PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO SOBRE O
CONSUMO DE REFRIGERANTE
Maria Simone Silva Sousa13, Cícera Suyanne de Jesus Lima1, Christiane Gonçalves
Monteiro1, Lívia Fernanda Ferreira de Freitas1, Grayce Alencar Albuquerque14.
Correspondência para: [email protected]
Palavras-chave: Consumo refrigerante. Atuação do nutricionista.
1 INTRODUÇÃO
No moderno cenário ao qual o Brasil se encontra atualmente, verifica-se a
preferência por uma alimentação baseada principalmente em produtos industrializados e
“fast foods”, que quase sempre são acompanhados de refrigerantes. O exagero no
consumo desta bebida é claramente notável, e as indústrias não param de produzir,
proporcionando ao país uma das primeiras posições na classificação de maiores
produtores de refrigerantes do mundo (LIMA; AFONSO, 2008).
O refrigerante é uma bebida gaseificada, composto por água, dióxido de
carbono, açúcar, antioxidante, conservante, edulcorante e acidulante, tem um alto índice
de acidez (NASCIMENTO, 2012).
O alto valor calórico dos refrigerantes contribui para a obesidade, por conter alta
concentração de açúcares, e está relacionado ao aumento de cáries dentárias. Os aditivos
neles contidos, como os acidulantes, conservantes e corantes artificiais são substâncias
que podem causar males à saúde, como câncer, processos alérgicos, hiperatividade,
entre outros (CARVALHO, 2006). Pesquisas revelam que a maioria dos adolescentes
consome refrigerante em excesso (CARMO; TORAL; SILVA, 2006).
13
Discentes da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN)
14
Docente da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN)
Por ser uma bebida de fácil acesso, estando disponível livremente no mercado e
principalmente nas escolas e universidades, o refrigerante é consumido muitas vezes
pela falta de opção por alimentos saudáveis, por ter custo inferior e ser bastante
influenciado pela mídia. Diante disso, o presente estudo objetivou identificar o
conhecimento de estudantes de nutrição a respeito do consumo e malefícios à saúde em
decorrência do consumo de refrigerantes.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa desenvolvido no município de
Juazeiro do Norte-CE com estudantes do 4° semestre de nutrição da Faculdade de
Juazeiro do Norte (FJN). Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a entrevista
semiestruturada com perguntas desenvolvidas e gravadas com utilização de gravador,
para obter informações sobre a frequência da ingestão de refrigerantes pelos acadêmicos
e o seu conhecimento sobre a bebida. Os estudantes que aceitaram participar tiveram
garantia do anonimato e sigilo através da utilização de pseudônimos e assinaram um
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir dos resultados encontrados, notou-se que o consumo de refrigerante é
frequente entre os acadêmicos de Nutrição, 75% deles afirmaram ingerir, sendo que a
maioria referiu tomar pouco refrigerante, enquanto 25% não ingere. Demonstram que a
praticidade, o baixo custo financeiro e a mídia ainda são fortes influenciadores na
escolha pelo refrigerante. O consumo de refrigerante tem se tornado altamente
prevalente nas últimas décadas e muitos autores associam o consumo excessivo com o
aumento da prevalência de obesidade e suas complicações
(ROMBALDI;
NEUTZLING; SILVA, 2011).
Sabendo da grande variedade de ingredientes contidos no refrigerante, tem-se a
confirmação que muitos acadêmicos estão cientes sobre a grande quantidade de açúcar
disponível nessas bebidas como também a presença de outras substâncias que podem
ser nocivas.
Para que o nutricionista possa contribuir no processo de mudança do
comportamento
alimentar,
suas
competências
profissionais
devem
incluir
conhecimentos, atitudes e habilidades interdisciplinares e multisetoriais. O estudante de
nutrição já traz em sua bagagem cultural e pessoal os conhecimentos relacionados à
alimentação, mas ao longo do curso de graduação esses deverão ser aprofundados e
ampliados (MAGALHÃES; MOTTA, 2012).
De acordo com os estudantes entrevistados, o principal motivo indicado para
consumo frequente do refrigerante é a questão da falta de opção, embora o sabor do
refrigerante seja agradável para algumas pessoas, o que geralmente leva ao consumo é a
falta de alternativa. Segundo Estima (2011), o consumo de refrigerantes vem
aumentando no Brasil nos últimos anos pela influencia do sabor do produto além dos
hábitos dos pais, que se torna modelo para as jovens.
Outro estímulo para se consumir refrigerante é a forma divulgação do produto na
mídia, que consegue induzir muitas pessoas a ingerir, mesmo sabendo dos malefícios
causados quando ingerido em excesso, e muitas outras que desconhece os danos que a
bebida pode causar. Na opinião dos acadêmicos, a mídia influência sim o consumo de
refrigerante pelo fato de frequentemente propagandas passarem para as pessoas a
mensagem de que tomar refrigerante é saudável.
4 CONCLUSÕES
O presente estudo demonstrou consumo de refrigerante pelos acadêmicos de
nutrição, embora em quantidade reduzida, refletindo a influência que o curso teve sobre
a própria alimentação. A maioria dos entrevistados demonstrou conhecimento sobre os
malefícios que o consumo abusivo de refrigerante pode causar, buscando uma
sensibilização entre pessoas do convívio social. Desta forma, como futuros profissionais
de nutrição, a orientação é fundamental para tornar a alimentação das pessoas em geral
mais saudável.
Faz-se necessário que o acadêmico molde seus costumes e possa aderir a uma
alimentação mais saudável de forma que não seja apenas um orientador, mas um
praticante. O próprio controle da ingestão de refrigerantes indica aspectos positivos
quando em sua atuação como nutricionista. Sendo importante que o acadêmico encontre
condições propicias também no ambiente da faculdade, pois as opções de bebidas
naturais na cantina são restritas e com valor elevado, levando muitas vezes a compra de
refrigerante. A mudança de hábitos inicia-se dentro de cada individuo, porém o meio em
que vive tem forte influência em suas decisões.
REFERÊNCIAS
CARMO, Marina Bueno do; TORAL, Natacha; SILVA, Marina Vieira da; et al.
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rede pública deensino de Piracicaba, São Paulo. Revista brasileira de epidemiologia,
vol.9, n.1, São Paulo, 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v9n1/10.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2013.
CARVALHO, Fernando. O livro negro do açúcar: Algumas verdades sobre a indústria
da doença. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em:
<http://www.uefs.br/docentes/jmarcia/2007/O_livro_negro_do_acucar1.pdf>. Acesso
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ESTIMA, Camilla Chermont P; PHILIPPI, Sonia Tucunduva; ARAKI, Erica Lie; et al,
Consumo de bebidas e refrigerantes por adolescentes de uma escola pública, São Paulo,
2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpp/v29n1/07.pdf>. Acesso em: 22
nov. 2013.
LIMA, Ana Carla; AFONSO, Júlio Carlos. A Química do Refrigerante. Química nova
na escola, vol. 31, n. 3, ago. 2009. Disponível em:
<http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc31_3/10-PEQ-0608.pdf>. Acesso em: 26 ago.
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MAGALHÃES, P.; MOTA, D. G. A. Nutrine. Rev. Soc. Bras. Alim. Nutr, São Paulo, v.
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Acesso em: 22 nov. 2013.
NASCIMENTO, Ana Izabel R. do; FERREIRA, Elda V. da Silva; OLIVEIRA,
Fernanda K. B; et al. Estudo sobre o consumo excessivo de refrigerantes: um meio de
promover o ensino de química. In: XVI Encontro Nacional de Ensino de Química (XVI
ENEQ) e X Encontro de Educação Química da Bahia (X Eduqui), 2012, Salvador.
Anais eletrônicos... Salvador: UFBA, 2012. Disponível em:
<http://www.portalseer.ufba.br/index.php/anaiseneq2012/article/viewFile/7487/5347>.
Acesso em: 04 set. 2013.
ROMBALDI, Airton José; NEUTZLING, Marilda Borges; SILVA, Marcelo Cozzensa
da. Fatores associados ao consumo regular de refrigerante não dietético em adultos de
Pelotas, RS. 2011. Disponível
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003489102011000200017&script=sci_artte
xt>. Acesso em 21 nov. 2013.
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