Curso Online A Escola no Combate ao Trabalho Infantil
Professor Mário Volpi1
Vídeo Aula 22
Passos para Aplicar as Metodologias Sugeridas
Estas três dicas em relação às metodologias para fazer uma reflexão sobre os
direitos na vida concreta das crianças e dos adolescentes têm a vantagem importante de
promoverem a interdisciplinaridade. Para usar a Cartografia Social, por exemplo, não é
preciso ser professor de geografia, porém, ela será uma boa oportunidade para incluir o
professor de geografia nas atividades, de modo que ele traga o seu conhecimento dos
mapas, das distâncias ou os conceitos básicos da geografia que possam ser envolvidos
nessa atividade. Um professor de educação física pode ser envolvido nas atividades de
educomunicação, promovendo atividades esportivas que possam, depois, ser registradas
por meio dos equipamentos de comunicação disponíveis. Pode ser promovida uma gincana
ou outra atividade participativa, por exemplo.
Outra característica interessante destas tecnologias é que não é necessária a
presença de especialistas para desenvolvê-las, ao contrário, o próprio professor, de
qualquer área, pode realizá-las. Sempre em parceria com outros professores. O professor
de língua portuguesa pode contribuir com a revisão de textos, ajudando para que sejam
mais claros e objetivos, por exemplo, reformulando-os em relação ao conteúdo e à forma.
A grande possibilidade que queremos apresentar é que estas técnicas e
metodologias vão contribuir para que os professores dialoguem entre si e com os alunos,
fazendo com que a reflexão sobre os direitos chegue à sala de aula de uma forma atrativa,
divertida, instigante. Para é preciso afirmar bem a importância de três passos no processo
de desenvolvimento da reflexão sobre os direitos:
1- Sensibilização - Todos os professores já têm esta ideia bem clara. Não se faz
nenhuma atividade em sala de aula sem criar sensibilidade, sem despertar os alunos para
o que vai acontecer. A sensibilização é muito importante e exige que se dialogue com os
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Mário Volpi é formado em Filosofia e mestre em Ciências Sociais. Já atuou como professor e como oficial
de Projetos do Unicef no Brasil.
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Foram feitas apenas as adaptações necessárias à transposição do texto falado para o texto escrito.
alunos a fim de que conheçamos o universo de conhecimentos e saberes e informações
que os alunos já detêm, para que a atividade proposta possa acrescentar ao repertório de
conhecimentos algo novo.
Esta primeira fase da sensibilização implica em, por um lado, esclarecer alguns
conceitos que os alunos mais ou menos já detém, e por outro lado, trazer alguns novos
conceitos que permitam a eles dar um passo a frente na sua reflexão sobre os direitos.
Alguns professores usam a palavra ‘nivelamento’, porém, talvez o melhor termo a usar seja
‘sensibilização’. Neste processo, o professor vai ouvir o aluno e este ao professor, abrindo
espaço para uma reflexão mais aprofundada sobre os seus próprios direitos, criando nele o
interesse, o entusiasmo e a disposição para explorar novos conhecimentos que vão ser
descobertos nas atividades propostas.
2 – Planejamento - O professor precisa fazer com o aluno um planejamento claro
sobre o que será realizado. Este pode se iniciar pela escolha da metodologia. Por exemplo,
fazer uma atividade de educomunicação para refletir sobre os direitos da criança e do
adolescente na escola, na sala de aula e na comunidade, explicando para os alunos como
ela funciona. Aqui citamos três possibilidades, mas existem muitas outras formas ou
métodos para trabalhar os mesmos conceitos. Um jornal mural, um painel, enfim, muitas
outras, Após saber qual vai ser a metodologia, é preciso distribuir tarefas, cada uma com
prazos bem definidos. Digamos, por exemplo, que a escolha seja pela educomunicação.
Alguns alunos vão fotografar, outros vão gravar entrevistas etc. É muito importante que se
defina atividade e prazo, além do formato, ou seja, em que formato as informações devem
chegar à escola. Depois de distribuídos, os alunos vão fazer esta busca de informações
que serão trazidas para a sala de aula, quando o professor vai começar a sistematizar este
conhecimento.
Nesta segunda fase do planejamento, é muito importante que tudo fique muito claro
para o professor e para os alunos, inclusive em relação ao objetivo final do que está sendo
proposto, ou seja, aonde é que se vai chegar, ou seja, qual é o desafio a ser vencido e o
que vai ser construído durante o processo. O professor vai explicar, por exemplo, que o
que se quer é fazer um painel sobre os direitos e as oportunidades, ou sobre os problemas
e as oportunidades que as crianças e os adolescentes têm na comunidade para realizar os
seus direitos.
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3 – Avaliação - Um terceiro momento importante desse processo é o momento de
avaliação. Após a sensibilização, o planejamento e a realização da atividade, chegou-se a
um produto final e agora vai sentar todo mundo junto para avaliá-lo, incluindo o processo e
os resultados, o que foi construído e aprendido, sempre na lógica de contribuir para que o
adolescente e a criança tenham uma dimensão concreta sobre os seus direitos.
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A ideia deste curso, e da própria Lei 11.525/07, quando propõe a discussão dos
direitos da criança e do adolescente na escola, é exatamente o desenvolvimento de uma
sintonia com o tema do direito. Às vezes pode parecer uma coisa teórica ou abstrata criar
esta sintonia do direito com a vida cotidiana, com o dia a dia, com as relações ou com a
comunidade. Esta é uma oportunidade importante que o professor deve aproveitar para
transformar o processo pedagógico de aprendizagem sobre os direitos num processo
divertido, prazeroso, mas, principalmente, num processo de cidadania no qual, mais do que
aprender sobre os seus direitos na escola, as crianças e os adolescentes poderão, de fato,
vivenciá-los.
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