Informação e Representação de PME Projecto nº 17068 - AAC nº 01/SIAC/2010 DL 1.2-1-001 Informação e Representação de PME Projecto SIAC nº 17068 Deliverable N.º: DL 1.2-1-001 Tarefa: T 1.2 Nome do Deliverable Manufactura – visão geral Nome da Tarefa 1.2 - Reporting tecnológico Data do documento: 01-11-2013 Mês de entrega M 21 Autores Sérgio Oliveira (PEM) Nuno Cunha (AAV) Nível de disseminação (PU = público, RE = restrito aos participantes, CO = PU/RE/CO/PO confidencial, PO = apenas para o POFC/QREN) Projecto Co-Financiado pelo QREN e pela União Europeia, Fundo de Desenvolvimento Regional Informação e Representação de PME Projecto nº 17068 - AAC nº 01/SIAC/2010 DL 2.1-1-001 Indíce Introdução .................................................................................................... 3 Visão Geral ................................................................................................... 4 Estratégia Europeia ..................................................................................... 8 Referências................................................................................................. 11 Página 2/12 Informação e Representação de PME Projecto nº 17068 - AAC nº 01/SIAC/2010 DL 2.1-1-001 Introdução O objectivo do presente relatório é a análise das oportunidades de inovação e negócio relacionados com um conjunto de tecnologias utilizadas na área de manufactura e frequentemente referidas como Advanced Manufacturing. Estas tecnologias fazem parte da New Manufacturing Economy, uma renascença da manufactura baseada em tecnologias frequentemente associadas com a New Economy ou seja a economia pós-industrial. Apresentamos primeiro o contexto geral, tecnológico bem como económico-político e posteriormente, em relatórios subsequentes, discutimos algumas das tecnologias mais promissoras. As tecnologias analisadas neste contexto são Manufactura aditiva (3D printing), Internet of Things e comunicação Machine2Machine (M2M) e Tecnologias de automatização. Nem todas estas tecnologias são novas, M2M por exemplo, mas também muitas das tecnologias de automatização (CNC, CAD, robótica industrial) são já conhecidas e usadas há muitos anos. Combinadas com novas tecnologias, tais como redes de sensores sem fios ou a manufactura aditiva, mudam o papel que têm no processo da manufactura. A análise das oportunidades foca-se, mas não se limita, a PMEs. Estas tecnologias são interessantes na medida em que permitem a entrada no mercado, sem grandes investimentos em máquinas e outras instalações industriais. De facto, esta possibilidade é mesmo uma das características do que é “novo” na New Manufacturing Economy: trata-se tipicamente de tecnologias “leves” com base em ICT e serviços. Página 3/12 Informação e Representação de PME Projecto nº 17068 - AAC nº 01/SIAC/2010 DL 2.1-1-001 Visão Geral Nos anos setenta, a manufactura entrou em crise nos países da Europa e da América de Norte, com impacto na indústria até hoje. As razões desta crise são múltiplas, mas os aspectos mais importantes estão relacionados com questões de eficiência e custos de mão-de-obra. Foi-se tornando cada vez mais difícil concorrer com as economias desenvolvidas e emergentes da Asia, como Japão e os mercados tigre antes da crise da Ásia e depois, China, Coreia de Sul e India, as quais apresentam custos de produção muito mais baixos do que nas economias clássicas na Europa e na América de Norte. Os acordos internacionais no processo da globalização nos anos noventa (fundação da WTO, tratado TRIPS) aceleraram este desenvolvimento bem como as reacções nos países industriais em termos da reestruturação do tecido industrial que iniciou a redução de mão-de-obra na área da manufactura. Na perspectiva política, a estratégia mais utilizada foi a reestruturação em termos da substituição da antiga indústria por serviços e novas tecnologias. Em muitos países da Europa, bem como no norte da América, a manufactura diminuiu significativamente. Estima-se que o número dos postos do trabalho na manufactura em 1979 nos EUA seria de 20M, enquanto hoje este número corresponde a 12M, ou seja, o número de postos de trabalho diminuiu 40%.1 Na Inglaterra, onde o Thatcherismo e depois, New Labour optaram por um caminho ainda mais radical, a área perdeu durante o mesmo intervalo de tempo mais de 60% dos postos de trabalho, diminuindo o sector de 6.8M para 2.5M operários.2 Estas reformas contribuíram, para a modernização e diversificação do tecido industrial e aumento da produtividade das economias desenvolvidas. No entanto a contribuição dos EUA no conjunto dos bens produzidos a nível mundial mantém-se constante há trinta anos, cerca de 22%.3 Isto significa que a produtividade do sector melhorou significativamente. Ou seja, nem os EUA nem os países da Europa conseguiram aumentar a sua parcela na produção mundial neste mesmo intervalo de tempo. Os países industrializados clássicos estão a perder terreno para as economias emergentes, em particular da Ásia e da América Latina. Segundo o índice de manufactura global da Deloitte4, nos primeiros lugares do ranking mundial encontram-se a China, India e Coreia do Sul. Ainda segundo o mesmo ranking os EUA encontram-se actualmente no quarto lugar e cairão para o quinto até 2015, abrindo espaço para o Brasil. O primeiro país europeu na lista está em oitavo lugar, a Alemanha, atrás do Brasil, Japão e México. 1 Peter Dizikes, “A manufacturing Renaissance for Amercia?”, MIT News, March 2010; a seguir referido como MIT. Aditya Chakrabortty, “Why doesn’t Britain make things anymore?” The Guardian, November 2011. 3 MIT. 4 Deloitte, “Global Manufacturing Competitiveness Index.” June, 2010 (Deloitte 2010). 2 Página 4/12 Informação e Representação de PME Projecto nº 17068 - AAC nº 01/SIAC/2010 DL 2.1-1-001 ILUSTRAÇÃO 1: ÍNDICE DE MANUFACTURA GLOBAL A redução da manufactura no tecido industrial das economias emergentes, parecia uma política sem alternativa nos anos oitenta e noventa, contudo tal redução acarreta sérios riscos, a manufactura é importante na cadeia de produção e inovação. Com a deslocalização da manufactura, Europa e os EUA estão a perder competências fundamentais nesta cadeia.5 Para Europa esta tendência é particularmente perigosa porque é na transformação de ideias para produtos, onde esta economia é particularmente fraca.6 É o dilema em que que Europa é forte a criar ideias na investigação fundamental, mas fraca na exploração das mesmas. Em outros países, incluindo os EUA, existem programas de apoio à inovação em termos de desenvolvimento de processos e tecnologia de fabricação. Na Europa, actualmente, existe pouco apoio para esta parte da cadeia da inovação. Ao mesmo tempo, a Europa está a perder capacidades de inovação em relação a outros países como os EUA, mas também Japão, China, Coreia do Sul e India. Um exemplo ilustrador da difusão de conhecimento na área da manufactura é a Huawei, uma empresa chinesa que começou nos anos oitenta como distribuidora de produtos tecnológicos importados. Nos anos noventa começou de produzir componentes de rede e telemóveis, sob licença dos produtores nos EUA, Canadá e Europa. Hoje em dia, a Huawei é um dos maiores fornecedores no mundo em redes móveis e equipamento de infra-estrutura para as mesmas, de notar que estes sectores foram dominados até há poucos anos por empresas como Ericsson, Alcatel, Nokia e Siemens. A Huawei, conseguiu subir toda a cadeia de valor nestes mercados no intervalo de vinte anos e neste processo, ganhar quota de mercado, anteriormente ocupado pela indústria europeia. 5 Rana Foroohar, Bill Saporito, “Made in the USA. Against all Odds, Manufacturing is staging a Comeback.” TIME, April 2013 (Made); vê também MIT. 6 High-Level Expert Group on Key Enabling Technologies, “Key Enabling Technologies – Final Report”, June 2011 (KET11). Página 5/12 Informação e Representação de PME Projecto nº 17068 - AAC nº 01/SIAC/2010 DL 2.1-1-001 Na óptica das empresas na área da manufactura, o êxodo dos países desenvolvidos traduz-se no outsourcing para fábricas offshore. A principal vantagem é obviamente a diferença nos custos da mão-deobra. Mas a produção offshore apresenta também ameaças, sendo a mais directa, a cópia. Empresas como a Huawei aprenderam com a manufactura que fizeram sob licença e aproveitaram o conhecimento adquirido para lançar os seus próprios produtos optimizados em termos de preço ou de qualidade. Outras desvantagens da produção offshore têm a ver com a inércia do processo.7 O transporte limita a flexibilidade para reagir a mudanças no mercado, tais como a descida ou subida de preços, mas ainda mais importante, a expectativa dos clientes. Problemática é também a gestão da cadeia de fornecedores a nível mundial. Implementar alterações implica alterações em transportes de matéria-prima, componentes e produtos em vários países do mundo. Ao mesmo tempo, a vantagem relativiza-se, uma vez que os salários e custos indirectos estão a crescer também nos países offshore como a China e a India.8 A produtividade nos países Europeus e NorteAmericanos, por outro lado, está a melhorar. Como consequência, constata-se um renascer da manufactura, fruto da estratégia política e das próprias empresas nos países industriais clássicos. Hoje em dia o offshore boom perdeu força9, ainda há fábricas offshore e ainda existem empresas que decidem transferir partes da sua produção para países com mão-de-obra mais barata, mas a tendência é a manufactura voltar para os países donde começou a sair há trinta anos. Um dos factores mais importantes para esta tendência não tem a ver com os custos da produção, mas sim com as oportunidades de novas tecnologias influirem na manufactura, estas designadas muitas das vezes por advanced manufacturing ou new manufacturing economy. Estas novas tecnologias contribuem para diminuição dos custos, mas principalmente abrem espaço para novos processos e novos modelos de negócio. A penetração de tais tecnologias na manufactura introduz uma quebra de paradigma no conceito da mesma.10 O conceito de manufactura até há pouco tempo foi caracterizado pelo aumento de competitividade através da redução dos custos. Além da economia de escala, houve sempre um foco na redução ou no uso optimizado da mão-de-obra como principal contributo nos custos. A deslocalização para países e regiões com custos de mão-de-obra mais baixos foi um elemento desta estratégia. Outra dimensão foi a automatização dos processos através de robôs industriais e através das tecnologias com base em computadores como CAD, CAE e CAM.11 O novo paradigma não aposta, em primeiro lugar, na redução dos custos – ainda que este objectivo continua de ser de significativa importância12 - mas sim em valor acrescentado. Este valor acrescentado surge em termos de high performance, customização, serviços ou novos produtos impossíveis ou difíceis de produzir sem a tecnologia relacionada com a new manufacturing economy.13 High performance é caracterizada por curto prazo de tempo até ao mercado, do desenho até à produção do produto final. Neste sentido, um contributo tecnológico é a manufactura aditiva, mais conhecida pelo termo 3D printing. Esta tecnologia consiste em máquinas relativamente pequenos e parecidos a impressoras que aplicam o material camada por camada, controlado por software que corre num computador pessoal com sistema 7 Made. Uma diagnose popular é que a China chegou ao seu Lewis Turning Point, vê discussão em baixo, secção pp. 26ff. 9 Made. 10 F. Jovane, E. Westkämper, D. Williams, „The ManuFuture Road. Towards Competitive and Sustainable High-AddingValue Manufacturing.“ Springer, 2009 (ManuFuture 2009). 11 Ver também a discussão mais detalhada pp. 22ff. 12 Deloitte 2010. 13 ManuFuture 2009. 8 Página 6/12 Informação e Representação de PME Projecto nº 17068 - AAC nº 01/SIAC/2010 DL 2.1-1-001 operativo de consumidores como MS Windows, Mac OS ou GNU Linux. A tecnologia não elimina a necessidade da engenharia de manufactura, no entanto reduz esta engenharia a problemas solucionáveis através de software com equipamento de baixo preço. Outras tecnologias com impacto na performance, seja em termos de prazo até ao mercado, seja em termos de outros aspectos como o aumento da qualidade, são os sistemas de controlo de máquinas, em particular, redes de sensores. As redes de sensores permitem o controlo e monitorização numa escala mais fina das peças em linha de produção e permitem assim alertas com mais precisão, por exemplo em caso de peças que falhem testes de qualidade. O 3D printing também facilita manufactura além da economy of scale. As impressoras 3D são muito mais baratas do que as máquinas tradicionais e, ainda mais importante, permitem um leque de configurações mais vasto. Assim, os custos da aquisição, mas também os custos para a customização deste tipo de máquinas são mais baixos. Isto permite a produção de componentes altamente especializados em pequenas quantidades e assim a redução dos custos para os clientes ou até tornar a produção de componentes rentáveis com equipamento tradicional, que simplesmente não tinham sido produzidos por razões económicas no passado. Um desenvolvimento parecido foi já introduzido pela tecnologia mais antiga de CNC (Computerised Numeric Control) em conjunto com aplicações CAD (Computer Aided Design). As máquinas CNC são fresas configuradas e controladas por software, estas são capazes de produzir uma grande variedade de peças através de reprogramação. Tal como no caso de impressoras 3D, existe software CNC que corre em computadores de utilizadores sem necessidade de hardware ou sistemas operativos especializados. Uma estratégia já clássica de valorizar produtos é acrescentar serviços. Nos EUA esta estratégia é praticada por muitos actores p. ex. na indústria automóvel. Os fabricantes de carros oferecem produtos altamente enriquecidos com base em redes de fornecedores de produtos e serviços à volta de automóveis como seguros, oficinas, serviços de navegação, etc. Esta valorização de produtos ganhou uma nova dimensão com a internet e em particular com a Internet of Things (IoT) que combina sistemas embebidos com aplicações de internet. Um exemplo típico vem da GE Energy Storage, vendedor de baterias ao nível mundial. A vantagem das baterias da GE não é o preço, mas os serviços que acompanham as baterias: sensores medem as condições das baterias e do seu âmbito. Os sensores enviam os dados medidos através de redes sem fios e da internet para os engenheiros da GE. Com isto, a GE é capaz de obter perfis de dados diferenciados sobre as condições de produtos em vários contextos de uso (Bangladeshi heat vs. Mongolian cold14). A GE aproveita desta informação para optimizar as baterias para as condições específicas do destino, mas também para fornecer dados aos clientes como esperança de vida actual da bateria, condição actual, expectativa de falhas, etc. Informação valiosa, por exemplo, para carros eléctricos, mas também para instalações industriais críticas e manutenção das mesmas. Os novos produtos estão sobretudo relacionados com novos materiais, tais como polímeros reforçados com fibras, shape memory alloys ou materiais baseados em nanotecnologia e de novo, com tecnologias relacionadas com IoT. Em relação a tecnologias baseadas na IoT, muitos tipos de produtos são possíveis. As áreas típicas de aplicação são smart living, smart environments, urban environments, assisted living, protecção de saúde, automóveis, etc. Muitos destes produtos combinam dispositivos (sensores, telemóveis, automóveis, electrodomésticos) com serviços adicionais. Existe assim, uma transição suave dos produtos melhorados com serviços mencionados acima. Os “novos” materiais como polímeros reforçados com fibras existem já há muitos anos, alguns desde o início ou meio do século passado. No entanto, nos últimos anos houve avanços na tecnologia de produção, modelagem e reciclagem deste tipo de materiais que permitem uma aplicação mais ampla dos mesmos. 14 Made Página 7/12 Informação e Representação de PME Projecto nº 17068 - AAC nº 01/SIAC/2010 DL 2.1-1-001 Projectos industriais com a dimensão do Boeing 787 e Airbus 380 demonstraram que o uso de novos materiais em grande escala é possível e rentável. Avanços na tecnologia de manufactura de novos materiais como high-pressure resin transfer molding e automated fibre placement facilitam e aceleram a produção de componentes com base em polímeros reforçados15. Experiências académicas e protótipos industriais na área de reciclagem de compósitos prometem avanços também nesta área nos próximos anos. Avanços na modelagem e na simulação também facilitam o desenho de novos materiais como ligas com várias características, particularmente o efeito térmico de memória. O último, permite a engenharia de dispositivos impossíveis sem materiais com este efeito, p. ex. actuadores com grande força e eficiência. Com hardware moderno de grande capacidade de computação e as ofertas de capacidade de computação na cloud disponíveis hoje em dia é possível modelar novos materiais segundo os requisitos do produto final com custos moderados. Esta tecnologia tem obviamente limites do ponto de vista da física dos materiais. Mas o desenho do material segundo os requisitos de um produto – ao invés do desenho através dos limites físicos do material - é uma mudança no paradigma. Nos relatórios subsequentes analisaremos com mais pormenor as tecnologias da manufactura aditiva (3D printing), IoT/M2M e da automatização industrial. Novos materiais não entram nesta análise dado que existirá outro relatório que falará sobre esta tecnologia. Estratégia Europeia A Europa está a ficar atrás da concorrência internacional, no que concerne a mercados de alta tecnologia. Tal vem acontecendo já desde os anos oitenta, quando Europa em relação aos EUA e Japão, apresentava menores números em termos de patentes tecnológicas e novos produtos no mercado. A situação agudizouse com o surgimento de novas forças económicas na Ásia, como a China, Coreia do Sul e India. O diagrama abaixo mostra as percentagens de patentes de vários países ao nível mundial no ano de 2000 (esquerda) e de 2006 (direita): Confirma-se que os países da UE ainda retêm uma quota significativa em comparação com as outras economias “clássicas”, os EUA e o Japão, no entanto esta quota diminuiu. Ao mesmo tempo, a Coreia do Sul aumentou bastante sendo já comparável com o número total das patentes de todos os países Europeus juntos. A quota da China também está a crescer, mas aparentemente de uma forma mais lenta que a Coreia do Sul. Ao mesmo tempo, a Europa é muito forte na investigação fundamental, as universidades e centros de pesquisa europeus ainda pertencem aos melhores do mundo. Foi no CERN na Suíça, que foi descoberto o 15 Klaus Ritter, “RTM advances facilitate mass production in the automotive market.” Reinforced plastics.com, 2012. Página 8/12 Informação e Representação de PME Projecto nº 17068 - AAC nº 01/SIAC/2010 DL 2.1-1-001 boson Higgs, o sucesso científico mais importante do ano 2012 segundo o jornal da American Association of the Advancement of Science. e um dos premiados com Nobel da física do mesmo ano foi o Serge Haroche do Collège de France em Paris. O que falta na Europa – o chamado dilema europeu, já referido anteriormente – é a transferência do conhecimento científico para produtos comerciais. Sendo a estagnação do número de novas patentes um sintoma deste dilema. Segundo a análise do High-Level Expert Group on Key-Enabling Technologies (KET-11), este facto é parcialmente, um problema do tecido de financiamento disponível na UE, em particular, nos programas de financiamento ao I&D, como osétimo programa-quadro (FP7) e semelhantes. Tipicamente, programas desta categoria focam-se na primeira fase do ciclo da inovação: a investigação fundamental e a invenção tecnológica. Em outros países – e particularmente nos países com economias mais inovadoras existem mais programas que apoiam as fases mais próximo da entrada no mercado. O diagrama seguinte mostra este facto nitidamente: Nos EUA bem como na Coreia do Sul, mais de 40% do financiamento é dedicado ao desenvolvimento de produtos: cerca de 30% é dedicado a investigação aplicada e menos de 25% vão para investigação fundamental. A China, neste aspecto, é ainda mais radical, dedicando só pouco mais de 10% a investigação fundamental e investindo a diferença no desenvolvimento de produtos. A estratégia nos estados-membros da UE é muito mais conservadora. Mais de um terço do financiamento é investido em investigação fundamental, quase a metade em investigação aplicada e menos de 20% em desenvolvimento de produtos. Nos programas a nível europeu esta relação é ainda mais óbvia: 80% do financiamento é dirigido a projectos com componentes de investigação fundamental e aplicada; só pouco mais de 10% é dedicado ao desenvolvimento de produtos. Em termos do ciclo da inovação (e de empresas “start-up” a implementar esta inovação), o acima exposto corresponde, nas empresas, ao fenómeno chamado “vale da morte” (valley of death). Este termo drástico refere-se ao fenómeno que muitas tecnologias (e start-ups) “morrem” numa fase depois do desenvolvimento fundamental da tecnologia e antes da entrada no mercado de um produto comerciável. Página 9/12 Informação e Representação de PME Projecto nº 17068 - AAC nº 01/SIAC/2010 DL 2.1-1-001 Uma – mas não a única - razão por este fenómeno é a dificuldade em obter capital nesta fase. A tecnologia já não se qualifica para projectos do género financiado pelo FP7, mas ainda não está suficiente madura para se qualificar para programas de venture capital ou até para empréstimos bancários. A CE em conjunto com grupos de especialistas das várias áreas (como o KET) definiu uma nova estratégia no contexto da estratégia de crescimento 2020. Esta estratégia tem impacto no delinear do sucessor dos programas FP7 e CIP que terminam em 2013, o programa Horizonte 2020. Segundo KET-11, está previsto que existam três pilares de financiamento para actividades de inovação: 1. Investigação tecnológica que corresponde à investigação fundamental e a criação de protótipos de baixo nível de prontidão de tecnologia (TRL); 2. Demonstradores de produtos que correspondem a protótipos de produtos antes da entrada no mercado, ou seja, com TRL mais elevado; 3. Manufactura competitiva que corresponde a actividades com o objectivo de estabelecer infraestrutura de produção eficiente do produto. No contexto da análise aqui apresentada o terceiro pilar é o mais interessante. A CE reconhece a importância da manufactura como veículo de lançar produtos inovadores no mercado, com isto terão oportunidades de financiamento, no contexto do programa Horizonte 2020, projectos de inovação na manufactura. Em conjunto com as novas tecnologias de manufactura, existirão oportunidades particularmente atraentes para pequenas e médias empresas. Na secção seguinte analisaremos as oportunidades de inovação tecnológica que formam uma base importante para futuras oportunidades no mercado e de financiamento Europeu. Página 10/12 Informação e Representação de PME Projecto nº 17068 - AAC nº 01/SIAC/2010 DL 2.1-1-001 Referências Chris Andersen, “In the Next Industrial Revolution, Atoms Are the New Bits”, Wired Magazine, January, 2010. Kevin Ashton, "That 'Internet of Things' Thing, in the real world things matter more than ideas". RFID Journal, June 2009. 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