ID: 53886125 14-05-2014 Tiragem: 17280 Pág: 8 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 23,84 x 24,39 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 3 Um quinto dos cursos tem taxa de desemprego superior à média nacional Ensino superior Há 172 licenciaturas e mestrados integrados que registam taxas de desemprego iguais ou superiores a 15,1%. Instituições pedem mais incentivos para as regiões do interior. Ana Petronilho e João Pedro Oliveira [email protected] Há 172 licenciaturas e mestrados integrados com taxas de desemprego superiores à média nacional. Os valores constam de um documento elaborado pela Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) – a que o Económico teve acesso – que está a servir de base para a decisão das novas vagas a abrir nas universidades e politécnicos no próximo ano lectivo. No documento, são apresentados os números de diplomados de 919 cursos superiores entre 2006/2007 e 2011/2012, registados nos centros de emprego até 31 de Dezembro de 2013. Contas feitas, uma em cada cinco dessas formações apresenta níveis de desemprego iguais ou superiores aos 15,1% registados pelo Instituto Nacional de Estatística para o total do país no primeiro trimestre deste ano. É a partir destes dados, fornecidos pelo IEFP, que a tutela actualiza o retrato da empregabilidade dos cursos superiores. No geral, a taxa de desemprego fica-se nos 8,3%, bem abaixo da média nacional. O ensino politécnico é o que apresenta piores resultados, com 9,2% de desemprego entre os alunos diplomados há mais de um ano, enquanto nas universidades esse valor cai para os 7,2%. Os números da DGES destacam duas áreas de formação: os Serviços de Saúde Pública – onde se reúnem os cursos se Saúde Ambiental – com 17,8% de desemprego, e o Trabalho Social e Orientação – Animação e Intervenção Sociocultural, O reitor da UTAD, Fontainhas Fernandes, diz que é vital criar emprego no interior do País para evitar que esta tendência venha, de futuro, a agravar-se. Sobrinho Teixeira, presidente do Politécnico de Bragança frisa que este é um indicador que resulta da economia das regiões não reflectindo a qualidade das instituições. CURSOS COM MAIOR DESEMPREGO Serviço Social, Gerontologia – com 15,1%. Em sentido oposto, sobressaem Medicina, com desemprego virtualmente inexistente (há um registado entre 1697 diplomados) e a Engenharia e Técnicas Afins, com 0,3%. Entre instituições, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) ocupa o primeiro lugar na tabela, com 15,7% de diplomados no desemprego. Em segundo surge o Instituto Politécnico de Bragança, com 13,4% (ver tabelas). Números que não surpreendem os responsáveis destas duas instituições e que, sublinha o reitor da UTAD, Fontaínhas Fernandes, tornam evidente que “temos um país a duas velocidades”. Para o reitor, este indicador é resultado da “quebra demográfica assustadora” que se sente no interior do país a que se soma “a falta de investimento e de incentivos para abrir empresas”. Fontainhas Fernandes diz mesmo não ter dúvidas de que, caso não sejam tomadas medidas, “estes números vão-se agravar”. E refere que as universidades estão disponíveis para trabalhar com o Governo em soluções que evi- tem a desertificação do interior, defendendo, desde já, a criação de um programa de empreendedorismo “para fixar alunos no interior” que complemente o programa de bolsas + Superior para os alunos que escolham estudar nestas regiões e que vai arrancar no próximo ano. Outra solução sugerida passa por incentivos fiscais e uma majoração de fundos comunitários para quem quer abrir empresas no interior. Porque “é vital captar emprego”, alerta o reitor. Também o presidente do Politécnico de Bragança, Sobrinho Teixeira, assume que este “é um campeonato que ninguém gosta de ganhar”, e diz que este indicador é resultado do investimento e da centralização das políticas do Governo na região de Lisboa. “O emprego qualificado está muito concentrado em Lisboa. E as políticas adoptadas resultam num definhamento do Norte”. O presidente do politécnico diz ainda temer que os estudantes associem estes dados à qualidade das instituições e frisa: “O que estes dados reflectem é a situação económica de cada região. Não é um indicador de qualidade”. ■ CURSOS COM MENOR DESEMPREGO Viana do Cstelo tem dois cursos entre os dez com maior desemprego. Há apenas um diplomado em Medicina registado nos centros do IEFP. IP Viana do Castelo IP Cávado e Ave IP Castelo Branco Marketing e Comunicação Empresarial Gestão de Actividades Turísticas Música, variante de Música Electrónica e Produção Musical 66,6 55,5 Uni. Lisboa Uni. Açores Uni. Madeira IP Coimbra UTAD IP Setúbal IP Viana do Castelo UTAD Gerontologia Social Matemática Engenharia Química Engenharia de Sistemas de Energias Renováveis Engenharia Informática 45,4 43,4 42,8 38,0 37,5 Uni. Madeira Uni. Lisboa - Técnico Uni. Açores Uni. Madeira Uni. Madeira Vídeo e Cinema Documental Animação Cultural 34,4 29,5 Uni. Coimbra Uni. Açores IP Tomar IP Leiria Fonte: Direcção Geral do Ensino Superior (DGES) Medicina Gestão Engenharia Informática+Design de Media Interativos 0,0 0,2 Enfermagem Engenharia Electrotécnica e de Computadores Enfermagem Ciências da Educação Gestão 0,4 0,4 0,4 0,5 0,5 Engenharia Informática Serviço Social 0,5 0,5 46,1 Fonte: Direcção Geral do Ensino Superior (DGES) 0,3 ID: 53886125 14-05-2014 Tiragem: 17280 Pág: 9 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 23,78 x 24,44 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 3 16 licenciaturas arriscam encerrar no próximo ano por falta de alunos Engenharia e Física são as áreas em que há mais cursos com menos de dez alunos colocados nos dois últimos anos. Ana Petronilho [email protected] Há 16 cursos em risco de não poder abrir vagas no próximo ano lectivo. É este o universo de licenciaturas e mestrados integrados que nos dois últimos anos lectivos tiveram menos de dez alunos colocados. Nesta situação há 15 licenciaturas e um mestrado integrado, e as áreas da Engenharia e da Física as mais afectadas. Não se incluem aqui as formações em artes do espectáculo, que são excepção à regra segundo a qual os cursos com este nível de procura ficam impedidos de abrir novas vagas no ano seguinte. Esta é uma das conclusões do levantamento realizado pela Direcção Geral do Ensino Superior (DGES) e já enviado às instituições - a que o Económico teve acesso - para complementar o despacho em que se definem as regras que as universidades e politécnicos terão de seguir na fixação da oferta para o próximo concurso nacional de acesso. A regra que impede a abertura de vagas nos cursos com menos de dez colocados nos dois anos anteriores já foi aplicada em 2013/2014, tendo resultado – revela agora o estudo da DGES – no encerramento de 24 ciclos de ensino. Dois terços (16) estavam em funcionamento em politécnicos e os oito restantes em universidades. As áreas de Engenharia Civil e de Gestão e Administração foram as mais afectadas. Os dados, que deverão ser publicados no ‘site’ de estatísticas do Ministério da Educação e Ciência (DGEEC) em Junho, revelam ainda que houve um curso – o de Engenharia de BiossisInfografia: Marta Carvalho | [email protected] temas do Instituto Politécnico de Viseu – que não colocou um único aluno nas 45 vagas abertas em 2012/13 e 2013/14 . O despacho de vagas foi apresentado no final da semana passada pelo ministro da Educação, Nuno Crato, e pelo secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, e as instituições têm agora cerca de um mês para o adoptar, a tempo do arranque do concurso nacional de acesso, agendado para 17 de Julho. Para o reitor da Universidade de Trás-os-Montes (UTAD), Fontaínhas Fernandes, as regras foram apresentadas num prazo que, para as instituições, é “impossível de gerir internamente”, defendendo que o ministro deveria começar a trabalhar neste assunto “atempadamente, desde Setembro ou Outubro”. ■ Comissão europeia lança novo ranking de universidades O primeiro ranking mundial de universidades da Comissão Europeia inclui três universidades portuguesas entre as melhores na ligação às empresas, empregabilidade e transferência de conhecimento. Aveiro, Lisboa e Nova de Lisboa são as três instituições mais bem classificadas, conseguindo cinco excelentes (Nota A) em 11 critérios. O estudo inédito, divulgado ontem, avalia 850 universidades de 70 países. Disponibiliza uma ferramenta online que permite comparar o desempenho de várias universidades e faculdades, em campos como a percentagem de diplomados que conseguem trabalho; percentagem de investimento privado captado, número de patentes e número de ‘spin offs’. Na lista, com quatro excelentes (A) surgem a Universidade do Porto e o Instituto Politécnico de Coimbra. M.Q. ID: 53886125 14-05-2014 Tiragem: 17280 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 9,56 x 7,89 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 3 de 3 Um quinto dos cursos tem taxa de desemprego acima da média Conheç A taxa de desemprego entre os alunos a c ursos q os de 172 licenciaturas e mestrados garante ue integrados supera a média nacional. m empreg Politécnicos têm os piores resultados. ➥ P8 o