Tipos de Exames: Documentais e Físicos Procedimentos de Auditoria “Exames” ou “Procedimentos” ¾Exame Documental - Análise realizada em elementos formais de informação (por escrito). ¾Exame Físico - Requer inspeção in loco, constatação material (corpórea) São o conjunto de técnicas que permitem ao Auditor obter as evidências de Auditoria e abrangem: ¾Testes de Observância. ¾Testes Substantivos. Procedimentos de Auditoria (item 11.1.2.1) Procedimentos de Auditoria São aplicados por meio de: ¾Provas seletivas ¾Testes ¾Amostragens ¾ Os procedimentos de auditoria são aplicados por meio de provas seletivas, testes (de observância e substantivos) e amostragens em razão da complexidade e do volume das operações da Entidade, considerando a relevância e os riscos de auditoria levantados quando do planejamento. Testes de Observância Testes de Observância ¾São testes dos controles internos ou testes dos procedimentos internos da Entidade e visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento. Objetivo: ¾Checam a existência, a efetividade e a continuidade dos controles internos da Entidade. ¾Verificam a “arquitetura” e a aderência dos controles internos da Entidade. Dividem-se em: retrospectiva e flagrante. 1 Aderência Testes Substantivos Exames ou Testes de Aderência ¾Verificam se as práticas de controle interno definidas pela administração estão efetivamente sendo utilizadas pelos funcionários = aderência às práticas de controle. ¾“controle interno formal x controle interno efetivo”. ¾São testes de evidenciação e visam à obtenção de prova (evidência) quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados contábeis. ¾Por isso são também chamados de “testes concretos” ou “testes de auditoria”. Testes Substantivos Testes Substantivos Objetivo: ¾Confirmam a existência dos bens, direitos e obrigações da Entidade, a ocorrência e abrangência (registro) das transações efetuadas, a mensuração, apresentação e divulgação dos itens patrimoniais em conformidade com os PFC e com as NBC. ¾Como o enfoque é substantivo, o auditor não enfatiza as práticas de controle correlatas, mas sim dá ênfase à obtenção de evidências sobre a essencialidade (substância) das operações examinadas. ¾Dividem-se em: testes de transações e saldos e procedimentos de revisão analítica. Testes de Transações e Saldos Testes de Transações e Saldos ¾Teste de Saldo Substantivo Corresponde ao exame praticado pelo auditor buscando a substância (base de veracidade) que suporta o saldo relativo ao item sob exame. ¾ Teste de Saldo Global - É aquele no qual o auditor convence-se da razoabilidade do saldo total sem a necessidade de aplicação de testes em cada conta (nível analítico) que o compõe. ¾ A adequação do saldo global é verificada empregando elementos de natureza não contábil (estimativas), independentemente dos registros e do sistema. ¾ É chamado de exame “em torno” e não “através” dos registros contábeis. 2 Procedimentos de Revisão Analítica Procedimentos de Revisão Analítica ¾Objetivam identificar situações ou tendências atípicas. ¾São analisados os valores mais relevantes, mediante a utilização de índices, quocientes ou outros indicadores. ¾Revelam ao auditor a existência de riscos de maior importância, que exigem mais atenção e profundidade na aplicação dos testes, contrapostos a outros riscos que possam ter menor relevância no âmbito geral dos exames. Resumindo... ¾Avaliação do Controle Interno (existência, efetividade e continuidade) Testes de Observância ¾Avaliação do Sistema Contábil (evidenciação das informações contábeis) Testes Substantivos Exame Físico = Inspeção Física ¾ Verificação “in loco” do objeto para confirmar a sua existência, considerando a quantidade, a autenticidade (fidedignidade) e a qualidade (situação de uso). ¾ É procedimento complementar para a comprovação da correspondência contábil, ou seja, o exame físico determinará que os registros contábeis relacionados estão corretos e seus valores adequados, em função da autenticidade, quantidade e qualidade dos itens examinados. Procedimentos de Auditoria “Geralmente Aceitos” ou “Comumente Utilizados” ¾ 1. Exame Físico ¾ 2. Confirmação ¾ 3. Exame dos Documentos Originais ¾ 4. Conferência de Cálculos ¾ 5. Exame da Escrituração ¾ 6. Investigação Minuciosa ¾ 7. Inquérito ¾ 8. Exame dos Registros Auxiliares ¾ 9. Correlação ¾ 10. Observação Exame Físico = Inspeção Física ¾ Exemplos: contagem de numerário em caixa, contagem de estoques, contagem de investimentos, contagem de ativo imobilizado, contagem de duplicatas a receber/a pagar, contagem de cautela de ações do capital. ¾ Obviamente, dependendo do universo a ser examinado, é procedimento executado por seleção de itens e amostragem. 3 Confirmação = Confirmação Externa = Circularização ¾ É a obtenção de declaração formal e isenta (imparcial) de pessoas (físicas e/ou jurídicas) independentes à Entidade quanto aos itens objeto de exame. ¾ Trata-se de obter confirmação externa (de bancos, clientes, fornecedores, parceiros, depositários, advogados, etc.) da transação ou dos saldos das contas analisados. Confirmação = Confirmação Externa = Circularização ¾ É feita por seleção de itens. ¾ A Entidade é informada quanto ao assunto a ser confirmado. ¾ O despacho das cartas é feito pelo auditor. ¾ As respostas são encaminhadas diretamente ao auditor. ¾ Exemplos: confirmação de clientes sobre contas a receber, confirmação de advogados sobre litígios em andamento, confirmação de bancos sobre empréstimos, confirmação de estoques em poder de terceiros. Confirmação = Confirmação Externa = Circularização Pedido de Circularização: ¾ Positivo - É necessária resposta formal de quem se quer obter a confirmação. ¾ Negativo - A resposta é necessária somente em caso de discordância da pessoa de quem se quer obter a confirmação. Na falta de resposta formal, o auditor entende que a pessoa questionada concorda com as informações da carta. É geralmente utilizado como complemento do pedido de confirmação positivo e deve ser expedido por carta registrada. Confirmação = Confirmação Externa = Circularização ¾É procedimento essencial quando for reconhecida a possibilidade de restrições, pois a obtenção de elemento comprobatório por meio de fontes externas e independentes à Entidade proporciona maior grau de confiança do que aquele obtido internamente. Confirmação = Confirmação Externa = Circularização Existem dois tipos de pedidos de circularização: ¾Positivo ¾Negativo O pedido de circularização Positivo pode ser utilizado de duas formas: ¾Em Branco ¾Em Preto Confirmação = Confirmação Externa = Circularização O pedido de Confirmação Positivo pode ser utilizado de duas formas: ¾ Em Branco: é aquele que solicita a confirmação de uma transação ou de um saldo sem explicitar a informação questionada, ou seja, não se colocam valores nos pedidos de confirmação em branco. ¾ Exemplo: “A Price Waterhouse Auditores solicita da Gillette do Brasil informar qual o saldo que possuía em duplicatas a receber do Carrefour Supermercados em 31/12/2008?” 4 Confirmação = Confirmação Externa = Circularização Exame dos Documentos Originais = Análise Documental O pedido de Confirmação Positivo pode ser utilizado de duas formas: ¾ Em Preto: é aquele que solicita mera confirmação de uma transação ou de um saldo explicitado no pedido de informação, ou seja, são mencionados os valores nos pedidos de confirmação. ¾ Exemplo: “A Price Waterhouse Auditores solicita da Gillette do Brasil confirmar o valor de R$ 455.324,00 de saldo em duplicatas a receber do Carrefour Supermercados em 31/12/2008?” ¾É o exame dos documentos que comprovam a efetividade das transações (comerciais ou de controle) realizadas. ¾A análise documental é a verificação de que as transações ocorreram mediante suporte contábil e de controle interno. Exame dos Documentos Originais = Análise Documental Conferência de Cálculos A análise deverá considerar: ¾ Autenticidade (fidedignidade), ¾ Normalidade (adequação da transação às atividades da entidade), ¾ Aprovação (suporte documental aprovado por pessoa competente) ¾ Registro (reflexo contábil da transação nas contas apropriadas). ¾ Exemplos: Documentos de aquisição de matériasprimas, escrituras/certificados de propriedade de itens do imobilizado, notas fiscais das vendas realizadas, contratos dos empréstimos obtidos, etc. Exame da Escrituração = Exame dos Registros Principais ¾É a constatação da veracidade das informações contábeis. ¾É técnica utilizada para o levantamento de análises (decomposição do todo em suas partes), composições de saldo (formação ordenada da conta contábil em sua totalidade) e conciliações (confrontação entre duas ou mais fontes de informação). ¾Exemplos: Análise de contas a receber, composição do saldo de importações em trânsito, conciliação bancária, etc. ¾ É a constatação da adequação das operações aritméticas realizadas pela Entidade. ¾ É técnica amplamente utilizada e não deve ser menosprezada, uma vez que evidencia distorções que podem impactar as demonstrações contábeis auditadas. ¾ Exemplos: cálculo do saldo de estoques, soma do razão auxiliar de clientes, cálculo da depreciação, cálculo da equivalência patrimonial, cálculo de juros a pagar, etc. Investigação Minuciosa = Averiguação Detalhada ¾É o exame em profundidade de documentos e de informações obtidas, visando a constatar a sua fidedignidade ¾É técnica que deve ser colocada em prática em tudo o que o auditor examinar. ¾Exemplos: Exame minucioso da razoabilidade da provisão para devedores duvidosos, exame detalhado das despesas financeiras, exame detalhado dos pagamentos antecipados, etc. 5 Inquérito = Entrevista ¾Formulação de perguntas e obtenção de respostas satisfatórias. ¾Pode se dar por meio de declarações formais ou verbais. ¾Aceitação mútua é fundamental para a eficácia da técnica. ¾As respostas obtidas necessariamente deverão ser examinadas para a comprovação das informações recebidas. Exames dos Registros Auxiliares ¾Objetiva a comprovação da fidedignidade do registro principal por meio do exame dos registros auxiliares. ¾Os registros auxiliares dão suporte de autenticidade aos registros principais. ¾É técnica que deve ser conjugada com o uso de outras. ¾Exemplos: exame do registro auxiliar das vendas realizadas e de contas a receber, exame do registro auxiliar dos itens em estoque, etc. Observação ¾ É procedimento indispensável, pois revela erros, criticidades, fragilidades ou deficiências por meio de mero exame visual. ¾ É técnica intrínseca ao perfil do auditor, pois depende da sua argúcia e experiência. ¾ É o senso crítico do auditor posto em prática ao executar os outros tipos de exame. ¾ Exemplos: Observação de: despesas consideradas como disponível, existência de itens obsoletos considerados durante a contagem de estoques, uniformidade e aderência aos PFC, existência de passivos não registrados, etc. Inquérito = Entrevista ¾A fim de evitar “opiniões” e “pontos de vista”, os questionamentos acerca de um mesmo assunto deverão ser feitos a cada pessoa que nele tenha envolvimento. ¾Podem ser solicitadas idéias de melhorias a serem implementadas nos processos sob análise. ¾Exemplos: Inquérito acerca do aumento das vendas no período, sobre a existência de materiais obsoletos, sobre duplicatas a receber em atraso, etc. Correlação ¾Objetiva verificar a consistência do sistema contábil. ¾É a comprovação do correto relacionamento entre as contas contábeis (partidas dobradas) ¾Exemplos: Recebimentos de duplicatas a receber, que afetam o disponível e o contas a receber; pagamentos a fornecedores, que afetam o contas a pagar e o disponível, constituição da provisão para devedores duvidosos, que afeta o resultado e as contas a receber, depreciação do imobilizado, que afeta o resultado e as depreciações acumuladas. Corte das Operações ou “Cutoff” ¾Trata-se de um método de aplicação dos procedimentos de auditoria e não um procedimento propriamente dito. ¾É o elemento surpresa na aplicação dos procedimentos de auditoria e requer o estabelecimento de estratégias, que deverão ser definidas com base na avaliação do controle interno em cada área verificada. 6 Corte das Operações ou “Cutoff” Corte das Operações ou “Cutoff” ¾Para a adequada verificação de ativos prontamente negociáveis poderá ser necessária a fixação de um apropriado corte nas operações (cut-off) em data diferente da data das demonstrações financeiras. ¾ Exemplificando: a aplicação dos exames de auditoria para a avaliação dos estoques de grande loja de varejo demandará tanto a revisão dos procedimentos de inventário adotados pela empresa (por meio de testes de observância) quanto o corte apropriado das vendas e compras (por exemplo, separando as três últimas compras e as três últimas vendas de mercadorias) para a aplicação dos testes substantivos. Segundo a NBC T 11 ¾Há dez Procedimentos de Auditoria “Geralmente Aceitos” ou “Comumente Utilizados”. ¾A NBC T 11 resumiu-os em cinco “Procedimentos Técnicos Básicos”, aplicáveis aos Testes de Observância e aos Testes Substantivos. Procedimentos Técnicos Básicos ¾Inspeção ¾Observação ¾Investigação e Confirmação ¾Cálculo ¾Revisão Analítica Inspeção Observação ¾ É o exame dos registros contábeis ¾É o acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução. Trata-se de observar as condições da Entidade e o próprio desempenho das atividades no momento do seu acontecimento. e demais documentos - Inspeção Documental ¾ É também o exame de ativos tangíveis (bens e instalações) Inspeção Física. 7 Investigação e Confirmação ¾Objetiva a obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação examinada (fornecedores, clientes, parceiros, etc.) dentro ou fora (confirmação externa ou circularização) da entidade auditada. Revisão Analítica ¾ É a verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas. ¾Abrange todos os procedimentos de análise documental. Provas Seletivas e Qualidade da Prova ¾ A validade da prova obtida está diretamente relacionada ao elemento que lhe deu origem ¾ O conhecimento oriundo de verificação direta e pessoal pelo auditor apresenta maior validade do que o obtido indiretamente. ¾A prova obtida de fonte externa (circularização) proporciona maior grau de confiança do que aquela obtida dentro da própria entidade auditada. Cálculo ¾É a conferência da exatidão aritmética dos documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis. Revisão Analítica Devem ser considerados: ¾O objetivo dos procedimentos e o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis; ¾A natureza da entidade e o conhecimento adquirido nas auditorias anteriores; e ¾A disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e comparabilidade. Exames Corroborativos ¾ São aqueles que visam à obtenção de elementos comprobatórios. Critérios a serem considerados: ¾Natureza das afirmações que se quer confirmar, ¾Finalidade de cada revisão, ¾Credibilidade das provas obtidas, ¾Facilidade de aplicação dos procedimentos e seu custo. 8 Extensão e Profundidade ¾ Extensão = número de operações a serem examinadas em determinado item. ¾ Profundidade = com quê nível de detalhamento essas operações serão examinadas. ¾ Variáveis a serem consideradas: a natureza do item sob exame, sua materialidade ($$$), relevância para os trabalhos, risco envolvido e tipo de prova disponível. ¾ É utilizada amostragem estatística. Oportunidade ¾ Oportunidade é o momento apropriado para serem executados os exames, ou seja, a época conveniente de sua aplicação considerando-se as circunstâncias peculiares de cada teste. ¾ Alguns procedimentos de auditoria serão mais eficazes se aplicados em época anterior à data do levantamento das demonstrações contábeis e outros se aplicados posteriormente a essa data. Extensão e Profundidade ¾ Não há base constante de extensão e profundidade, ou seja, na aplicação dos testes o nível de extensão e profundidade determinados não deve ser necessariamente o mesmo para cada item selecionado ou tampouco significa que deva ser igual de uma auditoria para outra. ¾ Em cada exame o nível de extensão e profundidade deve ser definido para permitir fundamentar a opinião do auditor. Avaliação das Evidências ¾ A acumulação das evidências necessárias que subsidiarão a formação de opinião do auditor advém da adequada conjugação dos procedimentos de auditoria. ¾ Durante a execução dos exames as evidências obtidas devem ser avaliadas de imediato e qualquer opinião deverá ser conseqüência de provas válidas e satisfatórias, base fundamentada e atitude profissional independente. 9