Jorge Silva Melo e Pedro Marques
Jorge Silva Melo estudou no London Film School. Fundou, com Luís
Miguel Cintra, o Teatro da Cornucópia (1973/79). Bolseiro da Fundação
Calouste Gulbenkian, estagiou em Berlim com Peter Stein e em Milão com
Giorgio Strehler. É autor do libreto de Le Château des Carpathes (baseado
em Júlio Verne), de Philippe Hersant, das peças António, um Rapaz de
Lisboa, O Fim ou Tende Mesericórdia de Nós ou Num País Onde Não
Querem Defender os Meus Direitos, Eu Não Quero Viver, baseado em Kleist.
Fundou em 1995 os Artistas Unidos, de que é director artístico. Realizou as
longas-metragens Passagem ou a Meio-Caminho, Ninguém Duas Vezes ou
Coitado do Jorge e os documentários: António Palolo e Joaquim Bravo,
Évora, 1935, Etc., Etc.
Pedro Marques trabalhou como técnico de luz com Rogério de Carvalho,
José Peixoto, Rui Mendes, Luís Miguel Cintra, José Meireles, José Mora
Ramos, António Fonseca. Traduziu textos de Edward Bond, Sarah Kane ou
Harold Pinter. Esta é a sua primeira incursão no universo da encenação.
Jorge Silva Melo et Pedro Marques
Jorge Silva Melo a fait ses études á la London Film School. Il a fondé,
avec Luís Miguel Cintra, le Teatro da Cornucópia (1973/79). Boursier de la
Fondation Calouste Gulbenkian, il a travaillé à Berlim avec Peter Stein et à
Milan avec Giorgio Strehler. Il a adapté le livret Le Château des Carpathes
(d’après Jules Verne), de Philippe Hersant, mis en scène António, um Rapaz
de Lisboa, (Antonio, un garçon de Lisbonne) O Fim ou Tende Mesericórdia de
Nós (La fin ou Ayiez pitié de Nous), Num País Onde Não Querem Defender os
Meus Direitos Eu Não Quero Viver, (Dans un pays où l´on ne veut pas
défendre mes droits je ne veux pas vivre), d´après Kleist. Il a fondé en 1995
les Artistas Unidos, dont il est le directeur artistique. Il a réalisé plusieurs
longs-métrages: Passagem ou a Meio-Caminho, (Passage ou à mi-chemin),
Ninguém Duas Vezes (Personne deux fois), Coitado do Jorge (Pauvre Jorge)
et les documentaires António Palolo e Joaquim Bravo, Évora, 1935, Etc., Etc.
Pedro Marques à travaillé comme téchnicien de lumière avec Rogério
de Carvalho, José Peixoto, Rui Mendes, Luís Miguel Cintra, José Meireles, José
Mora Ramos and António Fonseca. Il à traduit de Edward Bond, Sarah Kane
ou Harold Pinter. Cette pièce c’est ça première incursion dans l’univers de
la direction théâtral.
Jorge Silva Melo and Pedro Marques
Jorge Silva Melo studied at the London Film School. He founded the Teatro da
Cornucópia with Luís Miguel Cintra (1973/79). With a scholarship from the Fundação
Calouste Gulbenkian, he took training with Peter Stein, in Berlin, and Giorgio Strehler,
in Milan. He wrote the libretto for the opera Le Château des Carpathes (after Jules
Verne), by Philippe Hersant, and plays such as António, Um Rapaz de Lisboa
(António, A Lad from Lisbon), O Fim ou Tende Misericórdia de Nós (The End or Be
Merciful Upon Us) and Num País Onde Não Querem Defender os Meus Direitos, Eu
Não Quero Viver (I Shall Not Live In a Country Whereon My Rights Are Not
Observed), after Kleist. In 1995 he founded the Artistas Unidos collective, from which
he is the artistic director. He also directed the full-feature films: Passagem, ou a
Meio-Caminho (Passage or At Halfways), Ninguém Duas Vezes (Nobody Twice),
Coitado do Jorge (Poor Jorge); and the documentaries: António Palolo and Joaquim
Bravo, Évora , 1935, Etc. Etc.
Pedro Marques has worked as light designer for directors Rogério de Carvalho,
José Peixoto, Rui Mendes, Luís Miguel Cintra, José Meireles, José Mora Ramos and
António Fonseca. He translated to Portuguese plays by Edward Bond, Sarah Kane,
ou Harold Pinter. This is his first incursion into the universe of theatrical direction.
Um Para o Caminho
de Harold Pinter
ARTISTAS UNIDOS
(LISBOA – PORTUGAL)
14 de Julho às 18.00h. e às 22.00h.
SALA PRINCIPAL
Teatro Municipal de Almada
Almada
Um Para o Caminho
de Harold Pinter
Encenação de Pedro Marques
Artistas Unidos
(LISBOA)
Tradução Pedro Marques
Intérpretes Jorge Silva Melo,
José Airosa, Joana Bárcia e
Miguel Sobral
Cenografia e Figurinos
Isabel Nogueira, José Manuel Reis
e Rita Lopes Alves
Luz Pedro Domingos
Duração 0h45 (s/ intervalo)
Língua Português
Um Para o Caminho
de Harold Pinter
Encenação de Pedro Marques
Un Pour le Chemin
par Harold Pinter
Mise-en-scène de Pedro Marques
One For The Road
by Harold Pinter
Directed by Pedro Marques
“A peça relaciona, em quatro curtas cenas, Nicolas,
um alto governante de um estado não
mencionado, com três membros de uma família
que estão presos: Victor, a sua mulher, Gila, e o
filho deles, Nicky. Nicolas personifica o poder do
estado; e no decorrer das entrevistas, percebemos
que Victor foi torturado e mutilado, Gila violada, e,
nos últimos instantes, que Nicky foi morto [...] O
que torna a peça dramaticamente efectiva é que
Nicolas, que possui todo o poder, parece menos
seguro do que as vítimas e anseia por uma
validação das suas acções [...] ‘Tu tens respeito
por mim, não é?’, pergunta ele. ‘Não me engano
se pensar que tens, pois não?’ E outra vez:
‘Gostavas de me conhecer melhor?’, e mais
adiante: ‘O que me dizes? Somos amigos?’ e
ainda: ‘Diz-me... a sério... estás a começar a
simpatizar comigo?’ [...] Pinter não está apenas a
lidar com um processo universal – como referiu na
altura, pelo menos noventa países praticam a
tortura normalmente – mas com a separação entre
linguagem e realidade que devora a nossa cultura.”
(Michael Billington, The Life and Work of Harold Pinter)
“Nicolas fica alegre quando subverte os poderes de
um intelectual e ganha supremacia sobre Victor
quando o informa de que os seus soldados
‘mijaram’ nos livros dele. Mas será por acaso que o
nome Victor é Victor? Será ele vitorioso em algum
sentido? A existir alguma vitória ela só poderá
residir na atenção do público, que engendrará a
acção.” (Penelope Prentice, The Pinter Ethic)
“La pièce met en relation, en quatre courtes
scènes, Nicolas, un haut gouverneur d´un état
non mentionné, avec trois membres d´une
famille qui ont été faits prisonniers : Victor, sa
femme, Gila, et leur fils, Nicky. Nicolas incarne le
pouvoir de l´Etat ; dans le déroulement des
entretiens, nous comprenons que Victor a été
torturé et mutilé, Gila violée, et, au dernier
moment, que Nicky a été tué [...] Ce qui rend la
pièce dramatiquement effectife, c´est que
Nicolas, qui a tout le pouvoir, semble moins sûr
de lui que ses victimes et est anxieux du bienfondé de ses actes [...] ‘Tu as du respect pour
moi, n´est-ce pas’, interroge-t-il ? ‘Je ne me
trompe pas en pensant que tu en as, n´est-ce
pas ?’ De nouveau : ‘Tu aimerais me connaître
mieux ?’ Plus tard : ‘Que me dis-tu ? Nous
sommes amis ?’, et encore : ‘Dis-moi…
sérieusement… tu commences à sympathiser
avec moi ?’ [...] Pinter ne cherche pas vraiment
à traiter d´un processus universel – comme il l´a
souligné à l´époque, au moins quatre-vingt dix
pays pratiquent la torture tout à fait
normalement – mais de la séparation entre
langage et réalité qui dévore notre culture.”
(Michael Billington, The Life and Work of Harold Pinter)
Nicolas se sent heureux lorsqu´il subvertit les
pouvoirs d´un intellectuel et prend de la
suprématie sur Victor lorsqu´il l´informe que ses
soldats ont “ pissé ” sur ses livres. Mais est-ce
par hasard que Victor s´appelle Victor ? Ne seraitil pas victorieux dans un certain sens ? S´il doit
exister une quelconque victoire, elle ne pourra
avoir lieu que dans l´attention du public qui va
engendrer l´action. (Penelope Prentice, The
Pinter Ethic)
”In four short scenes, this play presents the
relation between Nicolas, a top governor from
an unnamed state, with three members of an
imprisoned family : Victor and his wife, Gila, and
their son Nicky. Nicolas embodies the state’s
power; throughout each interview, we realize
that Victor has been tortured and mutilated, Gila
raped, and at the final moments, that Nicky has
been killed […]. What makes the play
dramatically effective is the fact that Nicolas,
who is holding all power, seems less certain than
his victims and is anxious for something that will
validate his actions […]. “You do have some
respect for me, don’t you?”, he asks. “I’m not
mistaken thinking you’d have, am I not?”. And
again: “Wouldn’t you like to know me better?”,
and further on: “What you say? We’re friends?”,
and still: “Tell me… seriously… you’re beginning
to sympathize with me, aren’t you?”[…]. Pinter
is not only dealing with a universal process — as
he mentioned at the time, at least ninety
countries practice torture on a regular basis —
but also with the brink between language and
reality that devours our culture.”
(Michael Billington, The Life and Work of Harold Pinter).
“Nicolas is happy when he is subverting the
power of an intellectual man, and gains
supremacy upon Victor by informing him that his
soldiers “pissed” on his books. But is it just
chance that Victor’s name should be Victor? Is he
victorious in any sense? Should any victory
exist, it would reside in the audience’s attention,
who will themselves convey the action.”
(Penelope Prentice, The Pinter Ethic).
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Um Para o Caminho - Companhia de Teatro de Almada