2ª LISTA DE EXERCÍCIOS FILOSOFIA 3º BIMESTRE Nome: No Prof.: Heleno Licurgo do Amaral 1 [ 127013 ]. (Enem PPL 2012) Pode-se viver sem ciência, podese adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002. Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à a) adoção da experiência do senso comum como critério de verdade. b) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas. c) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade. d) defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade. e) compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente. Resposta: Turma: 1º Ano ____ Data: ____/____/____ método dialógico de argumentação que exigia a responsabilização do manifestante e, por conseguinte, uma sensatez, que não era prioridade em uma explicação mítica. Enfim, vale indicar por último que apesar de a passagem do mito para o lógos ter sido gradual, afinal é muito difícil que aquilo que sustenta uma comunidade seja alterado rapidamente, esta morosidade da substituição não é necess ariamente devida a uma proximidade entre poesia e filosofia. A relação entre ambas existe, porém ela é sempre problemática e instaurada através da tensão. 2 [ 109053 ]. (Uff 2012) Aristóteles considerava que era melhor para a sociedade a soberania política ser entregue ao povo, como ocorre na democracia, do que a alguns homens notáveis, como na oligarquia ou aristocracia. Ele argumentava que, mesmo que um indivíduo isoladamente não fosse muito competente no ato de julgar, quando unido a outros cidadãos julga melhor, porque a união reúne as qualidades de cada um. A vantagem da democracia, segundo o ponto de vista de Aristóteles, seria a de a) combinar as qualidades de muitos e neutralizar seus defeitos. b) garantir que os defeitos do povo sejam corrigidos pela elite. c) proporcionar à maioria as vantagens da corrupção. d) permitir que os grandes homens falem em nome de todos. e) promover o anonimato das opiniões e decisões. [E] Depois de Platão e Aristóteles devemos compreender que a simples aceitação de uma crença qualquer é uma escolha, é um procedimento arbitrário e não mais uma posição mística agraciada por deus ou deuses misteriosos. A respeito do surgimento da filosofia e seu relacionamento com o discurso mítico podemos dizer que existe sempre uma tensão tanto estabelecida pela oposição quanto pelo confronto – pensando a oposição como estabelecimento de métodos e temas absolutamente distintos e o confronto como embate sobre os temas similares. Os filósofos não eram sacerdotes e nem defensores de explicações misteriosas sobre os fenômenos naturais. É importante compreender que se iniciava nessa época uma reflexão sistemática empenhada em estabelecer um conhecimento que não proviesse da inspiração divina, porém da argumentação pública e da comprovação factual dos argumentos – e a modificação da maneira através da qual as comunidades gregas se estabeleciam (a passagem de uma grande organização fundada em um líder para a pluralidade de líderes de comunidades menores) contribuiu muito para a valorização desse Resposta: [A] A resposta para esta questão encontra-se no próprio texto do enunciado. A afirmação de que “a união reúne as qualidades de cada um” está em nítida relação com a alternativa [A], a única alternativa correta. Vale ressaltar que a proposta política de Aristóteles pode ser considerada como o inverso da visão platônica. 3 [ 119779 ]. (Unisc 2012) Na obra de Aristóteles, a Ética é uma ciência prática, concepção distinta da de Platão, referida a um tipo de saber voltado à ação. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles destaca uma excelência moral determinante para a constituição de uma vida virtuosa. Esta excelência moral tão importante é a) a coragem. b) a retórica. c) a verdade. d) a prudência ou moderação. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. Resposta: 5 [ 127015 ]. (Enem PPL 2012) Quanto à deliberação, deliberam as pessoas sobre tudo? São todas as coisas objetos de possíveis deliberações? Ou será a deliberação impossível no que tange a algumas coisas? Ninguém delibera sobre coisas eternas e imutáveis, tais como a ordem do universo; tampouco sobre coisas mutáveis, como os fenômenos dos solstícios e o nascer do sol, pois nenhuma delas pode ser produzida por nossa ação. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Edipro, 2007. (adaptado). [D] A ética aristotélica é uma reflexão específica sobre os costumes. Este trabalho de Aristóteles é extremamente inovador, pois Platão nunca tratou os costumes desta maneira. Diferentemente de Aristóteles, Platão investiga alguns costumes específicos, mas não fala especificamente deles. Na República, por exemplo, ele critica a religião da cidade, mas isto simplesmente porque a religião da cidade fornece um modelo ruim de deuses irracionais, ou seja, Platão não está preocupado com o costume religioso, mas com o fato de a religião se mostrar ser um princípio político que fundamentaria mal o costume. Já Aristóteles investiga justamente o costume e o procedimento através do qual um bom costume é estabelecido – a religião e a teologia já não é uma preocupação de Aristóteles. Não por outro motivo, a prudência é extremamente importante para o discípulo de Platão, quer dizer, o que importaria seriam as preleções em política pelas quais o sujeito toma consciência da variedade das ações que os homens realizam, e passa a escolher e justificar de maneira racional as suas próprias. 4 [ 100630 ]. (Uff 2011) Durante a maior parte da história da humanidade, o bem-estar e o interesse dos governantes têm predominado sobre o bem-estar e o interesse dos governados. Os gregos foram os primeiros a experimentar a democracia, isto é, regime político em que os cidadãos são livres e o governo é exercido pela coletividade para atender ao bem-estar e ao interesse de todos, e não só de alguns. Aristóteles refletiu sobre essa experiência e concluiu que a finalidade da atividade política é a) evitar a injustiça e permitir aos cidadãos serem virtuosos e felizes. b) impor a todos um pensamento único para evitar a divisão da sociedade. c) preparar os cidadãos como bons combatentes para conquistarem outros povos. d) habituar os seres humanos a obedecer. e) agradar aos deuses. Resposta: [A] Somente a alternativa A é correta. Aristóteles considerava os homens como animais políticos. Sendo assim, somente através de um governo político estes poderiam se tornar virtuosos e chegar à felicidade. O conceito de deliberação tratado por Aristóteles é importante para entender a dimensão da responsabilidade humana. A partir do texto, considera-se que é possível ao homem deliberar sobre a) coisas imagináveis, já que ele não tem controle sobre os acontecimentos da natureza. b) ações humanas, ciente da influência e da determinação dos astros sobre as mesmas. c) fatos atingíveis pela ação humana, desde que estejam sob seu controle. d) fatos e ações mutáveis da natureza, já que ele é parte dela. e) coisas eternas, já que ele é por essência um ser religioso. Resposta: [C] Sendo a virtude para Aristóteles o justo meio, então a prudência, phrónesis, torna-se condição para a virtude, pois a prudência é justamente a capacidade de se orientar bem, sejam quais forem as circunstâncias, reconhecendo a medida correta da ação adequada com o desejo, não parcial, de bem viver. A prudência é guia da deliberação racional, proaíresis, para o estabelecimento de escolhas que afirmam o autogoverno e a autonomia. Por isso, a ética aristotélica pode ser definida da seguinte maneira: “É uma disposição interior constante que pertence ao gênero das ações voluntárias feitas por escolha deliberada sobre os meios possíveis para alcançar um fim que está ao alcance ou no poder do agente e que é um bem para ele. Sua causa material é o éthos do agente, sua causa formal, a natureza racional do agente, sua causa final, o bem do agente, sua causa eficiente, a educação do desejo do agente. É a disposição voluntária e refletida para a ação excelente, tal como praticada pelo homem prudente”. (M. Chaui. Introdução à história da filosofia, vol. I - Dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 455) 6 [ 123084 ]. (Uem 2013) Na Ética a Nicômaco, Aristóteles afirma: “Então, quando a amizade é por prazer ou por interesse mesmo, duas pessoas más podem ser amigas, ou então uma pessoa boa e outra má, ou uma pessoa que não é nem boa nem má pode ser amiga de outra qualquer espécie; mas pelo que são em si mesmas é óbvio que somente pessoas boas podem ser amigas. Na verdade, pessoas más não gostam uma da outra a não ser que obtenham algum proveito recíproco” (ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. In: Filosofia. Vários autores. Curitiba: SEEDPR, 2006, p. 123). A partir do trecho citado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) A amizade comporta uma esfera de interesses particulares. 02) A amizade, em alguns casos, é consequência de condicionantes pessoais dos amigos. 04) As amizades desinteressadas não existem, visto que alguém sempre tem a ganhar na relação. 08) A amizade interessada entre pessoas más também é amizade. 16) A amizade é falsa quando não há interesse ou prazer na relação. Resposta: 01 + 02 + 08 = 11. Seguindo a noção fundamental aristotélica de que o ser é dito de várias maneiras, a amizade é basicamente uma reciprocidade de boas intenções. Porém, as intenções de desejar bem a outro não necessariamente provém do amor, elas podem provir do interesse. Nesse sentido, há boas intenções na direção de outro por amor e por interesse e em ambos os casos há amizade, porém apenas a boa intenção recíproca baseada no amor é realmente amizade. “Os amigos cuja afeição é baseada no interesse não amam um ao outro por si mesmos, e sim por causa de algum proveito que obtêm um do outro. O mesmo raciocínio se aplica àqueles que se amam por causa do prazer; não é por seu caráter que gostamos das pessoas espirituosas, mas porque as achamos agradáveis. Logo, as pessoas que amam as outras por interesses amam por causa do que é bom para si mesmas, e aquelas que amam por causa do prazer amam por causa do que lhes é agradável, e não porque a outra pessoa é a pessoa que ama, mas porque ela é útil ou agradável”. (ARISTÓTELES, 2001p. 155) 7 [ 96356 ]. (Ueg 2010) A reflexão ética como tal teve início na Grécia antiga, quando os pensadores procuravam o fundamento moral de acordo com uma compreensão da realidade puramente racional. Aristóteles se destacou nesse contexto e exerceu forte influência no pensamento ocidental. Segundo sua teoria, conhecida como eudemonismo, todas as atividades humanas aspiram a um fim que recebe o nome de a) benevolência. b) felicidade. c) virtude. d) paixão. Resposta: [B] A alternativa B é a única correta, pois eudemonismo deriva da palavra grega eudaimonia (felicidade). A conduta adequada para se alcançar a felicidade, no entanto, é conhecida como doutrina do meio termo. Assim, na busca pela felicidade, o Homem deve agir sem exageros, pois apenas desse modo ele demonstrará que possui virtudes. 8 [ 123071 ]. (Uem 2013) A lógica formal aristotélica estuda a relação entre as premissas e a conclusão de inferências válidas e inválidas (segundo a forma), a partir de proposições falsas e verdadeiras (segundo o conteúdo). Chamamos de falácias ou sofismas as formas incorretas de inferência. Levando em conta a forma da inferência, assinale o que for correto. 01) A inferência “Fulano será um bom prefeito porque é um bom empresário.” é uma falácia. 02) A inferência “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem, logo Sócrates é mortal.” é válida. 04) A inferência “Ou fulano dorme, ou trabalha. Fulano dorme, logo não trabalha.” é uma falácia. 08) A inferência “Nenhum gato é pardo. Algum gato é branco, logo todos os gatos são brancos.” é uma falácia. 16) A inferência “Todos que estudam grego aprendem a língua grega. Estudo grego, logo aprendo a língua grega.” é válida. Resposta: 01 + 02 + 08 + 16 = 27. O silogismo é o tipo de raciocínio cuja conclusão é resultado necessário dos movimentos realizados nas passagens entre as premissas, por exemplo: Todo homem é mortal Sócrates é homem Então, Sócrates é, necessariamente, mortal. Isso não quer dizer que o conteúdo da afirmação é necessário, e sim quer dizer que dada a organização correta daquelas proposições, devemos admitir que a conclusão é, necessariamente, a resultante. Por conseguinte, não estaremos formalmente errados se dissermos, por exemplo: Todo pássaro é uma corneta João é um pássaro Então, João é uma corneta. Todavia, não seria aceitável afirmar que todo pássaro é uma corneta, pois empiricamente constatamos diferentemente; nenhum pássaro é uma corneta. Apesar de formalmente o conhecimento científico estar baseado em raciocínios dedutivos, como o silogismo, ele não pode depender apenas disto para assegurar a correção de suas afirmações sobre o mundo. A experiência – a juíza dos raciocínios lógicos bem construídos – assegura, até o máximo possível pelo hábito, que a inferência de uma afirmação do tipo: “todo homem é mortal”, seja válida pela sua grande probabilidade e, portanto, com pouquíssimos motivos para que duvidemos de sua veracidade. 9 [ 122971 ]. (Uem-pas 2012) “Na abertura de sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o homem é um ‘animal político’, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. Os outros animais, escreve Aristóteles, possuem voz (phoné) e com ela exprimem dor e prazer, mas o homem possui a palavra (lógos) e, com ela, exprime o bom e o mau, o justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida social e, dela, somente os homens são capazes.” (CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 14ª edição. São Paulo: Ática, 2011, p. 185). A partir dessa reflexão sobre o homem e a linguagem, assinale o que for correto. 01) O homem se distingue dos animais porque possui linguagem simbólica, isto é, capaz de estabelecer ligações entre os signos e as coisas. 02) Expressões artísticas, como a pintura, a fotografia e a dança, não podem ser consideradas formas de linguagens. 04) A linguagem é um instrumento político, pois o domínio da linguagem culta é uma forma de segregação entre distintas classes sociais. 08) A Lógica se distingue da linguagem natural porque não se ocupa com a significação dos conteúdos do pensamento, mas sim com sua expressão formal. 16) Palavras “tabu” são aquelas proibidas de serem pronunciadas, sob pena de punição, como forma de reforçar laços sociais e reprimir costumes. A figura mostra Atenas na atualidade. Observam-se as ruínas da Acrópolis – onde ficavam os templos como o Parthenon –, o Teatro de Dionísio e a Asthy – com a Ágora (Mercado/Praça Pública) e as casas dos moradores. Resposta: 10 [ 128484 ]. (Uel 2014) Leia o texto a seguir. 01 + 04 + 08 + 16 = 29. Para Aristóteles, a boa convivência entre os habitantes da cidade ideal não seria nunca obtida com a mera apathia (ausência de paixões) platônica, mas somente através de uma boa medida entre razão e afetividade. Enfim, a arte não apenas é capaz de nos trazer saber, ela tem também uma função edificante e pedagógica. O homem se distingue dos outros animais por vários motivos; talvez o principal deles seja o fato de o homem ser capaz de fazer uso de uma linguagem muitíssimo sofisticada, uma linguagem capaz de abstração, reflexão, exposição, etc. dos tipos mais complexos. Essa linguagem estabelece uma comunicação tão abrangente que o relacionamento entre os homens passa a depender de interações sintonizadas finamente. A política depende da linguagem, pois o estabelecimento daquilo que se chama mundo realiza-se através dela, e no estabelecimento desse mundo certas expressões tornam-se impronunciáveis para garantir que certos comportamentos, que perturbariam a ordem, sejam evitados e os costumes sejam incentivados. TEXTO PARA A PRÓXIM A QUESTÃO: Observe a figura a seguir e responda à(s). (FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004, p.123.) Com base na figura, no texto, nos conhecimentos sobre Aristóteles e na ideia de que os espaços do Teatro, da Ágora, dos Templos na cidade de Atenas foram imprescindíveis para a vocação formativa da arte na Grécia Clássica, considere as afirmativas a seguir. I. A catarse propiciada pelas obras teatrais trágicas apresentadas na cidade grega operava uma transformação das emoções e tornava possível que os cidadãos se purificassem e saíssem mais elevados dos espetáculos. II. A obra poética educava e instruía o cidadão da cidade grega, e isso acontecia por consequência da satisfação que este sentia ao imitar os atos dos grandes heróis que eram encenados no teatro. III. O poeta demonstrava o universal como possível ao criar modelos de situações exemplares, que permitem fortalecer o sentimento de comunidade. IV. O belo nas diversas artes, como nos poemas épicos, na tragédia e na comédia, desvinculava--se dos laços morais e sociais existentes na polis, projetando-se em um mundo idealizado. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Resposta: [D] Inicialmente, vale lembrar que Platão não nunca afirmou que o cidadão deveria ser apático, o filósofo afirmava que o cidadão e a cidade ideais eram aqueles cuja razão dominava a parte da alma relativa aos desejos. Se Platão triparte a alma, e uma dessas partes é a parte desiderativa, então como ele poderia negar a existência dessa parte dizendo que o homem deve ser apático? O homem deveria amputar sua alma? E, também, Platão nunca negou a importância do amor e o seu páthos. Em segundo lugar, lembremos que a teoria política de Aristóteles não preconiza exatamente uma cidade ideal, pois ele argumenta que cada agrupamento possui suas peculiaridades próprias e necessita das leis mais convenientes segundo a ciência política. 11 [ 107142 ]. (Uel 2005) “A busca da ética é a busca de um ‘fim’, a saber, o do homem. E o empreendimento humano como um todo, envolve a busca de um ‘fim’: ‘Toda arte e todo método, assim como toda ação e escolha, parece tender para um certo bem; por isto se tem dito, com acerto, que o bem é aquilo para que todas as coisas tendem’. Nesse passo inicial de a Ética a Nicômacos está delineado o pensamento fundamental da Ética. Toda atividade possui seu fim, ou em si mesma, ou em outra coisa, e o valor de cada atividade deriva da sua proximidade ou distância em relação ao seu próprio fim”. (PAIXÃO, Márcio Petrocelli. O problema da felicidade em Aristóteles: a passagem da ética à dianoética aristotélica no problema da felicidade. Rio de Janeiro: Pós -Moderno, 2002. p. 33-34.) Resposta: [B] O enunciado da questão deixa claro que a ética, na concepção aristotélica, está sempre relacionada com uma busca teleológica, ou seja, relacionada a um fim último, tal como está apresentado na afirmativa II. Este fim corresponde à felicidade, como bem explicita a afirmativa I. As outras duas afirmativas contradizem esse princípio e, por isso, estão incorretas. 12 [ 118317 ]. (Uem 2012) Aristóteles, acerca do cidadão, afirma: “Em nada se define mais o cidadão, em sentido pleno, do que no participar das decisões judiciais e dos cargos de governo. Desses, uns são limitados no tempo, de modo a não ser possível jamais a um cidadão exercer duas vezes seguidas o mesmo cargo, mas apenas depois de um intervalo definido. [...] Consideramos cidadão o que assim pode participar, como membro, (quer da assembleia quer da judicatura)”. (ARISTÓTELES, Política. In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 76). Esse conceito clássico de cidadania ainda é aplicável aos nossos dias. Com base no texto, é correto afirmar que 01) nas ditaduras, quando a população não pode participar das decisões políticas, não há cidadania plena. 02) recusar-se a tomar parte nas decisões políticas não é um direito, mas uma afronta à cidadania. 04) a cidadania é uma concessão dos governantes ao povo. 08) não há cidadania plena quando a população não tem como acessar às instituições públicas, como participar delas. 16) a cidadania se resume à democracia, que é o direito de escolher os governantes. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a ética em Aristóteles, considere as afirmativas a seguir. Resposta: I. O “fim” último da ação humana consiste na felicidade alcançada mediante a aquisição de honrarias oriundas da vida política. II. A ética é o estudo relativo à excelência ou à virtude própria do homem, isto é, do “fim” da vida humana. III. Todas as coisas têm uma tendência para realizar algo, e nessa tendência encontramos seu valor, sua virtude, que é o “fim” de cada coisa. IV. Uma ação virtuosa é aquela que está em acordo com o dever, independentemente dos seus “fins”. 01 + 02 + 08 = 11. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e IV. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, II e IV. As ditaduras resultam de uma má participação política dos cidadãos. É da ausência de um bom comportamento público, ou da simples ausência dos cidadãos deste âmbito da cidade, que os tiranos tomam posse do poder e fazem uso deste a seu bel-prazer. Servindo-se do poder para satisfazer suas vontades, o tirano elimina os cidadãos desnecessários, isto é, aqueles que não funcionam de acordo com as suas tirânicas expectativas. A plenitude da cidadania depende da liberdade do cidadão, da maneira como este é livre da tutela de um Estado opressor. Consequentemente, recusar-se da participação política e deixar vago o espaço para um tirano se apoderar deste é uma passividade afrontosa. 13 [ 107101 ]. (Uel 2006) Analise a imagem e leia o texto a seguir. 14 [ 98352 ]. (Uel 2008) Quatro tipos de causas podem ser objeto da ciência para Aristóteles: causa eficiente, final, formal e material. Assinale a alternativa correta em que as perguntas correspondem, respectivamente, às causas citadas. a) Por que foi gerado? Do que é feito? O que é? Quem gerou? b) O que é? Do que é feito? Por que foi gerado? Quem gerou? c) Do que é feito? O que é? Quem gerou? Por que foi gerado? d) Por que foi gerado? Quem gerou? O que é? Do que é feito? e) Quem gerou? Por que foi gerado? O que é? Do que é feito? Resposta: [E] As causas dizem respeito àquilo que constitui uma essência, bem como sua origem e motivo. A questão apresenta uma forma didática de se distinguir os quatro tipos de causa elencad os por Aristóteles. Essa distinção está bem feita somente na alternativa [E], a única correta. “Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nem nada menos que pelo direito de administrar a justiça e exercer funções públicas [...].” (ARISTÓTELES. Política. Trad. Mário da Gama Kury. 3. ed. Brasília: UNB, 1997. p. 78.) Tendo como base o conceito de cidadania de Aristóteles, é correto afirmar que o fato político retratado na imagem: a) Confirma o ideal aristotélico de cidadão como aquele que se submete passivamente a uma autoridade coercitiva e ilimitada. b) Ilustra o conceito que Aristóteles construiu de cidadãos como aqueles que estão separados em três classes, sendo que uma delas governa, de modo absoluto, as demais. c) Manifesta contradição com a concepção de liberdade e de manifestação pública presente no exercício da cidadania greg a, ao revelar uma campanha submissa e tutelada pela minoria. d) Mostra o ideário aristotélico de cidade e de cidadania, que exalta o individualismo e a supremacia do privado em detrimento do público. e) Caracteriza um exemplo contemporâneo de participação que demonstra o debate de assuntos públicos, assim como faziam os cidadãos livres de Atenas. Resposta: 15 [ 108419 ]. (Unioeste 2009) Na concepção ética de Aristóteles, encontra-se o conceito de excelência (virtude), assim definida pelo filósofo: “A excelência moral é uma disposição da alma relacionada com a escolha de ações e emoções, disposição esta consistente num meio-termo (meio-termo relativo a nós) determinado pela razão (a razão graças a qual um homem de discernimento o determinaria)”. Assinale a alternativa que não faz parte da definição aristotélica de excelência (virtude). a) A excelência moral consiste numa mediania entre dois extremos. b) A excelência moral tem como principio o exercício ativo da razão que determina, na escolha, o meio-termo entre dois extremos. c) A excelência moral é uma disposição que tem como alvo a escolha de um meio-termo relativo a nós. d) A excelência moral se realiza do modo inconsciente, por depender exclusivamente das paixões e apetites humanos. e) O ser humano dotado de discernimento é o mais capacitado para determinar o meio-termo entre dois extremos. Resposta: [D] [E] A ação popular no movimento das Diretas Já se aproxima ao ideal aristotélico de cidadão da polis, que exerce seu direito de administrar a justiça e exercer funções públicas. No contexto contemporâneo, essas manifestações indicam o desejo dos cidadãos de participarem de uma democracia mais participativa. Questão fácil. Na medida em que a excelência moral é uma escolha racional, ela não pode ocorrer de modo inconsciente e dependente exclusivamente das paixões e apetites humanos. Portanto, somente a alternativa [D] é incorreta. 16 [ 107109 ]. (Uel 2006) “[...] uma pessoa age injustamente ou justamente sempre que pratica tais atos voluntariamente; quando os pratica involuntariamente, ela não age injustamente nem justamente, a não ser de maneira acidental. O que determina se um ato é ou não é um ato de injustiça (ou de justiça) é sua voluntariedade ou involuntariedade; quando ele é voluntário, o agente é censurado, e somente neste caso se trata de um ato de injustiça, de tal forma que haverá atos que são injustos, mas não chegam a ser atos de injustiça s e a voluntariedade também não estiver presente.” (ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 207.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção de Justiça em Aristóteles, é correto afirmar: a) Um ato de justiça depende da consciência do agente e de ter sido praticado voluntariamente. b) A noção de justo desconsidera a discriminação de atos voluntários e involuntários quanto ao reconhecimento de mérito. c) A justiça é uma noção de virtude inata ao ser humano, a qual independe da voluntariedade do agente. d) O ato voluntário desobriga o agente de imputabilidade, devido à carência de critérios para distinguir a justiça da injustiça. e) Quando um homem delibera prejudicar outro, a injustiça está circunscrita ao ato e, portanto, exclui o agente. Aristóteles constrói um sistema inteiramente original. Os caracteres desta grande síntese são: 1. Observação fiel da natureza - Platão, idealista, rejeitara a experiência como fonte de conhecimento certo. Aristóteles, mais positivo, toma sempre o fato como ponto de partida de suas teorias, buscando na realidade um apoio sólido às suas mais elevadas especulações metafísicas. 2. Rigor no método - Depois de estudas as leis do pensamento, o processo dedutivo e indutivo aplica-os, com rara habilidade, em todas as suas obras, substituindo à linguagem imaginosa e figurada de Platão, em estilo lapidar e conciso e criando uma terminologia filosófica de precisão admirável. Pode considerarse como o autor da metodologia e tecnologia científicas. Geralmente, no estudo de uma questão, Aristóteles procede por partes: a) começa a definir-lhe o objeto; b)passa a enumerar-lhes as soluções históricas; c)propõe depois as dúvidas; d) indica, em seguida, a própria solução; e) refuta, por último, as sentenças contrárias. 3. Unidade do conjunto - Sua vasta obra filosófica constitui um verdadeiro sistema, uma verdadeira síntese. Todas as partes se compõem, se correspondem, se confirmam. Resposta: [A] No texto do enunciado, Aristóteles afirma: “O que determina se um ato é ou não é um ato de injustiça (ou de justiça) é sua voluntariedade ou involuntariedade”. A alternativa [A] é a única que não contraria esse princípio. 17 [ 97740 ]. (Ueg 2010) Filho de Nicômaco, médico do rei Amintas, pai de Filipe II da Macedônia, nasceu Aristóteles em Estagira, na Trácia, em 384 a.C, falecendo em 322 a.C. com 62 anos de idade. Aristóteles construiu um sistema original, sendo que as principais características de sua filosofia são: a) observação fiel do mundo das ideias e o mito como explicação da realidade. b) observação fiel da natureza, rigor no método e unidade do conjunto. c) idealismo moderado, criticismo e ecletismo. d) ceticismo, racionalismo e arquétipos eternos. 18 [ 110208 ]. (Ufu 2000) Aristóteles estabeleceu sua lógica sobre alguns princípios, percebidos por intuição e que são anteriores a qualquer raciocínio, devendo servir de base a toda argumentação científica. Esses princípios são: a) de identidade, de não contradição e de terceiro excluído. b) de identidade, de contradição e da negação da negação. c) de tese, de antítese e de síntese. d) de salto qualitativo, de interpenetração dos opostos e de negação da negação. Resposta: [A] Os três princípios da lógica são: o princípio de identidade (que estabelece que um ser é sempre idêntico a si mesmo); de não contradição (segundo o qual um ser não pode ser e não ser ao mesmo tempo); e o de terceiro excluído (que estabelece que diante de uma afirmativa e de sua negação não há nenhuma outra possibilidade lógica). Desta maneira, somente a alternativa [A] está correta. Resposta: [B] Somente a alternativa B é correta. A questão está em consonância com o argumento disponível no site http://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htm (Acesso em 29/08/2011): Partindo como Platão do mesmo problema acerca do valor objetivo dos conceitos, mas abandonando a solução do mestre, 19 [ 110209 ]. (Ufu 2000) Aristóteles rejeitou a dicotomia estabelecida por Platão entre mundo sensível e mundo inteligível. No entanto, acabou fundindo os dois conceitos em um só. Esse conceito é a) a forma, aquilo que faz com que algo seja o que é. É o princípio de inteligibilidade das coisas. b) a matéria, enquanto princípio indeterminado de que o mundo físico é composto, e aquilo de que algo é feito. c) a substância, enquanto aquilo que é em si mesmo e enquanto é suporte dos atributos. d) o Ato Puro ou Primeiro Motor Imóvel, causa incausada e causa primeira e necessária de todas as coisas. Resposta: [C] Primeiramente, vale ressaltar que em Categorias, Aristóteles concebe a substância apenas como indivíduos e define distinções lógicas importantes entre tipos de atributos que se referem a estas substâncias; já em Metafísica, o filósofo engendra uma análise primeira sobre a substância mesma e a posiciona diferentemente como um complexo de matéria e forma. Em segundo lugar, de maneira geral podemos tomar a substância como o ser dito de várias maneiras: 1) ela é o princípio da realidade e do conhecimento; 2) é a causa por excelência, sendo em todos os sentidos causa formal, material, eficiente e final; 3) é o suporte de propriedades essenciais e; 4) é a essência, ou seja, aquilo sem o qual a coisa deixa de ser o que é. Por último, é estranho considerar tão diretamente e decisivamente que Aristóteles tenha rejeitado algo e tenha fundido duas concepções de outro filósofo – apesar de este outro ter sido seu mestre. Estas afirmações feitas no enunciado da questão de vestibular possuem muitos pressupostos difíceis de serem justificados como, por exemplo: na Metafísica de Aristóteles há subentendida, devido à fundição entre estes dois conceitos, toda a concepção platônica de “mundo sensível e mundo inteligível”. Ora, é certo que Aristóteles conhece o pensamento de Platão, todavia não é nem um tanto necessário para a existência da concepção de substância do primeiro um procedimento sobre qualquer tipo de noção do segundo. Enfim, Aristóteles é um filósofo independente e, por isso, devemos considerá-lo assim, até que possuamos bons argumentos para mostrar que quaisquer de suas concepções derivam de outras provindas de alheios. filósofo realizará. Em vista da pergunta: “como o homem realiza o bem?”, Aristóteles está refletindo sobre as possibilidades de aquisição da felicidade e se isso acontece através de um hábito ou através da interferência divina e, quem sabe, até do acaso. Como conclusão neste momento da Ética a Nicômaco, o estagirita infere que se a felicidade é uma atividade da alma conforme a virtude perfeita, e esta virtude é adquirida através de um bom hábito dirigido pela ciência política, então a felicidade é algo divino, pois ela é o que de melhor existe no mundo, ou seja, ela é a felicidade de todos os cidadãos atingida pela boa direção da alma de cada um deles. E este bom hábito, o pensador adiciona, deve ser persistente de tal modo que o acaso não interferirá no todo da vida, fazendo do homem feliz apenas em ocasiões fortuitas e brevíssimas. 21 [ 96174 ]. (Pucpr 2009) “Embora valha a pena atingir esse fim - o sumo bem- para um indivíduo só, é mais belo e mais divino alcançá-lo para uma nação ou para as cidades - Estados.” Fonte: Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os Pensadores, São Paulo: Abril Cultural,1973, livro I, p.250). Tendo em vista o livro Ética a Nicômaco de Aristóteles, é correto afirmar que: a) Para Aristóteles, os fins coletivos devem sempre estar de acordo com os interesses individuais. b) Para Aristóteles, a ética é indissociável da política. c) Para Aristóteles, a Ética orienta o indivíduo a buscar a sua felicidade independente dos interesses da sociedade. d) Para Aristóteles, os fins éticos são incompatíveis com o exercício da política. e) Para Aristóteles, a ética não se relaciona com a política. Resposta: 20 [ 114337 ]. (Ufsj 2006) “Também se pergunta se a felicidade deve ser adquirida pela aprendizagem, pelo hábito ou por alguma outra espécie de adestramento, ou se ela nos é conferida por alguma providência divina, ou ainda pelo acaso". (ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Livro I. São Paulo: Abril Cultural, 1984, p. 58-59). Considerando-se o trecho acima da Ética a Nicômaco, conclui-se que a felicidade é a) uma atividade virtuosa da alma, e os demais bens são condições prévias da felicidade. b) indiscutivelmente uma dádiva de Deus. c) mero fruto do acaso. d) inata e, portanto, desde criança se é feliz. Resposta: [A] É muito difícil concluir algo da citação proposta pela questão de vestibular, pois ela não informa o conteúdo da argumentação. A passagem mencionada apenas anuncia o próximo passo que o [B] Uma das frases célebres de Aristóteles é “o fim da política é o bem propriamente humano”. Uma vez que para ele o homem é um animal político, podemos afirmar seguramente que é somente na política que o imperativo ético se satisfaz. Assim, somente a alternativa [B] é correta. 22 [ 107797 ]. (Pucpr 2009) Para Aristóteles, em Ética a Nicômaco, “felicidade [...] é uma atividade virtuosa da alma, de certa espécie”. Assinale a alternativa que não condiz com a referida definição aristotélica de felicidade: a) Felicidade só é possível mediante uma capacidade racional, própria do homem. b) Ter felicidade é obter coisas nobres e boas da vida que só são alcançadas pelos que agem retamente. c) Felicidade é uma fantasia que o homem cria para si. d) Nenhum outro animal atinge a felicidade a não ser o homem, pois os demais não podem participar de tal atividade. e) A finalidade das ações humanas, o Bem do homem, é a felicidade. Resposta: “Logo, o que é primeiramente, isto é, não em sentido determinado, mas sem determinações, deve ser a substância. Ora, em vários sentidos se diz que uma coisa é primeira, e em todos eles o é a substância: na definição, na ordem de conhecimento, no tempo.” [C] A felicidade, para Aristóteles, é o fim último da vida humana. Ela é alcançada quando o homem se liberta dos males terrestres mediante uma atividade virtuosa. Portanto, não se pode dizer que a felicidade seja somente uma fantasia criada pelo homem. 23 [ 123080 ]. (Uem 2013) Um texto de um filósofo anônimo da Idade Média apresenta de modo claro um problema central para a filosofia e a ciência do seu tempo. Ele afirma: “Boécio divide em três as partes da ciência especulativa: natural, matemática e teológica. Da mesma forma, o Filósofo [isto é, Aristóteles] divide-a em natural, matemática e metafísica. Assim, isto que Boécio chama teologia, o Filósofo chama metafísica. Elas são, portanto, idênticas. Mas a metafísica não é acerca de Cristo. Logo, a teologia também não o é” (Quaestio de divina scientia. In: FIGUEIREDO, V. Filósofos na sala de aula. Vol. 3. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, p. 68). A partir do trecho citado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) A teologia apresenta-se na Idade Média como a ciência principal. 02) A teologia é objeto da filosofia de Aristóteles, apesar de ela não ter esse nome para ele. 04) A teologia é uma ciência que não diz respeito à investigação da natureza de Cristo. 08) A teologia é, para esses filósofos, tão científica quanto a matemática. 16) A teologia e a metafísica são conhecimentos adquiridos por meio da ciência especulativa. Resposta: 02 + 04 + 08 + 16 = 30. O texto citado apresenta um problema fundamental da filosofia na Idade Média apenas no sentido de que os medievais precisavam de algum modo resolver o problema de relacionamento entre o aristotelismo e o conhecimento revelado. Entre os medievais há uma completa distorção da metafísica aristotélica na insistência de sua proximidade com a teologia, que no caso é evidentemente a teologia cristã. Apesar de Aristóteles afirmar que a metafísica é a ciência teológica, diz isso somente no sentido de ser a filosofia primeira, ou o conhecimento a respeito dos seres imateriais. O filós ofo não diz isso no sentido de um conhecimento sobre Deus e sua criação. A questão não deixa muito claro o período do texto citado e, consequentemente, acaba confundindo certas noções como, por exemplo, a de teologia, que na escolástica é sim acerca de Cristo, porém no caso do texto não o é. 24 [ 96126 ]. (Ufu 2009) Leia atentamente o texto a seguir. ARISTÓTELES. Metafísica. (1028a 30-35). Tradução de Leonel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. p.147-148. De acordo com o pensamento de Aristóteles, marque a alternativa incorreta. a) Para Aristóteles, o conhecimento somente é possível tendo por objeto as substâncias, pois dos acidentes não é possível se fazer ciência. b) A substância, ao contrário do acidente, é a categoria por meio da qual sabemos o que uma coisa é, pois é a partir da substância que definimos uma coisa. c) Pode-se dizer que, para a metafísica aristotélica, a substância é a característica necessária de uma coisa, uma vez que nos indica em que sentido uma coisa é. d) Segundo a metafísica aristotélica, a definição de cada ser é apreendida pela ordenação e classificação de suas características acidentais. Resposta: [D] Das alternativas, somente a opção [D] é falsa. Segundo Aristóteles, a definição de cada ser é dada pela sua substância e essência (que corresponde às características gerais do ser) e não pelas suas características acidentais. 25 [ 108455 ]. (Unioeste 2010) “Nós estimamos possuir a ciência de uma coisa de maneira absoluta – e não, ao modo dos Sofistas, de uma maneira puramente acidental, quando acreditamos que conhecemos a causa pela qual a coisa é, que sabemos que essa causa é a da coisa e que, além disso, não é possível que a coisa seja algo distinto do que ela o é. É evidente que tal é a natureza do conhecimento científico. […] Mas o que chamamos aqui saber é o conhecer por meio da demonstração. Por demonstração entendo o silogismo científico e chamo científico um silogismo cuja posse em si mesma constitui para nós a ciência” (Aristóteles). Tendo em conta a teoria aristotélica da ciência, é incorreto afirmar que a) o conhecimento científico não trata apenas da causalidade e do que é necessário, mas também do contingente, do provável e do individual. b) o conhecimento científico é um tipo de conhecimento que adquirimos exclusivamente por meio da demonstração, o silogismo científico. c) os primeiros princípios não são conhecidos por demonstração; caso contrário, teríamos uma regressão ao infinito. d) o silogismo científico, por fornecer explicações causais, não trata do “quê” das coisas, mas do seu “porquê”. e) na ciência demonstrativa, as premissas, além de tratarem da causa, devem ser verdadeiras, primeiras, imediatas e mais conhecidas que a conclusão. c) O bem do homem nos aparece como uma atividade da alma em consonância com a virtude. d) O princípio contemplativo da alma ignora as atividades racionais e valoriza as virtudes. Resposta: Resposta: [A] [C] Aristóteles estima possuir “a ciência de uma coisa de maneira absoluta”, e não acidental ou contingente. Sendo assim, verificase que somente a alternativa [A] é a incorreta. 26 [ 114338 ]. (Ufsj 2006) Segundo o pensamento de Aristóteles, as afirmações abaixo estão corretas, EXCETO a da alternativa a) São verdadeiramente bens os que s e relacionam com a alma. b) A felicidade é uma espécie de boa vida e boa ação. c) A felicidade é a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo. d) A felicidade implica apenas prazer e prosperidade exterior. Aristóteles inicia esta tarefa de definir qual é a função do homem, pois, após inferir que a felicidade é algo absoluto, autossuficiente e a finalidade da ação, o filósofo percebe que se soubéssemos qual a função do homem poderíamos explicar claramente o q ue é esta felicidade. O raciocínio é o seguinte: se o bem para um médico é cumprir perfeitamente a sua função, então da mesma maneira, se o homem possuísse uma função, a sua felicidade (e o sumo bem) estariam vinculados ao fato de exercer perfeitamente esta função. A atividade da alma é a função do homem, pois esta intelectualidade é sua característica peculiar, e o bem parece ser, de acordo com esta atribuição de função feita ao homem, uma “atividade da alma em consonância com a virtude, e, se há mais de uma virtude, com a melhor e mais completa”. Resposta: [D] Dado que todo trabalho e todo conhecimento visa a algum bem, devemos nos perguntar qual seria o bem visado pela arte mestra, pela ciência política. Mas, em geral, qual o mais alto entre todos os bens que poderíamos alcançar através da ação? Todos os homens concordam que este é a felicidade, porém diferem no que isto consistiria. Por um lado, o vulgo afirma que a felicidade é algo simples e óbvio como o prazer, a riqueza e a honra; embora, modifiquem a acepção da palavra de acordo com a circunstância, dizendo ser a felicidade a saúde quando se está doente, ou a riqueza quando se é pobre. Por outro, o sábio, cônscio de sua própria ignorância, afirma a felicidade estar em algo inapreensível, em algo autosubsistente que garante a bondade de todos os outros bens. Após esta diferenciação, Aristóteles fará, como sempre faz, uma reflexão sobre a opinião do vulgo e sobre a opinião do sábio e constatará, nesta reflexão, os problemas de cada uma destas opiniões e tentará encontrar uma resposta para a pergunta. 28 [ 114339 ]. (Ufsj 2006) Para Aristóteles, “... há uma diferença entre argumentos que procedem dos primeiros princípios e os que se voltam para eles. (...)... embora devamos começar pelo que é conhecido, os objetos do conhecimento o são em dois sentidos diferentes: alguns para nós, outros na acepção absoluta da palavra" (ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Livro I. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 51. (Coleção Pensadores)). Nesse caso, para ouvir inteligentemente as preleções sobre temas da ciência política, é preciso a) ignorar e distanciar-se dos fatos políticos. b) ignorar e distanciar-se do ponto de partida da questão política. c) ter sido educado nos bons hábitos. d) ter conhecimento sobre retórica. Resposta: [C] 27 [ 114345 ]. (Ufsj 2006) "Se a função do homem é uma atividade da alma que segue ou que implica um princípio racional e se dizemos que 'um tal-e-tal' e 'um bom tal-e-tal' têm uma função que é a mesma em espécie ..., se realmente assim é [...]". (ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Livro I. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 56. (Coleção Pensadores)). Assinale a alternativa que completa essa ideia de Aristóteles. a) A função do homem é uma espécie de atividade virtuosa do princípio contemplativo da vida. b) O princípio racional da vida contemplativa leva o homem às ações boas e virtuosas. A importância de ter sido bem educado, isto é, de possuir bons hábitos decorre da necessidade, dado que partimos dos fatos que nos são conhecidos (cf. 1095 b; Ética a Nicômaco), de ouvir inteligentemente as preleções sobre a ciência política. Para afirmar que devemos partir dos fatos, Aristóteles distingue entre argumentos que procedem dos princípios e argumentos que se direcionam para os princípios, ele cita a questão de Platão: “nosso caminho parte dos primeiros princípios ou se dirige para eles?”. Presumindo, Aristóteles afirma que devemos começar sempre por aquilo que nos é conhecido, ou seja, pelos objetos de conhecimento no sentido de que este tipo de objeto é assim para nós e não numa acepção absoluta da palavra. Neste contexto, ouvir sobre a experiência dos antigos é muitíssimo importante. 29 [ 98030 ]. (Uel 2007) Leia o texto a seguir: “A comunidade constituída a partir de vários povoados é a cidade definitiva, após atingir o ponto de uma autossuficiência praticamente completa; assim, ao mesmo tempo que já tem condições para assegurar a vida de seus membros, ela passa a existir também para lhes proporcionar uma vida melhor. Toda cidade, portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as primeiras comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a natureza de uma coisa é o seu estágio final, porquanto o que cada coisa é quando o seu crescimento se completa nós chamamos de natureza de cada coisa, quer falemos de um homem, de um cavalo ou de uma família. Mais ainda: o objetivo para o qual cada coisa foi criada - sua finalidade - é o que há de melhor para ela, e a autossuficiência é uma finalidade e o que há de melhor.” também os metecos (homens livres) e os escravos possuem um local para habitar. (...) Ora, não há melhor critério para definir o que é o cidadão, em sentido estrito, do que entender a cidadania como capacidade de participar da administração da justiça e no governo.” (ARISTÓTELES. Política, livro III, cap. 1 1275 a 6-7 e 22-23). A partir desse trecho, é correto afirmar que 01) a atividade política não é restrita a um pequeno grupo de cidadãos, mas está acessível a todos que têm cidadania. 02) a cidadania é garantida em função de se habitar um lugar. 04) o principal critério para definir um cidadão é a possibilidade de ele participar da vida política da cidade. 08) a nem todos os habitantes de uma cidade é garantido o direito de ocupar cargos públicos ou tomar parte nas decisões judiciais, mas somente àqueles que são considerados cidadãos naquela cidade. 16) a participação política não é uma questão de escolha para Aristóteles, uma vez que, para ele, todos os habitantes da cidade deveriam agir politicamente, independente de sua condição social ou econômica. Fonte: ARISTÓTELES. Política. Tradução de Mário da Gama Kury. 2ª ed. Brasília: UnB, 1988, p.15. Com base na citação acima e em seus conhecimentos sobre a concepção de Estado e sociedade em Aristóteles, considere as afirmativas a seguir: I. Para Aristóteles a cidade é uma criação artificial decorrente da necessidade que os homens têm de não causar danos uns aos outros. II. A cidade autossuficiente é o estágio final das primeiras comunidades e existe para garantir a vida de seus membros e tornar possível uma boa vida. III. A reflexão acerca da cidade revela a concepção teleológica da filosofia política de Aristóteles. IV. Para Aristóteles, a cidade deve ser entendida como uma espécie de comunidade que tem como única função proporcionar a segurança dos indivíduos. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e IV. b) I e III. c) II e III. d) I, II e IV. e) II, III e IV. Resposta: [C] A resposta para esta questão está contida no texto do enunciado. Nesse, Aristóteles afirma que “a natureza de uma coisa é o seu estágio final” e que “a autossuficiência é uma finalidade e o que há de melhor”. Isso está em íntima consonância com as afirmativas II e III. Já I e IV são afirmações que em nada se aproximam do pensamento de Aristóteles e, por isso, estão incorretas. 30 [ 115736 ]. (Uem-pas 2011) Aristóteles (384-322 a.C.) afirma em Política: “Diremos que nenhum indivíduo é cidadão só porque habita num determinado lugar, pois, tal como os cidadãos, Resposta: 01 + 04 + 08 = 13. Na passagem citada, Aristóteles está trabalhando um conceito de cidadão. A necessidade deste trabalho provém do fato de ocorrer um grande número de habitantes estrangeiros na cidade-estado. A presença destas pessoas cria um problema, pois alguns homens de grande influência não possuem, todavia, poder político e são apenas residentes. Como pessoas sem cidadania poderiam influenciar as direções que a cidade toma? Atenas passava por uma transformação deste tipo e a presença estrangeira mesmo sem cidadania modificava a educação, a cultura, a justiça e a administração da cidade. Para uma noção geral sobre o assunto: BLOOM, A. The Republic of Plato (translated with notes and an interpretative essay). New York: Basic Books, 1991. STRAUSS, L. The city and man. Chicago: The University of Chicago press, 1978. Em primeiro lugar, devemos perceber que se considerarmos a cidadania apenas o fato da habitação, chegamos até a conclusão de que todos os moradores são cidadãos, porém apenas alguns participam da administração da justiça e do governo. Contudo, Aristóteles coloca em questão esta definição que cria uma equivalência entre a moradia e a cidadania e tenta redefinir o cidadão a partir da sua participação efetiva nas atividades políticas. Assim, o cidadão passa a ser vinculado ao tipo de regime político do qual faz parte. A definição dada pelo pensador garante sempre àqueles que participam a sua cidadania, porém, nem sempre àquele que habita. 16) a participação política não é uma questão de escolha para Aristóteles, uma vez que, para ele, todos os habitantes da cidade deveriam agir politicamente, independente de sua condição social ou econômica.