Turismo pedagógico: uma ferramenta para educação ambiental
O crescimento do turismo é cada vez mais evidente, sobretudo no turismo rural. Estará este
crescimento associado também, a uma maior necessidade de ar puro e de contacto com a
natureza? Estarão as pessoas mais sensibilizadas para a preservação ambiental? Várias são as
actividades que podemos usufruir nesta matéria, desde o ecoturismo, turismo de aventura,
turismo científico, pedagógico, de eventos e outros.
O turismo rural oferece algo que nos deixa a todos atentos, pela maravilha e pela beleza que a
natureza nos transmite e que a caracteriza, e tudo o que podemos aprender com ela e através
dela. O turismo rural não é concebido dentro dos padrões da hotelaria habitual. Ao contrário,
tem um clima de informalidade e de absoluta familiaridade. “Cabe ressaltar que o turismo rural
é o único segmento do turismo que não existe somente como actividade turística, mas
sustenta-se em uma actividade quase tão antiga quanto a civilização, onde o produtor agrega
a actividade turística às suas actividades tradicionais” (Castanheira, 2001).
O turismo pedagógico é uma ferramenta de educação ambiental que, na prática, demonstra a
teoria das salas de aula. Pode ser vivenciado junto à natureza e ao campo, onde os alunos
entram em contacto com a comunidade local, sentem as dificuldades do quotidiano da
localidade e adquirem novos conhecimentos e informações sobre o espaço rural, interagindo
com os atractivos / recursos turísticos visitados.
Segundo Hora e Cavalcanti (2003), o turismo pedagógico pode ser planeado e desenvolvido
por equipas multidisciplinares formadas por bacharéis em Turismo e por professores de
diversas áreas, visando à elaboração de propostas de actividades que incluam algum tipo de
deslocamento do ambiente escolar, como por exemplo, uma visita aos atractivos naturais de
um município, a uma fazenda, a um parque ou participação em um acampamento. O que se
pretende com essa actividade é a organização de situações de aprendizagem relacionadas aos
conteúdos curriculares, valores éticos e estéticos, além de atitudes formativas, tais como o
desenvolvimento da capacidade de iniciativa e solidificação de amizades; respeito ao outro e
fortalecimento da noção de pertença a um grupo ou a um ecossistema; experiência de
autonomia; elaboração conjunta de regras de convivência, dentre outras.
O ecoturismo é uma forma de turismo voltada para a apreciação de ecossistemas em seu
estado natural, com sua vida selvagem e sua população nativa intactos.
Embora o trânsito de pessoas e veículos seja agressivo ao estado natural desses ecossistemas,
os defensores de sua prática argumentam que, complementarmente, o ecoturismo contribui
para a preservação dos mesmos e para o desenvolvimento sustentável das populações locais,
melhorando a qualidade de vida das mesmas.
O ecoturismo é percebido pelos seus adeptos ou tende a ser promovido como:
• uma forma de praticar turismo em pequena escala;
• uma prática mais ativa e intensa do que outras formas de turismo;
• uma modalidade de turismo na qual a oferta de uma infra-estrutura de apoio
sofisticada é um dado menos relevante;
• uma prática de pessoas esclarecidas e bem-educadas, conscientes de questões
relacionadas à ecologia e ao desenvolvimento sustentável, em busca do
aprofundamento de conhecimentos e vivências sobre os temas de meio-ambiente;
• uma prática menos espoliativa e agressiva da cultura e meio-ambiente locais do que
formas tradicionais de turismo.
A International Ecotourism Society[1] define ecoturismo como a viagem responsável para áreas
naturais que conservam o ambiente e melhorem o bem-estar da população local. Isto significa
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que quem opera e participa de atividades ecoturisticas deve seguir os seguintes sete
princípios:[2]
•
•
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•
•
•
•
minimizar impactos
desenvolver consciência e respeito ambiental e cultural;
fornecer experiências positivas para ambos visitantes e anfitriões;
fornecer benefícios financeiros directos para a conservação;
fornecer benefícios financeiros e poder legal de decisão para o povo local;
Elevar a sensibilidade pelo contexto político, ambiental e social dos países anfitriões;
Apoiar os direitos humanos internacionais e acordos trabalhistas.
A actividade, como presentemente configurada em muitas partes do mundo, é confundida com
o turismo de aventura e, de fato, há quem inclua esta última, assim como outras
nomenclaturas dadas ao turismo (por exemplo: turismo rural, turismo responsável, turismo
ecológico, turismo alternativo, turismo verde, turismo cultural) como partes ou derivações de
uma generalização chamada ecoturismo. É normalmente praticado em zonas protegidas pelo
que os turistas são levados a cumprir um conjunto de regras predefinidas com vista à
preservação dos ecossistemas no seu estado natural, da sua vida selvagem e da sua
população nativa.
Os impactes são inevitáveis a partir do momento em que o ser humano, seja de que maneira
for, intervém num habitat natural. Por isso, a dificuldade está em conseguir conciliar
desenvolvimento económico e preservação da natureza. Mas uma coisa é certa: quem gosta
da natureza e reserva as suas férias ou fins-de-semana para a descobrir, respeita-a. Por isso,
o termo Ecoturismo surge associado a uma filosofia de desenvolvimento equilibrado, a uma
forma de utilizar o potencial turístico do local para gerar riqueza, a par da preservação e
valorização das qualidades ambientais da região e, sendo assim, O Planeta Agradece!
O Ecoturismo, de acordo com dados da Organização Mundial do Turismo, pode representar 2 a
4% do Turismo Mundial, esperando-se uma triplicação do fluxo económico do Ecoturismo
no espaço de uma geração. A importância do Ecoturismo não se limita apenas ao seu
volume, mas, sobretudo, ao que esta opção de desenvolvimento sustentável representa em
termos estratégicos mundiais:
Protecção dos ecossistemas que representam a maior parte da biodiversidade Mundial,
sendo simultaneamente uma das suas mais importantes ferramentas financeiras –
criação directa e indirecta de receitas;
Benefício directo das comunidades locais, pois normalmente são agentes locais que
estão envolvidos na exploração desta actividade que se baseia em infra-estruturas de
pequena dimensão – criação directa e indirecta de postos de trabalho e riqueza.
Em Portugal, o Património Natural é riquíssimo, o que faz do Turismo da Natureza um dos 10
produtos, nos quais deverão acentar as políticas de desenvolvimento e capacitação da nossa
oferta turística definidos no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT). Contudo, as
empresas do sector debatem-se com necessidade de quadros especializados.
Autor: Equipa do Ideias Ambientais
Data: 13 de Novembro de 2008
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