TEORIA
CULTUROLÓGICA
"Acordados eles dormem”. (Heráclito)
TEORIA CULTUROLÓGICA
•
Estudos desenvolvidos em França, nos anos
60, antecipando alguns dos problemas que
foram consagrados por teorias pós-modernas.
•
Edgar Morin, “Cultura de massa no século
XX: o espírito do tempo” (1962).
•
Objecto
de
estudo:
meios
de
comunicação social: identificação de uma nova
forma de cultura na sociedade contemporânea:
a cultura de massa, gerada essencialmente a
partir dos media.
TEORIA CULTUROLÓGICA
 Teoria que procura definir a nova forma de
cultura na sociedade contemporânea.
 "Se a cultura contém um saber colectivo
acumulado na memória social, se é portadora
de
princípios,
modelos,
esquemas
de
conhecimento, se gera uma visão de mundo, se
a linguagem e o mito são partes constitutivas da
cultura, então a cultura não comporta somente
uma dimensão cognitiva: é uma máquina
cognitiva cuja práxis é cognitiva."
MORIN, Edgar (2002), O método 4. As ideias: habitat, vida, costumes, organização.
TEORIA CULTUROLÓGICA
 Morin acreditava na homogeneização dos
costumes e das visões, partindo de um conceito
implícito da agulha hipodérmica.
 Segundo Morin, a cultura de massas segue as
normas capitalistas e é destinada a um
“aglomerado
gigantesco
de
indivíduos
compreendidos aquém e além das estruturas
internas da sociedade”.
 Morin consolida os produtos maciços como cultura,
criticando os intelectuais por julgarem a existência
somente da cultura culta, que ele diz ser guiada
pela estética, qualidade, criação, espiritualidade e
elegância e produzida pelos intelectuais (MORIN,
1977: 17).
TEORIA CULTUROLÓGICA
 Incide sobre o mesmo tema que a Escola de
Frankfurt, mas numa outra perspectiva: enfatiza
as contradições do sistema industrial que
atingem a cultura: (1) no âmbito da produção:
padronização / estandardização; (2) no âmbito
do consumo: atribui maior atenção aos produtos
da indústria cultural do que aos media e à
relação entre o consumidor e o objecto do
consumo. A padronização pode saturar,
registando-se necessidade de inovação e de
dar lugar à criatividade, que irrompe a
homegenização dos produtos.
 Mas não vê, como a Teoria Crítica, a indústria
cultural
como
um
sistema
harmonioso,
construído do alto para a manipulação.
TEORIA CULTUROLÓGICA
 O convívio entre as várias culturas não é
gratuito: a cultura de massa, com as suas
potencialidades, corrompe e desagrega as
outras culturas, que não saem imunes a este
contacto.
TEORIA CULTUROLÓGICA
A
cultura
de
massa
suscita
uma
homogeneização/fusão
(sincretismo):
os
produtos mediáticos transitam entre o real e o
imaginário – não se identificando fronteiras,
criando fantasias com base em factos e viceversa. Funde-se a informação e a ficção (relevo
concedido aos fait divers).
 LIPPMANN, Walter (1922), Public Opinion:
http://www.faculty.english.vt.edu/Collier/5314/lippmannpublico
p.pdf;
 BOORSTIN, Daniel (1962), The Image: A Guide to
Pseudo-events in America.
TEORIA CULTUROLÓGICA
 A criação é submetida à técnica e à burocracia,
“predominando a organização racional do produto sobre a
invenção” (MORIN, 1977: 25). O filme, por exemplo, começa
no roteiro, mas passa pelo trabalho de muitas pessoas e
interferências burocráticas relacionadas com o custo de
produção e a divulgação, o que acaba por limitar a
criatividade do autor.
 Para Morin, essa característica vai contra a necessidade
humana do consumo cultural individualizado. A isso, a
indústria cultural responde com fórmulas que permitam
algumas mudanças para individualizar o produto, como
actrizes e actores famosos, no caso dos filmes, ou finais
diferentes. “A contradição invenção-padronização é a
contradição da cultura de massa. É o seu mecanismo de
adaptação ao público e de adaptação do público a ela”
(MORIN, 1977: 28).
TEORIA CULTUROLÓGICA
 A cultura de massa não é imposta nem reflecte as
necessidades e desejos culturais do público.
 A cultura de massa adequa-se a esses desejos, às
aspirações, tornando-se local de auto-realização,
de concretização daquilo que é suprimido na vida
real. INDUSTRIALIZAÇÃO DO ESPÍRITO (histórias
romanceadas; happy end; erotismo; amor; goodbad girl).
TEORIA CULTUROLÓGICA
 Assim:
 Criação de um novo público: O receptor é
consumidor. O consumo homogeneizado cria
uma identidade de valores de consumo,
veiculados pelos media. “A cultura de massa é
uma moderna religião da salvação terrena”
(WOLF, 2003: 104).
 Supressão de diferenças / Nivelamento das
diferenças sociais: Padronização dos gostos. “A
cultura de massa acaba, portanto, por adaptar
a si os já adaptados e os adaptáveis” (WOLF,
2003: 105).
TEORIA CULTUROLÓGICA
 BIBLIOGRAFIA:
 MORIN, Edgar (1977). Cultura de massas no século XX:
o espírito do tempo. Rio de Janeiro: Forense
Universitária.
 GARCÍA CANCLINI, Néstor (1997). Consumidores e
Cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Rio
de Janeiro: Editora UFRJ.
 GARCÍA CANCLINI, Néstor 1998). Culturas Híbridas:
estratégias para entrar e sair da modernidade. São
Paulo: EDUSP.
 MORIN, Edgar (2002), O Método 4 - As ideias: habitat,
vida, costumes, organização. Lisboa: Europa-América.
Teoria Culturológica
 “A cor púrpura do Cairo” [The Purple Rose of
Cairo]
(Woody
Allen,
1985:
http://www.youtube.com/watch?v=zEuKYIF5ob8
 Cecília (Mia Farrow): “Apesar de ficcional [Tom
Baxter / Gil Shepherd (Jeff Daniels)], não se pode
ter tudo”.
Download

TEORIA CULTUROLÓGICA