Editorial
Caros
leitores
A
segunda edição da revista
Canavieiros traz reportagens importantes sobre os cenários, as perspectivas, as novas tecnologias e artigos que pretendem auxiliar o produtor
de cana em suas decisões e atividades
diárias. Foi com esse objetivo que a revista foi lançada no mês passado: o de
ser uma ferramenta de auxílio para os
plantadores associados ao sistema
Copercana/Canaoeste/Cocred, e a toda
cadeia sistêmica da cana-de-açúcar.
tra os principais fatos que aconteceram no sistema Copercana/Canaoeste/
Cocred no mês de agosto. Nas páginas
da Canaoeste, um relato das reuniões
sobre “as perspectivas do setor
sucroalcooleiro”, que contou com a
participação do deputado federal Antonio Carlos de Mendes Thame e “as
perspectivas e os desafios para o
agronegócio paulista”, cujo palestrante
foi o deputado estadual Antonio
Duarte Nogueira Júnior.
Nesta edição, a reportagem de capa
tem como tema o processo de expansão do setor sucroalcooleiro na região
noroeste de São Paulo, considerada a
última fronteira para a cana no Estado,
onde a cultura já ocupa, aproximadamente, 4 milhões de hectares. A finalidade da reportagem é mostrar os atrativos da região e a experiência de produtores que abriram mão de suas propriedades em regiões tradicionais para investir na nova fronteira.
A revista mostra também novas
tecnologias de cana-de-açúcar a disposição dos produtores, apresentando as quatro novas variedades de cana
do CTC (Centro de Tecnologia
Canavieira) que foram lançadas no mês
de agosto. As CTC6, CTC7, CTC8 e CTC
9 exigiram dez anos de estudos, pesquisas e análises experimentais.
Ainda sobre esse assunto, o presidente da UDOP (Usinas e Destilarias
do Oeste de São Paulo), Luiz Guilherme Zancaner, enfoca, em artigo, a importância da distribuição de renda, do
crescimento sustentável e as projeções
otimistas. Os desafios para o Brasil se
consolidar como o principal fornecedor de energias renováveis do mundo
são apontados pelo professor Marcos
Fava Neves, coordenador do PENSA
(Programa de Estudos dos Negócios
do Sistema Agroindustrial), ligado à
USP.
Em seis páginas a Canavieiros mos-
A matéria de destaque conta os principais fatos que aconteceram durante
o 5º Congresso Brasileiro de
Agrobusiness, promovido pela ABAG
(Associação
Brasileira
de
Agrobusiness). A matéria traz a integra
da carta aos candidatos à presidência
da república com as principais demandas do agronegócio brasileiro.
E mais, informações sobre a brocada-cana-de-açúcar mostranto seus métodos de controle, tecnologias da colheita mecanizada da cana e uma reportagem especial sobre produtores de
cana que têm um hobby muito interessante: a cachaça artesanal.
Boa leitura!
Conselho Editorial
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
03
Indice
EXPEDIENTE
Capa
CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
CORRIDA PARA O
OESTE
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Expansão do setor
sucroalcooleiro para
novas regiões do
Estado
Pg.
Oscar Bisson
EQUIPE DE JORNALISMO:
Carla Rossini – MTb 39.788
20
Cristiane Barão – MTb 31.814
Marino Guerra – MTb 39.180
DEST
A QUES
DESTA
OUTRAS
Entrevista
DESTAQUE
P g .
Marcos Fava Neves
Planejar para se
estabelecer é o conselho
do coordenador do
PENSA/USP
P g .
P g .
05
24
INFORMAÇÕES
SETORIAIS
28
LEGISLAÇÃO
P g .
30
REPERCUTIU
Luiz Guilherme
Zancaner
P g .
O presidente da UDOP
fala sobre distribuição de
renda e crescimento
sustentável
Notícias
Márcio Carvalho
FOTOS:
Carla Rossini
Marino Guerra
32
Márcio Carvalho
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
Samira Mamed
[email protected]
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
08
10
NOVAS
P g . 3 4 TECNOLOGIAS
Marino Guerra, Roberta Faria da Silva,
Samira Mamed
CULTURA
São Francisco Gráfica e Editora
AGENDA
TIRAGEM:
8.000 exemplares
P g .
Carla Rossini, Daniel Pelanda,
Letícia Pignata, Márcio Carvalho,
IMPRESSÃO:
P g .
P g .
P g .
PROJETO GRÁFICO E
DIAGRAMAÇÃO:
CULTURAS
P g .3
3 DE ROTAÇÃO
1
Canaoeste
Mais tecnologia a disposição dos
associados
Notícias
31
PRAGAS E DOENÇAS
P g .
Copercana
O presidente da Copercana recebe
diretores da DUPONT
Notícias
Igor Fernando Ardenghi
CAPA (Elaboração) :
Ponto de Vista
P g .
REVISÃO GRAMATICAL:
4
16
Cocred
Linha de financiamento para próxima
safra de amendoim
P g .
36
37
CLASSIFICADOS
P g .
38
A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred. As
matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial
desta revista é autorizada, desde que
citada a fonte.
Antes da Porteira
Cooperados investem
na produção de cachaça
artesanal
04
Pg.
26
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
Entrevista
Marcos Fava Neves
Engenheiro Agrônomo
Planejar
para se
estabelecer
Cristiane Barão
A
pesar da euforia em torno
da expansão do mercado de
açúcar e álcool para os próximos
anos, o Brasil precisa estar
atento a quatro questões caso
queira se firmar como principal
fornecedor de energia renovável
no mundo, são elas: gestão
estratégica da cadeia, investimento em infra-estrutura, inovação e a formulação de uma
política de promoção do etanol
no mundo. Essa é a opinião do
coordenador do PENSA/USP
(Programa de Agronegócios de
Pesquisadores da USP), Marcos
Fava Neves.
P e r f i l
Marcos Fava Neves é engenheiro agrônomo formado
pela Esalq, em 1991, mestre e doutor em Administração
de Empresas pela FEA (Faculdade de Economia e Administração) da USP (1999). É pós-graduado em
Agribusiness & Marketing Europeu na França (1995) e
em Planejamento de Canais (Networks) de Distribuição
na Holanda (1998/1999).
Autor/co-autor e organizador de 11 livr os, já proferiu
mais de 200 palestras no Brasil e outras 50 no exterior
sobre planejamento, marketing, estratégia e agronegócio.
É professor da FEA desde 1995, tornou-se livre docente
em Marketing e Estratégia pela USP em 2004 e é coordenador do PENSA/USP (Programa de Agronegócios de
Pesquisadores da USP).
Na entrevista a seguir, ele
defende a constituição de uma
associação vertical, formada por
todos os elos, monitorada pelo
governo e gerida pelo setor
privado para um planejamento
integrado da cadeia, fala sobre a
participação do capital estrangeiro no setor sucroalcooleiro
brasileiro e da necessidade do
Brasil promover o etanol como
combustível da paz no mercado
internacional.
Fava Neves classifica o exministro Roberto Rodrigues
como uma das poucas luzes que
brilharam nessa gestão e concorda que as coisas estão melhorando. “Mas é preciso trabalhar, e
muito”, diz.
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
05
Entrevista
CANAVIEIROS: O setor sucroalcooleiro tem hoje perspectivas de expansão nunca vistas por conta do forte
aumento da demanda interna e externa, principalmente de álcool. Nesse
contexto, quais os principais desafios
do setor?
MARCOS FAVANEVES: Esta nova
fase é de fundamental importância ao
Brasil. Eu destacaria quatro grandes desafios para nos consolidarmos como o
principal fornecedor de energia
renovável no mundo. 1) A constituição
de uma associação vertical
(“CanaBrasil”) para o setor, com participação de produtores, usinas, distribuidores e do setor de insumos, enfim,
todos os elos em que pode ser feito
um processo de gestão estratégica da
cadeia da cana-de-açúcar. É importante que as cadeias produtivas se planejem integradamente, e em conjunto
com o governo, via associações
verticais fortes e representativas. A
participação deve ser mandatória,
porém, a organização deve ser
gerida pelo setor privado e
monitorada pelo Estado. Entre suas
funções estariam a efetiva coordenação da cadeia produtiva (contratos, formas de pagamento), fórum
de discussões, um programa de
marketing e promoção da cana, adequação da cadeia agroindustrial da
cana aos padrões de qualidade exigidos pelos países desenvolvidos – inclusive na questão de sustentabilidade
– com capacitação e adoção, por parte
dos agentes, de certificados reconhecidos internacionalmente. É importante que a cadeia da cana esteja sintonizada com as exigências mundiais. 2) De-
06
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
vemos pensar também nas políticas de
promoção do etanol no mundo, divulgando a imagem do Brasil como um fornecedor mundial de agroenergia seguro e de soluções ambientais – álcool
combustível, biodiesel, créditos de carbono, tecnologias limpas etc. Pena que
nosso governo federal não aproveitou
adequadamente a oportunidade dada
pelo presidente Bush quando fez aquele
discurso em que citava o etanol. Se tivéssemos um plano, uma boa estratégia de comunicação, poderíamos nos
posicionar, imediatamente após seu discurso, como quem resolveria o problema da sociedade americana. 3)
Logística e melhoria da infra-estrutura
de escoamento da produção de álcool,
pois a maior parte do álcool produzido
no país deixa a usina em caminhões,
um meio de transporte que pode comprometer a rentabilidade de áreas no
Sempre temos
que ter em mente a
sustentabilidade
econômica de todos os
agentes. Não existe
cadeia produtiva se um
agente está sendo
esmagado.
interior do país. É necessário melhorar
os portos, destravar a regulamentação
das PPPS (Parcerias Público-Privadas),
mudar o planejamento no setor de
transportes, priorizando a integração,
retomar a transferência ao setor privado de estradas, portos e áreas portuárias, aumentar a oferta na navegação
de cabotagem, da participação das
hidrovias no transporte de álcool, e incentivar a construção de dutos pelas
refinarias para facilitar e estimular a
comercialização e produção de álcool.
4) Inovação: atividades integradas de
P&D para o setor. É fundamental que
tenhamos sempre aqui as melhores inovações, seja modificação genética ou
outras, estimulando a formação de parcerias público/privadas e parques
tecnológicos entre Embrapa, Institutos
Agronômicos, centros de excelência
nas universidades, empresas privadas,
centros de tecnologia (CTC) entre outros. A inovação guia a competitividade. Cuidar também em conseguir
patentes internacionais.
CANAVIEIROS: A relação entre
produtores de matéria-prima e indústria sempre foi difícil. Os produtores
acabam sendo o elo mais frágil da cadeia e isso não se restringe ao setor de
cana, açúcar e álcool. O que poderia
ser feito para evoluirmos nessa questão?
FAVA NEVES: Esta questão sem dúvida é conflituosa e sempre será, pois
envolve preços, renda e lucros dos
agentes. O importante é controlar os
conflitos. Na relação produtor – indústria, o governo, via a associação vertical (“CanaBrasil”), deve apenas
monitorar a fórmula de pagamento
(Consecana), discutida e acordada entre todos os agentes da cadeia produtiva, sendo atualizada a
cada safra agrícola. Em novas regiões, outras formas de parcerias
também devem aparecer, mas sempre temos que ter em mente a
sustentabilidade econômica de todos os agentes. Não existe cadeia
produtiva se um agente está sendo esmagado. Associações verticais devem incentivar o
cooperativismo, associativismo e
consórcio de produtores para aquisição de insumos, máquinas, arrendamento de terras e contratos com
agroindústrias. A idéia para os produtores é sempre usarem da melhor forma
seus ativos, para que a fazenda fique
enxuta.
CANAVIEIROS: O investimento,
em um momento de euforia no mercado, é sempre temerário. A tendência é
que, safras depois, haja maior produção e queda nos preços. Com as perspectivas positivas para o setor, investir na produção de cana-de-açúcar é um
negócio seguro?
FAVA NEVES: Veja, na situação
tecnológica atual é seguro, pois a cana
tem a sorte de fornecer produtos a mercados que hoje são firmes. Com o crescimento das economias e distribuição
Entrevista
de renda, o consumo de açúcar deve
crescer, não in natura, mas nos produtos que levam açúcar. Isto é, firme no
mundo asiático e aqui também. No álcool, também existe grande espaço de
crescimento para as exportações e no
mercado interno. No interno, um preço
por litro de R$ 1,20 no posto já remunera adequadamente a cadeia produtiva.
Veja o espaço de crescimento que existe apenas no consumo interno se os
preços estiverem neste patamar no país
todo, ou algo mais, que seja. Aqui na
nossa região o preço está neste patamar, mas vou a Porto Alegre, estive
agora em Recife, Fortaleza, e lá você vê
preços perto de R$ 2,00. É uma questão
fiscal e de logística. Então, eu considero que no mercado interno tem enorme
espaço para crescimento também. No
externo é que as possibilidades são
enormes. Vejam que os EUA já passaram o Brasil em produção de etanol,
algo como 16 bilhões de litros. Existe uma febre de investimentos para
o álcool vindo de milho, que já está
afetando os preços do milho e, futuramente afetarão os preços da
soja, para nossa sorte. O que eles
produzem hoje representa apenas
2,5% do consumo de gasolina americano. Vejam que potencial, eles realmente estão vendo que, produzir
etanol lá é uma forma de deixar os
recursos deles nas mãos do setor
produtivo americano, dos fazendeiros
americanos, ao invés de mandar para
os países de quem eles compram petróleo, onde as relações não são amistosas.
CANAVIEIROS: O senhor acha
que a expansão para o noroeste de São
Paulo irá deslocar o centro da região
maior produtora para lá? Nesse caso,
a região de Ribeirão Preto perderia
importância?
FAVA NEVES: A região de Ribeirão
pode até perder participação relativa,
mas não perderá o posto de centro
decisório do setor. A migração da cana
será para muitas regiões do Brasil como
Minas Gerais, Goiás, Paraná e até no
Pará, onde ainda existe área para expansão e o preço da terra é menor. Visitei recentemente uma usina na região
de Petrolina/Juazeiro, com cana totalmente irrigada e índices de produtividade impressionantes. Lá também no
Vale do São Francisco será área de expansão nos novos projetos da
Codevasf. Isto será importante para que
o preço do álcool caia nestas regiões e
o consumo no mercado interno cresça,
como também será importante para espalhar o desenvolvimento em regiões
do Brasil que precisam.
CANAVIEIROS: Como o senhor
avalia a entrada de capital estrangeiro
no setor sucroalcooleiro brasileiro?
FAVA NEVES: A estrutura competitiva do setor deve sofrer fortes alterações nos próximos anos, entre elas, a
entrada de novos investidores, abertura de capital em bolsas, fusões e aquisições, novos modelos de governança
Quanto mais produtores
estiverem envolvidos no
fornecimento de cana, mais
a renda será distribuída.
Daí minha visão que o
associativismo e o
cooperativismo são fundamentais nas novas áreas.
(parcerias e contratos de longo prazo
com plantadores independentes), concentração na atividade fim e
terceirização de funções. Veja, este debate sobre capital estrangeiro é outra
coisa recheada de ideologias. Primeiro:
é melhor ter o investimento que não ter
o investimento. Segundo, eu posso
provar a você que o capital estrangeiro
é melhor que o nacional em termos de
desenvolvimento, apenas perguntando onde estão sendo investidos os lucros. Podemos ter o caso de uma empresa de capital nacional que remete
todos seus lucros para atividades internacionais e vice-versa.
Acho que, em termos de efetivo desenvolvimento e distribuição de renda, o ponto que deveria ser observado
é que a expansão para novas áreas não
seja feita via integração vertical (usina
dona das terras produtoras). Acho que
quanto mais produtores estiverem envolvidos no fornecimento de cana, mais
a renda será distribuída. Daí minha visão que o associativismo e o cooperativismo são fundamentais nas novas
áreas. Uma cooperativa de fornecedores forte, pode pensar em começar a
diversificar para outras culturas em áreas não ocupadas pela cana, e termos
um modelo de desenvolvimento sustentável daquela região, com distribuição de renda e consumo.
CANAVIEIROS:Apesar da modernização do setor, do crescimento da
produção e das perspectivas positivas,
o mercado interno de álcool ainda sofre oscilações de preços na safra e
entressafra. O que pode ser feito para
amenizar isso?
FAVA NEVES: Deve-se pensar na
constituição de estoques reguladores. Os estoques reguladores
podem melhorar a imagem do setor
no Brasil e no mundo, podendo
fornecer segurança no abastecimento do mercado interno e externo. Além disso, a coordenação
adequada do setor e o que chamei
de gestão estratégica da cadeia,
feito pela organização vertical.
Todo planejamento atua de forma
preventiva. Então, se está claro que
pode haver grande crescimento dos
preços, o próprio setor deve se organizar para não maltratar o consumidor
brasileiro que ele vem conquistando, e
que é do setor.
CANAVIEIROS: O ex-ministro
Roberto Rodrigues dizia que em 2007
a crise será menor. Qual a análise do
senhor?
FAVA NEVES: Compartilho com a
opinião do agora sempre “ministro
Roberto”, uma das poucas luzes que
brilharam nesta gestão, pois para muitas culturas o cenário é bom. Para grãos
no Centro-Oeste é um problema que
exige um pensamento específico em
como resolver, mas para quase todas
as outras cadeias produtivas, as coisas estão melhorando. Mas é preciso
trabalhar, e muito.
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
07
Ponto de Vista
Melhor distribuição
de renda e crescimento
sustentável
M
uito se fala que vivemos hoje um
“boom” de crescimento no setor sucroalcooleiro, com a implantação
de várias usinas de açúcar e álcool,
principalmente no Oeste do Estado de
São Paulo e em estados como: Mato
Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais,
Mato Grosso, Paraná e outros. Mas
essa expansão requer alguns cuidados
essenciais para que seja alicerçada em
bases profundas, no que chamamos de
crescimento sustentável.
são personagens essenciais e fundamentais para os propósitos de crescimento harmônico de nosso setor.
Desenvolvimento sustentável é
justamente termos uma cadeia produtiva forte, em todos os seus segmentos.
Não adianta querer acreditar que conseguiremos dobrar a nossa produção
sem que haja um forte engajamento e
condições para que todos os elos da
cadeia sejam integrados de forma equilibrada.
Hoje essa “euforia” vivida pelo seA categoria se mostor deve ser ordenada
tra muito fortalecida,
por ações que visem
com a liderança do emmelhorar a distribuição
presário
Manoel
de renda por toda a caOrtolan, que recentedeia produtiva. Concenmente encabeçou a motrar o crescimento nas
dificação do sistema
mãos de poucos é um
Consecana, dando, asrisco, e riscos não são
sim, uma melhor eqüibem vindos nesta fase.
dade na cadeia produDevemos nos lembrar
tiva.
como exemplo a crise da
*Luiz Guilherme
soja e da pecuária, agraZancaner
Esse entendimento,
vada nestes três últimos
conseguido após muitas discussões e
anos.
exaustivos debates, demonstra o quão
O futuro próximo nos faz crer que a importante é, termos todo o setor preodemanda por álcool, no mercado inter- cupado em crescer de forma ordenada
no e externo, terá a médio e longo pra- e justa, possibilitando com isto que
zos uma perspectiva melhor até que a haja uma irrigação melhor de renda por
do açúcar, mas temos que ter cautela. A todo o segmento.
criação de mão-de-obra especializada
Bem, os desafios estão lançados e
deve ocorrer na mesma proporção do
crescimento do setor. Devemos seguir as perspectivas são muito otimistas.
o exemplo dos grandes grupos de nos- Agora é unirmos as forças no trabalho
so setor, em que o crescimento é integrado e escolhermos representanalicerçado em uma administração pro- tes para os cargos eletivos das eleições
de outubro que tenham uma afinidade
fissional e visão de longo prazo.
com nossos propósitos e que vistam
Para esse crescimento também é ne- nossa camisa: a camisa do desenvolvicessário que haja uma integração cada mento do Brasil, tendo por base um
vez maior entre as indústrias do setor e agronegócio forte; que é, e sempre foi,
os fornecedores de cana-de-açúcar, que a vocação de nosso País.
*presidente da UDOP
(Usinas e Destilarias do Oeste Paulista)
08
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
Revista Canaplanta - Julho de 2006
09
Notícias
Copercana
Presidente
da Copercana
recebe diretores
da DUPONT
Carla Rossini
N
o dia 26 de julho, o presidente da
Copercana, Antonio Eduardo
Tonielo recebeu, na sede da cooperativa em Sertãozinho, integrantes da diretoria da Dupont. A finalidade da visita
foi expor o balanço dos negócios
Copercana/Dupont, o qual apresentou
excelentes resultados no ano de 2005
e, desempenhos superiores projetados
para 2006.
Também foram apresentadas as
perspectivas para o mercado de açúcar
e álcool, aberturas de novas usinas e
mercados de fornecedores. No final da
tarde, os integrantes fizeram uma visita
à sede da Usina Virálcool.
Segundo Antonio Eduardo Tonielo,
para a Copercana, é motivo de satisfação concretizar parcerias com empresas que agregam valores aos serviços
prestados e produtos vendidos aos
cooperados. “Estamos muito satisfeitos com os resultados das parcerias que
estamos fazendo há alguns anos. Isso
permite que possamos atender melhor
os nossos cooperados”, afirmou.
Além do seu presidente, a
Copercana foi representada pelo diretor Manoel Carlos Azevedo Ortolan; o
gerente financeiro, Paulo Calixto e o
gerente comercial, Frederico José
Dalmaso. Pela Dupont, estiveram presentes os seguintes representantes: o
vice-presidente de produtos agrícolas
da América Latina, José Perdomo; o
gerente de negócios de cana-de-açúcar, Daniel Gheller; o gerente de
marketing de cana-de-açúcar, Márcio
Farah; o diretor de produtos agrícolas
do Brasil, Juan Carlos Bueno; o representante comercial, José Antonio
Marossi e o gerente de contas,
Christian Menegatti.
Visita dos integrantes da DUPONT
à Copercana.
10
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
Notícias
Copercana
Copercana
realiza
obras de melhoria
no seu barracão de insumos
Marino Guerra
Cooperativa realiza obras que resultaram na
melhoria da estrutura e aumento da capacidade de
armazenamento, com o objetivo de atender, com mais
agilidade, às necessidades do cooperado
C
om o objetivo de ampliar sua capacidade de
armazenamento, a Copercana executou obras de melhoria
em seu barracão de insumos. Com isso, a cooperativa espera
melhorar e agilizar as entregas de defensivos e fertilizantes
necessários, afim de que os cooperados possam assegurar
uma colheita produtiva.
As obras, que demoraram cerca de um mês para serem
concluídas, aumentou a capacidade de estoque em 10 vezes,
isso devido à compra de 500 port-pac (equipamento que
otimiza a área útil do barracão). Além da compra desse equipamento, ainda foram realizadas obras para a melhoria da
aparência, trocando o reboco interno e externo,
efetuando nova pintura além da instalação
de telas de proteção nas janelas
e portões.
PORTPAC:
otimização da área útil interna do barracão.
ÁREA EXTERNA DO BARRACÃO DE INSUMOS:
capaciadade de estoque 10 vezes maior
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
11
Notícias
Canaoeste
Mendes Thame
discute o futuro do setor
sucroalcooleiro com
produtores da Canaoeste
Marino Guerra
N
a manhã do dia 27 de julho, o deputado federal Antônio Carlos
Mendes Thame – PSDB-SP, proferiu
uma palestra sobre as perspectivas do
setor sucroalcooleiro para cerca de 200
fornecedores de cana, no auditório da
Canaoeste, em Sertãozinho.
Segundo o deputado, a demanda
mundial de combustíveis alternativos
ao petróleo poderá ser até 20 vezes
maior em comparação com a produção
brasileira atual de álcool. Com isso, ele
defende não só o investimento na ampliação do setor, mas também a exportação de tecnologia de plantio e produção. “Para exportarmos o álcool brasileiro precisamos de união entre as
cadeias, ação da política pública e investimento em infra-estrutura imediatamente. Não podemos deixar essa
oportunidade passar”, afirmou o deputado.
O deputado também fez um resgate
sobre as crises que o setor já enfren-
José Alberto Gimenez, Mendes Thame, Manoel Ortolan,
Nério Costa e Roberto Cestari
tou e enfatizou a união de todas as cadeias que compõem a cana (açúcar e
álcool) como fator primordial para a saída das crises. “Todos os produtores
de cana sabem das dificuldades enfrentadas durante a crise de 1998/99. Não
podemos deixar que aquele terror volte
a perturbá-los. Para isso precisamos
trabalhar unidos em prol dos mesmos
objetivos”, defendeu.
Por fim, falou sobre os grandes ob-
jetivos políticos do setor de
biocombustíveis. “O mundo está enxergando a necessidade de investimentos em energias limpas e renováveis.
As reservas de petróleo não são eternas, por isso afirmo com toda convicção que, através do álcool, conviveremos na frente da humanidade por, no
mínimo 30 anos”, declarou Thame.
Junto com o deputado Mendes
Thame, compuseram a mesa: o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan;
o prefeito municipal de Sertãozinho,
José Alberto Gimenez; o seu vice, Nério
Costa e o presidente da Coplana (Cooperativa dos Plantadores de Cana da
Zona de Guariba), Roberto Cestari.
Quem é
Antonio Carlos
Mendes Thame:
Cerca de 200 produtores participaram da reunião
12
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
Deputado Federal em seu quarto mandato
pelo PSDB-SP, foi secretário de recursos
hídricos do Estado de São Paulo e Prefeito
de Piracicaba-SP. É engenheiro agrônomo, professor licenciado da ESALQ/USP
(Escola Superior de Agronomia Luiz de
Queiroz da Universidade de São Paulo) e
advogado formado pela PUC-Campinas.
Preside a Associação dos Municípios
Canavieiros e de Agricultura Energética do
Estado de São Paulo e o Conselho da
Associação dos Municípios Citrícolas de
São Paulo.
Notícias
Canaoeste
Canaoeste discute
“as perspectivas e os desafios
para o agronegócio paulista” com
o deputado Duarte Nogueira
Carla Rossini
O encontro reuniu aproximadamente 200 fornecedores de cana
no auditório da Associação, em Sertãozinho
A
“
s perspectivas e os desafios para
o agronegócio paulista” foi o
tema abordado na reunião com o deputado estadual Antonio Duarte Nogueira Júnior (PSDB-SP), que aconteceu no
auditório da Canaoeste na tarde da sexta-feira, 11 de agosto. Ao lado do deputado, compuseram a mesa: o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel
Ortolan; o presidente da Copercana e
Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, além
do prefeito de Sertãozinho, José
Alberto Gimenez e do seu vice, Nério
Garcia da Costa.
O evento teve a coordenação do
presidente da Canaoeste, Manoel
Ortolan que, durante a sua apresentação, lembrou as medidas que estão sendo tomadas em relação às normas de
queima da palha da cana-de-açúcar e a
área de preservação permanente.
Manoel Ortolan também lembrou do
importante papel que o deputado
Duarte Nogueira desenvolveu quando
era secretário da Agricultura do Esta-
do de São Paulo. “Precisamos de pessoas experientes e competentes, que
demonstram afinidade com o nosso
setor. Temos que ter segurança em nossas propriedades porque representamos uma fatia importante para a agricultura nacional”, declarou.
afirmando que isso só foi possível porque o governo e a iniciativa privada
trabalharam juntos e uniram esforços
em torno de um objetivo comum. “A
luta pelo fortalecimento do agronegócio
deve ser diária, permanente e conjunta”.
Durante sua palestra, Nogueira falou sobre suas perspectivas para o desenvolvimento da agricultura no Estado de São Paulo e no Brasil. “São Paulo é a maior plataforma agrícola do Brasil sendo responsável por um quarto
das exportações brasileiras do setor. Tamanha importância requer ações eficazes e arrojadas para estimular a produção e oferecer soluções para o setor,
que tem uma participação marcante em
nossa economia”, defendeu o deputado.
No final do discurso, o deputado
defendeu os agricultores que, segundo ele, estão sendo prejudicados por
leis inconstitucionais e inadequadas.
“Precisamos defender os produtores
rurais porque eles representam o elo
mais importante de uma cadeia produtiva, porém são os mais prejudicados
por medidas inadequadas e
inconstitucionais”, finalizou Nogueira.
Duarte
Nogueira Jr
.
Jr.
Nogueira também lembrou que,
mesmo com o agronegócio brasileiro
em crise, São Paulo continuou crescendo e dando sua contribuição ao país,
Duarte Nogueira tem 42 anos, é casado e
tem três filhos. É engenheiro agrônomo e
deputado estadual pelo terceiro mandato.
Foi secretário estadual de Habitação de 95
a maio de 96. Foi vice-líder do governador
Mário Covas na Assembléia Legislativa e,
em março de 2001, nomeado líder do
governo Geraldo Alckmin. Foi reeleito
para o terceiro mandato de deputado
estadual em 2002 e em janeiro de 2003
assumiu, a convite do governador Alckmin,
a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Desincompatibilizou-se em março deste
ano, por força da legislação eleitoral.
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
13
Foto: Divulgação
Notícias
Canaoeste
Mais tecnologia
a disposição do
associado
Marino Guerra
Centro de Tecnologia Canavieira mostra mais uma vez os
resultados de seu amplo programa de melhoramento genético e
libera quatro novas variedades de cana-de-açúcar.
14
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
Vista aérea do Centro de Tecnologia
Canavieira em Piracicaba.
Foto: Divulgação
CTC 6 – Recomendada para
a colheita do meio para o
final da safra, em ambientes
de médio potencial de
produção. Apresenta alto
teor de sacarose, baixo teor
de fibra, florescimento
esparso e pouca
isoporização. Tem resistência
à escaldadura das folhas,
síndrome do
amarelecimento, ferrugem,
carvão e mosaico, além de
ser moderadamente
resistente à broca Diatraea.
Zaramella Boeta, lembrou que, além do
tempo, a manutenção de um programa
de melhoramento genético exige um investimento próximo a R$10 milhões
anuais.
“Trata-se de um trabalho de ponta,
decisivo para que o Brasil mantenha
seus diferenciais na produção de açúcar e álcool e sua posição como líder
em tecnologia para o mercado
sucroalcooleiro mundial”, resume
Nilson.
A Canaoeste é uma das 127 associações, junto com usinas e destilarias,
que compõem o CTC, com isso, seus
associados tem a chance de conhecer
novas tecnologias para os canaviais,
como as quatro novas variedades.
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
epois de aproximadamente dez
anos de estudos, pesquisas e análises experimentais, a diretoria e o corpo técnico do CTC (Centro de
Tecnologia Canavieira) apresentaram,
no último dia 10 de agosto, sua segunda geração de variedades de cana-deaçúcar composta pela CTC 6, CTC 7,
CTC 8 e CTC 9.
Segundo os técnicos do centro de
pesquisa, as principais características
das quatro variedades são: adaptabilidade à colheita mecanizada, elevados
teores de sacarose, resistência a doenças da cultura e alta probabilidade de
adaptação a regiões nas quais o cultivo esteja em expansão.
O diretor geral do CTC, Nilson
CTC 7 – Apresenta
maturação precoce com alto
teor de sacarose. É recomendada para colheita no
início da safra em ambientes
de alto potencial de
produção. Apresenta fibra
média, não floresce e não
isoporiza. Tem resistência à
escaldadura das folhas,
síndrome do
amarelecimento, ferrugem,
carvão, mosaico, além de
ser moderadamente
resistente à broca Diatraea.
CTC 8 – Tem ótima brotação
de soqueira, recomendada
para colheita do meio para o
final da safra, em ambientes
de alto a médio potencial de
produção. Apresenta alto
teor de fibra, florescimento
esparso e pouca
isoporização. Tem resistência
à escaldadura das folhas,
síndrome do
amarelecimento, ferrugem e
carvão, além de ser moderadamente resistente à broca
Diatraea e ao Mosaico.
Foto: Divulgação
D
CTC 9 – Apresenta maturação
precoce com alto teor de
sacarose. É recomendada
para colheita no início da
safra em ambientes de médio
a baixo potencial de produção. Apresenta teor médio de
fibra, florescimento esparso e
pouca isoporização. É resistente ao carvão, ferrugem e
síndrome do amarelecimento,
além de ser moderadamente
suscetível ao mosaico e
intermediária à escaldadura
das folhas e broca Diatraea.
Consecana
Notícias
Canaoeste
Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo
CIRCULAR Nº 06/06
DATA: 31 de julho de 2006
A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante
o mês de JULHO de 2006. O preço médio do kg de ATR para o mês de JULHO é de R$ 0,3881.
Os preços levantados pela ESALQ/
CEPEA de faturamento do açúcar e do álcool,
anidro e hidratado, destinados aos mercados
interno e externo, nos meses de MAIO a JULHO e acumulados até JULHO, são apresentados ao lado:
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (AMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI),
incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (AMEBco e AMEVHP) e do álcool anidro e
hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de MAIO a JULHO e acumulados
até JULHO, calculados com base nas informações contidas na Circular 03/05, são os seguintes:
Notícias
Cocred
Cocred abre
linha de financiamento
para a próxima safra
de amendoim
Marino Guerra
Márcio Meloni, gerente da Cocred e Augusto
Paixão, gerente da UNAME
Em parceria com a Copercana, cooperativa de crédito pretende
estimular a produção de amendoim na rotação de cultura com a cana-de-açúcar.
A
Cocred e a Copercana colocaram
a disposição de seus cooperados
o “Programa de Parceria Agrícola para
a Produção de Amendoim safra 2006/
2007”. O programa visa criar recursos
para que os cooperados tenham a oportunidade de financiar a produção da
leguminosa na rotação de cultura com
a cana-de-açúcar.
O projeto tem o objetivo de garantir o recebimento, na Unidade de Grãos
da Copercana, de 1,5 milhões de sacas
do produto, sendo 1,2 milhões do tipo
Runner e 300 mil de Tatu. Para ter acesso ao programa, o cooperado precisa
dispor de infra-estrutura de produção,
possuir bens e imóveis, tecnologia de
produção e experiência no cultivo de
amendoim.
Os produtores que aderirem ao projeto poderão contar com acompanhamento técnico desde o início da safra
com orientação referente aos melhores
insumos a serem utilizados, análise de
solo, orientação no decorrer do ciclo
da cultura quanto ao melhor momento
das aplicações de defensivos,
monitoramento periódico da lavoura,
100% do financiamento do custeio agrícola para a condução da lavoura, condições especiais para investimento em
máquinas e equipamentos agrícolas,
prioridade na escolha do lote para a
aquisição de sementes, desconto de
10% aos produtores que entregarem
mais de 80% de sua produção à Unidade de Grãos da Copercana e redução
no tempo de descarregamento.
Segundo o gerente-geral da
Cocred, Márcio Meloni, a estrutura de
secagem e armazenamento oferecida
pela Copercana aos produtores de
amendoim foram quesitos importantes
para que a cooperativa de crédito entrasse no negócio.
“O produtor que optar pelo cultivo
do amendoim na rotação de cultura de
seu canavial terá toda estrutura técnica e financeira para ter uma safra que
supere suas expectativas”, analisa
Meloni.
Comercialização: Os produtos terão seus preços referentes à qualidade
segundo o sistema vigente na
Copercana, em que o valor é fixado de
acordo com suas características físicas
e químicas.
Amendoim sendo preparado para o
armazenamento na Unidade de Grãos
da Copercana
16
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
Notícias
Cocred
Bancoob
entra para a lista
dos 40 maiores bancos do Brasil
Marino Guerra
Instituição financeira ocupa a 39ª colocação
no ranking dos 100 maiores bancos publicado pelo Valor Econômico
O
Bancoob, Banco Cooperativo do
Brasil - instituição financeira da
qual a Cocred faz parte - passou da 41ª
para a 39ª colocação no ranking dos
100 maiores bancos divulgado anualmente pelo jornal Valor Econômico, em
um suplemento denominado de Valor
1000.
A instituição financeira fechou o
ano de 2005 com um total de ativos de
R$ 2,59 bilhões, registrando um crescimento de 33% sobre 2004, ou seja, o
crescimento do seu total de ativos foi
o 15º maior entre os 50 maiores bancos
que atuam no Brasil.
O banco cooperativo tem maior
destaque no item “alavancagem”, que
é o indicador que mede, em pontos, a
agressividade da instituição pois mostra a relação entre recursos de terceiros e capital próprio, no qua é o primeiro no Brasil, com 32,88 pontos.
Outros aumentos significativos do
Bancoob que aparecem
no ranking são o de
23,8% nas operações de
crédito e 41% no número de depósitos.
Para o presidente da
Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, esses números significam que o movimento cooperativista,
principalmente na área
de crédito, vem ganhando espaço no território
nacional.
“A política de juros
altos fizeram com que
todos os setores procurassem alternativas na obtenção de crédito e a entrada para o cooperativismo de crédito foi
a saída que muitos escolheram, os números do Valor Econômico são a prova
de que essas pessoas não estavam erradas”, disse Tonielo.
O líder do ranking, o Banco do Brasil, registrou um crescimento menor do
ativo total de 27,8% em relação ao
Bancoob. Nas operações de crédito, o
líder cresceu menos 8,9%, e no número
de depósitos o seu crescimento foi
21,8% menor.
No período analisado pela pesquisa da publicação os dez maiores bancos tiveram um crescimento em suas
operações de crédito de 20%, para se
ter idéia do crescimento do cooperativismo de crédito, no mesmo quesito, a Cocred aumentou 27%. O mais
impressionante são os números do
crescimento do ativo total em que os
dez maiores bancos ficaram nos 20%
de crescimento, enquanto que a Cocred
fechou o exercício de 2005 com um aumento de 37%.
Notícias
Cocred
Demonstração
dos Resultados
do Semestre
CÓDIGO CADOC: 44.1.6.040-1
Balanço
Patrimonial
CNPJ:- 71.328.769/0001-81
Reportagem de Capa
A corrida
para o OESTE
Carla Rossini e Cristiane Barão
Gerson, Gustavo, Ademir e Carlos Eduardo:
produtores que deixaram a região tradicional
e partiram em busca de novas terras
20
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
O
aumento da demanda de álcool,
principalmente no mercado doméstico, e as boas perspectivas para
as exportações de açúcar, deram início
ao mais importante processo de expansão do setor sucroalcooleiro dos últimos tempos.
Segundo estudo encomendado
pela Câmara Setorial de Açúcar e Álcool à Dedini (Indústrias de Base) serão
necessárias 73 novas unidades de produção para atender a demanda estimada para 2010. Pelo menos 40 delas devem ser instaladas na região noroeste
paulista, considerada a última fronteira
para a cana-de-açúcar no Estado. Hoje,
nessa região, estão em atividade 62
unidades de produção.
Com um mercado voraz por açúcar
e álcool, a expansão nessa região de
São Paulo pode ser comparada à Corrida do Ouro, que ocorreu no final do
século XIX no oeste dos Estados Unidos. A Califórnia, recém-conquistada
do México, era um território com poucos atrativos, até que os fazendeiros,
que se aventuravam por aquelas terras, encontraram ouro no fundo de um
riacho. Depois disso, houve uma forte
migração para o oeste norte-americano.
O noroeste de São Paulo, até então
fortemente marcado pela pecuária, já dá
sinais de mudanças em seu perfil
agropecuário. De todo o Estado, as regiões administrativas de São José do
Rio Preto e Araçatuba foram as que
mais ampliaram suas áreas com cana.
Segundo o IEA (Instituto de Economia
Agrícola - órgão do governo do Estado), a área para a nova cultura é estimada em 587 mil hectares, 107 mil somente na região de São José do Rio
Preto, a maior expansão do Estado, e
outros 40 mil hectares na de Araçatuba.
De acordo com levantamento da
UDOP (Usinas e Destilarias do Oeste
Paulista), hoje, a cana ocupa, na região
noroeste, 1,3 milhão de hectares. A estimativa é que até 2010 essa área suba
para 2,7 milhões. A expansão deverá
ocorrer sobre pastagens degradadas
ou com baixo uso de tecnologia.
Além da implantação de novas usinas, há também outros atrativos. O preço da terra é um deles, pois o hectare
na região de Araçatuba varia de R$
8.000 a R$10 mil, enquanto na região de
Ribeirão Preto o valor médio chega a
R$16 mil. Isso de acordo com os EDRs
(Escritórios de Desenvolvimento Rural), e da secretaria de Agricultura do
Estado das duas regiões. Segundo o
diretor do EDR de Ribeirão, Carlos Gaeta
Filho, nessa região, há poucas áreas
destinadas à venda e as propriedades
são consideradas pequenas – em torno de 30 hectares.
Segundo o diretor do EDR de
Araçatuba, Marcelo Moemás, na ponta do lápis a cana é mais rentável. “Com
a cana, o produtor acaba ganhando líquido, mais do que ganhava bruto na
pecuária. A cana hoje é um negócio
tentador”. Ele ressalta que a terra já
começa a se valorizar nas áreas próximas onde se instalará as novas usinas
e que as áreas mais baratas estão nas
regiões de Presidente Venceslau e General Salgado.
Foram essas mesmas razões que
chamaram a atenção do produtor
Ademir Valochi, 48 anos, que vendeu
os 53 hectares que possuía em
Sertãozinho e partiu para Planalto (cidade próxima a São José do Rio Preto)
e Monte Aprazível.
Ademir conta que durante 30 anos
plantou cana e amendoim em terras próprias e arrendadas na região de Ribeirão Preto, mas foi depois de um convite da Usina Moreno de Monte
Aprazível que o produtor decidiu arriscar e partir para uma nova região. “Recebi o convite da usina e como estava
desanimado já que o valor de venda do
amendoim não cobria o custo de produção e, principalmente, pelo alto valor dos arrendamentos, vendi tudo em
Sertãozinho e vim para Planalto”, afirma Ademir.
Em Planalto, o produtor conseguiu
crescer. Ele e seus filhos (Gustavo e
Rodrigo) trabalham para cuidar dos 307
hectares próprios. Comprou dez novos
tratores e só pensa em ampliar suas proRevista Canavieiros - Agosto de 2006
21
Reportagem de Capa
priedades. A família Valochi cultiva
hoje, entre terras próprias e arrendadas, 556,6 hectares. “Fiz um ótimo negócio. Não me arrependo de ter deixado minha terra natal”, diz o produtor.
O valor das terras nessas novas
regiões também mudou. Ademir conta
que em 2001 pagou aproximadamente
R$ 4 mil o hectare. Hoje, o mesmo pedaço de terra em Planalto custa em torno de R$ 13 mil. “A cana valorizou as
terras dessa região. Antes era tudo pastagem, mas agora os próprios
pecuaristas estão partindo para cana”,
afirma.
Ademir, que continua sendo cooperado da Copercana e Cocred, faz
suas compras de insumos e fertilizantes em Sertãozinho, mas não quer voltar para a região para plantar porque
acredita que não tem mais para onde
crescer. “Não tem mais como expandir
na região de Sertãozinho. Quem pretende ampliar sua produção tem que
partir para novas áreas”.
O produtor ainda faz um alerta: “É
preciso analisar o negócio muito bem
para não entrar em fria. A distância entre a propriedade e a usina deve ser
analisada com muito cuidado. Porque
aqui não é como na região de
Sertãozinho que as usinas estão bem
próximas”.
Outro assunto que merece destaque para quem deseja investir em novas áreas é o preparo do solo. Segundo Ademir, os gastos são grandes já
que as pastagens que estão sendo
substituídas pela cana não recebiam
tratos culturais e preparo de solo. “Gastei muito para transformar os pastos
que comprei em plantações de cana, a
terra não estava preparada para produzir”, declara.
Mas as boas perspectivas pelas
quais atravessa o setor sucroalcooleiro
animam o produtor. “Esse momento da
cana está bom demais. Nesses trinta
anos que planto cana nunca tinha visto um momento tão promissor. Agora é
a hora de investir e crescer”, finaliza
Ademir.
Oportunidades
à vista
D
e acordo com o presidente da
Canaoeste, Manoel Ortolan, que
também preside a Orplana, (organização que representa 23 associações de
fornecedores independentes), os produtores devem aproveitar o bom momento e investir nessas novas áreas.
Segundo ele, dos 1,4 milhão de hecta-
res que devem ser ampliados na região
noroeste até 2010, pelo menos 400 mil
podem ser cultivados por pequenos e
médios produtores.
“Nós, pela Orplana, estamos realizando encontros com os produtores
para mostrar que a cana é um negócio
rentável e que investir nessas novas
regiões é um bom negócio. O momento
para crescer é agora e não podemos
deixar passar essa oportunidade”, afirma.
De acordo com ele, as associações
são o caminho mais fácil e seguro para
dar assistência aos produtores que
querem iniciar na cultura da cana, ou
então migrar para novas regiões. “As
associações oferecem suporte técnico,
informações de mercado e também orientação quanto ao processo de
comercialização”, diz.
Segundo ele, o produtor deve estar
atento a alguns pontos, como por exemplo, a distância entre a lavoura e a unidade de produção e as variedades de
cana que mais se adaptam às características do solo e clima da região. “Vinculados às associações, os produtores têm mais segurança e suporte para
iniciar na atividade”, diz.
Ortolan também destaca que a presença dos fornecedores independentes de cana está estreitamente ligada à
questão da distribuição de renda.
“Quanto maior o número de pequenos
e médios produtores no processo de
expansão de cana, maior será a distribuição de renda”, afirma. Segundo ele,
os fornecedores independentes descentralizam a compra de insumos, equipamentos e contratação de mão-deobra, privilegiando os municípios onde
moram e, dessa forma, aquecendo a
economia local e regional.
Manoel Ortlona, presidente da Canaoeste
22
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
Atualmente, os fornecedores independentes são responsáveis pela produção de 25% da matéria-prima processada pela indústria em São Paulo. No
entanto, essa participação já foi maior,
chegou a 35% na década de 80. De lá
para cá, houve um intenso processo
de concentração, com aumento da participação da cana própria das usinas.
Destaque
Aprender
a superar
os “MATA-BURROS”
do Setor
Marino Guerra
ABAG realiza o 5º Congresso Brasileiro de Agribusiness,
com a proposta de unir a todos para superar os problemas
da crise na agricultura.
O
mata-burro é uma forma que as
fazendas usam para impedir que
os animais da propriedade fujam pelas
porteiras. Paralelo a isso, nos últimos
anos, várias cadeias produtivas do
agronegócio brasileiro, principalmente
os setores agrícolas, tiveram muitos
“mata-burros” que impediram o seu
crescimento.
O real valorizado, altas taxas de juros, seca, falta de entendimento entre
campo e indústria, ferrugem, aftosa,
super produção entre outros fatores,
geraram uma das piores crises da história da agricultura nacional, parodiando o ex-ministro Roberto Rodrigues.
Com esse pensamento, apresentando o slogan “Bases Para o Futuro”,
aconteceu em São Paulo, durante os
dias 1 e 2 de agosto, o 5º Congresso
Da Esquerda para Direita, o secretário de Agricultura de SP,
Alberto Macedo; o ministro do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan; o presidente da
ABAG, Carlo Lovatelli; o governador de SP, Cláudio Lembo;
o ministro da Agricultura, Luiz Carlos Guedes Pinto; o
presidente da Comissão de Agricultura da Câmara
dos Deputados, Abelardo Lupion e o
presidente da Apex, Juan Quiroz.
Brasileiro de Agribussines da ABAG
(Associação
Brasileira
de
Agribussines). Na abertura, estiveram
presentes os ministros da agricultura,
Luis Carlos Guedes Pinto, e do desenvolvimento/indústria/comércio exterior,
Luiz Fernando Furlan, dentre outras
autoridades.
Durante os dois dias foram discutidos diversos assuntos relacionados ao
agronegócio brasileiro e, no encerramento do evento, foram apresentadas
as respostas dos candidatos à presidência Christovam Buarque, Geraldo
Alckimin e Heloísa Helena sobre as propostas da entidade sobre a criação das
bases para o futuro. Vale lembrar que o
atual presidente da república e candidato a reeleição, Luiz Inácio Lula da
Silva, não gravou um vídeo em respos-
ta às perguntas.
O presidente da Abag, Carlo
Lovatelli, em seu discurso de encerramento, declarou estar satisfeito com o
que viu nos dois dias de evento e lamentou a falta de comprometimento do
atual presidente da república por não
ter respondido as propostas da entidade.
“O que ouvimos? Do atual presidente e candidato, infelizmente nada.
Ele não gravou. Dos candidatos
Christovam Buarque, Geraldo Alckimin
e Heloísa Helena, posturas muito positivas, animadoras até! Pudemos sentir
que nossos pontos foram aceitos e
houve efetivo compromisso deles. De
quem não ouvimos, não comentamos”,
disse Carlo Lovatelli
Carta aos candidatos
à presidência da república com as principais
demandas do agronegócio brasileiro
Considerando que:
· O setor de agronegócio representa
mais de 30% do PIB, cria 37% dos empregos, é responsável por mais de 40% das
exportações e por cerca de 80% do superávit da balança comercial;
· O Brasil tem condições de liderar o
ranking das nações agrícolas exportadoras
nos próximos dez anos;
· O agronegócio brasileiro acumulou
um saldo comercial de US$ 116,3 bilhões
nos últimos quatro anos;
· O saldo comercial deve ser mantido e ampliado com o incentivo às exportações;
· Alimentos, fibras e energia são os
maiores desafios dos novos tempos;
· É preciso garantir meios para enfrentar as condições climáticas cíclicas do
setor;
24
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
· O período atual é o de maior crise
na área nos últimos anos;
· O papel do agronegócio é estratégico para o Brasil na produção de alimentos,
energias, fibras, geração de empregos e renda;
· É necessário mobilizar a competência científico-tecnológica, líder mundial do
agronegócio tropical instalada nas Instituições de Ensino, Pesquisa, Tecnologia e Inovação;
Decidimos:
· Oferecer apoio e solicitar o urgente
comprometimento oficial de todos os candidatos a presidente (e não apenas aqueles
que gravaram depoimentos para este Congresso) nos seguintes pontos considerados
prioritários por representantes das mais
diversas cadeias produtivas do agronegócio:
· Montagem Institucional, com reor-
ganização dos órgãos agrícolas;
· Distribuição mais adequada e redução da carga tributária; garantia de Crédito
de custeio e investimentos para reduzir o
endividamento Rural; dotação orçamentária do Ministério da Agricultura Compatível com o setor de Agronegócio;
· Implantação de Parceria PúblicoPrivada (PPP) e redução do Custo Brasil;
· Garantia de Segurança Fundiária e
manutenção da paz no campo;
· Sustentabilidade e Implementação
do Zoneamento Ecológico Econômico;
· Criação de uma Agência Sanitária
para evitar riscos de epidemias;
· Implantação do Seguro Rural;
São Paulo, 2 de agosto de 2006
Diretoria da ABAG e participantes do 5º
Congresso Brasileiro de Agribusiness
Antes da Porteira
Cooperados
INVESTEM NA PRODUÇÃO
DE CACHAÇA ARTESANAL
Carla Rossini
Co’a marvada pinga é que
eu me atrapaio
Eu entro na venda e já dô
meus taio
Pego no copo e dali num
saio
Ali mesmo eu bebo, ali
mesmo eu caio
Só pra carregá é queu dô
trabaio, oi lá!
Esse texto foi retirado da composição de
Ochelsis Laureano e Raul Torres.
José Natal Lucato,
produtor de cachaça
P
inga, marvada, branquinha,
birita...não importa como o
apreciador vai chamá-la. Quem
gosta de uma boa cachaça, dispensa
comentários quando o assunto é a
produção artesanal.
“Sou apreciador de uma boa
cachaça há 40 anos. Foi assim que
comecei a produzir minha própria
cachaça, tudo artesanal, tomei
gosto e hoje estou produzindo cerca
de cinco mil litros por dia”, afirma o
produtor rural e cooperado José
Natal Lucato.
26
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
O mercado interno de cachaça
começou a se consolidar em 2001 e
hoje, movimenta de R$ 7 a R$ 8
bilhões anualmente. O Brasil produz
1,3 bilhão de litros de cachaça por
ano – deste volume, 35% são bebidas de alambique. A aguardente
industrial, ou de coluna, domina o
mercado nacional com os outros
65% da produção.
A cachaça de alambique é
produzida artesanalmente e seu
processo de destilação é diferente do
aplicado à bebida industrial. Na
produção artesanal são usados
tradicionalmente alambiques de
cobre (ou alambique “cebola” como é conhecido), que favorece a
qualidade da bebida, atuando como
catalisador de importantes reações
que ocorrem durante a destilação.
Nesse quesito, o produtor Lucato
diz que está entre a “Cruz e a
Espada”. “O processo que utilizo
não é industrial, porém não é
totalmente artesanal porque utilizo
um aparelho destilador diferente do
alambique”, explica.
Antes da Porteira
O objetivo
é conquistar
o mercado
externo
J
osé Natal Lucato, produtor da região
de Pontal está com 65 anos e planta
cana-de-açúcar há pelo menos 30 anos.
Por volta de 1.980 ele comprou uma
pequena moenda fabricada pela antiga
indústria Zanini. Por apreciar a bebida,
começou a produzir cachaça por hobby,
na época conseguia 60 litros no final
do dia. Hoje, 70% da produção dos 120
hectares da família é destinado ao seu
pequeno engenho que produz aproximadamente cinco mil litros da bebida
por dia.
Na safra passada, ele e os filhos
Pedro e Sandro que trabalham diretamente na produção, empregaram 20
funcionários e fabricaram 450 mil litros
da Cachaça Lucato. Grande parte da
produção é vendida para a Copacesp
(Cooperativa dos Produtores de Cana,
Aguardente, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo) com sede em Barrinha
e que reúne 20 produtores de cachaça.
A maioria comercializa o produto a granel, mas muitos possuem marcas próprias.
de-açúcar, a família cultiva 328 hectares e entregaram 32 mil toneladas na
safra 2005/2006.
tenho intenção de investir e começar a
engarrafar a cachaça que hoje tem um
mercado muito promissor pela frente”.
Nelson e o filho Jorge, 52 anos, contam que desde quando adquiriram a fazenda, foi criada uma tradição na família que é passada de pai para filho: a
produção de cachaça artesanal. “Meu
avô nunca deixou os estoques de cachaça acabarem e ensinou isso ao meu
pai, que agora passou a responsabilidade para mim”, explica Jorge.
Segundo os produtores, a venda do
produto pode ser muito lucrativa. “Consigo obter 110 litros de pinga com uma
tonelada de cana e consigo vender
cada litro à R$ 1,15. Na usina, eles me
pagam R$ 60 pela tonelada. É só fazer
as contas e ver como o produto pode
ser lucrativo”, finaliza.
Nos tonéis de carvalho, a família
Melo consegue armazenar 120 mil litros
da bebida. “Na safra passada o estoque estava quase esgotado. Tratei de
colocar o engenho para funcionar e
consegui recuperar o volume”, diz Jorge.
Mas, alguns especialistas no assunto explicam que a verdadeira valorização da cachaça está relacionada
com o planejamento adequado das instalações. Ao fazer esse planejamento é
preciso levar em consideração os aspectos estéticos, econômicos, técnicos
e de qualidade.
O produtor afirma que vende o produto apenas para pessoas que já conhecem a tradicional cachaça da família. “As pessoas conhecem o nosso
produto e compram aqui na fazenda”,
afirma. Mas os Melo tem a pretensão
de começar a investir no produto. “Eu
“Enquanto não consigo exportar
vou continuar vendendo aqui mesmo
na fazenda. A diferença no sabor entre
a cachaça industrial e a artesanal é
muito grande, principalmente aos apreciadores de uma boa cachaça”, define
Nelson de Melo.
“Meu objetivo agora é exportar minha cachaça. Estou fazendo novos investimentos e em breve, pretendo colocar o meu produto à disposição do
mundo”, afirma Lucato.
Cooperados
conservam
engenho do
Século XIX
Q
uando o cooperado Nelson de
Melo, hoje com 85 anos, assumiu
a administração da fazenda São Jorge,
propriedade de sua família na cidade
de Pitangueiras, o engenho já estava
lá. Ele conta que até hoje tudo é mantido da mesma forma e que de lá pra cá já
se passaram mais de cem anos.
Na fazenda, já foram plantadas diversas culturas como café, milho e laranja, mas hoje se planta apenas cana-
Jorge e Nelson de Melo:
proprietários do Engenho com
mais de cem anos.
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
27
Informações setoriais
Chuvas de Julho
e Prognósticos Climáticos
A
s chuvas do mês de julho de 2006, anotadas em vários postos meteorológicos na região de abrangência da CANAOESTE,
são apresentadas no quadro abaixo.
As chuvas de julho,
com exceção da
Usina MB, “ficaram” abaixo das
médias históricas em
todos os locais
observados e, até
mesmo, aquém das
previsões. Retrato
climático este,
semelhante ao que
vem ocorrendo
desde meados de
abril.
Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 17 a 19 de julho de 2006.
Engº
AGRÔNOMO
OSWALDO
ALONSO
Consultor
AgronômicoCANAOESTE
O mapa 1, mostra que o índice de Água Disponível no Solo, no período de 16
a 19 de julho (que não foi muito diferente na semana anterior ou posterior), encontrava-se como nível crítico em praticamente toda área canavieira do Estado de São
Paulo. Isso permite um alto aproveitamento do tempo disponível para a colheita e
processamento de matéria-prima (cana) mais rica. Em tais condições climáticas e
com baixíssima umidade no solo, as operações de colheita em nada ou pouco
estão adensando o solo, permitindo dispensar as operações mecânicas de cultivos, principalmente escarificações do solo. Entretanto, na região de abrangência
28
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
Informações setoriais
da CANAOESTE, as últimas chuvas que foram anotadas até meados de abril e
muito poucas em maio, junho e julho, causam preocupação aos produtores em
áreas plantadas após meados de abril e quanto às brotações das soqueiras recémcolhidas, que já apresentam ataques de elasmo.
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de julho de 2005.
Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de julho de 2006.
Comparando-se os mapas 2 e 3, observa-se que, ao final de julho de 2005
(mapa 2), o índice de Água Disponível no Solo já se encontrava crítico em larga
faixa central do Estado e nas regiões de Barretos e Franca; enquanto que este
mesmo índice mostrava-se de médio a bom nas regiões em torno de Araçatuba,
Assis, Ourinhos, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. Porém, ao final de julho
deste ano (mapa 3), é possível afirmar que, em todas as regiões canavieiras do
Estado de São Paulo, a disponibilidade de água no solo era muito baixa para
crítica, deixando claro que o retrato climático é totalmente diferente dos dois anos
anteriores, pois, desde o final deste abril, na somatória destes meses de 2006, os
índices de Água Disponível no Solo estão se mostrando muito aquém da média
histórica em quase todo Estado de São Paulo.
C
om o fim de subsidiar em planejamentos de atividades futuras, o Departamento Técnico da
CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre o
Instituto Nacional de MeteorologiaINMET e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE, para os meses de agosto, setembro e outubro
de 2006, como se seguem:
- As temperaturas à Superfície-TSM do Oceano Pacífico Equatorial encontram-se próximos da
neutralidade, não se notando mais
condições à manifestações do fenômeno “La Nina”, como também e
ainda, para o início do “El Nino”;
- Mesmo que de média/baixa
confiabilidade, os prognósticos de
consenso INPE-INMET apontam
que:
- Na Região Centro-Sul, prevê-se que as temperaturas serão
próximas às médias históricas, com
grande variação ao longo deste período. Exceto os Estados de Goiás e
Mato Grosso, que ainda não está
descartada, durante o mês de agosto, ou mesmo, até meados de setembro, a possibilidade de “entradas”
de massas polares (frias);
- As chuvas poderão “ficar”
próximas às precipitações históricas
nos Estados das Regiões Centro
Oeste e Sudeste, mas semelhantes
ou ligeiramente abaixo das respectivas médias históricas nos estados
da Região Sul.
Com a finalidade de exemplificar, tomando-se a região de
abrangência da CANAOESTE e
normas anotadas pelo Centro Apta
IAC - Ribeirão Preto, as chuvas poderão vir a ser de 20mm em agosto.
Mas infelizmente só a partir do dia
18 (Somar Meteorologia e
Agritempo - Unicamp e Embrapa),
55mm em setembro e 125mm em outubro.
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
29
Legislação
DITR
Declaração do Imposto
sobre a Propriedade
Territorial Rural
A
través da Instrução Normativa
SRF nº 659/2006, a Secretária da
Receita Federal disciplina o prazo, a
forma e o procedimento para entrega
da DITR (Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural) do exercício
2006, bem como fixa o prazo para entrega do ADA (Ato Declaratório
Ambiental) perante o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis), requisitos obrigatórios para manter devidamente regularizada a propriedade rural.
Está obrigada a entregar a DITR
(Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural) toda pessoa física e/
ou jurídica que, em relação ao imóvel a
ser declarado seja, na data da efetiva
entrega, proprietária ou possuidora,
condômina, expropriada a partir de 1º
janeiro de 2006, inventariante,
compossuidora, etc., independente de
estar imune ou isenta do ITR (Imposto
Territorial Rural). No caso de morte
do proprietário do imóvel, como já dito,
a declaração deverá ser feita pelo
inventariante, enquanto não terminada a partilha ou, se ainda não foi nomeado inventariante, está obrigado o cônjuge, o companheiro ou o sucessor do
imóvel a qualquer título.
Informamos que toda pessoa física ou jurídica, na referida DITR, está
obrigada a apurar o ITR (Imposto
Territorial Rural), desde que não seja
imune ou isenta, sendo certo que a
DITR corresponde a cada imóvel rural
e é composta dos seguintes documentos: DIAC – Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR,
mediante o qual as informações
cadastrais correspondentes a cada imóvel rural e a seu titular (obrigatório para
todos os proprietários rurais) devem ser
prestadas à Secretaria da Receita Federal; DIAT - Documento de Informação e Apuração do ITR, no qual as informações necessárias ao cálculo do
ITR e apurado o valor do imposto correspondente a cada imóvel (que se torna dispensável em caso de o imóvel
30
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
ser imune ou isento do ITR) também
devem ser prestadas à Secretaria da
Receita Federal.
O valor do imposto é apurado aplicando-se uma alíquota (variável de
0,02% a 4,50%) sobre o Valor da Terra
Nua Tributável (VTNt), considerando
a área total do imóvel e o seu grau de
utilização (GU), ressalvando que esse
valor nunca poderá ser inferior a
R$10,00.
Demais disso, a propriedade rural,
localizada no Estado de São Paulo, que
possuir área de até 30 hectares, estará
imune do ITR desde que o seu proprietário a explore sozinho ou com sua família, e não possua outro imóvel urbano ou rural. Por seu turno, estão isentos de ITR: os imóveis rurais compreendidos em programa oficial de reforma agrária oficial, bem como o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total não exceda os
30 hectares e desde que o proprietário
o explore sozinho ou com sua família
(admitindo ajuda eventual de terceiros)
e não possua imóvel urbano.
O prazo para a apresentação da
DITR de 2006 será de 7 de agosto a 29
de setembro de 2006, podendo ser feita de três formas, conforme o seu tamanho e localização: pela Internet no endereço www.receita.fazenda.gov.br; por
disquete a ser entregue nas agências
do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal; ou em formulário próprio
a ser entregue nas agências da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(ECT). Se o imóvel estiver localizado
no Estado de São Paulo e tiver área
superior a 200 hectares, a declaração
deverá ser feita pela internet ou por
disquete.
Se a declaração for apresentada
após o prazo, o proprietário terá de pagar multa de 1% do valor do imposto
ao mês. Nos casos de imóvel rural imune ou isento do ITR, a multa será de
R$50,00.
O pagamento do imposto (ITR)
apurado poderá ser realizado em até 4
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
(quatro) quotas, mensais e sucessivas,
desde que: nenhuma quota possua
valor inferior a R$50,00; o imposto de
valor inferior a R$100,00 será pago de
uma só vez; a primeira cota deverá ser
paga até 29 de setembro de 2006; as
demais quotas serão pagas até o último dia útil de cada mês, acrescidas de
juros com base na taxa Selic, calculada
a partir de outubro de 2006 até o mês
anterior ao do pagamento e, ainda, de
1% no mês do pagamento.
Por fim, o contribuinte deve ainda
protocolizar o ADA (Ato Declaratório
Ambiental) perante o IBAMA com prazo até o dia 31 de março de 2007, com a
informação de áreas não-tributáveis,
ou, caso as áreas não-tributáveis tenham sido alteradas em relação ao ADA
protocolizado anteriormente, inclusive
no caso de alienação de área parcial.
Isto porque, as áreas consideradas
como sendo de preservação permanente (mata ciliar) e de Reserva Florestal
Legal (20% da propriedade averbada
na matrícula do imóvel com vegetação
nativa) são isentas da tributação do
ITR (Imposto Territorial Rural), desde
que devidamente informadas no formulário ADA (Ato Declaratório Ambiental)
que podem ser adquiridos diretamente
em algum posto de atendimento do
IBAMA local, onde deverá, inclusive,
ser protocolizado.
Portanto, para efeito de obtenção
do benefício da isenção tributária do
ITR (Imposto Territorial Rural) em áreas de preservação permanente e de reserva florestal legal, basta, ao proprietário rural, preencher ao formulário do
ADA (Ato Declaratório Ambiental) e
enviar ao IBAMA, informando referidas áreas de uso restrito.
Ainda é importante enaltecer que,
visando um maior controle administrativo das propriedades rurais, o IBAMA
começou a cruzar suas informações
com a Receita Federal e o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, responsáveis pelo controle e recolhimento anual do ITR.
Repercutiu
Queima de
palha de
cana-deaçúcar
Suspensão
das
autorizações
C
omo é de conhecimento dos fornecedores de cana-de-açúcar, O
DEPRN (Departamento Estadual de
Proteção de Recursos Naturais) suspendeu as autorizações para uso do
fogo como método despalhador da
cana-de-açúcar em todo Estado de
São Paulo, nos dias 26, 27 e 28 de Julho de 2006, sob o fundamento de que
a umidade relativa do ar estava muito
baixa, o que poderia ocasionar risco à
saúde pública, com base no artigo 7º,
da Lei nº 11.241/2002.
Tal suspensão foi revogada às
16:00 horas do dia 28 de Julho, em
virtude do aumento da umidade relativa do ar decorrente da vinda de uma
frente fria no Estado de São Paulo.
Porém, nada impede que o DEPRN
possa suspender mais vezes a autorização de queima quando as condições climáticas ou a qualidade do ar
estiverem desfavoráveis e, se isso
ocorrer, cumpre informar que não se
pode efetuar a queima em hipótese
alguma - até mesmo porque os órgãos
ambientais estarão procedendo intensiva fiscalização nestes períodos -,
sob pena de sofrerem as sanções cabíveis, tais como multas vultosas, além
de responder judicialmente em ações
cíveis e criminais.
É preciso informar que o setor
canavieiro está em conversação com
os órgãos públicos estaduais, no
sentido de pré-estabelecer critérios
técnicos que justifiquem qualquer
suspensão das autorizações de queima controlada, razão pela qual é de
extrema importância que os fornecedores se informem com antecedência
junto os técnicos/agrônomos da
CANAOESTE sobre as condições futuras de clima, para evitar transtornos em seu planejamento de queima.
Matéria escrita
em 1º de Agosto de 2006.
“Não existe tristeza,
sofrimento, dor, que deva
ou que possa ser transmitidos para os outros. A
dor tem de ser tratada
como a gente trata a
alegria, mostrando para
aqueles que estão à sua
frente que não existe dor
e que dela
você pode
fazer flor”.
Do ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Roberto Rodrigues em
declaração publicada no
Valor Econômico do dia 28 de
julho de 2006.
“Esse tema é muito polêmico
porque a lei vale para todo o país,
não respeitando as especificidades
de cada região. Um produtor de
São Paulo ou Paraná não tem a
mesma facilidade de cumprir essa
lei que um agricultor do Pará ou
Mato Grosso”.
Do governador do Estado de São Paulo Cláudio Lembo , durante
discurso de abertura do 5º Congresso Brasileiro de Agribusiness, sobre a
obrigatoriedade de toda propriedade rural ter 20% de área de reserva
legal.
“O decreto do governador Cláudio
Lembo que dispõe sobre a reserva
legal dos imóveis rurais representa
um retrocesso na política de estímulo ao setor produtivo paulista e que
irá trazer prejuízos ao produtor e ao
desempenho do agronegócio de
São Paulo”.
Do presidente da Orplana e Canaoeste, Manoel Carlos de
Azevedo Ortolan em reunião com fornecedores de cana-deaçúcar no auditório da Associação em Sertãozinho
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
31
Pragas e Doenças
Produção de Vespinhas em laboratório
Fase de Pupa
Vespa parasitando a Broca
Broca-da-cana-de-açúcar:
Uma praga que ataca
durante todo o ciclo da cultura
Carla Rossini
A
cana-de-açúcar é atacada por cerca de 80 pragas, porém pequeno
número causa prejuízos à cultura. Dependendo da espécie e do nível
populacional, as pragas podem provocar importantes prejuízos à cana-deaçúcar, com reduções significativas nas
produtividades agrícola e industrial.
Nesse contexto, uma das principais
pragas que atacam a cultura é a brocada-cana (Diatraea saccharalis), um
inseto que penetra no interior da planta e cava galerias internas, causando
grandes prejuízos aos produtores.
Essa praga pode causar danos diretos e indiretos. Segundo a bióloga
Maria Aparecida Vicente Cano, que há
30 anos desenvolve trabalhos para
combater a praga, classifica-se como
danos diretos: a perda de peso, morte
da gema apical (coração morto), encurtamento dos gomos, enraizamento aéreo, germinação lateral e quebra da
cana. Os danos indiretos são causados pela penetração de microorganismos responsáveis pela inversão da
sacarose, escurecimento dos açucares
e infecção nas dornas de fermentação.
“Isso pode prejudicar tanto a produção de açúcar quanto de álcool”, explica a bióloga.
Para se ter uma idéia, essas perdas
são estimadas em 8 quilos de peso,
0,353 quilos de açúcar e 0,28 litros de
32
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
álcool por tonelada de cana, para cada
ponto percentual de intensidade de
infestação. “Se considerarmos que um
hectare esteja com 1% de infestação,
podemos dizer que ele deixará de produzir 60 litros de álcool”, exemplifica
Maria Aparecida.
Segundo o engenheiro agrônomo
Mauro Sampaio Benedine, houve um
aumento considerável de broca-dacana no Paraná, Minas Gerais e Mato
Grosso. “As novas áreas, estão propícias para infestação da broca”, afirma
Mauro.
Se a propriedade possui 1% de
infestação numa área que produz 85ton/
ha, deixarão de ser produzidos 680 quilos de cana, 30 quilos de açúcar e 23,8
litros de álcool/ha.
Método
O ataque
O maior controle existente para a
broca-da-cana é o controle biológico.
Uma conhecida e eficiente forma de
controle é a introdução da vespinha
Cotesia flavipes. Ela surgiu no Brasil,
na década de 70 e desde então, a sua
liberação passou a ser o melhor método de controle da broca.
O ataque dessa praga ocorre durante todo o ciclo da cana-de-açúcar,
sendo menor quando a planta é jovem
e não apresenta entrenós formados.
“Os danos aumentam ou diminuem em
função da época do ano. Em áreas plantadas nos primeiros meses do ano a
ocorrência de lagartas é mais freqüente no início da primavera (setembro/outubro)”, diz Maria Aparecida.
Em certas variedades e regiões, o
ataque é quase constante ao longo do
ano, com ligeira queda no inverno e
aumento nos períodos quentes e úmidos. Por essas diversas variáveis, somente por meio de levantamentos específicos, se consegue conhecer o nível da praga, a partir do qual se podem
estimar os danos ou preconizar medidas de controle.
de controle
biológico
Maria Aparecida explica que uma
vez liberada no canavial, a vespinha
procura pela broca nos colmos e a parasita. “Ela põe seus ovinhos na broca,
as larvas que nascerem irão se alimentar da broca até estarem bem desenvolvidas. Depois saem de dentro da lagarta, perfurando-a e matando-a, em seguida, se transformam em casulos
(pupas) que, juntos, formam uma massa branca. Da massa saem novas
vespinhas, que irão parasitar outras lagartas”, afirma.
Culturas de Rotação
Mais uma alternativa
para a rotação de cultura
Foto: Divulgação Monsanto
Marino Guerra
Mesmo com o preço da soja em baixa, a utilização de variedades transgênicas na rotação de
cultura poderá virar um grande negócio através do programa de biodiesel
A
liberação do plantio da soja
transgênica, mais conhecida como
RR (Roundup Ready) e que tolera
herbicidas à base de glifosato, abriu,
na safra 2005/2006, mais uma alternativa de plantio aos produtores de canade-açúcar que praticam a rotação de
cultura na reforma de suas lavouras.
O engenheiro agrônomo, Júnio Gomes, da Aralco, localizada no município de Santo Antônio do Aracanguá,
descreve os resultados obtidos com o
plantio da variedade geneticamente
modificada.
“A vantagem da soja é quebrar o
ciclo de algumas plantas daninhas que
competem com a cana, preparar o solo
para a safra e otimizar todo o maquinário
que fica parado na entressafra. O objetivo é gerar uma economia de custos e
isso a soja transgênica pode trazer”,
explica Júnio.
Outra usina que já utilizou a soja
RR como rotação de cultura foi a Zanin,
que fica no município de Araraquara, e
que, segundo seu diretor agrícola, Narciso Zanin, cumpriu bem o seu papel
dentro de uma lavoura canavieira.
“Pela lei, as usinas devem cultivar
boa parte de sua área em cana crua, com
corte mecanizado, sem queimadas. A
soja tolerante ao glifosato facilita o
emprego do Plantio Direto”, disse Narciso.
O pesquisador, Marcelo Montezuma, da Monsanto, empresa que desenvolveu a tecnologia RR, lembra do
imenso mercado que a soja cultivada
em áreas destinadas a rotação de cultura com a cana-de-açúcar poderá entrar a partir do momento em que o Programa Nacional do Biodiesel começar
a todo vapor.
sidade do nitrogênio, pois ela não consegue fixá-lo do ar, como as
leguminosas. Se plantar sorgo ou milho, eles vão concorrer pelo nitrogênio, deixando uma terra fraca nessa
substância”, explica Antônio Garcia.
“A soja Roundup Ready agrega valor à produção de cana-de-açúcar, pois
propicia um maior volume de nutrientes para o primeiro ano de implantação
da lavoura de cana, possibilita uma
menor pressão por pragas e plantas
daninhas e com menor custo. Além disso, é uma fonte de renda alternativa
com benefícios a toda sociedade”, analisa Montezuma.
Variedades indicadas para a região
da Canaoeste: Em entrevista à redação
da Revista Canavieiros, o pesquisador
da Embrapa Soja, Antônio Eduardo
Pípolo, indicou os cultivares de soja
transgênicas desenvolvidas pelo centro de pesquisa que mais poderia se
adaptar em áreas de rotação nas áreas
de abrangência da Canaoeste.
A importância das leguminosas:
Para a escolha da cultura que será utilizada na prática de rotação é sempre importante observar a questão do preço,
ou seja, o valor no mercado e o custo
de produção. Outro aspecto importante é a questão agronômica, como explica o pesquisador da Embrapa Soja, Antônio Garcia.
“A vantagem que existe do ponto
de vista agronômico, é que depois de
uma cultura como a soja ou o amendoim, ou seja, depois de uma leguminosa
e não de uma gramínea, como sorgo e
milho, a matéria seca que fica no campo é rica em nitrogênio, o que vai beneficiar a cana do ano seguinte, pois o
fato da cana-de-açúcar ser uma
gramínea cria a
neces-
“A BRS 243 – RR é uma soja que
pode ser indicada para o plantio em rotação com o canavial, o seu ciclo é de
125 a 130 dias, lembrando que, nessa
região, esse ciclo é muito interessante,
pois o cuidado necessário é em relação
a sua exigência para solos férteis. Existem também duas opções bem atrativas que são: BRS 244 - RR e a BRS 246
– RR, mas seu ciclo de 130 a 150 dias
seria o único problema, pois no caso
da rotação de cultura, uma soja mais
precoce é mais interessante devido à
necessidade do produtor aproveitar as
épocas das águas para realizar o plantio do novo canavial. Outro material
que é interessante é a BRS 255 – RR,
pois ela é bastante precoce e com características que se encaixariam muito
bem para essa função”, apresenta o
pesquisador.
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
33
Novas Tecnologias
Colheita
Mecanizada:
O cooperado
Eduardo Soares
de Oliveira, que
tem 100% de
sua cana colhida
mecanicamente
Um
futuro inevitável
Marino Guerra
Com a pressão do governo através da implantação de leis trabalhistas e
ambientais cada vez mais rígidas, o corte manual da cana crua vê os seus dias contatos.
A
implantação da NR-31, que é um
conjunto de leis trabalhistas que
vem tornando cada vez mais caro e difícil manter um grupo grande de trabalhadores na lavoura, e a lei ambiental,
que prevê o fim da queimada da palha
da cana no Estado de São Paulo para o
ano de 2.031, obrigam os profissionais
ligados a cultura canavieira a observar,
com mais atenção, às alternativas que
o mercado oferece para a redução de
custos e aumento da qualidade da matéria-prima colhida mecanicamente.
Segundo o produtor de cana,
Eduardo Soares de Oliveira, que entrega toda a sua produção utilizando o
corte mecanizado, para se investir em
maquinários é necessário uma quantidade expressiva de cana a ser colhida.
“O investimento em maquinário é
necessário a uma colheita de 50 mil toneladas de cana, senão o produtor começa a ter prejuízos com a tecnologia”,
diz Eduardo.
O produtor ainda enfatizou os motivos que o fez investir nos equipamentos que compõe a colheita mecanizada
da cana (colhedora, trator, transbordo,
caminhão de incêndio, caminhão oficina, comboio e as carretas de transporte da matéria-prima para a usina).
“Um dos fatores foi o problema
ambiental, outro foi a longevidade que
esse tipo de corte dá no momento em
que se usa a esteira nas colhedoras, e,
por fim, a necessidade de se trabalhar
com uma equipe enxuta em decorrência das novas leis trabalhistas que estão em vigência. Estes foram os fatores
preponderantes que me levaram a partir para a mecanização”, explica Eduardo.
Como um usuário do sistema de
34
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
colheita mecanizada, o produtor rural
também tem uma visão do que pode
ser melhorado em termos de
tecnologia.
“Eu acho que a principal evolução
será o corte de base que vai copiando
o solo, evitando, dessa forma, o arranque da soqueira da cana ou, às vezes,
deixando o toco muito alto. Com essa
tecnologia, ela vai cortar praticamente
acompanhando o solo, vai deixar a uma
altura só, aproveitando o máximo possível da cana e do açúcar que está mais
embaixo. Quanto mais próximo do solo
você puder cortar sem ofender a
soqueira, melhor para a sua produtividade em relação à quantidade de açúcar”, completa.
Sobre o problema da soqueira da
cana, o pesquisador do IAC (Instituto
Agronômico de Campinas), Roberto da
Cunha Melo, desenvolveu um novo
sistema de corte que, só com a troca do
disco, a redução na destruição da
soqueira pode chegar até em 20%.
“O corte da base da cana é um dos
principais problemas da colheita mecanizada, pois ele danifica bastante a
soqueira que prejudica a rebrota. Ao
ver esse problema nós desenvolvemos
um produto que utilizará facas
serrilhadas, então nós alteramos o corte, que antigamente era por impacto,
como o processo do podão, e agora
será por deslizamento, através da
serrinha que deslizará sobre a cana”,
explica Roberto.
Segundo o pesquisador, o sistema
consiste na utilização de lâminas
serrilhadas acopladas em um disco de
forma inclinada, nas máquinas
colhedoras automotrizes, usadas nas
lavouras de cana. A moldagem das lâminas foi desenvolvida no Centro de
Engenharia e Automação do IAC, em
Jundiaí, e os testes de campo foram realizados na Usina Santa Elisa, localizada em Sertãozinho.
Mercado de
Colhedoras:
O
mercado possui hoje quatro fabricantes de colhedoras de
cana-de-açúcar (Case IH, John
Deere, Motocana e Santal), que evoluem a cada ano com novos modelos, sempre com os principais objetivos: a baixa compactação do solo e
a preservação da soqueira na hora
do corte da base do canavial.
A colhedora Santal Tandem,
lançada em 2004, traz um dispositivo
de corte de base flutuante automático (sistema mecânico eletro-hidráulico que permite que o disco de corte
copie as ondulações do terreno) e
um disco que possibilita a troca rápida das facas de corte.
Nesse ano, a John Deere colocou no mercado a colhedora 3510,
que possui um corte de base com
maior pressão de atuação através de
um controle automático, buscando
assim a maior preservação das
soqueiras.
Em relação a compactação do
solo, os modelos fabricados pela
John Deere e Case IH possuem a
opção da utilização de esteira como
alternativa aos pneus na redução da
agressão da máquina ao solo. Já a
Santal desenvolveu uma tecnologia
em que o eixo de sua colhedora possui tração nas quatro rodas traseiras
e pneus de alta flutuação o que, segundo a empresa, reúne em um único equipamento as vantagens das
esteiras e dos pneus.
Novas Tecnologias
Foto: Roberto da Cunha Melo / IAC
Foto: Roberto da Cunha Melo / IAC
Rebrotamento
após o corte com o
DISCO SERRILHADO
Foto: Roberto da Cunha Melo / IAC
após o corte com o
DISCO DE IMPACTO
Foto: Roberto da Cunha Melo / IAC
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
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Biblioteca
Cultura
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de
esclarecer
, de maneira didática,
esclarecer,
algumas dúvidas a respeito do
português
“DIA-A-DIA”, Pedro aumenta seu prestígio profissional na empresa.
...mas não em relação ao Português!!!
Prezado amigo leitor, há grande confusão entre as expressões
DIA-A-DIA e DIA A DIA.
Veja:
DIA-A-DIA (com hífen) : significa cotidiano, rotina diária...
Ex.: O dia-a-dia daquela empresa é intenso em todos os departamentos.(=rotina)
DIA A DIA (sem hífen): significa dia após dia, diariamente, com o correr dos
dias...
Ex.: Dia a dia, Pedro aumenta seu prestígio profissional na empresa.(=dia após
dia)
Ao “CHEGAR NUMA” festa de aniversário devemos cumprimentar e presentear
o aniversariante...
Segundo o “Guia da Boa Etiqueta e Educação” , devemos presentear, também,
não só no aniversário, bem como no Natal...
E a Gramática?
Devemos aprender corretamente a Língua Portuguesa!!!
O VERBO CHEGAR, como outros que indicam movimento,
exigem a preposição A.
Exemplos de verbos de movimento: ir, vir, levar, descer, voltar...
Os substantivos correspondentes também exigem a preposição ‘A’: ida a, vinda
a, chamada a...
O correto é: AO CHEGAR À festa de aniversário...
Outro exemplo correto: Chegando ao sítio, encontrou a família reunida.
OBS.: CHEGAR EM, só é usado em relação a TEMPO.
Ex.: Pedro chegará em 7 dias.(=tempo)
A simpática moça da meteorologia do Jornal da
Televisão disse:
— Na região sul, há “NUVENS NO CÉU”.
Nuvens no céu...onde mais poderiam pairar
as nuvens???!!!
O mesmo vale para: A LUA aparece bem
clara NO CÉU.
Prezados amigos leitores, precisamos ter
mais atenção com o Português...
Errata:
Na coluna Cultivando a Língua Portuguesa da Edição
de julho de 2006, a frase “Prezado amigo leitor,
mesmo preferindo fazenda à palestra há redundância
foi nítida na frase” está incorreta.
O certo é:
“Prezado amigo leitor, mesmo preferindo fazenda à
palestra, a redundância foi nítida na frase”.
36
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
RENATA CARONE SBORGIA
Advogada
e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP,
Especialista em Língua
Portuguesa, MBA em Direito e
Gestão Educacional,
Escreveu a Gramática
Português Sem Segredos
(Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia
“GENERAL ÁLVARO
T AVARES CARMO”
N
os últimos anos, a ABAG (Ass ociação Brasileira de Agrobusiness) levantou diversas bandeiras
de grande importância para o complexo agro-industrial brasileiro. Uma delas foi colocar a disposição do público
um livro da História do Brasil, mas do
ponto de vista do agronegócio. Isso
porque era necessário dar ao cidadão
brasileiro uma visão panorâmica dos
primeiros quinhentos anos do país, durante os quais, de maneira indubitável,
a contribuição da agropecuária foi preponderante, como continua e continuará a ser. Dentro desse contexto, uma
das sugestões de leitura para a segunda edição da Revista CANAVIEIROS é
a obra de Rogério Furtado:
“Agrobusiness
Brasileir o – A
História”, que
objetiva aproximar o cidadão
um pouco mais
daquilo que se
passa na agropecuária.
A segunda
sugestão dessa edição é a
obra “Guia de
Identificação
de Pragas
Agrícolas”
dos autores:
Roberto Antonio Zucchi;
Sinval Silveira Neto; Octavio Nakano.
A primeira etapa para a solução de
qualquer problema entomológico na
agricultura está diretamente relacionada à identificação da praga. Uma vez
conhecido o nome científico do inseto, é possível obter toda informação
bibliográfica sobre o mesmo.
Com a finalidade de auxiliar os
entomologistas da área agrícola (engenheiros agrônomos, biólogos, técnicos
agrícolas, produtores rurais, etc), na
identificação de pragas, elaborou-se
esse guia.
Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros,
podem procurar a Biblioteca da Canaoeste
em Sertãozinho – Rua Augusto Zanini, nº
1461 ou pelo telefone (16) 3946 3300 Ramal 2016.
Agende-se
Setembro ,
Outubro e Novembro
de 2006
Setembro
19 a 22 – 14ª Fenasucro (Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira) – Sertãozinho/SP
Informações: Múltiplus Eventos (16) 3623 8936
Site: www.fenasucro.com.br
19 a 22 – IV Agrocana (Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar) – Sertãozinho/SP
Informações: Múltiplus Eventos (16) 3623 8936
Site: www.fenasucro.com.br
Outubro
25 a 27 – Fatia (Feira de Fornecedores e Atualização Tecnológica da Indústria de Alimentação) – Goiânia/GO
Informações: Múltiplus Eventos (16) 3623 8936
Site: www.ffatia.com.br
Novembro
13 a 15 – Enerbio/2006 (Feira Internacional de Agroenergia e Biocombustíveis) – São Paulo/SP
Informações: BrasilAgro (11) 4154-2366
Site: www.enerbio.com.br
Vendo Implementos Agrícola
Trator Massey Fergunson 650 Ano 95
Trator Massey Fergunson 265 Ano 90
Canhão CONDOR-JACTO 600 com
controle remoto ano 96
Plantadeira SEMEATO 5 linhas Ano 87
Arado 3 bacias reversível SANTA ISABEL Ano 86
Carroceria de Caminhão SANTA ROSA
semi-nova com 8m de comprimento X
1,80 de altura Ano 2000
Guincho de cana Massey Fergunson
65R Ano 1980
Grade aradora de controle remoto
TATU 20 discos Ano 2000
Grade niveladora de arrasto TATU 24
discos Ano 90
1- Grade niveladora TATU 32 discos
Ano 90
1- Cultivador de soja 5 linhas MUNARI
Ano 90
1- Roçadeira marca KAMAC
Entrar em contato à noite
Fabiano/Maria Lucia
(16) 3952-1587 res
Adauto (16) 9172-7411 cel
ou [email protected]
38
nheiro, cozinha com fogão a gás e a
lenha, varanda nas laterais e à frente
do imóvel”, criação de gado (pequena
quantidade); fartura em água de
córrego e em cisterna .
Contato com Mateus pelos telefones (16) 3945-0148/8123-1506
VENDO
- Carregadeira de cana CBT 8440 simples motor MWM, ano 87, em bom estado, R$ 18.000,00 e Carregadeira MF
290 traçada, ano 95, motocana, com
torque, R$ 49.000,00.
- Pacotão de Tratores
Dois Ford 4630/4 ano 95 e 97 + MF 275
simples ano 88, ambos com rodagem
fina, único dono, nota fiscal de origem,
R$ 86.000,00
- Tratores Massey Ferguson
MF 275 traçado, ano 2001 com 2000
horas, R$ 53.000,00.
MF 292 ano 2001, com lamina e concha, todo revisado, R$ 58.000,00.
Vendo Caminhões
04 caminhões Mercedes Benz modelo 2635, ano 97/97, traçados, no chassi, todos em bom estado de conservação. Preço: R$ 145.000,00 cada. Em caso
de interesse, falar com Wilson através
do telefone 17.9739.2000.
- Tratores Valmet/Valtra
Valmet 885 simples ano 98, R$ 36.000,00.
Valmet 985 traçado ano 95, R$ 50.000,00
Valtra BH 180 ano 2002, novo, R$
90.000,00.
Valmet 85iD com lamina, ano 78 com
direção hidraulica, R$ 16.000,00.
Valmet 78 ano 90, R$ 28.000,00.
Vendo Sítio São Gabriel
No município de Jacuí- MG (entre
São Sebastião do Paraíso e Guaxupé)
Ótima localização; 2,5 alqueires;
“casa com 04 quartos, sala, copa, ba-
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. José Paulo Prado, pelo
telefone:(019) 35415318 ou
97584054 ou pelo e-mail:
[email protected].
Revista Canavieiros - Agosto de 2006
VENDO
- Fazenda de café tipo exportação
Fazenda de 250 ha com 490.000 pés de
café, estruturada para exportação, diversas máquinas, alojamentos, exportadora de café para a Europa com vários prêmios internacionais, fazenda nota
10, localizada no Estado de Minas Gerais, R$ 5.500.000,00.
- 900 alq. com Laranja
900 alq. de laranja no Estado de São
Paulo, Packhouse completo para exportação, 842.926 plantas, produção de
2.000.000 caixas em 2006, direto com os
proprietários, consulte preço!
- 135 alq. no Triângulo Mineiro
próximo a Usina
135 alqueirão em Sacramento próximo
a Usina Delta, R$ 40.000,00/alq.
- 777 ha toda com cerrado
no Maranhão
Fazenda toda fechada, documentação
completa, sem benfeitorias, solo vermelho amarelo, diretamente com o proprietário, ótima oportunidade, R$
500.000,00.
- 88 alq. completíssima para
gado leiteiro
88 alq. com capacidade de 10.000 litros/
dia, asfalto até a fazenda, 25 casas de
empregado, 8 açudes, pastagem de primeira qualidade, 15.000 pés de café,
ótima para cana, R$ 50.000,00/alq.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. José Paulo Prado, pelo
telefone:(019) 35415318 ou
97584054 ou pelo e-mail:
[email protected].
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