A abordagem de desempenho na edificação
Luis Carlos Bonin - [email protected]
A abordagem de desempenho na edificação
Bibliografia básica:
Working with the performance approach in building. CIB
Publication 64, 1982.
ISO 6241- Performance standards in building - Principles for
their preparation and factors to be considered, 1984.
ISO 7162 - Performance standards in building - Contents and
format of standards for evaluation of performance, 1984.
ISO 7164 - Performance standards in building - Definitions
and means of expression for the performance of a whole
building, 1985.
A abordagem de desempenho na edificação
1. O que é a abordagem de desempenho na
edificação?
CIB (1982): Prática de pensar em fins antes que em
meios.
ISO (1984): Comportamento em uso.
A abordagem de desempenho na edificação
Em essência, a abordagem de desempenho na
edificação consiste em análise rigorosa seguindo a
aplicação do método científico.
Que tipo de análise?
• análise de conteúdo (descrição tradicional)
• análise de propriedades (descrição de engenharia)
• análise de atributos (descrição de desempenho)
A abordagem de desempenho na edificação
Tomando, por exemplo, uma barra de chocolate
• análise de conteúdo (ingredientes):
açúcar,
pasta de cacau,
manteiga de cacau,
lecitina de soja (emulsificante) e
aromatizante
A abordagem de desempenho na edificação
• análise de propriedades (informação nutricional)
valor energético: 50kcal;
carboidratos: 6g;
proteínas: 0g;
gorduras totais: 2,5g;
gorduras saturadas: 1,5g;
gorduras trans: 0g;
fibra alimentar: 0g;
sódio: 0mg
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• análise de atributos (por que eu gosto de
chocolate?)
aroma: hummm
textura: hummmmmm
sabor: hummmmmmmmmm
A abordagem de desempenho na edificação
Na abordagem de desempenho na edificação são
definidos os requisitos que uma edificação deve
cumprir como uma etapa que precede a prescrição
de como ela deve ser construída.
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação não
introduz nenhuma revolução científica no estudo
da edificação e suas partes.
A grande novidade é a tentativa de definir métodos
consistentes de avaliação e de submeter todas as
partes da edificação a um exame sistemático.
A abordagem de desempenho na edificação
Na abordagem de desempenho na edificação não se
assume que uma solução construtiva seja
satisfatória sem que ela seja submetida a uma
análise consistente e rigorosa, preferentemente
baseada em dados quantitativos para a avaliação
do seu comportamento em uso.
A abordagem de desempenho na edificação
A utilização da abordagem de desempenho implica
em:
• compilar dados e sistematizá-los em parâmetros
consistentes de avaliação
A abordagem de desempenho na edificação
A utilização da abordagem de desempenho implica
em:
• estender o escopo da avaliação a todos aspectos
relevantes ao comportamento em uso da
edificação, incluindo aspectos normalmente
considerados aceitos sem prova ou evidência
A abordagem de desempenho na edificação
A utilização da abordagem de desempenho implica
em:
• definir clara e objetivamente o comportamento em
uso esperado da edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A utilização da abordagem de desempenho implica
em:
• exigir prova de atendimento dos requisitos
formulados segundo métodos de teste e avaliação
validados
A abordagem de desempenho na edificação
A utilização da abordagem de desempenho implica
em:
• definir procedimento de julgamento global do
conjunto de resultados obtidos na avaliação parcial
de cada aspecto considerado relevante
A abordagem de desempenho na edificação
A prática de trabalho utilizando a abordagem de
desempenho é diferente da prática tradicional.
A prática tradicional utiliza diretamente
especificações prescritivas dos meios utilizados na
produção da edificação, incluindo materiais, mãode-obra, procedimentos de produção, etc.
A abordagem de desempenho na edificação
Especificações prescritivas parecem mais fáceis de
trabalhar devido à familiaridade com este modo de
abordar a produção da edificação.
Porém, especificações prescritivas são limitadas
pela atualidade do conhecimento e pela
experiência do especificador e excluem a
possibilidade de uso de todas outras soluções
alternativas.
A abordagem de desempenho na edificação
Especificações de desempenho produzem uma base
consistente de informações para o projeto de uma
edificação e para o desenvolvimento de novos
produtos para a construção (componentes,
elementos, subsistemas).
A utilização de especificações de desempenho
exige, todavia, maior conhecimento técnico e
melhor infra-estrutura científica e tecnológica do
setor produtivo.
A abordagem de desempenho na edificação
Especificações prescritivas são baseadas em um
saber essencialmente empírico.
Especificações de desempenho são baseadas em
um saber essencialmente intelectual.
A abordagem de desempenho na edificação
Lembra-se que especificações de desempenho
precedem as especificações prescritivas, não as
substituem.
A definição última de uma solução construtiva
sempre é prescritiva. A questão é qual o momento
mais favorável para traduzir especificações de
desempenho em especificações prescritivas.
A abordagem de desempenho na edificação
2. O surgimento da abordagem de
desempenho na edificação
A Revolução Industrial modificou fundamentalmente
os valores sociais: novas crenças, novos papéis
sociais, novas aspirações, etc.
A abordagem de desempenho na edificação
Grandes transformações:
• do valor da tradição para o valor da inovação
• da fé (certeza) para a razão (dúvida)
• da acumulação da terra, para a acumulação da
moeda, para a acumulação do capital
• da matéria-prima para o material para o
componente
• do trabalho manual para o trabalho intelectual
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• reorganização do trabalho (da lógica intrínseca
para a lógica extrínseca)
• gestão da produção pela oferta
• efemerização dos produtos
• mecanização ( automação) dos processos de
produção (potência, velocidade, controle)
A abordagem de desempenho na edificação
Ao longo do século XIX houve grande acumulação
do conhecimento científico e tecnológico e a
consolidação das modernas escolas tecnológicas.
O desajuste das novas estruturas econômicas em
relação às velhas estruturas políticas e sociais
levou inevitavelmente a um conflito destruidor da
velha ordem.
A abordagem de desempenho na edificação
Alguns historiadores contemporâneos consideram
ter existido apenas uma Grande Guerra Mundial,
com um período de conflito latente, utilizado para o
desenvolvimento da máquina de guerra, entre dois
períodos de conflito armado.
Este período entre conflitos armados foi muito
produtivo para o desenvolvimento de novas
tecnologias civis e militares.
A abordagem de desempenho na edificação
Ao final da Grande Guerra houve a consolidação do
modo industrial de produção, pois barreiras antes
existentes foram destruídas nos anos de conflito.
Na reconstrução da Europa, surgiu oportunidade
para a introdução de novas tecnologias de
construção, pois muito havia para se construir e a
disponibilidade de materiais e mão-de-obra
tradicionais era insuficiente.
A abordagem de desempenho na edificação
A utilização de novas tecnologias era uma
necessidade mas a falta de experiência com as
tecnologias inovadoras reduzia a segurança de
construtores e consumidores.
Na França, em 1947 foi criado um procedimento
para a homologação de produtos inovadores
baseados no julgamento por especialistas
reunidos de organismos da sociedade civil.
A abordagem de desempenho na edificação
Logo a seguir foi criado uma organização estatal
para dar o suporte técnico às ações de
homologação de produtos inovadores. Esta
organização, o CSTB, consolidou o procedimento
criado e difundiu esta experiência pelo mundo
inteiro. Organizações semelhantes foram criadas
em diversos países copiando o modelo francês.
A abordagem de desempenho na edificação
O procedimento de homologação de produtos
inovadores para a construção baseava-se no
criterioso julgamento das características dos novos
produtos, normalmente comparando-as com
produtos já conhecidos. A avaliação de produtos
mais radicais na inovação mostrou
progressivamente a deficiência do método de
avaliação praticado.
A abordagem de desempenho na edificação
A experiência de diversos centros tecnológicos
enfrentando as mesmas dificuldades na avaliação
de produtos inovadores para a construção levouos a debater e definir uma nova abordagem
conceitual para esta avaliação.
A abordagem de desempenho na edificação
Ao longo da década de 70 vários eventos reuniram
técnicos de vários países para consolidar a
abordagem de desempenho (1975, 1977, 1979,
1981).
No início dos anos 80 foram consolidadas as
discussões, resultando na publicação do CIB
Report Publication 64 e das normas ISO sobre o
tema.
A abordagem de desempenho na edificação
3. Campos de aplicação da abordagem de
desempenho
• no projeto de uma edificação isolada ou em um
programa de construção de um tipo de edificação,
produzindo uma lista de requisitos a serem
atendidos
A abordagem de desempenho na edificação
• no desenvolvimento e marketing de novos
produtos para a construção
A abordagem de desempenho na edificação
• na produção de documentação técnica para a
construção (códigos de construção, normas
técnicas, práticas recomendadas, manuais de uso)
A abordagem de desempenho na edificação
• no controle de qualidade de processos de
construção (inspeção, certificação)
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho pode ser utilizada em
diferentes níveis de agregação das partes
constituintes de uma edificação: sistemas
construtivos, sub-sistemas, elementos e
componentes de uso específico.
A abordagem de desempenho na edificação
Projeto
define
requisitos
sistemas construtivos
sub-sistemas
elementos
componentes
materiais
Produção
define
atributos
A abordagem de desempenho na edificação
Destaca Blachere (1981) que é mais fácil a
especificação de desempenho de partes mais
agregadas da edificação (sub-sistemas,
elementos) pois a especificação de partes menos
agregadas (componentes) exige complexas
considerações de combinações possíveis destas
partes.
A abordagem de desempenho na edificação
Lembra Blachere (1981), a necessidade de se
chegar a um acordo sobre o nível de agregação
das partes da construção onde as especificações
de desempenho no projeto da edificação e na
produção de partes da construção sejam
comparadas.
A abordagem de desempenho na edificação
4. Base de conhecimentos necessária para a
aplicação da abordagem de desempenho
• definição dos requisitos dos usuários da edificação
• definição do contexto de uso da edificação
• domínio de métodos de avaliação do
comportamento em uso da edificação
A abordagem de desempenho na edificação
definição dos requisitos dos usuários da edificação
• baseada no estudo do comportamento e
necessidades dos usuários
• comportamento depende do tipo de atividade
realizada e de valores dos usuários
A abordagem de desempenho na edificação
• elaboração de listas de requisitos de caráter geral
para usos tipificados
–
–
–
–
edifícios escolares
edifícios habitacionais
edifícios industriais
edifícios comerciais
A abordagem de desempenho na edificação
definição do contexto de uso da edificação
• clima
• legislação
• cultura
A sobreposição de contexto de uso aos requisitos
dos usuários transforma o geral em particular!
A abordagem de desempenho na edificação
domínio de métodos de avaliação do comportamento
em uso da edificação
• ensaio em laboratório
• ensaio em uso
• simulação
• cálculo
• análise de projeto
A abordagem de desempenho na edificação
A compilação de informações em todos estes temas
exige considerável esforço de pesquisa.
Não existem bases de dados totalmente
sistematizadas disponíveis.
Informações compiladas para um determinado
ambiente de produção devem ser cuidadosamente
revisadas na sua transposição para outro
ambiente.
A abordagem de desempenho na edificação
5. Como definir requisitos de desempenho de uma
edificação
Preliminarmente, quem são os usuários de uma
edificação?
ocupantes (permanentes e não permanentes ) e nãoocupantes
humanos e não-humanos
seres vivos e seres inanimados
A abordagem de desempenho na edificação
Regra geral:
usuário é aquele que gera requisitos a serem
atendidos pela edificação
Por exemplo, em um edifício escolar, são usuários os
alunos, professores, administradores, proprietários,
técnicos de manutenção, oficiais do corpo de
bombeiros, visitantes, vizinhos, e, em casos especiais,
animais de criação, computadores, etc.
A abordagem de desempenho na edificação
Na definição dos requisitos dos usuários são
considerados aspectos:
• técnicos
• psicológicos
• fisiológicos
• sociológicos
A abordagem de desempenho na edificação
Na elaboração dos requisitos dos usuários
normalmente inicia-se com um enunciado geral,
vago e qualitativo que define uma necessidade
dos usuários para poderem bem realizar suas
atividades.
Por exemplo: o espaço construído deve apresentar
conforto acústico.
A abordagem de desempenho na edificação
No passo seguinte este enunciado é traduzido em
requisitos dos usuários, que são parâmetros
(qualitativos ou quantitativos) tipificados para um
uso da edificação mas ainda gerais em relação a
uma edificação em particular.
Por exemplo: o nível máximo equivalente de ruído durante
o horário de trabalho deve ser de 40 dB(A).
A abordagem de desempenho na edificação
A combinação dos requisitos dos usuários (gerais)
com o contexto de uso (específico) resulta na
elaboração de uma ampla lista de requisitos de
desempenho (específicos) objetivos e, tanto
quanto possível, quantitativos.
Por exemplo: o nível máximo equivalente de ruído durante
o horário de trabalho deve ser de 40 dB(A) quando o
nível de ruído externo é de 75 dB(A), sendo este o valor
do ruído na vizinhança durante o horário de trabalho.
A abordagem de desempenho na edificação
usuários
atividades dos usuários
necessidades dos usuários
requisitos dos usuários
A abordagem de desempenho na edificação
Embora seja desejável o caráter objetivo e
quantitativo dos requisitos de desempenho, a
avaliação da edificação envolve aspectos
essencialmente subjetivos, que muitas vezes
somente podem ser formulados qualitativamente.
Por exemplo, na avaliação do conforto visual, pode ser
formulado um requisito como “o usuário deve ter contato
visual com o mundo externo em todos espaços da
edificação”.
A abordagem de desempenho na edificação
Já outros aspectos essencialmente subjetivos,
tornam-se objetivos quando estatisticamente
parametrizados em termos quantitativos.
Na avaliação do conforto térmico de um espaço
construído, por exemplo, procura-se atingir um
percentual elevado de usuários em situação de conforto.
A abordagem de desempenho na edificação
Em uma ampla lista de requisitos de desempenho é
óbvio esperar que alguns sejam mais importantes
para a satisfação dos usuários do que outros.
Para simplificar a utilização da abordagem de
desempenho na edificação é prática comum a
seleção de critérios de desempenho, que reúnem
os requisitos de desempenho mais importantes.
A abordagem de desempenho na edificação
A seleção de critérios de desempenho pode ser feita
de acordo com os vários métodos:
– escolha subjetiva por especialista ou grupo de
especialistas
– escolha baseada na disponibilidade de métodos de teste
– escolha baseada em análise funcional
– escolha baseada na avaliação de produtos em uso
– escolha baseada em estudos dos requisitos dos usuários
A abordagem de desempenho na edificação
requisitos dos usuários + contexto de uso
requisitos de desempenho
critérios de desempenho
A abordagem de desempenho na edificação
6. Como prever o desempenho de uma solução
construtiva
Para avaliar o comportamento em uso de uma
edificação é necessário desenvolver modelos que
representem objetivamente e que permitam a
medição de parâmetros descritores deste
comportamento .
A abordagem de desempenho na edificação
O desenvolvimento de modelos da realidade exige
amplo conhecimento dos fenômenos representados
e clara identificação das variáveis relevantes.
A complexidade de um modelo depende dos recursos
disponíveis, da precisão exigida de seus
resultados, e de características próprias do
fenômeno representado.
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho está baseada no foco
em fins antes que em meios. A princípio a avaliação
de desempenho deveria ser independente da
solução construtiva proposta.
Isto nem sempre acontece, pois os modelos utilizados
na representação da realidade são dependentes de
características da solução construtiva avaliada.
A abordagem de desempenho na edificação
Por exemplo, para avaliar a estabilidade e durabilidade de
um artefato de madeira poderia ser proposto um método
de ensaio onde o artefato é submetido a um ambiente
quente e úmido.
Este mesmo método de ensaio, se fosse utilizado para
avaliar um artefato cimentício simularia condições ideais
de conservação.
A abordagem de desempenho na edificação
Modelos estáticos
fenômenos constantes ou quase constantes no tempo
solicitações limites
Modelos dinâmicos
fenômenos variáveis no tempo
fenômenos sinérgicos
solicitações instantâneas
A abordagem de desempenho na edificação
Situação real
observação em uso
observação de protótipos
análise de projeto
Métodos de Teste de Desempenho
Estimativas
cálculos
simulações
ensaios de propriedades
A abordagem de desempenho na edificação
observação em uso
fidelidade das condições de uso
necessidade de estudos prévios para definir variáveis
relevantes
observação e registro apenas de variáveis fáceis de medir
dificuldade para reduzir ruídos na observação
possibilidade de trabalhar com amostras estatisticamente
representativas
moderado custo de realização
A abordagem de desempenho na edificação
observação de protótipos
limitada fidelidade às reais condições de uso
necessidade de estudos prévios para definir variáveis
relevantes e semelhança do protótipo com a realidade
possibilidade de observação e registro de variáveis com o
uso de instrumentação mais complexa
possibilidade de controle de ruídos na observação
limitada série de observações, raramente dispondo de
amostras estatisticamente representativas
moderado a alto custo de realização
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
cálculo
limitada fidelidade às reais condições de uso
necessidade de estudos prévios para validação do modelo
de cálculo
necessidade de medição de variáveis utilizadas no modelo
de cálculo
inexistência de ruídos na observação, exceto quando
intencionalmente introduzidos
moderado custo de realização
A abordagem de desempenho na edificação
simulação
limitada fidelidade às reais condições de uso
necessidade de estudos prévios para validação do modelo
de simulação
necessidade de medição de variáveis utilizadas no modelo
de simulação
inexistência de ruídos na observação, exceto quando
intencionalmente introduzidos
moderado a alto custo de realização, dependendo do
modelo de simulação (físico ou virtual)
A abordagem de desempenho na edificação
ensaios de propriedades
nenhuma fidelidade às reais condições de uso
necessidade de estudos prévios para definir correlação de
propriedades e desempenho
possibilidade de trabalhar com amostras estatisticamente
representativas
moderado custo de realização
A abordagem de desempenho na edificação
métodos de teste de desempenho - MTD
fidelidade às reais condições de uso
necessidade de estudos prévios para definir variáveis
relevantes e semelhança do MTD com a realidade
possibilidade de observação e registro de variáveis com o
uso de instrumentação mais complexa
limitada possibilidade de controle de ruídos na observação
limitada série de observações, raramente dispondo de
amostras estatisticamente representativas
moderado a alto custo de realização
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
7. Como avaliar a adequação ao uso de uma
solução construtiva
Na abordagem de desempenho não existem bons ou
maus produtos. Existem produtos satisfatórios ou
não satisfatórios a um determinada condição de
uso.
A abordagem de desempenho na edificação
A simples comparação numérica do valor obtido em
ensaio com o valor do requisito de desempenho
pode levar a escolhas técnicas inconsistentes.
Considerando, por exemplo, um requisito de desempenho
especificado no valor de 40,0 (em alguma unidade) um
produto cuja avaliação for 39,9 será insatisfatório e outro
produto cuja avaliação for 40,1 será satisfatório.
Matematicamente o julgamento está correto, mas na
prática ambos produtos são muito semelhantes.
A abordagem de desempenho na edificação
Seguindo o mesmo exemplo: um terceiro produto teve a
avaliação de 55,0. Segundo o julgamento ele também
será considerado satisfatório, mas não se pode
considerá-lo semelhante ao primeiro produto pois seu
comportamento em uso é bastante diferenciado.
A abordagem de desempenho na edificação
Uma proposta para abordar este problema é a
utilização de escalas de desempenho onde sejam
definidos limites na escala onde os produtos são
classificados.
A abordagem de desempenho na edificação
Existem recomendações para otimizar a utilização
das escalas de classificação:
– exclusão de designações de valor para a classificação
(péssimo, ruim, bom, excelente)
– utilização de denominações neutras para identificação
das classes (KLMNO em vez de ABCDE)
– sobreposição entre os intervalos das classes para evitar
a simplificação do julgamento pela comparação
numérica (classificação MERUC para argamassas
industrializadas)
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
Quando se avalia apenas um requisito de
desempenho é fácil estabelecer uma comparação
entre produtos. A dificuldade surge quando se
precisa considerar simultaneamente vários
requisitos em um único julgamento.
A abordagem de desempenho na edificação
Raramente um produto possui resultados de sua
avaliação superior a outro em todos requisitos.
Assim, a comparação entre produtos exige a
combinação da avaliação de vários requisitos, o
que é bastante difícil.
A abordagem de desempenho na edificação
Um desdobramento direto da utilização de escalas
de desempenho é a utilização de perfis de
desempenho para a avaliação global de todos
requisitos de desempenho.
Para isto basta justapor as escalas e ligar os pontos
marcados em cada escala formando um perfil.
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A grande vantagem do perfil de desempenho é sua
clareza visual. É possível perceber facilmente os
aspectos positivos e negativos de qualquer
produto em uma rápida observação.
Isto é importante para orientar a divulgação do
produto no mercado e orientar o seu
aperfeiçoamento tecnológico.
A abordagem de desempenho na edificação
A grande desvantagem é a dificuldade de se
comparar o desempenho de dois produtos.
Se for representado o perfil dos requisitos de
desempenho é simples o julgamento se o os
produtos são ou não satisfatórios. Mas qual deles
é o melhor?
A abordagem de desempenho na edificação
Para comparar produtos com perfis de desempenho
diferentes é preciso definir padrões adicionais de
julgamento.
Por exemplo, poderia ser considerado melhor o produto
com melhor resultado em um requisito específico. Outro
padrão poderia ser a simples soma de pontos préestabelecidos para a obtenção de classes superiores
nas escalas dos diferentes requisitos de desempenho.
A abordagem de desempenho na edificação
Existem exemplos também da geração de um
número índice integrador de todos os resultados
obtidos em cada requisito.
Este método envolve uma padronização da escala
(pois não se pode combinar unidades de medidas
não padronizadas) e a atribuição de ponderações
da importância de cada requisito no julgamento
final.
A abordagem de desempenho na edificação
Procedimentos já são dominados para um maior
controle da arbitrariedade na escolha dos índices
de ponderação, que interferem significativamente
no resultado global.
Matrizes de análise multifatorial podem ajudar neste
sentido, principalmente se forem geradas por
grupos de especialistas e não apenas
individualmente.
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
A abordagem de desempenho na edificação
Requisitos dos usuários
–
–
–
–
–
segurança
habitabilidade
adequação ao uso
durabilidade
economia
– adequação ambiental
– construtibilidade
A abordagem de desempenho na edificação
Segurança
– estabilidade estrutural
– segurança ao fogo
– segurança em uso
Adequação ao uso
– conforto tátil
– conforto
antropodinâmico
– adequação dos espaços
a usos específicos
Habitabilidade
–
–
–
–
–
–
estanqueidade
conforto higrotérmico
conforto acústico
conforto visual
pureza do ar
higiene
Durabilidade
Economia
A abordagem de desempenho na edificação
Segurança: Estabilidade estrutural
– nenhuma parte em risco de ruína
– nenhuma parte operável com funcionamento
prejudicado
– evitar sensação de insegurança
– abordagem estatística de solicitações e propriedades
resistentes
– utilização de métodos de cálculo consagrados
– ensaios físicos na falta de métodos de cálculo
A abordagem de desempenho na edificação
– estabilidade geral e resistência a ações estáticas
• estabilidade no estado limite
• deslocamento máximo admissível
• deformações máximas admissíveis
– estabilidade e resistência a ações dinâmicas
• resistência ao impacto de corpo mole
• resistência ao impacto de corpo duro
– estabilidade aos esforços em partes móveis
A abordagem de desempenho na edificação
Segurança: Segurança ao fogo
– Proteção à vida dos ocupantes
– Proteção ao edifício
– Proteção a terceiros
Fogo = calor + combustível + oxigênio
A abordagem de desempenho na edificação
– comportamento de materiais e componentes
• propagação de chama
• combustibilidade
• geração de fumaça
• estanqueidade ao fogo
• estabilidade ao fogo
• isolamento térmico
A abordagem de desempenho na edificação
– segurança dos ocupantes
• tempo de alerta
• tempo de evacuação
• tempo de sobrevivência em zonas protegidas
• tempo de resistência ao colapso
A abordagem de desempenho na edificação
– projeto da edificação
• compartimentação do fogo
• exaustão da fumaça
• rotas de fuga
• distância entre edificações vizinhas
• permeabilidade da envoltória
• anteparos de proteção à propagação
A abordagem de desempenho na edificação
Segurança: Segurança em uso
– Proteção à integridade física dos usuários contra a ação
de agentes externos ou por características da edificação
A abordagem de desempenho na edificação
– segurança na circulação
• proteção contra quedas
• prevenção contra escorregamento
• percepção de obstáculos
– segurança contra intrusão
A abordagem de desempenho na edificação
Adequação ao uso: Conforto antropodinâmico
– Garantia de condições de uso compatíveis com as
capacidades físicas dos seus usuários
A abordagem de desempenho na edificação
– limitação ao esforço exigido dos usuários no uso normal
da edificação
• limitação à inclinação de rampas
• geometria de escadas e circulações
• esforço exigido na operação de partes móveis da
edificação
– limitação ao desconforto provocado por ações
dinâmicas
• limitação à intensidade e freqüência de vibrações
• limitação à ação direta do vento sobre os usuários
A abordagem de desempenho na edificação
Adequação ao uso: Adequação dos espaços
– Garantia de condições de pleno aproveitamento das
capacidades funcionais previstas para a edificação
A abordagem de desempenho na edificação
– compatibilidade dos espaços da edificação com o uso
projetado
• área mínima necessária para mobiliário
• área mínima necessária para fluxos de circulação
• capacidade de pleno aproveitamento do espaço
– flexibilidade
• flexibilidade para diferentes arranjos construtivos
• flexibilidade para diferentes disposições de mobiliário
• flexibilidade para ampliação da edificação
A abordagem de desempenho na edificação
– acessibilidade universal
• limitação a desníveis de piso
• espaços mínimos para circulação
• sinalização para circulação segura
• edificações para toda a vida
A abordagem de desempenho na edificação
Adequação ao uso: Conforto tátil
– Garantia de condições de conforto e segurança do
usuário no contato com superfícies da edificação
A abordagem de desempenho na edificação
– segurança no contato com partes da edificação
• proteção ao contato com superfícies quentes,
contundentes ou energizadas
• proteção contra descargas de eletricidade estática
• proteção ao contato ou exposição a substâncias
tóxicas ou perigosas
– conforto no contato com superfícies da edificação
• limitação da condutividade térmica das superfícies
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