Opinião Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa - Campus II - Vitória - ES - Agosto de 2012 - nº 70 Cultura Oriental Victor Moronari MATRIMÔNIO Thaís Tonini Arquivo Pessoal/Amor e Compaixão AMOR AO PRÓXIMO Beatriz Dessaune A tradição da cultura oriental encanta os capixabas. E nesse universo cultural, ganha destaque a gastronomia e os animes. Os desenhos animados fazem a cabeça dos jovens e a tradicional comida coloca um sabor diferente à mesa... ... Pág 04 e 05 Ação de voluntários promove assistência social a pessoas que estão em situações de vulnerabilidade social, visando à garantia de direitos sociais básicos e o fortalecimento da sociedade civil... ... Pág 06 Tendências O casamento está sempre no pensamento dos casais apaixonados. Chegou a hora do sim e tudo deve estar perfeito: as roupas, os convidados, a festa, a lua de mel... contudo, neste novo século, uma pergunta inquieta as pessoas: casamento deve ser para a vida toda?... ... Pág 07 Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa Página 2 OPINIÃO Reprodução/Internet Poesia da Linha e do Corte Rafael Segatto (2° Per.) [email protected] Elaine Maximiniano (4° Per.) Leandro Queiroz [email protected] Numa folha qualquer se desenha um sol amarelo, um navio de partida ou as mais variadas linguagens visuais. Na gravura, a folha serve como mecanismo para a impressão de imagens produzidas em madeira, pedra ou metal. A Gravura de Lasar Segall: “Poesia da Linha e do Corte” chega a Vitória após circular por várias cidades do Brasil. O projeto consiste em demonstrar parte da produção de Segall entre os anos de 1913 e 1930. O Museu de Arte do Espírito Santo (Maes) está arranjado para que os visitantes percebam o ambiente da gravura. Desde os objetos de manuseio, como ferramentas, até projeções audiovisuais explicando como fazê-las, além de gravuras propriamente ditas. A obra de Segall é composta por ilustrações estampadas tanto em metal como em xilogravura: gravura realizada na madeira. Não distante, a mostra GRAVURA/ES compõe o cenário das ilustrações impressas. Ela contempla artistas capixabas e são embasadas a partir das técnicas utilizadas por Segall. A exposição é fruto da parceria do Maes com o Serviço Social do Comércio (Sesc) e faz parte do projeto ArteSesc, projeto cuja programação inclui a Arte-Educação: tradicionais palestras e mesas redondas realizadas pelo Maes e oficinas de xilogravura e calcogravura – gravura em metal – ministradas pelo professor da Ufes Fernando Gomez e ofertada pelo Sesc. Elas acontecem ao longo da exposição no próprio Maes. Lasar Segall teve influências expressionistas, contribuiu para a introdução do modernismo no Brasil e experimentou todas as formas de expressão artística da época: da pintura à escultura. As gravuras estão expostas no Maes até o dia 28 de outubro. A entrada é franca. Artistas Capixabas Quem visita a exposição do artista Lasar Segall no Maes também se depara com belas obras dispostas em uma das salas do local. Trata-se de uma proposta da curadoria do projeto Arte Sesc de divulgar a produção local junto a artistas de renome internacional. Para acompanhar as gravuras de Segall, foram escolhidas obras de 14 artistas capixabas, todos estudantes ou professores da Universidade federal do Espírito Santo (UFES), que A fotografia de Leandro Queiroz no Bar Casa de Bamba Elaine Maximiniano (4° Per.) [email protected] Para quem pensa que só de museus e galerias são compostos os espaços de arte do Espírito Santo, o bar – isso mesmo, bar – Casa de Bamba traz um conceito diferenciado na exposição de obras artísticas. Recém inaugurado, o espaço conta com uma Editorial Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa Agosto de 2012 - Nº 70 Rod. Serafim Derenzi, 3115, São Pedro - Vitória (ES) Tel. (27) 21224500 Versão em PDF: http:// faesadigital.com.br Presidente: Alexandre Nunes Theodoro Superintendente institucional: Guilherme A. Nunes Theodoro Diretor Acadêmico do Campus II: Juliano Silva Campana Tendências Coordenadora do Curso de Comunicação Social: Marilene Mattos Professores orientadores: Paulo Soldatelli Valmir Matiazzi Zanete Dadalto Textos e fotos: alunos do curso de Comunicação Social da Faesa Habilitações: Jornalismo, ublicidade e Propaganda e RTV Impresso na Gráfica GSA Reprodução/Internet As obras de Lasar Segall estarão expostas até o final de outubro no Maes fazem parte de dois grupos que estudam a técnica de gravura em terras capixabas. GRAVURA/ES traz um panorama da produção deste tipo de arte nos últimos anos no Estado. André Magnago, Edgar M. Fonseca, Fernando Gómez, Franquilandia, JocimarNalesso, Junior Bitencourt, Liliana Sanches, Luciano Feijão, Mariana Reis, Nelma Pezzin, Paulo Emmerich, Thiago Aruda e Thiago Linhalis expõem obras produzidas a partir de técnicas semelhantes a utilizada por Segall. De acordo com Joanna Nolasco, as obras foram confeccionadas após uma revitalização no atelier de Gravura da Universidade Federal do Espírito Santo e ganharam fôlego com uma oficina ministrada pelo artista carioca Edgar Fonseca em 2011. “O Célula de Gravura, que é um dos grupos expositores, por exemplo, se formou somente depois da oficina”, fala. Técnicas como litogravura, xilogravura, serigrafia e calcogravura foram utilizadas pelos artistas capixabas para a composição das obras em exposição. Fotografia, Samba e Arte exposição fixa de fotografias do centro de Vitória, todas feitas por alunos de comunicação da Faesa, e exposições rotativas, que serão trocadas trimestralmente. Para um dos sócios-proprietários do local, Saulo Santos, não há critério de seleção das obras. “Arte é arte. Claro que a gente avalia a viabilidade de expor o que nos é proposto, mas a nossa intenção é democratizar o aceso do público a diversos tipos de arte e manifestações culturais”, explica. Para começar com o pé direito, o bar expõe uma seleção de fotografias do professor universitário Leandro Queiroz, também sobre o Centro de Vitória, já que a intenção dos sócios do local é resgatar o encantamento das pessoas em relação à região e contribuir para a revitalização cultural do bairro. “Eu sou nascido aqui no Centro e completamente apaixonado pelo lugar. O que a gente quer é trazer aquela nostalgia de quando jornalistas, escritores, músi- cos e artistas se reuniam nos bares daqui para conversar e apreciar a cultura capixaba”, diz Saulo. As fotos de Leandro Queiroz continuam em exposição até o fim de outubro e prometem continuar fazendo sucesso entre os capixabas. “A resposta do público está sendo sensacional. Estamos até assustados com a movimentação. Vem gente de vários lugares participar das rodas de samba e apreciar as exposições”, comemora Saulo. Caso esteja falando alguma besteira neste editorial, peço perdão aos amantes da cultura japonesa. Vejo que essa atual cultura oriental tende a valorizar e a glorificar os elementos da natureza. A amar tudo que tenha muito cor ou brilho. Isso talvez seja o efeito deste mundo globalizado e que se rende ao progresso sensacionalista que traz uma novidade atrás de outra e evita a reflexão. Vale ressaltar, até em forma de contraponto, um passado clássico na qual os japoneses tinham certa preferência pela sombra, pela penumbra e pela escuridão. Era a busca pela elegância do envelhecimento. Uma cultura fechada aos olhos do ocidente. Contudo, em tempos de modernidade e nesse horizonte cultural globalizado pelas mídias, a cultura japonesa caiu no gosto do mundo ocidental. As páginas 04 e 05 dessa edição vão apresentar dois “pequenos pontos” dessa cultura: a arte do desenho animado e a gastronomia em terras capixabas. A edição vai levar, ainda, você leitor ao universo das ações de amor ao próximo. As matérias da página 06 apresentam projetos que promovem, por meio de voluntários, assistência so- cial a famílias em situação de vulnerabilidade social e, ainda, ajuda pessoas carentes a se qualificarem para o mercado de trabalho. Confira também a matéria da página 07. Os textos abordam assuntos ligados ao casamento. A matéria principal coloca um ponto de interrogação no matrimônio: casamento é para a vida toda? E para finalizar, o jornal apresenta uma crônica com cenas do cotidiano. O delicado texto pode ser conferido na página 8. Uma boa leitura e até nosso próximo encontro... Editorial Cor e brilho Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa AUDIOVISUAL Página 3 Abrindo as portas para o cinema Raphaela Diniz O cinema universitário ganha destaque entre os alunos de comunicação social da Faesa e cada dia mais os jovens cineastas se interessam pela produção de filmes. A produtora Onírios é um exemplo desse sucesso Monique Alves (4° Per.) [email protected] Raphaela Diniz (4° Per.) Monique Alves [email protected] No Espírito Santo, uma área que cresce é a do cinema universitário. As produções independentes dos alunos se tornam cada vez mais comuns e estão conseguindo parte do destaque merecido. E uma produtora, a Onírios, formada por alunos de comunicação da Faesa, está se destacando no cenário. A produtora conta com Alexander S. Buck, Caio Perim, Ingrid Holzmeister, Ormando Neto e Juane Vaillant, todos da área de comunicação. Como a maioria é estudante acaba sendo mais difícil fazer produções do jeito que eles querem, já que conseguir um financiamento não é uma tarefa fácil. Mas, algumas faculdades, como a Faesa, passaram a disponibilizar equipamentos para os alunos, o que já tira um peso do orçamento dos jovens cineastas. O professor de Audiovisual da Faesa, Marcelo Castanheira, comenta como são os primeiros estágios desses alunos que se interessam pelo cinema. “Durante a aula você consegue ver aqueles que têm mais referência e, normalmente, são eles que acabam indo para essa área depois”. Além da ajuda da faculdade, o principal para que esses alunos formassem a produtora foi um subsidio do governo: projeto Cultura Jovem. Eles inscreveram o curta “A Fantástica Vida de Baffus Bagus Bagarius” e foram selecionados para receber o incentivo de R$ 5 mil. “A gente queria fazer a produtora há um tempo e esse dinheiro foi o que concretizou essa vontade”, explicou Juane Vaillant, roteirista da Onírios. Com isso, o grupo conseguiu produzir o curta que já participou de mostras de curta metragens e que representou o Estado no 3º CurtAmazônia Festival de Cinema realizado neste ano em Porto Velho, Rondônia. Ormando Neto relata que o grupo se reuniu para fazer o projeto de “A Fantástica Vida de Baffus Bagus Bagarius” que passou no edital do Rede Cultura Jovem. “Tínhamos pouca noção de quanto tempo gastaríamos para fazer o curta. Resolvemos ir fazendo outras coisas e deixar o Baffus para depois. Assim, surgiu o “Eu, Zumbi” e, depois, outro vídeos, que acabaram tornando a Onírios algo maior do que só um grupo para realizar o vídeo do edital”, explica Ormando Neto. Internet Já na produção do curta “Gota d’Água”, eles foram buscar ajuda na internet, no site Catarse. Novamente, conseguiram o financiamen- Onírios. Os bastidores da gravação do curta “A Fantástica Vida de Baffus Bagus Bagarius” to, mas dessa vez foi por meio de doações de pessoas que gostaram da ideia e resolveram ajudar. Essa ajuda coletiva também é conheci- Ouro Preto da como “crowndgfunding”. “A gente sempre via esse tipo de site lá fora. Quando vimos o Catarse com essa iniciativa por aqui fomos testar. E deu super certo”, contou Juane. Na gravação do curta Gota d’Água foi possível ver que esses recursos “emprestados” ajudaram muito, porém não foram suficientes. O grupo precisou usar a criatividade para alcançar os resultados almejados. A Oníros já tem outros projetos no Cultura Jovem que devem sair no final desse ano. Mais informações e próximas produções da Onírios podem ser encontradas em about.me/onirios. Old School Mostra de Cinema de Ouro Preto é uma grande festa cultural Tendências esse ramo no Estado. A produtora já fez os curtas de horror, “Mangue Negro” e a seqüência, “A Noite dos Chupa-Cabras”. Com o aumento da produção de filmes foi possível ter eventos como o Cine Terror na Praia, que aconteceu ano passado em Guarapari. Atualmente, a produtora está gravando “Mar Negro”. A produtora Fábulas Negras do diretor de cinema Rodrigo Aragão foi uma das primeiras a seguir Estudantes, professores, artistas e jornalistas se reuniram na 7° Mostra de Cinema de Ouro Preto, Minas Gerais, para refletir e debater sobre as novas ferramentas de tecnologia do cinema e o quanto isso pode alterar e desenvolver o audiovisual brasileiro. Nas mesas de debate, nos teatros da Praça Tiradentes e nas telinhas de exibição dos curtas, o assunto é o mesmo: o quanto a tecnologia pode influenciar no cinema atual. Tavares Fontine, professor de artes da universidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, conta que essa transição pode ser boa e ruim, principalmente para o meio acadêmico. “A questão não é o quanto a tecnologia pode alterar a realidade cinematográfica de hoje, mas, sim, o quanto as pessoas podem mudar com ela. Não é só no cinema, estamos cada vez mais dependentes dos meios digitais. Com isso nossa criatividade pode se tornar motora, como um computador”, declara. Tavares conta que os estudantes terão que ter ciência que a modernidade não pode congelar as ideias, mas ajudar a alavancá-las para o futuro certo. “Precisamos de tecnologia hoje para tudo e isso não pode ser ruim, nem pode ser um vicio. O cinema precisa usar os efeitos 3D em filmes atuais que refletem a sensação do momento”, diz Tavares. Alexandre S. Buck é o diretor capixaba de um dos curtas apresentado na mostra. Ele comenta que é complicado definir a qualidade do audiovisual nesses termos. “Há equipamentos digitais que estão bem próximos da qualidade técnica da película 35mm. Qualidade no quesito estético é uma questão filosófica amplamente variável seguindo o propósito da representação imagética. A meu ver o que se deve refletir está centrado na questão da preservação. Se por um lado o digital veio democratizar o acesso à produção, por outro, ele possui uma validade curta, inerente ao próprio formato.” Fatos “Eu, Zumbi – Coisas de Bar, ou Passa a Régua e Traz a Conta” de Alexander Buck, exibe a repercussão antecipada das redes sociais e mídias para fatos que ocorrem sem a devida confirmação do fato. “As mostras de cinema e festivais são os momentos de troca de e compartilhar experiências, receber o “feedback” do público, estabelecer parcerias e viabilizar a continuidade do trabalho. Ficamos muito felizes desde a reação do público com o “Eu, Zumbi...” a repercussão do vídeo na imprensa que fazia a cobertura do evento”, comenta o diretor capixaba Alexander. Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa Página 4 CULTURA ORIENTAL Dos desenhos... para a vida real... A arte cosplay ganha força entre os jovens em todos os lugares do mundo. Eles cantam, dançam e jogam games da mesma forma que eles veem os japoneses fazendo Eles são as reproduções das roupas e vestimentas dos personagens dos animes e quadrinhos orientais. Eles interpretam os movimentos e as falas dos personagens favoritos. Eles são os cosplayers: jovens que buscam nos animes o conceito de arte para as roupas e acessórios para participaram de eventos e competições. Cosplay é a abreviação de costume play ou costume roleplay e significa representação de personagem ou se vestir como personagem. Essa arte não surgiu no Japão como é de se pensar. As competições e produções de roupas surgiram nos Estados Unidos nos anos 1970 oficialmente, mas, em 1939, Forrest Ackerman, 22 anos, criou a veste chamada “futurecostume” que foi o primeiro registro dessa manifestação cultural. O Japão só aderiu à moda cosplay em 1980. Com a popularização dos animes, desenhos japoneses, em 1990, a arte se espalhou pelo mundo. De acordo com a costureira e mãe da adolescente Juliana Tavares, Marlene Soares, 46, fazer as roupas de cosplay para a filha é um trabalho gratificante e empolgante. “Eu sei que custa caro e que é só para um momento ali na competição, mas é muito bom ver o sorriso dela quando finalizamos uma roupa e ela fica igual a personagem que ela gosta. Dá muito trabalho, tem roupa que eu já gastei mais de um mês pra fazer”, contou. Para o cosplayer Júlio Cezar, 21, os eventos são parte importante para a divulgação da arte cosplay, mas eles, ainda, não estão tão bem organizados e ficam devendo para os de fora do Brasil. “Eu sou cosplayer há três anos e aqui no País ainda é fraco o movimento cosplay. No exterior é impressionante o tanto de gente que comparece nos eventos e nas competições. E são tão bons que não dá vontade de tirar os olhos deles”, relatou o jovem. Mesmo com os eventos em pequena escala no Estado, as competições já atraem muitos adolescentes. Valorizar a cultura oriental por meio dos animes, mangás, e pelos cosplayers é o objetivo de eventos que reúne os amantes de todas essas formas de manifestação da cultura oriental. E esse também foi o objetivo da 6ª edição do Atsuicon que aconteceu em Vila Velha. De Animes para educar e conscientizar Tendências Internet/Divulgação Os desenhos animados e animes de televisão sempre foram muito assistidos pelas crianças desde suas primeiras exibições em 1907 nos cinemas. Desde aquela época, o objetivo principal dos desenhos animados era entreter as crianças e os pais na frente da telona. Os primeiros animes contavam a história de personagens típicos da época, marinheiros e animas trapalhões. Com a evolução da televisão, os animes também evoluíram e passaram a ser usados na Cavaleiros educação. De acordo com a produtora da Yamato Comunicações e Eventos, Adriana Ribeiro, os animes são responsáveis por grande parte do consumo de DVDs e outros produtos entre o público jovem, além de serem grandes fonte de conhecimento e informação. “Os animes de hoje são muito educativos porque estão preocupados em formar opinião nos espectadores. Muitos deles têm um cunho psicológico que busca mostrar problemas sociais e as formas para resolvê-los”, afirma Adriana. Dentre os desenhos mais modernos, os Thundercats, os Cavaleiros do Zodíaco e o Digimon sempre foram os mais assistidos e favoritos das crianças. O técnico em informática Thiago Machado explica que os animes fizeram parte da infância dele e, hoje, ainda, fazem o papel de ocupar o tempo livre entre um trabalho e outro. “Assisto animes e desenhos desde meus cinco anos de idade, mas meus preferidos continuam sendo os mais antigos: os Cavaleiros do Zodíaco, Thundercats e Elfen Lied. Eles do Zodíaco faz sucesso com as crianças marcaram a infância e adolescência de muita gente”, contou Thiago. Muitos dos animes produzidos atualmente possuem caráter de formar opinião e conceitos nos jovens. Um exemplo desses animes é Avatar. A lenda de Ang que conta a história de um adolescente que tem que salvar o mundo com seus poderes de controlar os quatro elementos naturais. Durante a jornada para dominar todos os poderes, o jovem passa por diversas fazes da vida: descobre o amor, aprende a ser responsável pelos atos e luta pela sobrevivência dos amigos. Mais do que entreter, esse anime traz a mensagem de que o ser humano deve unir forças para salvar o mundo da depredação da natureza. Para as adolescentes Ana Luiza Saad, 16, e Carol Magalhães, 17, assistir animes faz parte da rotina diária. “Assisto animes todos os dias depois que chego da escola. Prefiro os de garotas, como o Vocaloids. Acho muito interessante a produção e a qualidade da história e das imagens”, relata Ana Luiza. acordo com a organizadora do Atsuicon, Adriana Ribeiro, mais de 500 jovens passaram pelo Atsuicon. “Dessa vez o evento superou e muito as nossas expectativas de público”, disse. Para os amigos Felipe Renalt, 18, e Nicoly Brun,14, o Atsuicon foi muito divertido e importante. A arte do Cosplayer no Atsuicon “Gostei muito desse evento. A organização estava legal. Nós 22 anos. Ela já participou de gostamos de vir só para ver- sete eventos como cosplayer mos tudo mesmo. Somos fãs e já faturou vários troféus de de animes, mangás e tudo que melhor cosplay do evento. vem do Japão”, relatou Nicoly “Eu mesma faço minhas rouBrun. pas para participar dos evenOutra fã de animes e cosplay tos. Gosto muito de animes e é a jovem Dany Alvarenga, mangás”, afirmou. A força dos mangás Os quadrinhos japoneses en- ficando cada vez mais bem elacantam pela beleza plástica e, borados. “As histórias que eu também, pelas boas histórias que acompanho são muito bem conssão contadas nas páginas das re- truídas. Gosto de Naruto, Full Mevistinhas. Os Mangás são histórias tal Alchemist e One Piece. Gosto em quadrinhos que surgiram no de como os personagens são bem Japão no início do século XX com estruturados. Os textos dos manintuito de aumentar o índice de gás se equiparam a muitos livros de ficção”. leitura entre os jovens. No Brasil a popularidade dos A ordem de leitura de um manquadrinhos japoneses está ligada gá japonês é a inversa da ocidendiretamente à grande quantidatal, ou seja, inicia-se da página da direita para a página da esquerda. de de japoneses e descendentes Alguns quadrinhos que são pu- residentes no País. Na década de blicados fora do Japão possuem a 60, alguns desenhistas já produconfiguração habitual do ociden- ziam os primeiros desenhos bate, como acontece aqui no Brasil seados nas produções do Japão. com muitas histórias traduzidas. Já no início da década de 90 foAlém disso, o conteúdo é impres- ram lançadas revistas em quaso em preto e branco na maioria drinhos licenciadas das séries dos quadrinhos, contendo algu- Jaspion, Maskman, Changeman, mas páginas coloridas, geralmen- Spielvan. Contudo o grande marco da publicação de mangás no te no início dos capítulos. De acordo com o organizador Brasil aconteceu no ano 2000 do grupo de leitura de mangás com o lançamento dos títulos Sado Espírito Santo, Thiago Da- murai X, Dragon Ball e Cavaleiros ros, o número de jovens que gostam de ler as histórias em quadrinhos está aumentando muito no Estado. “Quando começamos as atividades do grupo éramos dez pessoas. Agora, somos quase 100 integrantes”, contou Thiago. Para Juliano Soares, leitor de mangás, as histórias Os animes são fontes de conhecimento dos desenhos estão Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa Internet/Divulgação Victor Moronari (6° Per.) [email protected] Victor Moronari Página 5 CULTURA ORIENTAL Fotos: Beatriz Dessaune ‘Xing ling’ em terras capixabas A culinária oriental ganha espaço na gastronomia do Espírito Santo e cada vez mais agrada o paladar do povo capixaba Beatriz Dessaune (4º Per.) ponês, algo distinto em relação ao outro estado. “Por conta dessa caO cenário da culinária no Espírito rência mergulhei nesse Santo cada vez mais se encontra em projeto (Sushimar). Fui expansão, principalmente quanto à certa de que o mercado culinária oriental. Nos últimos anos estava ao meu favor”, houve um aumento no número de disse a empresária. restaurantes de comida japonesa na Consumidora freGrande Vitória. A ascensão dessa cul- quente de comida japotura na culinária cada vez mais agrada nesa, a universitária La- O trabalho dos sushimans é fundamental para a ascensão da comida japonesa no Estado o paladar dos capixabas, fazendo com rissa Paulino conta que que nasçam novos fãs. o alimento que acredita Morando em Vitória há dois anos, ser de mais destaque o sushiman pernambucano Adria- na culinária oriental é no Ferreira diz que a decoração dos o sashimi de salmão. pratos da culinária japonesa foi o que “Além de ser bem leve, Os alimentos utilizados para o plo claro de alimento não saudável é mais lhe chamou a atenção de princí- possui um gosto bem preparo de pratos da culinária o famoso Hot Philadelphia, que é um pio, levando-o rumo à profissão que diferente de tudo que já oriental são conhecidos como sushi empanado e frito. Ele é feito de escolheu. Apesar da ascensão da culi- comi”, disse a estudante. Em relação grandes aliados na saúde. De acordo salmão, cream cheese e cebolinha. nária oriental, Adriano contou que o aos restaurantes de comida japonesa com a nutricionista Patricia Pereira, A preparação dos alimentos é um mercado de trabalho dos sushimen no da Grande Vitória, a mesma destacou pratos como sushi, sashimi, yakissoba ponto muito importante em relação à Estado está fraco. “O Estado é muito Yahoo, Kabuki e Sushimar. são saudáveis, desde que sejam con- saúde. O funcionário do Kabuki afirAo ser questionada se sumidos com moderação. A nutricio- ma que antes de começar a fazer o houve alguma melhora nista explica que os peixes de modo sushi, é necessário a esterilização das no geral em restauran- geral são riquíssimos em Ômega 3, ferramentas de trabalho, além de um tes da cultura oriental, garantindo a redução de taxa de co- cabelo bem cortado e mãos limpas. Larissa disse não ter lesterol total, aumento no HDL coles- Patricia Pereira reforça os malefícios certeza, mas frisou o terol (bom colesterol) e a redução de de um mal preparo. “O ambiente sujo crescimento da popu- lesão em atletas de alta performance. pode gerar intoxicação alimentar, laridade. A empresária Na visão do sushiman Adriano Fer- náusea, vômito, dores de cabeça, o Pollyana relatou sobre reira, o sashimi de salmão se destaca que consequentemente gera danos à o crescimento do nú- quanto à riqueza de nutrientes entre nossa saúde”, afirma a nutricionista. mero dos restaurantes os outros pratos da culinános últimos três anos, ria japonesa. Patricia Pemas acredita que ocor- reira reforça que todos os rerá uma desaceleração pratos a base de proteína, por conta da saturação carboidrato em quantidado mercado. de moderada, legumes e A proprietária do verduras são consideraSushimar garante que dos adequados para uma os pratos feitos com alimentação balanceada e salmão são os que mais rica em nutrientes. Pollyanna Braconi comanda o Sushimar há 13 anos fazem sucesso no estaA nutricionista também belecimento. O sushi- chama atenção para os carente em termo de sushiman. Tem man Adriano contou que no Kabuki exageros. “Os pratos feitos muito aprendiz trabalhando na culi- os combinados são os favoritos da com peixe devem de prenária japonesa”, afirma o funcionário clientela. O restaurante Sushimar fica ferência ter um controle do Kabuki. na Rua João da Cruz, nº 370, na Praia na quantidade de molho Há 13 anos, quando chegou do Rio do Canto, Vitória. Já o restaurante Ka- shoyo (que é rico em sal e de Janeiro, a proprietária do Sushi- buki se encontra na Avenida Anísio tem sushi alto valor calómar, Pollyanna Braconi, viu que Vitó- Fernandes Coelho, nº 1850, em Jar- rico), e não devem ser friO sushi de salmão é rico em ômega 3 ria só contava com um restaurante ja- dim da Penha, também na Capital. tos”, afirma Patricia. [email protected] Para uma boa saúde Velha guarda da culinária O restaurante Kokeshi ficou conhecido com um dos poucos destinados à cultura japonesa no Estado. Nesse estabelecimento, em plena Rua da Lama, em Jardim da Penha, Vitória, é que a família Ishihara se ergueu e viu o negócio ser um sucesso entre os capixabas. No auge, o restaurante ficava com fila de espera e não reserva lugares, tamanho era a procura pelos pratos oferecidos pela casa. O Kokeshi fechou as portas em 2009. O nissei Ricardo Ishihara, filho do senhor que iniciou a história do restaurante, lembra de como o Kokeshi agradava o público. “O Kokeshi veio em uma época que a comida oriental estava começando a agradar o paladar do brasileiro. Por conta disso foi bastante procurado”, relembrou Ricardo Ishihara. Questionado se o Kokeshi contribuiu para a meTendências Tendências lhora do cenário da culinária oriental na época em que surgiu, o mesmo crê que houve e acredita que a família foi o principal ingrediente para o sucesso do restaurante, principalmente, no sentido de prosseguir com o negócio. Ricardo afirma que, entre tantos pratos da cultura oriental, o yakissoba fez sucesso no restaurante. Em outro bairro da Capital, o Minê, além de ser da “velha guarda” dos restaurantes de culinária oriental, também fez e, ainda, faz sucesso entre os apreciadores da boa comida japonesa. Desde 1989, o casal Kato (Sonia Mari e Jorge) oferece pratos que vão desde famoso teppanyaki de lula com legumes grelhados até combinados. O restaurante se encontra na Avenida Desembargador Dermeval Lyrio, nº 56, na Mata da Praia. Restaurantes nas redes sociais Além de inovarem quanto a culinária do Espírito Santo,os restaurantes da cultura oriental também encontraram um modo de se inovar por meio das redes sociais. Por meio do Facebook e do Twitter, os restaurantes, além de anunciar cardápios, preços e as promoções do dia, realizam sorteio de prêmios como combinados. Restaurantes como o Kabuki e Sushimar, além fazer sorteio de prêmios e informar tudo sobre o restaurante, publicam curiosidades que vão desde objetos com o tema da culinária japonesa até dados nutricionais baseados em pesquisas. Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa Página 6 CIDADANIA Arquivo Pessoal/Amor e Compaixão Ações de amor ao próximo... Projeto social “Amor e Compaixão” busca por meio do voluntariado promover assistência social a famílias em situação de vulnerabilidade social. Já o projeto “Fé em Ação” ajuda pessoas carentes a se qualificarem para o mercado de trabalho Milena Scarpati O grupo “Amor e Compaixão” ajuda famílias desamparadas Projeto Popular Com aulas de [email protected] balé, taekwonMilena Scarpati (6° Per.) do e pintura, o [email protected] “Projeto Popular” trabalha O projeto social “Amor e com crianças e Compaixão” foi criado com jovens que deo intuito de ajudar pessoas sejam praticar carentes e com o objetivo esportes e não de mobilizar voluntários têm condições para efetuar ações que demonstrem o amor ao próAulas de balé no “Projeto Popular” financeiras para isso. O Projeto ximo. Tudo começou a partir da ideia de um grupo de social, como em casos de começou o trabalho há cinco meses e a ideia surgiu pessoas que ficaram sensi- miséria e enchentes. bilizadas com as enchentes Já o “Mutirão do Amor” por causa de uma vontade que aconteceram no Rio de visa promover um dia intei- pessoal do diretor do ProjeJaneiro e no Espírito Santo. ro de serviços a uma comu- to Fernando Rodrigues, que Com isso, elas se programa- nidade carente, bem como sempre gostou de artes marram e a partir de doações o voluntariado. Dentre os ciais e sempre teve vontade ajudaram as famílias afeta- serviços oferecidos estão o de ensinar outras pessoas. Fernando contou com a das. atendimento médico, afeO “Amor e Compaixão” é rição de glicemia e pressão ajuda do líder comunitário uma instituição sem fins arterial, assistência jurídi- do bairro Tabuazeiro, em lucrativos que promove as- ca, recreação infantil, bazar, Vitória, e conseguiu um essistência social a famílias prevenção da saúde bucal e paço no centro comunitário do bairro para realizar em situação de vulnerabili- oficinas de artesanato. todas as aulas. “O espaço é dade social. “Nosso objetivo meio improvisado, mas nos é promover a assistência Qualificação social a essas pessoas, viHá também o projeto “Fé ajuda muito, pois não temos sando à garantia de direitos em Ação”, que promove a sociais básicos e ao fortale- qualificação profissional cimento da sociedade civil. com o aprendizado de uma O nosso público alvo são nova profissão e, conseos moradores da Grande quentemente, a capacidade Maruípe, pois estão mais do individuo gerar sua própróximos de nós”, conta a pria renda. Atualmente, esse assistente social Ana Paula projeto conta com o curso Formado por uma equiCorreia Alberto. pe de 13 jovens, o Rotaract básico de cabeleireiro e o As famílias ajudadas po- curso de bombom. Esse proClub Ilha do Mel, Entidade dem contar com vários pro- jeto já formou 40 cabeleireijovem no Espírito Santo jetos. O primeiro é o “Ações ras e 20 pessoas que fazem focada em servir a comunide Socorro”. Nele são feitas bombons. “Temos também dade, ampliando as capacidoações de alimentos, rou- voluntários para os cursos dades de liderança em grupas e outro itens de primei- de padaria, manicure, pepos, vem se destacado pelas ra necessidade para socor- dicure, estética, artesanato, ações. Fundado em 2007, o rer pessoas em situação de informática e culinária”, coClub tem integrantes disextrema vulnerabilidade menta Ana Paula. postos a ajudar o próximo. Os projetos movidos por eles já alcançaram centenas de pessoas. O voluntariado é um dos focos. No Ilha do Mel, as ações são em prol dos mais necessitados. As estratégias são voltadas para o engajamento com a sociedade. Dedicação, força de vontade, coragem para encarar desafios e responsabilidade são metas diárias que esses jovens buscam alcançar. A maioria trabalha, faz faculdade e cursos profissionalizantes e, ainda, consegue tempo para as reuniões seTaekwondo. Fernando Rodrigues ensina artes marciais Mariane Pereira (6° Per.) condições de arcar com as despesas de um local. Tudo que conquistamos foi doado, mas, ainda, precisamos de muitas coisas”, disse. Para Raquel da Cunha Mendonça, mãe de Vitor e Lara Mendonça, participantes do Projeto, esse projeto foi a melhor coisa que aconteceu na vida dos filhos. “Eu coloquei eles no projeto desde o primeiro dia. Eu sempre quis matriculá-los em algum esporte, mas nunca tive condições. A Lara faz as aulas de taekwondo e balé. Já o Vitor a de taekwondo. Já notei muita diferença neles. Eles estão mais desenvolvidos”, contou. Todas as pessoas que trabalham no Projeto Social são voluntários e, segundo eles, a realização de poder ajudar pessoas sem condições financeiras a ter acesso a essas atividades é muito grande. “É muito gratificante você ver as crianças aprendendo e se interessando por algo que você ensina. Não tem dinheiro que pague a realização que é ensinar essas crianças”, destaca a professora de balé Jéssica Real. Jéssica sempre teve vontade de trabalhar coma dança, mas nunca teve o apoio dos pais, pois segundo eles isso não dava muito dinheiro. Por causa disso, ela acabou tendo que procurar outra profissão. “Hoje, eu curso arquitetura, mas sempre quis dar aula de dança. Como meus pais não me apoiavam tive que encontrar uma profissão, mas sou apaixonada por isso”, destaca. Ao ser convidada por Fernando para dar aula de dança, Jéssica não pensou duas vezes e aceitou. “Esperei por isso a vida toda. Esse sempre foi o meu sonho. Sei que não é um trabalho que gera renda, mas é muito gratificante”, disse. manais e visitas nas associações e ONG´s que apóiam. Segundo a diretora do Club, Juliana Farias, o objetivo do grupo é alinhar a questão do empreendorismo ao apelo social. “Quando surge uma nova ideia e queremos colocála em prática, cada um de nós tem uma função. Uma parte cuida da divulgação, a outra cuida do setor de comunicação, tesouraria e vamos montando a nossa organização para tudo sair como o esperado. Tentamos sempre fazer e colocar em prática os nossos projetos com muito amor e muita esperança, porque através deles algo irá melhorar nas vidas de cada indivíduo que ajudamos. Trabalhar no social é ser multiplicador o tempo todo. Queremos ver mudanças”, destacou. Uma das iniciativas recentes da equipe beneficiou o Asilo dos Idosos de Vitória, localizado na Ilha de Monte Belo. Durante dois meses, os esforços e planos dos integrantes estavam voltados para a campanha de arrecadação de alimentos, materiais de higiene pessoal e roupas. Com as divulgações nas redes sociais a causa foi passada à frente. No total, mais de 100 idosos foram beneficiados. Outra ação foi o Projeto “Livros Encantados” é outra ação de destaque dos rotaractianos do Ilha do Mel. A primeira edição foi realizada em 2010. Em 2011, o sucesso foi maior. Os sócios arrecadaram cerca de 400 livros. Os materiais foram divididos entre três Associações da Grande Vitória: a Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (ACACCI-ES), Biblioteca Municipal de Vila Velha e a Obra Social Nossa Senhora das Graças. Milena Scarpati Grupo faz a diferença em ações sociais Tendências Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa COMPORTAMENTO Página 7 Para a vida toda? Fotos: Thaís Tonini O tempo que dura o casamento é a principal diferença das pessoas que casaram no século passado para os dias atuais. Respeito, confiança, paciência são ingredientes para manter vivo o amor e o relacionamento Fabiana Nunes (6° Per.) [email protected] Thaís Tonini (6° Per.) [email protected] “Com quatro filhos, e sabia que não iria me como o nosso relacioseparar nunca, porque namento poderia cair quando juramos dianna rotina?”, brinca. te de Deus o “até que Para a Igreja, um bom a morte nos separe” casamento é aquele que temos que cumprir”, Há quem diga que não, está baseado na palaafirma. mas os casamentos de antivra de Deus e em seus O casal diz não existir gamente são diferentes dos ensinamentos. Para o um segredo para mancasamentos de hoje. O que Diácono José Roberto ter um matrimônio difere um do outro é, princiPedrini, o casamento duradouro e feliz, mas palmente, o tempo de durarepresenta tudo e a hocontam que o respeito, ção. Antes o casal dizia sim nestidade, o respeito, a a fidelidade e a paciênno altar na intenção de nunpaciência, a fidelidade cia devem fazer parte ca mais se separar. Hoje, há Duradouro e a humildade são imNo caso de dona Sueli da do dia a dia. “Todo caaqueles que duram apenas portantes no relacionasal briga, mas temos Penha Rosa não foi assim. dois dias como foi o caso da mento a dois. cantora Britney Spears com Casada há 26 anos com o que saber a hora de rePara a psicóloga Kao amigo de infância Jason pedreiro Julmar Cloves, ela conhecer nossos prórina Ferreira, 25, a diAlexander, em 2004. Essa diz que o casamento é algo prios erros para consituação é muito comum na valioso. “Casei com 19 anos seguir levar uma vida a Telma Permanhane provando o vestido ferença no casamento está na figura da mudois’’, finaliza a dona vida dos famosos. lher. “Antes a figura da de casa. A banalidade existente moça. A partir daí, começava mulher se remetia à mãe de na união entre os casais família, ao marido e ao filho. Centro de Vitória uma linda história. é notável e a tradição foi O Centro de Vitória foi o O namoro começou logo O “ser mulher” era deixado se perdendo com o tempalco do primeiro encon- no primeiro encontro oficial de lado. Atualmente, a sociepo. Os motivos para levar tro de uma história que e, após três anos de relacio- dade mudou. A mulher tenta a separação são vários: rende 50 anos de compa- namento, o casamento acon- cada vez mais equiparar-se uma traição, o fato de com nheirismo. Danilo e Mar- teceu. Pais de quatro filhos ao homem, buscando a chapassar do tempo acabar garida se conheceram e avós de sete netos, o casal mada “igualdade”. Com esse aquele amor que existia após uma missa. Danilo acredita que os ingredientes individualismo, talvez seja antes, a rotina, a falta de logo demonstrou interes- que constituem a formula de mais fácil se “desfazer” de respeito e confiança, ense pela jovem Margarida. um casamento duradouro é algo que passa a não ser tão tre outros. Após alguns minutos de a tolerância, a paciência e prazeroso, no caso, um casaA vida conjugal da esconversa, o rapaz pediu o respeito. Para Margarida, mento. Por isso a separação”, tudante Kassia Tomaz, 20, começou cedo. Ela foi Sueli e Julmar: casados há 26 anos para encontrar-ser com a os filhos também ajudaram. afirma. morar com o ex-marido com apenas 13 anos, perdendo um pouco da inocência que uma adolescente deveria ter e foi amadurecendo conforme os problemas foram surgindo. A relação que no início era eufórica, com o passar do tempo foi perdendo a empolgação. Recentemente, o casal se separou. O motivo: a infidelidade. Noivas do Parque Moscoso Tradicionalmente co- acontecer o casamento”, nhecido por abrigar um explica karoline. complexo de lojas direcioSegundo a consultora, nadas a vestidos de noivas as celebridades também e artigos para casamento, influenciam algumas noio Parque Moscoso é pal- vas na hora de escolher o co de muitas histórias. vestido. Para quem não conhece, A bancária Márcia Gono Parque está localizado çalves, 35, veio de Brejetuno centro da cidade de Vi- ba, interior do Estado, para tória, próximo ao palácio escolher o vestido. A noiva Anchieta. escolheu o Parque pela vaMulheres de todos os lu- riedade de modelos que as gares do Estado visitam as lojas oferecem. Após válojas distribuídas aos redo- rias provas, a bancária ainres do Parque para encon- da não decidiu o modelo trar o vestido dos sonhos. que irá usar no grande dia. Pedras, brilhos, caudas “Tenho em mente dois moenormes, do simples ao delos: Um mais evasê e um mais sofisticado, inúmeras bem justinho. São tantas as opções que satisfaz o de- opções, que estou confusa”, sejo das noivas, que têm o complementa Márcia. local como referência para Telma Permanhane,41, escolher o vestido de casa- decidiu oficializar o casamento. mento na igreja após 14 A consultora de venda anos morando com o mariKaroline Zanelato trabalha em uma das lojas mais conceituadas em vestidos para noiva do Estado e conta que não existe moda para casamento, mas algumas tendências. “Não existe um modelo específico. A escolha vai de acordo com o perfil da noiva, a tendência do ano O casamento é a realização do e o mês em que vai Tendências do Fernando. Extrovertida, Telma fazia a última prova do vestido. “No dia do meu casamento quero me sentir uma princesa”, afirma. Já Geruza Rezende, 34, optou por uma cerimônia descontraída. A professora irá oficializar a união em um sítio. “Gosto de coisas simples e descontraídas. Realizar uma cerimônia às 17 horas me proporciona isso”, conta. História Segundo as histórias contadas pelas donas e vendedoras das lojas, tudo começou no Parque Moscoso com a quase extinta “Rosimere Noivas. O estabelecimento foi o primeiro no ramo de vestidos para casamento na região do Parque Moscoso e passou de pai para filho. Hoje, a “Rosimere Noivas” já não pertence à família que a fundou. O estabelecimento fica em um sobradinho e está vendendo os últimos vestidos que restam na coleção. Atualmente, mais de 20 lojas direcionam-se ao ramo sonho de noivas. Sim, eu aceito! A espera pelo casamento faz com que a ansiedade tome conta das pessoas, não só dos noivos, mas, também, de todos que os cercam. Cerimonialista, vestido, terno, igreja, doces, bolo, fotógrafo... essas são só algumas das pre- Camila namora Wilder há 5 anos ocupações para tudo ser perfeito no grande dia. Então.. da onde estarão presentes toLá vem a noiva... véu, grinalda, das as pessoas que amo”, conta príncipe encantado e Final Fe- a jovem. liz! Atire o buquê a mulher que Para a Psicóloga Kiara Fernunca sonhou com isso! Toda reia, um casamento saudável garota sonha em se casar. O de- está respaldado na individuasejo de passar o resto da vida ao lidade de cada um. “Não existe lado de quem se ama faz a futu- uma fórmula a seguir para se ra noiva idealizar o casamento ter um “relacionamento de sudesde muito cedo. cesso”. O casal deve respeitar o Muitas começam a planejar a espaço um do outro”, afirma. tão sonhada data um ano antes. A recém-casada Noelli SaNada pode dar errado. A jovem grillo relata que o casamento Camila Bromonschenkel, 21, dela foi às presas. Cuidando namora Wilder há cinco. O pe- do pai doente, a advogada não dido de noivado ainda não foi teve tempo para nada. “Semfeito, mas o casal já faz planos. pre tive o sonho de casar, mas Quando o assunto é casamento, com a correria do dia a dia, peCamila se empolga. Segundo a quenos detalhes do meu casamoça, a música para a entrada, mento foram escolhidas de úlos padrinhos, damas de honra tima hora. Eu só experimentei e o modelo do vestido já está os salgadinhos, por exemplo, decidido. “Sonho em entrar na durante a festa. Na ida para o igreja usando vestido branco, cerimonial, não acreditava que um véu enorme e conduzida estava vestida de noiva e iria pelo meu pai. Ter uma festa lin- me casar”, conta. Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa Página 8 COTIDIANO Cenas do Cotidiano Camila Lenk (4° Per.) [email protected] Tendências É um tanto démodé falar de jovialidade nos dias de hoje. Tsc. Com tantas “máquinas do futuro”– já inseridas no presente -, que tiram aqui, colocam ali, aumentam do outro. E acolá. Muito se vê eternizar a juventude em peles prosaicas. Mas, sabe de uma coisa, a velhice me encanta. Tudo que não é de verdade espanta. Mas, não é só sobre o começo do fim que quero falar. Depois de fotografar o cotidiano andei pensando muito sobre o nascimento, os caminhos percorridos durante o meio tempo entre vida e morte, sobre amores, ilusões, perdições. Mais tardar, sobre a partida. Desapontando Carlos Drummond de Andrade quando disse que “escrever é cortar palavras”, disserto aqui sobre o sentimento de observar em minúcias as cenas do cotidiano. Mais que isso, registrá-las em doces fotografias revertidas em emoção. Andando pelas ruas do interior paulista, observei uma senhora, de olhar triste, pele afaga, suspiros fortes, voz rouca e mãos trêmulas. Ela falava sozinha. Dizia para alguém até então, invisível, ser a notável, pelo menos, pra nós, normais chatos. Bem, o que importa, é que pra ela, aquele sujeito existia. “Olha, como você vai embora e me deixa?” Ela dizia apontando pro “nada” que sentava ao lado dela. “Escuta, você roubou meus bens e, hoje, eu to aqui. Sozinha”. O caboclo invisível por nada aparecia. Ele estava lá, no seu imaginário tão congestionado de decepções insolentes. Vendo essa cena, lembreime de uma frase de um tal louco, o Bispo do Rosário, que proferia: “Os loucos são como beija-flores. Nunca pousam. Estão sempre a dois metros do chão.” Ao me aproximar, a senhora apaziguava. Olhava torto. Pensei: Melhor apenas fotografá-la. Era a hora de conter o espírito do jornalismosolidário. É, me deu vontade de sentar do lado dela e ouvir sua história. Ajudar. Pedi um flash. Ela disse que sim. Mas, nada de pose, exigiu. Registrei ali um sentimento que jamais será transferido em palavras. E hoje, ao olhar para a fotografia, vi ali, o tal sujeito danado, que fugiu e a deixou pra sempre solitária. Imaginei: quem não tem uma ferida – invisível - no coração? Andei mais adiante, avistei um homem pegando no colo um menino que corria em direção as ruas do Centro. Vi ali um cuidado diferente. Aproximei. Coincidência (e sorte!) do destino, descobri ali naquele instante toda uma história de vida. Havia ali uns conhecidos. “Como está? A mãe nunca mais voltou mesmo?” “Não voltou. Cuido sozinho há 8 meses. E o ‘bichinho é levado, viu? Mas é meu cristal”. Eu precisava fazer um “pra sempre” daquele momento. Fotografei – sem perceber - o pai vestindo o filho com uma blusa de frio cor vermelha. Vermelho de amor. Acho que essa cena resume todo cuidado, afeto e compreensão desse sábio homem. Palavras a mais são desnecessárias. Depois da foto, tive vontade conversar com o pai, descobrir mais a respeito. Contar aquela história pra todo mundo. Enxerguei a liberdade ao registrar uma criança que distribuía lentilha aos pombos. Saboreavam-se e voa- vam. Pra perto e pra longe. Isso me fez lembrar de uma crônica que escrevi cujo título era: “Engaiolados”. Eu dizia que não entendia as pessoas que viviam com a gaiola, digo, o coração, fechado. E complementava que precisamos sim, das nossas particularidades. E também do momento solitário. Só nosso. Pra poder sentar na areia da praia sem ninguém por perto. Olhar pro céu e pensar em nada. Precisamos sim, de saber conviver com nosso “eu” sem enlouquecer. Aprender a suportar a nossa própria solidão. Mas no final das contas, ter alguém que nos liberte de nós mesmos pode ser encantador. Tsc. É que tenho aversão a pessoas que se recusam a amar, por medo ou por covardia. O Medo pelo menos reage, mesmo que ofuscado e receoso. A Covardia tem essa maneira só dela de dar um passo e voltar. De voar sem cair. De aterrissar e não sair do lugar. Não gosto de gaiolas fechadas. Odeio tudo que engaiola o vento e o sentimento. Desde pequena dizia que queria viver numa gaiola aberta. Uma gaiola que caiba dois. Uma gaiola com a placa: “Seja livre, mas volte sempre que quiser”. - Ora, a liberdade é meu refúgio. Mas o amor é quem acorrenta! Aí lembrei-me do Dia dos Namorados. Da foto que eu perdi porque estava dentro do ônibus e, antes que eu terminasse de abrir a bolsa pra pegar a câmera, já estava a 10 metros de distância da cena. A menina aparentava ter uns 15 anos, tinha cabelos encaracolados brilhantes. Saiu do ônibus e lá estava seu amor lhe esperando com um buquê de flores e um presente embrulhado com papel seda. A menina recebeu carinhosamente o embrulho. Mas, olhou para os lados com face de timidez. Imagino que também tenha sentido uma certa vergonha alheia do namorado. As pessoas que passavam ali riam. Nos dias de hoje, declarações explícitas e simples num ponto de ônibus, por exemplo, são um tanto desqualificadas diante dos efeitos das redes sociais. Bobinhos, não sabem a delícia que é a paixão. Ficamos enfeitiçados. É uma droga alucinógena. Fazemos coisas que não faríamos se estivéssemos sóbrios. Tsc. Se eu parasse pra contar a história de cada fotografia, ficaria dias a fio explicitando-as. Mas deixe que as imagens – agora eternizadas – falem por si só. Ainda estou no passeio. Da vida. Por enquanto, tudo caminha “normal”. Sem incidentes. Engraçado como não existe ordem cronológica pra essas coisas. Amanhã, posso sofrer um acidente e me aproximar da partida. Mas ao me recuperar, posso dizer que renasci. Tsc. Hoje, aos 19 anos, me vejo tropeçando nos meus próprios pés, cheia de perguntas, seguindo procurando respostas. Outrora, deixando pra lá algumas incógnitas. Às vezes, me sinto meio perdida, bagunçada, sem sentido. Como este texto para alguns. O que me acalenta é pensar que almas preparadas entenderão. Tsc, mas aos 50, espero estar ainda tropeçando nos meus pés, com muito mais perguntas, de preferência sem respostas. Todos os dias vou nascer de novo até o dia em que eu morrer. E o renascimento será de fora pra dentro, em outro gênero e espaço. Pensei nisso ao fotografar uma criança dentro de uma reprodução de uma casca de ovo de dinossauro num parque. Fotos: Camila Lenk Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa