Staff Tel.Fax: 54-11-4613-5475 / 4637-0942 / 4612-1726 / 54-9-11-4187-5872 Cordenação Geral Gustavo Molinatti [email protected] Página Web Website em espanhol: www.guiadelreciclador.com Website em português: www.guiadoreciclador.com Desenho e Diagramação Estudio Connotar [email protected] Publicidade e contato comercial Gustavo Molinatti [email protected] Para anunciar e contato no Brasil (11) 8173-6943 [email protected] [email protected] Para anunciar e contato na America Latina Gustavo Molinatti [email protected] Redação - Correio de leitores E-mail: [email protected] Fax: 54-11-4637-0942 Envio de artigos técnicos e notícias E-mail: [email protected] Assinatura Gratuita on line : www.guiadoreciclador.com E-mail: [email protected] Fax : 54-11-4637-0942 Colaboradores e agradecimentos especiais desta edição Mauro Silva Ruiz Roberto Domenico Lajolo John Shane, Cathy Martin y Randy Dazo - InfoTrend Daniel Reyes – Uninet Imaging Argentina Daniel Singermann – Multiparts Valdir L. Queiroz Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida sob nenhum conceito sem a permissão por escrito pelo editor. Se realiza todo o esforço possível para assegurar a fidelidade do material editado. De qualquer modo, o editor não assume nenhuma responsabilidade pelos erros nos artigos nem são expressadas as opiniões do editor Gustavo Molinatti Cordenação Geral Colaboradores Leonardo Valente é economista e profissional inscrito do Conselho Profissional de Ciências Informáticas de Buenos Aires. Tem sido produtor de meios especializados em informática, e trabalhado nas áreas de sistemas e marketing de várias empresas. Atualmente dirige a Inkpro.net, uma empresa de reciclagem ISSO 9001 com distribuidores em toda Argentina, que ativamente trabalha no teste de cartuchos sob as normas ASTM. Realiza, também, trabalhos de consultoria e implementação de sistematização e qualidade em empresas do setor. Eng. Cássio Rodrigues é o responsável técnico pelo Instituto que leva seu nome, referência no Mercado de Recondicionadores onde capacita utilizando avançadas metodologias educacionais que permitem o aumento da qualidade nos processos técnicos e operacionais. O ICR atua em todo o território brasileiro assim como Américas Latina, Central e do Norte, levando palestras, cursos e consultorias para recondicionadores, distribuidores, fabricantes de insumos e consumidores de produtos recondicionados. Enrique Stura tem mais de 25 anos de experiência no campo de eletrografia tendo atuado tanto em Desenvolvimento e Produção de fotorreceptores de Sete assim como em Marketing e Vendas de materiais para reprografia. De 1999 até 2005 foi consultor e também diretor técnico da Laser Toner do Brasil Ltda. empresa brasileira de remanufatura de cartuchos para impressoras e copiadoras. Das 2005 até hoje é Diretor técnico da UniNet Argentina na gerência técnica. O trabalho inclui investigação e desenvolvimento de produtos como suporte a UniNet Internacional, criação de manual e notas relacionadas com remanufatura, seminários, treinamento técnico. Software para seguimentos de custos de remanufactura e ajuda a clientes locais e internacionais. Seus trabalhos são publicados em várias revistas internacionais. Horácio Murúa é engenheiro químico e administrador de empresas pela Universidade Mackenzie, com pós graduação em comércio exterior pela Fundação Getúlio Vargas e em História pela Universidade de São Paulo. Foi diretor industrial de diversas empresas multinacionais das áreas químicas e farmacêuticas, realizou diversas conferências sobre temas técnicos em congressos no Brasil, Estados Unidos e América Latina. Possui patente de processos de fabricação, projetou e instalou indústrias no Brasil, Argentina, Uruguai e França. É autor de vários artigos técnicos publicados na área de reciclagem de cartuchos de toner. Consultor de projetos, implantação e validação de processos, atua hoje na Ink Press do Brasil como gerente das áreas de marketing e exportação e é instrutor dos cursos de reciclagem de cartuchos de toner, toner colorido e jato de tinta. Alejandro Campos Responsável pela área técnica da Servicint S.A., empresa com mais de 15 anos de experiência no mercado de insumos, trabalhou por mais de 10 anos em sistemas de impressão de grande formato e gigantografias, dedicando-se há mais de 5 anos ao desenvolvimento de sistemas de reciclagem de jato de tintas, matriciais e Mariela Gentilini Confêrencias Silvia Fiasche Administração e Eventos toners. Adriana Ponce Coelho Cerântola é advogada especializada em meio ambiente, sócia-fundadora de Santos & Cerântola Sociedade de Advogados, docente e palestrante. Estudio Connotar Disenho e Diagramação 4 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Arqta. Paulina Molinatti Tradução Editorial Gustavo Molinatti Verde e Nacional Há algumas semanas comprei para o meu filho um vídeo game, com um único detalhe desfavorável já que sua voltagem era de 110v, quando em casa tudo é 220v. Nada que não se resolva com um transformador, pensei. Mas apesar das explicações do caso sobre a precaução no momento de conectá-la, a ansiedade foi mais forte que meu discurso, e depois de algumas lágrimas e um ou outro sermão, apareceu em minha mesa uma simpática fonte de console queimada. Comecei então a rastrear os provedores desse tipo de aparato tão específico (o que não foi uma tarefa simples), até que consegui falar com um que me gerou um pouco de confiança, baseado no conhecimento do produto que pedia e em seu uso. Definido o modelo que buscava, chegou a pergunta inevitável : “você quer o original ou o alternativo?” ( ou para ser mais exato, disse “ou o chinês”). Não precisava que me explicasse que a compra do original seria mais custosa e também mais segura. Apenas quis conhecer a diferença de preço que, como imaginam, era considerável. A única pergunta que me animei a fazer foi sobre a qualidade do produto “chinês” e a resposta foi a esperada: “ninguém reclamou até agora, ainda que o original...seja o original”. A decisão estava em minhas mãos e compreendi que não estava comprando um artigo sofisticado, o que fez o chinês ganhar a concorrência. Em outras palavras, não estava querendo comprar uma fonte, mas solucionar o uso do vídeo game. Ao desligar o telefone, não pude evitar a analogía de todo esse processo com o de um suposto cliente buscando comprar um cartucho para sua impressora. A aparição do reposto “compatível” de origem asiática é uma constante em todo o reino da eletro-eletrônica. E quase não há a necessidade de que esse vendedor argumente sobre as virtudes e defeitos de cada opção. Está claro que ao mesmo preço e disponibilidade quase sempre compraríamos o original. Agora vejam, o que teria acontecido se o vendedor da minha fonte para vídeo game tivesse me oferecido uma terceira opção de um produto “reciclado”?. Eu teria mudado minha deci- são se o argumento do vendedor sobre o produto reciclado fosse baseado apenas no fato de ser mais barato que o original e igual (ou um pouco mais caro) que o compatível? É difícil ser objetivo com essa resposta, ainda que com certeza só a teria considerado se o vendedor argumentasse sobre outros fatores que me permitissem enxergar algum benefício na aquisição do reciclado. Duvido que o preço seja um bom argumento, mas despertar algum tipo de consciência meio ambiental pelo reprocesso desse tipo de produto e de como colaboraria dando trabalho aos meus compatriotas seria sim um bom argumento. Suponho que apoiar a vida nessas virtudes convenceria a mais de um cliente, que até pode ser que pague um pouco mais por esse produto verde e nacional. Isso sim, a qualidade do produto não deveria ser motivo de discussão, caso contrário todos os seus benefícios cairiam como um castelo de cartas. Assim como quem quer comprar uma furadeira não buscar uma ferramenta mas sim fazer buracos, quem busca um cartucho não quer um recipiente de tinta ou toner, mas quer que sua impressora imprima. Outra conclusão a que cheguei é o quanto seria mais difícil para o vendedor vender um produto reciclado contra a simples opção entre “o original ou chinês?”. Vender uma caixa é muito mais simples. Continuar apoiando a venda de um cartucho remanufaturado somente em seu menor preço significa não compreender qual é o verdadeiro negócio que tem em suas mãos. As legítimas virtudes que deveriam guiar suas vendas são o compromisso e esforço para preservar o meio ambiente de toneladas de lixo junto com a geração de empregos nacionais após o desenvolvimento da indústria tão necessário para nossos países latinos. A introdução do serviço nesses parâmetros é um grande aliado que fidelizará a relação com seus clientes e permitirá protagonizar um futuro mais viável. Nessa edição encontrarão muito material sobre os benefícios de trabalhar em políticas sustentáveis dentro da sua empresa, quais são os problemas que atravessa o setor, junto com algumas idéias que nos permitam debater e traçar convergências. Nesta Edição Atualidade 14 • Entendendo as oportunidades de gestão de impressão nos Estados Unidos, Europa Ocidental e Asia 46 • Terremoto no Japão: conseqüências a curto e médio prazo para o mercado de TI Tecnica 20 • Montagem de um Laboratório de Reciclagem de Cartuchos 24 • ESD: O inimigo a espreita 28 • Ultrassom: mocinho ou vilão? Edição Número 44 Meio Ambiente 32 • Práticas de sustentabilidade nas organizações: um desafio que vai além da gestão ambiental empresarial 40 • Política Nacional de Resíduos Sólidos Instruções 34 • Remanuratura do Cartucho de Toner Samsung Serie Ml1660 Região 1 8 Novos Produtos 70 • Sem reciclagem não há responsabilidade social 65 Notícias Intenacionais Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 5 Novos Produtos As últimas novidades do mercado da Uninet Uninet geração X de toner e componentes para a HP Laserjet Pro CP1025NW preço de apenas USD 180.00 Imprime 17ppm em preto e 4ppm em cor. Essa impressora também tem conectividade de rede via Ethernet ou função wireless, como características de fábrica. O cartucho de toner imprime 1200 páginas monocromáticas e 1000 páginas coloridas. Los Angeles, CA – A UniNet tem o prazer de anunciar o lançamento da Geração X de toner colorido, smartchip, selo e componentes chave para uso no cartucho da impressora laser colorida HP CP 1025 Essa é a mais nova impressora colorida da HP, e o equipamento é único e utiliza o antigo design de carrossel, o que significa que um único cartucho de cilindro é utilizado e os cartuchos de toner giram ao redor do cilindro. Essa pequena impressora tem características de última tecnologia a um Essa é uma impressora que oferece uma excelente margem de lucro para os remanufaturadores já que os cartuchos precisam de reposição freqüente e são muito fáceis de preparar Uninet Absolute Black toner & componente para a MFP Samsung SCX-5935/5835/5635 5835) e 33ppm (SCX-5835/5635), com funções de copiadora, escâner e fax. Outras características incluem resolução de 1200 x 1200dpi, disco rígido de 80GB nos modelos SCX5835 e SCX-5935. Os cartuchos OEM vêm em versões de 4,000 e 10,000 páginas. Os cartuchos são similares aos antigos cartuchos Samsung do mercado, o que fará dessa impressora uma opção bastante atrativa para os remanufaturadores. A UniNet lança o toner Absolute Black, cilindro, smartchip e componentes chave para a remanufatura dos cartuchos da multifuncional monocromática séries Samsung SCX-5935 Baseado em um cartucho de engenharia tudo em um, essas impressoras tem velocidade de impressão de 35ppm (SCX- Uninet Absolute Black Toner & Componentes para a Xerox Phaser 3140, 3160 Essa compacta impressora é ideal para pequenos grupos ou utilização individutal. A 3120 imprime 18ppm e a 3155 e a 3160 imprimem 24ppm. Essa é sua opção de baixo custo com características e opções limitadas. O cartucho de toner tudo em um é fornecido nas versões para 1500 e 2500 páginas. UA UniNet lança o toner Absolute Black, smartchips, cilindros e componentes chave para a remanufatura dos cartuchos monocromáticos das impressoras da série Xerox Phaser 3140, 3160. Uninet Geração X de toner e componentes para a MFP IN HP CM1415 cas e 600 x 400dpi para impressões coloridas. O equipamento imprime 12ppm em preto e 8ppm em cor e convenientemente inclui um painel de controle touch screen colorido,incomum em equipamentos de pequeno porte. Também possui alimentação de papel automática com capacidade para 35 páginas para escâner múltiplo de documentos. O cartucho OEM imprime 1300 páginas em cor e 2000 páginas UA UniNet tem o prazer de anunciar o lançamento do toner colorido Geração X, smartchip e componentes chave para a remanufatura dos cartuchos das multifuncionais coloridas das séries HP CM1415 MFP. Essa é uma das mais novas engenharias de multifuncionais recentemente lançadas pela HP. Com resolução de 600 x 600dpi para impressões monocromáti- em preto. Para mais informações favor contatar a UniNet através do telephone + 1 (424) 675-3300 ou do site www.uninetimaging.com. 8 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Novos Produtos As últimas novidades do mercado da OCP Novas tintas Nº.301/Nº.61 OCP para os cartuchos HP O departamento de pesquisa e desenvolvimento da OCP lançou no mercado uma nova série de tintas para os cartuchos HP No.301/No.61. Além das já conhecidas BKP89 e BKP249 tintas pigmentadas pretas, uma série de tintas em três novas cores a base de água foram desenvolvidas para garantir resultados de impressão similar a OEM. A série de cartuchos HP No.301/No,61 é utilizada nos modelos de impressoras HP Deskjet series 1000 / 1050 2000 / 2050 / 3000 / 3050. As propriedades dos modelos correspondentes de impressoras são: - impressão em tamanho A4 - resolução até 4800 x 4800 dpi - possível impressão sem bordas - Interface de alta velocidade USB 2.0 - máxima impressão em preto: 20 páginas por minuto - máxima impressão em cores:16 páginas por minuto Um lista completa de tintas adequadas para cartuchos HP Nº.301 / Nº.61: Impressora Deskjet 1000 / 1050 / 2000 / 2050 / 3000 / 3050 / series Cartucho OEM Tipo Tinta (s) OCP CH561 (No.61,301) Pigmento Preto BKP 89 BKP 249 CH561 (No.61,301) Dye Cyan Dye Magenta Dye Amarelo C 300 M 300 Y 300 CH561 (No.61,301) Pigmento Preto BKP 89 BKP 249 CH561 (No.61,301) Dye Cyan Dye Magenta Dye Amarelo C 300 M 300 Y 300 Tintas OCP para Brother LC 1100 também aplicáveis em cartuchos LC-1240/1280XL Como os cartuchos LC-1100 , os LC-1240/1280XL contém também as tintas Brother Innobella ™que garantirão impressões exatas em cada detalhe, cores brilhantes e qualidade de impressão ideal. Os cartuchos LC-1240/1280XL são, entre outros, desenvolvidos para as novas séries de impressoras multifuncionais Brother MFC. Especialmente os cartuchos LC-1280XL competirão com as HP Officejet que utilizam cartuchos HP No. 940. As principais características dos cartuchos 1240/LC1280XL e LC-1240 são: LC-1240 Starter / LC-1240 / LC-1280XL BK 390 páginas / 600 páginas / 2.400 páginas (5% cobertura) LC-1240 Starter / LC-1240 / LC-1280XL C 390 páginas / 600 páginas / 1.200 páginas (5% cobertura) LC-1240 Starter / LC-1240 / LC-1280XL Y 390 páginas / 600 páginas / 1.200 páginas (5% cobertura ) LC-1240 Starter / LC-1240 / LC-1280XL M 10 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 LC- Como já é conhecido nos cartuchos HP 300 e HP 300XL, estruturalmente quase idênticos, os novos cartuchos 301/301XL também estão equipados com um número de série que é reconhecido pela impressora. Isso conduz a um baixo nível de tinta visualizado pela impressora ao colocar o cartucho novamente após a recarga. Os pesos brutos e netos bem como os volumes de recarga seguem na tabela abaixo: Impressora Color Volumen Peso bruto Peso Liquido Recarregado CH561 (Nº.61,301) Preto 20 g 25 g 5g CH562 (Nº.61,301) Cyan Magenta Amarelo 35 g 29 g 2g CH563 (Nº.61,301) Preto 38 g 24 g 14 g CH564 (Nº.61,301) Cyan Magenta Amarelo 42 g 29 g 4,5 g As amostras, como sempre, estão disponíveis em embalagens de 0,25kg. Para amostras individuais e quantidades favor informar os detalhes do seu pedido. 390 páginas / 600 páginas / 1.200 páginas (5% cobertura ) O departamento de pesquisa e desenvolvimento da OCP lançou no mercado as seguintes tintar por serem também mais adequadas aos cartuchos iniciais LC-1240 /1280XL e LC-1240 : Impressora Cartucho OEM Tipo Tintas OCP Brother MFC J 6510 DW J 6710 DW J 6910 DW LC-1240/1280XL BK LC-1240/1280XL C LC-1240/1280XL M LC-1240/1280XL Y Pigmento Preto Cyan Magenta Amarelo BKP 45 C 139 M 139 Y 139 As amostras, como sempre, estão disponíveis em embalagens de 0,25kg. Para amostras individuais e quantidade, favor nos informar os detalhes do seu pedido. Para mais informações: www.refimat.com.br / ocp.de Novos Produtos Las últimas novedades del mercado de Maxcolor Novos modelos de cartuchos para impressoras inkjet A Maxcolor Sulamericana SA incorporou à sua extensa linha de consumíveis para impressoras inkjet três novas famílias de produto muito solicitado no mercado de impressão. Trata-se dos cartuchos de tintas #210 e #211 e os #40 y #41 compatíveis com as impressoras Canon e os #985 compatíveis com a impressora Brother. Os novos cartuchos MCI-210B e MCI-211C compatíveis com impressoras Canon Pixma MX320 / MX330 / MP240 / MP480 / MP490 bem como os MCI-40BK e MCI-41CL para as impressoras Canon Pixma iP1600 / iP2200 / iP6220D / MP170 / MP150 / MP450 / iP1700 / iP1800 / MP160 / MP180 e MP460 contam com o mesmo rendimento que o consumível do fabricante das impressoras mas a um preço muito menor. Em troca, os MCI-985B/C/M/Y para as impressoras Brother DCP-J125 / J315 / J515 / MFC-J220 / J265 / J415W e J410 da nova familia Maxcolor, a diferença da versão OEM conta com um desenho que proporciona um rendimento até 500% maior, tecnologia inteligente que otimiza o uso, diminuindo o custo por página e o tempo de impressão. Apresentam-se em forma individual em cor preta, cyan, magenta e amarela e com uma autonomia de impressão de 1250 páginas em preto, 1700 para o cyan, 1500 em magenta e 1400 em amarelo, superando amplamente o oferecido pelo modelo do fabricante das impressoras. Além disso, como todos os produtos Maxcolor, é novo, não é remanufaturado e foi produzido com componentes sob certificações ISO 9001. Dessa maneira estamos oferecendo uma alternativa mais econômica e de excelente qualidade para os usuários desses modelos de impressoras. Para mas información visite www.max-color.com 12 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Atualidade Entendendo as oportunidades de gestão de impressão nos Estados Unidos, Europa Ocidental e Asia Por John Shane, Cathy Martin & Randy Dazo da InfoTrends No artigo a seguir, a InfoTrends, uma consultoria líder em pesquisa de mercado na indústria de soluções para documentos e imagens digitais, destaca as descobertas de suas últimas iniciativas em pesquisa de Gestão de Serviços de Impressão. O que é Gestão de Serviços de Impressão? Antes de entendermos as oportunidades para Gestão de Serviços de Impressão (MPS), devemos primeiro compreender o que é Gestão de Serviços de Impressão. A Info Trends define MPS como: “Gestão de Serviços de Impressão são ofertas de serviços que ajudam as empresas a resolverem seus pontos débeis (normalmente em torno de custos de administração e/ou processos de documentação) oferecendo melhoras contínuas, especialmente relacionadas com documentos, impressão e cópia em uma organização”. Há três segmentos importantes relacionados aos contratos de MPS. Nível 1 – Somente Insumos Esses contratos normalmente incluem acordos de insumos somente ou insumos e serviços de manutenção. Nível 2 – Otimização de Hardware Esses programas acrescentam ao nível 1 um passo adiante, suprindo também os consumidores com melhoras contínuas e recomendações sobre hardware e programas de insumos durante o período do contrato. Esses programas de otimização focam a redução de custos no ambiente de impressão e produção. Nível 3 – Melhorias Esses programas oferecem todos os serviços mencionados nos níveis 1 e 2, mas também incluem soluções avançadas e/ou serviços. Essas soluções e serviços podem incluir: segurança, meio ambiente, administração de mudanças, soluções de fluxo de trabalho, otimização que possam ajudar na eficiência dos processos e negócios e reduzir custos de hardware/insumos. Redução de Custos Os acordos MPS estão cada vez mais populares entre as empresas de todos os tamanhos como forma de administrar melhor a impressão e economizar dinheiro. Algumas pesquisas anteriores feitas pela Info Trends sobre MPS concluíram que os usuários economizavam em torno de 30% ao adotar um contrato MPS. Nossa nova pesquisa confirma a conclusão anterior. Ao perguntarmos que nível de economia as empresas obtiveram ao aderirem ao programa MPS, os usuários responderam que essa economia estava em torno de 25%. Também perguntamos aos provedores de MPS quando acreditavam que seus clientes haviam economiza14 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 dos e suas respostas foram parecidas as de seus usuários, com uma média um pouco mais alta, em torno de 30%. Gestão de Serviços de Impressão Reduz o Mercado de Insumos Nos Estados Unidos e Europa Ocidental Não nos pareceu suficiente conhecer apenas a economia total oferecida aos consumidores de MPS. Precisávamos também compreender o percentual de economia proveniente dos insumos. A Info Trends prognostica que os contratos de MPS reduzirão o consumo de insumos de marca em torno de 10% e o consumo de papel em uma quantidade similar nas empresas dos Estados Unidos e Europa Ocidental até 2014. Em geral, a Info Trends acredita que as MPS reduzirão o mercado de insumos nas empresas em 2.6 bilhões de dólares nos Estados Unidos e 1,56 bilhões de euros na Europa Ocidental até 2014. Atualidade Redução em volume de impressão: um condutor importante A MPS produz uma redução significativa no volume de impressão, portanto há uma diminuição no consumo de insumos dentro do modelo MPS. Em média, a MPS permite as organizações reduzir seus volumes de impressão em percentuais entre 15 a 17% dependendo da região, tamanho da empresa e quanto ganha a empresa com um contrato MPS. Combinado a outros esforços de redução de custos, incluindo a mudança do volume de impressão a um nível mais alto, com equipamentos de menor custo por página, restrições ao colorido e o uso de insumos não originais, os contratos MPS estão em condições de reduzir o consumo de insumos de marca em percentuais que variam entre 20% e 30% dependendo da região, tamanho da empresa e ano de contrato MPS. muito mais alta do que a que esperávamos, considerando a atual baixa disponibilidade de toners de qualidade confiável para insumos coloridos. Lamentavelmente, parecia que aos entrevistados era muito difícil distinguir a participação de terceiros em equipamentos coloridos do que nos monocromáticos. Não perguntamos aos usuários sobre a atual participação de insumos alternativos, já que imaginamos que não estariam capacitados a responder a essa pergunta com a propriedade que fariam os provedores. Contudo perguntamos a eles se aumentaram, diminuíram ou permaneceram sem mudanças no uso de insumos de marcas alternativas. A maior parte dos usuários respondeu que acreditavam que o uso de marcas alternativas havia permanecido igual, mas muitos identificaram mais aumento que diminuição. Os resultados dos usuários e provedores sugerem uma mudança modesta para os insumos alternativos sob contratos MPS. Economias em Insumos de Marca A maior parte das economias em insumos de marca é conseguida através da redução global no volume de impressão e na mudança para equipamentos com menor custo por página. O uso de insumos de marcas alternativas ainda que possa ser significativo, não é tão grande se comparado com o uso e economia no mercado global. Em geral, o aumento do uso de insumos alternativos somente contribui com economias totais entre 12% no total de insumos de marca. A maior parte da economia vem das reduções no volume de impressão e na mudança para equipamentos com menor custo por página (CPC). As economias remanescentes vêm de outros esforços, incluindo o uso de toner de alto rendimento, redução de preços e esforços similares. Insumos alternativos Economia de papel A suposição atual na indústria sobre as MPS é que os provedores de MPS utilizam toners e tintas alternativas para economizar em insumos. Vimos que isso é verdade, mas também detectamos que o nível de insumos alternativos nas MPS não é tão grande quanto pensávamos. O consumo de papel também sofreu impacto com a redução do volume de impressão e a mudança de páginas entre equipamentos. O consumo de papel sob um contrato MPS reduzirá em torno de 18% a 24%, dependendo da região, tamanho da empresa e o ano do prognóstico. A maior parte dessa redução provém das reduções globais do volume de impressão seguido pela mudança de volume de impressão para equipamentos de melhor desempenho e equipamentos coloridos para monocromáticos, sendo que essa última representa 98% da economia de papel. Para os Estados Unidos e Europa Ocidental, os cálculos estimados da InfoTrends sobre o uso de insumos de marcas alternativas no mercado global, em termos de valor está em torno de 20%-25% em toner monocromáticos e insumos alternativos. Para o colorido, os insumos alternativos estão em torno de 5%. A participação de marcas alternativas é maior nas impressoras que nas copiadoras, mas a utilização está dentro de um patamar similar Pedimos que alguns provedores de soluções MPS nos dessem uma idéia da participação do toner de marcas alternativas nos produtos que estavam fornecendo. A participação informada por eles quanto aos insumos de remanufatura para dispositivos monocromáticos atualmente é surpreendentemente baixa: está abaixo da média global para os equipamentos de escritório. Por outro lado, a participação informada para o colorido é Com frequência o papel não está incluído em um contrato MPS, mas cerca de 13% do papel utilizado em MPS é proporcionado como parte dos serviços oferecidos pela gestão de impressão. Há uma grande chance de aumentar a participação do papel nos acordos MPS através de um trabalho associado aos comerciantes de papel. Recomendações É fundamental que os que se encontram na indústria de insumos aprendam como relacionar-se com os efeitos das MPS para que dessa forma tenham vantagens sobre as novas oportunidades e diminuam o risco. Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 15 Atualidade Prognóstico para Gestão de Serviços de Impressão Equipamento OEM: Certifique-se de que seu equipamento é a escolha correta para incluir em uma gestão de serviços de impressão. Como é de se esperar que o volume de impressão se reduza em um contrato MPS, leve em conta que essa redução significará uma necessidade de redução dos equipamentos. O maior risco para o negócio de um vendedor de insumos estará em torno do harware. Insumos OEM: os provedores MPS desejam oferecer insumos “inteligentes”, mais do que produtos de alto rendimento. Em torno de 73% dos provedores estão de acordo que é mais importante que os insumos digam com precisão quando precisam ser trocados do que ter um alto rendimento de páginas. De acordo com a Info Trends, China, India e Austrália são os países que mostram o maior potencial para desenvolver a gestão de serviços de impressão na região AsiaPacífico. Contudo, o estudo adverte que as estratégias MPS devem ajustar-se de região a região para encarar as idiossincrasias de cada país. A mesma proposta de valor MPS utilizada nos Estados Unidos e Europa Ocidental pode não ser relevante na Asia-Pacifico. Provedores de marcas alternativas: Não suponha que essa é uma escolha simples para um provedor MPS. Eles têm um grande interesse em confiança e a qualidade de alguns insumos de remanufatura, particularmente nos de copiadora dolorida. Devem garantir que o provedor de marcas alternativas não aumentará suas visitas de serviço ou perderá qualidade. Para aproximar-se de um provedor MPS é preciso fazê-lo evidenciando confiança e qualidade. Vendedores de Papel: busque vendedores de papel que o ajudem a superar a barreiras da entrega de papel em seu contrato MPS. Os provedores MPS nos apresentaram as seguintes barreiras que aparecem quando incluem o papel como parte de seu contrato de gestão de impressão: muita variedade, alto custo de entrega, sem valor agregado e preços variáveis. Os comerciantes de papel que elegem como aliados de seus negócios devem estar em condições de diminuir essas barreiras. Focando a Asia: oportunidades em gestão de serviços de impressão Durante os últimos cinco anos, a gestão de serviços de impressão foi o maior fenômeno na indústria de equipamento de escritório nos Estados Unidos e Europa Ocidental. Para países fora dos Estados Unidos e Europa Ocidental, contudo, a oportunidade MPS é completamente diferente. Ainda que as organizações devam estar pensando sobre a estratégia MPS sobre uma base mundial, as oportunidades regionais para esse tipo de contratos deverão ser bem compreendidas antes de realizar um investimento. A região Asia-Pacífico representa o que poderíamos dizer um dos mais interessantes mercados para competir por espaço de equipamentos de escritórios. Dado que a maior parte dos equipamentos e insumos para equipamentos de escritório (incluindo insumos de remanufatura) são fabricados nessa região, cada país tem sua própria idiossincrasia que pode afetar o resultado de uma estratégia MPS. Para prover uma melhor compreensão da gestão de serviços de impressão nessa região, a InfoTrends recentemente fez uma profunda pesquisa entrevistando consumidores finais e canais na China, India e Austrália. A seguir comentamos alguns pontos chave do estudo mencionado. 16 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 China e India, por exemplo, são mercados emergentes que ainda estão investindo em seu nível de estrutura TI e de escritório. Devido a essa expansão, as premissas básicas para uma MPS como otimização, tamanho adequado ou economia de custos quanto ao ambiente de impressão e cópias nas empresas ainda não estão acontecendo. Nesses mercados, o posicionamento da MPS deve basear-se na premissa de uma contínua gestão do ambiente de impressão e copiadora do consumidor mais do que uma economia de custos. Na Austrália, contudo, o mercado é maduro e portanto se parece mais ao dos Estados Unidos e Europa Ocidental em termos de potencial de crescimento para um programa MPS focado em economia de custos e otimização. Desafios a Enfrentar Posicionar a proposta de valor MPS em regiões emergentes x desenvolvidas é precisamente um dos desafios que enfrentam os provedores de MPS. Outro desafio de crescimento MPS nesse mercado é a diversidade de idiomas nessa região. Ao redor do globo ainda há o desafio na definição de “Gestão de Serviços de Imrpessão” e uma grande necessidade de educação no mercado. O idioma agrega outra complexidade a esse desafio, tornando ainda mais difícil educar os consumidores e provedores sobre o que são verdadeiros contratos de MPS. Há sem dúvida uma brecha na educação MPS e isso provavelmente se deve as diferentes mensagens enviadas pelos vendedores OEM sobre os programas MPS nessa região. É importante para o provedor e comunidades de vendedores tratar esse vazio e aproximar-se de grupos de possam definir MPS nessa região, ajudando com esforços de educação em cada país. Atualidade Além disso, quase não existem vendedores de software independentes que ajudem a gerar verdadeiros contratos MPS em países que não falam inglês, devido a complexidade em desenvolver um software de duplo byte nesse mercado. Hoje vemos que há disponíveis somente soluções de monitoramento OEM em alguns desses países. Para o canal de vendedores que queiram fornecer gestão de serviços de impressão a solução de alternativos é essencial. De acordo com os resultados obtidos em nossas pesquisas, os clientes desejam receber múltiplas capacidades do vendedor em seus contratos MPS. Isso inclui suporte, manutenção, reabastecimento de insumos e uma administração global de dispositivos. O canal joga um rol importante em oferecer ferramentas para uma melhor aproximação da provisão de múltiplos serviços do vendedor marcas OEM. Por outro lado, os entrevistados na China informaram que cerca de 60% de seus insumos vinham de marcas alternativas. Isso tem sentido porque os insumos alternativos são em particular muito comuns no mercado chinês. Insumos MPS: Canais Sobre a InfoTrends A InfoTrends, uma empresa Questex, é consultora mundial em estratégia e pesquisa de mercado para a indústria de soluções de documentos e imagens digitais. Realiza pesquisas, análises, prognósticos e assessoria para ajudar seus clientes a compreender as tendências de mercado, identificando oportunidade e desenvolvendo estratégias para colaborar com o crescimento de seu negócio. [email protected] Quando perguntamos aos usuários sobre onde compraram seus insumos, a maior parte dos entrevistados da Austrália e China respondeu comerciantes independentes de equipamentos de escritório. Na India, por outro lado, a maioria citou revendedores de TI como origem de seus insumos. Recomendações A gestão de serviços de impressão no mercado AsiaPacifico é pouco comum comparada com o resto do mundo. Para termos sucesso, antes de entrar em algum desses mercados é preciso ter uma sólida compreensão dos fatores sócio econômicos que determinam o desenvolvimento das regiões. Insumos MPS: Gestão Aos participantes de uma pesquisa baseada em contratos com dispositivos A4, perguntamos que tipo de empresa administrava a compra de seus insumos. Quase a metade dos entrevistados respondeu que seus insumos eram comprados através de um comerciante independente de equipamentos de escritório, enquanto que a maior porcentagem dos entrevistados na India (28%) indicou que seus insumos eram comprados de um provedor de Gestão de Serviços de Impressão. Sobre os autores John Shane John Shane é um líder da indústria, especialista em materiais de marca como toner, tintas e cartuchos. Como diretor de serviço de consultoria em comunicação de insumos, o Sr.Shane é responsável por todos os prognósticos, artigos de pesquisa e cuidado de clientes referentes a esses tópicos. [email protected] Cathy Martin Como colaboradora do Serviço de Consultoria em Comunicação de Insumos da InfoTrends, Cathy Martin cobre uma ampla área de temas, incluindo novos produtos, tendências e canais de distribuição. Martin conduz a pesquisa em profundidade para muitos temas relacionados a indústria de insumos. [email protected] Os entrevistados na Austrália estavam equitativamente divididos entre revendedores TI e provedores MPS. Insumos MPS: OEM vs. Remanufatura Os usuários na Austrália e India informaram que a maior parte dos insumos de seus contratos de impressora era de 18 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Randy Dazo Randall Dazo é Diretor de Soluções de Documentos na Rede (NDS), Profissional e Gestão de Serviços de Impressão (PMPS), e Serviços em Tendências de Escaner de Imagens (IST), da Info Trends. Com mais de duas décadas de experiência, Sr.Dazo conduz na InfoTrends contínuas práticas de serviço de informação nessa área sobre uma base glogal. Mr. Director de Soluciones de Documentos en la Red (NDS), Profesional y Gestión de Servicios de Impresión (PMPS), y Servicios en Tendencias de Escaneo de Imágenes (IST), de InfoTrends. Con más de dos décadas de experiencia, Mr. Dazo conduce en InfoTrends continuas prácticas de servicio de información en esta área sobre una base global. Sr. Dazo é responsável por todos os prognósticos, artigos de pesquisa e cuidado do cliente sobre esses temas. [email protected] Técnica ESD: O inimigo a espreita Situações como essa são muito comuns e reais. Cada dia os provedores de insumos e repostos recebem centenas de pedidos de RMA de mercadorias supostamente vendidas com defeito. Mas a realidade é que a maioria das falhas não acontece na linha de montagem, mas foram produzidas posteriormente por um inimigo dos semicondutores, o chamado ESD. O QUE É ESD? ESD São as siglas em inglês para descargas eletrostáticas. Essas descargas eletrostáticas se produzem de foram natural e não podem ser evitadas, mas podem ser controladas e diminuídas. Como se produz? Vale lembrar que a corrente elétrica é gerada quando um elétron salta de um átomo a outro. Quando um átomo recebe um elétron esse átomo fica carregado negativamente, e o átomo que cedeu o elétron fica carregado positivamente, isso é assim porque foi produzido um equilíbrio, já que normalmente os átomos possuem a mesma quantidade de elétrons e de prótons, alcançando átomos neutros. O salto de um elétron de um átomo a outro é a corrente elétrica, sua unidade de medida é o ampere. Um amper é igual a um columbio que equilave a 62 trilhões de elétrons saltando de átomo em átomo por segundo. Por Daniel Singermann Os dias secos são muito perigosos para os componentes sensíveis as ESDs tente? A resposta é, diante uma ponte de umidade, que leve a carga para a terra. Por isso – seguindo o exemplo anterior – quando descemos de um carro e tocamos alguma parte metálica como a maçaneta da porta, sentimos uma faísca. Nesse momento servimos de ponte de umidade para descarregar essas cargas que estavam retidas nos materiais resistivos. Os elétrons passaram por nosso corpo recombinando-se aos átomos a fim de equilibrarem os nêutrons novamente. Essa faísca que muitas vezes sentimos e que as vezes podemos até ver é a parte perigosa do ESD. Essa faísca pode ter muita voltagem, o suficiente para danificar componentes elétricos, inclusive nos casos de serem imperceptíveis. Uma pessoa trabalhando em uma mesa sem proteção contra ESD pode chegar a produzir descargas de 3000v dependendo do clima. Essa descarga ocorre em um pico segundo, ou na bilionésima parte de um segundo. Nós não nos damos conta de tanta voltagem porque a quantidade de energia dissipada está abaixo do nível de sensibilidade da pele, mas não tenhamos a menor dúvida de que aos componentes eletrônicos isso pode causar sérios danos. Como a maioria de vocês deve saber há materiais que são condutivos, que permitem a livre circulação de elétrons, e materiais que resistem à passagem da corrente. Não vamos chamá-los isolantes porque – como todo técnico eletrônico sabe – não há materiais 100% isolantes. Quando aplicamos cargas sobre um material resistente essas cargas se mantêm, porque resiste a passagem da corrente seja com o material que entra ou sai. Essas cargas podem ser geradas de várias maneiras diferentes, entre elas, por atrito entre materiais (veja o quadro de Cargas Triboelétricas). Por exemplo nosso veículo é carregado eletrostaticamente quando ao viajar os pneumáticos rodam sobre diferentes superfícies, e o vento bate no vidro e em suas partes plásticas. Isso gera cargas eletrostáticas que se mantém. Os dias com clima seco são propícios para que se gerem cargas estáticas. Agora a pergunta, Como se descarrega um material resis20 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 “As placas lógicas como são os formatter ou as placas de comunicações, são muito sensíveis as ESDs e podem sofrer falhas latentes” Técnica Tipo de falhas por ESD. Quando um circuito composto por semicondutores como é o caso das memórias, dos chips ou das placas, é exposto a uma descarga eletrostática ESD, os danos que podem acontecer são latentes ou catastróficos. Os danos catastróficos são fáceis de descobrir já que a peça ou insumo em questão não funcionará. Agora as falhas latentes são mais difíceis de diagnosticar, quem sabe a peça funcione, mas o fará de maneira intermitente, ou com erros. Por exemplo uma memória poderia fazer com que o equipamento apresente erros, ou fique lento, um formatter poderia ter problemas com alguma porta de comunicação como o USB ou a Ethernet, até pode funcionar e fazer com que a impressora produza algum erro depois de funcionar aparentemente bem por um tempo. O certo é que se danificamos um componente por ESD, nosso provedor se recusará a cobrir a garantia. Inclusive alguns provedores por não contar com métodos para diagnosticar se o dano foi causado pelo ESD, preferem advertir o cliente que essas peças não tem garantia. • Utilizem pulseira ou malha antiestática. Elas são muito econômicas e seguras. Somente devemos colocar a pulseira e conectar a extremidade do cabo a um terra seguro, não faça isso sobre o chassi da impressora. Além das pulseiras, há luvas, almofadas antiestáticas e mantas para colocarmos sobre o bando de trabalho. • Se necessitarmos soldar um equipamento ou cartucho, não é recomendável fazê-lo sobre as partes sensíveis a ESD. Ou utilizamos uma pistola ionizadora, essas pistolas se adaptam aos compressores de ar, substituindo as pistolas comuns. O ar ionizado neutraliza a carga estática sobre o produto e sobre o pó. • Ainda que não esteja relacionado diretamente a ESD é bom ter em mente que se estamos trabalhando com uma placa usamos um tipo de parafuso que o fabricante utilizou. Os parafusos não são todos iguais, alguns tem o propósito de assegurar um bom contato elétrico entre as partes, outros um isolamento elétrico. Além disso, há parafusos para unir diferentes tipos de materiais como chapas e plás- Por isso devemos tomar cuidados ao comprar e manipular produtos com semicondutores que poderiam ser afetados pelo ESD. “As pulseiras ou malhas antiestáticas são econômicas e oferecem segurança se utilizadas corretamente” “Ao aplicar ar para a limpeza dos Equipamentos, certirique-se de somente aplicar os componentes com sensibilidade ESD utilizando uma pistola ionizadora” “As mantas antiestáticas são ideais para trabalhar em uma mesa segura, onde possamos apoiar componentes sem sofrer danos por ESD” Como reduzir os riscos do ESD. • Em primeiro lugar não retirem o chip ou a placa de sua embalagem original até o momento de serem utilizadas. • Não toque no produto com elementos metálicos ou imantados. “Os produtos sensíveis as ESDs devem vir fechados em uma embalagem antiestática original” Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 21 Técnica ticos, e o tamanho do parafuso deve ser igual ao utilizado pelo fabricante, já que um parafuso maior pode fazer massa com alguma outra superfície produzindo danos. • Quando adquirimos produtos que correm risco de danos por ESD prestemos atenção a embalagem. Ela deve ser antiestática. Os produtos devem estar embalados individualmente, já que se colocarmos vários em uma mesma embalagem o simples atrito pode danificá-los. • Vejamos como manipula o vendedor, se ele retira o produto das bolsas e coloca sem proteção, hesite em comprá-lo, especialmente se o provedor não garantir esse produto. • Quando o provedor expressa diretamente que os chips, lâmpadas, cerâmicas ou placas não tem garantia, assegure-se de que o produto esteja em sua embalagem original. Se tomarmos as medidas correspondentes poderemos conviver sem problemas com as ESDs. É um fenômeno natural, não vamos evitá-lo, contribuiu para manter o equilíbrio dos elementos. Somente resta prestar atenção e não minimizar a importância de se proteger ao manipular os produtos sensíveis ao ESD. CARGAS TRIBOELETRICAS A palavra triboeletricidade vem de uma palavra grega que denota a ação de atritar. De fato esse tipo de carga se gera com o atrito dos materiais, quando fazemos isso geramos uma carga elétrica. Os materiais se diferenciam em muitos aspectos como peso, textura, temperatura, cor, etc, mas também se diferencia em sua característica atômica. Alguns dos materiais tem átomos cujos elétrons tem muita afinidade e atração com seu núcleo, isso os torna bons receptores de elétrons distantes. Contudo esse não é o caso de todos os materiais. Alguns materiais tem átomos onde o núcleo e elétrons não sentem tanta atração, por isso é fácil que doem ou cedam elétrons. Esse dar e receber elétrons ocorre quando há atrito entre eles, deixando os que receberam elétrons com cargas negativas e os átomos que cederam elétrons com cargas positivas. Isso é carga triboelétrica, um fenômeno que ocorre por exemplo entre o toner que se encontra sobre o rolo de revelação e a doctor bar ou a lâmina dosadora ou Doctor Blade Existe uma lista ou sequencia triboelétrica de materiais onde se listam produtos como o nylon, o outro e outros em ordem conforme sua característica elétrica. Se atritarmos um material da lista com outro podemos saber qual será carregado positivamente e qual negativamente, já que os que estão em cima da lista são doadores de elétrons e por isso receberão cargas positivas e os materiais que estão em baixo são bons receptores. Sobre o autor Daniel Singermann tem mais de 20 anos de experiência como técnico de impressoras laser, é autor do livro “Reparação de impressoras, o guia definitivo do profissional” e atualmente é gerente do departamento técnico da Multiparts, empresa líder no mercado de distribuição de partes e peças para impressoras. Se deseja mais informações técnicas ou comerciais você pode entrar em contato com Daniel através do email ou MSN: [email protected] ou do telefone 54-11-4918-3201 22 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Técnica Montagem de um Laboratório de Reciclagem de Cartuchos Por Eng. Cássio Arrizabalaga Rodrigues Freqüentemente recebo perguntas de como montar um Laboratório de remanufatura de cartuchos de toner: que processo usar, que maquinário implantar, que ferramentas adquirir. Perguntas importantes, porém considero um item básico para o sucesso de uma operação de remanufatura, devendo ser sempre pensada antes de que se começa o trabalho. Vamos comentar nas próximas páginas sobre o mínimo necessário para se conseguir remanufaturar os cartuchos mais comuns (e outros não tão comuns) do ramo, incluindo algumas análises sobre quais podem ser os melhores investimentos para sua implantação ou ampliação. Planejar sua produção de cartuchos é tão importante, principalmente porque é o coração de sua empresa. É onde você irá manter sólido seu investimento e certamente é um dos pilares para o Sucesso de seu negócio. Uma produção de cartuchos de toner bem aparelhada e bem organizada pode contribuir positivamente para a solidez da qualidade de seus cartuchos. Local Uma área de toner, por definição, deve ser bem arejada e iluminada, para que facilite o trabalho dos operadores. Cuidado com luz solar direta, principalmente incidindo nos cartuchos e nos OPCs, pois estes se danificam facilmente sob exposição ao Sol (direto ou indireto). Tenha áreas amplas e desimpedidas para a manufatura dos cartuchos de toner e se possível, instale as impressoras de teste em outra sala ou afastadas da área de envase ou manipulação de pó. domésticos não são aconselhados para limpeza de cartuchos, pois seus filtros não são projetados para pó de toner. Normalmente os filtros de aspirador retém cerca de 1kg de resíduos, sendo que podem ser esvaziados e reinstalados novamente – lembramos que o resíduo deve ser descartado em local apropriado. Aspiradores são aconselhados para pequenas linhas de produção, com até 10/15 toner por dia. Acima desta quantidade (ou se estiver projetando um crescimento para sua empresa), podem entrar em ação as estações de limpeza, que são áreas preparadas para grandes volumes de pó, também com filtros especiais e grandes reservatórios de pó, variando de 5 a 20kg de toner descartado. Estas estações são projetadas para grandes volumes de trabalho, e para processos chamados de batelada, ou processos segmentados de produção, onde os cartuchos são desmontados, limpos, cheios e remontados por equipes de trabalho diferentes. Os aspiradores são mais adaptados para serviços onde um único colaborador realiza todas as tarefas do cartucho, do início ao fim. Ferramental Exceto os cortadores de cartuchos, ou splitters, todas as ferramentas utilizadas no recondicionamento de cartuchos são encontradas em casas de ferragens. As ferramentas especiais surgem para auxiliar o processo, mas não tê-las não impede o serviço. Em relação às mesas para trabalho, se for trabalhar peça a peça, reserve ao menos uma área quadrada de 60x60cm para o trabalho. Mantenha a mesa sempre limpa com o ferramental organizado. Sendo possível, reserve um conjunto total de ferramentas e aspirador para toners monocromáticos e coloridos, porém, caso não seja possível, trabalhe um cartucho por vez, limpando todo o ferramental antes para minimizar contaminações. Equipamentos O mínimo exigido para uma manufatura de toner é um aspirador específico com filtros especiais para pó de toner – existem disponíveis no Mercado vários modelos de aspiradores, além de dois tipos de filtros (um para toner monocromático e um para toner colorido). Aspiradores 24 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Podemos dividir os materiais usados em grupos, como segue: Aspirador Específico de toner. Equipamentos de Proteção individual Os equipamentos de proteção individual, ou EPIs são, como o nome diz, obrigatórios mesmo... para cuidar da sua saúde e dos seus colaboradores, e mesmo para manter uma aparência limpa no ambiente, devem ser usados – você pode imaginar quão ruim para a imagem de sua empresa quando for atender um cliente no Técnica balcão com as mão sujas de pó de toner ou graxa. - Luvas de procedimento - Avental ou guarda-pó - Máscara de partículas Ferramentas Essenciais As ferramentas propostas à frente podem ser encontradas na maioria das lojas de ferramentas. Procure material de primeira qualidade, e troque-as freqüentemente. Adquira também pequenos alicates, por serem de mais fácil manuseio e principalmente por tratarmos de peças frágeis e pequenas, como toners, não peças de caminhões... • Alicate pequeno de bico fino - usado para sacar pinos e molas em cartuchos • Alicate de corte pequeno - usado para sacar pinos e molas em cartuchos • Alicate tipo mini turquesa - usado para sacar pinos e molas em cartuchos • Chave de fenda pequena - normalmente usada como alavanca • Chave de fenda grande - normalmente usado como alavancas • Chave Philips normal (#1 ou #2) - usada para sacar a maioria dos parafusos dos cartuchos • Chave Philips pequena - usada para retirar parafusos de alguns cartuchos • Punção - para empurrar pinos • Martelo pequeno - você não quer bater na punção com suas mãos nuas, quer? • Chave em “L” - sacar alguns pinos por dentro dos cartuchos • Conjunto de chave Torx, em especial os números T6, T7, T8, T10 e T15 - usadas para sacar alguns parafusos de cartuchos Xerox, Oki ou Samsung mais modernos • Broca pequena (#55) - para furar algumas carcaças e ter acesso aos pinos de junção • Estilete de lâmina larga - uso geral: corte, sacar molas, retirar pequenas travas ou paredes internas... • Multímetro, para medir resistência Ôhmica ou condutividade - usado para testar e detectar problemas em contatos elétricos em OPC, PCR, Mag Roller, Developer, ou qualquer outro, • Pincel de cerdas macias - limpeza geral Ferramentas de produtividade - Envasadores de toner Substituem o enchimento manual, podendo ser carregados com sacos de toner, de 9 ou 10 quilos. - Aparafusadeira Maior rapidez na desmontagem e remontagem dos cartuchos Acessórios especiais - Splitters ou separadores de cartuchos Para cortar cartuchos da HP que serão lacrados, como 4096, 27, 61, 10, 11, 1338, 1339, 42 e outros. Estes cortadores servem para trabalhar em grande escala de cartuchos, não sendo interessante sua aquisição para usuários novos ou pequenas linhas de produção. Materiais de consumo - Papel higiênico - Papel toalha - Papel para impressora de teste – não use reciclados, por dificultarem a detecção de alguns defeitos - Esponja macia - Álcool isopropílico PA (Pureza 99,95%) - Pano livre de fiapos - Água deionizada - Cera automotiva líquida - Graxa condutiva especial - Graxa Lubrificante Especial para Toner - Pós lubrificantes especiais para lâminas de limpeza - Soluções comerciais de limpeza de cilindros - Convém sempre testar antes. Matéria-prima comumente usada: -Pó de toner, vendido de três formas: em frascos contendo a dose específica para cada modelo, em frascos de 1kg e em sacos (bags) de 9 ou 10 kg. - Cilindro OPC - Cilindro PCR - Rolo Magnético ou capa de rolo magnético (“Mag Sleeve”) - Lâmina dosadora - Lâmina de limpeza - Lacres - Lâminas de recuperação - Buchas de rolo magnético - Parafusos de rosca soberba 3/32” (de toner) - Molas de carcaça - Molas de contato de rolo magnético - Sacos para embalagem de toner ou “air bags” - Caixas para embalagem Impressoras de teste Atualmente existem alguns equipamentos capazes de testar inúmeros cartuchos de laser, simulando uma impressora. Utilizando as voltagens padrão encontradas nas impressoras, estes equipamentos levantam o pó da seção de pó, utilizando baixa tensão no rolo magnético ou rolo de transferência, excitando o cilindro ótico e posteriormente limpando o OPC com uma descarga de alta tensão gerada pelo PCR. Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 25 Técnica Estes equipamentos podem testar individualmente as peças do cartucho, como lâminas, cilindros e rolos, e os mesmos erros encontrados nas impressões podem ser vistos em uma imagem gerada na superfície do OPC. Operadores mais familiarizados com testes em impressoras podem também detectar vida útil de peças, qualidade de pó ou mesmo qualidade dos componentes internos. Como atualmente as empresas fabricantes de cartuchos OEMs lançam várias impressoras por ano, estas impressoras universais podem economizar muito, pois elas podem trabalhar com cartuchos que ainda não foram lançados, tal sua versatilidade. O Mercado também pode oferecer impressoras transformadas, ou seja, impressoras que podem testar vários cartuchos além dos que ela foi desenhada para trabalhar. A transformação de uma impressora nem sempre é algo fácil de ser feito, principalmente por envolver eletrônica fina e conhecimento técnico de manutenção e funcionamento de impressoras e cartuchos, pois alguns destes cartuchos possuem contatos diferentes para as mesmas peças, dificultando sua leitura pela máquina. Porém, as transformações podem trazer alguns problemas, principalmente erros de leituras de impressões, uma vez que sutis diferenças de voltagens podem gerar impressões indesejadas, como mais claras, escuras ou fundo (depósito de toner em áreas indesejadas). Sempre analise com cuidado os testes gerados por impressoras transformadas. Também com relação aos chips, se os cartuchos forem testados em máquinas que não as suas tradicionais, podem ocorrer erros de leitura. 26 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Conclusões Seu laboratório é provavelmente a mais importante área de sua empresa. Se o tiver em boas condições, muitos de seus problemas deixarão de ocorrer. É claro que estas dicas são apenas o começo para seu sucesso, mas de nenhuma maneira devem ser evitadas. Pequenos gastos nesta fase se comportam como grandes retornos de investimento no futuro. Sobre o autor O Instituto Cássio Rodrigues foi fundado em 2006, pelo Eng. Cássio Rodrigues com o intuito de estudar, profissionalizar, qualificar e melhorar o mercado de remanufatura. Seu Fundador, hoje com mais de 15 anos de experiência no ramo e verificando os motivos porque tantas empresas têm dificuldades em manter os padrões de qualidade aliados a falta de conhecimento não apenas no que se refere a questões técnicas, mas também, comercialização, fornecimento e logística, criou o instituto onde o aluno encontra soluções para gerar um verdadeiro crescimento e lograr sucesso profissional. O mercado está mais exigente onde sobreviverão somente os melhores. Em abril de 2010 o Eng. Cássio Rodrigues assumiu a responsabilidade de gerir a filial de São Paulo do Mercado dos Cartuchos Brasileiro, distribuidor oficial de suprimentos Katun para impressoras e copiadoras, tornando-se o MEC em São Paulo. As marcas, modelos e imagens aqui postadas são utilizadas meramente em caráter informativo. Contatos para consultorias: [email protected] ou [email protected] Técnica Por Valdir L. Queiroz Ultrassom: mocinho ou vilão? O mercado de Remanufatura tem uma grande carência de informações de como utilizar adequadamente as máquinas e equipamentos, principalmente porque quase todos os equipamentos utilizados foram adaptados de outros segmentos e existem muitos poucos estudos técnicos, com metodologia cientifica, sobre o assunto. A HT PRINT DO BRASIL, já realizou estudos, com metodologia cientifica, sobre: Vapor, Água, Solução de Limpeza, Enchimento a Vácuo, Bolhas, Umidade, Tinta, Pó de Toner, Cilindros, Lâminas, Vazão e etc., porém o fato é que cerca de 90% dos usuários não sabem com precisão como utilizar um determinado equipamento, insumo e/ou produto e, com isso, ao invés dos equipamentos/insumos/produtos ajudar no processo de remanufatura, eles atrapalham. Principalmente porque, grande parte, dos fabricantes/fornecedores destes equipamentos/insumos/produtos não vivenciou no dia a dia, os problemas e necessidades do remanufaturador e com isso passam instruções de uso incorretas por absoluta falta de conhecimento. Há cerca de três anos efetuamos um estudo, com metodologia cientifica, e comprovamos que no caso da selagem dos cartuchos jato de tinta depois de cheios, ( aquele vácuo na cabeça do cartucho para trazer a tinta até a cabeça de impressão) a pressão adequada do vácuo a ser aplicada, nesta selagem, é entre 200 a 300 mmHg. pois quando se aplica o ar de selagem que existem em quase todas as máquinas do mercado ( 500 a 600 mmHg) favorece-se a formação de micro bolhas no “canal” entre a tela de proteção e a cabeça de impressão. Pois bem, mais de três anos se passaram, e mesmo com divulgação deste estudo em revistas, palestras, feiras e etc. praticamente todas as maquinas fabricadas no mercado continuam aplicando a pressão incorreta na selagem dos cartuchos. Quase todas também não possuem uma simples guia para introdução das agulhas, durante o enchimento, e com isso, fura a tela de proteção do cartucho e aumenta em até 10 vezes a possibilidade de o cartucho dar defeito posteriormente, nossos estudos comprovaram isso. Após estas considerações estamos disponibilizando mais um estudo, desta vez, sobre a utilização correta do ULTRASSOM. 1. O que é ultrassom? É o som produzido em altas frequências que pode ser definido como uma vibração. A Aplicação de ondas ultrassônicas dentro de uma solução de água forma centenas de milhares de micro bolhas que ao implodirem realizam a limpeza. O nível mais baixo de vibração produz bolhas maiores e tem um alcance mais baixo e o nível mais alto produz bolhas menores e tem um alcance mais alto. Portanto, o alcan28 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 ce está diretamente ligado à taxa de vibração. Quando esta taxa de vibração, ou ciclo, é expressa por unidade de tempo (segundos), é chamada de frequência. 2. Qual a frequência ideal para uso em cartuchos? A frequência dos ultrassons que existem no mercado varia de 25 a 50 Khz. Quanto menor a frequência maior é o tamanho das micro bolhas formadas, vide abaixo figura 1: Pelo exemplo acima e pelos testes que realizamos a frequência ideal é a de 40 Khz, estando esta frequência intimamente ligada à solução de limpeza utilizada. 3. Como ocorre a limpeza? Basicamente, a limpeza por Ultrassom, consiste na transformação de energia elétrica em energia mecânica, provocando dentro de uma solução líquida um fenômeno chamado de cavitação. Os equipamentos de limpeza por Ultrassom, de um modo geral, são compostos de um circuito de potência, um transdutor piezoeléctrico e um recipiente aonde irá conter a solução. A principal particularidade deste tipo de técnica de limpeza é a cavitação 4. Qual a importância da solução de limpeza no uso do ultrassom? Veja abaixo a eficiência do ultrassom usado somente com água e depois com água e solução de limpeza. Pode-se observar claramente, que o uso da solução de limpeza adequada, aumenta a eficiência do ultrassom em até 10 vezes. Veja fotos abaixo – Figura 2: Técnica Teste com água s/ solução de limpeza Teste com água e c/ solução de limpeza 6. Qual a importância do nível de liquido no ultrassom? É de fundamental importância, pois a determinado nível da altura do liquido em relação ao fundo do ultrassom, a quantidade e eficiência das explosões das micro bolhas são maiores ou menores. Pelos testes que realizamos a altura ideal é de 50 mm de nível de liquido em relação ao fundo da bacia do ultrassom. 7. A qual profundidade devo colocar a cabeça do cartucho para limpeza? A melhor altura é entre 5 a 10mm da cabeça do cartucho submersa na solução do ultrassom. Observe que nesta lâmina de alumínio apenas 1 ponto de tamanho médio foi “varrido” pelas ondas ultrassônicas e existem poucas marcas das ondas nas outras partes da lâmina. Observe que nesta lâmina de alumínio existem 4 pontos “varridos” pelas ondas ultrassônicas e toda a lâmina esta marcada pelas implosões das ondas ultrassônicas 5. Em qual parte do ultrassom a formação de bolhas é maior? Conforme figura 3, quanto mais ao centro do ultrassom maior é a eficiência do mesmo devido à maior formação de micro bolhas via ondas ultrassônicas. 8. Qual o melhor local no ultrassom para colocar o cartucho? Conforme a figura Nº3 o melhor local corresponde à zona 3, que é onde esta concentrado 70% da produção de ondas ultrassônicas, ou seja, no centro do ultrassom. 9. Que tipo de água devo colocar no ultrassom? O ideal é que seja utilizado água deionizada ou destilada. Caso não tenha poderá ser utilizado água de torneira, porém com posterior limpeza da cabeça do cartucho com solução de limpeza. Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 29 Técnica 10. Quanto de solução devo colocar na água do ultrassom? Depende da concentração da solução, mas em sua grande maioria, basta colocar de 10 a 20% de solução do volume total de água. 11. Qual a função da solução? A sua função é quebrar os laços entre as partes a serem limpas e a sujeira nelas contidas, facilitando, desta forma, a quebra das bolhas de cavitação que irão remover a sujeira. 12. O uso do ultrassom pode danificar o cartucho? Não há nenhuma restrição para o uso do ultrassom, porém sua eficiência está diretamente relacionada ao uso de uma boa solução de limpeza e a altura adequada da cabeça do cartucho dentro do líquido. Quanto aos cartuchos HP 60, 901 e serie 700/800 color sugerimos utilizar as zonas 1 e 2 do ultrassom, conforme mostra a figura 3. Pegue um pedaço de papel alumínio de 10 x 10 cm, destes usados na cozinha. Ligue o ultrassom com água e solução, como se fosse usá-lo. Segurando o papel alumínio em uma das pontas, mergulhe a outra ponta na solução, na zona 3. Após 5 ( cinco) minutos a chapa de papel alumínio deverá estar perfurada e com as bordas destruídas pela cavitação, mostrando o bom funcionamento do ultrassom. Nível do líquido 1 Nível de liquido 2. Zona onde deve ficar a cabeça do cartucho 13. Qual o tempo ideal para deixar o cartucho no ultrassom? Pelos nossos estudos o melhores resultados foram encontrados usando o período de 5 (cinco) minutos. 14. Os cestos que acompanham o ultrassom é ideal para o uso em cartuchos? Não é o ideal, pois o mesmo foi desenvolvido para limpeza de peças diversas e não para uso no segmento de cartuchos. Conforme testes que realizamos ao colocar os cartuchos sobre o mesmo grande parte das ondas ultrassônicas são bloqueadas e não cumprem sua finalidade, porém entre possibilidade de não usá-lo e colocar o cartucho diretamente no fundo do ultrassom, é preferível usá-lo. O ideal é utilizar um pequeno suporte, próprio para cartuchos, (Cama p/ Ultrassom) de modo que as cabeças dos cartuchos fiquem livres dentro da solução do ultrassom, conforme indicado na figura 3 no nível de líquido 2. Pastilha Piezoeléctrica Zona 2 20% das ondas. Zona 1 10% das ondas Zona 3 70% das ondas 15. Apenas o ultrassom é suficiente para limpeza de um cartucho? Não é suficiente. Os procedimentos ideais para cartuchos muito obstruídos são três: banho quente, ultrassom e sistema de ar/vácuo, sendo que o banho quente amolece a sujeira, o ultrassom quebra esta sujeira e o sistema de ar/vácuo retira toda esta sujeira do interior do cartucho. 16. Como faço para saber se meu ultrassom está produzindo ondas ultrassônicas dentro dos padrões normais? Faça o seguinte teste: Sobre o autor / Breve Currículo • Químico Industrial; •Atuou durante 12 anos em grandes empresas na área de processo industrial, desenvolvendo soluções em Controle de Qualidade; * Ministra Cursos e Palestras em todo o Brasil na área de reciclagem de cartuchos; * Detentor de 5 deposito de patentes, todas na área de Remanufatura de cartuchos, todas já industrializadas e distribuídas por grandes empresas desse segmento; * Possui inúmeros estudos e pesquisas publicados na área de Jato de Tinta e Laser determinando, com metodologia cientifica, a vantagem/desvantagem da utilização de um determinado equipamento, insumos e/ou processo. Entre estes estudos: vapor, ultrassom, esponja, bolhas, umidade, água deionizada, solução limpeza, tinta, pó genérico x pó específico, desgaste de lâminas e cilindros e etc. • Membro Titular do Comitê de Inovação Tecnológica do FEMEP – GO. Fórum Permanente da Pequena Empresa da Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás. • Fundador da ARCEG – ( Associação dos Remanufaturadores de Cartuchos para Impressoras do Estado de Goiás) Ganhador dos Prêmios: • FINEP de Inovação Tecnológica instituído pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, • Premio Qualidade Brasil, • Premio ABIQUA - Associação Brasileira de Incentivo a Qualidade; • Premio MBC - Movimento Brasil Competitivo; Dúvidas: Valdir L. Queiroz - Qco. Industrial - [email protected] 30 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Meio Ambiente por Mauro Silva Ruiz / Roberto D. Lajolo / Adriana P. Cerântola Práticas de sustentabilidade nas organizações: um desafio que vai além da gestão ambiental empresarial Há oportunidades de negócios na prestação de serviços na área ambiental. É crescente, por exemplo, o número de empresas especializadas em coleta de resíduos, tratamento de efluentes, inventários de gases de efeito estufa e marketing verde. As indústrias, por sua vez, também vêm se tornando mais verdes. O lema da administração de negócios dos últimos anos tem sido Green is Green, em uma analogia ao dólar. Várias empresas em nível mundial, signatárias do Pacto Global, têm reportado suas evidências de comprometimento com a conservação ambiental. Este Pacto não é um instrumento regulatório, é um código de conduta proposto por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) com objetivo de fomentar práticas de sustentabilidade por meio da adoção de 10 princípios. Já são mais de 5.200 as organizações signatárias organizadas em redes pelo mundo. Um dos princípios trata do compromisso com a inovação em tecnologias ambientalmente amigáveis (Princípio 9). Este e 32 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 outros fatores têm levado algumas empresas a priorizar a inovação como uma abordagem estratégica da sustentabilidade, para diferenciação em um mercado cada vez mais competitivo. Este artigo não pretende esgotar a matéria, mas deseja dar publicidade às práticas de sustentabilidade de organizações (empresas e instituições) que vão além de exigências legais e se surpreendem com os retornos econômicos. Meio Ambiente É o caso da Braskem que há dois anos implantou a primeira planta de polietileno “verde” e que atualmente vem vislumbrando futuros negócios, enfatizando fontes de matérias-primas renováveis (p. ex: resinas vegetais) e definindo novas estratégias de pesquisas em biocombustíveis. A Basf (Divisão de Tintas) vem reaproveitando entre 120 a 150 t / mês de PET (Politereftalato de etileno), adquirido de cooperativas de catadores de materiais recicláveis, como matéria-prima para a produção de resinas alquídicas, utilizadas na fabricação das tintas Suvinil. A Tetra-Pak tem se destacado no cenário nacional e internacional por incentivar a coleta seletiva e investir na reciclagem de suas embalagens. Em 2009, a empresa reciclou cerca de 52.000 toneladas de embalagens longa vida, integrando neste processo as diferentes partes da cadeia de produção. Tendo adotado uma política de desenvolvimento de recicladores há vários anos, atualmente a Tetra-Pak conta 32 recicladores que compram matéria - prima de aproximadamente 500 cooperativas de catadores. Através da sua fábrica de reciclagem localizada em Piracicaba – SP, ela aproveita o papel, que representa 75% da composição total da embalagem, extraindo também o plástico (20%) e o alumínio (5%). Empresas globais do ramo de cimento também vêm estabelecendo metas de sustentabilidade, “casadas” com estratégias de inovação, tendo em vista melhorar a eficiência energética de seus processos produtivos, aumentar o uso de combustíveis alternativos, reduzir emissões de gases de efeitos estufa e prospectar novas tecnologias, incluindo biocombustíveis. As microalgas, por exemplo, vêm sendo objeto de atenção crescente, como um importante combustível do futuro, por parte de empresas globais como a Holcim. A Natura processa cinqüenta e seis ativos da biodiversidade brasileira e tem se destacado por suas ações em prol da sustentabilidade. Atualmente todos os sabonetes que produz são feitos com gordura vegetal e as embalagens concebidas para serem biodegradáveis. Dentre várias de suas iniciativas de destaque nesta área, em 2006 a empresa desenvolveu um projeto para incentivar as consultoras a recolherem as embalagens de seus clientes e encaminharem às cooperativas de reciclagem. Assim, além de contribuir para reduzir o impacto ambiental, a iniciativa ajuda na geração de renda. Para a redução do gás carbônico, a ação principal que a empresa desenvolve é a venda de refis. Desde 1983, introduziu os refis dos produtos que gastam 54% menos massa. Com esta ação, estima-se que desde então 2.200 toneladas de embalagens deixaram de circular no mercado. Uma iniciativa interessante é a das Casas Bahia que há 2 anos desenvolveu o programa socioambiental Amigos do Planeta que tem como objetivo engajar os mais de 56.000 colaboradores da rede para atuar na conservação ambiental, não somente em suas lojas como nas respectivas comunidades. O programa está baseado no conceito dos 3Rs (redução, reutilização e reciclagem de materiais) e inclui ações de conscientização, de mobilização e projetos de eco-eficiência para redução do consumo de recursos naturais e energia elétrica. Como resultado, já encaminhou mais de 17.000 toneladas de materiais para reciclagem, contribuindo para a não utilização de mais de 22.000 m3 de área nos aterros sanitários. Entre os índices já alcançados, o programa também reduziu 45% o volume de copos plásticos e 20% o volume de papel consumido pelos colaboradores. Além disso, já destinou para o descarte correto mais de 3.300 toneladas de pilhas e baterias e 23.000 lâmpadas. A verba proveniente da venda dos materiais está sendo investida em dois projetos sociais na área da educação. Durante a última Conferência Global sobre Sustentabilidade e Transparência, realizada de 26 a 28 de maio de 2010, em Amsterdam, Ernst Ligteringen, presidente do Global Reporting Initiative (GRI) declarou que o entusiasmo pela sustentabilidade do Brasil chama a atenção e reforça a necessidade de outros terem a mesma aceitação de sustentabilidade. O GRI é a organização que reúne redes ao redor do planeta com a missão de desenvolver e promover, globalmente, diretrizes para relatórios de sustentabilidade a serem utilizados voluntariamente por empresas. Foram empresas brasileiras que venceram as seis categorias do prêmio GRI, realizado a cada dois anos: Banco do Brasil, Banco Bradesco, Vale e Natura Cosméticos. Em se tratando de sustentabilidade, vale a pena trazer um breve esclarecimento sobre o que se entende por desenvolvimento sustentável. Esta expressão foi introduzida em 1987, no Relatório das Nações Unidas, intitulado Nosso Futuro Comum, hoje considerado um marco a partir do qual os problemas ambientais (escassez de água, poluição, lixo, pobreza etc.) e o desenvolvimento começaram a ser observados dentro de uma perspectiva sistêmica e planetária. No Brasil, este termo se popularizou na comunidade científica e empresarial a partir da realização da Conferência das Nações Unidas em Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, que ficou conhecida como Rio-92. Entende-se por desenvolvimento sustentável a perspectiva do desenvolvimento que considera a utilização dos recursos naturais no presente, para a produção de bens e serviços e melhoria da qualidade de vida da população, de forma equilibrada de modo a não comprometer o uso desses recursos pelas gerações futuras. Desenvolvimento sustentável pressupõe adoção de ações que combatam os modelos de produção, os padrões de consumo e o estilo de vida da sociedade moderna que, em geral, resultam em uso intensivo de recursos naturais e em degradação ambiental. Sob esta perspectiva, pode-se dizer que o conceito de desenvolvimento sustentável é mais um paradigma a ser seguido como um elemento norteador de ações e políticas que possam minimizar os efeitos nefastos da degradação ambiental, em nível global, regional e local. Neste contexto, as mudanças climáticas e, em última instância, a sobrevivência da espécie humana já demandam reflexões profundas sobre a matriz energética, assim como as políticas públicas para a conservação dos recursos naturais, quais sejam, florestas, rios, solo e ar, dentre outros. Para o economista e sociólogo Ignacy Sachs, a abordagem fundamentada na harmonização de objetivos sociais, ambientais e econômicos, primeiro chamada de ecodesenGuia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 33 Meio Ambiente volvimento, e depois de desenvolvimento sustentável, não se alterou substancialmente nos vinte anos que separam as conferências de Estocolmo e do Rio. Para ele continua valendo a recomendação de objetivos específicos para as dimensões social, cultural, ecológica, ambiental, territorial, econômica, e política (nacional e internacional). Quanto às dimensões ecológica e ambiental, os objetivos do desenvolvimento sustentável estão centrados na preservação da capacidade da natureza para a produção de recursos renováveis (como água e florestas), no controle do uso de recursos não renováveis (como minérios e combustíveis fósseis) e na redobrada atenção para o potencial de auto-depuração dos ecossistemas naturais. O entendimento da amplitude deste conceito é importante, uma vez que entre os desafios apresentados à humanidade no século XXI destaca-se a necessidade de construir alternativas de desenvolvimento social e ambientalmente sustentáveis. Ou seja, ao se tratar de sustentabilidade aborda-se a gestão ambiental num patamar que transcende os padrões tradicionais de gestão, considerados nas políticas públicas e nas empresas. As questões sociais, econômicas e políticas também estão intimamente associadas às ambientais, criando um quadro de complexidade de grandes desafios a serem enfrentados. É neste cenário que as iniciativas locais, sejam elas de empresas, ONGs, grupos organizados de cidadãos e municipalidades, em algumas situações, estão fazendo a diferença em todo do mundo. A sustentabilidade é um importante referencial para mudar as práticas humanas atuais, por meio do desenvolvimento de um novo estilo de vida com diferentes padrões de consumo; conscientização das novas gerações para enfrentamento dos problemas globais; e do estabelecimento de redes e parcerias entre atores que podem fazer a diferença na conservação dos recursos naturais e geração de melhores condições de vida para populações em nível local, principalmente. Destaque-se que, neste caso, as ONGs podem e devem ter papel preponderante. Algumas estratégias para promover a sustentabilidade incluem: aprender com os erros do passado para se desenvolver visão crítica da realidade; mudar a perspectiva do curto prazo para o longo prazo; analisar os problemas e questões ambientais sob uma ótica sistêmica relacionandoas com as questões sociais, econômicas e políticas; e implantar políticas pró-ativas de conservação ambiental incluindo cidadãos, ONGs, empresários e governantes como elementos ativos neste processo. Um componente importante da sustentabilidade é a capacitação, que envolve não somente a utilização do poder criativo da mente (brainpower), mas também mudanças de postura de cada cidadão. É necessário inovar no processo e na forma de fazer, para desta forma influenciar os outros para a mudança de comportamentos. É nesta seara que a educação ambiental, se planejada e executada com seriedade, como base para a consciência crítica, ética e inovadora (Agenda 21), poderá fazer a diferença, já que as bases para a construção de uma sociedade sustentável incluem habilitação ao diálogo e debate para práticas sustentáveis; habilitação para a análise e interpretações das opções oferecidas pelos políticos; e o envolvimento das comunidades na promoção do desenvolvimento local. Além disso, não podemos 34 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 esquecer que os quatro pilares para a educação para o século XXI, segundo a UNESCO, são: (i) aprender a aprender (conhecer); (ii) aprender a fazer (competência); (iii) aprender a conviver (viver com; viver em grupo); e (iv) aprender a ser. As empresas e instituições globais já compreenderam que o enfrentamento dos desafios relacionados à busca pela sustentabilidade demanda a adoção de modelos de gestão avançados, bem como de modelos de negócios que propiciem um diálogo aberto com a sociedade. Neste sentido, elas já se deram conta de que sem uma definição clara dessas estratégias, não será possível obter resultados de curto prazo, nem a necessária sustentabilidade dos seus negócios no médio e longo prazo. A movimentação de grandes empresas na criação de gerências de sustentabilidade e de inovação, pelo menos em parte, deve relacionar-se a preocupações com esses desafios. Não podemos nos esquecer que as transformações pelas quais passa o mundo atualmente, principalmente no que concerne às questões ambientais, são muito dinâmicas, superando a nossa capacidade de percepção e, portanto, de resposta efetiva visando minimização de seus impactos na sociedade. Neste contexto, por exemplo, o arcabouço legal que tem se formado para proteção do meio ambiente, assim entendido o natural, artificial e urbano, histórico, artístico, cultural e do trabalho, tem criado instrumentos para coibir abusos. São mais de três mil diplomas legais (leis, decretos, resoluções, instruções normativas, portarias etc.) considerando apenas aqueles editados pela União e Estado de São Paulo. Este arcabouço tem sido revisitado, atualizado, ampliado, discutido, gerado referências internacionais, reuniões mundiais, protocolos de intenções e o mercado tem se curvado a toda esta exposição e movimentação, já que seus próprios padrões estão sendo revisitados para tentar assegurar menor impacto ao ambiente e à saúde humana. Na área ambiental responde pelo dano aquele que direta ou indiretamente contribuiu para a degradação. No campo administrativo pode ser autuado tanto o infrator direto como aquele que contribuiu para a ação ilegal como aquele que se beneficiou (risco proveito). E o valor da multa por infração ambiental pode variar de R$ 50,00 a R$ 50.000.000. Segundo a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei Federal 6.938/81), as entidades e órgãos governamentais de fomento devem condicionar a aprovação de projetos de financiamento apenas a empreendimentos que cumpram as normas, os critérios e os padrões expedidos pelos órgãos ambientais. Simultaneamente, a sociedade vem evoluindo de uma visão cujas medidas eram majoritariamente corretivas para uma visão em que se prioriza eliminar ou minimizar a geração de poluentes na fonte, considerando todas as etapas do processo produtivo, graças à grande exposição na mídia das mudanças climáticas globais e dos Meio Ambiente A visão de ciclo de vida de um produto está sendo cada vez mais exigida. Trata-se de estudo que consiste na elaboração de um inventário de todas as etapas do processo produtivo, desde o fornecimento da matéria-prima até o descarte, para identificar o impacto ambiental de cada fase dentro de uma visão sistêmica. Propicia o controle, via documentação, sobre as matériasprimas utilizadas e dos produtos, co-produtos e resíduos gerados. É coerente com a gestão empresarial orientada por objetivos de construção de boa reputação como um fator estratégico de negócios. desastres ambientais. Os casos do furacão Katrina e do atual derramamento de óleo no Golfo do México, decorrente da explosão da plataforma Deepwater Horizon, são exemplos ilustrativos desta exposição. Sob este novo enfoque, resíduos e poluentes oriundos de várias fontes e situações (como a do Golfo do México, por exemplo), passam a ser vistos como ineficiências, pelo fato de resultarem em perdas materiais e financeiras para as organizações e para a sociedade como um todo. Neste sentido, deverão ser passíveis de redução mediante uma gestão adequada, via adoção de programas de Produção mais Limpa e/ou pela adoção de Tecnologias Limpas que minimizem a redução de perdas concomitantemente à redução de riscos de acidentes. Atualmente, já não basta que a empresa se preocupe exclusivamente com os processos dentro dos limites de suas unidades. Importa que ela se vincule a sua cadeia produtiva neste mesmo sentido, reduzindo impactos ambientais e sociais, ao mesmo tempo em que melhora competitividade. Isso porque um produto, cuja linha de produção aparentemente limpa, pode, em algum elo de sua cadeia produtiva, ter uma etapa de processamento muito impactante e agressiva ao meio ambiente ou à saúde humana, como geração de resíduos tóxicos, por exemplo. Exemplo prático é o sistema de curtimento de couros com sais básicos de cromo que confere qualidades ao calçado, mas que também possuem potencial carcinogênico na sua forma hexavalente. O final da cadeia produtiva demanda processos eficientes de gestão de resíduos, o que inclui esforços para a redução de geração nas fontes. A legislação acompanha essa tendência, e no que diz respeito aos resíduos da construção civil, por exemplo, estimulando a redução e reaproveitamento dos materiais. Nesta direção, e alinhando-se à perspectiva da sustentabilidade, as construtoras e incorporadoras vêm adotando medidas para redução da geração de resíduos nos canteiros de obras; a Prefeitura de São Paulo está ampliando o número de ecopontos para entrega voluntária de resíduos da construção civil, tendo em vista a redução de disposição clandestina; e a indústria cimenteira vem buscando parcerias com universidades e instituições de pesquisa para viabilizar a fabricação de novos produtos incorporando esses resíduos. Por outro lado, o que aconteceu de maneira quase que informal por meio dos catadores de latas de alumínio e de papelão, hoje se tornou uma obrigação legal. Não somos responsáveis apenas pelos resíduos que geramos, mas também pelos produtos que colocamos em circulação. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação (Código Civil, art. 931). Assim é que a logística reversa começou a ser incorporada não apenas como boa prática empresarial, mas como cumprimento de obrigação legal, considerando o pós-venda, que se caracteriza pelo retorno de produtos sem ou com pouco uso à cadeia de distribuição; bem como o pós-consumo que se refere a produtos usados em fim de vida útil e descartados por seus consumidores, que igualmente retornam ao ciclo da atividade da empresa. Essa responsabilidade pelo produto posto em circulação, Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 35 Meio Ambiente além de normatizada, tem tido o reconhecimento crescente dos tribunais brasileiros. A responsabilidade pelo produto que se apoiava no paradigma “do berço ao túmulo” vem sendo substituída por “do berço ao berço”, mediante redução na fonte. Estudos de ciclo de vida do produto e reciclagem de seus componentes, eco-design e eco-eficiência vêm fazendo parte da gestão estratégica das corporações. A grande chave é prevenir, pois além de ficar mais barato do que remediar, melhora a imagem da empresa, e o meio ambiente agradece! Há um caso de empresa que envasa refrigerantes no Paraná, e que foi condenada a recolher suas embalagens PET de ruas e praças sob pena de pagamento de multa, além de ser obrigada a implantar um programa de educação ambiental para a sociedade local. Este tipo de condenação tem origem na nossa Constituição Federal, que estabelece a obrigação do poluidor / degradador reparar o dano causado ao meio ambiente. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (Constituição Federal, art. 225, § 3º). O PL 354/89 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), previsto para ser aprovado pelo Senado em junho deste ano, após 19 anos de tramitação no Congresso Nacional, traz como uma de suas principais determinações a responsabilização da indústria e comércio pela destinação de resíduos sólidos. A gestão integrada dos resíduos sólidos já vem sendo adotada em alguns setores industriais, mas a partir da aprovação desta lei espera-se que essa adoção seja ampliada para a gestão no contexto das cadeias produtivas. Esta visão é importante nos diversos elos de uma mesma cadeia produtiva bem como na intersecção entre cadeias distintas. Nesta última situação, são ilustrativos os casos de reutilização, reúso e reciclagem de embalagens, com destaque especial às latas de alumínio, que colocam o Brasil como o primeiro do ranking da reciclagem desse tipo de resíduo. De forma encadeada, serão responsáveis pelo destino do lixo os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos. Essa é a parte considerada mais inovadora da lei, pois todos serão responsáveis pelo destino final do produto e pela conservação do meio ambiente. Se transformada em lei, a proposta deverá mudar radicalmente a forma de recolhimento de garrafas plásticas (PET), latas de alumínio, vidros, papel de picolé e todo o tipo de embalagens. Evitará, assim, que embalagens continuem a ser jogadas nas ruas, causando sérios danos ao meio ambiente, incluindo enchentes. O governo e o setor empresarial poderão fazer acordos setoriais para estabelecer as formas de recolhimento das embalagens. A idéia é oferecer incentivos a quem utilizar as cooperativas de catadores de lixo. 36 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 O referido projeto de lei também obriga os fabricantes e revendedores a recolherem os resíduos sólidos perigosos, os resíduos de agrotóxicos, pilhas de baterias, pneus, óleos lubrificantes, embalagens, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista e produtos eletroeletrônicos e seus componentes. No Estado de São Paulo a responsabilidade pós-consumo dos fabricantes, distribuidores ou importadores já está prevista na Lei 12.300/06 denominada Política Estadual de Resíduos Sólidos e seu Decreto 54.645/09. Este Decreto deixou para o órgão ambiental o dever de estabelecer os produtos considerados causadores de significativo impacto no meio ambiente. Isto foi feito muito recentemente pela Resolução SMA 24, de 30/03/2010, que estabeleceu: Artigo 3º: Para fins de cumprimento do disposto nesta Resolução, os produtos de que trata o artigo 1º, sujeitos à responsabilidade pós-consumo, estabelecida pelo artigo 19 do Decreto Estadual nº 54.645, de 05/08/2009, consistem em: I - Filtros de óleo lubrificante automotivo; II - Embalagens de óleo lubrificante automotivo; III - Lâmpadas fluorescentes; IV - Baterias automotivas; V - Pneus; VI - Produtos eletroeletrônicos; VII - Embalagens primárias, secundárias e terciárias de: a) alimentos e bebidas; b) produtos de higiene pessoal; c) produtos de limpeza; d) bens de consumo duráveis. Assim, fabricantes, importadores e distribuidores deverão: - criar postos de entrega - orientar os consumidores - cumprir metas de recolhimento; e - declarar a quantidade de recolhimento e destinação. Nos últimos anos, cientistas e governantes de diversos países vêm discutindo os efeitos nocivos de um desenvolvimento historicamente não planejado sobre as reservas naturais do planeta. As mudanças climáticas têm sido apontadas como o efeito mais evidente da alteração dos ecossistemas. O Brasil foi pioneiro em negociar créditos de carbono originados de projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A Prefeitura de São Paulo, responsável pela administração do Aterro Bandeirantes, implementou um sistema de canalização dos gases gerados pela decomposição dos resíduos evitando que fossem parar na atmosfera. Esse seqüestro de gases de efeito estufa (GEE) gerou créditos de carbono que foram negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) em 26 de setembro de 2007. O banco holandês Fortis Bank NV/SA pagou R$ 34.000.000,00 por 808.450 créditos de carbono. O BNDES, que desde 2003 apóia ações de inovação para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), lançou em 2009 um cartão que permite a contratação de Meio Ambiente Assim é que a I n t e r n a t i o n a l Organization for Standardization (ISO) lançou dentro da série ISO 14000, normas e critérios gerais para a rotulagem ambiental. No Brasil, este programa é coordenado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). serviços de pesquisa e desenvolvimento fornecidos por Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) credenciadas. Entre os itens financiáveis estão: transferência de tecnologia, serviços técnicos especializados em eficiência energética e impacto ambiental, design, prototipagem, respostas técnicas de alta complexidade, e avaliação da qualidade de produtos e processos de software. Outro exemplo de círculo virtuoso é o que ocorre com empresas que possuem sistemas de gestão ambiental, sejam eles certificados ou não. Em suas negociações, passam a exigir de fornecedores e prestadores de serviço o uso de matérias-primas e insumos adequados a padrões de qualidade alinhados às normas, regulamentos técnicos, e diretivas estabelecidas no mercado internacional, em uma verdadeira “corrente da responsabilidade compartilhada”. Práticas e normas internacionais também influenciam as ações empresariais no Brasil. A certificação RoHS (Restrictions of the Use of Certain Hazardous Substances) é uma delas e se refere à responsabilidade atribuída aos fornecedores de peças, componentes, embalagens e insumos para a fabricação de alguns equipamentos e produtos eletroeletrônicos exportados para estados-membros da Comunidade Européia, conforme a Diretiva RoHS, criada em 27 de janeiro de 2003 e em vigência desde 1 de julho de 2006. Um caso exemplar foi a certificação RoHS da Whirlpool, unidade de Joinville – SC, que atuou junto em sua cadeia produtiva e promoveu a certificação de 100% de seus fornecedores. Para comunicar as práticas de sustentabilidade, indicando aspectos ambientais positivos no uso de matéria-prima, produção ou descarte, as empresas valem-se da rotulagem de seus produtos. Os rótulos ambientais, também conhecidos como selos verdes tornaram-se estratégia de comunicação para atingir um consumidor cada vez mais engajado na temática ambiental e centro das atenções em um disputado mercado. Alguns selos verdes são adotados por iniciativa do próprio fabricante para comunicar vantagens ambientais e sociais de seus produtos quando comparados à concorrência, porém as informações não se submetem à fiscalização ou auditorias. Mas há também selos certificados por empresas que fiscalizam e comprovam a veracidade das informações. 38 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Especificamente para o setor moveleiro, o selo verde surgiu a partir da crescente preocupação ambiental dos consumidores, principalmente do mercado europeu. Foi quando governos e ONGs de vários países formularam um conjunto de normas para regular o comércio de produtos provenientes das florestas tropicais através de acordos internacionais. Ficou definido que as madeireiras que possuíssem o selo verde deveriam comercializar apenas produtos retirados das florestas de forma ambientalmente correta e enquadrados em um plano de manejo certificado por organismos internacionalmente reconhecidos, como o Forest Stewardship Council (FSC), sigla em Inglês para Conselho de Manejo Florestal. Antes restrito a produtos de madeira, como móveis e painéis para construção civil, o selo da Certificação FSC já pode ser encontrado em artigos tão diversos quanto livros, papéis para impressão, lápis, talheres, embalagens e até em panfletos de ofertas de supermercado. A fabricante de material escolar e de escritório FaberCastell foi uma das primeiras empresas de produtos de consumo a receber a certificação no Brasil, em 1999. A empresa tem 9.600 hectares de florestas certificadas em Minas Gerais, e hoje exibe o selo na linha de produtos batizada de Ecolápis. Autores: Mauro Silva Ruiz – geólogo, PhD em Geografia (Planejamento em Recursos Naturais); pesquisador do IPT; coordenador e professor do MBA em Gestão Ambiental e Práticas de Sustentabilidade do Instituto Mauá de Tecnologia. Roberto Domenico Lajolo – engenheiro mecânico, especialista em Tecnologia Ambiental; coordenador e professor do MBA em Gestão Ambiental e Práticas de Sustentabilidade do Instituto Mauá de Tecnologia. Adriana Ponce Cerântola – advogada, mestre em Tecnologia Ambiental; professora do MBA em Gestão Ambiental e Práticas de Sustentabilidade do Instituto Mauá de Tecnologia. Meio Ambiente por Adriana Ponce Cerântola Política Nacional de Resíduos Sólidos Em agosto do ano passado foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos que reuniu princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações a serem adotados pela União isoladamente ou em parceria com Estados, Distrito Federal, Municípios e Particulares, visando a gestão integrada e o gerenciamento ambiental adequado dos resíduos sólidos. Em agosto do ano passado foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos que reuniu princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações a serem adotados pela União isoladamente ou em parceria com Estados, Distrito Federal, Municípios e Particulares, visando a gestão integrada e o gerenciamento ambiental adequado dos resíduos sólidos. Em dezembro do ano passado esta lei foi regulamentada 40 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 pelo Decreto Federal 7404/10 que detalha seus procedimentos. Passo a destacar os aspectos mais relevantes desses diplomas legais. Inicio pela hierarquia na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos que deve obedecer a seguinte ordem de prioridade: Logística Reversa A implantação de sistemas de logística reversa objetiva a devolução dos resíduos sólidos ao gerador para reaproveitamento no ciclo produtivo ou destinação final ambientalmente adequada. Estes sistemas serão implantados e operacionalizados mediante compromissos entre o poder público e o setor privado por meio de Acordos Setoriais ou Termos de Compromisso ou ainda mediante Regulamento específico. Por enquanto, pela PNRS são obrigados a estruturar e implementar a logística reversa após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes. A responsabilidade pela logística reversa limita-se à proporção dos produtos que forem colocados no mercado interno, conforme metas progressivas, intermediárias e finais, estabelecidas no instrumento que determinar a sua implementação. Os sistemas de logística reversa poderão ser estendidos a produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados. A definição de novos produtos e embalagens considerará a viabilidade técnica e econômica da logística reversa, bem como o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados. Os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes desses produtos e/ou embalagens deverão tomar todas as medidas necessárias para assegurar a implementação e operacionalização do sistema de logística reversa sob seu encargo, podendo, entre outras medidas: I - implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados; II - disponibilizar postos de entrega de resíduos reutiGuia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 41 Meio Ambiente lizáveis e recicláveis; III - atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis Resíduos Perigosos São resíduos perigosos aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica. A PNRS considera os geradores ou operadores de resíduos perigosos empreendimentos ou atividades: I - cujo processo produtivo gere resíduos perigosos; II - cuja atividade envolva o comércio de produtos que possam gerar resíduos perigosos e cujo risco seja significativo a critério do órgão ambiental; III - que prestam serviços que envolvam a operação com produtos que possam gerar resíduos perigosos e cujo risco seja significativo a critério do órgão ambiental; IV - que prestam serviços de coleta, transporte, transbordo, armazenamento, tratamento, destinação e disposição final de resíduos ou rejeitos perigosos; ou V - que exercerem atividades classificadas em normas emitidas pelos órgãos do SISNAMA, SNVS ou SUASA como geradoras ou operadoras de resíduos perigosos. A instalação e o funcionamento desses empreendimentos ou atividades somente podem ser autorizados ou licenciados pelas autoridades competentes se o responsável comprovar, no mínimo, capacidade técnica e econômica, além de condições para prover os cuidados necessários ao gerenciamento desses resíduos. Estas empresas são obrigadas a se cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos, integrado ao Cadastro Técnico Federal junto ao IBAMA, além de indicar Responsável Técnico habilitado para o gerenciamento desses resíduos. Planos de Resíduos Sólidos São planos de resíduos sólidos: Estão sujeitos à elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) os seguintes geradores: 42 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 I. de resíduos dos serviços públicos de saneamento básico; II. de resíduos industriais; III. de resíduos de serviços de saúde; IV. de resíduos de mineração; V. estabelecimentos comerciais e de prestação de servi- Meio Ambiente ços que: a) gerem resíduos perigosos; b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal; Município, microrregião, região metropolitana ou aglomeração urbana, que exerçam atividades características de um mesmo setor produtivo e que possuam mecanismos formalizados de governança coletiva ou de cooperação em atividades de interesse comum, poderão optar pela apresentação do referido plano de forma coletiva e integrada. VI. empresas de construção civil; O plano deverá conter a indicação individualizada das atividades e dos resíduos sólidos gerados, bem como as ações e responsabilidades atribuídas a cada um dos geradores. VII. responsáveis pelos terminais e outras instalações e serviços de transportes de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; Conteúdo do PGRS VIII. responsáveis por atividades agrossilvopastoris. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo: O PGRS atenderá as determinações do Plano Municipal de Resíduos Sólidos e deve ser incorporado ao processo de licenciamento ambiental e para aqueles empreendimentos e atividades não sujeitos ao licenciamento, a aprovação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos caberá ao poder municipal. I - descrição do empreendimento ou atividade; Existe a possibilidade de soluções coletivas para Empresas de Pequeno Porte e Micro empresas e arranjos produtivos locais, bem como a dispensa para aquelas que gerem apenas resíduos sólidos domiciliares ou assim equiparadas pelo poder público municipal. III - observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) e, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados; Os empreendimentos sujeitos à elaboração de Plano e desde que localizados em um mesmo condomínio, Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 43 Meio Ambiente a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos; III - criação de animais domésticos; b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador; IV - identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores; V - ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes; VI - metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA, do SNVS e do SUASA, à reutilização e reciclagem; VII - se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos; IX - periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da respectiva licença de operação a cargo dos órgãos ambientais. IV - fixação de habitações temporárias ou permanentes; V - outras atividades vedadas pelo poder público. Fica proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação. O futuro O setor de recondicionamento de cartuchos de toner e tinta ainda não possui metas para estabelecimento de sistemas de logística reversa, muito embora, aplica-se à atividade a regra geral da responsabilidade por dano causado pelo produto/resíduo ao meio ambiente, lembrando que esta responsabilidade estende-se do “berço ao túmulo”. A intenção da PNRS é estender os sistemas de logística reversa para todos os setores. Por enquanto apenas agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e produtos eletrônicos foram expressamente previstos na lei e metas de devolução estão sendo discutidas. Proibições São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos: I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos; II - lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração; III - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade, exceto na hipótese de emergência sanitária, e desde que autorizada e acompanhada pelos órgãos ambientais e de vigilância sanitária. O poder público poderá estabelecer outras vedações. Ficaram proibidas, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, as seguintes atividades: I - utilização dos rejeitos dispostos como alimentação; II - catação, assegurada a definição de metas para eliminação e recuperação de lixões e reinserção social e econômica dos catadores; 44 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Os acordos setoriais que serão celebrados entre poder público e empresariado mediante aprovação do órgão ambiental permitem uma ampla discussão sobre as necessidades e possibilidades e prometem ser uma opção menos dolorosa do que a ordem baixada unilateralmente por um Regulamento. Uma atitude preventiva é esperada para que as empresas não sejam pegas de surpresa com metas para sistemas de logística reversa que possam encarecer ou até inviabilizar seus negócios. Reuniões e discussões com suas Associações para planejamento são altamente desejáveis. Uma certa antecedência é fundamental, até porque estes Acordos Setoriais exigem a apresentação de estudos e informações que embasem a proposta formulada pelo setor. A FIESP já promove esta articulação com suas associadas indústrias. Vamos planejar? Sobre a autora Adriana Ponce Coelho Cerântola é advogada especialista em meio ambiente, sócia-fundadora de Santos & Cerântola Sociedade de Advogados, docente e palestrante. [email protected] (55 11) 3864-9501 e 99988885. Atualidade Fim do estoque e aumento de preços Terremoto no Japão: conseqüências a curto e médio prazo para o mercado de TI Após o devastador terremoto seguido pelo Tsunami que atingiu o Japão no dia 11 de março, ainda não sabemos ao certo de que maneira e por quanto tempo essa tragédia afetará a produção de componentes e produtos de informática e de eletrônicos de consumo. Entre outras opiniões, o Banco Mundial prognostica que no período de um ano as exportações do país asiático se recuperarão em 80%. Nessa nota, há um apanhado dos comunicados oficiais emitidos pelos principais fabricantes nipônicos e a opinião de um representante do mercado local. O saldo que provocou o desastre natural ocorrido no Japão: até o momento calcula-se que mais de 10.000 pessoas tenham perdido suas vidas, enquanto outras 13.500 continuam desaparecidas. Ante esse sombrio panorama, os principais fabricantes de tecnologia, nos primeiros dias após a tragédia, como é de se esperar, limitaram-se a emitir comunicados de condolências e informaram sobre importantes doações, por exemplo, à cruz vermelha local, para ajudar no resgate das pessoas acidentadas, sem dar mais informações sobre os danos sofridos em suas respectivas plantas de produção. A primeira reação dos fabricantes foi de suspender as atividades de suas plantas de produção, seja por estarem nas áreas mais afetadas ou pelo desastre duplo dos cortes de energia programados pelo governo japonês ou pela ausência de pessoal. Além dos problemas próprios das plantas, somou-se ao notável prejuízo dos circuitos logísticos, com portos e aeroportos destruídos ou fechados, e o racionamento do combustível. O setor tecnológico foi um dos mais afetados pelo desastre já que o Japão produz um quinto dos semicondutores do planeta e – segundo a empresa CSLA – abastece o mundo com 40% dos componentes eletrônicos. Além disso, os fornecedores de outros componentes cujas fábricas não foram afetadas, provavelmente notarão o impacto em assuntos de logística, como as dificuldades para proporcionar matérias primas e enviar produtos acabados. O resultado: falta de estoque e a conseqüente alta dos preços. 46 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 43 O panorama das plantas Panasonic, Fujifilm, Nikon e Canon também fecharam suas plantas em todas as regiões afetadas, o que prejudica a fabricação de câmeras fotográficas digitais e objetivas A Kingston emitiu um pequeno comunicado em que expressa: “Somente podemos dizer que continuamos com a recopilação de informação, já que a situação muda minuto a minuto. Nossa principal preocupação nesse momento é a segurança e bem estar de todos os nossos amigos, colegas e famílias.” Por sua parte, em 14 de março, a Sony informou em sua página na web que as operações em várias instalações da companhia haviam sido afetadas na costa do pacífico de Tohoku, e que “está monitorando o estado de cada um dos lugares, ao mesmo tempo em que considera as medidas de recuperação mais efetivas”. Nesse sentido, pararam ou reduziram sua produção em oito plantas, para avaliar os danos ou por conta dos cortes de energia realizados, e informaram que essas medidas afetaram a produção de pilhas recarregáveis, CD, DVD e mídias Blu-ray. “A empresa se encontra trabalhando fortemente em sua recuperação, contudo ainda não é possível determinar o custo estimado dos danos causados nem precisar quando retomaremos as operações das fábricas envolvidas”, comunicou. A Canon anunciava um “impacto leve” em suas fábricas e nos escritórios das empresas do grupo na metade ocidental de Honshu: “Não há feridos nem danos significativos nos edifícios ou equipamentos”. Nesse sentido, garanto que, no caso de que as operações possam ser suspensas por um mês ou mais, terá em conta a utilização de lugares alternativos que não foram danificados pelo terremoto como um meio para continuar a produção. No dia seguinte, a Canon destacou que a empresa está analisando seriamente a adoção de medidas para realizar o início o mais rápido possível das operações, mas esclareceu que, sem dúvida, “nesse momento os tempos concretos para que a produção possa ser reiniciada ainda não podem ser determinados”. Assim mesmo, estabeleceu um grupo de trabalho específico para que tome as medidas necessárias na recuperação em questão. Atualidade Repercussões no âmbito local Hernan Chapitel, gerente nacional para o Cone Sul da Gigabyte, diz que o terremoto “sem dúvidas vai afetar também a indústria do hardware em geral. Apesar de ser política dos fabricantes ter estoque para no máximo dois meses, depois disso veremos como progride a situação, mas vai haver demora nos pedidos e com isso lamentavelmente haverá um aumento de preços”. E acrescenta: “Por isso acreditamos que também será importante, frente a essa situação, estar preparados com nosso Service Center para aqueles que não possam mudar a placa mãe e optem por consertá-la”, disse, em alusão ao recentemente inaugurado centro de RMA local da marca. Maria Chen, gerente de vendas para a América Latina da Foxconn, estimou que a falta de produtos vai começar a acontecer entre maio e junho, e reconheceu que sua opinião pessoal é que o impacto possa ser sentido nos próximos 12 meses. “muitas empresas taiwanesas e coreanas vão poder se beneficial”, comentou. Nesse sentido, comentou que, no caso específico de um chip para uma placa de entrada, a empresa caiu na conta de quem 60% dos provedores não poderão entregar os produtos dentro do prazo. “Começamos a ver quem tem mais estoque, quem tem os materiais para integrar mais rápido, e sempre são as empresas maiores. As empresas maiores do mundo são as que vão receber os materiais necessários para sobreviver. Isso, sem dúvida, prejudicará as pequenas”, sentenciou. Justin Yifu Lin, economista chefe e vice presidente do Banco Mundial, disse que as perdas econômicas do país asiático causadas pelo terremoto poderiam situar-se entre 2,5% e 4% do PBI, quer dizer, entre U$S 120.000 e U$S 230.000 milhões. Contudo sustentou que “depois de um ano, as importações do Japão voltarão ao mesmo nível que tinham antes do terremoto, e suas exportações se recuperarão em até 80%. E continuam os tremores O segmento de circuitos integrados é um dos que mais está sofrendo, já que os dois maiores produtores a nível mundial, Hitachi Chemical e Mitsubishi Gas Chemical, suspenderam os trabalhos de suas plantas e ainda não tem data para a retomada da produção. Além disso, Hitachi produz as telas dos consoles portáteis tridimensionais DS e dos telefones celulares LG. A Toshiba, o fabricante mundial mais importante de memórias NAND Flash, parou sua fabricação. Segundo a empresa IHS iSuppli, a Toshiba produz um terço do total mundial dessas memórias que são utilizadas como meio de armazenagem nos smartphones e tablets. Além disso, a empresa japonesa paralisou os trabalhos em uma planta que se dedica a produção de microprocessadores e sensores de imagem. Escassez que poderia se apresentar em outras áreas, até que se estabilize a produção das gigantes nipônicas. Enquanto isso não ocorre, as seqüelas do terremoto de março seguirão afetando o setor tecnológico. Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 43 47 Instruções Por Enrique E. Stura e Daniel Reyes (Laboratorio da Uninet Argentina) Remanuratura do Cartucho de Toner Samsung Serie Ml1660 As impressoras ML são compactas, medindo apenas 184mm de altura, 224mm de comprimento e 341mm de largura, pesando 4,04kg. No caso da SCX3200 as dimensões são um pouco maiores, com 234mm x 300mm x 388mm e um peso de 7,4kg. A tensão de trabalho é de 220-240V 50/60Hz e o consumo máximo em uso é menor do que 270 volts, caindo para 40 volts no modo espera. A primeira impressão sai em aproximadamente 8 segundos. Impressora Samsung Series ML1660 Lançado no mercado no início de 2010, o modelo Samsung serie ML1660 tem um custo baixo e está ao alcance de muitos clientes. Até agora temos nesse mercado quatro modelos diferentes, a ML1660, ML1665, ML1667 e a multifuncional SCX3200. Todas elas imprimem 16ppm em A4 e 17ppm em Carta com resolução de 1200 x 600dpi até 1200 x 1200dpi óticos que aumentam eletronicamente para 4200 x 4200dpi no caso da escâner SCX. Todos os modelos utilizam um cartucho tudo em um com um chip que deve ser substituído em cada ciclo. A impressora vem com um cartucho inicial de menor quantidade de toner, para apenas 750 páginas, e ao contrário do que ocorreu com os cartuchos anteriores da marca, o cartucho inicial vem com seu chip. Ao observar o cartucho que vem com o equipamento identificado como MLT-D104S reconhecemos rapidamente certas características dessa marca ainda que o fabricante tenha substituído os clássicos parafusos laterais e os da tampa do reservatório por rebites plásticos moldados, que devem ser retirados e substituídos por parafusos para acessarmos o interior do cartucho. Comparando o cartucho inicial com o de reposição MLTD104/XAA não vemos diferenças físicas entre ambos, o que significa uma adequação completa para o uso do cartucho inicial para as 1500 páginas. Nas fotos a seguir podemos observar os detalhes mais relevantes do desenho da carcaça. O mais interessante e inovador do desenho é que ao separar o cartucho em suas duas partes básicas o OPC forma parte do reservatório de toner enquanto o PCR fica na seção de resíduos junto com a lâmina de limpeza e de recuperação. Os modelos possuem um botão de impressão direta para qualquer arquivo que aparece no visor do equipamento. Ver foto 2 Foto 4 48 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Instruções Cartucho MLT-D105S lado chip Foto 5. Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 49 Instruções INSTRUÇÕES DE REMANUFATURA Ferramentas necessárias 1. Aspirador de Tóner 2. Chave de fenda pequena 3. Chave Philips média #3 4. Pinça com ponta 5. Furadeira elétrica pequena e broca de 2,35mm 6. Estilete Foto 6 Insumos necessários 1. Toner específico para Samsung ML1660 de 45 grs para 1500 páginas 2. Chip para 1500 páginas. 3. Cilindro OPC, opcional 4. Lâmina de limpeza ,opcional 5. Lâmina dosadora, opcional 6. Graxa condutiva 7. Pó lubrificante para lâmina de limpeza 8. Parafusos de 3mm de diámetro por 6mm de com primento (8unidades) 1. Coloque o cartucho em posição horizontal com a lateral direita contendo o chip virada para você e com o canivete retire a cabeça do rebite plástico. Foto 9. Muito cuidado com essa operação para não resvalar na lâmina de corte. Foto7 Foto 8 50 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Foto 9 Instruções 2. Coloque o cartucho na posição vertical, marque o centro exato e utilizando a furadeira elétrica faça um furo com uma broca de 2,35mm a uma profundidade de 7mm. Ver foto 10. Foto 10 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 51 Instruções Colocar o parafuso preto de 6 x 3mm no furo feito. Fotos 11 e 12 Foto 11 Foto 12 3. Repita o mesmo procedimento nos outros rebites do cartucho. São 8 no total mas não desmonte ainda nenhuma parte do cartucho. A idéia é ter todos os pontos de rebites perfeitamente rosqueados para que ao montar tudo novamente não existam possibilidades de nenhuma lateral ou tampa ficar desalinhado. 4. Uma vez montados os 8 parafusos e tendo finalizado a tarefa dos furos proceder com a desmontagem do cartucho. 5. Primeiro retire a lateral esquerda dos três parafusos e com a ponta do estilete separe apenas a junção do cartucho para permitir a entrada de uma chave de fenda pequena e iniciar a retirada da peça. Note que na parte inferior da lateral há uma lingüeta que deve ser destravada. Fotos 13,14 e 15 Foto 14 52 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Foto 13 Foto 15 Instruções 6. Retirar agora a lateral oposta (lado do chip) com o mesmo procedimento. Foto 16 Foto 16 7. Desparafuse a tampa superior e retire-a do cartucho. Fotos 17 & 18 Foto 16 Foto 16 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 53 Instruções Separe o reservatório de toner onde está o OPC e retire o eixo do OPC deslizando da esquerda para a direita girando-o suavemente enquanto o retira. Foto 19. Tire o OPC do lugar. Foto 20 Foto 19 Foto 20 8. Desmontar o rolo de revelação desencaixando primeiro o lado esquerdo, depois o direito onde está a engrenagem e com uma leve inclinação levantar e retirar o rolo completamente. Limpe o rolo com um pano seco e suave. Fotos 21 e 22 Foto 21 54 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Foto 22 Instruções 9. Retire a tampa do depósito de toner e aspire o conteúdo. Foto 23 Foto 23 10. Desparafusar e retirar a lâmina dosadora. Aspirar completamente o rolo de alimentação e o resto do reservatório. Fotos 24 e 25. Foto 26 Foto 24 12. Revisar e limpar os selos e montar o rolo de revelação colocando em ângulo primeiro a extremidade direita com a engrenagem e depois a extremidade oposta. Pressionar as extremidades até escutar um clic. Foto 27 Foto 25 11. Montar novamente a lâmina dosadora certificandose de que o selo no cartucho esteja integro em toda a sua extensão. Foto 26 56 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Foto 24 Instruções 13. Carregar o reservatório de toner através do orificio do lado esquerdo e em seguida fechar com a tampa plástica. Foto 28 Foto 28 14. Limpar e montar o OPC na posição correta e deslizar o eixo girando-o suavemente com a ponta chanfrada primeiro a partir do lado da braçadeira até a engrenagem. Foto 29 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 57 Instruções Foto 29 Foto 30. 15. Pegar a outra parte e começar a desmontar o PCR limpando-o com um pano suave. Foto 30 16. Desparafusar e retirar a lâmina de limpeza. Foto 31 17. Aspirar completamente o reservatório de resíduos cuidando da integridade da lâmina de recuperação para que não seja marcada nem deformada. 18. Lubrificar a borda da lâmina de limpeza e colocá-la no lugar parafusando-a firmemente. 19. Limpar com cotonetes as extremidades do PCR e aplicar uma pequena quantidade de graxa condutiva em ambas. Montar o PCR na posição correta com o eixo maior do lado esquerdo. Existe uma trava desse lado que impede que o PCR seja montado ao contrario. Foto 32 Foto 32. 58 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Foto 31 Instruções 20. Unir as duas partes e começar a instalação da tampa com seus parafusos. Fotos 33 e 34 21. Colocar a lateral Foto 33 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 59 Instruções Foto 34 esquerda em seu lugar fazendo coincidir o chanfrado do eixo OPC com a trava da lateral. Empurre a lateral até que fique firme, montada e parafusada.. Foto 35 Foto 35 22. Limpar e lubrificar com uma pequena quantidade de graxa condutiva os contatos da tampa oposta, substituir o chip deslizando-o a partir de sua cavidade e instalando-o novamente. Parafusar a lateral em seu lugar. Foto 36 NOTA: Em condições normais de uso, a impressora necessitará ler o chip para imprimir, por isso é recomendável usar um chip de teste e não um chip definitivo. Uma vez provado o cartucho retire o chip de teste e substitua-o com o chip que vai ao cliente. 60 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Foto 36 Instruções IMPRESSÃO DE FOLHA DE TESTE Ligar a impressora e quando estiver pronta aperte o botão “One Touch” e mantenha-o pressionado durante três lampejos rápidos e depois três lampejos lentos de luz, então solte o botão IMPRESSÃO DA FOLHA DE INSUMOS Ligar a impressora e quando estiver pronta aperte o botão “One Touch” e mantenha-o pressionado durante três lampejos rápidos e depois três lampejos lentos de luz, e ao iniciar o lampejo rápido novamente solte o botão. Essa folha é muito completa e fornece os seguintes dados: * Contador de páginas * Capacidade * Toner restante * Provedor * Páginas equivalentes impressas * Média de Cobertura de impressão * Data do producto * Serie do CRUM * Páginas impressas * Tipo de cartucho * Pontos impressos * Vida útil do Fusor * Conta de Motor ligado e % de vida * Vida Útil do Rolo de Transferência * Toner utilizado * Vida Útil do Rolo de pickup * Contagem de substituição de toner * Vida útil da almofada de separação * ID de marca * Contagem de erros diversos (travas, calor, alta temperatura, sem calor) * ID de Suministro DEFECTOS REPETITIVOS Para determinar a possível origem de uma falha de impressão meça com uma régua milimétrica a separação entre um defeito repetitivo e o seguinte na folha e cheque a seguinte informação:: OPC 62,83 mm Rolo de pressão 64,0 mm Rolo de fusão 64,0 mm Rolo Transferência 38,0 mm PCR 26,0 mm Rolo de revelação 45,0 mm Produzido por Enrique E. Stura e Daniel Reyes. Laboratório da Uninet Argentina. Para mais informação visite www.uninetimaging.com Sobre a autor : Enrique Stura tem mais de 25 anos de experiência no campo de eletrografia tendo atuado tanto em Desenvolvimento e Produção de fotorreceptores de Sete assim como em Marketing e Vendas de materiais para reprografia. De 1999 até 2005 foi consultor e também diretor técnico da Laser Toner do Brasil Ltda. empresa brasileira de remanufatura de cartuchos para impressoras e copiadoras. Das 2005 até hoje é Diretor técnico da UniNet Argentina na gerência técnica. O trabalho inclui investigação e desenvolvimento de produtos como suporte a UniNet Internacional, criação de manual e notas relacionadas com remanufatura, seminários, treinamento técnico. Software para seguimentos de custos de remanufactura e ajuda a clientes locais e internacionais. Seus trabalhos são publicados em várias revistas internacionais. 62 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Região 1 · Noticias ARGENTINA Sem reciclagem não há responsabilidade social Como comentei em meu artigo “Unidos pelo Espanto”, estou profundamente convencido de que chegou a hora de impor o reciclado como uma alternativa meio ambiental, resgatando o papel central do uso de cartuchos remanufaturados (bem como qualquer outro tipo de produtos sob as senhas reduzir/reutilizar/reciclar), como medida inequívoca do compromisso social de cada organização. Quando comecei a trabalhar com a idéia falamos com o Gustavo, que se aproximou de alguns colegas em eventos da indústria em Março, onde a boa recepção nos levou a convocar a todos que queriam se juntar a nós. De que se trata a iniciativa? Basicamente, a idéia é de levar adiante o slogan “Sem Reciclagem não há Responsabilidade Social” como um lema independente de marcas ou empresas, conhecendo cada um de nossos produtos e ações de comunicação. A fim de concentrar todas as adesões, desde meados de março está disponível no site www.rsesreciclar.com.ar , onde vamos apresentar notícias vinculadas à reciclagem, e as empresas e organizações podem apresentar suas atividades nesse sentido. O lugar dos recicladores Os recicladores tem um lugar especial nesse site, alem de mostrar o compromisso com os clientes, todos os recicladores, do produto que seja, do lugar onde estejam localizados, podem aparecer no site e utilizar toda a imagem de comunicação, marca e logos, em seus produtos e materiais de difusão. Serão ordenados por ramo, e por ordem de chegada, pedindo o único compromisso estar de acordo com os princípios da iniciativa (Reciclagem é meio ambiente, trabalho nacional e competência leal), e utilizar o slogan em seus produtos ou comunicação em um prazo não maior que os 6 meses após a incorporação. E as OEM? Essa é claramente uma campanha para tomar uma posição firme a favor da reciclagem: tanto a respeito das empresas e organizações que decidiram utilizar cartuchos originais exclusivamente, como os que optaram por imitações descartáveis (claramente a pior opção para o meio ambiente). 64 Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 Também é uma contra-ofensiva de “guerra” com os recursos que temos a mão, frente as empresas anti-reciclagem dos fabricantes OEM. Nesse caso, também temos que destacar (e já o fazemos) desde o site, que um reciclado é uma alternativa superior, dado que tecnicamente trata-se de Re-utilizar (superior a reciclar em termos meio ambientais) um cartucho, e não de destruí-lo a nível de materiais para construir algo novo, que consome muito mais recursos e energia. O que mais posso fazer? A partir do site rsesreciclar.com.ar vamos continuar nos aproximando de idéias para melhorar a comunicação do conceito com nossos clientes. Uma boa idéia é publicarmos o resumo das economias e benefícios alcançados para o meio ambiente e a mão de obra nacional durante o último ano. Se não sabem como fazer, escrevam para [email protected] e com prazer vou ajudá-los com exemplos. Estamos juntos nessa! Obrigada pelo seu apoio! Lic. Leonardo Valente Tech as Service SRL Cramer 640 Oficina 7G – C1426ANN – Bs. As. Tel.(011) 4551-8274 Cel.(011) 15-5923-0525 Undiano 460 – B8000JLJ – Bahía Blanca Tel.(0291) 455-6275 Cel.(0291) 15-646-4849 [email protected] www.gentecnologico.com.ar Notícias Internacionais A Uninet contrata representantes de vendas Oasis e adquire fórmulas de toner e inventário da Oasis A UniNet tem o orgulho de anunciar a expansão de sua força de vendas bem como a aquisição de fórmulas e toner e o inventário da Oasis. Nestor Saporiti, CEO da UniNet, deu as boas vindas a Joe Jean como Gerente de Desenvolvimento de Negócios Tecnicos, Tammy Davis como Gerente de Desenvolvimento de Negócios e Brandy Wright como Gerente de Desenvolvimento de Negócios, e expressa sua admiração pelo legado da Oasis Imaging,. “Estou honrado por ter unido a nossa equipe de vendas esses profissionais tão experientes e estar em condições de continuar administrando as formulas mais populares de toner da Oasis”, afirmou. O Diretor Técnico, Mike Josiah também acrescentou “os clientes são os verdadeiros ganhadores aqui: eles continuarão recebendo todos os produtos de qualidade Oasis e suporte técnico, agora com acesso as marcas de toner superiores da UniNet e tecnologia ASiC Smartchips para nomearmos algumas, bem como distribuição em todo o mundo.” “nossos clientes terão o máximos desses experientes profissionais.” De acordo com Joe Dovi, Gerente Geral da UniNet “a incorporação de veteranos da indústria como Joe Jean, Brandy Wright e Tammy Davis à equipe de vendas da UniNet ajudará a oferecer a nossos clientes o melhor serviço de vendas personalizado e suporte”. A UniNet nomeia Brandy Wright como Gerente de Desenvolvimento de Negócios para o mercado norte americano A Uninet contrata Joe Jean como Gerente Técnico de Desenvolvimento de Negócios para o mercado norte americano A UniNet tem o prazer de anunciar a expansão de sua força de vendas com a nomeação de Brandy Wright como Gerente de Desenvolvimento de Negócios para o Mercado da costa leste dos Estados Unidos. Nesse cargo, Brandy Wright será responsável pelo aumento de oportunidade de desenvolvimento de negócios para o mercado da costa leste dos Estados Unidos para fomentar o contínuo crescimento da UniNet. Wright é uma profissional da indústria de remanufatura de toner com mais de 15 anos de experiência em vendas, técnica e administração. Seu último cargo foi como Gerente Nacional de Vendas em Produtos de Imagens Oasis. Nestor Saporiti, Presidente e CEO da UniNet, comentou que “estamos encantados de ter Brandy Wright unida a família UniNet. A experiência de Brandym unida a suas relações com vários clientes chave, trouxe um grande valor ao escritório da costa leste. A Srta.Wright é muito conhecida na indústria de imagens, e tenho certeza que continuará apoiando as necessidades dos remanufaturadores e servindo a crescente demanda de soluções UniNet na região.” “Estou muito feliz em trabalhar com um líder de primeira classe na indústria. Espero ajudar a nossos valiosos clientes e diversificar suas ofertas de produtos”, disse Brandy Wright. A UniNet anuncia a expansão de sua força de vendas com a contratação de Joe Jean como Gerente Técnico de Desenvolvimento de Negócios para o Mercado NorteAmericano. Joe Jean é um profissional da indústria de remnaufatura de toner e traz uma rica experiência de mais de 20 anos. Seu início na indústria foi em 1990 com a Nashua Corporation, como Técnico em Controle de Qualidade, e mais tarde em Desenvolvimento de Novos Produtos. Foi essencial no desenho de linhas de produção e implantação de processos de produção, bem como instruções de capacitação para desenvolvimento de novos produtos. Seu último cargo foi como Gerente Técnico Regional em Produtos de Imagens Oasis. Nestor Saporiti, Presidente e CEO da UniNet, comentou que “é um prazer dar as boas vindas a Joe Jean a família UniNet: a ampla experiência e perspicácia que Joe traz a nossa equipe agregará um valor considerável na ajuda do crescimento contínuo da UniNet. A incorporação de Joe a nossa equipe é parte do compromisso da nossa empresa para oferecer a nossos clientes o melhor suporte técnico, serviço e qualidade. “Estou entusiasmado com a união à equipe UniNet. Espero trabalhar para um líder mundial cujo objetivo é oferecer aos remanufaturadores o melhor produto e informação técnica disponível.”acrescentou Joe Jean Para mais informações favor entrar em Contato com a UniNet através do telefone + 1 (424) 675-3300 ou do site www.uninetimaging.com Guia do Reciclador - Ano 7 - Número 44 65