Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ/Andes-SN
Mala Direta
Postal
9912224255/2008/DR/RJ/50
Adufrj-SSind
Co
rreios
Devolução
Garantida
Correios
www.adufrj.org.br
Ano X no 658
CEG assume
responsabilidade
pelo regimento
do Alojamento
Página 3
Marcos Fernandes - CoordCOM UFRJ
UFRJ retoma,
mas pode
perder terreno
do Canecão
Página 5
Andes-SN
comemora
vitória contra
PLP-549
Página 7
Professores,
colaborem
com o seu
Jornal
Prezados
professores, o
Jornal da Adufrj
quer a sua
colaboração com
sugestões de pautas
(reportagens),
cartas ou artigos
de até 6.000
caracteres. Sua
opinião é muito
importante!
18 de maio de 2010
Chapa 1 recebe o
apoio de 90,99%
dos votantes para
o Andes-SN
Mariana Reis
A “Andes Autônoma e Democrática” foi eleita para a diretoria do
Sindicato Nacional docente com 90,99% dos votos dos eleitores
que compareceram às urnas de todo o país, nos dias 11 e 12/5.
A presidente eleita, Marina Barbosa Pinto, da Associação dos
Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff-SSind), Eleições do
assume o cargo pela segunda vez.
Andes-SN
na UFRJ
Página 6
Kelvin Melo
Consuni
decide, nesta
semana,
sobre 245
vagas
docentes
Página 4
Estudantes do Direito cobraram mais
docentes na sessão do dia 13
2
www.adufrj.org.br
Andes-SN
MPF instaura inquérito para apurar repasse
do governo para presidente do Proifes
Por Najla Passos* O inquérito se
baseia em denúncia
encaminhada ao órgão
pelo Andes-SN
O Ministério Público Federal (MPF)
instaurou inquérito civil para apurar possíveis irregularidades em repasse de verbas do governo federal para o presidente
do Proifes, Gil Vicente. O inquérito se
baseia em denúncia encaminhada ao órgão pelo Andes-SN, em 25/6/2009. Além
dos questionamentos originais apresentados pelo Sindicato Nacional, o MPF
considerou que pode também ter havido violação da Convenção nº 98 da
Organização Internacional do Trabalho
(OIT), que coíbe a interferência estatal
nas organizações dos trabalhadores.
Conforme as denúncias tornadas públicas pelo Andes-SN no ano passado, o
Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão – MP repassou à Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar), até abril
daquele ano, mediante Termo de Cooperação, R$ 370 mil para a elaboração de
estudos para reestruturação de cargos,
carreiras e salários dos servidores públicos federais, incluindo os docentes.
Entre os pesquisadores da UFSCar
contemplados com os recursos públicos,
estava o presidente do Proifes, Gil Vi-
O presidente do AndesSN, Ciro Correia, avalia
que a instauração do
inquérito demonstra que
o Sindicato Nacional
acertou ao tomar a
iniciativa de publicizar
essas denúncias
cente, que já recebeu R$ 24.794,55, de
acordo com os dados disponibilizados
no Portal da Transparência do governo
federal.
No dia 22/4/2009, o Andes-SN encaminhou pedidos de esclarecimentos
sobre tal convênio ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e ao reitor
da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), Targino de Araújo Filho.
Como não obteve respostas, encaminhou, em seguida, as denúncias ao MPF.
O Ministério Público, entretanto, decidiu pelo arquivamento do processo,
alegando que, se houvesse crime, seria
de competência do Ministério Público
do Trabalho (MPT) apurar, já que “estritamente sob o ponto de vista do patrimônio público”, não se vislumbravam
irregularidades”. De acordo com esse
primeiro parecer do MP, Gil é vinculado à UFSCar e, portanto, pode receber
pelo serviço prestado ao governo e, se
houve prática anti-sindical no repasse, a
responsabilidade pela apuração não seria
daquele órgão específico.
Com base na premissa de que se o
dinheiro público é utilizado para interferir na organização dos trabalhadores
haveria no mínimo um desvio de finalidade, a assessoria jurídica do Andes-SN
recorreu da decisão de arquivamento.
Segundo despacho do procurador da
República Paulo Roberto Galvão de
Carvalho, de 15/4/2010, as denúncias
serão averiguadas por meio do inquérito civil e também serão comunicadas ao
MPT, para que o órgão também tome as
providências cabíveis.
O presidente do Andes-SN, Ciro Correia, avalia que a instauração do inquérito demonstra que o Sindicato Nacional
acertou ao tomar a iniciativa de publicizar
essas denúncias, assim como a de acionar os órgãos competentes para esclarecer “esses atos oficiais que podem ter
sido objeto da motivação fraudulenta de
recompensar posturas e práticas anti-sindicais por parte daqueles que têm se arvorado em ‘negociadores’ da categoria’”.
Segundo ele, a instauração do inquérito demonstra também que as informações reiteradamente veiculadas pelo
Proifes de que a representação em trâmite no MPF havia sido arquivada são
inverídicas.
*Imprensa do Andes-SN
Anote
Campanha “O Petróleo tem que ser nosso!” promove passeata e ato-show essa semana
Nesta quinta-feira, 20 de maio, as
diversas entidades que compõem o
Fórum Contra a Privatização do Petróleo
e Gás realizarão o Dia Nacional de Luta
O Petróleo Tem que Ser Nosso. Na
Candelária, a partir das 13h, começa
a concentração para uma passeata.
Os manifestantes caminharão até o
edifício-sede da Petrobras, na Avenida
Chile, próximo ao Largo da Carioca. A
atividade foi organizada com o objetivo
de pressionar pela aprovação do projeto
de lei dos movimentos sociais para o
petróleo (PLS 531/09), já que o Senado
Federal está prestes a votar a nova
legislação do setor.
E, para encerrar a semana em defesa
do projeto dos movimentos sociais,
haverá um ato-show na sextafeira, dia 21 de maio. Nos Arcos
da Lapa, a partir das 19h, haverá
apresentações de Dona Ivone Lara,
Nelson Sargento e do Bloco Simpatia
é Quase Amor. O evento contará
com a participação de outros artistas
de diferentes estilos musicais, além
de personalidades, intelectuais e
lideranças de movimentos sociais,
sob a coordenação do Sindicato dos
Petroleiros do Rio de Janeiro.
18 de maio
2010
Agenda Sindical
21 a 23/5 – III Encontro
Nacional de Comunicação
Sindical do Andes-SN
Brasília (DF)
22 e 23/5 – Reunião da
Coordenação Nacional da
Conlutas
São Paulo (SP)
28 e 29/5 - Reunião do
Grupo de Trabalho de Etnia,
Gênero e Classe do AndesSN (GTEGC)
Salvador (BA)
28 a 30/5 – II Encontro
Nacional sobre Saúde do
Trabalhador do Andes-SN
Belo Horizonte (MG)
28 a 30/5 – Seminário
Internacional de Sindicatos
Docentes do Cone Sul
Foz do Iguaçu (PR) – com o tema
“Condições de Trabalho Docente
e Organização Sindical do Cone
Sul”.
3 e 4/6 - II Congresso
Nacional da Conlutas
Santos (SP)
Espaço do
aposentado
Conheça mais sobre seus direitos
A Emenda Constitucional 41/2003 artigo 4º instituiu a cobrança da Contribuição
à Previdência Social) para os aposentados.
Medida esta de elevado teor, 11%, impõe aos Aposentados uma contribuição
dupla; vez que, os mesmos (trabalhadores
aposentados) já contribuíram para o Regime da Previdência Social, quando na atividade, sobre seus proventos.
A Proposta de Emenda Constitucional
PEC 555/2006 de autoria do ex-deputado
Carlos Mota então revoga os efeitos perversos daquele artigo 4º. Esta PEC 555/06
é hoje defendida pelo Senador Paulo Paim
e outros parlamentares.
Marylena Salazar
Professores aposentados, este
espaço está reservado para suas
opiniões e sugestões a respeito
das demandas da nossa categoria.
Envie sua carta para o endereço:
[email protected]
SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
Sede e Redação: Prédio do CT - bloco D - sala 200 Cidade Universitária CEP: 21949-900 Rio de Janeiro-RJ
Caixa Postal 68531 CEP: 21941-972
Tel: 2230-2389, 3884-0701 e 2260-6368
Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Luis Eduardo Acosta Acosta 1ª Vice-Presidente: Maria Cristina Miranda da Silva 2º Vice-Presidente: Salatiel Menezes dos Santos 1º Secretário: Eduardo Granja Coutinho
1ª Secretária: Sandra Martins de Souza 1ª Tesoureira: Maria Mello de Malta CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Instituto de Química: Marylena Barreiros Salazar (titular); Escola de
Serviço Social: Cleusa dos Santos (titular); Sara Granemann (titular); Edição e reportagem: Ana Manuella Soares Reportagem: Kelvin Melo de Carvalho Diagramação: Douglas Pereira Estagiárias: Dally
Velloso Lemos Schwarz e Mariana Silva Jardim Reis Tiragem: 8.000 E-mails: [email protected] e [email protected] Redação: [email protected] Diretoria: [email protected] Conselho
de Representantes: [email protected] Página eletrônica: http://www.adufrj.org.br www.adufrj.org.br/observatorio
Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria.
18 de maio
2010
Colegiados
CEG assume responsabilidade
por regimento do alojamento
Constantes atrasos
na elaboração do
documento motivaram
a iniciativa
O Conselho de Ensino de Graduação
(CEG) decidiu, em sessão do dia 12 de
maio, assumir a responsabilidade pela elaboração de um regimento interno para o
alojamento da UFRJ. A justificativa para
a deliberação é o atraso de mais um ano
para o cumprimento de uma resolução do
próprio colegiado (nº01/2008).
A resolução nº01/2008, em seu artigo 14,
previa que a organização administrativa do
alojamento seria definida em regimento interno (aprovado pelo CEG), elaborado pela
administração central, PR-1 e representação
dos alunos (moradores do Alojamento Universitário e não moradores do alojamento,
representados pelo DCE). O artigo 21 dizia
que o documento deveria ser escrito num
prazo máximo de 180 dias para ser apresentado ao CEG. A implantação ocorreria a
partir de 1º de janeiro de 2009.
A representante técnico-administrativa
Ana Maria Ribeiro, que apresentou a proposta de mudança, lembrou que o prazo já
foi prorrogado por quatro vezes: A ideia
acatada foi o CEG tomar para si a responsabilidade sobre o regimento (através
do Grupo de Trabalho de Assistência Estudantil, criado no âmbito do colegiado),
mas continuariam a ser ouvidas as mesmas
representações citadas na resolução de
2008. O documento seria formulado, desta
vez, num prazo máximo de 90 dias, com o
objetivo de ser implantado a partir do segundo semestre deste ano ainda.
Moção pede respeito às normas
para eleição de representantes
ao CEG
Ao final da sessão, os conselheiros aprovaram uma moção dirigida à decania do Centro de Letras e Artes por entenderem que as
normas recentemente divulgadas pelo CLA
para escolha de novos representantes no co-
O documento seria formulado, desta vez, num prazo
máximo de 90 dias, com o objetivo de ser implantado
a partir do segundo semestre deste ano ainda.
legiado estão em desacordo com a resolução
CEG nº 03/2002. Segundo informado na
reunião, as regras da decania estabeleceriam
a indicação de um nome pertencente a cada
uma das quatro unidades do Centro para
ocupação das quatro cadeiras a que todos os
Centros têm direito. Pelo exposto no CEG,
o pleito não pode sofrer restrições deste tipo
e todos os representantes devem ser eleitos
pela totalidade de docentes do Centro.
Acrescentou-se uma orientação a todos
os Centros para que compatibilizem seus
regimentos com a resolução do CEG.
Ouvido pela reportagem da AdufrjSSind, o decano do CLA, professor Leo
Affonso de Moraes Soares, por sua vez,
afirmou ter ocorrido um mal entendido.
Declarou que, no processo, cada unidade
faz uma consulta, e os nomes recolhidos
são levados para eleição no Centro. Segundo ele, esse mecanismo propõe um caráter
mais democrático para a eleição: “O regimento fala em indicação, mas sempre fizemos essa primeira seleção; acreditamos
que é mais democrático”, complementou o
decano. A professora Flora de Paoli Faria,
que substitui eventualmente o professor no
decanato, reafirmou que houve um equívoco por parte do CEG.
Em memorando Nº13/2010 dirigido à
pró-reitora Belkis Valdman, ao qual a reportagem teve acesso, o decano observou
que o Centro, reunido em Conselho de 30
de abril, optou “por promover as indicações dos nomes dos possíveis candidatos
através de consulta nas próprias unidades,
visando, com essa providência, identificar
os mais votados para constituição de lista,
cujos nomes vão compor as cédulas eleitorais a serem sufragados nas quatro unidades que compõem o Centro de Letras e Artes”. O memorando prossegue: “Convém
esclarecer ainda que cada unidade receberá uma urna e cédulas para que seus membros possam se manifestar livremente”.
Distribuição de bolsas do
programa de monitoria
O CEG aprovou, ainda, uma nova distribuição de bolsas para o programa de
monitoria da UFRJ. Foram realocadas
nove cotas não preenchidas da distribuição
original e acrescentadas 14 cotas provenientes de bolsas Pibiac (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Artística e
Cultural), num total de 23 cotas.
De acordo com a professora Marta Eloísa Medeiros (representante do CCMN),
após análise da comissão de monitoria,
da qual é presidente, ficou decidido que
as novas cotas deveriam ser repassadas às
unidades que cumpriram integralmente o
edital de monitoria 2010, “até o valor máximo calculado na coluna ‘Atribuição’ da
Tabela 4 do relatório da primeira fase, ou
seja, as cotas calculadas para cada unidade sem os cortes de redução progressiva e
linear”. O plenário do CEG aprovou esse
posicionamento por unanimidade.
Desse modo, a Escola Politécnica foi a
mais beneficiada, com mais nove bolsas,
seguida da Faculdade de Letras (cinco),
da EEFD e do ICB (ambas, com duas). A
Faculdade Nacional de Direito, o Instituto de Economia, o Instituto de Biologia, a
Escola de Química e o campus de Macaé
receberam, cada um, mais uma cota.
Representação dos ex-alunos
A pró-reitora Belkis Valdman informou
que a reitoria iniciou o processo de consulta
e convocação das associações de ex-alunos da
UFRJ para que indiquem, nos próximos dias,
representantes para o CEG e para o CEPG.
Anote
Semana Cultural homenageia Samira Mesquita
A Semana Cultural do Centro de Letras
e Artes (CLA) homenageia a professora
Samira Mesquita, personalidade que
sempre tratou com relevância a cultura
popular brasileira. O evento acontece
entre os dias 24 e 28/05 e conta
com participações ilustres além de programação diversa, centrada no prédio
da reitoria. A abertura do evento será na
terça-feira (25/5), às 10h, no Salão Azul
3
www.adufrj.org.br
da reitoria, e terá presença do decano
do CLA, Leo Soares. Apresentação de
vídeo-homenagem e discursos sobre
Samira nas vozes de Evandro Mesquita,
Marlene de Castro Correia, Cascia Frade,
Antonio Carlos Secchin e Alexandre
Cardoso marcam a solenidade. De
terça a quinta, das 11h às 15h, o hall da
reitoria dá espaço para as atividades
de música, dança, teatro, poesia, vídeo,
circo e folclore que compõem a Semana.
Entre as atrações estão: o grupo Violões
da UFRJ; a Escola Nacional de Circo; a
Companhia Folclórica do Rio-UFRJ; o
duelo de repentistas, com Miguel Bezerra
e Zé Duda; e o recital Manuel Bandeira,
com Lauro Góes. A programação
completa do evento pode ser encontrada
em banner no site www.forum.ufrj.br.
Resenha
Sindicato convoca
greve geral na Espanha
A União Geral dos Trabalhadores
(UGT) da Espanha convocou no dia
13/05 uma greve geral no setor público do país para 2 de junho, em protesto
contra o corte nos salários dos funcionários anunciado pelo presidente José
Luis Rodríguez Zapatero. De acordo
com um comunicado da Federação de
Serviços Públicos da União Geral dos
Trabalhadores (FSP-UGT), a greve
geral seria precedida de mobilizações
e protestos que começariam em 20
de maio.Os líderes da União Geral de
Trabalhadores (UGT) e da Confederação Sindical de Comissões Operárias
(CCOO), Cándido Méndez e Ignacio
Fernández Toxo, concordaram em formar uma frente única para tal (Portal
Vermelho, 13/05).
Bispo critica
política agrária
Dom Enemésio Ângelo Lazzaris,
bispo de Balsas (MA), disse, no dia
12/05, que a política agrária não favorece os pequenos agricultores, que correm
grande risco de perder para os monopólios. Afirmou, ainda, que a retirada do
homem do campo para a construção de
grandes projetos governamentais fere o
respeito à vida humana. Para o bispo de
Balsas, são “nocivos” e “equivocados”
os projetos do governo que impedem as
condições mínimas de sobrevivência
através da terra (Agência Adital, 13/05).
SC contra aumento de
passagem
Milhares de estudantes protestaram
mais uma vez em Florianópolis contra
os abusivos aumentos de passagem de
ônibus – no último, a tarifa passou de
R$ 2,80 para R$ 3,12. A cidade tem histórico de grandes mobilizações juvenis
quanto à sensível questão do transporte público, as chamadas “Revoltas da
Catraca”. Diante do aumento de 12%,
estudantes organizaram uma série de
protestos, durante a semana (Portal
Vermelho, 14/05).
Governo federal anuncia
criação de bolsas de pósgraduação para negros
No dia em que se comemoram os
122 anos da Lei Áurea, o ministro
da Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial
(Seppir), Eloi Ferreira, anunciou no
dia 13/05, a criação de 250 bolsas de
pós-graduação para alunos negros ou
pardos e um aumento de 200 bolsas
do Programa de Iniciação Científica
(Pibic), que passarão de 600 para 800
em 2010 (Estadão, 13/05).
4
18 de maio
2010
www.adufrj.org.br
Colegiados
Consuni não vota relatório Cotav
Kelvin Melo
Pedido de vistas de
conselheira provoca
sessão extraordinária
sobre o assunto neste
dia 20
Ainda não foi desta vez que o Conselho
Universitário resolveu o destino de 245
vagas restantes do banco de professoresequivalentes – este processo se “arrasta”
desde 14 de janeiro, quando o colegiado
votou apenas a distribuição de 175 vagas
para a expansão de cursos da UFRJ. Na
sessão de 13 de maio, após diversas intervenções e muita pressão dos estudantes da
Faculdade Nacional de Direito, que compareceram ao prédio da reitoria em grande
número para cobrar mais docentes para a
unidade, o assunto foi encerrado por um
pedido de vistas do processo pela conselheira Diana Maul (representante dos
Associados do CCS). Dada a urgência do
tema, o reitor Aloisio Teixeira já convocou
uma sessão extraordinária do Consuni para
este dia 20.
Antes do pedido de vistas, foi lido um
parecer da Comissão de Desenvolvimento
(CD) do colegiado sobre a proposta de distribuição dos concursos da Comissão Temporária de Alocação de Vagas Docentes
(Cotav 2009-2010) – e divulgada no Jornal
da Adufrj nº 655, de 27 de abril. O decano
do CCJE, Alcino Câmara, presidente da
CD, apresentou as poucas modificações
à distribuição original: mais quatro vagas para a Faculdade Nacional de Direito
(FND), uma para o Instituto de Biofísica
e uma para a Microbiologia (a comissão
dava, então, duas possibilidades para retirar essas seis vagas das demais unidades).
Também aprovou algumas mudanças de
regime de trabalho (de Dedicação Exclusiva para 40 horas), para as vagas de Titular
concedidas à Faculdade de Medicina), e
para os casos de Direito Previdenciário e
Legislação Social e Direito Processual Penal e Prática Penal, na FND (de 40 horas
para 20 horas). Em relação aos Titulares,
a comissão também expôs uma proposta
para abreviar o período de espera da distribuição da Cotav “que levará alguns anos
para ser completamente implantada”.
Representante suplente dos Adjuntos
do CCJE e professora da FND, Margarida
Camargo reforçou a necessidade de mais
concursos para sua unidade. E fez questão
de passar aos demais conselheiros “um
pouco da nossa aflição”. Citou que existem apenas 58 docentes efetivos para cerca
de três mil alunos: “Temos muitos alunos
por turma. Os alunos não têm sido devidamente atendidos”, observou.
Representante do CFCH, a professora
Lilia Pougy defendeu a aprovação sem
mudanças do relatório Cotav. Para ela, a
comissão realizou um trabalho que não
Revisão do estatuto
Carlos Vainer (representante dos Titulares do CCJE) apresentou uma proposta
de constituição de uma Comissão de Revisão do Estatuto da UFRJ. A comissão
teria cinco integrantes indicados e nomeados pelo reitor no prazo máximo de uma
semana e deveria submeter ao Consuni
um Plano de Trabalho para o processo
revisor no prazo de 30 dias a contar da
nomeação. O tema volta à pauta do colegiado neste 20 de maio.
Moções
Alguns textos de moções foram divulgados ao longo da sessão, mas não chegaram a ser votados. O conselheiro Carlos
Vainer, por exemplo, apresentou um de desagravo ao professor Eduardo Viveiros de
Castro, antropólogo do Museu Nacional da
UFRJ, pela falsa citação que lhe foi atribuída em recente reportagem da revista Veja
(caso que foi divulgado na edição anterior
do Jornal da Adufrj). O representante estudantil Rafael Pereira Nunes manifestou
o repúdio ao isolamento acústico que está
sendo construído ao longo da Linha Vermelha. Para ele, trata-se de uma iniciativa
de segregação: “Para esconder aquelas comunidades por conta das Olimpíadas e da
Copa do Mundo”, denunciou.
Estudante expõe os incríveis números da FND
poderia ser desqualificado. Observou que
a demanda de uma unidade, embora justa, não poderia se sobrepor aos pleitos de
outras, também justos: “Quero dizer que o
CFCH apoia a distribuição da Cotav, mesmo não tendo sido contemplado em todas
as suas demandas”, ressaltou.
O reitor Aloísio, por sua vez, fez um
apelo favorável ao parecer da comissão e
declarou estar disposto a abdicar de parte
da reserva técnica a que teria direito (de
30 para 24) para atender às modificações
recomendadas pela Comissão de Desenvolvimento. O dirigente também elogiou o
trabalho da Cotav e lembrou os esforços
de sua gestão para a reconstrução da FND.
A manifestação do reitor ocorreu pouco antes do pedido de vistas da professora
Diana Maul, que disse se sentir “absolutamente desinformada” para se manifestar
sobre uma “questão grave como essa”.
Dificuldades da FUJB em pauta
Constava da pauta a apresentação de
Relatório de Gestão e Balanço Patrimonial
para o recredenciamento da FUJB como
Fundação de Apoio à UFRJ, uma prática
anual definida por resolução do Consuni.
Coube aos professores Luiz Martins de
Melo, secretário-geral da entidade, e Raymundo de Oliveira, presidente da fundação,
uma breve exposição a respeito do tema.
De acordo com Luiz Martins, a FUJB
passa por sérias dificuldades, agravadas
pela redução das taxas de juros do país
(o que acabou com a alta rentabilidade
de aplicações financeiras), pelo fato de a
fundação ter assumido algumas dívidas
de unidades da UFRJ e pela considerada
baixa taxa de administração dos serviços
prestados pela fundação (de 5%). Para
Luiz, mesmo com uma iniciativa de redução do quadro de pessoal, cujos salários e
benefícios estão congelados há dois anos,
a fundação precisa da autorização do colegiado para a implantação de medidas saneadoras, sendo uma delas o aumento da taxa
de administração para 7%.
A Comissão de Desenvolvimento deu
parecer favorável ao relatório anual da
FUJB, uma vez que a mudança de alíquota
e outras medidas não faziam parte do processo de recredenciamento da fundação.
No entanto, nem isso foi aprovado na ocasião, pois a pró-reitora Ângela Üller pediu
vistas do processo.
Cotas ficaram
para outra sessão
Apesar da intensa mobilização desenvolvida pelos grupos pró-cotas, o debate
sobre possível aplicação de políticas afirmativas para ingresso nos cursos de graduação da UFRJ foi adiado mais uma vez.
Policiais à paisana
pelo campus?
Representante técnico-administrativo,
Agnaldo Fernandes advertiu sobre a instalação no campus da Cidade Universitária
de um serviço de policiamento montado,
desde o dia 20 de abril. Agnaldo mostrou
preocupação com a notícia de que alguns
policiais ainda exerceriam um patrulhamento à paisana no Fundão: “Isso precisa ser debatido em algum momento. Por
que teremos policiais à paisana transitando
pelo campus? Precisamos de segurança,
sim, mas também de cuidado quando adotamos políticas que podem atacar nossa
segurança”, disse.
Reitor vai ao México
O Consuni autorizou o afastamento do
reitor Aloisio Teixeira, no período de 28
de maio a 8 de junho, para participar do
II Encontro Grupo de Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB) e Asociación
Nacional de Universidades e Instituciones
de Educación Superior (ANUIES), a ser
realizado em Guadalajara, no México.
Retomada do Canecão
Muitos conselheiros elogiaram a administração central pela retomada do
terreno do Canecão pela UFRJ, dias antes. No dia seguinte à sessão, porém, o
caso sofreu uma reviravolta (leia matéria na página 5).
18 de maio
2010
5
www.adufrj.org.br
UFRJ
UFRJ obtém a reintegração de posse do Canecão
Marcos Fernandes - CoordCOM UFRJ
Mas ainda corre o risco
de perda do terreno por
conta de outra liminar
No dia 10 de maio, por decisão em
última instância do juiz Fabio Cesar dos
Santos Oliveira, da 3ª Vara Federal, a
UFRJ obteve a reintegração de posse da
área ocupada pela casa de shows Canecão.
Na noite do mesmo dia, agentes federais
lacraram as entradas do prédio. Mas a retomada do espaço ainda corre riscos, pois
no dia 14 de maio, apenas quatro dias após
a reintegração, o juiz Luiz Paulo da Silva
Araújo Filho concedeu liminar que suspende a devolução da área à UFRJ.
Em entrevista coletiva concedida à imprensa no dia 11, o professor Aloísio Teixeira, disse que pretendia conversar com a
comunidade artística da cidade assim que
o prédio estivesse vazio, com a finalidade
de conceber um projeto de ocupação do
espaço que atendesse às necessidades e
expectativas da universidade, dos artistas
e da sociedade de forma geral. De acordo
com o reitor, a proposta seria “criar ali um
grande centro público de cultura para a
cidade do Rio de Janeiro, desenvolvendo
atividades que sejam acadêmicas. Esse é
um compromisso da universidade e é também uma imposição da lei que nos doou
o terreno. E, ao mesmo tempo, que possa
ser um espaço de shows, de espetáculos,
de montagens teatrais”.
Sobre o suporte financeiro para que
esse projeto de ocupação cultural fosse
viabilizado, Aloísio falou que a ideia seria buscar apoio do governo federal, principalmente do Ministério da Educação,
mas também do Ministério da Cultura, dos
governos estadual e municipal; além das
grandes empresas estatais situadas no Rio
de Janeiro, como a Petrobrás, Eletrobrás e
Light. Disse ainda que, como o objetivo
não seria obter lucro, certamente o valor
dos ingressos iria diminuir.
Sobre a realização dos shows já mar-
Reitor apresentou planos para o Canecão à imprensa, no dia 11
cados, o reitor chegou a afirmar que não
existia possibilidade de acordo com a empresa, que fez a ocupação de forma irregular e não pagava aluguel, e que as apresentações não iriam acontecer nesse espaço. A
única ressalva feita foi em relação ao cantor George Israel, que tinha a gravação de
um dvd marcada para a terça-feira, dia 11
de maio, e que não pôde acontecer. Aloísio
ofereceu o Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, para ser utilizado
pelo músico.
João Sérgio, presente à coletiva, estudante de Economia e integrante do DCE
Mário Prata, disse esperar que o espaço
seja dedicado, de fato, a fins acadêmicos
e que sirva para atender às necessidades
dos cursos que são carentes de um espaço
como esse, como a graduação em Direção
Teatral, por exemplo. Segundo ele, muitos
estudantes têm que pagar taxas para fazer
uso de espaços como o Teatro de Arena,
que fica no Palácio Universitário.
Reviravolta no caso
O Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF) concedeu na última
sexta-feira, 14 de maio, liminar que determinou a reabertura do Canecão, bem como
a restituição de todos os bens móveis. Luiz
Paulo da Silva Araújo Filho, juiz federal
convocado da 5ª Turma Especializada do
Tribunal Regional Federal da 2ª Região,
suspendeu decisão que restituiu o imóvel
em que funcionava a casa de espetáculos.
A decisão foi tomada após recurso apresentado pelo Canecão, e tem eficácia até
que a validade do pedido seja julgada pela
Turma.
Para o magistrado, a decisão do STF
que levou à reintegração de posse no último dia 10 de maio, “não decidiu sobre
o contrato de locação”, portanto “a recuperação da posse da parte do imóvel onde
funciona o Canecão, a partir da locação
realizada em 1978, deve ser perseguida em
outra ação”. Um programa de expressão.
Dê a sua opinião e confira no
www.adufrj.org.br
Estaremos no Centro de Tecnologia,
dia 27, quinta-feira, a partir das 13 horas
O advogado Maurício Avvad, representante da casa de shows, disse que o
Canecão fez um contrato de locação com
a universidade após entender que a proprietária do imóvel era a UFRJ, e espera que o oficial de justiça seja tão rápido
para reabrir a casa quanto foi para fechála, e que isso aconteça até segunda-feira,
dia 17 de maio.
A UFRJ, até o fechamento dessa matéria (no dia 17), ainda não havia recebido
notificação oficial sobre a liminar concedida a favor do Canecão.
Bingo também deve ser devolvido
Além do Canecão, um outro prédio
vizinho é alvo de ação judicial. O lugar,
onde já funcionou o Bingo Botafogo e uma
loja de materiais de construção, deve ser
devolvido à universidade dentro de pouco
tempo. De acordo com o reitor, a UFRJ ganhou, no Supremo Tribunal Federal, uma
segunda ação contra a já extinta Associação de Servidores Civis do Brasil, que era
locatária do imóvel.
Aloísio Teixeira disse que o “bingo” já
está vazio, e que a decisão deve ser publicada nos próximos dias. Explicou também
que nessa área funcionava a sede da associação, nos anos 50, e que, depois disso, o
imóvel foi sublocado várias vezes. Desde
então, a UFRJ briga na justiça pela reintegração de posse do terreno.
Histórico
O Decreto nº 28.884, de 1950, cedeu
para a então Universidade do Brasil uma
área total de 116.200 m2, sendo uma parte para a Associação dos Servidores Civis
do Brasil. Em 1967, a cessão foi revogada
e um decreto-lei doou oficialmente a área
situada na Rua Venceslau Brás, em Botafogo, para a UFRJ. Parte da área foi ocupada
irregularmente pelo Canecão e, desde 1971,
uma ação tramitava na Justiça. No entanto,
e apesar de várias ações judiciais, o espaço
vinha sendo ocupado ilegalmente.
Anote
Projeto de lei do Pré-sal será
discutido em palestra na UFRJ
Um dos assuntos mais discutidos dos últimos
tempos chega ao Fórum de Ciência e Cultura
da UFRJ na sexta, 21 de maio. O Novo Marco
Regulatório de Exploração e Produção do
Pré-sal e Áreas Estratégicas será discutido
durante palestra, realizada com parceria
entre o Instituto de Economia e a Petrobras.
O evento começa às 15h, no Salão Moniz
de Aragão. O palestrante é um dos diretores
financeiros da Petrobras, Marcelo Simas, e
ex-aluno do Instituto de Economia da UFRJ. O
tema já foi apresentado na USP e em outras
universidades e a ideia é dar continuidade
ao projeto em novos espaços acadêmicos. A
entrada é franca.
6
18 de maio
2010
www.adufrj.org.br
Andes-SN
Chapa 1 é eleita para a diretoria do
Andes-SN com 90,99% dos votos depositados
Najla Passos*
Raíza Rocha/Aduneb Seção Sindical
Savio Stoco/Adua Seção Sindical
Professora Marina Barbosa,
da Aduff-SSind, vai dirigir o
Sindicato na gestão 20102012
A Chapa 1 – Andes Autônoma e Democrática
foi eleita para a diretoria do Sindicato Nacional
docente com 90,99% dos votos dos eleitores que
compareceram às urnas de todo o país, nos dias 11
e 12/5. Do total de 10,836 votantes, 9.860 votaram
na chapa única; 701, em branco (6,41%); e 275,
nulos (2,54%).
A presidente eleita, Marina Barbosa Pinto, da
Associação dos Docentes da Universidade Federal
Fluminense (Aduff Seção Sindical), assume o cargo pela segunda vez. Ela também foi presidente do
Andes-SN, gestão 2004-2006.
Para o cargo de secretário-geral, foi eleito Márcio Antônio de Oliveira, da Associação dos Professores da Universidade Federal de Juiz de Fora
(Apesjf Seção Sindical), que também já foi presidente do Sindicato, biênio 1992-1994.
O cargo de 1º tesoureiro será ocupado por
Helvio Mariano, da Associação dos Docentes da
Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná
(Adunicentro Seção Sindical). Helvio é o 2º vicepresidente da Secretaria Regional Sul, encarregado de Relações Internacionais e membro do Coletivo de Comunicação da atual diretoria.
Outros 80 docentes ligados a instituições de
ensino superior de todas as regiões do país compõem o grupo que dirigirá o Sindicato Nacional no
biênio 2010-2012, época em que o Andes-SN irá
comemorar seus 30 anos de fundação.
Homologação
Duas chapas se inscreveram para disputar as
eleições, durante o 29º Congresso da categoria
docente, realizado em Belém (PA), de 26/1 a 1/2.
Entretanto, apenas a chapa Andes Autônoma e Democrática teve seu pedido de registro definitivo homologado pela Comissão Eleitoral Central (CEC),
por ter cumprido as exigências regimentais.
A Chapa 2 – Andes para os Professores apresentou apenas 67 dos 83 nomes necessários para
compor a nominata. Destes, 12 eram candidatos a
secretarias regionais diferentes da base territorial
das Seções Sindicais as quais estão vinculados.
Além disso, 16 dos termos de compromisso entregues não eram originais ou não apresentavam
documentos para comprovação da autenticidade. Sua homologação, portanto, foi rejeitada por
unanimidade.
Posse
A posse da nova diretoria está marcada para o
dia 24/6, em Fortaleza (CE), durante a abertura do
55º Conad do Andes-SN.
*Imprensa do Andes-SN
Eleições
do Andes
na UFAM
Mariana Oliveira/ Adusc Seção Sindical
Eleições
do Andes
na UESC
Eleições do
Andes na UNEB
Mapa de apuração das eleições do Andes-SN na UFRJ
Seção Eleitoral
Votantes
Praia Vermelha1
Praia Vermelha2
Praia Vermelha3
IFCS
Direito
Música
Museu Nacional
Anna Nery
HUCFF
Instituto de Ginecologia
IPPMG
IESC
CCS1
CCS2
Educação Física
Letras
Reitoria
CT1
CT2
CCMN1
CCMN2
CAp
TOTAL
2
31
24
17
6
9
23
34
30
4
18
13
26
48
9
18
21
6
6
47
392
Votos em
trânsito
1
3
1
1
1
1
8
Chapa 1
Brancos
Nulos
Total
3
33
24
18
6
8
22
34
30
4
17
13
23
44
10
15
20
6
6
45
381
1
1
1
2
2
3
1
1
12
1
1
1
1
2
1
7
3
34
25
18
6
9
23
34
34
4
18
14
26
48
10
18
21
6
6
47
400
18 de maio
2010
7
www.adufrj.org.br
Andes-SN
Andes-SN comemora vitória contra PLP-549
Comando de Mobilização do Andes-SN
Por Najla Passos*
Sindicato conclama
mais mobilização
contra projeto que
congela salário dos
servidores por dez anos
Os deputados da Comissão de Trabalho,
Administração e Serviço Público – CTASP
rejeitaram por unanimidade, no dia 12 de
maio, o Projeto de Lei Complementar
549/09, que congela o salário dos servidores públicos federais por dez anos e impede investimentos em obras como reformas
e ampliações de escolas e hospitais.
A rejeição à matéria foi proposta pelo
deputado relator, Luiz Carlos Busato (PTBRS), que já havia se comprometido com
representantes do Andes-SN e de outras categorias de servidores públicos a apresentar
parecer contrário à matéria. O PLP, entretanto, agora segue para análise de outras
comissões e, se aprovado, irá a plenário.
“Obtivemos uma importante vitória
mais ainda não vencemos a guerra. Precisamos continuar firmes com nossas mobilizações e protestos contra esse projeto
que só trará prejuízos para a parcela da sociedade brasileira que depende de serviços
públicos de qualidade”, afirma o 1º tesoureiro do Andes-SN, José Vitório Zago.
De acordo com ele, a rejeição unânime
ao projeto é resultado direto da mobilização dos trabalhadores que, organizados
Servidores levaram faixa à sala da Comissão
pela Coordenação Nacional de Entidades
Tramitação tumultuada
de Servidores Federais (CNESF) e pela
O PLP 549/09 foi proposto originalcentral sindical Conlutas, empreenderam
mente pelo governo federal, como o PLP
marchas, protestos, panfletagens e outras
001/07, vinculado ao pacote de medidas
ações para convencer o parlamento da indo Programa de Aceleração do Crescimenviabilidade do projeto.
to - PAC. No Senado Federal, foi aprovado
“Só em 2009, o governo Lula destinou
por unanimidade, às vésperas do recesso
35,57% do Orçamento Geral da União para
parlamentar de dezembro de 2009, com a
o pagamento da dívida pública, e apenas
rubrica de PLS 611/07.
4,64% para a Saúde e 2,88% para a EducaEm seguida, foi remetido à Câmara para
ção. Portanto, não são os gastos com a folha
ser analisado a toque de caixa, conforme
de pagamento dos servidores que impedem
orientação do governo Lula, com a classificao país de crescer e oferecer serviços públição de PLP 549/09. Mesmo tendo sido rejeicos de qualidade à população”, avalia ele.
tado pela Ctasp, o projeto ainda será aprecia-
do pelas comissões de Finanças e Tributação
- CFT e de Constituição, Justiça e Cidadania
– CCJC, para então seguir para o plenário.
Protagonismo dos
trabalhadores
Reunidos na Plenária da Cnesf, em 14/3,
os servidores públicos aprovaram a luta contra projeto como pauta prioritária para o movimento unificado dos servidores. A partir daí,
passaram a realizar panfletagens e visitas aos
gabinetes dos parlamentares para convencêlos da inviabilidade da aprovação do projeto.
No dia 15/4, dois mil servidores atenderam ao chamado da Cnesf e tomaram
a Esplanada dos Ministérios em protesto
contra o PLP 549/09. Na ocasião, o deputado Busato, se comprometeu a atender à
reivindicação dos servidores e se posicionar contrário à matéria.
Em entrevista ao Andes-SN, ele afirmou
que as contribuições encaminhadas ao seu gabinete pelos docentes do Sindicato Nacional
foram fundamentais para auxiliá-lo a tomar
aquela posição. “Os professores do ensino
superior me visitaram e demonstraram que a
aprovação deste projeto vai impedir a abertura
de novas universidades, cursos e será contra a
própria educação”, afirmou à época.
A CNESF agrega entidade sindicais
como o Andes-SN, Sinasefe, Fasubra,
Fenasps, Assibge-SN, Condisef, Unafisco, Asfoc Sindical, Sinasempu e a central
Conlutas, à qual o Andes-SN é filiado. *Imprensa do Andes-SN
Movimento
Por Max Costa*
Senadores “fichas sujas” assumem comissão
que “fiscalizará” obra de Belo Monte
Senadores “fichas sujas” assumiram o
controle da Subcomissão Temporária para
Acompanhamento das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no
Estado do Pará. A subcomissão foi criada
ontem, 11, pelo Senado Federal e deverá
acompanhar todas as etapas de construção
da usina, incluindo o processo de licitação,
execução das obras, inauguração e operação da hidrelétrica.
Segundo o Comitê Xingu Vivo para
Sempre, dos 10 parlamentares que compõem a subcomissão, nove respondem a
processos na Justiça Federal, sob a acusação de corrupção e crimes ambientais. Os
senadores “fichas sujas” são: Flexa Ribeiro (PSDB/PA), Mário Couto (PSDB/PA),
Delcídio Amaral (PT/MS), Romero Jucá
(PMDB/RR), Jayme Campos (DEM/MT),
César Borges (PR/BA), Valdir Raupp
(PMDB/RO), Renato Casagrande (PSB/
ES) e Kátia Abreu (DEM-TO).
Entre os membros da subcomissão, o
campeão no número de processos judiciais é
Flexa Ribeiro. Em 2004, o senador paraense
chegou a ser preso pela Polícia Federal, por
estar envolvido em irregularidades em licitações no Estado do Amapá. O parlamentar
é dono da Engeplan Engenharia, acusada,
também, de fraudar certidões negativas de
débitos da Previdência Social. Flexa Ribeiro,
ainda, está sendo investigado pela PF, por estar ligado a Operação Castelo de Areia, que
apura crimes de remessa ilegal de dólares
pela empreiteira Camargo Corrêa.
Além de Flexa, o outro parlamentar
paraense que compõe a Subcomissão
também está envolvido em denúncias de
corrupção. Mário Couto é acusado de ter
desviado recursos, em 2005, quando era
presidente da Assembleia Legislativa do
Pará. Segundo as denúncias, a empresa
J.C. Rodrigues, fabricante de farinha de tapioca, recebeu quase R$ 80 mil da ALEPA
pelo fornecimento de material elétrico.
Para o Comitê Xingu Vivo para Sempre,
a composição da subcomissão é preocupante, pois os parlamentares não têm idoneidade moral para acompanhar e garantir
a transparência de qualquer obra pública.
“Pelo histórico dos parlamentares, novamente, a história vil na relação entre público e privado vai estar se repetindo, com
conseqüências trágicas para a Amazônia e
para os cofres públicos”, afirma Marquinho
Mota, do Comitê Xingu Vivo para Sempre.
De acordo com ele, a composição da
Subcomissão mostra o descompromisso
do governo federal e do Congresso Nacional com a região amazônica. “Isto apenas
reforça nossa tese de que o projeto de Belo
Monte é viciado de irregularidades, pois
além de responder a mais de dez Ações
Civis Públicas, a hidrelétrica conta com
diversos atores envolvidos em esquemas
de corrupção”, explica Marquinho.
O Comitê Xingu Vivo para Sempre não
concorda com a criação da Subcomissão e
defende a paralisação, imediata, do projeto. “Precisamos nos mobilizar agora, para
impedir mais este ataque à Amazônia, ou
poderá ser tarde demais. Fiscalizar e mitigar qualquer impacto ambiental é uma
ilusão, diante de parlamentares como estes
que vêem nossa região apenas como objeto de lucro e local de expansão de mercados”, defende Marquinho Mota.
*do Comitê Xingu Vivo para Sempre
8
www.adufrj.org.br
18 de maio
2010
Opinião
Governos e trabalhadores europeus
pagam custo de orgia do setor financeiro
“
Marco Aurélio Weissheimer*
“
“
O primeiro ministro José
Luis Rodríguez Zapatero,
anunciou, dia 12 de maio,
no Parlamento espanhol,
a redução em 5% dos
salários dos funcionários
públicos em 2010, o
congelamento de salários
e um corte de 600 milhões
de euros em investimentos
públicos em 2010.
“
O primeiro ministro José Luis Rodríguez Zapatero, anunciou, dia 12 de
maio, no Parlamento espanhol, a redução em 5% dos salários dos funcionários públicos em 2010, o congelamento
de salários e um corte de 600 milhões
de euros em investimentos públicos em
2010. Também fazem parte do pacote
de medidas para reduzir os gastos públicos o congelamento das pensões (de
aposentadoria) e a suspensão, a partir de
2011, do chamado “cheque bebê”, que,
desde 2007, concedia 2.500 euros para
cada criança nascida na Espanha. Zapatero pediu ao povo espanhol “um grande
esforço de austeridade” para enfrentar
a crise econômica que afeta o país. As
centrais sindicais espanholas protestaram contra as medidas e anunciaram
grandes mobilizações de rua contra elas.
Zapatero foi pressionado pela União
Européia e pelos Estados Unidos a tomar essas medidas para defender a “estabilidade do euro”. No dia 12 de maio,
o presidente dos EUA, Barack Obama,
ligou para Zapatero para “conversar”
sobre as medidas. Segundo o porta-voz
da Casa Branca, Robert Gibbs, a conversa tratou “da situação da Espanha e da
importância, no contexto europeu, dos
esforços para fortalecer a economia européia e devolver a confiança aos mercados.” Gibb revelou ainda que Obama
conversou também com a chanceler alemã, Ângela Merkel e com o presidente
francês Nicolas Sarkozy para tratar do
impacto da crise na União Européia. Os
EUA, disse o porta-voz, estão preocupados com a situação das finanças públicas da Espanha, dado o peso do país
na zona do Euro.
Com esse conjunto de medidas, o
governo espanhol pretende economizar
cerca de 15 bilhões de euros até 2011.
Em 2009, o déficit público da Espanha
chegou a 11,2% do Produto Interno
Bruto (PIB) do país, após três anos seguidos de superávit (no período pré-crise). Agora, o governo espanhol assumiu
o compromisso de reduzir esse índice
para 3%, atendendo a uma exigência da
União Européia. Em janeiro, Zapatero
Os pacotes de arrocho
anunciados por Grécia e
Espanha repetem uma
história bem conhecida:
a maioria da população é
chamada a pagar por erros
cometidos por setores
privados.
já havia anunciado um plano que previa a redução de 10% na contratação de
funcionários públicos, aumento de impostos e a redução do orçamento para
2010. Com o agravamento da crise na
Grécia e em outros países da Europa, as
medidas foram consideradas insuficientes pelas autoridades da UE. O aprofundamento do arrocho fiscal deve ter um
alto custo político para Zapatero.
Greve geral na Grécia
Sindicatos e centrais e sindicais já anteciparam qual deve ser a reação diante do
plano de arrocho salarial e fiscal. O secretário geral da central sindical União Geral
dos Trabalhadores (UGT), Cándido Méndez, disse que as medidas afetarão duramente milhares de famílias e anunciou
a convocação de grandes mobilizações
de protesto nas próximas semanas. Na
mesma linha, Ignácio Férnandez Toxo,
secretário geral da central sindical Comissiones Obreras (CCOO), classificou o
plano do governo Zapatero como “injusto
e anti-econômico” e antecipou protestos
massivos nas ruas da Espanha. Já a Comissão Européia e o Banco Santander fizeram praticamente o mesmo comentário
a respeito das medidas anunciadas pelo
governo espanhol: “vão na boa direção”.
Se os sindicatos de trabalhadores espanhóis começam a cogitar a possibilidade de organizar uma greve geral, na Grécia, uma nova paralisação nacional foi
convocada, em protesto contra medidas
similares adotados pelo governo. Será a
quinta greve geral desde o início do ano.
A União dos Empregados Civis (Adedy),
central sindical dos trabalhadores do setor público, e a Confederação dos Trabalhadores (GSEE), central sindical do
setor privado, convocaram a greve geral
como resposta às medidas governamentais de cortes nas pensões. “A nossa reação é imediata, respondemos com uma
greve geral de 24 horas”, anunciou o
presidente da Adedy, Spiros Papaspíros.
A nova greve geral foi convocada para o
dia 20 de maio
Origem da crise está
no setor privado
Os pacotes de arrocho anunciados por
Grécia e Espanha repetem uma histó-
ria bem conhecida: a maioria da população é chamada a pagar por erros
cometidos por setores privados. Quem
confirma isso é Martin Wolf, editor e
principal analista econômico do Financial Times. No artigo “Governos
aumentam riscos” (Valor Econômico,
12/05/2010), Wolf destaca as conclusões de Paul De Grauwe, da Universidade Leuven, em um texto escrito para
o Centre for European Policy Studies:
“a origem da crise da dívida dos governos é a prodigalidade de amplos
segmentos do setor privado, e do setor
financeiro, em particular. Os mercados financeiros financiaram a orgia e,
agora, em pânico, estão se recusando a
financiar a faxina resultante”.
Agora os governos se empenham
em lidar com as seqüelas, escreve
Martin Wolf. “Ao insistir em afirmar
que não haverá calotes, porém, estão
protegendo o setor financeiro da sua
estupidez. Em vez disso, espera-se
que os povos dos países endividados
paguem. Será que esse trato comprovará ser aceitável, na ausência de um
retorno ao crescimento nos países afetados? Dificilmente”, conclui o analista. Para ele, a orgia do setor financeiro
também traz como conseqüência a necessidade de uma profunda reforma na
zona do euro. Mas é impossível pensar
em um retorno às moedas nacionais,
adverte, pois isso provocaria a implosão do sistema financeiro. O fato é que
a Europa ingressou numa zona de forte turbulência e, para variar, quem está
pagando a conta é o setor público e os
trabalhadores.
*jornalista da Agência Carta Maior
O artigo foi publicado originalmente na
página www.cartamaior.com.br, em 13/05.
Download

Visualizar