Doutoranda: Eiva Natiele Tiago da Silva Orientador: Prof. Dr. Valdir Souza Ferreira Resumo Uso de microssistemas para eletroforese capilar acoplados com detecção amperométrica para separação e determinação de agrotóxicos A produção agrícola depende muito da aplicação de agrotóxicos, consequentemente seus resíduos são encontrados no solo, água de rios e comida causando problemas ambientais e de saúde ao homem. Tradicionalmente estes resíduos são determinados e quantificados por métodos cromatográficos mais sofisticados e que utilizam instrumentação mais cara, mas em meados dos anos 90 a Eletroforese Capilar (EC), técnica de separação baseada na diferença de mobilidade do analito quanto este sofre a ação de um campo elétrico, passou a ser adotada e desenvolvida para este tipo de análise também. Quando utilizamos microchips em EC passamos a chamar a técnica de Micro Eletroforese Capilar (ME) que tem como vantagens a integração e miniaturização de múltiplas etapas de analise com rápido tempo de resposta, baixo consumo de amostra e reagentes caros e tóxicos (µL) com pouco ou nenhum preparo da amostra, além disso, os microchips podem ser fabricados de diferentes substratos como vidro ou polímeros. A desvantagem desta técnica esta na sua menor sensibilidade que pode ser melhorada na escolha do método de detecção utilizado, como a detecção amperométrica (DA) cujo sistema é altamente compatível com a miniaturização e a menor sensibilidade pode ser superada introduzindo uma amostra enriquecida antes da separação. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi utilizar microssistemas para eletroforese capilar de menor custo com diferentes microchips para determinação de pesticidas em amostras ambientais utilizando a detecção amperométrica. Foi realizada voltametria cíclica dos agrotóxicos escolhidos (Maneb, Propineb e Dietilcarbamato de sódio) que apresentaram os picos de oxidação das três substâncias em torno de + 0,5V vs. Ag/AgCl. Na primeira etapa foi desenvolvido um sistema de acrílico como suporte para um microchip do polímero PDMS, construído sob um molde de SU-8, tendo como eletrodos de trabalho testados um de pasta de carbono e um de ouro. O posicionamento do eletrodo de trabalho foi feito com o auxilio de um multímetro que ligado a uma lâmina de metal de espessuras de 60 e 20µm e ao eletrodo de trabalho, quando estabelecido o contato elétrico a lâmina era removida. Utilizando primeiro analitos modelos, iodeto de potássio (KI) e ácido ascórbico (AA), não houve o aparecimento do pico de nenhum deste analitos para as configurações testas. Por isso, foi comprado um sistema da marca Micrux com microchip de vidro com eletrodos de ouro como detectores. A vantagem deste sistema é que não precisaríamos nos preocupar com o posicionamento do eletrodo de trabalho, um dos principais parâmetros para conseguir a detecção dos analitos em ME. No entanto, estes eletrodos são desgastados com um dia de uso, o que perderia a vantagem do baixo custo do trabalho, então, decidimos modificar estes eletrodos com óxido de grafeno reduzido através de voltametria cíclica. A caracterização por MEV mostrou que não houve o desgaste dos eletrodos do sistema de detecção com um mês de uso deste microchip com os analitos modelos AA e KI e quando inserida uma mistura de padrões dos agrotóxicos foi observado pico das três substâncias entre 30 e 50 segundos de análise, sendo necessário a partir disto, a otimização dos parâmetros analíticos para melhor definição de sinal e a aplicação em uma amostra real.