n. 283, 26 de fevereiro de 2013. Ano VII. sinalizadores Não há como contestar a beleza dos fogos de artifícios. Eles iluminam, espocam nos céus, traduzem alegrias. Nada a opor aos fogos de artifícios nos estádios. Todavia há sempre o boçal, nem sempre sozinho, que aproveita do gol no futebol para transformar fogos de artifício em arma contra o adversário. Comemoração de arrogantes e autoritários. Foi isso o que se passou no jogo do Corinthians contra o San José, na Bolívia. O boçal corinthiano matou um jovem torcedor do San José com um sinalizador disparado contra a torcida adversária. Sem dúvida, o mesmo atirador não seria capaz de fazê-lo contra a polícia, porque antes de tudo as torcidas organizadas são compostas de adestrados companheiros dos policiais. sinalizadores Não há como contestar a beleza dos fogos de artifício. Eles iluminam, espocam nos céus, traduzem alegrias. Nada a opor aos fogos de artifício nos estádios. Todavia há sempre o boçal, nem sempre sozinho, que aproveita do gol no futebol para transformar fogos de artifício em arma contra o adversário. Comemoração de arrogantes e autoritários. Foi isso o que se passou no jogo do Corinthians contra o San José, na Bolívia. O boçal corintiano matou um jovem torcedor do San José com um sinalizador disparado contra a torcida adversária. Sem dúvida, o mesmo atirador não seria capaz de fazê-lo contra a polícia, porque antes de tudo as torcidas organizadas são compostas de adestrados companheiros dos policiais. sinalizando Tem uns 10 da torcida uniformizada em cana, como suspeitos. Investigação aberta, há os primeiros dois identificados em risco de processo. Entretanto, alguém se entregará como culpado, seguindo o comando da direção da torcida Gaviões da Fiel. O laranja, obviamente um jovem menor de idade, limpará a sujeira de diretores da Gaviões da Fiel. Isso funcionará como amortecedor às possíveis penalizações a serem impostas pela Conmebol, e evitará a ameaça do Corinthians de deixar a competição. Dizem, também, que será proibida a torcida no estádio nos próximos jogos em Sampa. A Gaviões da Fiel convoca os corintianos a cercarem o estádio. Enfim, a torcida uniformizada agride, manobra o direito, pressiona, policia e alavanca o time. sinal Os torcedores de hoje são cidadãos devotos da punição, e como tal sabem burlar o direito em seu benefício. A mídia exige o fim dos fogos de artifício, mais monitoramento nos estádios, e as torcidas uniformizadas persistem na ditadura sobre os torcedores comuns. Mais uma vez, explicita-se a seletividade penal e a continuidade da obsessão por punição, em nome da segurança. É bem melhor ver futebol com todos os torcedores juntos e misturados. Os adversários jamais serão identificados como inimigos e os fogos de artifício espocarão de alegria. a alma do negócio Negócios são negócios. Aquela que se declara a maior torcida do Brasil está em festa há anos graças ao governo federal, às empresas transnacionais e uma milionária estratégia de marketing. Milionária a ponto de, junto com sua patrocinadora esportiva, fazer uma campanha publicitária que re-nomeou o clube com o adjetivo de república popular. Mas a massa, fascista e covarde, não vive só de dinheiro e títulos. Ela quer sangue, se inflama com o fogo e mata. Os fascistas são assim: matam um jovem do outro, e oferecem um próprio em sacrifício. rebelião? Nesta semana noticiaram-se duas rebeliões na Fundação CASA. Uma na quinta, na Unidade de Vila Conceição, e outra no sábado, na Unidade Raposo Tavares. Sabe-se, pela imprensa, que a queima de colchões, cadeiras e mesas na Unidade da Vila Conceição teve como objetivo a retomada de atividades complementares suspensas e a denúncia de torturas por parte dos monitores. Quanto à rebelião na Unidade Raposo Tavares, ocorrida no sábado, a imprensa e o sindicato dos monitores (leia-se carcereiros) dizem desconhecer as motivações. As duas rebeliões foram controladas pela brigada de monitores (conhecida como Choquinho) e duraram menos de 24hs. Registraram-se, na imprensa, alguns depoimentos de mães desesperadas. E só. mordaça democrática Não se sabe o que queriam os jovens rebelados. Paradoxalmente, a democrática Fundação CASA, que substituiu a FEBEM, em 2006, e tornou-se, desde então, entupida de entidades, ONGs e parcerias público-privadas, tornou-se uma caixa hermeticamente fechada. Nunca são publicadas notícias completas. Poucos se importam com o que se passa por lá. Sabemos que o acesso de certos pesquisadores à Fundação CASA para registrar o que querem esses jovens é obstruído pela sua burocracia. Quando há uma efêmera e pontual rebelião, não se sabe se ela é motivada por um acordo, uma insatisfação ou, simplesmente, um querer quebrar tudo porque não se aguenta mais ficar trancado.