Opinião
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa - Campus II - Vitória - ES - Agosto de 2012 - nº 70
Cultura Oriental
Victor Moronari
MATRIMÔNIO
Thaís Tonini
Arquivo Pessoal/Amor e Compaixão
AMOR AO PRÓXIMO
Beatriz Dessaune
A tradição da cultura oriental encanta os capixabas. E nesse universo
cultural, ganha destaque a gastronomia e os animes. Os desenhos
animados fazem a cabeça dos jovens e a tradicional comida coloca
um sabor diferente à mesa... ... Pág 04 e 05
Ação de voluntários promove assistência social a pessoas
que estão em situações de vulnerabilidade social, visando
à garantia de direitos sociais básicos e o fortalecimento da
sociedade civil... ... Pág 06
Tendências
O casamento está sempre no pensamento dos casais apaixonados. Chegou a hora do sim e tudo deve estar perfeito:
as roupas, os convidados, a festa, a lua de mel... contudo,
neste novo século, uma pergunta inquieta as pessoas: casamento deve ser para a vida toda?... ... Pág 07
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa
Página 2
OPINIÃO
Reprodução/Internet
Poesia da Linha e do Corte
Rafael Segatto (2° Per.)
[email protected]
Elaine Maximiniano (4° Per.)
Leandro Queiroz
[email protected]
Numa folha qualquer se desenha
um sol amarelo, um navio de partida ou as mais variadas linguagens
visuais. Na gravura, a folha serve
como mecanismo para a impressão
de imagens produzidas em madeira,
pedra ou metal. A Gravura de Lasar
Segall: “Poesia da Linha e do Corte”
chega a Vitória após circular por várias cidades do Brasil. O projeto consiste em demonstrar parte da produção de Segall entre os anos de 1913
e 1930.
O Museu de Arte do Espírito Santo
(Maes) está arranjado para que os
visitantes percebam o ambiente da
gravura. Desde os objetos de manuseio, como ferramentas, até projeções audiovisuais explicando como
fazê-las, além de gravuras propriamente ditas.
A obra de Segall é composta por
ilustrações estampadas tanto em
metal como em xilogravura: gravura
realizada na madeira. Não distante, a
mostra GRAVURA/ES compõe o cenário das ilustrações impressas. Ela
contempla artistas capixabas e são
embasadas a partir das técnicas utilizadas por Segall.
A exposição é fruto da parceria do
Maes com o Serviço Social do Comércio (Sesc) e faz parte do projeto
ArteSesc, projeto cuja programação
inclui a Arte-Educação: tradicionais
palestras e mesas redondas realizadas pelo Maes e oficinas de xilogravura e calcogravura – gravura em
metal – ministradas pelo professor
da Ufes Fernando Gomez e ofertada
pelo Sesc. Elas acontecem ao longo
da exposição no próprio Maes.
Lasar Segall teve influências expressionistas, contribuiu para a introdução do modernismo no Brasil
e experimentou todas as formas de
expressão artística da época: da pintura à escultura. As gravuras estão
expostas no Maes até o dia 28 de outubro. A entrada é franca.
Artistas Capixabas
Quem visita a exposição do artista
Lasar Segall no Maes também se depara com belas obras dispostas em
uma das salas do local. Trata-se de
uma proposta da curadoria do projeto Arte Sesc de divulgar a produção local junto a artistas de renome
internacional.
Para acompanhar as gravuras de
Segall, foram escolhidas obras de 14
artistas capixabas, todos estudantes
ou professores da Universidade federal do Espírito Santo (UFES), que
A fotografia de Leandro Queiroz no Bar Casa de Bamba
Elaine Maximiniano (4° Per.)
[email protected]
Para quem pensa que só de
museus e galerias são compostos os espaços de arte do
Espírito Santo, o bar – isso
mesmo, bar – Casa de Bamba traz um conceito diferenciado na exposição de obras
artísticas. Recém inaugurado, o espaço conta com uma
Editorial
Jornal-laboratório do Curso
de Comunicação Social da
Faesa
Agosto de 2012 - Nº 70
Rod. Serafim Derenzi, 3115,
São Pedro - Vitória (ES)
Tel. (27) 21224500
Versão em PDF: http://
faesadigital.com.br
Presidente: Alexandre
Nunes Theodoro
Superintendente
institucional: Guilherme A.
Nunes Theodoro
Diretor Acadêmico do
Campus II: Juliano Silva
Campana
Tendências
Coordenadora do Curso de
Comunicação Social:
Marilene Mattos
Professores orientadores:
Paulo Soldatelli
Valmir Matiazzi
Zanete Dadalto
Textos e fotos: alunos do
curso de Comunicação
Social da Faesa
Habilitações: Jornalismo,
ublicidade e Propaganda e
RTV
Impresso na Gráfica GSA
Reprodução/Internet
As obras de Lasar Segall estarão expostas até o final de outubro no Maes
fazem parte de dois grupos que estudam a técnica de gravura em terras capixabas.
GRAVURA/ES traz um panorama
da produção deste tipo de arte nos
últimos anos no Estado. André Magnago, Edgar M. Fonseca, Fernando
Gómez, Franquilandia, JocimarNalesso, Junior Bitencourt, Liliana
Sanches, Luciano Feijão, Mariana
Reis, Nelma Pezzin, Paulo Emmerich, Thiago Aruda e Thiago Linhalis
expõem obras produzidas a partir
de técnicas semelhantes a utilizada
por Segall.
De acordo com Joanna Nolasco, as
obras foram confeccionadas após
uma revitalização no atelier de Gravura da Universidade Federal do Espírito Santo e ganharam fôlego com
uma oficina ministrada pelo artista
carioca Edgar Fonseca em 2011.
“O Célula de Gravura, que é um dos
grupos expositores, por exemplo, se
formou somente depois da oficina”,
fala. Técnicas como litogravura, xilogravura, serigrafia e calcogravura
foram utilizadas pelos artistas capixabas para a composição das obras
em exposição.
Fotografia, Samba e Arte
exposição fixa de fotografias
do centro de Vitória, todas
feitas por alunos de comunicação da Faesa, e exposições
rotativas, que serão trocadas
trimestralmente.
Para um dos sócios-proprietários do local, Saulo
Santos, não há critério de
seleção das obras. “Arte é
arte. Claro que a gente avalia
a viabilidade de expor o que
nos é proposto, mas a nossa
intenção é democratizar o
aceso do público a diversos
tipos de arte e manifestações
culturais”, explica.
Para começar com o pé
direito, o bar expõe uma seleção de fotografias do professor universitário Leandro
Queiroz, também sobre o
Centro de Vitória, já que a
intenção dos sócios do local
é resgatar o encantamento das pessoas em relação
à região e contribuir para
a revitalização cultural do
bairro. “Eu sou nascido aqui
no Centro e completamente apaixonado pelo lugar.
O que a gente quer é trazer
aquela nostalgia de quando
jornalistas, escritores, músi-
cos e artistas se reuniam nos
bares daqui para conversar e
apreciar a cultura capixaba”,
diz Saulo.
As fotos de Leandro Queiroz continuam em exposição
até o fim de outubro e prometem continuar fazendo
sucesso entre os capixabas.
“A resposta do público está
sendo sensacional. Estamos
até assustados com a movimentação. Vem gente de vários lugares participar das
rodas de samba e apreciar
as exposições”, comemora
Saulo.
Caso esteja falando alguma besteira neste editorial,
peço perdão aos amantes da cultura japonesa.
Vejo que essa atual cultura
oriental tende a valorizar e
a glorificar os elementos da
natureza. A amar tudo que
tenha muito cor ou brilho.
Isso talvez seja o efeito deste mundo globalizado e que
se rende ao progresso sensacionalista que traz uma
novidade atrás de outra e
evita a reflexão. Vale ressaltar, até em forma de contraponto, um passado clássico
na qual os japoneses tinham
certa preferência pela sombra, pela penumbra e pela
escuridão. Era a busca pela
elegância do envelhecimento. Uma cultura fechada aos
olhos do ocidente. Contudo,
em tempos de modernidade
e nesse horizonte cultural
globalizado pelas mídias,
a cultura japonesa caiu no
gosto do mundo ocidental.
As páginas 04 e 05 dessa
edição vão apresentar dois
“pequenos pontos” dessa
cultura: a arte do desenho
animado e a gastronomia
em terras capixabas.
A edição vai levar, ainda,
você leitor ao universo das
ações de amor ao próximo.
As matérias da página 06
apresentam projetos que
promovem, por meio de
voluntários, assistência so-
cial a famílias em situação
de vulnerabilidade social e,
ainda, ajuda pessoas carentes a se qualificarem para o
mercado de trabalho.
Confira também a matéria da página 07. Os textos
abordam assuntos ligados
ao casamento. A matéria
principal coloca um ponto
de interrogação no matrimônio: casamento é para a
vida toda? E para finalizar, o
jornal apresenta uma crônica com cenas do cotidiano. O
delicado texto pode ser conferido na página 8.
Uma boa leitura e até nosso próximo encontro...
Editorial
Cor e brilho
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa
AUDIOVISUAL
Página 3
Abrindo as portas para o cinema
Raphaela Diniz
O cinema universitário ganha
destaque entre os alunos de
comunicação social da Faesa e
cada dia mais os jovens cineastas
se interessam pela produção de
filmes. A produtora Onírios é um
exemplo desse sucesso
Monique Alves (4° Per.)
[email protected]
Raphaela Diniz (4° Per.)
Monique Alves
[email protected]
No Espírito Santo, uma
área que cresce é a do cinema universitário. As produções independentes dos alunos se tornam cada vez mais
comuns e estão conseguindo
parte do destaque merecido.
E uma produtora, a Onírios,
formada por alunos de comunicação da Faesa, está se
destacando no cenário.
A produtora conta com
Alexander S. Buck, Caio
Perim, Ingrid Holzmeister, Ormando Neto e Juane
Vaillant, todos da área de
comunicação. Como a maioria é estudante acaba sendo
mais difícil fazer produções
do jeito que eles querem,
já que conseguir um financiamento não é uma tarefa
fácil. Mas, algumas faculdades, como a Faesa, passaram
a disponibilizar equipamentos para os alunos, o que já
tira um peso do orçamento
dos jovens cineastas.
O professor de Audiovisual da Faesa, Marcelo Castanheira, comenta como são
os primeiros estágios desses
alunos que se interessam
pelo cinema. “Durante a aula
você consegue ver aqueles
que têm mais referência e,
normalmente, são eles que
acabam indo para essa área
depois”.
Além da ajuda da faculdade, o principal para que
esses alunos formassem a
produtora foi um subsidio
do governo: projeto Cultura
Jovem. Eles inscreveram o
curta “A Fantástica Vida de
Baffus Bagus Bagarius” e foram selecionados para receber o incentivo de R$ 5 mil.
“A gente queria fazer a produtora há um tempo e esse
dinheiro foi o que concretizou essa vontade”, explicou
Juane Vaillant, roteirista da
Onírios. Com isso, o grupo
conseguiu produzir o curta
que já participou de mostras
de curta metragens e que
representou o Estado no 3º
CurtAmazônia Festival de
Cinema realizado neste ano
em Porto Velho, Rondônia.
Ormando Neto relata que
o grupo se reuniu
para fazer o projeto de “A Fantástica
Vida de Baffus Bagus Bagarius” que
passou no edital
do Rede Cultura
Jovem. “Tínhamos
pouca noção de
quanto tempo gastaríamos para fazer o curta. Resolvemos ir fazendo
outras coisas e deixar o Baffus para
depois. Assim, surgiu o “Eu, Zumbi” e,
depois, outro vídeos, que acabaram tornando
a Onírios algo maior do que
só um grupo para realizar o
vídeo do edital”, explica Ormando Neto.
Internet
Já na produção do curta
“Gota d’Água”, eles foram
buscar ajuda na internet,
no site Catarse. Novamente,
conseguiram o financiamen-
Onírios. Os bastidores da gravação do curta “A Fantástica Vida de Baffus Bagus Bagarius”
to, mas dessa vez foi por
meio de doações de pessoas
que gostaram da ideia e resolveram ajudar. Essa ajuda
coletiva também é conheci-
Ouro Preto
da como “crowndgfunding”.
“A gente sempre via esse
tipo de site lá fora. Quando
vimos o Catarse com essa
iniciativa por aqui fomos
testar. E deu super certo”,
contou Juane.
Na gravação do curta Gota
d’Água foi possível ver que
esses recursos “emprestados” ajudaram muito, porém
não foram suficientes. O grupo precisou usar a
criatividade para alcançar os resultados
almejados. A Oníros
já tem outros projetos no Cultura Jovem que devem sair
no final desse ano.
Mais informações e
próximas produções
da Onírios podem
ser encontradas em
about.me/onirios.
Old School
Mostra de Cinema de Ouro Preto é uma grande festa cultural
Tendências
esse ramo no Estado. A produtora já fez os curtas de
horror, “Mangue Negro” e a
seqüência, “A Noite dos Chupa-Cabras”. Com o aumento
da produção de filmes foi possível ter
eventos como o Cine
Terror na Praia, que
aconteceu ano passado em Guarapari.
Atualmente, a produtora está gravando “Mar Negro”.
A produtora Fábulas Negras do diretor
de cinema Rodrigo
Aragão foi uma das
primeiras a seguir
Estudantes, professores, artistas e
jornalistas se reuniram na 7° Mostra
de Cinema de Ouro
Preto, Minas Gerais,
para refletir e debater sobre as novas ferramentas de tecnologia do cinema
e o quanto isso pode alterar
e desenvolver o audiovisual brasileiro. Nas mesas de
debate, nos teatros da Praça
Tiradentes e nas telinhas de
exibição dos curtas, o assunto é o mesmo: o quanto a
tecnologia pode influenciar
no cinema atual.
Tavares Fontine, professor
de artes da universidade de
Juiz de Fora, Minas Gerais,
conta que essa transição
pode ser boa e ruim, principalmente para o meio acadêmico. “A questão não é o
quanto a tecnologia pode
alterar a realidade cinematográfica de hoje, mas, sim,
o quanto as pessoas podem
mudar com ela. Não é só no
cinema, estamos cada vez
mais dependentes dos meios
digitais. Com isso nossa criatividade pode se tornar motora, como um computador”,
declara.
Tavares conta que os estudantes terão que ter ciência que a modernidade não
pode congelar as ideias, mas
ajudar a alavancá-las para o
futuro certo. “Precisamos de
tecnologia hoje para tudo e
isso não pode ser ruim, nem
pode ser um vicio. O cinema
precisa usar os efeitos 3D
em filmes atuais que refletem a sensação do momento”, diz Tavares.
Alexandre S. Buck é o diretor capixaba de um dos curtas apresentado na mostra.
Ele comenta que é complicado definir a qualidade do
audiovisual nesses termos.
“Há equipamentos digitais
que estão bem próximos da
qualidade técnica da película 35mm. Qualidade no quesito estético é uma questão
filosófica amplamente variável seguindo o propósito da
representação imagética. A
meu ver o que se deve refletir está centrado na questão
da preservação. Se por um
lado o digital veio democratizar o acesso à produção,
por outro, ele possui uma
validade curta, inerente ao
próprio formato.”
Fatos
“Eu, Zumbi – Coisas de
Bar, ou Passa a Régua e Traz
a Conta” de Alexander Buck,
exibe a repercussão antecipada das redes sociais e mídias para fatos que ocorrem
sem a devida confirmação do
fato. “As mostras de cinema
e festivais são os momentos
de troca de e compartilhar
experiências, receber o “feedback” do público, estabelecer parcerias e viabilizar
a continuidade do trabalho.
Ficamos muito felizes desde
a reação do público com o
“Eu, Zumbi...” a repercussão
do vídeo na imprensa que
fazia a cobertura do evento”,
comenta o diretor capixaba
Alexander.
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa
Página 4
CULTURA ORIENTAL
Dos desenhos... para a vida real...
A arte cosplay ganha força entre os jovens em todos os
lugares do mundo. Eles cantam, dançam e jogam games
da mesma forma que eles veem os japoneses fazendo
Eles são as reproduções
das roupas e vestimentas
dos personagens dos animes
e quadrinhos orientais. Eles
interpretam os movimentos
e as falas dos personagens
favoritos. Eles são os cosplayers: jovens que buscam
nos animes o conceito de arte
para as roupas e acessórios
para participaram de eventos
e competições.
Cosplay é a abreviação de
costume play ou costume
roleplay e significa representação de personagem ou
se vestir como personagem.
Essa arte não surgiu no
Japão como é de se
pensar. As competições e produções de
roupas surgiram nos
Estados Unidos nos
anos 1970 oficialmente, mas, em 1939,
Forrest Ackerman, 22 anos,
criou a veste chamada “futurecostume” que foi o primeiro
registro dessa manifestação
cultural. O Japão só aderiu à
moda cosplay em 1980. Com
a popularização dos animes,
desenhos japoneses, em
1990, a arte se espalhou pelo
mundo.
De acordo com a costureira
e mãe da adolescente Juliana
Tavares, Marlene Soares, 46,
fazer as roupas de cosplay
para a filha é um trabalho gratificante e empolgante. “Eu
sei que custa caro e que é só
para um momento ali na competição, mas é muito bom ver
o sorriso dela quando finalizamos uma roupa e ela fica
igual a personagem que
ela gosta. Dá muito
trabalho, tem roupa
que eu já gastei mais
de um mês pra fazer”,
contou.
Para o cosplayer Júlio
Cezar, 21, os eventos são parte importante para a divulgação da arte cosplay, mas eles,
ainda, não estão tão bem organizados e ficam devendo
para os de fora do Brasil. “Eu
sou cosplayer há três anos e
aqui no País ainda é fraco o
movimento cosplay. No exterior é impressionante o tanto
de gente que comparece nos
eventos e nas competições. E
são tão bons que não dá vontade de tirar os olhos deles”,
relatou o jovem.
Mesmo com os eventos em
pequena escala no Estado, as
competições já atraem muitos adolescentes. Valorizar a
cultura oriental por meio dos
animes, mangás, e pelos cosplayers é o objetivo de eventos que reúne os amantes de
todas essas formas de manifestação da cultura oriental.
E esse também foi o objetivo
da 6ª edição do Atsuicon que
aconteceu em Vila Velha. De
Animes para educar e conscientizar
Tendências
Internet/Divulgação
Os desenhos animados e
animes de televisão sempre
foram muito assistidos pelas crianças desde suas primeiras exibições em 1907
nos cinemas. Desde aquela
época, o objetivo principal
dos desenhos animados era
entreter as crianças e os
pais na frente da telona. Os
primeiros animes contavam
a história de personagens típicos da época, marinheiros
e animas trapalhões. Com
a evolução da televisão, os
animes também evoluíram
e passaram a ser usados na Cavaleiros
educação.
De acordo com a produtora da Yamato
Comunicações e Eventos, Adriana Ribeiro, os animes são responsáveis por grande parte do consumo de DVDs e outros
produtos entre o público jovem, além de
serem grandes fonte de conhecimento e
informação. “Os animes de hoje são muito educativos porque estão preocupados
em formar opinião nos espectadores.
Muitos deles têm um cunho psicológico
que busca mostrar problemas sociais
e as formas para resolvê-los”, afirma
Adriana.
Dentre os desenhos mais modernos, os
Thundercats, os Cavaleiros do Zodíaco e
o Digimon sempre foram os mais assistidos e favoritos das crianças.
O técnico em informática Thiago Machado explica que os animes fizeram
parte da infância dele e, hoje, ainda, fazem o papel de ocupar o tempo livre entre um trabalho e outro. “Assisto animes
e desenhos desde meus cinco anos de
idade, mas meus preferidos continuam
sendo os mais antigos: os Cavaleiros do
Zodíaco, Thundercats e Elfen Lied. Eles
do Zodíaco faz sucesso com as crianças
marcaram a infância e adolescência de
muita gente”, contou Thiago.
Muitos dos animes produzidos atualmente possuem caráter de formar opinião e conceitos nos jovens. Um exemplo
desses animes é Avatar. A lenda de Ang
que conta a história de um adolescente
que tem que salvar o mundo com seus poderes de controlar os quatro elementos
naturais. Durante a jornada para dominar todos os poderes, o jovem passa por
diversas fazes da vida: descobre o amor,
aprende a ser responsável pelos atos e
luta pela sobrevivência dos amigos. Mais
do que entreter, esse anime traz a mensagem de que o ser humano deve unir forças para salvar o mundo da depredação
da natureza.
Para as adolescentes Ana Luiza Saad,
16, e Carol Magalhães, 17, assistir animes
faz parte da rotina diária. “Assisto animes
todos os dias depois que chego da escola.
Prefiro os de garotas, como o Vocaloids.
Acho muito interessante a produção e a
qualidade da história e das imagens”, relata Ana Luiza.
acordo com a
organizadora do
Atsuicon, Adriana Ribeiro, mais
de 500 jovens
passaram pelo
Atsuicon. “Dessa
vez o evento superou e muito as
nossas expectativas de público”,
disse.
Para os amigos
Felipe Renalt, 18,
e Nicoly Brun,14,
o Atsuicon foi
muito divertido
e
importante.
A arte do Cosplayer no Atsuicon
“Gostei
muito
desse evento. A
organização estava legal. Nós 22 anos. Ela já participou de
gostamos de vir só para ver- sete eventos como cosplayer
mos tudo mesmo. Somos fãs e já faturou vários troféus de
de animes, mangás e tudo que melhor cosplay do evento.
vem do Japão”, relatou Nicoly “Eu mesma faço minhas rouBrun.
pas para participar dos evenOutra fã de animes e cosplay tos. Gosto muito de animes e
é a jovem Dany Alvarenga, mangás”, afirmou.
A força dos mangás
Os quadrinhos japoneses en- ficando cada vez mais bem elacantam pela beleza plástica e, borados. “As histórias que eu
também, pelas boas histórias que acompanho são muito bem conssão contadas nas páginas das re- truídas. Gosto de Naruto, Full Mevistinhas. Os Mangás são histórias tal Alchemist e One Piece. Gosto
em quadrinhos que surgiram no de como os personagens são bem
Japão no início do século XX com estruturados. Os textos dos manintuito de aumentar o índice de gás se equiparam a muitos livros
de ficção”.
leitura entre os jovens.
No Brasil a popularidade dos
A ordem de leitura de um manquadrinhos
japoneses está ligada
gá japonês é a inversa da ocidendiretamente
à grande quantidatal, ou seja, inicia-se da página da
direita para a página da esquerda. de de japoneses e descendentes
Alguns quadrinhos que são pu- residentes no País. Na década de
blicados fora do Japão possuem a 60, alguns desenhistas já produconfiguração habitual do ociden- ziam os primeiros desenhos bate, como acontece aqui no Brasil seados nas produções do Japão.
com muitas histórias traduzidas. Já no início da década de 90 foAlém disso, o conteúdo é impres- ram lançadas revistas em quaso em preto e branco na maioria drinhos licenciadas das séries
dos quadrinhos, contendo algu- Jaspion, Maskman, Changeman,
mas páginas coloridas, geralmen- Spielvan. Contudo o grande marco da publicação de mangás no
te no início dos capítulos.
De acordo com o organizador Brasil aconteceu no ano 2000
do grupo de leitura de mangás com o lançamento dos títulos Sado Espírito Santo, Thiago Da- murai X, Dragon Ball e Cavaleiros
ros, o número de
jovens que gostam
de ler as histórias
em quadrinhos está
aumentando muito
no Estado. “Quando
começamos as atividades do grupo
éramos dez pessoas.
Agora, somos quase 100 integrantes”,
contou Thiago.
Para Juliano Soares, leitor de mangás, as histórias
Os animes são fontes de conhecimento
dos desenhos estão
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Internet/Divulgação
Victor Moronari (6° Per.)
[email protected]
Victor Moronari
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CULTURA ORIENTAL
Fotos: Beatriz Dessaune
‘Xing ling’ em
terras capixabas
A culinária oriental ganha espaço
na gastronomia do Espírito Santo e
cada vez mais agrada o paladar do
povo capixaba
Beatriz Dessaune (4º Per.)
ponês, algo distinto em
relação ao outro estado. “Por conta dessa caO cenário da culinária no Espírito rência mergulhei nesse
Santo cada vez mais se encontra em projeto (Sushimar). Fui
expansão, principalmente quanto à certa de que o mercado
culinária oriental. Nos últimos anos estava ao meu favor”,
houve um aumento no número de disse a empresária.
restaurantes de comida japonesa na
Consumidora
freGrande Vitória. A ascensão dessa cul- quente de comida japotura na culinária cada vez mais agrada nesa, a universitária La- O trabalho dos sushimans é fundamental para a ascensão da comida japonesa no Estado
o paladar dos capixabas, fazendo com rissa Paulino conta que
que nasçam novos fãs.
o alimento que acredita
Morando em Vitória há dois anos, ser de mais destaque
o sushiman pernambucano Adria- na culinária oriental é
no Ferreira diz que a decoração dos o sashimi de salmão.
pratos da culinária japonesa foi o que “Além de ser bem leve,
Os alimentos utilizados para o plo claro de alimento não saudável é
mais lhe chamou a atenção de princí- possui um gosto bem
preparo de pratos da culinária o famoso Hot Philadelphia, que é um
pio, levando-o rumo à profissão que diferente de tudo que já
oriental são conhecidos como sushi empanado e frito. Ele é feito de
escolheu. Apesar da ascensão da culi- comi”, disse a estudante. Em relação grandes aliados na saúde. De acordo salmão, cream cheese e cebolinha.
nária oriental, Adriano contou que o aos restaurantes de comida japonesa com a nutricionista Patricia Pereira,
A preparação dos alimentos é um
mercado de trabalho dos sushimen no da Grande Vitória, a mesma destacou pratos como sushi, sashimi, yakissoba ponto muito importante em relação à
Estado está fraco. “O Estado é muito Yahoo, Kabuki e Sushimar.
são saudáveis, desde que sejam con- saúde. O funcionário do Kabuki afirAo ser questionada se sumidos com moderação. A nutricio- ma que antes de começar a fazer o
houve alguma melhora nista explica que os peixes de modo sushi, é necessário a esterilização das
no geral em restauran- geral são riquíssimos em Ômega 3, ferramentas de trabalho, além de um
tes da cultura oriental, garantindo a redução de taxa de co- cabelo bem cortado e mãos limpas.
Larissa disse não ter lesterol total, aumento no HDL coles- Patricia Pereira reforça os malefícios
certeza, mas frisou o terol (bom colesterol) e a redução de de um mal preparo. “O ambiente sujo
crescimento da popu- lesão em atletas de alta performance. pode gerar intoxicação alimentar,
laridade. A empresária
Na visão do sushiman Adriano Fer- náusea, vômito, dores de cabeça, o
Pollyana relatou sobre reira, o sashimi de salmão se destaca que consequentemente gera danos à
o crescimento do nú- quanto à riqueza de nutrientes entre nossa saúde”, afirma a nutricionista.
mero dos restaurantes os outros pratos da culinános últimos três anos, ria japonesa. Patricia Pemas acredita que ocor- reira reforça que todos os
rerá uma desaceleração pratos a base de proteína,
por conta da saturação carboidrato em quantidado mercado.
de moderada, legumes e
A proprietária do verduras são consideraSushimar garante que dos adequados para uma
os pratos feitos com alimentação balanceada e
salmão são os que mais rica em nutrientes.
Pollyanna Braconi comanda o Sushimar há 13 anos fazem sucesso no estaA nutricionista também
belecimento. O sushi- chama atenção para os
carente em termo de sushiman. Tem man Adriano contou que no Kabuki exageros. “Os pratos feitos
muito aprendiz trabalhando na culi- os combinados são os favoritos da com peixe devem de prenária japonesa”, afirma o funcionário clientela. O restaurante Sushimar fica ferência ter um controle
do Kabuki.
na Rua João da Cruz, nº 370, na Praia na quantidade de molho
Há 13 anos, quando chegou do Rio do Canto, Vitória. Já o restaurante Ka- shoyo (que é rico em sal e
de Janeiro, a proprietária do Sushi- buki se encontra na Avenida Anísio tem sushi alto valor calómar, Pollyanna Braconi, viu que Vitó- Fernandes Coelho, nº 1850, em Jar- rico), e não devem ser friO sushi de salmão é rico em ômega 3
ria só contava com um restaurante ja- dim da Penha, também na Capital.
tos”, afirma Patricia. [email protected]
Para uma boa saúde
Velha guarda da culinária
O restaurante Kokeshi ficou conhecido com um
dos poucos destinados à cultura japonesa no Estado. Nesse estabelecimento, em plena Rua da Lama,
em Jardim da Penha, Vitória, é que a família Ishihara
se ergueu e viu o negócio ser um sucesso entre os
capixabas. No auge, o restaurante ficava com fila de
espera e não reserva lugares, tamanho era a procura
pelos pratos oferecidos pela casa. O Kokeshi fechou
as portas em 2009.
O nissei Ricardo Ishihara, filho do senhor que
iniciou a história do restaurante, lembra de como
o Kokeshi agradava o público. “O Kokeshi veio em
uma época que a comida oriental estava começando
a agradar o paladar do brasileiro. Por conta disso foi
bastante procurado”, relembrou Ricardo Ishihara.
Questionado se o Kokeshi contribuiu para a meTendências
Tendências
lhora do cenário da culinária oriental na época em
que surgiu, o mesmo crê que houve e acredita que a
família foi o principal ingrediente para o sucesso do
restaurante, principalmente, no sentido de prosseguir com o negócio. Ricardo afirma que, entre tantos
pratos da cultura oriental, o yakissoba fez sucesso
no restaurante.
Em outro bairro da Capital, o Minê, além de ser
da “velha guarda” dos restaurantes de culinária
oriental, também fez e, ainda, faz sucesso entre os
apreciadores da boa comida japonesa. Desde 1989,
o casal Kato (Sonia Mari e Jorge) oferece pratos que
vão desde famoso teppanyaki de lula com legumes
grelhados até combinados. O restaurante se encontra na Avenida Desembargador Dermeval Lyrio, nº
56, na Mata da Praia.
Restaurantes nas
redes sociais
Além de inovarem quanto a culinária do Espírito Santo,os restaurantes da cultura oriental também encontraram um modo de se inovar por meio das redes sociais. Por meio do
Facebook e do Twitter, os restaurantes, além
de anunciar cardápios, preços e as promoções
do dia, realizam sorteio de prêmios como
combinados. Restaurantes como o Kabuki
e Sushimar, além fazer sorteio de prêmios e
informar tudo sobre o restaurante, publicam
curiosidades que vão desde objetos com o
tema da culinária japonesa até dados nutricionais baseados em pesquisas.
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CIDADANIA
Arquivo Pessoal/Amor e Compaixão
Ações de amor
ao próximo...
Projeto social “Amor e Compaixão” busca
por meio do voluntariado promover
assistência social a famílias em situação de
vulnerabilidade social. Já o projeto “Fé
em Ação” ajuda pessoas carentes a se
qualificarem para o mercado de trabalho
Milena Scarpati
O grupo “Amor e Compaixão” ajuda famílias desamparadas
Projeto Popular
Com aulas de
[email protected]
balé,
taekwonMilena Scarpati (6° Per.)
do
e
pintura,
o
[email protected]
“Projeto Popular”
trabalha
O projeto social “Amor e
com
crianças
e
Compaixão” foi criado com
jovens
que
deo intuito de ajudar pessoas
sejam praticar
carentes e com o objetivo
esportes e não
de mobilizar voluntários
têm condições
para efetuar ações que demonstrem o amor ao próAulas de balé no “Projeto Popular” financeiras para
isso. O Projeto
ximo. Tudo começou a partir da ideia de um grupo de social, como em casos de começou o trabalho há cinco meses e a ideia surgiu
pessoas que ficaram sensi- miséria e enchentes.
bilizadas com as enchentes
Já o “Mutirão do Amor” por causa de uma vontade
que aconteceram no Rio de visa promover um dia intei- pessoal do diretor do ProjeJaneiro e no Espírito Santo. ro de serviços a uma comu- to Fernando Rodrigues, que
Com isso, elas se programa- nidade carente, bem como sempre gostou de artes marram e a partir de doações o voluntariado. Dentre os ciais e sempre teve vontade
ajudaram as famílias afeta- serviços oferecidos estão o de ensinar outras pessoas.
Fernando contou com a
das.
atendimento médico, afeO “Amor e Compaixão” é rição de glicemia e pressão ajuda do líder comunitário
uma instituição sem fins arterial, assistência jurídi- do bairro Tabuazeiro, em
lucrativos que promove as- ca, recreação infantil, bazar, Vitória, e conseguiu um essistência social a famílias prevenção da saúde bucal e paço no centro comunitário do bairro para realizar
em situação de vulnerabili- oficinas de artesanato.
todas as aulas. “O espaço é
dade social. “Nosso objetivo
meio improvisado, mas nos
é promover a assistência Qualificação
social a essas pessoas, viHá também o projeto “Fé ajuda muito, pois não temos
sando à garantia de direitos em Ação”, que promove a
sociais básicos e ao fortale- qualificação
profissional
cimento da sociedade civil. com o aprendizado de uma
O nosso público alvo são nova profissão e, conseos moradores da Grande quentemente, a capacidade
Maruípe, pois estão mais do individuo gerar sua própróximos de nós”, conta a pria renda. Atualmente, esse
assistente social Ana Paula projeto conta com o curso
Formado por uma equiCorreia Alberto.
pe de 13 jovens, o Rotaract
básico de cabeleireiro e o
As famílias ajudadas po- curso de bombom. Esse proClub Ilha do Mel, Entidade
dem contar com vários pro- jeto já formou 40 cabeleireijovem no Espírito Santo
jetos. O primeiro é o “Ações ras e 20 pessoas que fazem
focada em servir a comunide Socorro”. Nele são feitas bombons. “Temos também
dade, ampliando as capacidoações de alimentos, rou- voluntários para os cursos
dades de liderança em grupas e outro itens de primei- de padaria, manicure, pepos, vem se destacado pelas
ra necessidade para socor- dicure, estética, artesanato,
ações. Fundado em 2007, o
rer pessoas em situação de informática e culinária”, coClub tem integrantes disextrema
vulnerabilidade menta Ana Paula.
postos a ajudar o próximo.
Os projetos movidos por
eles já alcançaram centenas
de pessoas.
O voluntariado é um dos
focos. No Ilha do Mel, as
ações são em prol dos mais
necessitados. As estratégias
são voltadas para o engajamento com a sociedade.
Dedicação, força de vontade, coragem para encarar
desafios e responsabilidade
são metas diárias que esses
jovens buscam alcançar. A
maioria trabalha, faz faculdade e cursos profissionalizantes e, ainda, consegue
tempo para as reuniões seTaekwondo. Fernando Rodrigues ensina artes marciais
Mariane Pereira (6° Per.)
condições de arcar com as
despesas de um local. Tudo
que conquistamos foi doado, mas, ainda, precisamos
de muitas coisas”, disse.
Para Raquel da Cunha
Mendonça, mãe de Vitor e
Lara Mendonça, participantes do Projeto, esse projeto
foi a melhor coisa que aconteceu na vida dos filhos. “Eu
coloquei eles no projeto desde o primeiro dia. Eu sempre quis matriculá-los em
algum esporte, mas nunca
tive condições. A Lara faz as
aulas de taekwondo e balé.
Já o Vitor a de taekwondo. Já
notei muita diferença neles.
Eles estão mais desenvolvidos”, contou.
Todas as pessoas que trabalham no Projeto Social
são voluntários e, segundo
eles, a realização de poder
ajudar pessoas sem condições financeiras a ter acesso
a essas atividades é muito
grande. “É muito gratificante você ver as crianças
aprendendo e se interessando por algo que você ensina.
Não tem dinheiro que pague
a realização que é ensinar
essas crianças”, destaca a
professora de balé Jéssica
Real.
Jéssica sempre teve vontade de trabalhar coma dança,
mas nunca teve o apoio dos
pais, pois segundo eles isso
não dava muito dinheiro.
Por causa disso, ela acabou
tendo que procurar outra
profissão. “Hoje, eu curso arquitetura, mas sempre quis
dar aula de dança. Como
meus pais não me apoiavam
tive que encontrar uma profissão, mas sou apaixonada
por isso”, destaca.
Ao ser convidada por Fernando para dar aula de dança, Jéssica não pensou duas
vezes e aceitou. “Esperei por
isso a vida toda. Esse sempre foi o meu sonho. Sei que
não é um trabalho que gera
renda, mas é muito gratificante”, disse.
manais e visitas nas associações e ONG´s que apóiam.
Segundo a diretora do
Club, Juliana Farias, o objetivo do grupo é alinhar
a questão do empreendorismo ao apelo social.
“Quando surge uma nova
ideia e queremos colocála em prática, cada um de
nós tem uma função. Uma
parte cuida da divulgação,
a outra cuida do setor de
comunicação, tesouraria e
vamos montando a nossa
organização para tudo sair
como o esperado. Tentamos
sempre fazer e colocar em
prática os nossos projetos
com muito amor e muita
esperança, porque através
deles algo irá melhorar nas
vidas de cada indivíduo que
ajudamos. Trabalhar no social é ser multiplicador o
tempo todo. Queremos ver
mudanças”, destacou.
Uma das iniciativas recentes da equipe beneficiou o
Asilo dos Idosos de Vitória,
localizado na Ilha de Monte
Belo. Durante dois meses,
os esforços e planos dos integrantes estavam voltados
para a campanha de arrecadação de alimentos, materiais de higiene pessoal e
roupas. Com as divulgações
nas redes sociais a causa foi
passada à frente. No total,
mais de 100 idosos foram
beneficiados.
Outra ação foi o Projeto
“Livros Encantados” é outra
ação de destaque dos rotaractianos do Ilha do Mel. A
primeira edição foi realizada em 2010. Em 2011, o
sucesso foi maior. Os sócios
arrecadaram cerca de 400
livros. Os materiais foram
divididos entre três Associações da Grande Vitória:
a Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (ACACCI-ES), Biblioteca Municipal
de Vila Velha e a Obra Social
Nossa Senhora das Graças.
Milena Scarpati
Grupo faz a diferença
em ações sociais
Tendências
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa
COMPORTAMENTO
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Para a vida toda?
Fotos: Thaís Tonini
O tempo que dura o casamento é a principal diferença das pessoas que
casaram no século passado para os dias atuais. Respeito, confiança,
paciência são ingredientes para manter vivo o amor e o relacionamento
Fabiana Nunes (6° Per.)
[email protected]
Thaís Tonini (6° Per.)
[email protected]
“Com quatro filhos,
e sabia que não iria me
como o nosso relacioseparar nunca, porque
namento poderia cair
quando juramos dianna rotina?”, brinca.
te de Deus o “até que
Para a Igreja, um bom
a morte nos separe”
casamento é aquele que
temos que cumprir”,
Há quem diga que não,
está baseado na palaafirma.
mas os casamentos de antivra de Deus e em seus
O casal diz não existir
gamente são diferentes dos
ensinamentos. Para o
um segredo para mancasamentos de hoje. O que
Diácono José Roberto
ter
um
matrimônio
difere um do outro é, princiPedrini, o casamento
duradouro
e
feliz,
mas
palmente, o tempo de durarepresenta tudo e a hocontam que o respeito,
ção. Antes o casal dizia sim
nestidade, o respeito, a
a fidelidade e a paciênno altar na intenção de nunpaciência, a fidelidade
cia devem fazer parte
ca mais se separar. Hoje, há Duradouro
e a humildade são imNo caso de dona Sueli da do dia a dia. “Todo caaqueles que duram apenas
portantes
no relacionasal
briga,
mas
temos
Penha
Rosa
não
foi
assim.
dois dias como foi o caso da
mento a dois.
cantora Britney Spears com Casada há 26 anos com o que saber a hora de rePara a psicóloga Kao amigo de infância Jason pedreiro Julmar Cloves, ela conhecer nossos prórina Ferreira, 25, a diAlexander, em 2004. Essa diz que o casamento é algo prios erros para consituação é muito comum na valioso. “Casei com 19 anos seguir levar uma vida a Telma Permanhane provando o vestido ferença no casamento
está na figura da mudois’’, finaliza a dona
vida dos famosos.
lher. “Antes a figura da
de
casa.
A banalidade existente
moça. A partir daí, começava mulher se remetia à mãe de
na união entre os casais
família, ao marido e ao filho.
Centro de Vitória
uma linda história.
é notável e a tradição foi
O Centro de Vitória foi o
O namoro começou logo O “ser mulher” era deixado
se perdendo com o tempalco do primeiro encon- no primeiro encontro oficial de lado. Atualmente, a sociepo. Os motivos para levar
tro
de uma história que e, após três anos de relacio- dade mudou. A mulher tenta
a separação são vários:
rende
50 anos de compa- namento, o casamento acon- cada vez mais equiparar-se
uma traição, o fato de com
nheirismo. Danilo e Mar- teceu. Pais de quatro filhos ao homem, buscando a chapassar do tempo acabar
garida se conheceram e avós de sete netos, o casal mada “igualdade”. Com esse
aquele amor que existia
após uma missa. Danilo acredita que os ingredientes individualismo, talvez seja
antes, a rotina, a falta de
logo demonstrou interes- que constituem a formula de mais fácil se “desfazer” de
respeito e confiança, ense pela jovem Margarida. um casamento duradouro é algo que passa a não ser tão
tre outros.
Após alguns minutos de a tolerância, a paciência e prazeroso, no caso, um casaA vida conjugal da esconversa, o rapaz pediu o respeito. Para Margarida, mento. Por isso a separação”,
tudante Kassia Tomaz,
20, começou cedo. Ela foi Sueli e Julmar: casados há 26 anos para encontrar-ser com a os filhos também ajudaram. afirma.
morar com o ex-marido com
apenas 13 anos, perdendo
um pouco da inocência que
uma adolescente deveria
ter e foi amadurecendo conforme os problemas foram
surgindo. A relação que no
início era eufórica, com o
passar do tempo foi perdendo a empolgação. Recentemente, o casal se separou. O
motivo: a infidelidade.
Noivas do Parque Moscoso
Tradicionalmente
co- acontecer o casamento”,
nhecido por abrigar um explica karoline.
complexo de lojas direcioSegundo a consultora,
nadas a vestidos de noivas as celebridades também
e artigos para casamento, influenciam algumas noio Parque Moscoso é pal- vas na hora de escolher o
co de muitas histórias. vestido.
Para quem não conhece,
A bancária Márcia Gono Parque está localizado çalves, 35, veio de Brejetuno centro da cidade de Vi- ba, interior do Estado, para
tória, próximo ao palácio escolher o vestido. A noiva
Anchieta.
escolheu o Parque pela vaMulheres de todos os lu- riedade de modelos que as
gares do Estado visitam as lojas oferecem. Após válojas distribuídas aos redo- rias provas, a bancária ainres do Parque para encon- da não decidiu o modelo
trar o vestido dos sonhos. que irá usar no grande dia.
Pedras, brilhos, caudas “Tenho em mente dois moenormes, do simples ao delos: Um mais evasê e um
mais sofisticado, inúmeras bem justinho. São tantas as
opções que satisfaz o de- opções, que estou confusa”,
sejo das noivas, que têm o complementa Márcia.
local como referência para
Telma Permanhane,41,
escolher o vestido de casa- decidiu oficializar o casamento.
mento na igreja após 14
A consultora de venda anos morando com o mariKaroline Zanelato
trabalha em uma
das lojas mais conceituadas em vestidos para noiva do
Estado e conta que
não existe moda
para
casamento,
mas algumas tendências. “Não existe um modelo específico. A escolha
vai de acordo com
o perfil da noiva, a
tendência do ano
O casamento é a realização do
e o mês em que vai
Tendências
do Fernando. Extrovertida,
Telma fazia a última prova do vestido. “No dia do
meu casamento quero me
sentir uma princesa”, afirma. Já Geruza Rezende, 34,
optou por uma cerimônia
descontraída. A professora
irá oficializar a união em
um sítio. “Gosto de coisas
simples e descontraídas.
Realizar uma cerimônia às
17 horas me proporciona
isso”, conta.
História
Segundo as histórias
contadas pelas donas e
vendedoras das lojas,
tudo começou no Parque
Moscoso com a quase extinta “Rosimere Noivas. O
estabelecimento foi o primeiro no ramo de vestidos
para casamento na região
do Parque Moscoso e passou de pai para
filho. Hoje, a “Rosimere Noivas”
já não pertence à
família que a fundou. O estabelecimento fica em
um sobradinho
e está vendendo
os últimos vestidos que restam
na coleção. Atualmente, mais de
20 lojas direcionam-se ao ramo
sonho
de noivas.
Sim, eu
aceito!
A espera pelo casamento faz com que a ansiedade tome conta das pessoas, não só dos noivos, mas,
também, de todos que os
cercam. Cerimonialista,
vestido, terno, igreja, doces, bolo, fotógrafo... essas
são só algumas das pre- Camila namora Wilder há 5 anos
ocupações para tudo ser
perfeito no grande dia. Então.. da onde estarão presentes toLá vem a noiva... véu, grinalda, das as pessoas que amo”, conta
príncipe encantado e Final Fe- a jovem.
liz! Atire o buquê a mulher que
Para a Psicóloga Kiara Fernunca sonhou com isso! Toda reia, um casamento saudável
garota sonha em se casar. O de- está respaldado na individuasejo de passar o resto da vida ao lidade de cada um. “Não existe
lado de quem se ama faz a futu- uma fórmula a seguir para se
ra noiva idealizar o casamento ter um “relacionamento de sudesde muito cedo.
cesso”. O casal deve respeitar o
Muitas começam a planejar a espaço um do outro”, afirma.
tão sonhada data um ano antes.
A recém-casada Noelli SaNada pode dar errado. A jovem grillo relata que o casamento
Camila Bromonschenkel, 21, dela foi às presas. Cuidando
namora Wilder há cinco. O pe- do pai doente, a advogada não
dido de noivado ainda não foi teve tempo para nada. “Semfeito, mas o casal já faz planos. pre tive o sonho de casar, mas
Quando o assunto é casamento, com a correria do dia a dia, peCamila se empolga. Segundo a quenos detalhes do meu casamoça, a música para a entrada, mento foram escolhidas de úlos padrinhos, damas de honra tima hora. Eu só experimentei
e o modelo do vestido já está os salgadinhos, por exemplo,
decidido. “Sonho em entrar na durante a festa. Na ida para o
igreja usando vestido branco, cerimonial, não acreditava que
um véu enorme e conduzida estava vestida de noiva e iria
pelo meu pai. Ter uma festa lin- me casar”, conta.
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa
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COTIDIANO
Cenas do Cotidiano
Camila Lenk (4° Per.)
[email protected]
Tendências
É um tanto démodé falar de jovialidade nos dias de hoje. Tsc. Com
tantas “máquinas do futuro”– já inseridas no presente -, que tiram aqui,
colocam ali, aumentam do outro. E
acolá.
Muito se vê eternizar a juventude
em peles prosaicas. Mas, sabe de uma
coisa, a velhice me encanta. Tudo que
não é de verdade espanta.
Mas, não é só sobre o começo do fim
que quero falar. Depois de fotografar
o cotidiano andei pensando muito
sobre o nascimento, os caminhos
percorridos durante o meio tempo
entre vida e morte, sobre amores,
ilusões, perdições. Mais tardar, sobre
a partida.
Desapontando Carlos Drummond
de Andrade quando disse que “escrever é cortar palavras”, disserto aqui
sobre o sentimento de observar em
minúcias as cenas do cotidiano. Mais
que isso, registrá-las em doces fotografias revertidas em emoção.
Andando pelas ruas do interior paulista, observei uma senhora, de olhar
triste, pele afaga, suspiros fortes, voz
rouca e mãos trêmulas. Ela falava sozinha. Dizia para alguém até então,
invisível, ser a notável, pelo menos,
pra nós, normais chatos. Bem, o que
importa, é que pra ela, aquele sujeito
existia. “Olha, como você vai embora
e me deixa?” Ela dizia apontando pro
“nada” que sentava ao lado dela. “Escuta, você roubou meus bens e, hoje,
eu to aqui. Sozinha”.
O caboclo invisível por nada aparecia. Ele estava lá, no seu imaginário
tão congestionado de decepções insolentes. Vendo essa cena, lembreime de uma frase de um tal louco, o
Bispo do Rosário, que proferia: “Os
loucos são como beija-flores. Nunca
pousam. Estão sempre a dois metros
do chão.”
Ao me aproximar, a senhora apaziguava. Olhava torto. Pensei: Melhor apenas fotografá-la. Era a hora
de conter o espírito do jornalismosolidário. É, me deu vontade de sentar do lado dela e ouvir sua história.
Ajudar. Pedi um flash. Ela disse que
sim. Mas, nada de pose, exigiu. Registrei ali um sentimento que jamais
será transferido em palavras. E hoje,
ao olhar para a fotografia, vi ali, o tal
sujeito danado, que fugiu e a deixou
pra sempre solitária. Imaginei: quem
não tem uma ferida – invisível - no
coração?
Andei mais adiante, avistei um
homem pegando no colo um menino que corria em direção as ruas do
Centro. Vi ali um cuidado diferente.
Aproximei. Coincidência (e sorte!) do
destino, descobri ali naquele instante
toda uma história de vida. Havia ali
uns conhecidos. “Como está? A mãe
nunca mais voltou mesmo?” “Não
voltou. Cuido sozinho há 8 meses. E
o ‘bichinho é levado, viu? Mas é meu
cristal”. Eu precisava fazer um “pra
sempre” daquele momento. Fotografei – sem perceber - o pai vestindo o
filho com uma blusa de frio cor vermelha. Vermelho de amor. Acho que
essa cena resume todo cuidado, afeto
e compreensão desse sábio homem.
Palavras a mais são desnecessárias.
Depois da foto, tive vontade conversar com o pai, descobrir mais a
respeito. Contar aquela história pra
todo mundo.
Enxerguei a liberdade ao registrar
uma criança que distribuía lentilha
aos pombos. Saboreavam-se e voa-
vam. Pra perto e pra longe. Isso me
fez lembrar de uma crônica que escrevi cujo título era: “Engaiolados”.
Eu dizia que não entendia as pessoas
que viviam com a gaiola, digo, o coração, fechado. E complementava que
precisamos sim, das nossas particularidades. E também do momento solitário. Só nosso. Pra poder sentar na
areia da praia sem ninguém por perto. Olhar pro céu e pensar em nada.
Precisamos sim, de saber conviver
com nosso “eu” sem enlouquecer.
Aprender a suportar a nossa própria
solidão. Mas no final das contas, ter
alguém que nos liberte de nós mesmos pode ser encantador.
Tsc. É que tenho aversão a pessoas
que se recusam a amar, por medo ou
por covardia. O Medo pelo menos reage, mesmo que ofuscado e receoso.
A Covardia tem essa maneira só dela
de dar um passo e voltar. De voar sem
cair. De aterrissar e não sair do lugar.
Não gosto de gaiolas fechadas.
Odeio tudo que engaiola o vento e
o sentimento. Desde pequena dizia
que queria viver numa gaiola aberta.
Uma gaiola que caiba dois. Uma gaiola com a placa: “Seja livre, mas volte
sempre que quiser”.
- Ora, a liberdade é meu refúgio.
Mas o amor é quem acorrenta!
Aí lembrei-me do Dia dos Namorados. Da foto que eu perdi porque
estava dentro do ônibus e, antes que
eu terminasse de abrir a bolsa pra
pegar a câmera, já estava a 10 metros de distância da cena. A menina
aparentava ter uns 15 anos, tinha cabelos encaracolados brilhantes. Saiu
do ônibus e lá estava seu amor lhe
esperando com um buquê de flores e
um presente embrulhado com papel
seda. A menina recebeu carinhosamente o embrulho. Mas, olhou para
os lados com face de timidez. Imagino que também tenha sentido uma
certa vergonha alheia do namorado.
As pessoas que passavam ali riam.
Nos dias de hoje, declarações explícitas e simples num ponto de ônibus, por exemplo, são um tanto desqualificadas diante dos efeitos das
redes sociais. Bobinhos, não sabem
a delícia que é a paixão. Ficamos enfeitiçados. É uma droga alucinógena.
Fazemos coisas que não faríamos se
estivéssemos sóbrios.
Tsc. Se eu parasse pra contar a história de cada fotografia, ficaria dias a
fio explicitando-as. Mas deixe que as
imagens – agora eternizadas – falem
por si só.
Ainda estou no passeio. Da vida.
Por enquanto, tudo caminha “normal”. Sem incidentes. Engraçado
como não existe ordem cronológica
pra essas coisas. Amanhã, posso sofrer um acidente e me aproximar da
partida. Mas ao me recuperar, posso
dizer que renasci. Tsc.
Hoje, aos 19 anos, me vejo tropeçando nos meus próprios pés, cheia
de perguntas, seguindo procurando respostas. Outrora, deixando pra
lá algumas incógnitas. Às vezes, me
sinto meio perdida, bagunçada, sem
sentido. Como este texto para alguns.
O que me acalenta é pensar que almas preparadas entenderão. Tsc,
mas aos 50, espero estar ainda tropeçando nos meus pés, com muito
mais perguntas, de preferência sem
respostas. Todos os dias vou nascer
de novo até o dia em que eu morrer. E
o renascimento será de fora pra dentro, em outro gênero e espaço. Pensei
nisso ao fotografar uma criança dentro de uma reprodução de uma casca
de ovo de dinossauro num parque.
Fotos: Camila Lenk
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa
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