolidação do nosso crescimento.
Todavia, é fundamental que a estratégia futura continue neste caminho, no sentido de não
defraudarmos as expectativas dos madeirenses e porto-santenses mas, também, daqueles que
nos visitam e que já se habituaram à nossa forma de encarar e respeitar o legado que nos foi
deixado, transformando-o sempre em algo de melhor.
121
Pergunta nº 2: Apesar deste ser um destino maduro e tradicional, o sector carece sempre de
um dinamismo na oferta e uma permanente actualização de modo a garantir-se parâmetros de
elevada qualidade e de enriquecimento do produto. Como acha que se pode consolidar ou
valorizar uma marca e diferenciar para ganhar competitividade sem incorrer no risco de
descaracterizar o destino?
A.J.J. - Uma diferenciação com vista a assegurar uma maior competitividade não implica,
necessariamente, uma ruptura com o passado e com tudo aquilo que foi servindo de base à
construção da nossa imagem. Nem implica, muito menos, uma descaracterização. Pelo
contrário. O grande desafio da Região, encarada enquanto Destino turístico de excelência,
assenta e assentará, no futuro, em saber requalificar, renovar e, com criatividade, inovar
dentro daquilo que é a nossa diferença perante outros mercados directamente concorrenciais e,
sobretudo, perante os eventuais mercados que, nos próximos anos, assumam algum destaque
no panorama internacional.
Ainda que seja necessário renovar, requalificar e reposicionar a Marca Madeira no mercado –
no sentido de acompanharmos a evolução e continuarmos a ser uma entre as várias escolhas
passíveis de serem acolhidas pelos turistas – a verdade é que este trabalho terá de derivar,
sempre, da essência do destino e a partir dela explorar todas as possibilidades de inovação.
A verdade é que a Região Autónoma da Madeira tem vindo a seguir um rumo muito próprio e
é também integrado neste desenvolvimento sustentável e estratégico que o sector turístico tem
crescido ao longo destes anos, mantendo-se competitivo, atractivo e mobilizador.
Pergunta nº 3: Apreciando os pontos altos do calendário do turismo na Madeira, em termos
de ocupação, que continuam associados à realização de eventos como o Fim do Ano e a Festa
da Flor, enquanto produtos de animação cultural, qual a influência que a Cultura tem na
escolha do destino Madeira? Acha que a Cultura tem uma posição importante na procura
turística regional?
A.J.J. - A oferta turística madeirense foi sempre uma oferta multifuncional e transversal,
apoiada, naturalmente, na cultura e nas diversas formas em que esta se expressa na
comunidade mas, também, na multiplicidade de opções ao dispor de quem visita a Região. De
entre as diversas motivações que originam a escolha do nosso Destino, é natural que a cultura
assuma um papel, até porque é indissociável de todas as manifestações de promoção e dos
produtos que, dentro da Marca Madeira, nos distinguem. Faz parte de um todo. Ao vender-se a
imagem da Região no exterior vende-se, naturalmente, a sua cultura.
122
Pergunta nº 4: Considerando que o turista procura sobretudo emoções e novas sensações e
tendo em conta que o turismo que visita a Madeira é um turismo sénior e de médio-alto nível
económico, considera que a Cultura (em sentido lato) tem tido o conveniente aproveitamento
turístico?
A.J.J. - Em primeiro lugar, convém salientar que não é só o turismo sénior que visita a
Madeira. Pelo contrário. Existe uma cada vez maior procura por parte de outros segmentos,
nomeadamente dos jovens, até em resposta de campanhas que têm vindo a ser direccionadas
neste sentido. Associar uma qualquer faixa etária à procura da cultura é, também, uma ilação
algo redutora, até porque a cultura existe e cativa, independentemente de estarmos a falar de
jovens, de adultos ou de uma população sénior.
A cultura, enquanto componente complementar ao sector turístico, tem vindo a ser trabalhada
e rentabilizada consoante os contextos que se têm apresentado, respondendo, de forma directa,
às expectativas do mercado. Todavia, e tal como o próprio sector turístico, esta realidade não é
estática e carece de uma avaliação constante, de forma a poder-se aferir o resultado das
intervenções.
O Governo Regional tem feito todos os esforços para que a cultura regional sobressaia no
sector turístico mas está ciente de que, numa área como esta, tem de haver uma progressiva
actualização daquilo que é o produto a oferecer no seu todo.
Pergunta nº 5: A marca Madeira está fortemente associada à Natureza, mas também a muitos
factores etnográficos, como o folclore, a cultura popular e tradicional das suas gentes, a
gastronomia. Falando em turismo cultural, que produtos de nicho admite poderem marcar a
diferença, ou seja, quais os produtos a desenvolver na oferta turística cultural?
A.J.J. - Todos os produtos que sirvam para exaltar e para requalificar a imagem da Madeira
no mercado serão sempre bem-vindos. A aposta poderá passar pelo encontro de soluções que
explorem o património cultural numa óptica de mercado mais direccionada para públicos
específicos. O caso da Marca “Quintas da Madeira” ilustra, precisamente, a conciliação
daquilo que é o património cultural edificado da Região com a excelência de um serviço
hoteleiro prestado aos turistas.
Pergunta nº 6: Será a Cultura uma vertente importante para a evolução, qualificação e
promoção do nosso turismo?
A.J.J. - A evolução, a qualificação e a promoção do nosso turismo só fazem sentido se a
Marca Madeira for encarada como um todo e se cada uma das suas componentes for, em
123
articulação, trabalhada e rentabilizada. A cultura acaba por ser complementar ao sector
turístico e, enquanto tal, tem de merecer a devida atenção e a devida exploração para que o
produto final que é o destino Madeira continue na senda da excelência, mantendo o seu bom
nome e a sua imagem no mercado.
Entrevista nº 2
Entrevistado: Dr. Paulo Faria
Cargo: Director Regional do Turismo
Local e data: Funchal, 14 de Maio de 2008
Pergunta nº 1: Muitos dos recursos turísticos que a Madeira apresenta como referências
comparativas e que se constituem vantagens competitivas no mercado internacional derivam
de atributos diferenciadores, que não são copiáveis e para os quais não se vislumbram
produtos substitutos. Considera que o nosso património natural, cultural e histórico está a ser
bem explorado na sustentabilidade e captação de mercados turísticos?
Paulo Faria (P.F.) - O património natural, cultural e histórico da RAM é e tem sido,
efectivamente, um excelente promotor do destino além fronteiras. O peso deste património,
independentemente da valência que esteja em causa, varia consoante quem procura o destino e
as motivações que traduzem a escolha. Todavia, um destino que preserva a sua natureza e toda
a sua envolvente ambiental, que promove a cultura do seu povo e que salvaguarda as suas
raízes históricas - como é o caso da RAM - é sempre um destino a conhecer e, inclusive, a
repetir, entre as muitas e cada vez mais competitivas escolhas que diariamente emergem no
mercado.
O Governo Regional, ciente das mais-valias que decorrem da preservação deste património,
tem vindo a apostar, claramente, numa política de renovação na continuidade, numa estratégia
de requalificação com vista à qualidade e à excelência. Contudo, e para acompanhar a
evolução, é fundamental que este trabalho seja continuado no tempo, no sentido de não
defraudarmos as altas expectativas de todos os que nos visitam, esforço que, aliás, tem sido
feito.
Pergunta nº 2: Apesar deste ser um destino maduro e tradicional, o sector carece sempre de
um dinamismo na oferta e uma permanente actualização de modo a garantir-se parâmetros de
elevada qualidade e de enriquecimento do produto. Como acha que se pode consolidar ou
124
valorizar uma marca e diferenciar para ganhar competitividade sem incorrer no risco de
descaracterizar o destino?
P.F. - A consolidação e a valorização da marca Madeira passam, essencialmente, pela aposta
numa diferenciação estratégica, numa requalificação do produto e numa renovação daquilo
que temos para oferecer a quem nos visita, pressupostos todos eles inspirados na singularidade
que nos distingue de todos os outros destinos concorrenciais. Ainda que, para fazer face à
crescente competitividade, seja necessário renovar, inovar, requalificar e reposicionar os
próprios micro-produtos que constituem a Marca Madeira no seu todo, a verdade é que todo
este trabalho assenta e terá sempre por base a essência do destino, aquilo que nos faz ser
únicos, explorando-se, a partir daqui, todas as possibilidades que contribuam para reforçar a
imagem da Madeira no mundo. Nesta óptica, julgamos que o risco de descaracterização não
assume, para já, qualquer relevância.
Pergunta nº 3: Apreciando os pontos altos do calendário do turismo na Madeira, em termos
de ocupação, que continuam associados à realização de eventos como o Fim do Ano e a Festa
da Flor, enquanto produtos de animação cultural, qual a influência que a Cultura tem na
escolha do destino Madeira? Acha que a Cultura tem uma posição importante na procura
turística regional?
P.F. - A Madeira é um destino que oferece, actualmente, um vasto leque de opções, entre as
quais assume especial destaque a cultura e todas as manifestações que lhe estão associadas,
nos seus diversos tipos e formas de arte. Falar de turismo e de promoção turística implica,
necessariamente, falar de cultura e é aliás nesta óptica que, apesar desta área já não depender
da tutela da Secretaria Regional do Turismo e Transportes, o esforço de integrá-la em todos os
eventos que têm sido levados a cabo é visível. Veja-se, em termos dos grandes eventos de
animação, o grande destaque das exposições no Espaço Infoart. Veja-se, igualmente, o
carácter histórico que todas as manifestações ligadas ao turismo tem vindo a assumir, ao longo
deste ano, invocando-se, em todas elas, os 500 anos da cidade do Funchal. Estes são apenas
dois dos inúmeros exemplos que ilustram esta complementaridade. Turismo e cultura são
áreas que se relacionam, que se complementam e que acabam por ser indissociáveis.
125
Pergunta nº 4: Considerando que o turista procura sobretudo emoções e novas sensações e
tendo em conta que o turismo que visita a Madeira é um turismo sénior e de médio alto nível
económico, considera que a Cultura (em sentido lato) tem tido o conveniente aproveitamento
turístico?
P.F. - A rentabilização de um determinado produto depende, necessariamente, do contexto e
das necessidades que se identifiquem em torno do mesmo. A cultura, enquanto produto de
promoção turística e tal como muitos outros produtos, carece de uma adaptação constante à
realidade e às expectativas do mercado. Há sempre muito a fazer numa área tão dinâmica
como esta e, neste sentido, o que podemos efectivamente afirmar é que a mudança, a proactividade e a progressiva melhoria da nossa promoção fazem parte da nossa estratégia.
Pergunta nº 5: A marca Madeira está fortemente associada à Natureza, mas também a muitos
factores etnográficos, como o folclore, a cultura popular e tradicional das suas gentes, a
gastronomia. Falando em turismo cultural, que produtos de nicho admite poderem marcar a
diferença, ou seja, quais os produtos a desenvolver na oferta turística cultural?
P.F. - Existem inúmeros produtos que podem vir a ser desenvolvidos num contexto de
promoção turística cultural e é precisamente no encontro e na exploração de novos produtos
que a Direcção Regional de Turismo está, presentemente, a trabalhar.
Pergunta nº 6: Será a Cultura uma vertente importante para a evolução, qualificação e
promoção do nosso turismo?
P.F. - Diria que a evolução, a qualificação e a promoção do nosso turismo só podem acontecer
e atingir o seu sucesso se tiverem em conta todas as componentes que enriquecem o produto,
nomeadamente a cultura.
Entrevista nº 3
Entrevistado: Dr. João Henrique Silva
Cargo: Director Regional dos Assuntos Culturais
Local e data: Funchal, 14 de Maio de 2008
Pergunta nº 1: Muitos dos recursos turísticos que a Madeira apresenta como referências
comparativas e que se constituem vantagens competitivas no mercado internacional derivam
de atributos diferenciadores, que não são copiáveis e para os quais não se vislumbram
126
produtos substitutos. Considera que o nosso património natural, cultural e histórico está a ser
bem explorado na sustentabilidade e captação de mercados turísticos?
João Henrique Silva (J.H.S.) - Naturalmente que certos bens podem sempre ser ainda
melhor utilizados. Pelas suas características, o património natural e também o cultural são um
esteio importante na captação de mercados turísticos. E a sustentabilidade desse turismo
implica que as riquezas patrimoniais e os aspectos específicos que fazem a singularidade do
destino Madeira sejam preservados para o futuro e ainda mais trabalhados quanto à sua
identificação na oferta turística.
Pergunta nº 2: Apesar deste ser um destino maduro e tradicional, o sector carece sempre de
um dinamismo na oferta e uma permanente actualização de modo a garantir-se parâmetros de
elevada qualidade e de enriquecimento do produto. Como acha que se pode consolidar ou
valorizar uma marca e diferenciar para ganhar competitividade sem incorrer no risco de
descaracterizar o destino?
J.H.S. - Penso que, primeiro, é necessário fazer dessa oferta singular (a natureza e a cultura da
Madeira) uma marca! Isso implica algum tratamento dessa matéria a nível de conteúdos, com
trabalho de investigação, design, etc., por forma a explicitar o carácter original e único da
nossa oferta nesses domínios. Depois, implica um trabalho específico na área da divulgação e
da promoção, em que o marketing e a publicidade se entretecem com uma estratégia política e
comercial para o sector. Se se “puxar” pela marca, isso nunca vai descaracterizar o destino.
Pergunta nº 3: Apreciando os pontos altos do calendário do turismo na Madeira, em termos
de ocupação, que continuam associados à realização de eventos como o Fim do Ano e a Festa
da Flor, enquanto produtos de animação cultural, qual a influência que a Cultura tem na
escolha do destino Madeira? Acha que a Cultura tem uma posição importante na procura
turística regional?
J.H.S. - Não temos dados específicos quanto a isso, mas penso que a Cultura – tomada, aqui,
tanto no sentido lato, como no sentido estrito – tem um papel significativo nas escolhas deste
destino. Muitos aspectos, datas, símbolos, conteúdos, imaginários, que relevam da cultura
madeirense, estão já integrados em toda a programação anual que é feita na área da animação
do destino. Por outro lado, bens e conteúdos mais especificamente culturais, como a música, o
património ou os museus, são objecto de inúmeras visitas e apreciação local pelos turistas,
todos os dias ao longo do ano.
127
Pergunta nº 4: Considerando que o turista procura sobretudo emoções e novas sensações e
tendo em conta que o turismo que visita a Madeira é um turismo sénior e de médio-alto nível
económico, considera que a Cultura (em sentido lato) tem tido o conveniente aproveitamento
turístico?
J.H.S. - Penso que sim, e o facto de durante anos a Cultura ter estado associada ao Turismo
em termos de orgânica governativa, potenciaram uma acrescida visibilidade e articulação para
que os bens culturais pudessem funcionar como mais-valia também para os visitantes (e a
alteração da orgânica governativa não significa que esta “parceria” deixe de funcionar).
Mas acho que é possível exponenciar essa mais-valia se houver um maior investimento no
sector cultural direccionado para a sua divulgação. Mais uma vez, isso significa, por um lado,
trabalhar com alguma profundidade e continuidade todo um vasto leque de conteúdos
(património cultural – móvel, imóvel e imaterial – museus, música tradicional, festas e
etnografia, etc.), por forma a dotar o marketing turístico de informação mais rigorosa e
diversificada acerca da especificidade da nossa oferta e, por outro, criar uma “itinerância” da
cultura para fora da Madeira, possibilitando que, através de feiras, festivais e frequência de
outros espaços culturais no estrangeiro, o melhor da cultura da Madeira possa atingir
directamente outras sociedades e culturas, outros mercados potenciais.
Pergunta nº 5: A marca Madeira está fortemente associada à Natureza, mas também a muitos
factores etnográficos, como o folclore, a cultura popular e tradicional das suas gentes, a
gastronomia. Falando em turismo cultural, que produtos de nicho admite poderem marcar a
diferença, ou seja, quais os produtos a desenvolver na oferta turística cultural?
J.H.S. - Basicamente produtos ligados ou que seja possível integrar sob o chapéu amplo do
património cultural, depois se ramificando pela sua vertente mais erudita (arquitectura
monumental, bens móveis e imóveis de carácter religioso, museus) e pela sua vertente mais
etnográfica (festas, tradições, artesanato, música e arquitectura popular). Penso que há que
fazer ver que há determinados “bens culturais” que, para usufruir deles, o turista tem de vir à
Madeira: não são “exportáveis”, nem intercambiáveis. Daí a importância do marketing
destacar o carácter único desses bens.
Pergunta nº 6: Será a Cultura uma vertente importante para a evolução, qualificação e
promoção do nosso turismo?
J.H.S. - Certamente que sim, e cada vez mais, dado o mundo globalizado e de oferta
igualitária e igualizadora que nos envolve. Uma vertente muito importante do turismo que se
128
faz hoje é a do turismo cultural. Ora, isto tem subjacente que o que temos para vender ao
turista é um produto singular e único. Trabalhar a especificidade da nossa oferta, no
património natural e no património cultural, vai contribuir decisivamente para qualificar o
próprio turismo, já que com isso nos direccionamos para mercados mais “qualificados”. E é a
este nível que, hoje, o jogo da promoção e dos mercados busca mostrar uma diferença.
Entrevista nº 4
Entrevistado: Dr. Oto Oliveira
Cargo: Director Executivo da Associação de Promoção da Madeira
Local e data: Funchal, 8 de Maio de 2008
Pergunta nº 1: Muitos dos recursos turísticos que a Madeira apresenta como referências
comparativas e que se constituem vantagens competitivas no mercado internacional derivam
de atributos diferenciadores, que não são copiáveis e para os quais não se vislumbram
produtos substitutos. Considera que o nosso património natural, cultural e histórico está a ser
bem explorado na sustentabilidade e captação de mercados turísticos?
Oto Oliveira (O.O.) - Julgo que muito está a ser feito neste sentido. Há, contudo, um gap
entre aquilo que já deveria ter sido feito e a actual oferta. A dinâmica da procura é enorme e a
oferta tem forçosamente de acompanhá-la sob pena de ficarmos relegados para segundo plano.
Em abono da situação algo estática da oferta em relação à procura, diria que a Madeira sempre
esteve numa posição relativamente passiva no que respeita à captação de clientes, dada a
limitação de destinos nossos concorrentes, sobretudo no Inverno. A mudança de atitude não se
faz de um dia para outro; cultiva-se, aprende-se e aplica-se. Por outras palavras, falta proactividade na forma de explorar, promover estes “novos” produtos.
Pergunta nº 2: Apesar deste ser um destino maduro e tradicional, o sector carece sempre de
um dinamismo na oferta e uma permanente actualização de modo a garantir-se parâmetros de
elevada qualidade e de enriquecimento do produto. Como acha que se pode consolidar ou
valorizar uma marca e diferenciar para ganhar competitividade sem incorrer no risco de
descaracterizar o destino?
O.O. – O novo posicionamento da Marca Madeira já faz essa distinção e “vende” exactamente
aquilo que a Madeira é. Basta pensarmos que em todas as imagens utilizadas na promoção,
não se faz um único trabalho de melhoria da imagem. Não a descaracteriza; antes pelo
129
contrário, valoriza as suas próprias características e valorizando-as diferencia a Madeira e o
destino ganha competitividade.
Pergunta nº 3: Apreciando os pontos altos do calendário do turismo na Madeira, em termos
de ocupação, que continuam associados à realização de eventos como o Fim do Ano e a Festa
da Flor, enquanto produtos de animação cultural, qual a influência que a Cultura tem na
escolha do destino Madeira? Acha que a Cultura tem uma posição importante na procura
turística regional?
O.O. - Faria uma distinção clara entre cultura erudita e popular. Diria que à excepção de um
ou outro evento “produzido pelo homem”, como a Festa da Flor, ou a Festa de Fim do Ano, a
cultura erudita não atraía directamente qualquer turista à Região. Já a cultura popular está
numa posição oposta. A grande maioria dos turistas procura precisamente esse entrosamento e
o contacto com “as gentes da Madeira”. O equilíbrio entre o número de camas e os habitantes
a isso proporciona.
Não quero com isto dizer que os espectáculos culturais realizados não tenham impacto e não
sejam frequentados pelos turistas. As salas estão normalmente cheias a confirmar a procura
por este tipo de produto; o que não existe é a justificação directa de uma vinda à Madeira por
causa da cultura, entenda-se, erudita.
Pergunta nº 4: Considerando que o turista procura sobretudo emoções e novas sensações e
tendo em conta que o turismo que visita a Madeira é um turismo sénior e de médio-alto nível
económico, considera que a Cultura (em sentido lato) tem tido o conveniente aproveitamento
turístico?
O.O. - Muitos passos já foram dados no sentido de adaptar a oferta à procura – a criação e o
sucesso da OCM, por exemplo, demonstram que estamos no bom caminho. Mas muito precisa
ainda de ser feito. As infra-estruturas estão feitas. Falta o conteúdo.
Pergunta nº 5: A marca Madeira está fortemente associada à Natureza, mas também a muitos
factores etnográficos, como o folclore, a cultura popular e tradicional das suas gentes, a
gastronomia. Falando em turismo cultural, que produtos de nicho admite poderem marcar a
diferença, ou seja, quais os produtos a desenvolver na oferta turística cultural?
O.O. - Há uma panóplia de produtos culturais que poderiam ter uma forte procura na Madeira
graças ao tipo de turistas que nos visita. A gastronomia – incluindo o vinho -, a música e as
tradições populares, podem assumir papeis importantes.
130
Pergunta nº 6: Será a Cultura uma vertente importante para a evolução, qualificação e
promoção do nosso turismo?
O.O. - A cultura faz parte integrante do nosso posicionamento. Ela é um factor distintivo e
diferenciador de outros destinos nossos concorrentes. Este posicionamento permitirá à
Madeira, ter uma oferta aglutinadora, global e activa. O Body.Mind.Madeira. mostram um
clima de bem-estar reflectindo-se na frase: This is your SPA.
Entrevista nº 5
Entrevistado: Sr. João Welsh
Cargo: Delegado da APVT – Associação Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo
Local e data: Funchal, 23 de Abril de 2008
Pergunta nº 1: Muitos dos recursos turísticos que a Madeira apresenta como referências
comparativas e que se constituem vantagens competitivas no mercado internacional derivam
de atributos diferenciadores, que não são copiáveis e para os quais não se vislumbram
produtos substitutos. Considera que o nosso património natural, cultural e histórico está a ser
bem explorado na sustentabilidade e captação de mercados turísticos?
João Welsh (J.W.) - Não, pelo simples facto de não existirem fortes preocupações na sua
defesa, verificando-se degradação e destruição do mesmo, vítima dos interesses da construção
civil que têm assumido um papel prioritário/estratégico na nossa economia. Na realidade a
preocupação de atribuir um papel de locomotiva da nossa economia à Construção civil,
remeteu para um papel – ainda que importante – secundário ao turismo e todo o património
cultural e histórico. O facto é que se verifica já alguma descaracterização do nosso produto
caminhando-se paulatinamente no sentido da perda dos nossos factores fundamentais de
diferenciação e por essa via tornando cada vez mais difícil a promoção eficaz e geradora de
turistas de alto poder de compra.
Pergunta nº 2: Apesar deste ser um destino maduro e tradicional, o sector carece sempre de
um dinamismo na oferta e uma permanente actualização de modo a garantir-se parâmetros de
elevada qualidade e de enriquecimento do produto. Como acha que se pode consolidar ou
valorizar uma marca e diferenciar para ganhar competitividade sem incorrer no risco de
descaracterizar o destino?
131
J.W. - Com uma Visão Clara para o Produto/Destino; Com uma missão coerente com essa
Visão; Com um Plano Estratégico que dê corpo à visão e missão sempre num processo de
grande coerência e consistência. A diferenciação é conseguida acima de tudo com a defesa dos
nossos activos naturais, culturais e de património edificado. Os equipamentos de suporte ao
turismo, os equipamentos hoteleiros e todos os eventos de animação terão de ser
desenvolvidos em coerência com as especificidades do nosso produto base. Daí que,
pessoalmente, defenda que a Madeira deveria ter uma visão de se tornar uma “Destino
Boutique de Excelência” dirigido ao publico Sénior de poder de compra médio/alto; alto e
muito alto.
Pergunta nº 3: Apreciando os pontos altos do calendário do turismo na Madeira, em termos
de ocupação, que continuam associados à realização de eventos como o Fim do Ano e a Festa
da Flor, enquanto produtos de animação cultural, qual a influência que a Cultura tem na
escolha do destino Madeira? Acha que a Cultura tem uma posição importante na procura
turística regional?
J.W. - A Cultura assume claramente um papel determinante na procura do destino Madeira e
os eventos de animação são claramente uma aposta ganha com excepção para o Rali Vinho
Madeira que não é coerente com o nosso tipo de turismo. Todos os investimentos feitos na
cultura são tão ou mais importantes que os realizados na promoção já que esta irá beneficiar
daqueles.
Pergunta nº 4: Considerando que o turista procura sobretudo emoções e novas sensações e
tendo em conta que o turismo que visita a Madeira é um turismo sénior e de médio-alto nível
económico, considera que a Cultura (em sentido lato) tem tido o conveniente aproveitamento
turístico?
J.W. - Actualmente não pelo simples facto da Madeira já não ter turistas (os que tem são um
pequeno nicho) de médio-alto nível económico. Os números são claros. Temos uma receita
média cama dia de 30€. Esse é o valor de um pequeno-almoço num destino orientado para
turistas de alto poder de compra. Não podemos fazer análises com base em ideias préconcebidas do passado que já não têm qualquer aderência à realidade. A cultura só terá o seu
verdadeiro aproveitamento quando for defendida de forma fundamentalista gerando por essa
via melhores turistas e em consequência tornando-se num activo útil para a nossa promoção,
tudo num círculo virtuoso.
132
Pergunta nº 5: A marca Madeira está fortemente associada à Natureza, mas também a muitos
factores etnográficos, como o folclore, a cultura popular e tradicional das suas gentes, a
gastronomia. Falando em turismo cultural, que produtos de nicho admite poderem marcar a
diferença, ou seja, quais os produtos a desenvolver na oferta turística cultural?
J.W. - A gastronomia; o Vinho Madeira; bordados; o património edificado de grande valor; as
ruas históricas, os nossos museus/Casa das mudas e novos equipamentos nesta área
inaugurados
nos
últimos
anos
como
o
centro
vulcanologia,
criando
roteiros
turísticos/culturais.
Pergunta nº 6: Será a Cultura uma vertente importante para a evolução, qualificação e
promoção do nosso turismo?
J.W. - Claramente. Fundamental, imprescindível!
Entrevista nº 6
Entrevistado: Dra. Isabel Gouveia
Cargo: Presidente da ARCHAIS – Associação de Arqueologia e Defesa do Património da
Madeira
Local e data: Funchal, 9 de Maio de 2008
Pergunta nº 1: Muitos dos recursos turísticos que a Madeira apresenta como referências
comparativas e que se constituem vantagens competitivas no mercado internacional derivam
de atributos diferenciadores, que não são copiáveis e para os quais não se vislumbram
produtos substitutos. Considera que o nosso património natural, cultural e histórico está a ser
bem explorado na sustentabilidade e captação de mercados turísticos?
Isabel Gouveia (I.G.) - Relativamente ao património natural, considero que tem vindo a ser
feito uma aposta interessante na divulgação e preservação dos circuitos das inúmeras levadas
que serpenteiam a ilha…mas, atenção, não devemos, nem podemos achar que o turismo
natural seja a única aposta na captação de mercados turísticos…
No que se refere ao património cultural e histórico, ainda há muito por fazer, na medida em
que, sendo possuidores de um riquíssimo património edificado é premente valorizar e
promover estes espaços em espaços turísticos. As comemorações dos 500 Anos do Funchal
133
têm servido de mote a diversas acções que pretendem enaltecer a riqueza patrimonial da nossa
urbe.
Por outro lado, a rentabilização e exploração de espaços históricos para valências hoteleiras e
de restauração, permite uma maior partilha e conhecimento do património cultural e histórico
regional.
Pergunta nº 2: Apesar deste ser um destino maduro e tradicional, o sector carece sempre de
um dinamismo na oferta e uma permanente actualização de modo a garantir-se parâmetros de
elevada qualidade e de enriquecimento do produto. Como acha que se pode consolidar ou
valorizar uma marca e diferenciar para ganhar competitividade sem incorrer no risco de
descaracterizar o destino?
I.G. - Para consolidar ou valorizar o destino Madeira há, efectivamente, que apostar na
manutenção da autenticidade e nas características específicas deste destino; num mundo tão
globalizado como o actual, onde tudo é igual, quer seja, no Japão, nos EUA ou em Portugal,
temos que preservar o que é genuinamente nosso, para que possamos nos afirmar como um
destino de qualidade que promove as suas raízes e a sua herança ancestral.
Pergunta nº 3: Apreciando os pontos altos do calendário do turismo na Madeira, em termos
de ocupação, que continuam associados à realização de eventos como o Fim do Ano e a Festa
da Flor, enquanto produtos de animação cultural, qual a influência que a Cultura tem na
escolha do destino Madeira? Acha que a Cultura tem uma posição importante na procura
turística regional?
I.G. - A escolha do destino Madeira já é motivada por motivos culturais; a promoção de
eventos culturais como Festivais de Música, Feira do Livro, de exposições emblemáticas em
museus, constitui um importante contributo para a elaboração de roteiros no âmbito do
turismo cultural. Nesta área tem sido feito um trabalho satisfatório, embora reconheça que
ainda muito há por fazer. O turista que nos visita deseja, naturalmente, perceber a nossa
essência e daqui levar alguma memória interessante, daí que, cada vez mais se deva encarar a
vertente cultural como um factor influente na programação turística regional.
Pergunta nº 4: Considerando que o turista procura sobretudo emoções e novas sensações e
tendo em conta que o turismo que visita a Madeira é um turismo sénior e de médio-alto nível
económico, considera que a Cultura (em sentido lato) tem tido o conveniente aproveitamento
turístico?
134
I.G. - A Cultura é um campo que possui um manancial inesgotável que pode ser explorado
das mais variadas formas. Penso que a ideia de que a Madeira deve ser vendida pelas suas
paisagens, pelas suas flores e pela sua gastronomia está um bocado ultrapassada, a identidade
cultural de um povo pode ser um grande aglutinador e captador de turismo, daí que tenha de
se valorizar mais esta componente. Neste aspecto, considero que não tem sido um
investimento suficientemente forte no aproveitamento da cultura com fins turísticos; se o
fizessem certamente poderíamos captar um tipo de turismo mais selectivo, o denominado
turismo cultural.
Pergunta nº 5: A marca Madeira está fortemente associada à Natureza, mas também a muitos
factores etnográficos, como o folclore, a cultura popular e tradicional das suas gentes, a
gastronomia. Falando em turismo cultural, que produtos de nicho admite poderem marcar a
diferença, ou seja, quais os produtos a desenvolver na oferta turística cultural?
I.G. - Produtos de nicho de turismo cultural: a especificidade e riqueza dos nossos espaços
museológicos; festivais musicais; festivais de cinema, entre outros.
Pergunta nº 6: Será a Cultura uma vertente importante para a evolução, qualificação e
promoção do nosso turismo?
I.G. - Numa sociedade tão globalizada como a que vivemos, a vertente cultural é
indubitavelmente, uma vertente que assume um papel preponderante em termos de
qualificação do turismo. Os turistas procuram os mais variados motivos para escolherem um
destino turístico e entre eles encontra-se a Cultura. A curiosidade pelas tradições culturais e
pelo património de uma dada região é um móbil que assume um papel preponderante na
escolha de um qualquer destino.
Num mundo onde tudo é praticamente igual em todo o lado, há que assumir a bandeira da
cultura regional como um chamariz de captação de mercados turísticos.
5.3 ANÁLISE FUNCIONAL ÀS ENTREVISTAS
Pergunta nº 1: Muitos dos recursos turísticos que a Madeira apresenta como referências
comparativas e que se constituem vantagens competitivas no mercado internacional derivam
135
de atributos diferenciadores, que não são copiáveis e para os quais não se vislumbram
produtos substitutos. Considera que o nosso património natural, cultural e histórico está a ser
bem explorado na sustentabilidade e captação de mercados turísticos?
Resposta 1 – Não obstante a quase totalidade dos entrevistados assumir que muito tem sido
feito na preservação e valorização do património regional, quer seja natural, cultural ou
histórico, em termos de manter vivas as raízes históricas e culturais, ou seja, a singularidade
do destino, e tendo em vista uma política de renovação na continuidade para, assim, se atingir
parâmetros de qualidade e excelência, todos acreditam que os bens culturais, verdadeiramente
protegidos, podem ser melhor utilizados na sustentabilidade e na captação de mercados
turísticos, sejam tradicionais ou emergentes.
Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira, sublinha que o grande feito
dos últimos 30 anos foi precisamente o de saber conciliar o passado e a identidade regional
com a modernidade e o futuro, num processo de requalificação integral que, enaltecendo os
seus valores intrínsecos, contribuiu para a consolidação do crescimento da RAM. Uma ideia
que é partilhada pelos directores regionais do Turismo e dos Assuntos Culturais, Paulo Faria e
João Henrique Silva, respectivamente, que, ainda assim, não deixam de considerar o
património natural e cultural com um importante esteio na captação de mercados turísticos e,
daí, se justificar a aposta na preservação deste património.
Contudo, apesar da estratégia de requalificação seguida, a Madeira parece continuar algo
apática para reagir à dinâmica da procura e também um pouco passiva na captação de clientes
face a mercados concorrentes, em especial na época de Inverno, ou seja, no dizer de Oto
Oliveira57, «falta pró-actividade na forma de explorar, promover estes “novos” produtos».
Isabel Gouveia, da ARCHAIS, entende também que a rentabilização e exploração dos espaços
históricos para fins turísticos «permite uma maior partilha e conhecimento do património
cultural e histórico regional», mas também chama à atenção que apesar da «aposta
interessante» na divulgação do património natural, «há muito para fazer» em termos de
património cultural e histórico.
Mais crítico e contundente, João Welsh afirma que se tem vindo à assistir à «degradação e
destruição» do património regional, «pelo simples facto de não existirem preocupações na sua
defesa».
57
À data da entrevista, Oto Oliveira era Director Executivo da Associação de Promoção da Madeira, vindo a suceder-lhe no
cargo Kátia Carvalho, a 15 de Maio de 2008.
136
Para o delegado da APVT na Madeira, o turismo e o património cultural e histórico têm sido
relegados para um plano secundário, em detrimento de uma construção desregrada que tem
contribuído para «alguma descaracterização do nosso produto», levando à «perda dos nossos
factores fundamentais de diferenciação».
Pergunta nº 2: Apesar deste ser um destino maduro e tradicional, o sector carece sempre de
um dinamismo na oferta e uma permanente actualização de modo a garantir-se parâmetros de
elevada qualidade e de enriquecimento do produto. Como acha que se pode consolidar ou
valorizar uma marca e diferenciar para ganhar competitividade sem incorrer no risco de
descaracterizar o destino?
Resposta 2 – Na visão do Executivo madeirense é necessário renovar, inovar, requalificar e
reposicionar os micro-produtos que compõem e consolidam a marca Madeira, mas isso não
implica uma ruptura com o passado e muito menos a sua descaracterização. O grande desafio,
é sim, dentro da sua diferença e singularidade, tornar um destino mais competitivo, perante
mercados directamente concorrenciais, explorando exactamente o seu carácter original e único
da oferta regional, o que implica um trabalho específico de promoção e marketing. Um
trabalho de distinção e valorização das suas características que, conforme sublinha o director
da APM, já tem vindo a ser feito com o «novo posicionamento da Marca Madeira», que
«”vende” exactamente aquilo que a Madeira é».
Ora, para os agentes não-governamentais da cultura e do turismo, é também verdade que é
necessário apostar na manutenção da autenticidade e nas características específicas do destino
- o mesmo é dizer preservar o que é genuinamente nosso - mas falta «um Plano Estratégico»
que, no entender de João Welsh, «dê corpo a uma visão clara e a uma missão coerente» no
sentido de que a diferenciação do destino seja «conseguida com a defesa dos nossos activos»
próprios e que os equipamentos de suporte do turismo terão de ser desenvolvidos «em
coerência com as especificidades do produto base».
Pergunta nº 3: Apreciando os pontos altos do calendário do turismo na Madeira, em termos
de ocupação, que continuam associados à realização de eventos como o Fim do Ano e a Festa
da Flor, enquanto produtos de animação cultural, qual a influência que a Cultura tem na
escolha do destino Madeira? Acha que a Cultura tem uma posição importante na procura
turística regional?
Resposta 3 - «Falar de turismo e de promoção turística implica, necessariamente, falar de
cultura», é um entendimento unânime a todos os entrevistados, aqui nas palavras do director
137
de Turismo, que sustenta ainda que «Turismo e Cultura são áreas que se relacionam, que se
complementam e que acabam por ser indissociáveis», levando o seu homólogo dos Assuntos
Culturais a acrescentar que «a Cultura – tomada aqui, tanto no sentido lato, como no sentido
estrito – tem um papel significativo nas escolhas deste destino».
Alberto João Jardim não podia estar mais de acordo, considerando o papel fundamental que a
Cultura assume na escolha do destino Madeira, por entre muitas outras motivações, frisando
ainda que a Cultura «é indissociável de todas as manifestações de promoção e dos produtos
que, dentro da Marca Madeira, nos distinguem».
Na verdade, a Madeira é já um destino que oferece uma multiplicidade de opções culturais a
quem nos visita, integradas no calendário anual de animação do destino, com os muitos
festivais e espectáculos culturais, mas também, como enaltece o responsável pela tutela,
patentes nos símbolos, conteúdos, imaginários, entre outros aspectos, próprios e identitários da
cultura madeirense.
Oto Oliveira, por seu turno, fala da existência de dois tipos de cultura, uma popular e outra
mais erudita, para sustentar que a maioria dos turistas que visita a RAM procura «esse
entrosamento e o contacto com as “gentes da Madeira”», ao passo que «não existe uma
justificação directa» para a vinda de qualquer turista atraído propositadamente por causa dessa
cultura erudita, algumas vezes apelidada de elitista.
Welsh acredita que a cultura assume um papel preponderante na promoção do destino e, por
isso, considera que «todos os investimentos feitos na cultura são tão ou mais importantes que
os realizados na promoção», o que não é válido para todos os grandes cartazes turísticos da
RAM, pois acha que o Rali Vinha da Madeira, prova pontuável para o Campeonato da Europa
de Ralis, «não é coerente com o nosso tipo de turismo».
Também a presidente da ARCHAIS é de opinião de que a escolha do destino Madeira já é
motivada por razões culturais, na medida em que o turista que nos visita «deseja,
naturalmente, perceber a nossa essência e daqui levar alguma memória interessante».
Por conseguinte, e embora com algumas diferenças conceptuais, não deixa de ser comum a
todos o entendimento, também aqui, de que a vertente cultural é cada vez mais um factor
determinante na programação turística regional, mas também na promoção externa e na
captação dos mercados turísticos.
Pergunta nº 4: Considerando que o turista procura sobretudo emoções e novas sensações e
tendo em conta que o turismo que visita a Madeira é um turismo sénior e de médio-alto nível
138
económico, considera que a Cultura (em sentido lato) tem tido o conveniente aproveitamento
turístico?
Resposta 4 - O Presidente do Governo Regional chama a atenção que hoje não é só o turismo
sénior que visita a Madeira e que cada vez mais se verifica uma maior procura por parte de
outros segmentos, nomeadamente dos jovens.
Por outro lado, considera redutor associar a cultura a uma qualquer faixa etária, até porque
esta existe e cativa o turista, seja qual for a sua idade. E enquanto componente complementar
ao turismo, tem vindo a ser trabalhada e rentabilizada consoante os diferentes contextos que
vão aparecendo, respondendo, de forma directa, às expectativas do mercados, embora se
reconheça que numa área tão dinâmica como é o turismo, tem de haver uma progressiva
actualização daquilo que é o produto a oferecer no seu todo.
Ou seja, a cultura, como qualquer um dos muitos outros produtos de promoção turística,
carece de uma adaptação constante à realidade e às expectativas do mercado, pelo que,
havendo também um maior investimento no sector cultural, direccionado para a sua
divulgação, através das feiras promocionais e do marketing turístico, é possível potenciar
ainda mais a visibilidade da cultura regional e exponenciar essa mais-valia que representa na
diferenciação do destino, como enaltecem Paulo Faria e João Henrique Silva, directores
regionais de Turismo e dos Assuntos Culturais, respectivamente.
Mesmo assim, há quem pense, como Oto Oliveira, que apesar dos muitos passos que foram
dados no sentido de adaptar a oferta à procura, falta conteúdo programático para dinamizar as
muitas infra-estruturais culturais implementadas um pouco por toda a Ilha.
Já na perspectiva do sector privado, a cultura não tem tido o conveniente aproveitamento
turístico porque, por um lado, a Madeira «já não tem turistas de médio-alto nível económico»,
como diz João Welsh, e, por outro, a ideia de «ser vendida pelas suas paisagens, pelas suas
flores e pela sua gastronomia está um bocado ultrapassada», pensa Isabel Gouveia.
Nestas condições, há quem defenda que a cultura só terá o seu efectivo aproveitamento
quando for encarada de uma forma «fundamentalista» que permita captar turistas e, por
consequência, tornar-se «um activo útil para a promoção», valorizando a componente da
identidade cultural como «um grande aglutinador e captador de turismo» e mediante o
correspondente investimento financeiro que propicie o melhor uso da cultura com fins
turísticos.
139
Pergunta nº 5: A marca Madeira está fortemente associada à Natureza, mas também a muitos
factores etnográficos, como o folclore, a cultura popular e tradicional das suas gentes, a
gastronomia. Falando em turismo cultural, que produtos de nicho admite poderem marcar a
diferença, ou seja, quais os produtos a desenvolver na oferta turística cultural?
Resposta 5 – O poder oficial, aqui representado pelo Chefe do Governo e secundado pelos
directores regionais do Turismo e da Cultura e pelo director executivo da APM, considera
bem-vindos todos os produtos que venham a contribuir para a requalificação da imagem da
Madeira no mercado externo, admitindo, num contexto de incremento da promoção do
turismo cultural, uma aposta mais direccionada para públicos específicos. E dá exemplos de
“bens culturais”, móveis e imóveis, que podem ser promovidos, como a arquitectura
monumental e popular, as festas tradicionais, o artesanato, a música, a gastronomia.
Com oportunidade e muita propriedade, diz o director de Cultura que há determinados “bens
culturais”, que pela sua peculiaridade e originalidade «o turista, para usufruir deles, tem de vir
à Madeira: não são “exportáveis”, nem intercambiáveis».
O próprio Alberto João Jardim exemplifica a singularidade de um produto turístico com o
caso da Marca “Quintas da Madeira”, que «ilustra, precisamente, a conciliação daquilo que é o
património cultural edificado da Região com a excelência de um serviço hoteleiro prestado
aos turistas».
Aos produtos de nicho já referenciados, no âmbito do turismo cultural, João Welsh acrescenta
o Bordado Madeira, o património edificado e classificado, os núcleos históricos e os novos
equipamentos culturais inaugurados nos últimos anos e Isabel Gouveia, por sua vez, aponta a
riqueza do acervo dos espaços museológicos, os festivais musicais e os festivais de cinema
como catalizadores de uma oferta cultural global, mas também susceptíveis de criar roteiros
turísticos/culturais.
Pergunta nº 6: Será a Cultura uma vertente importante para a evolução, qualificação e
promoção do nosso turismo?
Respostas 6 – Em jeito de balanço, que a pergunta parece ter sugerido, mais uma vez os
entrevistados estão de acordo sobre o papel fundamental da cultura na consolidação da Marca
e na “exploração” económica do destino. De um modo geral, salienta-se que cultura e turismo
são sectores complementares e, por esse facto, a evolução, qualificação e promoção do
turismo só terá sucesso se tiver em conta todos os seus componentes, incluindo obviamente a
cultura. Até porque, a Madeira, geograficamente atlântica e europeia, “adversária” de muitos
140
outros destinos insulares com recursos turísticos semelhantes, está no centro do mundo
globalizado, onde a oferta é igualitária e igualizadora. Por isso se entende que especificar a
oferta, qualificar o sector e tornar o destino numa referência de excelência, para mais quando a
vertente cultural assume hoje um papel preponderante na escolha dos lugares turísticos, pela
sua especificidade e enquanto factor distintivo, devem ser prioridades quer na definição do
posicionamento da Marca Madeira, quer na definição para captação de novos segmentos de
mercado
A resposta de João Welsh reflecte bem esse entendimento: «claramente, fundamental,
imprescindível».
5.4 CONCLUSÕES DAS ENTREVISTAS
Como nota prévia, importa salientar um primeiro elemento que é comum a todos os
entrevistados e que está relacionado com a necessidade sagrada de, por um lado, se preservar e
proteger o património regional e, por outro, requalifica-lo por via da sua renovação e
inovação.
Por isso, não deixa de ser interessante e no mínimo curiosa a expressão de que a consolidação
e valorização da marca Madeira passa, também, por uma política de «renovação na
continuidade». Quer isto dizer que a atitude dinâmica e mais proactiva que se reivindica para
o destino, tanto na promoção dos diferentes produtos como na assunção de uma estratégia
mais “agressiva” para a captação e consolidação dos mercados, deve forçosamente ter em
conta a manutenção da sua autenticidade, afirmando-se e valorizando-se pela sua diferença e
originalidade.
Não obstante o trabalho que vem sendo feito nos últimos anos, juntando em parceira sectores
público e privado, nomeadamente na construção de novas infra-estuturas culturais e na
programação de diversos eventos de animação turística, é um facto que muito há ainda para
fazer no sentido de se conseguir um melhor aproveitamento turístico, em termos de
rendibilidade económica, por via da cultura.
141
Todos estão inteiramente convictos de que turismo e cultura são indissociáveis, como são
indissociáveis todos os produtos e manifestações de promoção que distinguem a marca
Madeira e, por isso, se reconhece que não só falta um forte e mais adequado investimento no
sector cultural, como é preciso maior profundidade e continuidade na divulgação dos
conteúdos culturais.
Apesar de haver quem responsabilize a construção excessiva pela descaracterização do
produto, para o poder político a requalificação do destino, com vista a torná-lo competitivo,
atractivo e mobilizador, não implica nem uma ruptura com o passado, nem uma
descaracterização. Pelo contrário, as autoridades regionais defendem que o grande desafio
consiste precisamente na renovação, criatividade e inovação sem, contudo, se afastar da
essência do destino, ou seja, daquilo que nos faz ser únicos.
Parece ter ficado claro que o turista que visita a Madeira já não é apenas idoso e de nível
económico médio-alto e procura sobretudo experienciar as revelações da cultura popular,
oriundas dos costumes, das tradições, dos usos, das crenças, da língua, do imaginário, da
memória colectiva e do quotidiano madeirenses. Ou seja, trata-se de um turista que privilegia
o contacto com a população e de proximidade com o seu modo de vida, o que significa um
turismo já motivado por razões culturais.
Mesmo assim, a cultura, como qualquer outro produto de promoção turística, deve merecer
uma actualização progressiva em termos de oferta e uma constante adaptação à realidade do
mercado, até porque o sector do turismo é um sector em constante mutação.
Por esta razão, e por se considerar ultrapassados alguns aspectos ainda hoje preponderantes na
imagem do destino Madeira, como as flores e as paisagens, há quem defenda a potenciação de
outros produtos-nicho no âmbito do turismo cultural, como a arquitectura popular, os centros
históricos, os núcleos museológicos, o artesanato, entre outros bens culturais, por forma a
captar públicos específicos, dar mais visibilidade à cultura regional e, consequentemente,
atingir outras sociedades e culturas, outros mercados potenciais.
Concluindo, tem-se que a cultura, na acepção antropológica do termo, isto é, nas suas mais
variadas expressões artísticas e populares, é um importantíssimo complemento para a
qualificação e reposicionamento do turismo, como fundamental para a consolidação da marca
e para a segmentação do mercado. Daí que todas as definições estratégicas de posicionamento
da marca Madeira devam incluir todos os componentes de promoção do turismo, incluindo,
naturalmente, a cultura.
142
CAPÍTULO VI
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6.1 INTRODUÇÃO
O Turismo na Madeira tem uma importância fundamental na dinamização da vida sócioeconómica, tanto como fonte de receitas externas, como pelo emprego que gera e pelos efeitos
multiplicadores que produz em vários sectores de actividade.
A Marca Madeira assenta com especial enfoque nas condições naturais de atractividade (clima
e paisagem) e na qualidade da oferta dos vários produtos turísticos. Daí que a consolidação da
imagem deva implicar o reajustamento da oferta e do posicionamento do destino em função de
novos segmentos de mercado que, conforme se pôde aferir, apresentam uma tendência para
valorizar os aspectos ambientais, as actividades recreativas, desportivas e culturais e os
valores únicos e tradicionais do destino.
Neste capítulo final, são apresentadas as principais conclusões que resultaram da investigação
no terreno de pesquisa, como enumeradas as limitações e dificuldades do trabalho e feitas
algumas recomendações e sugestões para futuros trabalhos científicos.
143
6.2 CONCLUSÕES GERAIS
Pela correlação dos dados obtidos no trabalho teórico e empírico, pôde confirmar-se a
hipótese de partida de que os recursos naturais e físicos, como a hospitalidade dos
madeirenses são factores distintivos susceptíveis de serem transformados em vantagens
competitivas, para mais numa economia de mercado globalizada e altamente concorrencial,
pelo que a promoção do destino deve continuar sustentada nas características do
património cultural da Ilha.
Não obstante o crescimento negativo da população ao longo dos últimos 20 anos e de uma
tendência para o envelhecimento dos efectivos populacionais, a Região tem alcançado um
progresso económico e social, graças a um aumento do nível de instrução e à estagnação dos
níveis do desemprego, com o sector do turismo a empregar quase sete mil indivíduos.
O destino Madeira apresenta como pontos fortes os factores ligados à Natureza, o clima de
segurança e tranquilidade, a diversidade de produtos, a riqueza do património, o
profissionalismo e a qualidade dos serviços, a melhoria dos equipamentos de suporte e a
hospitalidade da população e, como pontos fracos, a restrição dos canais e meios de acesso, o
custo das ligações aéreas, a reduzida oferta complementar, a construção excessiva e uma
pluralidade de elementos ou indefinição na sua imagem de marca.
O perfil do turista que visita a RAM mudou ligeiramente face ao “tipo” de cliente de outros
tempos. Actualmente, há um turismo maioritariamente composto por indivíduos adultos e do
sexo feminino, de média idade, mas já não tão idosos. São na sua grande maioria indivíduos
activos empregados, com elevados níveis de instrução e de rendimentos.
Ingleses e alemães continuam a ser dois dos principais mercados emissores de turismo para a
Madeira. O facto de grande parte deste turismo viajar duas ou mais vezes por ano para outro
país espelha bem do seu poder económico e nível de vida, sendo que na sua quase totalidade
viajam por motivos de férias, quase sempre acompanhados pela mulher ou pelo marido e,
habitualmente, por um período de quinze dias. Mais de metade viaja em voos charter, prefere
hotéis de quatro e cinco estrelas e, talvez por isso, se explique o facto de quase 30% já ter
vindo antes à Madeira.
A caracterização sócio-demográfica da população do estudo corresponde, aliás, às
características do perfil do turista que visita a Madeira, que, segundo estudos encomendados
144
pela Direcção Regional do Turismo à Synovate, Delloite, GConsulting e DOMP, entre 2001 e
2007, apresenta uma média de idades mais baixa, viaja acompanhado, por motivos de férias e
pelo clima/paisagens e são na sua maioria ingleses, portugueses e alemães, mantendo-se o
tempo de estadia entre 7 a 15 dias.
Entre as principais razões desta visita estão os atractivos beleza e paisagem, o clima, as flores
e as levadas, confirmando-se assim que o património natural, enquanto recurso turístico e
factor distintivo, motivam as escolhas pelo destino turístico e contribuem para a sua
divulgação externa, pois são também os elementos turísticos ligados ao património regional,
em particular ao património natural, aqueles que mais os turistas associam à Ilha antes e
depois de conhecerem o destino.
Funchal, Santana, São Vicente e Porto Moniz continuam a ser as grandes áreas turísticas que
os turistas mais conhecem e ouvem falar, e devido a locais como o Jardim Botânico, Monte,
piscinas naturais, casas de Santana e Cabo Girão, entre outros produtos que vêm fazendo a
imagem promocional da Madeira.
Para além da Natureza e antes de conhecer o destino, os turistas associam a Madeira a outros
elementos como bebidas (Vinho Madeira), artesanato (Bordado Madeira e obra de vimes) e
aos festivais. Mas já depois de conhecer, associam com maior relevância a aspectos
relacionados com a segurança, exotismo, descoberta, gastronomia, diversão, novas sensações,
tranquilidade, bem-estar, património e aventura.
Tratando-se de indivíduos mais novos, mais instruídos e com maior poder aquisitivo (67,5%
aufere um rendimento mensal superior a 2 mil euros), mais de metade ocupa o seu tempo em
actividades de lazer relacionadas com visitas a monumentos e a locais de interesse e a
observar as especificidades biológicas da fauna e flora madeirenses, conferindo razão à teoria
de Mckersher e Cross (2002) de que o turismo cultural é uma actividade de mercado de
elevado perfil.
Para estes turistas, os mercados, feiras e pontos de diversão nocturna são os factores turísticos
menos atractivos.
A contínua valorização dos recursos naturais também para a prática de actividades
desportivas, designadamente as caminhadas e os passeios pelas levadas, os desportos náuticos
e o golfe, enfatiza mais uma vez a importância dos elementos físicos enquanto recursos
turísticos únicos e determinantes nas preferências dos indivíduos.
145
Os acontecimentos culturais inseridos no calendário oficial de eventos de animação turística
são os mais conhecidos e, consequentemente, mais procurados pelos turistas em férias na
Madeira, como a Festa da Flor, o Carnaval e o Fim do Ano, mas é relevante e notório o
número de turistas que vai ao teatro e a festivais de cinema, visita exposições e museus e
assiste a espectáculos de dança e a concertos de música.
A grande maioria sente-se satisfeita com a viagem de férias efectuada à Madeira,
classificando-a com um nível de satisfação “bom” (55,2%) e “excelente” (41,0%), tendo para
81,6% dos indivíduos superado as expectativas e os objectivos iniciais.
Dentro das categorias avaliadas, alusivas a diferentes componentes da oferta, os turistas
manifestaram-se satisfeitos com o meio ambiente, com os locais turísticos, com a oferta
comercial, cultural e de lazer, com os transportes e serviços de suporte do turismo, e já muito
satisfeitos com a hospitalidade e simpatia dos madeirenses.
Saíram insatisfeitos com os níveis de poluição, com a sinalética deficiente, com a diversidade
de lojas e oferta regional, com a quantidade e qualidade dos eventos e com a oferta nocturna.
A satisfação é, por conseguinte, uma variável explicativa na escolha do destino Madeira,
tendo-se aferido que quanto mais satisfeito o turista estiver, maior é a probabilidade de
escolher e voltar ao destino. Entre os segmentos de mercado apurados estão aqueles que dizem
respeito às características sócio-demográficas dos turistas e com as preferências relacionadas
com o tipo de alojamento.
O período de Páscoa e os short-breaks continuam a ser as alturas do ano que os turistas
preferem para as suas férias e, de uma maneira geral, mais de metade admite a possibilidade
de voltar a visitar a Ilha, enquanto 40,1% garante o regresso com toda a certeza.
6.3 REFLEXÕES FINAIS
A Madeira, um dos principais destinos turísticos do país e da Europa, tem vindo a posicionarse no mercado numa lógica de requalificação e inovação do produto, mas procurando manter
as suas características de singularidade e originalidade.
146
As questões do património vêm introduzindo uma nova realidade e impacto no turismo. O
consumo do património, tangível e intangível, e a mercantilização da cultura, em sentido lato e
numa acepção antropológica, ampla e científica, trouxeram uma nova dinâmica ao sector, pelo
crescente desejo de se conhecer e compreender aqueles que são os recursos únicos e
autênticos dos destinos turísticos.
Como dizia Câmpelo (2007), de facto, vem-se assistindo a uma reconversão de destinos
turísticos consolidados e a uma procura de estratégias turísticas de sustentabilidade efectiva,
que, no caso concreto da Madeira, pressupõe a fidelização de um turismo de qualidade e o
fortalecimento de um destino de excelência.
Por analogia com recentes estudos publicados sobre o destino Madeira e as preferências do
turista, verifica-se que os turistas continuam fiéis às razões que determinam a escolha pelo
destino, mantêm o nível de conhecimento sobre a Ilha, assim como os níveis de satisfação e
insatisfação após as férias.
É, aliás, nesta perspectiva que tanto as autoridades regionais como os agentes económicos
falam da necessidade de preservação e requalificação do património (natural, cultural e
histórico), uma vez encarado como uma importante mais-valia na consolidação da Marca e na
“comercialização” do destino.
Admitindo que é necessário um investimento adequado na promoção do turismo por via da
cultura, reconhece-se também, tal como vem salientando Rodrigues (2007), que a oferta
cultural representa um factor de produção fundamental na cadeia de valor em turismo.
6.4 MODELO FINAL
Sendo o turismo um sector profundamente dinâmico, os destinos devem continuadamente
renovar-se e requalificar-se. Em consequência, emergem nalguns casos sub-marcas de nicho
que promovem alterações no marketing dos lugares e daí surjam sub-segmentos de produtos
turísticos. E é neste sentido que, embora defendendo a autenticidade regional - que Franz Boas
considera como um factor de diferença dotado de um estilo particular – tanto as entidades
147
oficiais como os agentes do sector consideram que a promoção turística requer uma
actualização progressiva e uma constante adaptação à realidade do mercado.
Em contexto de turismo cultural, que já não abarca apenas os produtos culturais do passado,
como sublinha Richards (2000), os responsáveis do sector público e privado sugerem o
desenvolvimento da promoção do destino com base em produtos nicho, como o património
monumental e arquitectónico, os núcleos museológicos, os centros históricos e o artesanato,
como forma de captar novos públicos e dar mais visibilidade à cultura regional.
Para o Governo da Região Autónoma, o grande desafio do turismo consiste na renovação e na
requalificação do produto turístico, sem danificar a singularidade do destino, até porque sabe
que se trata de um turista que gosta da convivência com a população e que, como referem
Domingues (2000) e Talavera (2003), tem um desejo cada vez maior de cultura e que não
procura apenas uma única experiência na sua viajem.
Por estas razões, é com naturalidade que se encara a valorização do património regional de
interesse turístico como uma vantagem competitiva da oferta turística e da promoção do
destino, capaz de contribuir para a renovação da imagem, para uma melhor qualificação dos
produtos, para uma mais elevada qualidade dos serviços e para a diversificação de mercados e
consequente cristalização da procura turística.
6.5 RECOMENDAÇÕES
A diversidade do património cultural herdado e o dinamismo da criação artística cultural,
assim como a preservação do património e a qualidade da oferta cultural, na sua globalidade,
concorrem para o poder de atracção das localidades.
Cultura e turismo estão intimamente ligados na definição das políticas económicas das
regiões, com a actividade cultural a ter um importante papel no fomento da coesão social e do
emprego e a afirmar-se como determinante do investimento e como fonte de receitas.
A Madeira tem qualidades únicas para potenciar uma oferta de turismo cultural que, conforme
sublinha a Organização Mundial do Turismo, englobe todos os turistas que viajam por
motivos culturais e promova diferentes experiências, como viagens de estudo e viagens
148
culturais, visitas a monumentos e a centros históricos e visitas que têm por objectivo a
descoberta da natureza e o estudo da etnografia local.
O desenvolvimento da cultura e do turismo cultural deve, assim, ser alvo de uma abordagem
plurisectorial e de uma administração mais competitiva, tanto do ponto de vista estratégico
como orçamental, e através de uma cada vez mais efectiva parceria entre sector público e
privado.
Estudos desta natureza podem ainda contribuir para o entendimento de que a promoção da
cultura e a preservação do património podem levar à revitalização das localidades, urbanas
e/ou rurais, e a uma consequente melhor fruição e comercialização dos produtos turísticos.
6.6 LIMITAÇÕES DO TRABALHO
A grande limitação do estudo prende-se com o facto da amostra ter sido gerada por
conveniência, o que não permite a inferência estatística para a população alvo, composta pelos
turistas que visitam a RAM. Trata-se, por consequência, de uma amostra mais qualitativa, não
representativa e que não permite efectuar grandes regressões.
Uma das dificuldades do trabalho, no seu processo de investigação no terreno, tem que ver
com o tempo e custos de aplicação dos questionários, que, em determinadas circunstâncias,
condicionam a obtenção de melhores resultados em termos de participação e, por outro lado
ainda, o cansaço e indisponibilidade do turista para responder a um conjunto de perguntas, que
deriva da multiplicidade de inquéritos que sistematicamente vêm abordando diferentes
matérias no domínio do turismo.
Outra condicionante do estudo prende-se com o facto de não se apresentar a visão da Câmara
Municipal do Funchal sobre as questões da protecção do património e da promoção do
turismo, sobretudo no ano em que se comemora o quinto aniversário de elevação da cidade.
Apesar de insistentes contactos telefónicos e dos sucessivos e-mails enviados com o Guião de
Entrevista, não se conseguiu obter qualquer resposta do presidente da empresa organizadora
dos “500 Anos do Funchal”, vereador Pedro Calado.
149
Igual tratamento recebeu-se do jornalista Catanho Fernandes, tido como um especialista em
assuntos turísticos, que apesar do compromisso assumido se refutou a responder em tempo útil
à entrevista.
6.7 INVESTIGAÇÕES FUTURAS
Porque os investigadores devem ter a consciência e humildade de compreenderem que um
trabalho de investigação nunca está efectivamente terminado, entende-se que este terá sido um
trabalho de iniciação no terreno de pesquisa em turismo. Deste modo se admite que o tema em
análise possa vir a ser retomado num futuro próximo, com o objectivo de se aprofundar
conceitos e técnicas metodológicas nos campos da Antropologia Urbana e Antropologia do
Turismo.
Do ponto de vista da análise estatística, poder-se-á ainda relacionar os parâmetros da
satisfação com outras variáveis, como a idade e níveis de rendimento, entre outras, para
estudos cuja Regressão Logística permita uma visão global das variáveis obtidas no seu
conjunto, o que não foi propósito da presente dissertação.
Cremos também da possibilidade do tema em apreço poder evoluir numa tese de investigação
para obtenção do grau de doutoramento, na eventualidade confrontando o turismo e cultura
como dois sectores indissociáveis na promoção do destino.
150
BIBLIOGRAFIA
Contributos para o Desenvolvimento 2000-2004 (2006). Funchal: Vice-Presidência do
Governo Regional.
Região Autónoma da Madeira – 25 Anos de Autonomia, Tempo e Progresso (2005). Funchal:
Edicarte.
Madeira & Porto Santo (2005). Lisboa: Goldenbook.
A Floresta Laurissilva da Madeira – Património Mundial (2004). Luísa Maria Gouveia
(Coord.). Funchal: Facsmile Lda., Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos
Naturais.
Anuário de Ouro da Madeira (2004). Ana Isabel Alves (Coord.). Ponta Delgada: AçorPlus.
Madeira Região Europeia (2004). Funchal: Vice-Presidência do Governo Regional.
Roteiro e programa de actividades dos museus da Rede Portuguesa de Museus (2003).
Lisboa: Instituto Português de Museus.
História das Ilhas Atlânticas, Vols 1-2. (1997). Alberto Vieira (Coord.), Colecção Memórias.
Funchal: Centro de Estudos de História do Atlântico – Secretaria Regional do Turismo e
Cultura.
Roteiro histórico turístico da Cidade do Funchal, (1997). S.l.: Câmara Municipal do Funchal.
ABREU, J. C. (1996). Dos deuses ao turismo actual passando pelos comportamentos
humanos. Ponta Delgada: Éter/Jornal de Cultura.
ALBUQUERQUE, M. (1996). Funchal, sobre a cidade. Lisboa: Quetzal Editores.
ALFONSO, M.J.P. (2003). El Patrimonio Cultural Como Opción Turística, Horizontes
Antropológicos. Porto Alegre.
AUGÉ, M. (1992). Não-Lugares, Introdução a uma antropologia da sobremodernidad.,
Lisboa: Bertrand Editora.
BAPTISTA, J.M.L. (2005). A evolução do turismo na Madeira no período 1975 a 2000.
Funchal: Palmigráfica – Artes Gráficas.
BARATA, O. S., (1963). Introdução à Demografia, (Vols. 1-2). Lisboa: ISCSP.
151
BENEDICT, R. (1950). Échantillons de civilisations, (2 ed.). Paris: Gallimard.
BRITO, J.P. (1991). “A Taberna: Lugar e Revelador da Aldeira”, In: Brian Juan O’Neill e
Joaquim Pais de Brito (Org.), Lugares de Aqui. Colecção Portugal de Perto Lisboa:
Publicações Dom Quixote.
CAMPÊLO, A. (2007). O autêntico e o banal: como descrever a experiência turística. Porto:
Universidade Fernando Pessoa.
CARDOSO, Z. e BAPTISTA, J. (2001). Igrejas, Capelas, Festas e Arraiais Madeira e Porto
Santo. A riqueza do Património desta Região (2ª ed.). Funchal: ELO – Publicidade e
Artes Gráficas Lda.
COHEN-HATTBA, K. e KERBER J. (2004). Literature, Cultural Identity and the Limits of
Authenticity: A Composite Approach. S.l.: International Journal of Tourism Research.
CORDEIRO, G.I. (1997). Um lugar na cidade. Quotidiano, memória e representação no
Bairro da Bica. Colecção Portugal de Perto. Lisboa: Publicações Dom Quixote.
CUCHE, D. (1999). A noção de cultura nas Ciências Sociais (Miguel Serras Pereira, Trad.).
Lisboa: Fim de Século Edições.
DANTAS, M.G.A.F. (2006). O Desenvolvimento do Turismo na Ilha do Porto Santo.
Avaliação de Impactos. Funchal: Grafimadeira S.A..
DENZIM, N. K. (1978). Sociological methods: a sourcebook. Nova Iorque: MacGraw Hill.
DURKHEIM, E. (1960). Les Formes élémentaires de la vie religieuse. Paris: Alcan.
FERNANDES, A., ALVES A. e FERNANDES, J. (1994). História da Madeira. Funchal:
Secretaria Regional de Educação.
FIGUEIRA, A.P. (1998). A Oferta de Alojamento de Turismo em Espaço Rural no Baixo
Alentejo. Beja: Pgráfica.
FIGUEIRA, A. P. (2007). O Marketing e o Turismo: alguns conceitos e aplicações. S.l.:
Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Instituto Politécnico de Beja.
GIDDENS, A. (2000). Sociologia, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian [1997].
GONÇALVES, A.B. e NUNES, R.S. (1990). Ilhas de Zarco, (Vols. 1-1 e Adenda). Funchal:
Gráfica Maiadouro.
GOMES DOMINGUES, A. (2000). “Turismo Cultural y Politica Cultural Urbana:
Posibilidades y divergências”, Fundación de Património Histórico de Castilla y León,
Turismo Cultural: El Património Histórico como Fuente de Riqueza, Valladolid.
GOTTDIENER, M. e HUTCHISON, R. (2000). The New Urban Sociology (2ª ed.). Boston:
The Macgraw-hill.
152
HANNERZ, U. (1993). Exploración de la Ciudad, Hacia una antropolígia urbana. S.L.:
Fondo de la Cultura e Economia.
HARVEY, D. (1989). The condition of posmodernity. New York: Blackwell.
HENRIQUES, C. (2003). Turismo Cidade e Cultura, Planeamento e Gestão Sustentável (1ª
ed.). Lisboa: Edições Sílabo Lda.
HEWINSON. R. (1987). The heritage industry: Britain in a climate of decline. London.
Methuen.
HOSMER, D.W. e LEMESHOW, S. (1989). Applied Logistic Regression. New York: John
Wiley.
IGNARRA, L.R. (2003). Fundamentos do turismo. São Paulo: Cia Editorial.
JOHNSON, R. e DEAN, W. (1998). Applied multivariate statistical analysis. 2ª ed.
Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice –Hall, pag. 607.
LEITAO, C. (2004). Madeira e Porto Santo. Funchal: Publicações Funchal.
LIMA, R.A. (1998). Artesanato Tradicional Português, IV – Madeira. Amadora: Centro
Gráfico dos Restauradores.
LITTELJOHN, D. (2007). Lugares e Branding, Lisboa: O Turismo em 2007.
LOPES, A.S. (1995). Desenvolvimento Regional (4ª ed.). Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian.
LUDLOW, P. (1999). Estabelecer estratégias adequadas para melhorar o desenvolvimento
sustentável nas regiões ultraperiféricas portuguesas da Madeira e dos Açores. Bruxelas:
Centre For European Policy Studies.
MALINOWSKI, B.K. (1968). Une théorie scientifique de la culture, (2ª ed.). Paris: Maspero.
MARQUES, J.M. (2004). Gestão Cultural: Um Plano estratégico de Promoção das
Actividades Culturais da Região Autónoma da Madeira. Funchal: s.e..
MATOS, A.P. et al (1999). Roteiro de Museus Açores e Madeira. Colecções Etnográficas.
Lisboa: Olhapim Edições.
MCKERCHER, B. e CROS, H. (2002). Cultural Tourism: The partnership between tourism
and cultural heritage management. USA: The Harworth Hospitality Press.
MEAD, M. (1963). Moeurs et sexualité en Océanie, (3ª ed.), Colecção Terre Humaine. Paris:
Plon.
MERCIER, P. (1996). História da Antropologia (3ª ed.). (Manuela Torres, Trad.). Lisboa:
Editorial Teorema.
MESTRE, V. (2002). Arquitectura Popular da Madeira. Lisboa: Argumentum – Edições
Estudos e Realizações.
153
MOLARES, F.C. e GANT, M, L. (1998). Património, Museos y Turismo Cultural: clave para
la gestión de un nuevo concepto de ócio, Actas de curso celebrado en el marco de los
seminários: Córdoba: Servicio de Publicaciones Universidad de Córdoba.
MOREIRA, C.D. (1994). Planeamento e estratégias da investigação social. Lisboa: Instituto
Superior de Ciências Sociais e Políticas.
MOREIRA, C.D. (1996). Identidade e diferença, os desafios do pluralismo cultural. Lisboa:
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
NEVES, J. (2006). A importância da Marca no posicionamento estratégico dos destinos
turísticos. S.l.: Instituto Superior de Tecnologias e Gestão de Portalegre.
NOBREGA, M.A.C. (1999). Tradições Madeirenses (Vols.1-3). Funchal: Editorial Eco do
Funchal.
PELLETIER, J.& DELFANTE C. (2000). Cidades e urbanismo no Mundo. Lisboa: Instituto
Piaget.
PESTANA, C. A. (1985). A Madeira cultura e paisagem. Funchal: Secretaria Regional do
Turismo e Cultura/Editorial Eco do Funchal.
PESTANA, D.D. e VELOSA, S. (2002). Introdução à probabilidade e à estatística. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian.
PESTANA, M.H. e GAGEIRO, J. (2003). Análise de dados para ciências sociais – a
complementaridade do SPSS. S.l.: Edições Sílabo.
QUINTAL, R. (1994). Veredas e levadas da Madeira. Funchal: Secretaria Regional de
Educação.
QUINTAL, R. (2007). Quintas, Parques e Jardins do Funchal, Estudo Fitogeográfico.
Funchal: Espera do Caos Editores.
RICHARDS, G. (2000). “Politicas y Actuaciones en el campo del turismo cultural europeo, in
Fundación de Património Histórico de Castilla Y León”: Valladolid. Turismo Cultural:
El Património Histórico como Fuente de Riqueza.
RÉMY, J. & VOYÉ, L. (1998). A cidade: rumo a uma nova definição., Porto: Edições
Aprontamento.
RODRIGUES, A. (1994). Um estudo sobre a contribuição da comunicação de marketing na
formação e imagem de destinos turísticos: o caso do Alentejo, Dissertação de Mestrado.
Lisboa: Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.
RODRIGUES, A. (2007). Estruturas de Promoção do Turismo Cultural. Beja: Escola
Superior de Tecnologia e Gestão, Instituto Politécnico de Beja.
154
SANTOS, P., M. (2000). “Identidades Sociais e Apropriação do Espaço: O Património como
Conceito Identitário”. S.l.: Revista Inter e Transdisciplinar de C. Settmans.
SANTOS, T.R., TAVARES, J.P.F. e SANTOS, M.I.B. (1997). Narrativas contemporâneas da
Madeira. Funchal: Eco do Funchal.
SARMENTO, M. (2003). Gestão pela qualidade total na indústria do alojamento turístico:
casos práticos sobre avaliação da qualidade da gestão e da satisfação do cliente.
Lisboa: Escolar Editora.
SARMENTO, M (2008). Guia Prático sobre a Metodologia Científica para a Elaboração,
Escrita e Apresentação de Teses de Doutoramento, Dissertações de Mestrado e
Trabalhos de Investigação Aplicada, Colecção Manuais. Lisboa: Universidade Lusíada
Editora.
SILVA, A.R.M. (1994). Apontamentos sobre o quotidiano madeirense (1750-1900). Lisboa:
Editorial Caminho.
SILVA, C. (2007). Por um futuro melhor. Lisboa: O Turismo em 2007..
SILVA, E. P. (2007). Património e Identidade. Os desafios do turismo cultural. Lisboa:
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
SIMÕES, A.V., SUMMARES, J. e SILVA, I. (2002). Transportes na Madeira. Funchal:
Direcção Regional dos Assuntos Culturais.
SOUSA, J.J.A. (1994). História Rural da Madeira, A Colónia. Funchal: Direcção Regional
dos Assuntos Culturais.
TALAVERA (2003). Turismo Cultural, Culturas Turísticas, Horizontes Antropológicos, Porto
Alegre.
TITIEV, M. (1969). Introdução à Antropologia Cultural (João Pereira Neto, Trad.). Lisboa:
Fundação Caloust Gulbenkian.
TORRES, C. (1979). Mértola: O Castelo, Arqueologia e… sonhos, separata da revista
História e Sociedade, S.l..
TORRES, J. (1995). Para uma Bibliografia Madeirense, Cultura Tradicional. Funchal:
Secretaria Regional de Educação.
URRY, J. (1995). Consuming Places. London: Routledge.
VIEIRA, A. (1996). Região Autónoma da Madeira, A Autonomia, XX Aniversário. Funchal:
Secretaria Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunicação.
VIEIRA, A.(2001). História da Madeira. Funchal: Secretaria Regional de Educação.
WHITE, C. (2005). The Relationship between Cultural Values and Individual Work Values in
the Hospitality Industry. International Journal of Tourism Research. S.l..
155
Publicações periódicas
Jornal da Madeira. (2007, Dezembro 4). É preciso diferenciação para ganhar competitividade.
Jornal da Madeira.
Jornal da Madeira. (2007, Novembro 27). Cultura Madeirense em roteiro no Brasil. Jornal da
Madeira.
Jornal da Madeira. (2007, Novembro 30). Turismo da Madeira continua no Comité de ética e
Conselho. Jornal da Madeira.
AGUIAR, M. (2007, Dezembro 29). POT começa a ser revisto no próximo ano. Jornal da
Madeira.
AGUIAR, M. (2007, Dezembro 31). Seis novos hotéis abrem ao longo do próximo ano.
Jornal da Madeira.
BRANCO, O.F. (2008, Abril 22). Madeira deve apostar numa marca e no turismo jovem.
Diário de Notícias.
BREHM, P. (2007, Outubro 25). Há que superar todas as expectativas do turista. Revista
APAVT.
CAIRES, R. (2007, Agosto 21). Património único esquecido. Diário de Notícias.
CAMACHO, P. (2003, Dezembro 25). Não há turismo sem cultura, Jornal da Madeira.
CAMACHO, P. (2007, Dezembro 3). Luigi Valle defende valorização da marca. Jornal da
Madeira.
CAMACHO, P. (2008, Janeiro 2). Passeio do Festival com boa procura. Jornal da Madeira.
DORES, R. (2008, Fevereiro 17). Património trouxe turismo mas continua mal gerido. Diário
de Notícias de Lisboa.
FERNANDES, C. (2008, Janeiro 15). Festa da Flor conquista prémio nacional de turismo.
Bernardo Trindade entregará hoje o galardão na BTL. Diário de Notícias.
FERNANDES, M. (2007, Dezembro 30). Gare no porto do Funchal orçada em 13 milhões.
Jornal da Madeira.
FLORENÇA, T. (2008, Abril 22). Visita guiada esclarece sobre património. Diário de
Notícias.
GOMES, F. (2008). Cultura: Medidas para o Desenvolvimento. Jornal da Madeira.
HENRIQUES, P. e PESTANA, J. F. (2007, Agosto 21). Roteiro cultural longe do povo.
Diário de Notícias.
JOAQUIM, A. M. (2008, Maio 8). Cultura pode ser atracção turística. Jornal da Madeira.
LOPES, R.D., MOTA, J. e PEREIRA, P. (2007, Abril 22). Turismo diferencia-se para dar
mais receitas. Jornal de Notícias.
156
NETO, V. (2008, Janeiro 7). Madeira: os desafios inadiáveis do Turismo. Diário de Notícias.
PITA, A. (2008, Abril 16). Cavaco apela à preservação do património. Jornal da Madeira.
SALDANHA, N. (2008, Abril 20). Culto, cultura e identidade. Jornal da Madeira.
SILVA, J. H. (2008, Abril 19). A Cultura, sim… Revista Olhar.
VERÍSSIMO, N. (2007, Outubro 7). Educação Patrimonial. Diário de Notícias.
VIEIRA, C. (2008). Defesa do património edificado nem sempre aconteceu. Tribuna da
Madeira.
WELSH, J. (2008, Março 11). Muitas notícias, uma tendência turística. Diário de Notícias.
Legislação referenciada
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA REGIONAL (2002). Decreto Legislativo Regional que
aprova o Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira. Decreto
Legislativo Regional nº 17/2002/M, de 29 de Agosto. Diário da República, I Série – A,
nº199, p. 6158-6172.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA REGIONAL (1991). Decreto Legislativo Regional que
estabelece o Regime de Protecção de bens móveis do património cultural da Região
Autónoma da Madeira. Decreto Legislativo Regional nº 23/91M, de 16 de Agosto, I
Série – A, nº 187, p. 4163.
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA (2001). Estabelece as bases da política e do regime de
protecção e valorização do património cultural. Lei nº 107/01, de 8 de Setembro.
Assembleia da República, 209/01 Série I-A.
SECRETARIAS REGIONAIS DO TURISMO E CULTURA E DO PLANO E FINANÇAS
(2004). Portaria que aprova o Regime de Apoios para a Conservação e Recuperação do
Património Cultural Arquitectónico Tradicional da Região Autónoma da Madeira,
Portaria nº 171/2004, de 9 de Setembro, Jornal Oficial da Região Autónoma da Madeira
– JORAM, I Série, nº 109, p. 2.
Estudos e documentação:
Direcção Regional de Estatística (2006). Sistema de indicadores de sustentabilidade do
turismo da Macaronésia 2000-2005. Funchal: Direcção Regional de Estatística.
Direcção Regional de Turismo (2004). Estudo sobre o Gasto Turístico na Madeira. Funchal.
Synovate Portugal. Funchal: Direcção Regional de Turismo.
157
Direcção Regional de Turismo (2005). Imagem da Madeira enquanto destino turístico,
GConsulting. Funchal: Direcção Regional de Turismo.
Direcção Regional de Turismo (2006). A Madeira Vista do Continente. Deloitte & Touche
Quality Firm, S.A..Funchal: Direcção Regional de Turismo.
Governo Regional da Madeira (2007). Programa de Governo da Região Autónoma da
Madeira 2007-2011. Funchal: Governo Regional da Madeira.
Governo Regional da Madeira (2001). Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma
da Madeira – POT. Funchal: Governo Regional da Madeira.
Ministério da Economia e Inovação (2007). Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT).
Lisboa: Turismo de Portugal.
Sarmento, M. C. (2006). O que é o Marketing?. Gestão de Marketing. Lisboa.
Estatísticas:
Direcção Regional de Estatística da Madeira (1997). Estatísticas Demográficas. Funchal:
Direcção Regional de Estatística.
Direcção Regional de Estatística da Madeira (1998). Estatísticas Demográficas. Funchal:
Direcção Regional de Estatística.
Direcção Regional de Estatística da Madeira (1999). Estatísticas Demográficas. Funchal:
Direcção Regional de Estatística.
Direcção Regional de Estatística da Madeira (2005). Anuários Estatísticos. Funchal: Direcção
Regional de Estatística.
Direcção Regional de Estatística da Madeira (2006). Anuários Estatísticos. Funchal: Direcção
Regional de Estatística.
Instituto Nacional de Estatística (1950). IX Recenseamento Geral da População. Lisboa:
Instituto Nacional de Estatística.
Instituto Nacional de Estatística (1960). X Recenseamento Geral da População. Lisboa:
Instituto Nacional de Estatística.
Instituto Nacional de Estatística (1970). XI Recenseamento Geral da População. Lisboa:
Instituto Nacional de Estatística.
Instituto Nacional de Estatística (1981). XII Recenseamento Geral da População. Lisboa:
Instituto Nacional de Estatística.
Instituto Nacional de Estatística (1991). XIII Recenseamento Geral da População. Lisboa:
Instituto Nacional de Estatística.
158
Instituto Nacional de Estatística (2001). XIV Recenseamento Geral da População. Lisboa:
Instituto Nacional de Estatística.
Suporte Internet:
Arquivo Regional da Madeira (2008). Delegação de Turismo da Madeira décadas ao Serviço
do Turismo. Recuperado a 7 de Janeiro. www.arquivo-madeira.org
Comissão Nacional da UNESCO – Portugal (1972). Convenção para a Protecção do
Património Mundial, Cultural e Natural. Recuperado em Novembro de 2007.
www.unesco.pt
Diocese do Funchal (2008). Arciprestados/Paróquias. Recuperado em 25 de Março.
www.diocesedofunchal.pt
Direcção Regional dos Assuntos Culturais, CultuRede (2006). Projecto Culturreg Dinamização do Turismo Cultural. Recuperado a 27 de Setembro de 2007.
www.culturede.com
Fundação Joaquim Nabuco (2007). Turismo e Cultura. Recuperado a 3 de Abril.
www.fundaj.gov.br
Governo Regional da Madeira (2008). Projecto MUSEUMAC. Recuperado 4 de Abril.
www.gov-madeira.pt
Instituto Português do Património Arquitectónico – IPPAR (1999). Itinerários e Inventários
Temáticos Património Mundial, Floresta Laurissilva da Madeira. Recuperado em 8 de
Outubro de 2007. www.ippar.pt
Marketing turístico (2008). Recuperado a 22 de Janeiro. www.slingshot.online.pt
Organização Mundial do Turismo (2002). Decisiones adotpadas en la primera reunión del
Comité de Estúdios de Mercado y Técnicas de Promoción, Recuperado em Fevereiro de
2008. www.unwto.org
Praxis Archaeologica (2008). O conceito de património e seu histórico, Recuperado em 18 de
Fevereiro de 2008. www.praxisarchaeologica.org
Tabula, Saber Ler, Analisar, Interpretar e Pensar (2008). Marketing e a Comercialização do
Turismo, Métodos e Procedimentos Aplicáveis para a Melhoria do Sector Turístico,
Recuperado a 10 de Março. http://tabula.weblog.com.pt
UNESCO
(2003).
Culture/heritage.
Recuperado
em
Fevereiro
de
2008.
www.unesco.org/culture
159
APÊNDICE A
INQUÉRITO
A.1 INTRODUÇÃO
Os inquéritos bilingues (em português e inglês), com 28 tópicos de perguntas, tiveram por
objectivo aferir, numa primeira fase, o perfil do turista que vista a Madeira e, numa fase
posterior, as preferências de viagem e os motivos de escolha pelo destino Madeira.
Foram aplicados no terreno entre os meses de Março e Maio de 2008 aos turistas hospedados
em unidades hoteleiras de diferentes categorias situadas nos concelhos do Funchal, Santa
Cruz, Câmara de Lobos, São Vicente e Porto Santo.
Segue-se o inquérito em português e, depois, em inglês, ambos produzidos em formato EXEL
por razões operativas.
160
A.1 INQUÉRITO EM PORTUGUÊS
161
162
163
A.2 INQUÉRITO EM INGLÊS
164
165
166
APÊNDICE B
GUIÃO DE ENTREVISTA
B.1 INTRODUÇÃO
As seis perguntas apresentadas no Guião de Entrevista visaram a compreensão das estratégias
e políticas defendidas para os sectores do turismo e da cultura pelas entidades públicas, por
um lado, e pelos agentes económicos activos, por outro.
As entrevistas semi-estruturas foram realizadas entre os meses de Abril e Junho de 2008, ao
presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira, aos directores regionais do Turismo
e dos Assuntos Culturais, ao director executivo da Associação de Promoção da Madeira, ao
delegado da APAVT e à presidente da ARCHAIS. Não responderam o presidente da empresa
“500 Anos do Funchal” e o jornalista Catanho Fernandes.
O Guião de Entrevista foi remetido por correio electrónico e acompanhado de carta de
apresentação, sendo, depois de respondido, devolvido pelo destinatário pela mesma via.
167
B.2 PERGUNTAS
Pergunta nº 1: Muitos dos recursos turísticos que a Madeira apresenta como referências
comparativas e que se constituem vantagens competitivas no mercado internacional derivam
de atributos diferenciadores, que não são copiáveis e para os quais não se vislumbram
produtos substitutos. Considera que o nosso património natural, cultural e histórico está a ser
bem explorado na sustentabilidade e captação de mercados turísticos?
Pergunta nº 2: Apesar deste ser um destino maduro e tradicional, o sector carece sempre de
um dinamismo na oferta e uma permanente actualização de modo a garantir-se parâmetros de
elevada qualidade e de enriquecimento do produto. Como acha que se pode consolidar ou
valorizar uma marca e diferenciar para ganhar competitividade sem incorrer no risco de
descaracterizar o destino?
Pergunta nº 3: Apreciando os pontos altos do calendário do turismo na Madeira, em termos
de ocupação, que continuam associados à realização de eventos como o Fim do Ano e a Festa
da Flor, enquanto produtos de animação cultural, qual a influência que a Cultura tem na
escolha do destino Madeira? Acha que a Cultura tem uma posição importante na procura
turística regional?
Pergunta nº 4: Considerando que o turista procura sobretudo emoções e novas sensações e
tendo em conta que o turismo que visita a Madeira é um turismo sénior e de médio-alto nível
económico, considera que a Cultura (em sentido lato) tem tido o conveniente aproveitamento
turístico?
Pergunta nº 5: A marca Madeira está fortemente associada à Natureza, mas também a muitos
factores etnográficos, como o folclore, a cultura popular e tradicional das suas gentes, a
gastronomia. Falando em turismo cultural, que produtos de nicho admite poderem marcar a
diferença, ou seja, quais os produtos a desenvolver na oferta turística cultural?
Pergunta nº 6: Será a Cultura uma vertente importante para a evolução, qualificação e
promoção do nosso turismo?
168
APÊNDICE C
PLANO OPERACIONAL DE VARIÁVEIS
Nome
Designação
Tipo/Formato
Local de Aplicação
LocApl
Qualitativa
Data
Data
Data
(dd/mm/aaaa)
Escala
Codificação
Nominal
1- Hotel
Girassol
2- Monte Mar
Palace
3-Riu Palace
Hotel
4-Albergaria
Dias
5-Quinta Jardim
da Serra
6-Residencial
Central
9-NR
1. País de Origem
Origem
Qualitativa
Nominal
2. Grupo Etário
GruET
Qualitativa
Ordinal
3. Sexo
Sexo
Qualitativa
Nominal
1- Inglaterra
2-Alemanha
3-Irlanda
4-Holanda
5-Dinamarca
6-Finlândia
7-País de Gales
8-Portugal
9-Escócia
10-França
11-Suíça
12-Áustria
13-Luxemburgo
14-Bélgica
99-NR
1-“Até 30 anos”
2-”31-44 anos”
3-“45-60 anos”
4-“+ 60 anos”
9-NR
1-“Masculino”
2-“Feminino”
9-NR
169
4. Habilitações Académicas
HabAcd
Qualitativa
Ordinal
5. Situação perante o trabalho
Situação
Qualitativa
Nominal
6. Rendimento Mensal
Rendimento
Qualitativa
Ordinal
7. Com que frequência viaja
para fora do seu país?
Frequência
Qualitativa
Ordinal
1-“Básico”
2-“Secundário”
3-“Universitário”
9-NR
1-“Activo”
2-“Não activo”
9-NR
1-“- de 1500 €”
2-“ 1501-2000
€”
3-“2001-3000 €”
4-“3001-4000 €”
5-“4001-5000 €”
6-“+ de 5000 €”
9-NR
1-“Raramente”
2-“Uma vez por
ano”
3-“Duas vezes
por ano”
4-“Três ou mais
vezes/ano”
5-“Todos os
meses”
9-NR
8. Quais os motivos dessas viagens?
8.1. Férias
MotivoFer
Qualitativa
Nominal
8.2.
Negócios/Congressos/Incentivos
MotivoNeg
Qualitativa
Nominal
8.3. Pessoais (Saúde/Família)
MotivoPes
Qualitativa
Nominal
8.4. Outros
MotivoOutros
Qualitativa
Nominal
8.4.1. Descrição de OUTROS
DscOutrosMot
Qualitativa
Nominal
9. Qual a duração, em dias, das
suas férias?
Duracao
Qualitativa
Nominal
(*) 9.1 Duração das férias (2)
Dura2
Qualitativa
Ordinal
10. Faz férias sozinho ou
acompanhado?
Férias
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
Respostas
uniformizadas
99-NR
1-“1-14 Dias”
2- “Mais de 15
dias”
9-NR
1-“Sozinho”
2“Acompanhado”
9-NR
10.1. Quem o acompanha?
10.1.1. Mulher/Marido
ComCasal
Qualitativa
Nominal
10.1.2. Filhos
ComFilhos
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
99-NAP
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
99-NAP
170
10.1.3. Amigos/Colegas
ComAmigos
Qualitativa
Nominal
10.1.4. Outros
ComOutros
Qualitativa
Nominal
11. Já esteve antes na Madeira?
VisitaMad
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
99-NAP
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
99-NAP
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
12. Qual a principal razão pela qual escolheu a Madeira?
12.1. Curiosidade em conhecer
CurRaz
Qualitativa
Nominal
12.2. Visitar Amigos
AmigosRaz
Qualitativa
Nominal
12.3. Motivos profissionais
ProfRaz
Qualitativa
Nominal
12.4. Beleza/Paisagem
BelRaz
Qualitativa
Nominal
12.5. Flores
FloRaz
Qualitativa
Nominal
12.6. Clima
ClimRaz
Qualitativa
Nominal
12.7. Preço
PreRaz
Qualitativa
Nominal
12.8. Segurança
SegRaz
Qualitativa
Nominal
12.9. Outro motivo
OutroRaz
Qualitativa
Nominal
12.9.1. Descrição de OUTROS
DscOutrosII
Qualitativa
Nominal
13. Que tipo de voo utilizou?
Voo
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
Respostas
uniformizadas
1-“Regular”
2-“Charter”
3-“Low-Cost”
9-NR
171
14. Qual a tipologia de
alojamento escolhido?
Alojamento
Qualitativa
Nominal
15. Já tinha conhecimento da
Ilha da Madeira?
Conhecimento
Qualitativa
Nominal
1-“Resort”
2-“Hotéis 5 *”
3- “Hotéis 4 *”
4- “Hotéis 3 *”
5-“Hotéis 2 *”
6-“Pousadas”
7“Residenciais”
8“Aldeamentos”
9-“TimeSharing”
10-“Turismo
Rural”
11-“ApartHoteis”
12-“Pensões”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
16. De que zonas turísticas já tinha conhecimento?
16.1. Funchal
ZonaFunchal
Qualitativa
Nominal
16.2. Porto Santo
ZonaPortoS
Qualitativa
Nominal
16.3. Porto Moniz
ZonaPortoM
Qualitativa
Nominal
16.4. Santana
ZonaSantana
Qualitativa
Nominal
16.5. São Vicente
ZonaSVicen
Qualitativa
Nominal
16.6. Machico
ZonaMachico
Qualitativa
Nominal
16.7. Outra
ZonaOutra
Qualitativa
Nominal
16.7.1. Descrição de OUTRA
DscOutraZona
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
Respostas
uniformizadas
17. De que locais turísticos já tinha conhecimento?
17.1. Monte (carro de cestos)
LocMonte
Qualitativa
Nominal
17.2. Cabo Girão
LocCab
Qualitativa
Nominal
17.3. Jardim Botânico
LocJardim
Qualitativa
Nominal
17.4. Laurissilva
LocLaur
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
172
17.5. Piscinas Naturais-P.Moniz
LocPis
Qualitativa
Nominal
17.6. Penha Águia
LocPenha
Qualitativa
Nominal
17.7. Grutas S.Vicente
LocGrutas
Qualitativa
Nominal
17.8. Casa de Santana
LocSantana
Qualitativa
Nominal
17.9. Outros
LocOutros
Qualitativa
Nominal
17.9.1. Descrição de OUTROS
DscLocOutros
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
Respostas
uniformizadas
18. Que elementos característicos já associava á Madeira?
18.1. Bailinho
ElBai
Qualitativa
Nominal
18.2. Bolo do Caco
ElBolo
Qualitativa
Nominal
18.3. Flores Plantas
ElFlo
Qualitativa
Nominal
18.4. Vinho Madeira
ElVin
Qualitativa
Nominal
18.5. Levadas
ElLeva
Qualitativa
Nominal
18.6. Segurança
ElSeg
Qualitativa
Nominal
18.7. Bordados
ElBord
Qualitativa
Nominal
18.8. Carro de cestos
ElCarro
Qualitativa
Nominal
18.9. Trajes
ElTra
Qualitativa
Nominal
18.10. Vimes
ElVim
Qualitativa
Nominal
18.11. Carnaval
ElCarn
Qualitativa
Nominal
18.12. Fim do ano
ElFim
Qualitativa
Nominal
18.13. Espetada
ElEsp
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
173
18.14. Festa da flor
ElFesta
Qualitativa
Nominal
18.15. Outros
ElOutro
Qualitativa
Nominal
18.15.1 Descrição de OUTROS
ElDsOutr
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
Respostas
uniformizadas
19. A que factores associava a Madeira antes de conhecer este destino?
19.1. Natureza
FacNat
Qualitativa
Nominal
19.2. Desporto
FacDes
Qualitativa
Nominal
19.3. Gastronomia
FacGas
Qualitativa
Nominal
19.4. Praia
FacPraia
Qualitativa
Nominal
19.5. Festas tradicionais
FacTrad
Qualitativa
Nominal
19.6. Clima ameno
FacCli
Qualitativa
Nominal
19.7. Congressos/incentivos
FacCong
Qualitativa
Nominal
19.8. Cultura
FacCult
Qualitativa
Nominal
19.9. Simpatia
FacSim
Qualitativa
Nominal
19.10. Saúde/Wellness
FacSau
Qualitativa
Nominal
19.11. Sol
FacSol
Qualitativa
Nominal
19.12. Mar/Água
FacMar
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
20. Que actividades de lazer realizou?
20.1. Visita a Monumentos
ActMon
Qualitativa
Nominal
20.2. Visita a parques naturais
ActPar
Qualitativa
Nominal
20.3. Passeios de barco
ActPass
Qualitativa
Nominal
20.4. Feiras/mercados locais
ActFeiras
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
174
20.5. Festas tradicionais
ActFestas
Qualitativa
Nominal
20.6. Excursões a pontos de
interesse
ActExc
Qualitativa
Nominal
20.7. Visita ao casino
ActVisit
Qualitativa
Nominal
20.8. Observação de animais e
plantas
ActPlantas
Qualitativa
Nominal
20.9. Diversão nocturna
ActDive
Qualitativa
Nominal
20.10. Outra
ActOutra
Qualitativa
Nominal
20.10.1. Descrição de OUTRA
ActDscOutra
Qualitativa
Nominal
21.1. Mergulho
DesMer
Qualitativa
Nominal
21.2. Golfe
DesGol
Qualitativa
Nominal
21.3. Vela
DesVela
Qualitativa
Nominal
21.4. BTT
DesBTT
Qualitativa
Nominal
21.5. Asa delta
DesAsa
Qualitativa
Nominal
21.6. Parapente
DesPar
Qualitativa
Nominal
21.7. Ténis
DesTen
Qualitativa
Nominal
21.8. Passeios a pé
DesPass
Qualitativa
Nominal
21.9. Pesca desportiva
DesPesca
Qualitativa
Nominal
21.10. Canyoning
DesCan
Qualitativa
Nominal
21.11. Escalada
DesEsc
Qualitativa
Nominal
21.12. Desportos aventura
DesDes
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
Respostas
uniformizadas
21. Que desportos praticou?
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
175
21.13. Jeep safari
DesJeep
Qualitativa
Nominal
21.14. Hipismo
DesHip
Qualitativa
Nominal
21.15. Jet ski e ski aquático
DesJet
Qualitativa
Nominal
21.16. Surf e Windsurf
DesSurf
Qualitativa
Nominal
21.17. Trekking
DesTre
Qualitativa
Nominal
21.18. Outras
DesOutras
Qualitativa
Nominal
21.18.1 Descrição de OUTRAS
DesDscOutras
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
Respostas
uniformizadas
22. Assistiu a algum tipo de evento cultural ou de animação?
22.1. Visita a museus
EvMus
Qualitativa
Nominal
22.2. Teatro
EvTea
Qualitativa
Nominal
22.3. Concertos
EvCon
Qualitativa
Nominal
22.4. Folclore
EvFol
Qualitativa
Nominal
22.5. Danças
EvDan
Qualitativa
Nominal
22.6. Exposições
EvExp
Qualitativa
Nominal
22.7. Poesia
EvPoe
Qualitativa
Nominal
22.8. Festas Religiosas
EvRel
Qualitativa
Nominal
22.9. Festa do Vinho
EvVinho
Qualitativa
Nominal
22.10. Festa da Flor
EvFlor
Qualitativa
Nominal
22.11. Fim do Ano
EvFim
Qualitativa
Nominal
22.12. Carnaval
EvCar
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
176
22.13. Festival cinema
EvCinema
Qualitativa
Nominal
22.14. Festival Atlântico
EvAtl
Qualitativa
Nominal
22.15. Outro
EvOutro
Qualitativa
Nominal
22.15.1. Descrição de OUTRO
EvDscOutro
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
Respostas
uniformizadas
23. Depois de conhecer a ilha, a que factores associa a Madeira?
23.1. Descoberta
FacDesc
Qualitativa
Nominal
23.2. Exotismo
FacExo
Qualitativa
Nominal
23.3. Segurança
FacSegu
Qualitativa
Nominal
23.4. Aventura
FacAven
Qualitativa
Nominal
23.5. Património
FacPatr
Qualitativa
Nominal
23.6. Bem-Estar
FacBem
Qualitativa
Nominal
23.7. Novidade
FacNovidade
Qualitativa
Nominal
23.8. Cultura
FacCult
Qualitativa
Nominal
23.9. Limpeza
FacLimp
Qualitativa
Nominal
23.10. Tranquilidade
FacTran
Qualitativa
Nominal
23.11. Diversão
FacDiv
Qualitativa
Nominal
23.12. Gastronomia
FacGast
Qualitativa
Nominal
23.13. Novas sensações
FacNovas
Qualitativa
Nominal
23.14. Acção/Agitação
FacAccao
Qualitativa
Nominal
23.15. Outros
FacOutros
Qualitativa
Nominal
23.15.1. Descrição de OUTROS
FacDscOutros
Qualitativa
Nominal
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
1-“Sim”
2-“Não”
9-NR
Respostas
uniformizadas
177
24. Qual o grau de satisfação ou aspectos que mais valoriza na visita à Madeira?
24.1. Meio ambiente e espaços naturais
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
24.1.1. Diversidade e riqueza
Satisfeito”
SatDiv
Qualitativa
Ordinal
naturais
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
24.1.2. Poluição e protecção
Satisfeito”
SatPol
Qualitativa
Ordinal
ambiental
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
24.1.3. Limpeza
SatLim
Qualitativa
Ordinal
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
24.2. Locais turísticos
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
24.2.1. Conservação do
Satisfeito”
SatConv
Qualitativa
Ordinal
património
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
24.2.2. Sinalética
SatSin
Qualitativa
Ordinal
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
24.2.3. Existência de postos
Satisfeito”
SatExi
Qualitativa
Ordinal
turísticos
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
24.2.4. Ambiente de segurança
SatAmb
Qualitativa
Ordinal
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
24.3. Oferta comercial
178
24.3.1. Diversidade de lojas e
oferta regional
SatDiv
Qualitativa
Ordinal
24.3.2. Qualidade dos serviços
prestados
SatQua
Qualitativa
Ordinal
24.3.3. Diversidade e qualidade
gastronómica
SatGas
Qualitativa
Ordinal
24.3.4. Custos dos produtos e
serviços
SatCustos
Qualitativa
Ordinal
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
24.4. Oferta cultural
24.4.1. Quantidade e qualidade
de eventos
SatEventos
Qualitativa
Ordinal
24.4.2. Atractividade
museus/monumentos
SatMuseus
Qualitativa
Ordinal
24.4.3. Atractividade dos hábitos
e costumes
SatCost
Qualitativa
Ordinal
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
24.5. Oferta de Lazer
179
24.5.1. Oferta nocturna
SatNoct
Qualitativa
Ordinal
24.5.2. Quantidade/diversidade
circuitos turísticos
SatQuant
Qualitativa
Ordinal
24.5.3. Oferta de actividades
desportivas
SatDes
Qualitativa
Ordinal
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
24.6. Transportes
24.6.1. Qualidade/preço dos
transportes públicos
SatPreços
Qualitativa
Ordinal
24.6.2. Qualidade das estradas
SatEstradas
Qualitativa
Ordinal
24.6.3. Fluidez do trânsito
SatTran
Qualitativa
Ordinal
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
24.7. Hospitalidade dos residentes
24.7.1. Simpatia da população
SatSimp
Qualitativa
Ordinal
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
180
24.7.2. Falam diferentes
idiomas/a minha língua
SatIdioma
Qualitativa
Ordinal
24.7.3. Disponibilidade para
prestar informações
SatInf
Qualitativa
Ordinal
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
24.8. Oferta de serviços de suporte ao turismo
24.8.1. Qualidade do serviço do
aeroporto
SatAero
Qualitativa
Ordinal
24.8.2. Qualidade do serviço
dos hotéis
SatHotéis
Qualitativa
Ordinal
24.8.3. Qualidade do serviço de
saúde
SatSaude
Qualitativa
Ordinal
24.8.4. Qualidade do serviço
dos restaurantes
SatRest
Qualitativa
Ordinal
24.8.5. Acesso/funcionamento
telecomunicações
SatTele
Qualitativa
Ordinal
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
1-“Nada
Satisfeito”
2-“Pouco
Satisfeito”
3-“Satisfeito”
4-“Muito
satisfeito”
9-NR
181
25. Em termos globais como
classifica a sua satisfação com
estas férias?
Satisfacao
Qualitativa
Ordinal
26. Cumpriu os
objectivos/expectativas das suas
férias?
Objectivos
Qualitativa
Nominal
27. Face às suas preferências e
escolhas, qual a melhor altura
do ano para as suas férias?
Altura
Qualitativa
Nominal
27.1. Descrição de OUTRA
AltuOutra
Qualitativa
Nominal
28. Tenciona voltar à Madeira?
Volta
Qualitativa
Nominal
1-“Fraco”
2-“Razoável”
3-“Bom”
4-“Excelente”
9-NR
1-“Sim”
2-“Parte”
3-“Não”
9-NR
1-“Natal”
2-“Páscoa”
3-“Shortbreaks”
4-“Verão”
5-“Outra”
9-NR
Respostas
uniformizadas
1-“Sim, com
toda a certeza”
2-“Talves volte”
3-“Não, em
caso algum”
9-NR
LEGENDA:
- (*) Variável Auxiliar
NR: Não resposta
- NAP: Não aplicável
182
APÊNDICE D
MANANCIAL DE QUADROS
Quadro D.1
Evolução da População Residente na RAM.
Anos
1950
1960
1970
1981
1991
2001
Totais
269.769
268.937
251.135
252.844
253.426
245.011
Fonte: INE - Recenseamentos Gerais da População 1950-2001.
Quadro D.2
Evolução da População Residente na RAM, por concelho.
Anos
1950
1960
1970
1981
Calheta
24.978
21.799
15.505
12.959
Câmara de Lobos
27.420
29.759
31.810
31.035
Funchal
93.983
98.113 101.810 112.746
Machico
22.218
21.606
21.010
22.126
Ponta da Sol
15.735
13.829
10.945
9.149
Porto Moniz
6.422
5.917
4.480
3.963
Porto Santo
3.017
3.505
3.760
4.376
Ribeira Brava
20.762
19.793
15.960
13.480
Santa Cruz
28.070
29.042
22.940
23.261
Santana
15.543
13.971
12.850
11.253
São Vicente
12.521
11.603
10.065
8.501
Totais
269.769 268.937 251.135 252.844
Fonte: INE - Recenseamentos Gerais da População 1950-2001.
Concelhos
1991
13.005
31.476
115.403
22.016
8.756
3.432
4.706
13.170
23.465
10.302
7.695
253.426
2001
11.946
34.614
103.961
21.747
8.125
2.927
4.474
12.494
29.721
8.804
6.198
245.011
183
Quadro D.3
Estrutura etária da população residente na RAM, 2001
Grupos etários
Homens
Mulheres
0-4
7.306
7.020
5-9
7.799
7.474
10-14
8.861
8.441
15-19
10.026
9.581
20-24
9.770
9.483
25-29
9.812
9.703
30-34
9.360
9.766
35-39
9.505
10.443
40-44
8.073
8.959
45-49
7.043
7.836
50-54
5.866
6.874
55-59
4.807
6.570
60-64
4.391
6.664
65-69
4.521
6.819
70-74
3.520
5.554
75-79
2.443
4.069
80-84
1.275
2.460
85 e +
833
2.084
Total
115.211
129.800
Fonte: INE, XIV Recenseamento Geral da População.
Quadro D.4
Distribuição das respostas segundo os meses de aplicação
Mês
Março
Abril
Maio
Total de respostas
NR
Total
N.º de Respostas
149
17
11
177
20
197
Percentagem
Total (%)
75,6
8,6
5,6
89,8
10,2
100,0
Percentagem
Válida (%)
84,2
9,6
6,2
100,0
Quadro D.5
Distribuição dos indivíduos, segundo o sexo.
Sexo
Masculino
Feminino
Total de respostas
NR
Total
N.º de Respostas
78
85
163
34
197
Percentagem
Total (%)
39,6
43,1
82,7
17,3
100,0
Percentagem
Válida (%)
47,9
52,1
100,0
184
Quadro D.6
Distribuição dos indivíduos, perante a actividade económica.
N.º de
Respostas
55
107
162
35
197
Situação
Não Activo
Activo
Total de respostas
NR
Total
Percentagem
Total (%)
27,9
54,3
82,2
17,8
100,0
Percentagem
Válida (%)
34,0
66,0
100,0
Quadro D.7
Distribuição dos indivíduos, segundo os grandes grupos etários.
Grupo Etário
N.º de Respostas
Até 30 anos
31-44 Anos
45-60 Anos
Mais de 60 anos
Total de respostas
NR
Total
8
28
82
76
194
3
197
Percentagem
Total (%)
4,1
14,2
41,6
38,6
98,5
1,5
100,0
Percentagem
Válida (%)
4,1
14,4
42,3
39,2
100,0
Quadro D.8
Total de indivíduos, segundo a frequência que viajam para fora do seu país.
Raramente
Uma vez por ano
Duas vezes por ano
Três ou mais vezes/ano
Todos os meses
Total
NR
Total
N.º de
Respostas
8
45
71
66
4
194
3
197
Percentagem
Total (%)
4,1
22,8
36,0
33,5
2,0
98,5
1,5
100,0
Percentagem
Válida (%)
4,1
23,2
36,6
34,0
2,1
100,0
Quadro D.9
Total de indivíduos, segundo os motivos de viagem.
N.º de Respostas
Férias
Negócios/Congressos/Incentivos
Pessoais (Saúde/Família)
Outros
179
18
17
6
Percentagem
Total (%)
90,9
9,1
8,6
3,0
185
Quadro D.10
Total de indivíduos, segundo a duração das suas férias.
N.º de
Respostas
149
36
185
12
197
Menos de 15 dias
Mais ou até 15 dias
Total
NR
Total
Percentagem
Total (%)
75,6
18,3
93,9
6,1
100,0
Percentagem Válida
(%)
80,5
19,5
100,0
Quadro D.11
Total de indivíduos, segundo viaja sozinho ou acompanhado.
N.º de
Respostas
Percentagem
Total (%)
Percentagem Válida
(%)
11
5,6
5,6
Acompanhado
184
93,4
94,4
Total
NR
195
2
99,0
1,0
100,0
Total
197
100,0
Sozinho
Quadro D.12
Total de indivíduos, segundo o acompanhante em férias.
N.º de Respostas
Mulher/Marido
Filhos
Amigos/Colegas
148
17
32
Outros
Percentagem
Total (%)
80,4
9,2
17,4
5
2,7
Quadro D.13
Total de indivíduos, segundo já ter visitado a Madeira.
N.º de Respostas
Percentagem
Total (%)
Percentagem Válida
(%)
Sim
57
28,9
29,1
Não
139
70,6
70,9
Total
196
99,5
100,0
1
0,5
197
100,0
NR
Total
186
Quadro D.14
Total de indivíduos, segundo o tipo de voo utilizado.
N.º de Respostas
Regular
Charter
Low-Cost
Total
NR
Total
60
115
17
192
5
197
Percentagem
Total (%)
30,5
58,4
8,6
97,5
2,5
100,0
Percentagem
Válida (%)
31,3
59,9
8,9
100,0
Quadro D.15
Total de indivíduos, segundo o conhecimento que tinham da Madeira.
N.º de
Respostas
76
117
193
4
197
Sim
Não
Total
NR
Total
Percentagem
Total (%)
38,6
59,4
98,0
2,0
100,0
Percentagem Válida (%)
39,4
60,6
100,0
Quadro D.16
Total de indivíduos, segundo o conhecimento das grandes áreas turísticas da RAM.
N.º de Respostas
Porto Santo
Machico
Outro
Porto Moniz
São Vicente
Santana
Funchal
16
21
25
26
28
30
92
Percentagem
Total (%)
15,0
19,5
23,4
24,3
26,2
28,0
86,0
Quadro D.17
Total de indivíduos, segundo o conhecimento de locais turísticos.
Locais Turísticos
Monte (carro de cestos)
Cabo Girão
Jardim Botânico
Laurissilva
Piscinas naturais-Porto Moniz
Penha Águia
Grutas S. Vicente
Casa de Santana
Outros
N.º de Respostas
77
23
83
13
33
9
14
26
11
Percentagem (%)
44,8
13,4
48,3
7,6
19,2
5,2
8,1
15,1
6,4
187
Quadro D.18
Total de indivíduos, segundo os elementos característicos associados ao destino Madeira.
Categoria
Artesanato
Bebidas
Festival
Folclore
Gastronomia
Natureza
Segurança
Outra
Características
N.º de Respostas
Carro de Cestos
Bordados
Vimes
Licores
Vinho Madeira
Fim do ano
Carnaval
Festa da Flor
Bailinho
Trajes
Bolo do Caco
Espetada
Levadas
Flores/Plantas
Segurança
Outros elementos
18
23
30
5
79
4
7
20
0
13
8
12
67
88
7
6
Percentagem (%)
9,4
12,0
15,7
2,6
41,4
2,1
3,7
10,5
0
6,8
4,2
6,3
35,1
46,1
3,7
3,1
Quadro D.19
Total de indivíduos, segundo o factor associado à Madeira antes de conhecer o destino.
N.º de Respostas
Natureza
Desporto
Gastronomia
Praia
Festas tradicionais
Clima ameno
Congressos/incentivos
Cultura
Simpatia
Saúde/Wellness
Sol
Mar/água
90
15
10
20
57
80
5
40
35
30
50
60
Percentagem (%)
50,1
10,0
5,0
25,0
42,0
48,0
2,5
33,0
28,0
30,0
40,0
45,0
Quadro D.20
Total de indivíduos, segundo actividades de lazer realizadas.
N.º de Respostas
Visita a Monumentos
Passeios de Barco
Festas Tradicionais
Visita ao casino
Diversão nocturna
Visita a parques naturais
Feiras/mercados locais
Excursões a pontos de interesse
Observação de animais e plantas
Outra
46
29
70
20
10
56
30
26
50
8
Percentagem (%)
50,1
10,0
65,0
25,0
8,0
48,0
2,5
33,0
40,0
2,0
188
Quadro D.21
Total de indivíduos, segundo actividades desportivas realizadas.
Categoria
Aventura
Náutico
Radical
Desportos
N.º de Respostas
Ténis
Golfe
Passeios a pé
Hipismo
Trekking
Outras
Canyoning
Jeep Safari
Desportos aventura
Pesca desportiva
Jet Ski e Ski aquático
Mergulho
Surf e WindSurf
Vela
BTT
Asa-Delta
Escalada
Parapente
15
25
80
5
5
7
2
6
5
10
15
16
13
2
3
3
5
3
Percentagem (%)
36,0
40,0
60,0
15,0
15,0
17,0
3,0
4,0
3,5
30,0
31,0
32,0
30,0
3,0
3,0
3,0
4,0
3,0
Quadro D.22
Total de indivíduos, segundo eventos culturais ou de animação a que assistiram.
Visita a museus
Teatro
Concertos
Folclore
Danças
Exposições
Poesia
Festas religiosas
Festa do Vinho
Festa da Flor
Fim do Ano
Carnaval
Festival de Cinema
Festival do Atlântico
Outro
N.º de Respostas
15
10
9
5
5
7
2
6
5
60
40
16
13
2
3
Percentagem (%)
10,0
40,0
6,0
15,0
15,0
17,0
3,0
4,0
3,5
55,0
31,0
32,0
30,0
3,0
3,0
189
Quadro D.23
Total de indivíduos, segundo os factores associados à Madeira depois de conhecer o destino.
Descoberta
Exotismo
Segurança
Aventura
Património
Bem-Estar
Novidade
Cultura
Limpeza
Tranquilidade
Diversão
Gastronomia
Novas Sensações
Acção/Agitação
Outros
N.º de Respostas
15
25
80
5
5
7
2
6
55
60
15
16
13
2
3
Percentagem (%)
36,0
40,0
60,0
15,0
15,0
17,0
3,0
4,0
3,5
30,0
31,0
32,0
30,0
3,0
3,0
Quadro D.24
Total de indivíduos, segundo o nível de satisfação sobre o destino e por diferentes categorias.
Número de Respostas
Meio Ambiente e espaços naturais
Diversidade e riquezas naturais
Poluição e protecção ambiental
Limpeza
Locais Turísticos
Conservação do Património
Sinalética
Existência de postos turísticos
Ambiente de segurança
Oferta comercial
Diversidade de lojas e oferta regional
Qualidade dos serviços prestados
Diversidade e qualidade gastronómica
Custos dos produtos e serviços
Oferta Cultural
Quantidade e qualidade de eventos
Atractividade museus/monumentos
Atractividade dos hábitos e costumes
Oferta de Lazer
Oferta nocturna
Quantidade/diversidade circuitos turísticos
Oferta de actividades desportivas
Transportes
Qualidade/preço dos transportes públicos
Qualidade das estradas
Fluidez do trânsito
Muito
insatisfeito
n
%
Insatisfeito
Satisfeito
n
%
n
%
Muito
Satisfeito
n
%
2
3
2
1,2
1,9
1,4
2
24
11
1,2
15,3
8
81
87
66
50
55,4
47,8
77
43
43
47,5
27,4
27,4
3
4
6
4
2,1
3,3
4,7
3,1
16
28
24
14
11,2
23,3
18,9
10,9
96
77
80
72
67,1
64,2
63,0
56,3
28
11
17
38
19,6
9,2
13,4
29,7
3
1
5
8
2,0
0,6
3,2
5,2
41
22
21
24
26,8
13,9
13,6
15,5
80
85
84
101
52,3
53,8
54,5
65,2
29
50
44
22
19,0
31,6
28,6
14,2
6
1
3
5,1
0,8
2,3
27
16
22
23,1
12,1
17,2
71
94
77
60,7
71,2
60,2
13
21
26
11,1
15,9
20,3
7
2
1
9,5
1,6
1,2
19
10
12
25,7
8,1
14,8
42
76
58
56,8
61,3
71,6
6
36
10
8,1
29,0
12,3
1
8
3
0,7
4,7
2,1
12
23
20
8,4
13,6
13,7
73
94
84
51,0
55,6
57,5
57
44
39
39,9
26,0
26,7
190
Hospitalidade dos residentes
Simpatia da população
Falam diferentes idiomas/a minha língua
Disponibilidade para prestar informações
Oferta de serviços de suporte de turismo
Qualidade do serviço do aeroporto
Qualidade do serviço dos hotéis
Qualidade do serviço de saúde
Qualidade do serviço dos restaurantes
Acesso/funcionamento telecomunicações
4
4
1
.
3
5
2,2
2,3
0,6
9
9
9
5,0
5,1
5,1
55
73
83
30,6
41,2
41,2
112
91
77
62,2
51,4
45,3
1,8
2,9
4
3
2,3
2,7
7
6
7
13
18
4,1
3,5
9,9
7,6
16,2
97
60
48
97
57
57,4
34,9
67,6
56,7
51,4
62
101
16
57
33
36,7
58,7
22,5
33,3
29,7
Quadro D.25
Total de indivíduos, segundo o nível de satisfação.
Número de
turistas
Percentagem
6
3,0
182
92,4
9
4,6
197
100,0
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Satisfeito
Insatisfeito
Total
Quadro D.26
Total de indivíduos, segundo o grau de satisfação global.
N.º de Respostas
Razoàvel
Bom
Excelente
Total
NR
Total
7
101
75
183
14
197
Percentagem
Total (%)
3,6
51,3
38,1
92,9
7,1
100,0
Percentagem Válida
(%)
3,8
55,2
41,0
100,0
Quadro D.27
Total de indivíduos, segundo as expectativas/objectivos das férias.
N.º de Respostas
Sim
Parte
Não
Total
NR
142
31
1
174
23
197
Percentagem
Total (%)
72,1
15,7
,5
88,3
11,7
100,0
Percentagem Válida
(%)
81,6
17,8
0,6
100,0
191
Quadro D.28
Total de indivíduos, segundo a melhor altura do ano para férias.
Percentagem
Total (%)
3,0
28,4
23,4
14,2
22,8
91,9
8,1
100,0
N.º de Respostas
Natal
Páscoa
Short-breaks
Verão
Outra
Total
NR
6
56
46
28
45
181
16
197
Percentagem Válida (%)
3,3
30,9
25,4
15,5
24,9
100,0
Quadro D.29
Total de indivíduos, segundo a intenção de voltar à Madeira.
N.º de Respostas
Sim, definitivamente
Poderei voltar
Não, de forma alguma
Total
NR
Total
73
107
2
182
15
197
Percentagem
Total (%)
37,1
54,3
1,0
92,4
7,6
100,0
Percentagem
Válida (%)
40,1
58,8
1,1
100,0
192
APÊNDICE E
LISTA DE ENTIDADES, ESPAÇOS,
MONUMENTOS E EVENTOS CULTURAIS
E.1
Lista de Associações Culturais.
·
AMOFORTE
·
Coro da Casa do Povo de Santa Cruz
·
ARCHAIS - Associação de Arqueologia e
Defesa do Património da Madeira
·
Coro de Câmara da Madeira
·
·
Coro de Câmara de Câmara de Lobos
Associação Rota da Cal
·
·
Centro de Estudos de Arqueologia Moderna e
Contemporânea
Coro de Câmara do Gabinete Coordenador de
Educação Artística
·
·
Coro Infantil "Pax et Bonum"
Núcleo Arqueológico da Junta de Freguesia de
Machico
·
·
Coro Infantil do Gabinete Coordenador de
Educação Artística
Associação de Artistas Plásticos da Madeira CIRCUL'ARTE
·
·
Coro Juvenil do Gabinete Coordenador de
Educação Artística
Associação de Estudantes de Arte e Design
·
·
Dixieband
Cooperativa de Cinema Plano XXI - CRL
·
·
Ensemble Acordeões do GCEA
Sétimo Selo Cinema, Video Multimédia Lda
·
·
Ensemble de Clarinetes do GCEA
Associação de Animação Geringonça
·
·
Ensemble de Guitarras do GCEA
Associação dos Amigos da Arte Inclusiva Dançando com a Diferença
·
Ensemble de Percurssão do GCEA
·
Associação Escola de Samba "Caneca Furada"
·
Ensemble Vocal Regina Pacis do GCEA
·
Atelier de Dança Música e Artes - ADMA
·
Estudantina Académica da Madeira
·
Carlos Escola de Bailado, Lda
·
·
Filarmónica do Faial - Filarmónica União
Recreio Faialense
Conservatório - Escola Profissional das Artes
da Madeira, Eng. Luiz Peter Clode
·
Grupo Coral da Casa do Povo da Camacha
·
Dança Comigo - Associação de Dança
Desportiva da Madeira
·
Grupo Coral da Casa do Povo da Fajã da
Ovelha
·
Grupo Dançando com a Diferença - DAC
·
Grupo Coral da Casa do Povo de São Jorge
·
Grupo de Animação Nova Geração
·
·
Grupo Coral da Casa do Povo de São Roque
do Faial
Grupo de Dança da Casa do Povo da Quinta
Grande
·
Grupo Coral da Casa do Povo do Campanário
·
Grupo de Danças da Casa do Povo de Santo
António da Serra
·
Grupo Coral das Casas do Povo do Concelho
de Machico
193
·
Grupo de Danças da Casa do Povo de São
Jorge "As Fofinhas"
·
Grupo Coral de São Vicente
·
·
Grupo Coral do Arco da Calheta
Grupo de Danças da Casa do Povo do Curral
das Freiras
·
·
Grupo Coral do Centro de Desporto, cultura e
Recreio (CDCR)
Grupo de Danças e Cantares da Casa do Povo
de Água de Pena
·
·
Grupo Coral e Instrumental da Casa do Povo
da Ponta do Sol
Grupo de Danças Modernas da Casa do Povo
da Fajã da Ovelha
·
Grupo Coral São Gonçalo
·
Grupo de Marchas Populares da Casa Do
Povo Da Quinta Grande
·
Grupo de Cantares da Casa do Povo de São
Martinho
·
Grupo Juvenil de Dança da Ribeira Funda
·
·
Grupo de Cordas "Os Caiados" da Casa do
Povo de São Jorge
Grupo Veteranos da Folia
·
·
Os Cariocas - Associação Cultural e
Recreativa Escola de Samba
Grupo de Cordas da Casa do Povo da Fajã da
Ovelha
·
·
Grupo de Cordas da Casa do Povo da Ilha
Prestige Dance - Clube de Dança Desportiva
·
·
Turma do Funil
Grupo de Cordas da Fajã da Ovelha,
Associação Cultural e Recreativa
·
AFERAM - Associação de Folclore e
Etnografia da Região Autónoma da Madeira
·
Grupo de Despique do Porto Santo
·
·
Associação de Folclore da Boa Esperança
Grupo de Tocares e Cantares "Camponeses"
da Casa do Povo de São Roque do Faial
·
Grupo de Folclore da Casa do Povo de Santa
Cruz
·
Grupo de Tocares e Cantares "Grupo
Xaramba" da Casa do Povo de Santana
·
Grupo de Folclore da Casa do Povo de
Santana
·
Grupo de Tocares e Cantares da Casa do Povo
do Jardim da Serra
·
Grupo de Folclore da Casa do Povo do
Caniçal
·
Grupo Instrumental e Coral da Casa do Povo
da Calheta
·
Grupo de Folclore da Casa do Povo do Porto
da Cruz
·
Grupo Madeirense de Fados de Coimbra
·
·
Grupo Musical "São de Leste"
Grupo de Folclore de Machico
·
·
Grupo Musical da Nogueira
Grupo de Folclore de Ponta do Sol
·
·
Grupo de Folclore do Rochão
Grupo Recreativo da Casa do Povo de São
Roque do Faial
·
Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova
·
Orfeão Madeirense
·
Grupo de Folclore e Recreativo da Quinta
Grande
·
Orquestra Clássica da Madeira
·
·
Orquestra de Acordeões do GCEA
Grupo de Folclore Monteverde
·
·
Grupo Folclórico Da Casa do Povo da
Camacha
Orquestra de Bandolins da Casa Povo de São
Roque do Faial
·
·
Grupo Folclórico da Casa do Povo de Gaula
Orquestra de Bandolins do Centro Cultural de
Santo António
·
Grupo Folclorico da Casa do Povo do Curral
das Freiras
·
Orquestra de Bandolins do GCEA
·
·
Orquestra de Sopros do GCEA
Grupo Folclórico de Santa Rita
·
·
Orquestra Juvenil da DREER
Grupo Folclórico do Centro Cultural de Santo
António
·
Os Amigos da Música
·
Grupo Folclórico do Porto Santo
·
Quinteto de Metais do GCEA
·
Grupo Folclórico dos Prazeres - Clube
·
RAG'S - Grupo de Jazz da Banda Municipal
194
Desportivo e Recreativo dos Prazeres
·
Valour F.C. ACRD do Rosário
·
Associação Cultural Ilhas do Atlântico
·
Associação de Escritores da Madeira
·
Museu da Baleia
·
Associação Banda Municipal de Machico
·
Associação Banda Paroquial de São Lourenço
da Camacha
de Machico
·
Si Que Brade - Musica Tradicional
Madeirenses do GCEA
·
Trio New Sounds
·
TUMA - Tuna Universitária da Madeira
·
Tuna Amadis da Casa do Povo de Gaula
·
Tuna da Banda Municipal de Machico
·
Tuna D'Arco - Casa do Povo do Arco de São
Jorge
·
Tuna de Enfermagem da Escola Superior de
Enfermagem de São José de Cluny Enfertuna
·
Associação Cultural "Encontros da Eira"
·
Associação de Bandas de Rock da Madeira Promorock
·
Associação de Bandas Filarmónicas da Região
Autónoma da Madeira
·
Tuna de Instrumentos Tradicionais do C. C.
Santo António
·
Associação de Bandolins da Madeira
·
·
Associação dos Amigos do Conservatório de
Música da Madeira
Tuna D'Elas - Tuna Feminina da Universidade
da Madeira
·
Tunacedros da Casa do Povo de São Roque do
Faial
·
TUN'UMA - Tuna Mista da Universidade da
Madeira
·
Associação Companhia Contigo Teatro
·
Associação de Teatro Amador do Livramento
- A TAL
·
Associação Dramática Inglesa na Madeira ADIM (MADS)
·
Associação Grupo de Teatro da Casa do Povo
do Estreito - GRUTCAPE
·
Associação Regional de Teatro e Espectáculos
(ARTE)
·
Associação Sócio-Cultural da Fonte
·
Associação Sorriso do Atlântico
·
COM.TEMA - Companhia de Teatro da
Madeira
·
Fábrica de Sonhos
·
Grupo de Teatro e Dança da Casa do Povo da
Ilha
·
Grupo Cénico do Recreio Musical União de
Mocidade
·
Associação Grupo Cultural Flores de Maio
·
Associação Grupo de Romarias Antigas do
Rochão
·
Associação Grupo de Romarias e Tradições da
Camacha
·
Associação Grupo Musical Aosesses
·
Associação Grupo Musical e Cultural Reis
Magos
·
Associação Livre de Músicos da Madeira
·
Associação Luz do Sol Nascente
·
Associação Musical Cultural e Recreativa de
Câmara de Lobos
·
Associação Musical e Cultural Xarabanda
·
Associação Orquestra Ligeira da Madeira
·
Associação Recreio Musical União da
Mocidade
·
Banda Distrital do Funchal "Os Guerrilhas"
·
Banda Filarmónica da Casa do Povo de Nossa
Senhora da Piedade
·
Banda Filarmónica do Caniço e Eiras
·
Banda Municipal da Ribeira Brava
·
·
Banda Municipal de Câmara de Lobos "
Recreio dos Lavradores"
Grupo de Mímica e Teatro OFICINA
VERSUS - DAC
·
Grupo de Teatro da Casa do Povo de São
Jorge
·
Grupo de Teatro da Casa do Povo da Quinta
Grande
·
Grupo de Teatro da Casa do Povo de
·
Banda Municipal de Santa Cruz
·
Banda Municipal de Santana
·
Banda Municipal do Funchal "Artistas"
195
·
Banda Municipal Paulense
·
Banda Orquestral de Câmara de Lobos " Os
Infantes"
·
Banda Recreio Câmponês de Câmara de
Lobos
·
Banda Stratus
·
Conjunto Musical "Os Lordes"
Campanário
·
Grupo de Teatro da Casa do Povo de Santana
·
Grupo de Teatro da Casa do Povo do Curral
das Freiras
·
Grupo de Teatro da Nazaré
·
Grupo de Teatro de Machico
·
Grupo de Teatro Infantil o Palquito
·
Grupo Experimental de Teatro da Casa do
Povo da Camacha
·
Teatro Experimental do Funchal
E.2
Lista de centros culturais.
·
Casa da Cultura da Câmara Municipal de
Câmara de Lobos
·
Centro de Promoção Cultural de São Vicente
·
·
Centro Social e Cultural da Camacha
Casa da Cultura Santa Cruz / Quinta do
Revoredo
·
Forum Machico
·
Centro Cultural e de Congressos do Porto
Santo
·
Centro das Artes Casa das Mudas
·
Casa do Povo do Caniço
·
Centro de Documentação Musical Xarabanda
·
Centro de Investigação e Documentação do
GCEA
·
Sector de Documentação e Arquivo da
Universidade da Madeira
·
Teatroteca Fernando Augusto
·
Centro de Estudos de Arqueologia Moderna e
Contemporânea
·
Centro de Estudos de História do Atlântico
·
Centro Cultural e Desportivo de Santo
António
·
Centro Cultural e Desportivo de São José Insituição Particular de Solidariedade Social
·
Centro Cultural e Desportivo Luís de Camões
- IPSS
·
Centro Cultural John Dos Passos
·
Centro das Artes Casa das Mudas
·
Centro de Cultura e Recreio Pontassolense
·
Centro de Desporto, Cultura e Recreio dos
CTT
E.3
Lista de centros temáticos.
·
Parque Temático da Madeira
·
Centro de Ciência Viva
·
Madeira Magic
·
Madeira Story Centre
·
Grutas e Centro de Vulcanismo Aquário da Madeira
196
E.4
Lista de produtores culturais.
·
Almasud Records - Edição de Bens Culturais, Lda
·
Carina Freitas - ARFreitas Produções
·
Edicarte, Edição e Comercio de Arte Lda.
·
Eduardo Costa Produções Audio Visuais, Lda
·
Madeira - Rochas - Divulgações Científicas e Culturais
·
Paulo Ferraz Estudio
·
Produções João Luís Mendonça
·
ReEventos - Celebres Episodios, Lda
·
Sétima Dimensão, Livraria
·
Sétimo Selo Cinema, Video Multimédia Lda
E.5
Lista de salas de cinema.
·
Lusomundo (6)
·
Castello Lopes (7)
·
Cine Fórum Machico
·
Cine Porto Santo
·
Cine Camacha
E.6
Lista de bibliotecas.
·
Centro Cultural John Dos Passos
·
Biblioteca de Culturas Estrangeiras
·
Biblioteca Pública Regional
·
Biblioteca Municipal do Funchal
·
Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian
·
Biblioteca da Assembleia Legislativa da Madeira
·
Biblioteca de Assuntos Europeus
·
Biblioteca da Penteada
·
Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian - Posto de Leitura da Nazaré
·
Biblioteca Municipal de Câmara de Lobos
·
Biblioteca Municipal da Ribeira Brava
·
Biblioteca Municipal da Ponta do Sol
·
Biblioteca Municipal da Calheta
197
·
Biblioteca Municipal de São Vicente
·
Biblioteca Municipal de Santana
·
Biblioteca Municipal de Machico
·
Biblioteca Municipal de Santa Cruz
·
Biblioteca Municipal do Porto Santo
E.7
Lista de casas do povo.
·
Casa do Povo da Água de Pena
·
Casa do Povo de Santa Cruz
·
Casa do Povo da Calheta
·
Casa do Povo de São Jorge
·
Casa do Povo da Fajã da Ovelha
·
Casa do Povo de São Roque
·
Casa do Povo da Boaventura
·
Casa do Povo de São Vicente
·
Casa do Povo da Camacha
·
Casa do Povo Campanário
·
Casa do Povo da Ilha
·
Casa do Povo do Caniço
·
Casa do Povo da Nossa Senhora da Piedade Porto Santo
·
Casa do Povo do Arco de São Jorge
·
·
Casa do Povo do Caniçal
Casa do Povo da Ponta do Pargo
·
·
Casa do Povo do Curral das Freiras
Casa do Povo da Quinta Grande
·
·
Casa do Povo do Estreito de Câmara de Lobos
Casa do Povo da Ponta Delgada
·
·
Casa do Povo do Jardim da Serra
Casa do Povo da Ponta do Sol
·
·
Casa do Povo do Paul do Mar
Casa do Povo da Ribeira Brava
·
·
Casa do Povo do Faial
Casa do Povo da Serra de Água
·
·
Casa do Povo do Monte
Casa do Povo de Câmara de Lobos
·
·
Casa do Povo do Porto da Cruz
Casa do Povo de Imaculado Coração de Maria
·
·
Casa do Povo do Porto Moniz
Casa do Povo da Tabua
·
·
Casa do Povo do Santo da Serra
Casa do Povo de Gaula
·
·
Casa do Povo do Santo António da Serra
Casa do Povo de Machico
·
·
Casa Povo de Santo António
Casa do Povo de S. Roque do Faial
·
Casa do Povo de Santana
·
Casa do Povo de São Martinho
E.8
Lista de igrejas.
Arciprestado da Calheta
Arciprestado de Machico e Santa Cruz
· Amparo
· Achada
· Calheta
· Bom Caminho
· Jardim do Mar
· Caniço
198
· Ponta do Pargo
· Lombada
· São Francisco
· Preces
· Arco da Calheta
· Santa Cruz
· Estreito da Calheta
· Água de Pena
· Loreto
· Camacha
· Prazeres
· Eiras
· Atouguia
· Machico
· Fajã da Ovelha
· Ribeira Seca
· Paul do Mar
· Santo da Serra
· Raposeira
· Assomada
Arciprestado de Câmara de Lobos
· Caniçal
· Câmara de Lobos
· Gaula
· Encarnação
· Piquinho
· Quinta Grande
· Rochão
· Carmo
Arciprestado de Ribeira Brava e Ponta do Sol
· Estreito de Câmara de Lobos
· Campanário
· São Tiago
· Cristo Rei
· Curral das Freiras
· Ribeira Brava
· Garachico
· Serra D’Agua
· Santa Cecícila
· Canhas
Arciprestado do Funchal
· Madalena do Mar
· Álamos
· São João
· Espírito Santo
· Tábua
· Igreja do Colégio
· Conceição
· Nazaré
· Ponta do Sol
· Romeiros
· São Paulo
· São Martinho
Arciprestado de Santana
· Sé
· Arco de São Jorge
· Santa Maria Maior
· Porto da Cruz
· Visitação
· Santana
· Bom Sucesso
· Faial
· Fátima
· São Jorge
· Imaculado Coração de Maria
· Ilha São Roque do Faial
· Nossa Senhora do Monte
Arciprestado de São Vicente e Porto Moniz
· São Gonçalo
· Achadas da Cruz
· São Pedro
· Feiteiras
· Sagrada Família
· Porto Moniz
· Santo Amaro
· São Vicente
199
· Vitória
· Boaventura
· Coração de Jesus
· Lameiros
· Graça
· Ribeira da Janela
· Livramento
· Santa
· Piedade
· Fajã do Penedo
· São José
· Ponta Delgada
· São Roque
· Rosário
· Santa Luzia
· Seixal
· Santo António
E.9
Lista de museus.
·
Museu de Arte Contemporânea
·
Museu Etnográfico da Madeira
·
Museu da Electricidade
·
Museu da Baleia
·
Museu de Arte Sacra
·
Casa-Museu Frederico de Freitas
·
Casa Colombo – Museu do Porto Santo
·
Museu Quinta das Cruzes
·
Centro Cívico e Cultural de Santa Clara - Universo de Memórias João Carlos Abreu
·
Photographia - Museu "Vicentes"
·
Museu Municipal do Funchal (História Natural)
E.10
Lista de núcleos museológicos.
·
Convento de Santa Clara - Museu
·
Instituto do Bordado, Tapeçarias e Artesanato da Madeira
·
Museu do Brinquedo da Madeira
·
Museu do Vinho e da Vinha - Casa do Povo do Arco de São Jorge
·
Museu Henrique e Francisco Franco
·
Museu Militar da Madeira
·
Núcleo Arqueológico da Junta de Freguesia de Machico
·
Núcleo Museológico " A Cidade do Açucar"
·
Núcleo Museológico Mary Jane Wilson
·
Velhos Encantos (Colecção Visitável)
200
E.10
Lista de eventos culturais e de animação turística.
·
Festas de Natal e de Fim do Ano
·
Carnaval
·
Festa da Flor
·
Festival de Poesia da Ilha do Porto Santo
·
Bienal do Porto Santo (festival de artes plásticas)
·
Festival Internacional de Cinema do Funchal
·
Festival do Atlântico (festival de música e pirotecnia): Funchal
·
Festival de Música Raízes do Atlântico: Funchal
·
Funchal Jazz
·
Mudas Jazz: Casa das Muda - Calheta
·
Festival Vozes do Atlântico: Faial
·
Festival Colombo: Porto Santo
·
Festa do Vinho da Madeira: Funchal, Estreito de Câmara de Lobos
·
Festival de Bandas Filarmónicas: Ribeira Brava
·
Festival 48 horas a Bailar/Festival Regional de Folclore: Santana
·
Festival de Arte Camachense: Camacha
·
Festival de Passeios a Pé
·
Festival de Orientação da Madeira
·
Encontro de Tunas Académicas
·
Semana Europeia de Folclore do Funchal
·
Festival Internacional de Arte Digital
·
Feira do Livro do Funchal
201
ANEXO F
EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS E DE TURISMO NO
ESPAÇO RURAL, POR CATEGORIA
Tipo de
estabelecimento
Hotel
5 estrelas
4 estrelas
3 estrelas
2 estrelas
Hotel Apart.
5 estrelas
4 estrelas
3 estrelas
2 estrelas
Pensão
Albergaria
1ª
2ª
3ª
Estalagem
5 estrelas
4 estrelas
Pousada
Nº de
empreendimentos
53
9
31
12
1
35
2
21
11
1
53
6
11
27
9
24
11
13
1
1
1
1
Aldeamento Turís.
5 estrelas
Apart.
50
turísticos
5 estrelas
1
4 estrelas
10
3 estrelas
14
2 estrelas
25
Moradia turística
43
1ª
3
2ª
40
Turismo em
52
espaço rural
Turismo habitação
10
Turismo rural
7
Agro-turismo
2
Casa de campo
32
Hotel rural
1
Fonte: Direcção Regional do Turismo.
Nº unidades de
alojamento
7 254
2 408
3 886
922
38
4 075
384
2 691
960
40
1 183
234
220
608
121
926
499
427
15
15
135
135
Capacidade de
alojamento
14 494
4 805
7 795
1 818
76
8 592
922
5 660
1 920
90
2 385
468
438
1 237
242
1 844
998
846
29
29
573
573
Nº camas
convertíveis
578
192
326
54
6
1 593
121
1 189
269
14
87
4
34
46
3
18
2
16
430
915
155
15
210
104
101
149
9
140
30
459
224
202
298
18
280
12
119
24
263
531
50
35
3
161
14
100
70
6
327
28
202
ANEXO G
EMPRESAS DE ANIMAÇÃO TURÍSTICA,
LICENCIADAS NA RAM
Empresa
2 TOURS
A PASSO DE BURRO
ALBATROZ DO MAR
ALLES
ANIMADEIRA
BALLOON VISION
BIKE & LIFT
BOTAS DAS SETE
Morada
Travessa João Carlos Gomes, nº15
9050-055 Funchal
Tel.: (+351) 919 153 563
Centro de Recepção e interpretação do Parque
Ecológico do Funchal
Estrada Regional 103,nº259
9050 Funchal
Tel.: (+351) 914 264 166/969 039 461
E-mail: [email protected]
www.apassodeburro.com
Rua Dr. António Jardim de Oliveira nº2
9050-191 Santa Maria Maior
Funchal
Tel.: (+351) 291 223 366
E-mail: [email protected]
Estrada Monumental - Hotel Baia Azul, loja 5 F
9000-108 FUNCHAL
Tel.: (+351) 965 012 367/911 000 039
Fax: (+351) 291 762 003
E-mail: [email protected]
www.alles-madeira.com
Rua Conde Carvalhal, nº 82 r/c Dtº
Santa Maria Maior
9050-149 Funchal
Tel.: (+351) 965 011 219
E-mail: [email protected]
Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses,
14 – A
9000-054 Funchal
Tel.: (+351) 291 282 700/967 636 757
Fax: (+351) 291 282 701
E-mail: [email protected]
www.madeira-balloon.com
Rua Tenente Coronel Sarmento,
N.º 8 r/c Esq.
9000 Funchal
Tel.: (+351) 966 255 172
E-mail: [email protected]
Rua 31 de Janeiro, nº 71
Actividade
Passeios a pé
Passeios de burro
Organização de
eventos
Pesca desportiva
Passeios de barco
Passeios a pé
Jeep safari
Organização de
eventos
Passeios de barco
Escalada
Organização de
eventos desportivos
balonismo
BTT
Passeios a pé
203
LÉGUAS
HIPICENTER
Sítio da Ponta
9001-902
Funchal
Tel.: (+351)
9400-085
Porto
964 Santo
233 209
E-mail:
Tel.
/ Fax.:
[email protected]
(+351) 291 983 258
E-mail:
By NATURE
Sítio [email protected]
Assomada, Ribeira Funda - São Jorge
www.tripod.hipicenter.com
9230-160 Santana
HORIZONTE DO
Tel.: do
Rua
(+351)
Quebra
965Costas,
012 63728, 2º Dto
ATLÂNTICO
E-mail: [email protected]
9000-034
FUNCHAL
www.bynature.eu
Tel.:
(+351) 963 390 796
Fax:
(+351)
291 280
024
CHRISTA DORNELD,
Edifício
Galoresort
Hotels
E-mail:
[email protected]
Unipessoal, Lda
Ponta da
Oliveira, Apartado 12
www.venturadomar.com
9125-909 Caniço
Tel.: (+351) 967 497 605/291 930 930
IMPERATOURS
Estrada
da Azenha
Fax: (+351)
291 934 555
Urbanização
Vista Alegre Apt G, Bl 1
E-mail: [email protected]
9125-115
Caniço
www.madeirawandern.com
Tel./Fax:
(+351)Gardens,
291 935 801
COLDFLAME Edifício Atlantic
suite 405 Praia Formosa
E-mail:
[email protected]
ENDURO
9000-247 Funchal
J. J. TOURS
Rua
Ricardo
Ferreira
Tel.: João
(+351)
291 774
692 César, 6
9300-069
Câmara
de694
Lobos
Fax: (+351)
291 774
Tel.:
(+351)
967 664 578
E-mail:
[email protected]
E-mail:
[email protected]
www.endurotouren-madeira.com
KLUBE
KLIPPE
Rua
Princesa
Maria Amélia,
EL TOUR
Caminho
de S.D.António,
32 B n.º 18/20
9000
Funchal Bl. A R/C
Ed. Panorama
Tel.:
(+351)
968 210 498
9000-187
Funchal
LAZER NATURE
Caminho
do
Amparo
Edificio
Tel./Fax: (+351)
291 757
068 Várzea Park - Bloco
A5
EC [email protected]
E-mail:
9000-267
ESCAPADA DOS
Escapada Funchal
dos Cavaleiros - Actividades Hípicas da
Tel.:
(+351)
CAVALEIROS
Madeira,
Lda913 506 939
LEISURELITE
Sitio
das Eiras,
76 Namorados – Jardim
Caminho
Velho Apartado
da Boca dos
9100-190
da Serra Santa Cruz
E-mail:
[email protected]
9326-909
Estreito de Câmara de Lobos
www.madeira-leisurelite.com
Tel.: (+351) 966 312 151 / 291 945 945
Fax.: (+351) 291 945 954
E-mail: [email protected]
LUME
& GOUVEIA
Travessa
de Santa
17
ESSENCIA
Sítio do Batalhão
nºRita,
036-Santa
9000-227
Funchal
9270-036 Porto Moniz
Tel.: (+351) 962 457
582 883
699
Tel.:
(+351)
291 771 477
E-mail:
[email protected]
MADEIRA
AVENTURA
Caminho
Pilar, nº 2
FÁBRICA DE
FESTAS
Rua 5 de do
Outubro,
Conjunto
do Pilar I
9000-079 Hab.
Funchal
Bloco
B, LT 291
5 R/C
Esq.
Tel.: (+351)
223
008
9000-136
Funchal
Fax: (+351)
291 224 233
Tel.:
(+351)
964 541 793
E-mail:
[email protected]
Fax:
(+351)
291
www.siram.pt 764 217
E-mail:
FUN CENTROS
Rua D. [email protected]
Carlos I, nº 27/29
www.madeiraventura.com
TEMÁTICOS DO
9060-051 Funchal
MADEIRA
Rua
do Bairro
Ed. Santa Catarina
FUNCHAL BLUE SUN
Tel.: 3(+351)
291 dos
000 Moinhos,
770
2K,
B40 291 000 789
Fax.:Bl.(+351)
9000
– 743
FUNCHAL
E-mail:
[email protected]
Tel.:
(+351) 291 941 065/963 556 258/919 407 766
www.storycentre.com
E-mail:
[email protected]
GALO DIVING –
Hotel Galomar
www.madeirabluesun.com
Mantadiving
9125-036 Caniço de Baixo
MADEIRA DIVE POINT
Hotel
Madeira
Carlton
Tel.: (+351)
291
930 939
Largo
Antonio
Nobre
Fax: (+351) 291
935 588
9004-531
Funchal
E-mail: [email protected]
Tel.:
(+351) 291 239 579/ 917 736 396/ 919 151
www.mantadiving.com
HARMONY IN NATURE, 256
Rua Achada, Edifício Jardins da Achada nº 24
Fax:
UNIPESSOAL, LDA
Bloco(+351)
4 R/C 291
Dtº 239 579
E-mail:
[email protected]
9000-208
Funchal
www.madeiradivepoint.com
Tel.: (+351) 967 056 600
Hipismo
Passeios a pé
Passeios de bicicleta
e outros veículos TT
Trekking
Mergulho
Canyoning
Passeios
barco
Passeios de
a pé
Observação de Aves
Organização de
Eventos
Passeios a pé
Motocross
Enduro
Desportos Radicais
Jeep Safari
Paint-ball
Passeios a pé
Passeios temáticos
a pé
Passeios de bicicleta
Passeios a pé
Circuitos temáticos
Hipismo
Passeios a pé
Passeios de barco
Bicicletas
Wind-surf
Surf
Vela
Aluguer
deradicais
Desportos
automóveis
clássicos
Passeios a pé
e
limusina
Trekking
Montanhismo
Organização de
Passeios
eventos a pé
Desportos Radicais
Madeira Story Centre
Organização de
Passeios
eventos a pé
Circuitos temáticos
Actividades
recreativas
Mergulho
Mergulho
Jeep safari
Canyoning
Organização de
Eventos
204
MADEIRA
ONDA
CLÁSSICA
EXPLORERS
Rua DomMonumental
Estrada
Francisco Santana Sport Hotel Ondamar
Centro Comercial
9125-031
Santa Cruz
Lido, Loja 5, 3º andar
9004-541
Tel.:
(+351)
Funchal
291 930 932
Tel.: (+351)
Fax.:
(+351)291
291763
934701
566
Fax: (+351)
E-mail:
[email protected]
291 761 464
E-mail: [email protected]
www.ondaclassica.com
www.madeira-explorers.com
PALHEIRO GOLF
Rua
do Balancal, nº 29 - São Gonçalo
MADEIRA OCEANO'S
Calçada de
9050-296
Funchal
São Lourenço Nº3
Galerias
Tel.:
(+351)
de São
291 790
Lourenço,
120 1ºB
9000-061
Fax:
(+351)
Funchal
291 792 456
Tel.: (+351)
E-mail:
[email protected]
916 409 780/ 918 479 922/ 965 776
114
www.palheirogolf.com
Fax.: (+351)
522–015
PASSEIOS VIRTUAIS
Azinhaga
da 291
Nazaré
Edif. Vista Baía
E-mail:
Bl
3 – 3º[email protected]
Esq. Letra T
www.madeiraoceanos.com
9000-164
Funchal
Tel.: (+351) 919 438 503/ 911 059 303/917 222
MADEIRA WIND BIRDS 589
Rua da Pena, 10 J
9050-099
E-mail:
[email protected]
Funchal
Tel.: (+351) 917 777 441
www.passeiosvirtuais.com
Fax.: (+351)
291Porto
720 031
PORTO SANTO SUB
Clube
Naval do
Santo
E-mail:
[email protected]
9400-080
Porto Santo
www.madeirabirds.com
Telem.:
(+351) 916 033 997
MOUNTAIN
Estrada
Fax:
(+351)
Ponta
291da983
Oliveira
259 nº 48
EXPEDITIONS
Casa D [email protected]
E-mail:
9125-035
E-mail:
[email protected]
Caniço
Tel.: (+351) 968 555 852
www.portosantosub.com
E-mail: [email protected]
PRIDE OF MADEIRA
Estrada
do Garajau, 194
MUNDO DA
Rua Ponta
Edif.
Quintada
doCruz,
Garajau,
25 B1,B5
IMAGINAÇÃO
9000-103CM
Fracção
FUNCHAL
– 3º Esq.
Tel.: (+351)
9125-067
Caniço
291 700 700
Fax.:/Fax:
Tel.
(+351)
(+351)
291 291
700 936
701 004
E-mail:[email protected]
E-mail:
[email protected]
www.madeira-magic.com
E-mail:
[email protected]
www.prideofmadeira.com
NATOURS
Rua João Ricardo Ferreira César
www.prideofmadeira.sapo.pt
Edifício do Carmo, nº 7 A – 1H
QUINTA DO LORDE
9300-420
Quinta
do Câmara
Lorde de Lobos
Tel.: (+351)
Sítio
da Piedade
291 234
– apartado
117/ 963
530
445 379
E-mail: [email protected]
9201-908
Caniçal
E-mail:
Tel.:
(+351)
[email protected]
291 969 200/ 291 969 601
Fax:
(+351) São
291 960
202
NATURFREUND
Rua Portão
Tiago,
19 B
E-mail:
[email protected]
REISEN LIMITED /
Santa Maria
Maior
www.quintadolorde.com
Amigos da Natureza –
9050-250 Funchal
Madeira
RENA
Tel.: das
Rua
(+351)
Dificuldades,
291 220 703/962
11
911 678
Fax: (+351)
9050-015
Funchal
291 220 703
E-mail:
Tel.:
(+351)
[email protected]
291966476/ 291522728
www.naturfreunde-reisen-madeira.com
E-mail:
[email protected]
NAUTISANTOS
ROTA
DOS CETÁCEOS Marina Shopping
do Funchal
9000-055Arriaga,
Avenida
Funchal75 – Loja 230
Tel.: (+351)
9000-533
Funchal
919 916 221/291 231 312
Fax: (+351) 291 229
Tel.:
280 981
600/ 913 093 132
E-mail:
Fax.:
(+351)
[email protected]
291 280 601
E-mail: [email protected]
[email protected]
www.nautisantosfishing.com
www.rota-dos-cetaceos.pt
www.catamaran-seeborn.com
RR TOURS
Rua
Dr. Pita, n.º 1 A
OLIESLAGERS
Avenida das
9000-089
Funchal
Madalenas, nº119 Edifício Jardins da
Madalena,
Tel.:
(+351)Bloco
291 764
A, 4º
733
andar B
9000(+351)
Fax:
Funchal
291 746 728
Tel.: (+351)
E-mail:
[email protected]
962 982 111
E-mail:
SAFARI COMPANY
Rua [email protected]
Aranhas, 20 – 2º
www.olieslagers.pt
9000-044
Funchal
Circuitos temáticos
Passeios
a pé
BTT automóveis
com
clássicos
Golfe
Mergulho
Passeios a Pé
Jeep Safari
Observação de aves
Passeios a pé
Mergulho
Passeios a pé
Passeios de barco
Madeira Magic
Passeios
a Pé
Parques temáticos
Excursões
Desportos Radicais
Jeep safari
Passeios a pé
Marina
Passeios a pé
Passeios a pé
Jeep safari
Circuitos temáticos
Passeios
de barco
Pesca de Fundo
Observação
de
Pesca Grossa
baleias
e golfinhos
Mergulho
Passeios de barco
Excursões
Jeep
Safari
Circuitos temáticos
Passeios
a Pé
Jeep Safari
205
SANTA MARIA
STRESSZERO
TERRAS D’AVENTURA
TUBARÃO MADEIRA
Mergulho, Lda
Tel.: (+351) 919 864 485
Fax: (+351) 291 241 314
E-mail: [email protected]
www.madeira-safaris.com
Marina do Funchal
9000-055 Funchal
Tel.: (+351) 291 225 695
Fax: (+351) 291 220 327
E-mail: [email protected]
www.santamariacolombo.com
Rua Carvalho Araújo, n.º 9
9001-022 Funchal
Tel.: (+351) 291 205 720
Fax: (+351) 291 205 705
E-mail: [email protected]
www.regency-hotels-resorts.com
Caminho do Amparo, 25
9000-248 Funchal
Tel.: (+351) 291 708 990 / 962 721 702
Fax: (+351) 291 708 999
E-mail: [email protected]
www.terrasdeaventura.com
Hotel Pestana Palms
Rua do Gorgulho
9000-107 Funchal
Tel.: (+351) 291 709 227 / 965 011 126
Fax.: (+351) 291 794 124
E-mail: tubarã[email protected]
www.scuba-madeira.com
VEREDAS DO SOL
Avenida Arriaga nº 50 2ª sala 1
9001-804 Funchal
Tel.: (+351) 291 200 777/ 965 013 315/ 965 076
867
Fax.: (+351) 291 237 337
E-mail: [email protected]
www.veredasdosol.com
VIA ACTIVA
Rua Dr. Alfredo Ferreira Júnior, 34
9135-053 Camacha
Tel.: (+351) 966 866 299
E-mail: [email protected]
VIDA Y MONTAÑA
Estrada Monumental
Rua Quinta Calaça,
Apartamento do Mar, 2ª sala 212
9000-108 Funchal
Tel.: (+351) 939 523 931
Fonte: Direcção Regional de Turismo.
Passeios de barco
Passeios de barco
Passeios a Pé
BTT
Jeep Safari
Canyoning
Quad Safari
Jet Sky
Kayak
Mergulho
Passeios a pé
Trekking
Organização de
eventos
Passeios a pé
206
ANEXO H
AGÊNCIAS DE VIAGEM EXISTENTES NA RAM
Denominação Comercial
Abreu
Active Travel
Agência de Viagens Sagres (forma local de
representação)
Algarve Tours (forma local de
representação)
Ama Viagens
Angie Travel
Barcel— Viagens (forma local de
representação)
Bendix Tours
Blandy
Boa Viagem
Bravatour
Carristur - Portugal (forma local de
representação)
Catedral Tours
Colombus Travel Agency
Coralina - Viagens e Turismo
D.M.C. Madeira
Dunas
Eurofunchal
Euromar
EVTours - Full Services Portugal (forma local
de representação)
Ferraz
Festival Tours
Geotur (forma local de representação)
Good Luck Tours
Gustavo & Andreia
Gustavo & Andreia 1
Ibercruises
Internacional Viagens da Madeira
Interpass - Agência de Viagens e Turismo
(Forma Local de Representação)
Invitur
Island Events
JC Tours
João Silvério Pires - Globus -
Localização
Rua Dr. João brito Câmara, n.º 9, Funchal
Centrum, C.C. Dolce Vita - loja 108
Ed. Ocean Garden III, Bl. 3 - R/C - lj. 04
Rua Nova do Vale da Ajuda - Hotel Apartamento
Ajuda Star
Rua D. Carlos I, 11-B - 2º Piso Loja Sul
Nœc. Resid. Ilheœs - R. Infante Santo,4 - lj.4
Est. Monumental,240-C.C.Navio Azul, lj.27
R. Ten. Cor. Sarmento, Ed. Infante, Bl. D r/c
R. Velha da Ajuda, 10 B - Ed. Colinas do Lido
Arcadas de S. Francisco, 7-8
Rua D. Carlos I, 19 A
Rua Visconde da Ribeira Brava, 51
Hotel Porto Mare - loja B - Rua Simplício Passos
de Gouveia, nº 21
C. C. Tavira, lojas 44 e 46 - Rua João Tavira
Rua dos Murças, 61-B - 1º andar
Est.Monumental-C.C.Monumental Lido,2º -lj.9
Rua do Esmeraldo n.º 18 - 1º andar
Rua Nuno Silvestre Teixeira, 46
Av. do Infante, 58 - FUNCHAL
Av. do Infante, 58
Travessa Conde Carvalhal, São Filipe, Saída
Leste - Dois
Av. de Zarco nº 2-A
C. C. Europa - R. Bom Jesus nº s 8-10 - Loja 201
Rua da Sé, nº 2 - 1º A - D
Rua dos Ferreiros nº 11 - Rua do Sabão, 108
Largo do Phelps nº 18
Rua 31 de Janeiro nº 52
Rua da Conceiçãonº 58, 1º andar
Estrada Monumental nº 316 - Loja 5
Rua 31 de Janeiro, nº 12 F
Rua dos Murças nº 43 - 43-A
Rua da Alfândega nº 10, 4º A
Rua Infante Santo, 14
Av. de Zarco nº 20
207
Viagens/Turismo
Lazermar
Lido Tours
Lusoriginal
Macaronésia Tours
Madeira Viagens
Madvia
Manuel José
MBtravel
Mundo Vip Madeira
Natura Travel
Nature Meetings
New Travel
Oásis (forma local de representação)
Oceano Atlântico
Panorama
Páteo Das Viagens
Ponto de Encontro
Positivo Tours
Professional (forma local de representação)
Quasar (forma local de representação)
Ram Travel
RMK Tours
Rota do Atlântico
Rui Castro
Scénic Tours
Secol
Soturex
Springcar
Star Viagens e Turismo, S.A.
Strawberry World
Tellus
Tempos Livres
TMTC - The Madeira Travel Company
Top Atlântico Madeira
Travel One
Tui Portugal (forma local de representação)
Turisvaz
Turitrans
Viagens Gheisa (Forma local de
representação)
Viático Tours
Viva Travel
Windsor
Fonte: Direcção Regional de Turismo.
R. Gonçalves Zarco nº 66 r/c
Centro Comercial Monumental Lido - Loja 8
Rua Direita n.º 35, Arcadas do Pelourinho, Loja
7X
Estrada do Livramento nº 18 Monte
R. 31 de Janeiro, 85 - Ed. Ponte Nova, Lj. D
Rua Bela S. Tiago, 16, andar 0 - Esc. 7 e 8
C. C. Centromar, loja 16
Largo dos Lavradores, nº 7
Rua Visconde do Anadia nº 19-22, Ed. Anadia Fracção O-E - 3º andar
Centro Comercial Monumental Lido, sala 8 - 3º
andar
Hotel Porto Mare - loja B - Rua Simplicio Passos
de Gouveia, nº 21
Rua do Frigorifico - Ed. Coop. Agrícola do Funchal,
Bl. A, Lj. A
Estrada Monumental nº 316 - Loja 2
Rua Vale D'Ajuda, Ed. Vista Girão, Porta P
Rua Dr. João Brito Câmara nº 3-A / 3-B
Rua da Queimada de Cima, 28 - 1º , Dtº
Rua do Ribeirinho
Rua do Vale D'Ajuda n.º 41
Rua Velha da Ajuda, n.º 77
Rua 5 de Outubro nº 79/A - 4º A
Rua do Bom Jesus, nº 8 - 10, loja nº 8
Sítio do Caís, Vila Calheta
Rua dos Aranhas, 18
Avenida da Madalena, Edifício Praça das
Madalenas, Bloco E, Loja H
Rua Princesa D. Amélia n.º 34 Loja 3 - Edifício
Princesa
R. do Gorgulho - C. C. Eden Mar, Lj. 18
Rua Nova de São Pedro nº 32-A
Rua D. Carlos I, nº 11, B 3º - Torre
MadeiraShopping, lj.19-A, Cº St» Quitéria
Centro Comercial Monumental Lido, 3º andar, loja
6/7
Estrada Monumental nº 306
Rua Serpa Pinto nº 47
Rua Ponta da Cruz, nº 2, Ed. Rodamar, fracção
BH
Av. das Comunidades Madeirenses nº 15
Rua 5 de Outubro, nº 21
R. Imp. D.Amélia, Ed. Princesa - Lj. 0-4
Rua da Amargura - C. C. Avenida
Caniço de Baixo
Parque Residencial Piornais, Bloco 10 - R/C
Caminho do Engenho Velho - Ed. Amparo Fracção D, loja 6 - rés-do-chão
Rua Serpa Pinto nº 32 - A
Estrada Monumental nº 252
208
ANEXO I
RENT-A-CARS EXISTENTES NA RAM
Nome da Empresa
Mendes Gomes & Dinis, Lda
Cunha & Dinis, Lda
Santiago Rent- a- Car, Lda
Madeira Horizonte, Rent-a-Car, Lda
José Alberto dos Ramos Rodrigues de
Sousa, Lda
Sovialma-Soc. de viaturas de aluguer da
Madeira, Lda
Alpirent-Rent-a-Car-Soc. de Aluguer de
Automóveis, Lda
Raul Alves, Lda
Ferdinando Mauricio Pestana de Nóbrega
M.I.Nunes, Lda
Manuel Isidoro Nunes
Dinis & Silva, Lda
Ponte & Câmara, Lda
Solrent-a-Car, Lda
Lidorent Automóveis de Aluguer, Lda
Atlantic - Rent-a-Car
BravaCar-Soc. de Automóveis sem
Condutor, Lda
Moinho -Rent-a-Car, Lda
Madpérola Rent-a-Car-Soc Aluguer
Véiculos Aut., Lda
Amigos do Auto-Automóveis de Aluguer,
Lda
2000 Rent -a-Car, Lda
Insularcar Rent-a-Car, Lda
São Vicente-Rent -a-Car, Lda
Ilharent Rent-a-Car, Lda
Magoscar-Aluguer de Automóveis, Lda
Baía - Car Rental, Lda
Morada
Sítio da Queimada, Água de Pena, Machico
Rua Mãe dos Homens, F-1, Santa Maria Maior, Fx
Rua Bela de São Tiago, 53, Santa Maria Maior, Fx
Campo da Barca, 16, Fx
Rua Nova da Quinta Deão, 19, Fx
Largo António Nobre, 164, Sé, Fx
Rua dos Arrois, 60-A, Lisboa
Rua das Dificuldades, 8, Fx
Rua da Queimada de Cima, 53, Fx
Rua Ivens, 12, Fx
Rua Ivens, 13- B, Fx
Azinhaga da Casa Branca, 6, São Martinho, Fx
Sítio das Cales e Achada, Arco da Calheta, Calheta
Estrada Monumental, 306, Fx
Estrada Monumental, Edificio Alto Lído, Loja 4, S.Mart,
Fx
Rua da Casa Branca, 102, C. C. Belo Sol, São
Martinho, Fx
Rua Sacadura Cabral e Gago Coutinho,21, Ribeira
Brava
Estrada Monumental, C. C. Navio Azul, loja 21, S.
Martinho, Fx
Caminho de São Roque, 122, Fx
Estrada Monumental, Hotel Baía Azul, loja 5, São
Martinho, Fx
Loja GG, Edificio Belo Sol, Caminho Velho da Ajuda, S.
Martª.,Fx
Hotel D. Pedro Garajau, Caniço, Santa Cruz
Vila, São Vicente
Avenida do Infante, Apartº. Henrique Segundo, 2º
andar, B, Fx
Edifício Ventur, Bloco 1, Loja E, Caniço de Baixo para a
Cidade, Stº. Cruz
Vila, Cãmara de Lobos
209
Rent-a-Car do Futuro-Carros de Aluguer s/
Condutor, Lda
Machicorent-Aluguer de Automóveis, Lda
Miltours Madeira, Agência de Viagens e
Turismo, SA
Cabriolet-Rent-a-Car, Aluguer de Aut. s/
Condutor, Lda
Viva Travel-Agência de Viagens e Turismo,
Lda
TIM - Madeira Comércio de Aluguer de
Veículos Motorizados, Lda
Madlobos - Rent-a-Car, Lda
Mendonça & Coelho, Lda
Wind Car Rent, Lda
Madeira Rent - Sociedade de Aluguer de
Automóveis, Lda
Spinauto -Comércio de Automóveis, Lda
Moto Way-Aluguer de Motociclos, Lda
Seatent-Aluguer de Veículos Automóveis s/
Condutor, Lda
Clipserent -Rent-a-Car, Lda
Madpoint rent-a-Car-Soc.de Comércio e
Aluguer de Aut., Lda
Auto Centrolider, Lda
Millenium -Rent-a-Car, Lda
New, King - Rent-a-Car, Lda
Pérola do Atlântico-Rent-a-Car, Lda
Business Car-Rent-a-Car, SA
Espaço Milénio-Rent-a-Car, Lda
Netrent-Rent-a-Car, Lda
CAEA-Importação, Lda
Caminho de Santo António, Apartº. Madalena, bloco B2º Dtº., Stº. Antº.Fx
Sítio da Vila, Machico
Avenida do Infante, C.C.Avenida, loja 1, Fx
Avenida Arriaga, Edifício Infante, Apartº. 804, Sé Fx
Largo António Nobre, Sé, Fx
Avenida do Infante, Edifício Avenida, lojas 210 e 211,
Sé, Funchal
Caminho da Bela Vista, 5, Câmara de Lobos
Rua Vale da Ajuda, bloco C, piso 0, São Martinho, Fx
C.C.Centromar, loja 50, São martinho, Lda
Sítio da Terça, loja 1, Santa Cruz
Rua Velha da Ajuda, loja B, São Martinho, Fx
Estrada Monumental, 284, C.C.Monumental Lido, loja 8,
2º andar, S.Martº.
Estrada monumental, 188, Edifício Miramar, loja 7, São
Martinho, Fx
Sítio da Estrela, Calheta
Edificio Colinas do Lido, fracção BI, Sítio da Ajuda, São
Martinho, Fx
Sítio das Urzes, Salões, Canhas, Ponta do Sol
Sítio de São João, Ribeira Brava
Estação da Shell, Levada do Cavalo, Fx
Sítio da Abeguaria,Conj. Habitacional das Figueirinhas,
Bloco E-Fracção DJ, Caniço
Rua Drº. Francisco Peres, Edificio Jardins do Caniço,
bloco G, Loja 20, Caniço
Avenida do Infante, 11, C.C. Olimpo, loja 204, Sé, Fx
Sítio da Terça, Santa Cruz
Rua Sacadura Cabral e Gago Coutinho, 21, Ribeira
Brava
Aluguer de Veículos Automóveis de Mercadorias s/ Condutor
M.I.Nunes, Lda
Rua Ivens, 12, Sé, Funchal
A Bravacar - Sociedade de Automóveis s/
Hotel D. Pedro Garajau, Loja 3, Caniço, Santa
Condutor
Cruz
Hotel D. Pedro Garajau, Loja 3, Caniço, Santa
Cruz
Insular Rent-a-Car, Lda
Fonte: Direcção Regional de Turismo.
210
ANEXO J
ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS COM REGIME DE
DIREITOS REAIS DE HABITAÇÃO (TIME SHARING - TS)
Classificação
Categoria
Empreendimento
Turístico
Hotel
*****
Pestana Grand
Hotel
*****
Tivoli Madeira
Hotel
****
Alto Lido
Hotel Apart.
*****
Madeira Regency Palace
Hotel Apart.
*****
Royal Savoy
Hotel Apart.
****
Madeira Beach Club
Hotel Apart.
****
Madeira Regency
Hotel Apart.
****
Pestana Miramar
Hotel Apart.
****
Pestana Palms
Hotel Apart.
****
Pestana Village
Hotel Apart.
****
Porto Mare
Hotel Apart.
****
Tropical
Fonte: Direcção Regional de Turismo.
Quartos em
TS
Capacidade de
alojamento em TS
106
47
88
125
117
152
92
94
93
108
99
6
212
102
177
402
252
385
204
218
186
218
310
12
211
ANEXO L
IMÓVEIS CLASSIFICADOS DA RAM,
POR CATEGORIA E CONCELHO
Concelho/
Freguesia
Imóvel
Categoria
Jorn. Ofic./
Diár. Rep.
Resol./
Decr./
Port./
Acta
Data
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Res.
1170/97
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Res.
967/96
Dec.
30/762
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Dec.
129/77
29/0
9/77
29/0
9/77
29/0
9/77
29/0
9/77
18/0
8/97
29/0
9/77
29/0
9/77
29/0
9/77
29/0
9/77
29/0
9/77
29/0
9/77
09/0
8/96
26/0
9/40
29/0
9/77
29/0
9/77
29/0
9/77
29/0
9/77
29/0
9/77
Calheta
Arco da Calheta
Capela de Nossa Senhora do
Loreto
Capela de Nossa Senhora da
Conceição
Capela da Nossa Senhora da
Nazaré
Igreja de São Braz
Capela de Nossa Senhora da Vida
Calheta
Igreja do Espirito Santo
Capela de Jesus, Maria e José
Capela de Nossa Senhora do Bom
Sucesso
Capela de Santo António
Capela de São Francisco Xavier
Casa das Mudas
Quinta da Estrela
Estreito da
Calheta
Capela dos Reis Magos
Capela de Nossa Senhora da
Conceição
Capela de Nossa Senhora do
Livramento
Igreja de Nossa Senhora da Graça
Fajã da Ovelha
Capela de São Lourenço
Igreja de São João Baptista
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
DG 1ª série,
IP nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
JO 1ª série,
IM
nº 85
DG 1ª série,
IP nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
JO 1ª série,
IM
nº 87
DG 1ª série,
IP nº 225
DG 1ª série,
IM
nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
DG 1ª série,
IM
nº 226
212
Jardim do Mar
Ponta do Pargo
Quinta da Piedade
Capela de Nossa Senhora Boa
Morte
Igreja de São Pedro
Farol da Ponta do Pargo
Solar da Ribeira da Vaca
Câmara de
Lobos
Câmara de
Lobos
Estreito de
Câmara de
Lobos
Funchal
I. Coração de
Maria
Capela de Nossa Senhora da
Conceição
Monu
mento
Monu
Convento de São Bernardino
mento
Monu
Forno de Cal
mento
Quinta de São João e Capela Monu
Sagrada Familia
mento
Quinta da Graça
Monu
mento
IM
IM
IM
Capela de Nossa Senhora da
Consolação
Monu
mento
V
C
R
Colégio do Infante
Poço da Neve
Quinta Mirabela
Igreja da Encarnação
Recolhimento e Capela do Bom
Jesus
Igreja de Santa Luzia
Capela da Sagrada Familia e
Quinta do Descanso
Forte de Santiago
Capela do Corpo Santo
Capela de São Filipe
Zona Velha da Cidade
Igreja do Socorro
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Dec.
129/77
Res.
95/99
Res.
238/99
29/0
9/77
29/0
9/77
29/0
9/77
02/0
2/99
09/0
3/99
Res.
1064/93
Res.
522/96
Res.
1651/99
Res.
1801/99
Port.
79/2006
27/1
0/93
15/0
5/96
16/1
1/99
15/1
2/99
04/0
7/06
Acta
29/2004
29/0
7/04
JO 1ª série,
nº 169
Res.
1007/90
04/1
0/90
JO 1ª série,
nº 58
JO 1ª série,
nº 25
JO 1ª série,
nº 128
JO 1ª série,
nº 39
JO 1ª série,
nº 50
JO 1ª série,
nº 129
DG 1ª série,
nº 225
JO 1ª série,
nº 169
JO 1ª série,
nº 124
JO 1ª série,
nº 44
DG 1ª série,
nº 225
DG 1ª série,
nº 225
DG 1ª série,
nº 152
JO 1ª série,
nº 227
JO 1ª série,
nº 124
Res.
778/99
Res.
77/95
Res.
1616/96
Res.
828/98
Res.
981/98
Port.
171/01
Dec.
30/762
Res.
1006/90
Res.
1063/93
Port.
56/07
Dec.
30/762
Dec.
30/762
Dec.
44/452
D.L.R.
21/86/M
Res.
1066/93
01/0
6/99
03/0
2/95
18/1
1/96
10/0
7/98
05/0
8/98
11/1
2/01
26/0
9/40
04/1
0/90
27/1
0/93
23/0
5/07
26/0
9/40
26/0
9/40
05/0
7/62
02/1
0/86
27/1
0/93
JO 1ª série,
nº 124
JO 1ª série,
IM
nº 52
JO 1ª série,
IM
nº 126
JO 1ª série,
IM
nº 136
IM
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Conjun
to
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Conjun
to
Monu
mento
DG 1ª série,
nº 226
DG 1ª série,
nº 226
DG 1ª série,
nº 226
JO 1ª série,
nº 13
JO 1ª série,
nº 26
IM
Monu
mento
Quinta da Lombada
Santa Maria
Maior
IM
Muralhas da Cidade
Quinta do Monte
Santa Luzia
IM
IP
Quinta do Til
Monte
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
IM
IM
IP
IP
IM
IP
IP
IP
IP
IP
IP
IP
IP
IP
IP
JO 1ª série,
n.º 87
213
Monu
mento
Monu
Cemitério Isrealita
mento
Monu
Quinta do Alto
mento
Monu
Quinta e Capela do Faial
mento
Imóveis n.ºs 33-A, 34, 35 da Rua
Conjun
dos Barreiros
to
Torre do Capitão e Capela de Santo Conjun
Amaro
to
Capela de Nossa Senhora do
Monu
Amparo
mento
Capela de Nossa Senhora das
Monu
Neves
mento
Capela de Nossa Senhora da
Monu
Nazaré
mento
Monu
Capela de Nossa Senhora da Ajuda
mento
Monu
Quinta Avista Navios
mento
Monu
Pelourinho
mento
Monu
Igreja e Mosteiro de Santa Clara
mento
Monu
Quinta das Cruzes
mento
Monu
Igreja de São João Evangelista
mento
Monu
Capela de São Paulo
mento
Monu
Forte de São João Baptista
mento
Monu
Palácio de São Pedro
mento
Monu
Igreja de São Pedro
mento
Monu
Paiol Militar do Funchal
mento
Monu
Instituto do Vinho da Madeira
mento
Monu
Colégio dos Jesuítas
mento
Monu
Quinta Florença
mento
Monu
Casa Tomászewski
mento
Monu
Palacete dos Barões de São Pedro
mento
Monu
Quinta da Ribeira
mento
Residência Dr. Luís da Câmara
Monu
Pestana
mento
Fontenário do Torreão
Monu
mento
Palacete da Rua da Mouraria, nºs
Monu
34 a 42
mento
Casa dos Perestrelos e Franças/
Monu
Mercado dos Lavradores
Santo António
São Gonçalo
São Martinho
São Pedro
IM
IM
IM
IP
IP
IP
JO 1ª série,
nº 124
JO 1ª série,
nº 147
JO 1ª série,
nº 10
JO 1ª série
n.º77
JO 1ª série
n.º152
JO 1ª série,
nº 71
Res.
1070/93
Res.
1354/93
Res.
124/98
Port.
69/06
Port.
143/06
Res.
409/95
27/1
0/93
30/1
2/93
09/0
2/98
20/0
6/06
15/1
2/06
11/0
4/95
JO 1ª série,
nº 134
DG 1ª série,
nº 225
JO 1ª série,
nº 56
JO 1ª série,
nº 25
DG 1ª série,
nº 231
DG 1ª série,
nº 175
DG 1ª série,
nº 147
DG 1ª série,
nº 228
DG 1ª série,
nº 225
DG 1ª série,
nº 225
JO 1ª série,
nº 124
JO 1ª série,
nº 124
JO 1ª série,
nº 106
JO 1ª série,
nº 99
JO 1ª série,
nº 77
JO 1ª série,
nº 13
JO 1ª série,
nº 26
JO 1ª série,
nº 33
JO 1ª série,
nº 58
JO 1ª série,
nº 13
JO 1ª série,
nº 13
JO 1ª série,
nº 51
JO 1.ª série,
Res.
977/94
Dec.
30/762
Res.
463/94
Res.
78/95
Dec.
23/122
Dec.
32/973
Dec.
36/383
Dec.
37/077
Dec.
30/762
Dec.
30/762
Res.
1067/93
Res.
1071/93
Res.
1484/97
Res.
1379/97
Res.
1294/98
Res.
93/99
Res.
239/99
Res.
325/99
Res.
777/99
Res.
191/00
Res.
192/00
Res.
803/01
Port.
19/1
0/94
26/0
9/40
09/0
6/94
03/0
2/95
11/1
0/33
18/0
8/43
28/0
6/47
29/0
9/48
26/0
9/40
26/0
9/40
27/1
0/93
27/1
0/93
05/1
1/97
09/1
0/97
12/1
0/98
02/0
2/99
09/0
3/99
23/0
3/99
01/0
6/99
16/0
2/00
16/0
2/00
27/0
6/01
24/0
IM
IM
IP
IM
IM
IP
M
N
IP
M
N
IP
IP
IP
IP
IM
IM
IP
IM
IM
IM
IM
IM
IM
IP
IP
214
Edificio da Cruz Vermelha
Sé
Sé do Funchal
Palácio de São Lourenço
Casa da Alfândega
Casa Dona Mécia
Paço Episcopal e Capela anexa
Palácio de Torre Bela
Palácio dos Cônsules
Palácio dos Ornelas
Forte do Ilhéu
Museu Vicentes
Capela de Santa Catarina
Fontenário do Largo de António
Nobre
Teatro Baltazar Dias
Palácio da Marconi
Taverna Real
Mosteiro Novo
Farmácia Portuguesa
Passo Processional
Capela de Nossa Senhora da
Penha de França
Solar dos Canaviais
Solar e Capela de Nossa Senhora
da Conceição
Jardim de António Nobre
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
Monu
mento
M
N
M
N
M
N
IP
M
N
IP
IP
IP
IP
nº 107
98/2005
8/05
DG 1ª série,
nº 136
DG 1ª série,
nº 175
DG 1ª série,
nº 175
DG 1ª série,
nº 225
DG 1ª série,
nº 225
DG 1ª série,
nº 225
DG 1ª série,
nº 225
DG 1ª série,
nº 225
DG 1ª série,
nº 225
JO 1ª série,
nº 17
Dec.
16/06/10
Dec.
32/973
Dec.
32/973
Dec.
30/762
Dec.
30/762
Dec.
30/762
Dec.
30/762
Dec.
30/762
Dec.
30/762
Res.
78/91
23/0
6/10
18/0
8/43
18/0
8/43
26/0
9/40
26/0
9/40
26/0
9/40
26/0
9/40
26/0
9/40
26/0
9/40
06/0
2/91
Res.
484/91
06/0
5/91
Res.
1353/93
Res.
1062/93
Res.
223/95
Res.
159/96
Res.
1121/98
Res.
94/99
Res.
241/99
Res.
808/99
Res.
412/00
Res.
455/00
Res.
981/00
Port.
101/200
2
Port.
97/2005
30/1
2/93
27/1
0/93
07/0
3/95
12/0
2/96
07/0
9/98
02/0
2/99
09/0
3/99
08/0
6/99
29/0
3/00
04/0
4/00
04/0
7/00
Res.
924/00
Dec.
30/762
30/0
6/00
26/0
9/40
IP
V
JO 1ª série,
C
nº 56
R
JO 1ª série,
IM
nº 147
JO 1ª série,
IP nº 124
JO 1ª série,
IM
nº 46
JO 1ª série,
IM
nº 14
JO 1ª série,
IM
nº 65
JO 1ª série,
IM
nº 13
JO 1ª série,
IM
nº 26
JO 1ª série,
IM
nº 61
JO 1ª série,
IM
nº 27
JO 1ª série,
IM
nº 29
JO 1ª série,
IM
nº 60
Madeira Wine
Monu
mento
IP
JO 1.ª série,
nº 83
Hospicio Princesa D. Amélia
Monu
mento
IP
JO 1.ª série,
nº 107
30/0
7/02
24/0
8/05
Machico
Caniçal
Machico
Ponte no Sitio da Ribeira Natal
Forte de São João
Monu
mento
Monu
mento
JO 1ª série,
nº 59
DG 1ª série,
IP
nº 225
IM
215
ANEXO M
ORÇAMENTO DO TURISMO E CULTURA – PIDDAR 2008
E DA ASSOCIAÇÃO DE PROMOÇÃO
M1. INTRODUÇÃO
O Anexo M serve para conferir os montantes financeiros definidos no Orçamento Regional
que o Executivo madeirense canalizará durante o quadriénio 2008-2011 para os sectores do
Turismo e da Cultura, através das secretarias regionais do Turismo e Transportes e da
Educação e Cultura, e segundo as diferentes rubricas de investimento inscritas no PIDDAR
2008 – Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Regional.
Convém recordar que os valores do investimento público em matéria de promoção do destino
Madeira são repartidos entre a Direcção Regional do Turismo, que tem a responsabilidade da
promoção no mercado interno, e a Associação de Promoção da Madeira (que reúne sinergias
dos sectores público e privado), a quem cabe a promoção nos mercados externos.
Assim, seguem-se as tabelas do PIDDAR 2008, donde se retirou os mapas de investimento
que dizem estritamente respeito ao Turismo e à Cultura e, por último, o plano orçamental da
AP-Madeira.
216
M.1 ORÇAMENTO TURISMO
217
218
M.2 ORÇAMENTO CULTURA
219
220
221
M.3 ORÇAMENTO ASSOCIAÇÃO DE PROMOÇÃO
Mercados Estratégicos
Espanha
França
Reino Unido
Alemanha
Sub-Total
Mercados Prioritários
Belgica
Holanda
Suécia
Finlandia
Noruega
Dinamarca
Áustria
Suíça
Sub-Total
Mercados Acção Dirigida
Itália
Irlanda
EUA
Russia
Sub-Total
Total Contratualização
Spots Promocionais (PIQTUR 2006)
TOTAL Global
Orçamento
2006
497.996 €
387.262 €
408.000 €
419.500 €
1.712.758 €
72.000 €
108.000 €
206.000 €
148.500 €
198.000 €
150.000 €
104.000 €
132.711 €
1.119.211 €
%
16%
12%
13%
13%
Orçamento
2007
390.088 €
410.557 €
706.449 €
649.288 €
2.156.382 €
%
10%
11%
18%
17%
Orçamento
%
2008
275.740 € 7%
414.405 € 11%
679.517 € 18%
615.600 € 16%
1.985.262 €
2%
3%
7%
5%
6%
5%
3%
4%
94.297 €
100.147 €
280.312 €
275.896 €
276.636 €
274.117 €
120.677 €
105.476 €
1.527.558 €
2%
3%
7%
7%
7%
7%
3%
3%
121.230 €
127.080 €
241.836 €
237.421 €
234.313 €
266.422 €
188.777 €
179.485 €
1.596.564 €
3%
3%
6%
6%
6%
7%
5%
5%
96.000 € 3%
190.500 € 6%
31.000 € 1%
0 € 0%
317.500 €
3.149.469 € 82%
39.259 €
97.937 €
11.858 €
14.506 €
163.560 €
1%
3%
0%
0%
85.429 €
153.880 €
11.858 €
14.507 €
265.674 €
2%
4%
0%
0%
3.149.469 € 100% 3.847.500 € 100%
3.847.500 € 100%
Fonte: Associação de Promoção da Madeira.
222
223
Download

continua