CSN
LADO A LADO
COM O BRASIL
NO CAMINHO DO
DESENVOLVIMENTO
A CSN, Companhia Siderurgica Nacional, é hoje uma das Empresas mais
integradas e rentáveis do setor e figura em posição de destaque entre
complexos siderúrgicos de todo o mundo, apoiando os seus negócios em cinco
pilares: Siderurgia, Mineração, Cimento, Energia e Logística.
Está pronta para oferecer a seus clientes um diversificado portfólio de aços e
minério de ferro de alto grau de pureza. Administra terminais portuários e detém
participações em ferrovias e em ativos de geração que garantem uma estratégica
auto-suficiência em energia elétrica.
Possui cinco linhas de galvanização no Brasil, conta com três subsidiárias no
exterior e é a única produtora brasileira de folhas de flandres, matéria-prima
para embalagens metálicas, e Galavalume®, aço revevestido de zinco e alumínio
que conjuga brilho e durabilidade e tem emprego crescente na construção civil.
Produz, também, aço pré-pintado, item cada vez mais usado no setor
habitacional e em eletrodomésticos.
A CSN está solidamente posicionada nos mercados de maior potencial de
crescimento do Páis e trabalha, sempre, para ajudar o Brasil a trilhar o caminho
do desenvolivmento.
PANORAMA NACIONAL
DOMESTIC OUTLOOK
PRODUÇÃO CAIU E
VENDAS INTERNAS
CRESCERAM 0,7%
Contrariando cenário de queda da
produção, consumo doméstico
manteve mesmo nível de 2011
PRODUCTION
DOWN AND
DOMESTIC
SALES UP 0.7%
Against a scenario of falling
production, domestic
consumption remained
the same level of 2011
D
esde que assumiu um papel de protagonista no processo econômico mundial, o Brasil já enfrentou os efeitos da
primeira crise da chamada economia
globalizada, deflagrada no final de 2008, e
agora sente os impactos de seu recrudescimento. A indústria siderúrgica nacional, um
dos termômetros do processo produtivo,
vem sofrendo com mais esta onda recessiva.
A exemplo do que também acontece com
outros setores produtivos, os números mais
recentes do setor são negativos: dos oito produtos siderúrgicos, seis deles acumularam
quedas quando consideramos 2012 com o
ano anterior. As maiores quedas, verificadas
na produção de Placas, Semiacabados e
Lingotes, Blocos e Tarugos (10,4%, 10,3% e
16
D
Brazil had just taken a prominent role
in the global economic process, when it
had to face the effects of the first crisis
of the so called globalized economy
that started by the end of 2008. Now it is
suffering from the impacts of the crisis’
resurgence. The Brazilian steel making
sector, one of the meters of the production
process, is being affected by this new wave of
recession. Similarly to what has been
happening in other areas of production, the
latest figures from the steel industry are
negative: out of a total of eight steel products,
six accumulated falls comparing 2012 with
the previous year. The largest falls were
observed in the production of Plates, Semifinished products and Ingots, Blocks and
Panorama do AÇO - 2013
PRODUÇÃO SIDERURUGICA BRASILEIRA 2012 (unid.: 103t)
BRAZILIAN STEELWORKS PRODUCTION (unit.: 103t)
Produtos PRODUCTS
AÇO BRUTO CRUDE STEEL
JAN/DEZ
12/11 OUT.
NOV.
DEZEMBRO
12/11
ÚLTIMOS
2012*2011%
2012 20122012*2011%12 MESES
34.681,9035.220,10 -1,5 3.154,10 2.843,802.604,40 2.674,30 -2,6 34.681,90
LAMINADOS LAMINATES 26.238,6025.239,90 4 2.277,70 2.177,601.941,50 1.877,20 3,4 26.238,60
PLANOS FLAT STEEL 15.444,0014.264,90 8,3 1.344,10 1.326,901.271,40 1.121,60 13,4 15.444,00
LONGOS LONG STEEL 10.794,6010.975,00 -1,6 933,6
850,7
670,1
755,6 -11,3 10.794,60
SEMI-ACABADOS P/VENDAS
SEMI-FINISHED STEEL FOR SALE 7.210,40 8.037,80-10,3
619,7
595,1
599,4
696,1 -13,9
7.210,40
PLACAS STEEL PLATES 6.043,30 6.745,20-10,4
512,5
473,6
492,2
565
6.043,30
-12,9
LINGOTES, BLOCOS E TARUGOS
STEEL INGOTS, BLOCKS AND BILLETS 1.167,10 1.292,60-9,7 107,2
121,5 107,2
131,1 -18,2
1.167,10
FERRO-GUSA (Usinas Integradas)
PIG-IRON
27.045,4027.466,80 -1,5 2.442,00 2.180,202.304,30 2.254,90 2,2 27.045,40
* Dados Preliminares / Preliminary data. Fonte / Source: Aço Brasil
9,7%, respectivamente) foram superiores aos
segmentos que obtiveram crescimento; o de
aços planos (8,3%) e laminados (4,0%). No
mesmo período, a produção de aço bruto
caiu 1,5%.
A leitura dos dados alinhavados pelo
Instituto Aço Brasil indica, no entanto, uma
ligeira recuperação nos três últimos meses
do ano passado. De acordo com os números,
todos os produtos sofreram redução em
setembro de 2012 quando confrontados com
o mês anterior (agosto). À época, o freio na
produção também foi observado com relação
ao mesmo mês de 2011, mas as quedas
foram bem mais acentuadas: Lingotes,
Blocos e Tarugos; semiacabados para vendas
e Placas amargaram, até o terceiro trimestre
do ano, percentuais negativos de 42,6%;
32,4% e 30,6%, respectivamente.
Contrariando o cenário de queda de produção, as vendas de aço no mercado interno,
em 2012, praticamente mantiveram o mesmo
nível de comercialização do ano anterior,
chegando inclusive a registrar um pequeno
crescimento de 0,7%. Foram 21.588,1
milhões de toneladas vendidas contra
21.431,1 Mt em 2011. O destaque, considerando o mesmo período, ficou com o segmento de Placas (22,8%) e o único produto a
registrar queda foi Blocos e Tarugos (13,5%). Já o volume de vendas internas em
dezembro de 2012 ( 1.542,7 Mt) foi 1,1%
inferior ao verificado em igual mês de 2011.
STEEL Panorama - 2013
Billets (10.4%, 10.3%, and 9.7%, respectively),
and were higher than the segments that
presented growth; such as flat steel (8.3%)
and laminates (4.0%). In the same time
frame, the production of raw steel fell 1.5%.
The analysis of data gathered by the Aço
Brasil Institute (based on preliminary
information) indicates, however, a slight
recovery in the last three months of last year.
According to the figures, by then
preliminary, the making of all products
declined in September 2012 compared to the
previous month (August 2012). By then, the
production decrease was also observed over
the same month last year. And the biggest
falls negatively affected ingots, blooms and
billets; semi-finished products for sales and
plates that showed, until the year's third
quarter, negative percentages (-42.6%;
-32.4% and -30.6%, respectively).
In contrast to the scenario of decreasing
production, sales of steel in the domestic
market in 2012 remained practically at the
same level recorded in the previous year and at some point, even had a small increase
of 0.7%. There were 21,588.1 million tons
sold against 21,431.1 Mt in 2011. The
highlight, considering the same period, was
the segment of Plates (+ 22.8%) and the
only product to record fall was Blocks and
Billets (- 13.5%). The volume of domestic
sales in December 2012 (1,542.7 Mt) was
1.1% lower than seen in December 2011.
17
PANORAMA NACIONAL DOMESTIC OUTLOOK
Exportações tiveram queda acentuada, mas importações declinaram
de forma significativa a partir de julho
Exports fell sharply, but imports declined significantly starting in July
Balança comercial
Uma notícia boa e outra ruim marcaram a
balança comercial do setor siderúrgico
durante o ano passado. Começamos pela
segunda. Por conta dos fatores externos, as
exportações do parque siderúrgico nacional
diminuíram 18,4%. Foram 930,9 (10³t) em
2011 contra 759 (10³t) em 2012. A notícia
boa ilustra bem a guerra comercial ora em
curso no mundo. A partir de julho do ano
passado, as importações declinaram de forma
significativa. No último mês de dezembro,
261 (10³t) de aço entraram no país contra
356 (10³t) registradas pelo Ministério da
Indústria e Comércio no mesmo mês de
2011. Ainda assim, o fator China ainda é
uma pedra no caminho do setor. Dados da
Associação Latino Americana de Aço
(Alacero) indicam que a América Latina
recebeu 2,7 milhões de toneladas de produtos manufaturados de aço da China entre
janeiro e novembro do ano passado, das
quais 491,7, 18% do total, desembarcaram
aqui no Brasil.
O presidente da Associação do Aço do
Rio Grande do Sul (AARS) também enxerga
na conjuntura externa boa parte dos problemas enfrentados pela economia brasileira.
José Martins assinala que a evolução do
Produto Interno Bruto dos países da zona do
euro, que em 2011 crescera em média 2,5%,
evoluiu tímido 0,5% no ano passado. A
região, segundo ele, é grande importadora de
Trade balance
Good and bad news marked the trade
balance in the realm of the steel industry
during the past year. Let us start with the
latter. On account of foreign factors, exports
derived from the Brazilian steel industry
decreased 18.4%: 930.9 (10³t) in 2011
against 759 (10³t) in 2012. The good news,
in turn, illustrates the trade war now
underway in the world. As of July last year,
imports declines significantly. In December
2012, 261 (10³t) of steel entered the country
against 356 (10³t) recorded by the Ministry
of Industry and Trade in December 2011.
Still, the China factor never ceased to be a
thorn in the side of the industry. Data from
the Latin American Steel Association
(Alacero) indicate that Latin America
received 2.7 million tons of manufactured
steel products from China between January
and November last year – out of which,
491.700 tons, approximately 18% of the
total, landed here in Brazil.
The president of the Rio Grande do Sul
Steel Association (AARS) also sees the global
economic scenario many of the problems
faced by the Brazilian economy. José Martins
points out that the evolution of gross domestic
product in the euro zone countries, which in
2011 had grown on average 2.5%, rose a
modest 0.5% last year. The region, he said, is
a major importer of goods in the world and it
affects the performance of countries like
VENDAS NO MERCADO EXTERNO - USINAS (unid.: 103t)
FOREIGN MARKET SALES - PLANTS (unit.: 103t)
Produtos PRODUCTS
LAMINADOS LAMINATES PLANOS FLAT STEEL LONGOS LONG STEEL SEMI-ACABADOS SEMI-FINISHED
PLACAS PLATES BLOCOS E TARUGOS BLOCKS AND BILLETS JAN/DEZ
12/11
DEZEMBRO
12/11
2012 2011 % 2012 2011%
2.932,5 3.281,8(10,6) 368,1
289,7 27,1
1.985,6 2.097,4(5,3) 268,1 173,254,8
946,9 1.184,4(20,1) 100,0
116,5 (14,2)
6.335,2
6.823,7
( 7,2)
609,6
637,2
(4,3)
5.752,8
6.165,6
( 6,7)
518,8
578,7
(10,4)
582,4
658,1(11,5)
90,8
58,5 55,2
TOTAL
9.267,7
10.105,5
( 8,3)
977,7
926,9
5,5
VALOR (106 US$ FOB) 6.102,6
7.616,4
(19,9)
575,9
677,2
(15,0)
Fonte / Source: Aço Brasil
18
Panorama do AÇO - 2013
VENDAS NO MERCADO INTERNO (unid.: 103t)
DOMESTIC MARKET SALES (unit.: 103t)
Produtos PRODUCTS
LAMINADOS LAMINATES PLANOS FLAT STEEL LONGOS LONG STEEL SEMI-ACABADOS SEMI-FINISHED
JAN/DEZ
12/11
DEZEMBRO
12/11
2012 2011 % 2012 2011%
21.064,1
20.910,2
0,7
1.508,7
1.525,0
11.318,911.268,9 0,4 854,9
( 1,1)
804,6 6,3
9.745,2
9.641,3
1,1
653,8
720,4
( 9,2)
524,0
520,9
0,6
34,0
34,1
( 0,3)
PLACAS PLATES 249,0
202,822,8
19,8
13,3 48,9
BLOCOS E TARUGOS BLOCKS AND BILLETS 275,0
318,1(13,5)
14,2
20,8 (31,7)
TOTAL
21.588,1
21.431,1
0,7
1.542,7
1.559,1
( 1,1)
Fonte / Source: Aço Brasil
produtos no mundo e isso afeta a performance de países como o Brasil, que é um dos
maiores exportadores de commodities. “As
altas taxas de desemprego, que só na Espanha
alcançam 25% da população, reduzem o
poder aquisitivo da população, diminuem o
consumo e completam o quadro”, sublinha o
presidente com base nos dados da Federação
das Indústrias do estado de São Paulo.
A Goldman Sachs é outra instituição que
se debruça sobre os fundamentos econômicos e projeta cenários futuros em todas as
regiões do planeta. De acordo com seu analista de recursos naturais para a América
Latina, Marcelo Aguiar, a crise mundial vai
adiar os investimentos das multinacionais
brasileiras do setor de siderurgia e metalurgia. No caso da Vale, a expectativa era de
que a empresa anunciasse, em dezembro
último, uma redução dos recursos previstos
anteriormente para 2013, de US$ 18 bilhões
para US$ 14 bilhões.
Investimentos no setor
Mas, nem só de retrocesso viverá o setor
siderúrgico no futuro próximo. Marcelo
Aguiar prevê para a Gerdau, por exemplo,
investimentos continuados no segmento de
aços longos, sem expectativas de corte de
recursos no segmento de aços especiais. Ele
explica o porquê. “A capacidade de produção da companhia está no limite na Europa e
a empresa ainda está entrando com esse produto no mercado indiano”, alertou ele. Já
para a Companhia Siderúrgica Nacional, o
analista da Goldman Sachs não vê novos
investimentos no horizonte. Isso, no entanto,
não pode ser creditado na conta da recessão.
“O business da CSN lá fora não é prioridade
da Companhia”, acrescentou.
STEEL Panorama - 2013
Brazil, which is one of the largest exporters
of commodities. “The high unemployment
rates that, in Spain, for instance, reach 25%
of the population, reduce the purchasing
power of the people, and thus consumption,
completing the scenario,” points out Martins
based on data disclosed by the São Paulo
State Industry Federation.
Goldman Sachs is an institution that
focuses on the economic rationale to create
future scenarios regarding all regions of
the planet. According to its analyst for
natural resources in Latin America, Marcelo
Aguiar, the world crisis will postpone the
investments of Brazilian multinationals in
the sector of steel works and metallurgy. In
the case of Vale, the expectation was that
the company would announce last December
a cut in the previously planned resources
for the year of 2013, from US$ 18 billion to
US$ 14 billion.
Investments in the sector
But the steel industry is much more than
slowdown talks regarding the near future.
Marcelo Aguiar expects that Gerdau, for
instance, will invest solidly in long steel
products, with no plans for cutting resources
in the specialty steel sector. He explains why.
“The company's production capacity is at its
peak in Europe and Gerdau is also entering
the Indian market with this product,” he said.
For CSN (National Steel Company), in turn,
Goldman Sachs' analyst does not see new
investments close on the horizon. This,
however, cannot be blamed solely on
recession. “CSN's business overseas is not a
priority for the company,” he added.
Another industry giant, Usiminas posted
losses higher than expected in the third
19
PANORAMA NACIONAL DOMESTIC OUTLOOK
Principais empresas do setor siderúrgico confiam no futuro, contam com
cenário de negócios melhor em 2013 e não deixam de investir
Major steel producing companies trust in the future, rely on a
better business scenario in 2013, and do not cease to invest
Outra gigante do setor, a Usiminas registrou um prejuízo acima do esperado no terceiro trimestre do ano passado. É que os
preços no mercado interno tiveram um
aumento médio de 3% na distribuição,
aquém da alta de 5% a 7% integralmente
aplicada em julho. Os executivos da empresa, no entanto, estão otimistas quanto ao
futuro. O vice-presidente comercial da companhia, Sérgio Leite, considera prematuro
fazer qualquer projeção sobre preços, mas
espera um cenário de negócios melhor para
o Brasil em 2013. Além disso, segundo ele,
a empresa, ao longo de 2012, encerrou um
ciclo de investimentos em siderurgia. “Isso
nos deixa em uma situação privilegiada, no
sentido de termos mais competitividade com
um mix de negócios de maior valor agregado”, explicou.
E o otimismo na Companhia não para por
aí. O confiante vice-presidente de finanças e
relações com os investidores, Ronaldo
Seckelmann, estima que a redução de custos
da empresa vai começar a aparecer junto a
um portfólio de produtos de maior valor
agregado. “Vamos começar a sentir a tendência de melhora nos nossos resultados”, reforçou o executivo durante recente teleconferência. Seckelmann adiantou ainda, no final
do ano passado, que a Usiminas investirá um
valor um pouco abaixo de R$ 2 bilhões em
2013. Nos primeiros nove meses de 2012, no
entanto, a empresa investiu R$ 1,288 bilhão,
valor 30% inferior ao investido em igual
intervalo de 2011.
quarter of last year. The reason is that the
prices in the domestic market increased 3%
on average for distribution, less than the 5%
to 7% increase applied fully in July. The
company's executives, however, are optimistic
about the future. The commercial vice
president of Usiminas, Sergio Leite, finds it
premature to make any projections related to
pricing, but expects a better business scenario
for Brazil in 2013. In addition, he said, the
company ended a cycle of investments in
steel throughout 2012. “This puts us in a
privileged position, in the sense of a more
competitive business mix with higher added
value,” he explained.
And the optimism in the company does
not stop there. The confident vice president
of finance and investor relations Ronaldo
Seckelmann estimates that the company's
cost savings will start to appear with a
portfolio of products with higher added
value. “We will begin to feel the trend of
improvement in our results,” highlighted
the executive during a recent teleconference.
Seckelmann also said at the end of last
year that Usiminas will invest an amount
slightly under R$ 2 billion in 2013. In the
first nine months of 2012, however, the
company invested R $ 1,288 billion, 30%
less than the amount invested in the same
period in 2011.
But, after all, what does 2013 hold for us?
The horizon is still full of clouds and last
year wasn't different. After all, the players in
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS (unid.: 103t)
BRAZILIAN IMPORTS (unit.: 103t)
Produtos PRODUCTS
SEMI-ACABADOS SEMI-FINISHED
JAN/DEZ
12/11
DEZEMBRO
12/11
2012 2011 % 2012 2011%
0,6
1,4(57,1)
PLANOS FLAT STEEL 2.026,4 2.270,1(10,7) 122,1
239,5 (49,0)
LONGOS LONG STEEL 1.236,1
TRANSFORMADOS MANUFACTUREDS 32,0
24,7 29,6
985,125,5 103,7
65,3 58,8
488,2
503,4
( 3,0)
34,7
49,5
TOTAL
3.782,7
3.783,3
( 0,0)
261,1
355,7
(29,9)
(26,6)
VALOR (106 US$ FOB) 4.523,0
4.565,0
( 0,9)
285,9
426,1
(32,9)
Fonte / Source: MDIC/SECEX
20
Panorama do AÇO - 2013
Não existe distância
entre você e nosso aço.
Para você receber aço de qualidade onde estiver, a
Comercial Gerdau possui mais de 80 filiais em todo o
país e uma na Bolívia. Somos a maior distribuidora de
produtos de aço do Brasil e podemos planejar a entrega
de seu pedido em cargas fracionadas. O setor da
construção civil também conta com o apoio de 24 centros
de corte e dobra de vergalhão e, para o setor de aços
planos, as unidades de corte de aços especiais e perfis
estruturais estão prontas para você ganhar agilidade.
Conheça a Comercial Gerdau e as facilidades
que oferecemos para seu projeto.
Vergalhão
Gerdau GG 50
GG 50
Cortado e Dobrado
Produtos POP
Pregos
Barras e Perfis
Perfis Estruturais
Aços Especiais
Aços Planos
Produtos
Agropecuários
Arames para Solda
www.comercialgerdau.com.br
PANORAMA NACIONAL DOMESTIC OUTLOOK
A confiança da iniciativa privada e a competitividade de suas empresas
dependem de investimentos continuados em infraestrutura
The confidence of the private sector and the competitiveness of their companies
depend on continued investments in infrastructure
Mas, afinal, o que nos reserva 2013? O
horizonte ainda está tomado por nuvens e o
ano que passou não foi muito diferente.
Afinal de contas, os players do setor passaram a maior parte do tempo convivendo com
fortes contradições: por um lado, o acúmulo
de indicadores negativos e, por outro, um
potencial de empreendimentos desenhados
no horizonte. A construção civil, grande consumidora de aço, é um bom exemplo. De
acordo com o CEO da ArcelorMittal para a
América do Sul, Augusto Espechit de
Almeida, além do produto in natura, tem
crescido a oferta de soluções estruturais para
as construtoras. Trata-se, segundo ele, de
armaduras prontas, já finalizadas e armadas
para aplicações na forma em conformidade
com o projeto de obras.
Outra luz a brilhar no fim do túnel está
relacionada com o peso da produção agrícola
no PIB nacional e as vendas de máquinas
agrícolas necessárias à produção e a seu
escoamento. Até outubro do ano passado, o
volume de vendas no atacado – da montadora
para a rede de distribuição – alcançara a
marca de 57,8 mil unidades. Um crescimento
da ordem de 2,5% na comparação com igual
período de 2011. De acordo com um dos
vice-presidentes da Anfavea, Milton Rego, o
mercado vem respondendo muito bem à
redução das taxas de juros do Finame PSI, os
produtores estão capitalizados e as principais
culturas têm apresentado números positivos.
“A situação é boa e deve continuar assim”,
disse ele.
Muito embora as exportações tenham
fechado o ano em baixa, -13% até outubro de
2012, a indústria, grande consumidora de
aço, tem tudo para deslanchar em 2013. Até
porque nem toda notícia que vem da China é
ruim. As importações chinesas de soja, por
exemplo, vão crescer, de acordo com
Conselho Internacional de Grãos (IGC, na
sigla em inglês), 6,8% e alcançar a marca
recorde de 61 milhões toneladas na temporada 2012/2013. Desta forma, mais de 81% da
demanda doméstica do gigante asiático serão
22
the industry have spent most of the time
living with strong contradictions: on the one
hand, the accumulation of negative indicators
and, on the other hand, potential for
enterprises that appear on the horizon. The
construction industry, a major consumer of
steel, is a good example. According to the
CEO of ArcelorMittal for South America,
Augusto Espechit de Almeida, in addition to
the raw product, the offering of structural
solutions for builders has also increased.
According to him, it involves ready-made
structures, already finished and assembled
for applications in the form and in accordance
with the project works.
Another shining light at the end of the
tunnel is related to the weight of agriculture
in the Brazilian GDP and the sales of
agricultural machinery necessary for both
production and distribution.
Until October last year, the auto making
wholesale volume delivered to the distribution
network reached the mark of 57.8 thousand
units. A growth close to 2.5% compared to
the same period in 2011. According to one of
the vice presidents of Anfavea, Milton Rego,
the market has responded very well to the
reduction of interest rates in the Finame PSI
loan program. Producers are now capitalized
and the most important crops have achieved
positive results. “The situation is good and
should continue this way,” he said.
Even though exports have closed the year
at low, -13% through October 2012, the
industry, a major consumer of steel, has
everything to take off in 2013. Especially
because not all news coming from China are
bad. Chinese imports of soybeans, for
example, will grow, according to International
Grains Council (IGC), 6.8% and should
reach a record 61 million tons in the
2012/2013 season. Therefore, over 81% of
the domestic demand from the Asian giant
will be supplied by other countries, especially
Brazil and the United States.
Immediate projections aside, the foreign
and domestic markets, pros and cons,
Panorama do AÇO - 2013
supridas por outros países, sobretudo Brasil e
Estados Unidos.
Projeções imediatistas à parte, conjuntura
externa e mercado interno, prós e contras,
tudo é válido quando o objetivo é identificar
os problemas e achar soluções. Notadamente
quando a situação parece assumir nítidos
contornos de sobrevivência. É necessário, no
entanto, olhar mais adiante para garantir o
chamado crescimento continuado. É o que
propõe o presidente da Associação do Aço do
Rio Grande do Sul. Para José Martins, algumas condições são fundamentais para garantir a competitividade da indústria. A principal
delas, em sua opinião, é a de que o governo
deve, necessariamente, começar a investir
em infraestrutura – seja viária, rodoviária,
ferroviária, urbana. “Só isso será capaz de
criar um cenário favorável e fazer com que as
empresas superem o receio de investir recursos próprios”, explicou. Martins ilustra seu
argumento com a questão das rodovias.
Segundo ele, o volume de veículos em circulação no país em 2002, da ordem de 32
milhões, cresceu 100% em 2012, alcançando
a marca de 75 milhões. “No mesmo período,
a infraestrutura rodoviária não aumentou
nem 5% e as ruas e estradas são as mesmas”, sustentou. O presidente da AARS cita
um exemplo doméstico para defender também os investimentos em ferrovias em todas
as regiões do país. “Não faz sentido transportar 1,3 milhão de chapas de aço por carreta, dos centros de produção, até o Rio
Grande do Sul”, advertiu.
Por enquanto, o jeito é levar fé nos esforços feitos pelo governo para elevar o PIB ao
longo de 2013. Temos também a nosso favor
as obras de infraestrutura voltadas para as
competições esportivas da Copa do Mundo e
dos Jogos Olímpicos - nas quais o uso de aço
é intensivo. Já o outro lado da moeda – as
incertezas da economia internacional – ainda
permanece repleto de incertezas. Resta saber
para que lado a balança penderá quando os
dois pesos – o da nossa economia interna e o
da recessão externa – medirem suas forças. O
futuro dirá com todas as letras.
STEEL Panorama - 2013
everything is worth mentioning when the
goal is to identify problems and find
solutions. Notably, when the situation seems
to take sharp contours of survival.
Nevertheless, one must look beyond in
order to ensure the so called continued
growth. This is the proposal of the president
of the Rio Grande do Sul Steel Association.
For José Martins, some conditions are most
relevant to ensuring the competitiveness of
the industry. The main one, in his opinion,
is that the government must, necessarily,
begin investing in infrastructure - namely,
road, rail and urban mobility. “That alone
will be able to create a favorable
environment and cause companies to
overcome the fear of investing their own
resources,” he explained.
Martins illustrates his argument talking
about the issue of highways. According to
him, the volume of vehicles in the country in
2002, which was around 32 million, grew by
100% by 2012, reaching 75 million. “In the
same period, the road infrastructure has not
increased even 5% and streets and roads
remain the same,” he said.
The president of the AARS mentions a
domestic example to defend investments in
railways throughout the country as well. “It
den’s make any sense transporting 1,300
million steel plates per cart, from the state of
Rio Grande do Sul to ports from which
production is distributed,” he stated.
For now, the solution is to have faith in
the efforts made by the government to raise
the GDP throughout 2013. We also have in
our favor infrastructure works aimed at the
sports competitions of FIFA World Cup and
the Olympic Games - in which the use of
steel is intensive. The flip side of the coin,
in turn, which refers to the uncertainties of
the international economy, is still quite
filled with doubts. The question remains
whether the tip of the scale will be tipped
towards the Brazilian domestic economy or
the foreign slowdown. That is for the future
to tell.
23
PANORAMA NACIONAL DOMESTIC OUTLOOK
CHINA E LONDRES
SÃO EXEMPLOS RECORRENTES
Cidades sediaram eventos que demandaram aço para grandes obras
China and London continue to be examples
Cities hosted events that required steel for large construction works
A
s expectativas em torno do programa de
obras de infraestrutura anunciado em
2012 deixam entrever a larga utilização
de aço nos próximos anos. Não há como antecipar números sobre a demanda potencial
nestes empreendimentos, em função de costumeiros atrasos em obras públicas, mas é possível imaginar o que o futuro nos reserva.
Para tanto, basta lembrar o volume de intervenções que irão acontecer no Rio de Janeiro,
só por conta dos Jogos Olímpicos de 2016, e
as obras erigidas na China nos anos que antecederam as Olimpíadas de 2008. A cidade
tem previstas a ampliação do metrô (Barra/
Zona Sul); a construção de corredores expressos de BRT para a zona oeste e Aeroporto
Tom Jobim; uma ligação Barra/Deodoro e a
construção de uma Vila Olímpica e do Parque
Olímpico, ambas na Barra da Tijuca. Além
dessas intervenções, os próximos anos reservam obras em estádios de futebol nas cidades
sede da Copa do Mundo de Futebol em 2014,
incluindo-se aqui a grande reforma por que
passa o estádio do Maracanã.
A comparação com Pequim é inevitável.
A capital chinesa recebeu cinco arcos rodoviários e mais quatro linhas de metrô, além
de trens de suspensão magnética e sistema
de controle de tráfego. Os preparativos para
o evento envolveram ainda a construção de
19 novos estádios, a remodelação de outros
13 e obras relacionadas às quatro estruturas
T
he hopes surrounding the program of
infrastructure projects announced in 2012
should hint at the potential use of steel
during the next few years. One cannot
anticipate the numbers concerning the
potential demand created by these projects,
due to the usual delays in government projects.
However, one can imagine what the future
holds. We only need to consider the volume of
projects that will be conducted in Rio de
Janeiro in light of the 2016 Olympic Games
and the projects conducted in China during
the years prior to the 2008 Olympics. There
are plans to expand the subway system (Barra/
South Side); construction of BRT express
corridors to the West Side and Tom Jobim
Airport; the Barra/ Deodoro connection, and
the construction of the Olympic Village and
Olympic Parks, both in Barra da Tijuca. In
addition to these projects, the next few years
will include projects in soccer stadiums in the
cities that will host the 2014 FIFA World Cup,
including the large rejuvenation project been
conducted in the Maracanã stadium.
The comparison with Shanghai is
inevitable. The Chinese capital received five
highway arches and four more subway lines,
in addition to trains equipped with magnetic
suspension and traffic control systems.
Preparations for the event also included the
construction of nineteen new stadiums,
remodeling thirteen others and other projects
BEIJING BEIJING 2008
24
Panorama do AÇO - 2013
fundamentais: a Vila Olímpica, a Vila de
Imprensa, o Centro Principal de Imprensa e
o Centro Internacional de Rádio. Mais recentes, as Olimpíadas de Londres, realizadas no
ano passado, também geraram retorno para
os setores industriais – ainda que a cidade já
dispusesse de ampla infraestrutura. Lá, o
Parque Olímpico, erigido em 400 mil metros
quadrados de área degradada, vai virar o
Parque Olímpico Rainha Elizabeth. Com
inauguração prevista para junho de 2013, a
iniciativa deu origem a investimentos privados a seu redor com a construção de 8 mil
apartamentos na região.
Os exemplos de Pequim e Londres, assim,
são um bom presságio. Um sinal claro de
que a demanda por aço – até pela necessidade da conclusão das obras nos prazos estipulados pelo Comitê Olímpico Internacional,
vai crescer nos próximos anos.
E as boas notícias não param por aí. As
expectativas em torno do calendário esportivo brasileiro e seus efeitos sobre o crescimento econômico nos próximos anos já
despertaram as atenções dos principais agentes econômicos da economia global. No
setor siderúrgico, um bom exemplo, ou
melhor, o mais ilustre deles, vem da maior
siderúrgica do mundo, a Arcellor Mittal.
Com 13 milhões de toneladas de aço bruto
produzidas por ano no Brasil, 19 fábricas e
17 mil funcionários, a companhia, que investiu mais de R$ 70 milhões nas Olimpíadas de
Londres, vai aproveitar a Copa do Mundo, as
Olimpíadas, os investimentos em infraestrutura e o aumento do consumo no País para
ampliar seus negócios por aqui. O leque de
oportunidades inclui a construção de dez mil
quilômetros de ferrovias, a construção e
ampliação de portos, aeroportos e rodovias,
a construção civil e de parques eólicos e a
indústria automobilística.
related to indispensable structures: the
Olympic Village, Press Village, the Press
Center and the International Radio
Broadcasting Center. More recently, last
year's London Olympics also created great
returns for the industrial sectors, despite the
fact that the city already had a vast
infrastructure system. At that city, the Olympic
park was erected on 400 square meters of
degraded space and it will become the Queen
Elizabeth Olympic Park. The project, which is
scheduled to be inaugurated by June 2013,
generated private investments in the
surrounding areas, such as the construction of
eight thousand apartments in the area.
The London and Shanghai examples are,
in fact, good omens. This is a clear sign that
the demand for steel will grow during the next
few years, especially due to deadlines set by
the International Olympic committee.
And the good news continues to roll in. The
expectations surrounding the Brazilian sports
schedule and the effects that it will have on the
economic growth during the next few years,
already sparked the interest of some of the
main players in the world economy. In the
steel sector, a good example (or even the most
illustrious) is provided by the largest steel
company in the world, Arcellor Mittal.
Producing more that 13 million tons of raw
steel every year in Brazil, with nineteen
factories and seventeen thousand employees,
the company invested BR$ 70 million in the
London Olympics and will take advantage of
the FIFA World Cup, Olympics, infrastructure
investments and rise in consumption in the
country to increase its presence here. The
array of opportunities includes the construction
of ten thousand Kilometers of railroads,
construction and expansion of ports, airports
and highways, civil construction, wind energy
parks and automotive industry.
LONDRES LONDON 2012
STEEL Panorama - 2013
25
ENTREVISTA IABr
IABr Interview
“É preciso preservar o mercado
interno contra as importações desleais
e incentivar a competitividade da
indústria brasileira”
"We must preserve the domestic
market against unfair imports
and encourage the competitiveness
of the Brazilian industry"
A
26
T
siderurgia nacional foi afetada principalmente pelo excedente de oferta de
aço no mercado internacional em
2012. A constatação é do Presidente
Executivo do Instituto Aço Brasil (IABr),
Marco Polo de Mello Lopes, segundo quem
a carga tributária nacional é uma das maiores
do mundo – ainda que o governo venha adotando medidas para recuperar a competitividade da indústria. Em entrevista coletiva
concedida à Revista Panorama do Aço, da
Associação do Aço do Rio Grande do Sul, o
executivo sustentou a tese de que solucionar
as questões tributárias nacionais é o melhor
caminho para proteger não só nossa siderurgia, mas a indústria nacional como um todo.
Reproduzimos aqui os trechos mais importantes de seu depoimento.
he domestic steel industry was mainly
affected by the oversupply of steel in the
international market in 2012. The
finding comes from the Executive President
of the Brazil Steel Institute, Marco Polo de
Mello Lopes, according to whom the
Brazilian tax burden is one of the heaviest in
the world – even though the government has
been adopting measures to restore the
competitiveness of the industry. In a press
conference that included the Steel Panorama
Magazine, a publication of the Rio Grande
do Sul Steel Association, the executive
argued that solving the country's tax issues
is the best way to protect not only our steel
industry, but also the domestic industry as a
whole. We reproduce here the most important
parts of his statement.
Panorama do Aço - Existe uma unanimidade em torno da crise econômica global em
curso: ela vai persistir por alguns anos. O Sr.
concorda com essa projeção? De que maneira ela está afetando e ainda vai impactar as
atividades do setor siderúrgico?
Marco Polo de Mello Lopes - O excedente
de oferta de aço no mercado internacional
superou o patamar de 500 milhões de toneladas. Devido à queda do consumo desse
material nos países desenvolvidos e ao fato
Steel Panorama - There is a consensus
regarding the ongoing global economic
crisis: it should persist for some years. Do
you agree with this forecast? How is it
affecting and to what extent will it impact the
activities in the steel making industry?
Marco Polo de Mello Lopes - The oversupply
of steel in the international market surpassed
the level of 500 million tons. Due to the drop
in consumption in developed countries of
this material and the fact that China has
Panorama do AÇO - 2013
de a China ter se transforturned into a net exporter,
mado em exportadora líquiBrazil has become one of
da, o Brasil se tornou um
the target markets for
dos mercados alvo para
several steel producers from
diversos produtores de aço
other countries. With an
de outros países. Com um
international market with
mercado
internacional
oversupply and depressed
super ofertado e preços
prices, the global economic
deprimidos, a crise econôcrisis impacts the activities
mica internacional impacta
of the steel industry and
as atividades do setor sidemakes the problems of
rúrgico e evidencia os proBrazilian competitiveness
blemas da competitividade
even more evident. In 2011,
brasileira. Em 2011, a penethe penetration of steel
tração das importações de
imports was 14.4% (while
aço foi de 14,4% (e em
in 2010 it was 20.6%), but
2010 foi de 20,6%), quando
the historical average
a média histórica sempre
always ranged between 4%
variou entre 4% e 6%.
and 6%. Our steel
Marco Polo de Mello Lopes
Nosso consumo de aço
consumption increased,
Presidente President
aumentou, mas muito
but greatly affected by the
impactado pelo produto
product from abroad, in
vindo de fora, em condições desleais de comconditions of unfair competition. In addition,
petição. Além disso, a indústria sofreu com a
the industry was also affected by the tax war
guerra fiscal nos estados, que favoreceu a
between states, which favored the entry of
entrada de produto estrangeiro e não da indúsforeign product and not the local industry.
tria local. Não podemos esquecer também
Let us not forget, either, that Brazil is one of
que o Brasil é um dos países com maior carga
the countries with the highest tax burden in
tributária do mundo. O esforço do setor está
the world. The industry's effort is aimed at
voltado a ações destinadas a preservar a parmeasures to preserve the participation of
ticipação da produção nacional de produtos
domestic steel products in the domestic
siderúrgicos no mercado doméstico em prol
market to strengthen the Brazilian economic
do desenvolvimento econômico brasileiro.
development.
Panorama do Aço - A crise afeta tanto a
maior economia do mundo, a americana,
quanto o gigante asiático, a China, e os países
europeus. Em qual destas regiões a retração
das atividades produtivas nos afeta mais?
Marco Polo de Mello Lopes - Além do
aumento das importações, a crise mundial
afetou drasticamente as exportações brasileiras. A previsão para 2012 é de queda de 9%
nas exportações brasileiras de aço. Os EUA,
tradicionalmente, figuram entre os maiores
consumidores de aço brasileiro. Com a crise,
desde 2008, houve queda no volume exportado, porém, a partir de 2010 observa-se recuperação. A Ásia também é um mercado internacional importante, mas não a China. O
maior volume é registrado ao contrário:
exportações chinesas para o Brasil. O mercado europeu foi, de fato, um dos mais afetados, o que resultou em queda de exportação
STEEL Panorama - 2013
Steel Panorama - The crisis affects both the
world's largest economy, which is the U.S.,
the Asian giant, China, and the European
countries. In which of these regions the
slowdown of productive activities affects us
the most?
Marco Polo de Mello Lopes - Besides the
increase in imports, the global crisis has
affected drastically exports from Brazil. The
forecast for 2012 is that the Brazilian steel
exports should fall 9%. Traditionally, the
United States are among the biggest
consumers of Brazilian steel. With the crisis,
since 2008, there was a decrease in export
volume. However, from 2010 onwards, there
has been some recovery. Asia is also a major
international market, but not China. The
largest volume is registered in the opposite
direction: Chinese exports to Brazil. The
European market was, in fact, one of the
27
ENTREVISTA IABr IABr INTERVIEW
28
de aço para aqueles países que historicamente formam um importante mercado consumidor como bloco.
most affected, resulting in falling steel export
to countries that historically formed an
important consumer market as block.
Panorama do Aço - Na China, a realização
dos Jogos Olímpicos demandou consumo
elevado de aço. A mesma coisa pode acontecer em nosso país? Afinal, o Brasil tem dois
grandes eventos esportivos pela frente e muitas intervenções na área de infraestrutura.
Marco Polo de Mello Lopes - Sim. Há
expectativa de que o consumo de aço seja
impactado positivamente pelos chamados
projetos especiais, entre eles a Copa do
Mundo e Olimpíadas. É necessária, no entanto, a adoção de exigências de conteúdo
nacional para esses eventos e em todos os
contratos em que há presença de financiamento público, apoio e incentivos fiscais de
governos. Além disso, temos as reservas
petrolíferas do Pré-sal e os programas habitacionais como “Minha Casa Minha Vida”.
Outras intervenções importantes e capazes de
aumentar a demanda são os projetos previstos para as áreas de infraestrutura urbana,
transportes e logística.
Steel Panorama - In China, the hosting of
the Olympic Games led to a high consumption
of steel. Will the same happen in our country?
After all, Brazil has two major sports events
ahead and many interventions in the area of
infrastructure.
Marco Polo de Mello Lopes - Yes. The
expectation is that steel consumption will be
positively affected by so-called special
projects, including the FIFA World Cup and
the Olympics. We must, however, adopt
content requirements for these events, as well
as in all contracts where there is use of
public funding and support, and government
tax incentives. In addition, there will be
projects related to oil reserves in the pre-salt
layer and housing programs such as the "My
House, My Life". Other interventions which
are important and capable of increasing the
demand are the projects foreseen in the area
of urban infrastructure, transports and
logistics.
Panorama do Aço - Além das intervenções
de grande porte por conta da Copa do Mundo
e dos Jogos Olímpicos, quais são os outros
setores que podem demandar a utilização de
aço no futuro próximo?
Marco Polo de Mello Lopes - Os três maiores setores consumidores de aço são construção civil, automotivo e de bens de capital.
Em outros países, a construção civil representa cerca de 50% do consumo de produtos
siderúrgicos e, no Brasil, está no patamar de
35%. Ainda há espaço, portanto, para o crescimento deste setor no País.
Steel Panorama - Besides the large
interventions on behalf of the FIFA World
Cup and the Olympic Games, what are the
other sectors that may require the use of steel
in the near future?
Marco Polo de Mello Lopes - The three
major steel consuming sectors are
construction, car making and capital goods.
In other countries, the construction industry
accounts for about 50% of consumption of
steel products and, in Brazil, the current level
is 35%. There is room, therefore, for the
growth of this sector in the country.
Panorama do Aço - As taxas de crescimento
da China vão se reduzir a um dígito nos próximos anos, o crescimento vai se basear no
consumo e já existe uma quantidade grande
de commodities estocadas, entre elas de aço.
De que maneira isso vai impactar o consumo
do insumo no mundo?
Marco Polo de Mello Lopes - Como já foi
dito aqui, o Brasil se tornou um dos mercados alvo para diversos produtores de aço de
outros países. As usinas produtoras de aço no
Brasil operaram durante o ano de 2012, com
grau de utilização de sua capacidade muito
Steel Panorama - Growth rates in China will
be reduced to one digit in the coming years,
growth will be based on consumption and
there is already a large amount of stored
commodities including steel. How will this
impact the consumption of raw material in
the world?
Marco Polo de Mello Lopes - As already
mentioned above, Brazil has become one of
the target markets for several steel producers
from other countries. The steel mills operating
in Brazil during 2012 worked using a very
Panorama do AÇO - 2013
O futuro do transporte urbano
passa por aqui.
O Viale BRT - Low Entry da Marcopolo redefine a identidade dos ônibus urbanos
brasileiros. Expressa velocidade, conforto, acessibilidade e segurança por meio
de linhas fluídas e elementos estéticos inspirados nos mais modernos sistemas
de transporte mundial. O produto atende a todas as exigências dos sistemas de
plataformas de embarque do país, podendo ser configurado para atender às
necessidades específicas em números de passageiros e acessibilidade.
facebook.com/OnibusMarcopolo
twitter.com/OnibusMarcopolo
APROXIMANDO
facebook.com/OnibusMarcopolo
facebook.com/OnibusMarcopolo
youtube.com/OnibusMarcopolo
PESSOAS
www.marcopolo.com.br
twitter.com/OnibusMarcopolo
youtube.com/OnibusMarcopolo
twitter.com/OnibusMarcopolo
youtube.com/OnibusMarcopolo
APROXIMANDO PERSONAS
Cinto de segurança salva vidas.
Viale BRT - Low Entry
ENTREVISTA IABr IABr INTERVIEW
baixo (72,5%), o que acabou por impactar
seus resultados econômicos financeiros. Esta
ociosidade deve-se ao fraco desempenho do
mercado interno e à competição não isonômica das importações. Tal assimetria competitiva deve-se basicamente aos tributos elevados e cumulativos e, embora parcialmente
revertida, à apreciação do Real, o que impactou também na redução das exportações.
Panorama do Aço - A desoneração da folha
de pagamentos do setor privado e a redução
das tarifas de energia elétrica também foram
anunciadas para reduzir custos e aumentar a
produtividade da cadeia produtiva. Como o
Sr. vê essas providências e seus efeitos sobre
a economia e o setor siderúrgico?
Marco Polo de Mello Lopes - O ideal seria
desonerar totalmente a folha de salários de
qualquer incidência tributária, mantendo apenas os encargos que beneficiam os trabalhadores (p. ex.: FGTS). Tudo que não for diretamente vinculado ao contrato do trabalhador
não deveria onerar a folha para, desta forma,
se aproximar dos patamares internacionais.
Em outros países a folha não é utilizada
como base de incidência de tributos recolhidos pelos empregadores. Entretanto, o
Governo Federal estabeleceu alíquota mínima de 1% da receita bruta para o mercado
interno em substituição aos 20% de contribuição sobre o total da folha de pagamento, o
que representa aumento de recolhimento para
o setor produtor de aço.
Panorama do Aço - E a redução das tarifas
de energia elétrica?
Marco Polo de Mello Lopes - Um dos grandes problemas da indústria nacional hoje é a
perda de competitividade. A medida do
Governo de desonerar a energia elétrica vai
na direção de recuperar parte dessa competitividade num cenário internacional de competição acirrada e muitas vezes desleal. É,
portanto, tão bem vinda quanto o recente
aumento das tarifas de importação e fim da
guerra fiscal nos portos. São medidas que,
em seu conjunto, fazem com que a indústria
brasileira do aço tenha melhoria da sua competividade. Atualmente a média de participação da energia elétrica no custo de uma
tonelada de aço nas usinas semi-integradas é
de 10%. Considerando ter o Brasil o terceiro
maior custo de energia elétrica entre 27 paí30
low degree of capacity (72.5%), which
ultimately impacted their financial economic
results. This idleness is due to the poor
performance of the domestic market and the
competition from non-isonomic imports.
Such competitive asymmetry is primarily due
to taxes, that are high and cumulative, and
although partially reversed, to the
appreciation of the Real, which also had a
role in the reduction of exports.
Steel Panorama - Tax reduction on payroll
for the private sector and the reduction of
electric power rates were also announced in
order to reduce costs and increase productivity
of the production chain. How do you see such
measures and their effect on both the
country's economy and the steel making
industry?
Marco Polo de Mello Lopes - The ideal
thing to do would be fully relieving the
payroll of any tax collection, except for those
that actually benefit the workers (e. g., FGTS
- Unemployment Compensation Fund). All
taxes that are not directly related to the
employee's work agreement should not
impact the cost of payroll, thus approaching
international levels. In other countries the
payroll is not used as a base of taxes paid by
employers. Nevertheless, the Federal
Government established a minimum rate of
1% on gross revenue so that the domestic
market could replace the 20% rate of
contribution based on total payroll costs,
which represents an increase of payment for
the sector of steel producers.
Steel Panorama - What about the reduction
of electric power rates?
Marco Polo de Mello Lopes - One of the
great problems of national industry today is
loss of competitiveness. The government's
measure to reduce taxes on electric power
bills aims at recovering part of that
competitiveness in the international arena,
where competition is fierce and often unfair.
It is, therefore, as welcome as the recent
increase in import tariffs and it should end
the war of taxes in ports. These are measures
that, taken together, will increase the
competitiveness of the Brazilian steel making
industry. Currently, the average share of
electricity in the cost of a ton of steel in semiintegrated mills is 10%. Considering the fact
Panorama do AÇO - 2013
ses, segundo dados da ANEEL, a medida
certamente é positiva para a indústria brasileira do aço.
Panorama do Aço - O setor siderúrgico
enfrenta ações predatórias da concorrência
estrangeira. O governo vem reagindo à altura
contra elas – notadamente a desvalorização
artificial de moedas como o yuan. Como isso
afeta a siderurgia nacional?
Marco Polo de Mello Lopes - O mercado
brasileiro vem sendo agredido por importações predatórias, já que muitas fabricantes
estavam vendendo aço a preços muito baixos, diante do cenário de excesso de capacidade da indústria mundial do aço. A medida anunciada pelo governo recentemente,
que elevou a tarifa de importação para
alguns produtos siderúrgicos, poderá minimizar as dificuldades enfrentadas pelo setor
no País. No entanto, ainda são necessários
complementos para conseguir reverter a
trajetória negativa observada neste ano,
como o crescimento do mercado interno,
regulamentação para o conteúdo local da
indústria e também a correção de assimetrias competitivas.
Panorama do Aço - O que deveria ser feito
para proteger nossa cadeia produtiva e evitar
a desindustrialização que ameaça diversos
setores produtivos nacionais?
Marco Polo de Mello Lopes - Acreditamos
que as medidas que vêm sendo adotadas pelo
Governo serão propulsoras do crescimento
em 2013 e se refletirão em melhores resultados para o setor que, embora moderno e atualizado tecnologicamente, depende dos
ganhos de escala decorrentes da utilização de
capacidade. É preciso preservar o mercado
interno contra as importações desleais e
incentivar a competitividade da indústria brasileira, solucionando questões tributárias, por
exemplo.
A expectativa para 2013 é de melhoria. As
vendas das usinas devem voltar pela primeira vez ao patamar de 2008, chegando a
23,4 milhões de toneladas. O consumo
aparente está previsto em 26,4 milhões de
toneladas, 4,3% a mais do que o previsto
para este ano. Isso representa 65% de sobra
em relação à capacidade de 48,4 milhões
de toneladas de aço bruto. Em 2012, a
sobra foi de 72%.
STEEL Panorama - 2013
that Brazil has the third highest cost of
electricity among 27 countries, according to
data from ANEEL (Brazilian Electricity
Regulatory Agency), the measure is certainly
positive for the Brazilian steel industry.
Steel Panorama - The steel making industry
faces predatory actions due to foreign
competition. The government has been
reacting against them in the right way notably, the artificial devaluation of
currencies such as the Yuan. How does this
affect the domestic steel industry?
Marco Polo de Mello Lopes - The Brazilian
market is being attacked by predatory
imports, since many steel manufacturers
were selling at very low prices, in face of a
scenario of overcapacity in the global steel
industry. A measure recently announced by
the government, which raised the import
tariffs charged on some steel products, can
minimize the difficulties faced by the sector
in the country. Nevertheless, more is needed
so that we can reverse the downward trend
seen this year, such as the growth of the
domestic market, regulations for the
industry's local contents, as well as the
correction of competitive asymmetries.
Steel Panorama - What should be done to
protect our supply chain and avoid the
deindustrialization process that threatens the
country's productive sectors?
Marco Polo de Mello Lopes - We believe that
the measures that have been adopted by the
Government will lead to growth in 2013 and
will be reflected in better outcomes for the
sector that, even though modern and
technologically updated, depends on scale
gains arising from the use of capacity. We
must preserve the domestic market against
unfair imports and encourage the
competitiveness of the Brazilian industry,
resolving tax issues, for instance.
The expectation for 2013 is that conditions
will be better. Sales of steel produced at the
plants should come back to the level of 2008
for the first time, reaching 23.4 million tons.
The apparent consumption is expected to be
at 26.4 million tons, 4.3% more than projected
for the year. This represents 65% of spare
capacity compared to the total capacity of
48.4 million tons of raw steel. In 2012, the
surplus was 72%.
31
Download

Panorama Nacional