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Luciana Pereira
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Rio+20 termina com boas
intenções e poucos compromissos
A
Conferência
das
Nações
Unidas
para
o
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 realizada em
junho no Rio de Janeiro terminou com saldo positivo. A
despeito da ausência dos líderes das principais
economias mundiais, que estão centrados na solução de
problemas internos como a eleição presidencial nos
Estados Unidos e a crise financeira na Europa, o
documento final da conferência foi aprovado sem
alterações pelos chefes de Estado que estiveram
presentes no evento e foi oficialmente adotado por mais
de 190 países.
O texto diz que os padrões de consumo precisam mudar
e afirma que será analisada uma maneira de arrecadar
dinheiro de diversas fontes para financiar o
desenvolvimento sustentável dos países emergentes.
Para a presidente Dilma Rousseff, aos resultados
concretos da Rio+20, soma-se um “legado intangível”,
que é a mobilização de uma nova geração no Brasil e no
mundo, em torno dos desafios da sustentabilidade.
“Assim como em 92, a conferência terá efeito
transformador nas gerações atuais e futuras”, disse no
encerramento da conferência.
O documento final do evento, no entanto, foi considerado
fraco pela sociedade civil, pois não estipula metas nem
prazos, e sim uma série de adiamentos e pedidos de
estudos. No tocante ao desenvolvimento sustentável a
expectativa era de que fossem criadas metas em áreas
centrais, como segurança alimentar, água e energia. Mas
com a preocupação política centrada na crise financeira e
nos tumultos no Oriente Médio foi difícil definir medidas
mandatórias com prazos.
Agência Brasil
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para levantar mais fundos. Para ambientalistas, os
grandes destaques da Rio+20 aconteceram nos eventos
paralelos. O principal deles foi acordo firmado pelo
grupo Climate Leadership Group (C40), formado pelos
prefeitos das principais metrópoles do mundo, onde
gestores de 59 cidades definiram que vão reduzir em
1,3 bilhão de toneladas a emissão de CO2 até 2030. O
volume representa a mesma quantidade de CO2 que
será emitida pelo México e pelo Brasil nos próximos 18
anos.
"Nosso comprometimento ajuda a enfrentar as
mudanças climáticas e a melhorar a qualidade de vida
nas nossas cidades", afirmou o líder do grupo, o prefeito
de Nova York, Michael Bloomberg. Os últimos números
do Climate Leadership Group mostram que em 2010 as
grandes cidades mundiais emitiram 1,7 bilhão de
toneladas de CO2 na atmosfera. Sem medidas efetivas
para o controle, esta quantia poderia atingir 2,3 bilhões
em 2020, e 2,9 bilhões em 2030.
Em evento realizado durante a Rio+20 na Bolsa de
Valores do Rio de Janeiro, o Green Rio, o Diretor de
Agricultura da Nestlé da Suíça, Hans Joehr, responsável
por organizar o abastecimento de matéria-prima para
todas as unidades da Nestlé, falou da importância da
educação no campo como forma de ampliar a renda do
produtor rural. “Não adianta falar de certificação se o
agricultor não tem o conhecimento básico sobre a sua
atividade. Precisamos, primeiro, ensinar o básico”, disse.
Joehr é responsável pelo treinamento de 700 mil
produtores, distribuídos em 52 países, que fornecem
para a Nestlé, leite, cacau, café e milho, entre outros
itens.
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Encontro de prefeitos do mundo inteiro
Em relação aos subsídios a combustíveis fósseis se
esperava que a conferência pudesse definir um
compromisso para que todos os países eliminassem os
subsídios a este tipo de energia. A eliminação gradual de
subsídios para combustíveis fósseis até 2020 poderia
reduzir a demanda de energia global em 5% e as
emissões de dióxido de carbono em quase 6%, segundo
a Agência Internacional de Energia. Há três anos, os
países líderes do G20 concordaram em fazer isso, mas
não foi estabelecido um prazo. A Rio+20 também não
avançou na definição destes prazos.
Sobre como financiar as “ações verdes”, o acordo propõe
a produção de um relatório que avalie quanto dinheiro é
necessário para o desenvolvimento sustentável, e quais
instrumentos novos e existentes podem ser utilizados
É ele também o responsável pelo Programa de Valor
Compartilhado que existe na companhia há 7 anos. “O
foco deste programa é distribuir entre todos os elos da
cadeia produtiva o valor obtido pela produção”, diz. Na
prática, significa investir no desenvolvimento rural, com
treinamento dos produtores, introdução de boas
práticas de produção e fornecimento de assistência
técnica rural. “A indústria de alimentos tem o papel
fundamental de nutrir e de alimentar pessoas.
Precisamos fazer isso de maneira sustentável tanto do
ponto de vista ambiental, como social”, diz Joehr.
Hans Joehr
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Rio+20 termina com boas intenções e poucos compromissos