Insper Instituto de Ensino e Pesquisa Certificate in Financial Management – CFM Willian Marçal Papa Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco São Paulo 2012 Resumo: PAPA, Willian Marçal. Avaliação de Valor da Empresa M. Dias Branco. São Paulo, 2012. 65p. TCC – Certificate in Financial Management. Insper Instituto de Ensino e Pesquisa. O objetivo dos administradores é aumentar o valor da empresa para o acionista. O presidente, diretores, gerentes e demais funcionários devem ser sempre direcionados para o objetivo de incrementar o valor da empresa em que trabalham, seja empresa de capital aberto ou não. Normalmente quando se realiza a avaliação de determinada empresa, busca-se auferir o valor justo de mercado, ou seja, aquele que representa as potencialidades da empresa. O presente trabalho tem como objetivo avaliar por métodos de avaliação de empresas o valor justo de mercado da companhia analisada. Palavras-chave: Valuation. Fluxo de Caixa. Valor da Ação. Indicadores. 2 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................................5 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................................6 2.1. Teoria das Finanças .................................................................................................................6 2.2. O Modelo de Fluxo de Caixa Descontado ...............................................................................7 2.3. Estrutura de Capital ...............................................................................................................10 2.4. Cálculo do WACC ...............................................................................................................15 2.5. Cálculo do Fluxo de Caixa Livre ...........................................................................................16 3. DESCRIÇÃO GERAL DA EMPRESA .......................................................................................17 3.1. Histórico ................................................................................................................................17 3.2. Mercados, Produtos e Canais.................................................................................................19 3.2.1. Mercados de Biscoitos, Massas e Grãos .........................................................................19 3.2.1.1. Biscoitos ......................................................................................................................19 3.2.1.2. Massas .........................................................................................................................22 3.2.1.3. Grãos – Trigo e Farinha ...............................................................................................26 3.3. Estrutura de Controle e Práticas de Governança Corporativa ................................................29 3.3.1. Práticas de Governança Corporativa e Novo Mercado ...................................................29 3.3.2. Composição Acionária. ..................................................................................................31 3.3.4. Diretoria Estatutária e Diretoria Executiva .....................................................................34 4. AVALIAÇÃO PELO MÉTODO DE FLUXOS DE CAIXA DESCONTADOS ..............................................36 4.1. Análise do Desempenho Histórico ........................................................................................36 4.1.1. Determinação do NOPAT ..............................................................................................36 4.1.2. Determinação do FCL ....................................................................................................37 4.1.3. Análise de Indicadores de Desempenho .........................................................................39 4.1.4. Análise Comparativa com o Desempenho do Setor ........................................................41 4.2. Desenvolvimento do modelo de Avaliação ...........................................................................42 3 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 4.2.1. Receitas ..........................................................................................................................42 4.2.2. Custos de Produção ........................................................................................................45 4.2.3. Despesas Administrativas e de Marketing ......................................................................46 4.2.4. Necessidade de Capital de Giro ......................................................................................46 4.2.5. Necessidade de Investimento ..........................................................................................47 4.2.6. Outras Variáveis do Modelo ...........................................................................................49 4.2.7. Visão Integrada do Modelo ............................................................................................50 4.3. Desenvolvimento de Premissas de Avaliação ........................................................................51 4.4. Projeção dos FCL Futuros .....................................................................................................51 4.5. Estimativa do Custo de Capital .............................................................................................51 4.5.1. Custo de Capital Próprio.................................................................................................51 4.5.2. Custo de Capital de Terceiros .........................................................................................53 4.5.3. Estrutura de Capital ........................................................................................................55 4.5.4. Custo de Capital Ponderado............................................................................................56 4.6. Estimativa do Valor da Empresa e da Ação ...........................................................................56 4.6.1. Valor do Período de Projeção e Perpetuidade .................................................................56 4.6.2. Valor da Empresa e da Ação ..........................................................................................57 5. AVALIAÇÃO PELO MÉTODO DE MÚLTIPLOS .................................................................................57 5.1. Empresas (transações) Comparáveis .....................................................................................57 5.2. Seleção e Calculo de Múltiplos .............................................................................................59 5.3. Análise de Valor Através de Múltiplos ..................................................................................59 6. CONCLUSÃO .................................................................................................................................61 7. REFERÊNCIA..................................................................................................................................63 8. ANEXOS ........................................................................................................................................64 4 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 1. INTRODUÇÃO A avaliação de empresas é uma atividade que apesar de depender dos conceitos contábeis e financeiros, é ainda mais dependente de premissas, critérios e circunstâncias vinculadas à expectativas do analista bem como condições do mercado como: crescimento econômico, inflação, taxa de juros e outras. Buscam-se muitos conceitos e técnicas de avaliação de empresas na matéria de Finanças, no entanto, as transações ocorridas no mercado são influenciadas por muitos fatores circunstâncias e eventos que alteram os preços dos ativos. O tema Avaliação de empresas detém forte destaque na Teoria de Finanças Corporativas, pois, além da relação com os princípios da teoria, o tema possui grande importância no mundo real. São frequentes as transações de compra e venda de empresas, investidores buscando oportunidades de ganhos investindo seus recursos em empresas pelo mundo, atualmente tais transações são conhecidas como Mergers & Acquisitions, ou pela sigla M&A. Este trabalho tem por objetivo contribuir com o tema. O objeto do estudo aqui apresentado será uma empresa nacional de grande porte líder nos mercados que atua. A empresa M. Dias Branco é uma empresa de capital aberto listada na bolsa de valores de São Paulo Bovespa com ações no segmento de Novo Mercado. O estudo elaborado foca os métodos de avaliação baseados em fluxos de caixa descontados, considerando conceitos conservadores de finanças e contabilidade. 5 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Teoria das Finanças Entre os principais objetivos da teoria de Finanças é avaliar a maximização do valor das empresas. Esta teoria tem como base os princípios do investimento, financiamento e distribuição de dividendos. De maneira geral as questões que os empreendedores ou administradores financeiros se deparam são: Quais investimentos de longo prazo fazer? Como financiar? Como administrar as atividades diárias? A primeira questão diz respeito ao Orçamento de Capital. No orçamento de capital o administrador busca identificar oportunidades de investimentos no qual o fluxo de caixa gerado por tal iniciativa supera o custo de aquisição e manutenção, ou seja, um investimento lucrativo. As atenções voltadas para a escolha do orçamento de capital estão fortemente ligadas à quantidade de recursos investidos, quanto esperam receber e quando esperam receber. Fatores de risco, por exemplo, não receber a quantia esperada ou no prazo planejado são considerados, pois, tais fatores influenciam os valores projetados. A segunda questão refere-se à Estrutura de Capital da Empresa ou como financiar o orçamento de capital. A combinação específica entre exigível de longo prazo e patrimônio líquido determinam a estrutura de capital. A preocupação de quanto tomar emprestado, ou seja, qual a melhor combinação entre recursos próprios ou de terceiros, determinam fatores como: risco da empresa, valor da empresa e as taxas de juros pagas pelos financiamentos. Outro ponto de atenção é identificar as fontes menos caras de fundos bem como o custo de conseguir tais recursos. 6 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Por último a administração do Capital de Giro. A administração do capital de giro é uma atividade diária e seu objetivo é garantir que a empresa tenha recursos suficientes para continuar suas operações. O capital de giro consiste em ativo circulante: estoques e contas a receber e o passivo circulante: contas a pagar. Basicamente envolve a entrada e saída de caixa da empresa. O exercício de Valuation desenvolvido consistiu na avaliação de todos os itens acima. Com o objetivo de apurar a projeção das receitas para os próximos dez anos, avaliaram-se os seguintes itens: Orçamento de Capital considerando os segmentos de atuação da empresa, investimentos efetuados, dados macros econômicos e estrutura de capital da empresa. A avaliação consiste em apurar em quanto a empresa remunera seus investidores. Com o estudo do capital de giro e demais custos e despesas da empresa, serão possíveis projetar o fluxo de caixa gerado pela empresa e valor presente líquido. 2.2. O Modelo de Fluxo de Caixa Descontado A avaliação realizada pelo método de Fluxo de Caixa Descontado se baseia na teoria de que o valor de um negócio depende dos benefícios futuros que ele irá produzir, descontados para um valor presente através da utilização de uma taxa de desconto que reflita os riscos inerentes aos fluxos estimados. Considerando-se que as empresas não possuem um prazo de termino determinado, o calculo de seu valor é baseado na estimativa de fluxos infinitos. Dessa forma, o valor em um instante de tempo “t” é o somatório dos valores presente dos fluxos futuros, descontados por uma taxa que representa a taxa de retorno requerida. 7 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 2.2.1. O cálculo do Fluxo de Caixa Descontado O calculo para avaliação por Fluxo de Caixa descontado é definido pela fórmula abaixo: n VPFC t 1 FC t 1 r n VPFC = Valor Presente do Fluxo de Caixa n = Vida Estimada do Negócio r = Taxa de Desconto FCt = Fluxo de Caixa no período t Segundo Damodaran (1997, p.15), “essa metodologia é a mais fácil de ser utilizada em empresas que apresentam fluxos de caixas positivos, os quais possam ser estimados para períodos futuros, e onde existe um substituto para o risco que possa ser utilizado para a obtenção de taxas de descontos”. A técnica de avaliação por fluxos de caixa descontados, captura todos elementos que afetam o valor da empresa de maneira abrangente e, por constituir-se em uma técnica de natureza econômica, reflete de forma mais consistente o valor da empresa do que o valor obtido a partir de técnicas contábeis, as quais se baseiam no lucro contábil e não consideram o investimento exigido para gerar os lucros nem o momento que eles ocorrem. A avaliação por Fluxos de Caixas Descontados é muito utilizada para analisar a aceitação de novos investimentos. Baseia-se no conceito de que um investimento agrega valor quando gera um retorno acima daquele gerado por um investimento de risco semelhante, ou seja, uma empresa que gera retorno mais alto precisará investir menos para gerar fluxos de caixa mais alto. Pode-se efetuar a avaliação através de duas abordagens do fluxo de caixa descontado. Sendo que uma avalia apenas a participação acionária, ou seja, o valor para o acionista, e a 8 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco outra avalia a empresa como um todo. As duas abordagens descontam fluxos de caixas esperados, mas com diferentes definições de fluxo de caixa e taxas de desconto. 2.2.2. Abordagens do Fluxo de Caixa do Acionista Na avaliação pelo enfoque do Patrimônio Liquido ou Fluxo de Caixa do Acionista, descontam-se os fluxos de caixa esperados do acionista após a dedução de todas as despesas, bônus fiscais, pagamento de juros e principal pela taxa de retorno exigida pelos investidores. O cálculo de avaliação por fluxo de caixa do acionista é definido pela fórmula abaixo: n VPL t 1 FCa t 1 re n VPL = Valor Presente Liquido FCat = Fluxo de caixa do acionista no período t re = Custo de Patrimônio Liquido (taxa de retorno exigida pelos acionistas ) 2.2.3. Abordagem do Fluxo de Caixa da Empresa Na avaliação pelo enfoque da empresa, obtém-se o valor presente como um todo, através dos fluxos de caixa esperados para a empresa, descontados pelo custo médio ponderado definido pela formula abaixo: 9 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco n VPL t 1 FCet 1 WACC n Onde: VPL = Valor Presente Liquido FCet = Fluxo de Caixa da Empresa no período t WACC = Custo Médio Ponderado A maioria das empresas utiliza-se de capital próprio e de capital de terceiros para financiamento de suas atividades. Dessa forma, a taxa de desconto a ser utilizada representa o custo global de capital ou custo médio ponderado (WACC), o qual é obtido pelo cálculo da média ponderada de todos os custos de financiamentos de curto e longo prazo, utilizados por uma empresa para financiar suas atividades, ou seja, consideram-se os custos do patrimônio liquido (capital próprio), o custo da dívida (capital de terceiros). Por considerar as diferentes fontes de capital, essa taxa de desconto deve representar o ganho projetado pelos investidores, levando em consideração o risco associado ao negócio. 2.3. Estrutura de Capital A Estrutura de Capital da empresa pode ser definida como a combinação de vários tipos de capital de terceiros e capital próprio com o objetivo de financiar as atividades de investimento (Ross, 2002). O capital de terceiros é formado pelos empréstimos de longo prazo contraídos pela empresa enquanto o capital próprio se forma a partir da venda de ações ou cotas e de retenção de lucros. Recorremos aos estudos de Modigliani e Miller1 que apresenta argumentos importantes para o estudo. Em seus dois estudos pioneiros, inauguraram os estudos teóricos modernos 1 Modigliani, Franco, Miller, Merton H. O custo do Capital, Finanças Corporativa e a Teoria do Investimento. Junho 1958. 10 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco sobre estrutura de capital. No artigo de 1958, os autores declararam duas proposições sobre estrutura de capital, baseado nas condições de um mercado de capitais perfeito. A primeira proposição estabelece que não importa a forma como as empresas determinam sua estrutura de capital. Usando ou não usando dívidas, o valor da empresa não sofre alterações, sendo relevantes para afetar o valor da empresa apenas as decisões de investimento, que afetam o lado esquerdo do balanço das empresas, ou seja, o lado dos ativos operacionais. Tal proposição gera, à primeira vista, certo desconforto por conta da ideia preconcebida de muitas pessoas acerca da importância das decisões de estrutura de capital. Porém, não deve se esquecer das premissas de um mercado perfeito, que considera a inexistência de impostos a custo zero, a possibilidade de empresas e indivíduos tomarem emprestado a uma única taxa de juros livre de risco, dentre outras premissas. A segunda proposição estabelece que o custo do capital próprio é diretamente proporcional ao nível de endividamento da empresa. Algebricamente temos o seguinte: rs ra ra rd D S (2.2) rs = Custo do Capital Próprio ra = Custo do Capital da Empresa rd = Custo do Capital de Terceiros D = Valor de Mercado do Capital de Terceiros S = Valor de Mercado do Capital Próprio 11 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Dentre outros aspectos, a segunda proposição de Modigliani e Miller revela que, à medida que uma empresa se torna mais endividada, o maior risco da empresa é assumido pelos acionistas, os quais, por conta disso, passam a exigir um retorno mais elevado. O segundo o trabalho de Modigliani e Miller (1963) relaxou a premissa de inexistência de impostos na economia. Seus modelos originais, ajustados pela possibilidade de as empresas deduzirem os juros pagos sobre as dividas para fins de cálculo de imposto de renda, levou à conclusão de que as empresas deveriam endividar-se até próximo de cem por cento, na medida em que o valor das economias fiscais originadas pela dedução dos juros faria crescer sistematicamente o valor da empresa, quando mais endividada ela fosse. O uso de quase cem por cento de dividas na estrutura de capital não faz sentido no mundo real. Surgiu então o conceito de incorporar no modelo de Modigliani e Miller os custos de falência esperados, que fariam com que um nível ótimo de endividamento fosse determinado. Os custos de falência na teoria são de dois tipos. Os diretos, que estão relacionados aos gastos efetivamente realizados em um processo de falência ou concordata, junto aos tribunais, advogados, peritos, etc. e os indiretos, que decorrem do enfraquecimento operacional da empresa. r 2.3.1. Cálculo do Retorno do Acionista ( e ) O custo de capital do acionista reflete a remuneração mínima que ele deseja ter para investir seu dinheiro na empresa. Como o retorno do investimento na empresa é incerto, ele corre riscos, devidos á natureza das operações bem como á estrutura de capital da empresa. Em um mercado financeiro completo, existem oportunidades de investimento que têm risco semelhante. Portanto, o acionista deseja ter uma expectativa de retorno pelo menos igual á oferecida por oportunidades de investimento de risco semelhante existentes no mercado financeiro. Por isso falamos em custo de oportunidade do capital. Para se investir em uma 12 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco empresa, o acionista está abrindo mão de aplicar seu dinheiro no mercado financeiro, e por isso quer ter no mínimo a expectativa de conseguir esse retorno nas ações da empresa. Embora seja reconhecido cada vez mais que o custo do capital do acionista é uma informação de grande importância, não existe maneira de observá-lo diretamente no mercado. É necessário que se adote algum modelo para estimá-lo. Sabe-se que, quanto maior for o risco, maior deverá ser o custo de capital do acionista. Uma das maneiras de se estimar o retorno em função do risco é utilizar a SML, (linha de mercado de títulos), ou seja, o CAPM (modelo de precificação de ativos com risco), desenvolvimento por Sharpe2 e Lintner3. 2.3.2. CAPM E SML Os investidores exigem uma remuneração para correr risco. Quando investem em ativos com risco, têm a expectativa de receber um prêmio pelo risco, que pode ser definido pelo excedente de retorno esperado em relação ao do ativo livre de risco: Prêmio pelo risco do ativo i = re = retorno esperado do ativo i rf = retorno do ativo livre de risco r e rf Desta maneira, o retorno esperado do ativo i seria igual ao retorno do ativo livre de risco mais o prêmio pelo risco do ativo i. 2 Sharpe, William F – “Capital Asset Prices – Theory of Market Equilibrium under conditions of Risk” – Journal of finance, 19, Set 64, pp.425-442 3 Lintner, John – “Security Prices, Risk end Maximal Gains from Diversification” Journal of finance, 20 Dec. 65, pp.587-616 13 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco O CAPM diz que o investidor quer ser remunerado apenas pelo risco do mercado ao qual esta exposta, e que este risco pode ser medido pelo coeficiente BETA, cujo valor depende de como os retornos do ativo variam em conjunto com os retornos da carteira de mercado. Se o titulo tiver um beta maior que um, diz se que se espera retorno maior do que o retorno de mercado quando este for positivo e menor que o retorno de mercado quando este for negativo, indicando que possui risco superior á média. O inverso é valido para betas menores que um, indicando riscos inferiores á média. Se a carteira de mercado tiver retornos realizados negativos, por exemplo, os ativos com beta maior do que um terá retornos ainda piores do que os do mercado. Os ativos com beta menor do que um não terão retornos tão ruins quanto o mercado como um todo. O prêmio pelo risco de um ativo pode ser estimado pelo produto entre o beta do ativo e o prêmio estimado por unidade de risco de mercado. Desta maneira o CAPM pode ser expresso através da SML, (linha de mercado de títulos): re rf rm rf rm = o retorno esperado da carteira de mercado. Para estimar a SML, precisa-se definir o valor do ativo livre de risco para a carteira de mercado. Desta maneira, pode-se estabelecer que o retorno livre de risco é o retorno do ativo livre de risco. O prêmio pelo risco de mercado é a diferença entre o retorno de uma carteira que represente o mercado e o do ativo livre de risco. Uma vez estimadas a SML, será necessário obter uma estimativa do coeficiente beta do ativo que nos interessa, para calcular a taxa de retorno justa em função de seu risco, tal como, por exemplo, no caso do retorno exigido pelo investidor em ações de uma empresa. 14 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 2.4. Cálculo do WACC O custo de capital de uma empresa depende da estrutura de capital. O custo do capital pode ser definido como o custo médio ponderado do capital próprio e do capital de terceiros, cabendo levar em conta igualmente neste cálculo os impactos dos benefícios fiscais do imposto de renda e da contribuição social. Em termos de coeficiente, o custo do capital representa uma taxa mínima que a empresa precisa obter em suas operações, o que indica assim a remuneração mínima necessária a ser auferida para manter o valor de suas ações. Desta forma, observa-se que todos os projetos, empreendimentos e novos negócios precisam apresentar, em média, uma taxa de retorno maior ou pelo menos igual à taxa do custo de capital da empresa. Tanto os credores quanto os acionistas esperam ser recompensados pelo custo da oportunidade de investirem seus recursos em um negócio, em vez de investirem em outros negócios de risco equivalente. Em termos relativos, o custo médio ponderado do capital (WACC) é a taxa utilizada para descontar o valor do dinheiro no tempo, convertendo o fluxo de caixa futuro em seu valor presente, para todos os investidores. Segundo ROSS (2002), a fórmula amplamente difundida e aceita, nos meios acadêmicos e empresariais, para calcular a taxa de WACC, após os impostos, assume a expressão abaixo: 15 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco S D WACC re rd 1 Tc V V WACC Tc S D V S V = taxa de custo médio ponderado do capital; = alíquota do imposto de renda e da contribuição social da pessoa jurídica; = valor de mercado do capital próprio da empresa; = valor de mercado do capital de terceiros da empresa; = E + D (valor de mercado do capital total); = proporção do capital próprio sobre o financiamento total da empresa valores de mercado); D V re rd (em = proporção do capital de terceiros sobre o financiamento total da empresa; = coeficiente ou taxa de custo do capital próprio (CAPM); = coeficiente ou taxa de custo do capital de terceiros. O coeficiente WACC da empresa é a taxa de retorno global exigida pela empresa. É a taxa de desconto apropriada a ser aplicada aos fluxos de caixa que possuem risco semelhante ao da empresa como um todo. No caso do capital de terceiros, se houver mais de um tipo de títulos de dívida, deve haver um cálculo para cada tipo, e os resultados devem em seguida ser tratados de forma ponderada (ROSS, 2002). 2.5. Cálculo do Fluxo de Caixa Livre O fluxo de caixa livre utiliza o fluxo de caixa operacional, ou seja, o fluxo proveniente das operações da empresa após os impostos sem considerar a estrutura de financiamento da empresa (empréstimos). É o total de dinheiro disponível na empresa após considerar os investimentos (ativos permanentes) e necessidades de capital de giro, assumindo que não exista pagamento de juros (despesas financeiras). Deve ser adicionada também a despesa que não geram saídas de caixa, por exemplo, a depreciação e a amortização. O fluxo de caixa livre pode ser calculado da seguinte forma: 16 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco (=) Receitas líquidas de vendas (-) Custo de Vendas (-) Despesas Operacionais (=) Lucro antes dos Juros e Imposto de Renda (EBIT) (+) Ajuste de despesas operacionais que não promovem saída de caixa (=) Lucro antes de Juros, Impostos de Renda, Depreciação, Amortização e Exaustão (LAJIDA) (-) Imposto de Renda (=) Caixa Gerado pelas operações (-) Investimentos Permanentes Circulantes (Capital de Giro) (=) Fluxo de Caixa Livre 3. DESCRIÇÃO GERAL DA EMPRESA 3.1. Histórico Fundada na década de 30 no estado do Ceará, Manuel Dias Branco começou seu primeiro empreendimento em Fortaleza, a Padaria Imperial. Utilizando técnicas artesanais, Manuel explorava atividades ligadas à panificação e à fabricação de massas e biscoitos da marca Imperial. Em 1940, Manuel Dias Branco forma sociedade com seus irmãos José e Orlando ampliando a produção da Padaria Imperial. Na década de 50, foi fundada a Fábrica de Fortaleza. Com as novas diretrizes implantadas no negócio, os investimentos passaram a ser concentrados na produção industrial e no comércio de biscoitos em massas cujo maior destaque foi a Bolacha Pepita. 17 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Nas décadas de 60 e 70 a empresa modernizou e ampliou sua Fábrica de Fortaleza consolidando sua liderança no mercado nordestino. Após a desregulamentação do setor de moagem de trigo e abertura econômica do Brasil na década de 90, iniciou-se um novo ciclo de crescimento dos seus negócios. Optando pela verticalização de suas operações, em 1992 a empresa inaugurou seu primeiro moinho de trigo, o Moinho dias Branco no estado do Ceará. A inauguração do Moinho permitiu que a empresa fabricasse seu principal insumo, deixando de depender de fornecedores como também ingressar no competitivo mercado de farinhas de trigo. Em 2000, no estado do Rio Grande do Norte, a empresa inaugurou o Grande Moinho Potiguar o qual era responsável pela produção de trigo e fabricação de massas, aumentando assim o portfólio de produtos bem como sua capacidade produtiva. Em 2002, seguindo sua estratégia de verticalização e o ingresso em novos mercados, a M. Dias Branco inaugurou a Divisão G.M.E, uma unidade produtora de gorduras vegetais, margarinas e cremes vegetais consolidando sua estratégia vertical tornando-se auto suficiente em relação ao segundo principal insumo de produção de biscoitos, as gorduras vegetais. Com intuito de ingressar em novos mercados, a M. Dias Branco inaugurou em 2003, o Grande Moinho Aratu no estado da Bahia. O complexo Aratu compreende um moinho de trigo, uma fabrica de biscoitos e massas e um terminal portuário de grãos e também adquiriu o controle acionário da Adria, tradicional fabricante de massas e biscoitos, líder nas regiões sul e sudeste. Com a aquisição da Adria, a empresa que já possuía as marcas Richester e Fortaleza, passou a controlar as marcas Adria, Basilar, Isabela e Zabet, aumentando seu portfólio de clientes em todo país o que lhe proporcionou a liderança no mercado nacional de massas e biscoitos. Além disso, seu potencial produtivo aumento, uma vez que a Adria dispõe de três unidades industriais no estado de São Paulo e uma no Rio Grande do Sul. Em 2008, a M. Dias Branco adquiriu a Indústria de Alimentos Bomgosto LTDA. (a Vitarella). A empresa produzia e comercializava massas e biscoitos em sua unidade industrial localizada em Pernambuco. Em 2011 a empresa adquiriu a NPAP Alimentos S.A 18 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco (a Pilar), localizada em Recife - PE. A aquisição aumentou sua participação e capacidade competitiva na região nordeste, além do que contribuiu para a ampliação de sua liderança nacional nos segmentos de massas e biscoitos. Hoje a empresa é líder no setor nacional tanto em faturamento como em volume de produção. Com um processo produtivo verticalizado, marcas de grande reconhecimento pelo público, amplo sistema de distribuição com grande penetração no micro e pequeno varejo, a M. Dias Branco gera nove mil empregos diretos e possui doze unidades fabris no Brasil. 3.2. Mercados, Produtos e Canais 3.2.1. Mercados de Biscoitos, Massas e Grãos Os principais setores de atuação da M. Dias Branco são: Biscoitos, Massas, Farinha & Farelo (Grãos) e Margarinas & Gorduras. Seguindo esta divisão, analisaremos os setores no mercado nacional e a participação da empresa. 3.2.1.1. Biscoitos Conforme dados da Simabesp, Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado de São Paulo, o Brasil ocupa a posição de 2º maior produtor de biscoitos no mundo, ficando atrás apenas dos EUA. Em 2009, o Brasil produziu 1.206 milhões de toneladas de biscoitos, aumento de 2,5% em relação a 2008. Em 2008 o faturamento do setor chegou a 5,65 bilhões de Reais. O segmento conta com 876 empresas no Brasil, 69% concentradas na região Sudeste. A maioria dessas empresas tem atuação exclusivamente regional, com linhas de produtos populares. 19 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco O mercado de biscoitos é segmentado em nove categorias: Biscoitos Recheados, Crackers e Salgados, Wafers, Maria e Maisena, Doces Secos e Amanteigados, Amanteigados, Salgados, Rosquinha e outros. Conforme gráfico abaixo, pode-se verificar a participação dos produtos no mercado: * Crackers e Água e Sal incluem (integrais, gergelim, centeio, etc); ** Salgados incluem (salgadinhos, aperitivos, snacks e "tipo club"). FONTE: SIMABESP Em junho de 2006, conforme AC Nielsen, empresa de pesquisa de mercados, as cinco maiores empresas do segmento detinham 41,2 % do mercado nacional. Verifica-se a participação de mercado das empresas na tabela 1. 20 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Tabela 1: Setor de Biscoitos Participação de mercado em termos de Volume Vendido Empresa Brasil Nordeste Sudeste Sudeste Região I Região II Região III Região IV -1 -2 Sudeste -3 Sudeste -4 (Em percentagem) M. Dias Branco Nestlé Marilan Nabisco Bauducco Ind. Bom Gosto 14,1 8,3 7,6 5,9 5,3 5,0 24,7 2,9 6,0 0,5 3,4 15,7 3,3 5,1 8,7 2,3 4,5 0,2 11,6 7,0 2,9 16,0 5,6 0,3 9,6 19,0 5,8 16,4 9,2 0,1 8,7 15,9 14,4 8,6 6,7 0,2 Pelágio Pilar Outros 1,9 1,6 50,3 5,8 5,1 35,9 0,0 0,0 75,9 0,0 0,0 56,6 0,0 0,0 39,9 0,0 0,0 45,5 Fonte: AC Nielsen (Jan-Jun 2006) (1) Região I - Minas Gerais, Espírito Santo e Interior do Rio de Janeiro; Região II - Área metropolitana do Rio de Janeiro; (3) Região III - Área metropolitana de São Paulo; (4) Região IV - Interior de São Paulo. (2) O setor de biscoitos apresentou produção de 1.131 mil toneladas em 2007 expandindo para 1.206 mil toneladas em 2009. Como líder no mercado, a M. Dias Branco foi responsável pela produção de 203 mil toneladas em 2007(18% da produção nacional) e 359 mil toneladas em 2009 (30% da produção nacional). O faturamento bruto do setor em 2007 e 2008 foi apurado em 5,19 e 5,65 bilhões de Reais respectivamente. A M. Dias Branco apresentou expressiva participação. Conforme demonstrações financeiras referentes a 2007, o faturamento bruto das linhas de biscoito foi divulgado em 940 milhões de Reais e 1,42 bilhões de Reais em 2008. A participação do faturamento do setor da M. Dias Branco foi 18% em 2007 e 25% em 2008. Conforme tabela 2, podem-se analisar os resultados do setor no período de 2007 a 2009 e a participação da M. Dias Branco. 21 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Tabela 2: Resultado do Setor de Biscoitos Indicadores Mercado de Biscoitos 2007 Produção (mil tons) 1.131 Taxa de crescimento 1,70% Consumo per capita (ano) 6 kg Faturamento setor (bilhões R$) 5,19 Preço Médio Fábrica / Kg R$ 4,58 População Brasil (milhões de pessoas) 190 Participação M.Dias Mercado de 2007 Biscoitos Produção (mil tons) 203 Taxa de crescimento 2,00% Consumo per capita (ano) 1,07 kg Faturamento M. Dias (bilhões R$) 0,94 Preço Médio Fábrica / Kg R$ 4,62 População Brasil (milhões de pessoas) 190 Participação % M.Dias Mercado de 2007 Biscoitos Produção (mil tons) 18% Consumo per capita (ano) 18% Faturamento (bilhões R$) 18% 2008 2009 1.177 4,10% 6,1 kg 5,65 R$ 4,80 191 1.206 2,50% 6,3 kg ------- 2008 2009 301 48,20% 1,57 kg 1,42 R$ 4,70 191 359 20,90% 1,88 kg ------- 2008 2009 26% 26% 25% 30% 30% --- Fonte: Fonte: AC Nielsen e Demonstração de Resultado M. Dias Branco 3.2.1.2. Massas A abertura econômica do Brasil vivenciada na década de 90, entre diversas situações, também resultou em desafios no mercado de bens e consumo, fazendo se necessárias mudanças estruturais na indústria. No setor de massas alimentícias, essas mudanças foram acompanhadas por investimento em tecnologias, equipamentos de última geração e consolidação mercadológica. O resultado é atualmente um parque industrial situado entre os mais modernos do mundo. 22 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Conforme estudos da consultoria Lafis, atualmente existem 571 empresas atuando neste setor, gerando vinte cinco mil empregos. Com produção de 1 milhão de toneladas, o Brasil ocupa posição de destaque no mercado mundial. Atualmente detém a terceira posição de maior produtor de massas alimentícias, ficando atrás da Itália, produtora de 3,1 milhões de toneladas e EUA, responsável pela produção de 1,2 milhões de toneladas. Em meados de 1997, o mercado de massas no Brasil era pouco concentrando onde os dois maiores representantes do setor, a Adria e a Santista Alimentos, detinham 6,8% e 6,7% respectivamente do mercado. Após intensivo processo de fusões e aquisições, atualmente mais de 50% do setor é representado por cinco empresas: M. Dias Branco, Selmi, J. Macedo, Santa Amália e Vilma. A tabela 3 mostra a participação de mercado dos competidores nas regiões Nordeste e Sudeste do País para o período indicado: Tabela 3: Setor de Massas Empresa Em 30 de junho de 2006 Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Região I Região II Região III Região IV Nordeste Brasil -1 M. Dias Branco Selmi J. Macedo Santa Amália 11,7 11,3 11,1 -2 (Em percentagem) 21,2 0,5 0 4,5 20 3,2 -3 -4 1 12,2 9,4 0 18,2 24,2 23,6 26,2 11,4 7 0,5 26,8 4,4 3 4,5 Vilma 5,3 0,7 25,3 2,4 0 0 Ind. Bom Gosto 2,8 11,1 0 0 0 0 2 7,8 0 0 0 0 0,9 47,9 3,6 35,1 0 39,7 0 70,6 0 54,6 0 34,3 Pilar TBA Outros Fonte: AC Nielsen (Jan-Jun 2006) (1) Região I - Minas Gerais, Espírito Santo e Interior do Rio de Janeiro; Região II - Área metropolitana do Rio de Janeiro; (3) Região III - Área metropolitana de São Paulo; (4) Região IV - Interior de São Paulo. (2) 23 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Em 2009 o setor apresentava capacidade ociosa de produção, ou seja, o nível de ociosidade girava em torno de 25% aos níveis da demanda nacional. Em 2004 as exportações representavam apenas 0,2% das vendas de massas. Os principais compradores eram Rússia, EUA e Paraguai. Com intuito de reduzir o nível de ociosidade, as autoridades brasileiras bem como os produtores, buscam fomentar as exportações de massas. Os principais interessados são os países da África, Oriente Médio e Ásia. No Brasil, o produto enfrenta dificuldades culturais que dificultam o aumento do nível de consumo nacional. De acordo com a ABIMA, Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias, o brasileiro avalia o macarrão como complemento e não como prato principal, seu principal concorrente é o arroz. Por se tratar de um carboidrato de preço mais baixo, o consumo per capita de arroz é de aproximadamente 14 kg/ano, mas que o dobro da demanda por macarrão 5,5 kg/ano. Conforme dados do setor de massas alimentícias, em 2007 a produção nacional foi apurada em 1.275 mil toneladas ao passo que em 2011 a produção foi apurada em 1.195 mil toneladas, redução de 6,27% no período. O faturamento do setor apresentou crescimento de 18,65% no mesmo período, apesar de parecer bom, se considerarmos que a inflação acumulada no período ficou próxima a 29%, verifica-se que o faturamento real do setor também apresentou redução de 10,35%. Comparando os dados do mercado com os dados apresentados nas demonstrações financeiras da empresa líder do mercado M. Dias Branco, verifica-se que embora o setor apresentasse reduções no período apurado, a M. Dias Branco, apresentou cenário de crescimento e expansão no segmento de massas alimentícias. Em 2007 a M. Dias Branco produziu 194 mil toneladas e continuou crescendo até 2011, último ano da série, produzindo 273 mil toneladas, crescimento de 40,93% no período. A 24 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco participação de mercado da M. Dias Branco evoluiu de 15,22% em 2007 para 22,88% em 2011. O faturamento da companhia apresentou crescimento de 31,59% no período. Em 2007 o faturamento bruto da M. Dias Branco no segmento de massas foi de 473,2 milhões de Reais o que representou 9,18% do faturamento do mercado. Em 2011 o faturamento divulgado pela empresa representava 10,18% do faturamento do setor e foi apurado em 622,7 milhões de Reais. Apesar de o faturamento bruto crescer 31,59% de 2007 a 2011, se descontarmos a inflação acumulada no período 29%, verifica-se que a expansão da empresa deu se por crescimento da produção uma vez que o preço manteve-se estável no período, refletindo apenas o repasse da inflação. Conforme tabela 4, verifica-se os dados do mercado e a comparação com os resultados da M. Dias Branco. 25 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Tabela 4: Resultado do Setor de Massas Indicadores Mercado de Massas Produção (mil tons) 2007 2009 2010 2011 1.275 1.231 1.227 1.232 1.195 --- -3,45% -3,76% -3,37% -6,27% 6,7 6,5 6,4 6,4 6,2 Crescimento/Redução % Consumo per capita (ano) Crescimento/Redução % --- -2,99% -4,48% -4,48% -7,46% 5,16 5,65 5,88 5,92 6,12 --- 9,56% 14,00% 14,70% 18,65% 188 190 191 191 192 2007 2008 2009 2010 2011 194 233 252 241 273 Faturamento (bilhões R$) Crescimento/Redução % População Brasil (milhões de pessoas) Participação M.Dias Mercado de Massas Produção (mil tons) 2008 Crescimento/Redução % Consumo per capita (ano) --- 19,90% 29,85% 24,28% 40,93% 1,03 1,22 1,32 1,26 1,42 --- 18,45% 28,16% 22,33% 37,86% Crescimento/Redução % Faturamento (bilhões R$) 0,47 0,66 0,57 0,52 0,62 --- 39,96% 21,05% 9,51% 31,59% 190 191 191 192 2008 2009 2010 2011 18,90% 18,77% 11,72% 20,53% 20,63% 9,74% 19,57% 19,69% 8,76% 22,88% 22,90% 10,18% Crescimento/Redução % População Brasil (milhões de pessoas) 188 Participação % M.Dias Mercado de 2007 Biscoitos Produção (mil tons) 15,22% Consumo per capita (ano) 15,37% Faturamento (bilhões R$) 9,18% Fonte: ABIMA e Demonstração de Resultado M. Dias Branco 3.2.1.3. Grãos – Trigo e Farinha Atualmente no mundo, a população que consome trigo e farinha esta em três bilhões de pessoas com taxas elevadas de crescimento. A população exportadora deste produto é de 370 milhões com baixas taxas de crescimento populacional. Outro fator preocupante é que este setor esta altamente exposto às condições climáticas que vem apresentando constantemente sinais de instabilidades não constadas anteriormente. 26 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco No Brasil o setor de trigo esta sujeito à intervenção do Governo Federal. Atualmente o governo utiliza de instrumentos de estabilização de preços, prêmio de escoamento de produção e empréstimos subsidiados assim buscando a estabilidade do setor de acordo com as circunstâncias, uma vez que esse setor é vulnerável às condições citadas acima. Outros instrumentos também são utilizados, como: incentivos ao aumento da produtividade e seguros contra o risco de quebra de safra. Apesar das medidas regulatórias, frequentemente há alterações nas regras que elevam os riscos e preços, comprometendo as receitas do setor. Conforme tabela 5, verifica-se o significativo crescimento na capacidade de moagem no Brasil: Tabela 5: Capacidade Anual de Moagem no Brasil Capacidade Anual de Moagem no Brasil Região Norte Nordeste Sudeste Centro-Oeste Sul Total Em 31/01/1990 Em 31/01/2000 (em mil toneladas) 253 375 1.597 2.757 4.728 6.562 211 797 2.217 4.881 9.006 15.371 Fonte: Abima Apesar do crescimento da capacidade de moagem no Brasil, no mundo a área de cultivo cresceu até a década de 80. De 1981 a 2003, a área de cultivo reduziu em 31 milhões de hectares. Essa área pode ser comparada com a área de cultivo dos Estados Unidos, o maior produtor do mundo. No Brasil a demanda doméstica aumentou nas últimas décadas tornando o país mais dependente do trigo importado. Em 1996, a elevação dos preços no 27 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco mercado mundial estimulou uma fraca recuperação da produção nacional, no entanto representou 25% da parcela do consumo interno. O aumento da demanda nacional fez com que as importações continuassem se elevando. A tabela 6 mostra o consumo no Brasil de trigo nos períodos indicados: Tabela 6: Consumo de Trigo Ano 1990 1995 2000 2004 2005 Produção de Trigo Nacional Variação Importado Variação Total (Em mil toneladas – ano calendário, exceto percentagens) 3.084 1.962 5.046 1.344 -56,40% 6.182 215,10% 7.526 1.529 13,80% 7.523 21,70% 9.052 5.846 282,30% 4.848 -35,60% 10.694 5.846 4.988 2,90% 10.834 Variação 49,10% 20,30% 18,10% 1,30% Fonte: Abima O Brasil continua a exportar o trigo para suprir a demanda interna, em especial da Argentina. Os seguintes fatores tornou possível a substituição do trigo nacional pelo importando: abertura comercial na década de 90, desregulamentação do setor e a valorização do Real diante do Dolár. Atualmente o trigo importado corresponde à metade do total consumido no país. O consumo per capita de pão no Brasil foi de 28 kg/ano em 2004, volume abaixo do recomendado pela OMC, aproximadamente 60 kg/ano. O consumo na Argentina e Chile foram apurados em 83 kg/ano e 85 kg/ano respectivamente. O relativo baixo consumo em parte é explicado por hábitos alimentares e produtos substitutos. Segundo dados do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado de São Paulo (Sindipan), até 1996, a fabricação de pão representava 60% do consumo da farinha. Em 2003 o número caiu para 55% ao passo que o consumo de biscoitos aumentou de 5% para 11% no mesmo período. 28 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Conforme dados de 2007 a 2011 divulgados pela Abima e as demonstrações financeiras da empresa, a produção da M. Dias Branco em volume de milhares de toneladas por ano representou 17% em 2007. Em 2011 representou 15% do mercado. Tabela 7: Produção de Farinha de Trigo Indicadores Mercado de Farinha de Trigo Produção Nacional de farinha de trigo (volume em milhares de tons/ano) Produção M. dias Branco de farinha de trigo (volume em milhares de tons/ano) Participação % M.Dias Mercado de Farinha de Trigo 2007 2008 2009 2010 2011 2.900 4.500 3.800 4.200 4.200 479 504 517 597 624 17% 11% 14% 14% 15% Fonte: Abima e Demonstrações Financeiras M. Dias Branco 3.3. Estrutura de Controle e Práticas de Governança Corporativa 3.3.1. Práticas de Governança Corporativa e Novo Mercado Com intuito de criar um mercado secundário para valores mobiliários emitidos por companhias abertas brasileiras, onde o principal objetivo é seguir melhores práticas de governança corporativa, em 2000 a Bovespa introduziu três segmentos especiais para listagem, conhecidos como Nível 1, Nível 2 de práticas de Governança Corporativa e Novo Mercado. Os segmentos de listagem são destinados à negociação de ações emitidas por companhias que se comprometem voluntariamente a cumprir práticas de boa governança corporativa e maiores exigências de divulgação da informação. Em geral as regras ampliam os direitos dos acionistas e melhoram a qualidade da informação fornecida aos acionistas. 29 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco As regras do Novo Mercado exigem, além das obrigações impostas pela legislação brasileira em vigor, o atendimento aos seguintes requisitos, entre outros: - emitir somente ações ordinárias; - conceder a todos os acionistas o direito de venda conjunta (“tag along”), em caso de alienação do controle acionário da Companhia, devendo o adquirente do controle realizar oferta pública de aquisição das ações aos demais acionistas, oferecendo para cada ação o mesmo preço pago por ação do bloco controlador; - assegurar que as ações da M. Dias Branco, representativas de, no mínimo, 25% do capital total, estejam em circulação; - adotar procedimentos de oferta que favoreçam a dispersão acionária; - cumprir padrões mínimos de divulgação trimestral de informações; - seguir políticas mais rígidas de divulgação com relação às negociações realizadas pelos acionistas controladores da Companhia, conselheiros e diretores envolvendo valores mobiliários de sua emissão; - submeter quaisquer acordos de acionistas e programas de opção de compra de ações existentes à BOVESPA; - disponibilizar aos acionistas um calendário de eventos societários; - limitar a, no máximo, dois anos o mandato de todos os membros do Conselho de Administração da M. Dias Branco, composto de no mínimo cinco membros, sendo que no mínimo 20% deles deverão ser independentes; 30 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco - elaborar, a partir do segundo exercício social encerrado após a admissão no Novo Mercado, demonstrações financeiras anuais, inclusive demonstrações de fluxo de caixa, em idioma inglês, de acordo com normas contábeis internacionais, tais como o U.S. GAAP ou o IFRS; - adotar exclusivamente as normas do regulamento de arbitragem da BOVESPA, pelas quais a BOVESPA, a companhia, o acionista controlador, os administradores, e os membros do Conselho Fiscal da Companhia, se instalado, comprometem-se a resolver toda e qualquer disputa ou controvérsia relacionada ao regulamento de listagem por meio de arbitragem; - realizar, pelo menos uma vez ao ano, reunião pública com analistas e quaisquer outros interessados, para divulgar informações quanto à sua respectiva situação econômicofinanceira, projetos e perspectivas; e - em caso de saída do Novo Mercado, para que as ações sejam negociadas fora do Novo Mercado, o acionista controlador deve fazer oferta pública de aquisição das ações em circulação, pelo valor econômico apurado mediante laudo de avaliação elaborado por empresa especializada e independente. 3.3.2. Composição Acionária. O quadro abaixo indica a quantidade de ações ordinárias detidas pelos acionistas da M. Dias Branco. 31 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Fonte: M. Dias Branco Em junho de 2009, o total de ações da companhia eram 113.459.000. 3.3.3. Conselho de Administração e Diretoria O Conselho de Administração da empresa é responsável pela orientação e estratégia dos negócios bem como a eleição de seus diretores e fiscalização da respectiva gestão. As decisões do conselho são tomadas pela maioria dos votos de seus membros presentes nas reuniões onde o Presidente do Conselho possui o voto de qualidade. 32 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Conforme determinado no Regulamento do Novo Mercado da BM&F Bovespa, o Estatuto Social da empresa deve estabelecer que o Conselho de Administração seja formado por no mínimo cinco e no máximo nove membros dos quais, 20% deverão ser conselheiros independentes. Acionistas que representam no mínimo 10% do capital social podem requerer a adoção do processo de voto múltiplos para eleição de membros do Conselho de Administração. Neste processo, são assegurados a cada ação tantos votos quantos sejam os membros a serem eleitos no Conselho de Administração, sendo permitido aos acionistas o direito de cumular votos num só candidato ou distribuí-los entre vários. De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, acionistas que representam 15% do capital social da empresa, podem eleger um conselheiro em votação separada. No entanto, conforme decisão recente da CVM, caso tal direito não possa ser exercido por falta de quorum, o quorum para eleição de conselheiro em separado pode ser diminuído para 10% do capital social. Eleitos na Assembleia Geral Extraordinária realizada em 11 de abril de 2011, os cinco conselheiros que formam o Conselho de Administração pelo mandato de um ano, estão relacionados na tabela 8: Tabela 8: Conselho de Administração M. Dias Branco Nome Cargo Francisco Ivens de Sá Dias Maria Consuelo Maria das Graças Dias Fabio Alperowitch Affonso Celso Pastore Presidente Conselheiro Conselheiro Conselheiro Independente Conselheiro Independente Data da Eleição 11/04/2011 11/04/2011 11/04/2011 11/04/2011 11/04/2011 Prazo do Mandato 1 ano 1 ano 1 ano 1 ano 1 ano Fonte: M. Dias Branco 33 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 3.3.4. Diretoria Estatutária e Diretoria Executiva Os diretores estatutários da empresa são os representantes legais responsáveis pela administração cotidiana e por implementações das políticas e diretrizes gerais estabelecidas pelo conselho de administração e pela assembleia geral dos acionistas. De acordo com o Estatuto Social, a prática pela Companhia de todo ou por qualquer ato que não seja de competência privativa da assembleia geral, é incumbida aos seus diretores. Ao Diretor Presidente, compete a execução de ações coordenadas e integradas do processo produtivo e de desenvolvimento das atividades da empresa nos termos aprovados. Também é de sua responsabilidade formular as estratégias e diretrizes operacionais bem como estabelecer os critérios para a execução das deliberações da Assembleia Geral e do Conselho de Administração. Em conjunto com os demais diretores, é exercida a supervisão das atividades bem como a coordenação das atividades da Diretoria, convocando e presidindo as reuniões. Os diretores são eleitos pelo Conselho de Administração pelo mandato de 3 anos, podendo se reeleger e a qualquer tempo ser destituído. O Regulamento do Novo Mercado prevê que todos os diretores devem subscrever um termo de anuência dos administrados, condicionando a posse dos cargos à assinatura de tal documento. Por meio deste procedimento, os diretores da M. Dias Branco assumem expressamente a responsabilidade pessoal pelo cumprimento das regras constantes do Contrato de Participação do Novo Mercado, do Regulamento do Novo Mercado e do Regulamento da Câmara de Arbitragem do Mercado. Atualmente a Diretoria Estatutária da M. Dias Branco e composta pelos membros conforme tabela 9: 34 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Tabela 9: Diretoria Estatutária M. Dias Branco Nome Cargo Francisco Ivens de Sá Dias Branco Francisco Ivens de Sá Dias Branco Júnior Francisco Marcos Saraiva Leão Dias Branco Maria Regina Saraiva Leão Dias Branco Ximenes Francisco Cláudio Saraiva Leão Dias Branco Maria das Graças Dias Branco da Escóssia Geraldo Luciano Mattos Júnior Diretor Presidente Diretor VicePresidente Diretor VicePresidente Diretora VicePresidente de Diretor VicePresidente Diretora VicePresidente Diretor VicePresidente de Investimentos e Controladoria, e Diretor de Data da Eleição 04/05/2009 Prazo do Mandato 3 anos 04/05/2009 3 anos 04/05/2009 3 anos 04/05/2009 3 anos 04/05/2009 3 anos 04/05/2009 3 anos 04/05/2009 3 anos Fonte: M. Dias Branco Além da Diretoria Estatutária, a empresa conta com a Diretoria Executiva que atuam no dia a dia de suas atividades executivas. A Diretoria Executiva é composta pelos membros indicados na tabela 10: Tabela 10: Diretoria Executiva M. Dias Branco Nome Álvaro Luiz Bandeira de Paula Daniel Mota Gutiérrez Luiza Andréa Farias Nogueira Ribeiro Luiz Eugênio Lopes Pontes Marcelino Freitas de Carvalho Mark Stanley Luyt Luís Cristiano Prazeires Albuquerque Cargo Diretor de Investimentos e Relações com Diretor Jurídico Corporativo Diretora de Desenvolvimento Diretor Corporativo Diretor de Controladoria Diretor Industrial de Moinhos Diretor Administrativo Fonte: M. Dias Branco 35 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 4. AVALIAÇÃO PELO MÉTODO DE FLUXOS DE CAIXA DESCONTADOS 4.1. Análise do Desempenho Histórico 4.1.1. Determinação do NOPAT A partir das demonstrações de resultados, apuramos o lucro operacional após imposto de renda NOPAT (Net Operating Profit After Tax). Conforme praticado em modelos de valuation, considerou-se a alíquota fixa de 34% para o Imposto de Renda. Tabela 11: NOPAT – Net Operating Protif After Tax Descrição 2009 2010 2011 2.788.784 2.887.460 3.436.337 1.485.080 1.588.812 1.873.261 Massas 680.360 612.935 735.068 Outros 623.346 685.713 827.970 (440.886) (362.443) (443.460) (399.144) (525.304) (473.550) Vendas Canceladas/Devolução de Vendas (36.861) (28.930) (35.116) Descontos Incondicionais (41.582) (15.386) (16.638) 2.347.898 2.444.000 2.911.033 84.343 89.501 122.158 (1.437.270) (1.513.224) (1.934.691) 994.971 42,4% 1.020.277 41,7% 1.098.500 37,7% Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços Biscoitos Deduções Impostos sobre Vendas Receita Líquida Subvenções para investimentos estaduais Custo dos Produtos Vendidos Lucro Bruto % Lucro Bruto/ Rec Liquida Despesas/Receitas Operacionais EBITDA % EBITDA/ Rec Liquida - Depreciaçao EBIT - IR 34% NOPAT % NOPAT/ Rec Liquida (575.226) 419.745,0 (607.542) 412.735,0 (682.840) 415.660,0 17,9% 16,9% 14,3% (11.786,0) (12.747,0) (13.840,0) 407.959,0 399.988,0 (138.706,1) (135.995,9) (136.618,8) 269.252,9 263.992,1 265.201,2 11,5% 10,8% 401.820,0 9,1% Fonte: Elaborado pelo autor 36 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 4.1.2. Determinação do FCL A composição do Fluxo de Caixa Livre seguiu os dados apresentados nas Demonstrações de Exercício de 2008 a 2011. Considerou-se o Fluxo de Caixa Livre da Empresa FCFF (Free Cash Flow to Firm), pois, esta estimativa considera a capacidade própria da empresa de geração de caixa, desconsiderando os endividamentos. Além disto, este ótica considera o WACC e por não considerar os endividamentos, não é afetado por maior alavancagem. O FCFF é obtido através da equação: NOPAT + Depreciação +/- Variação do Capital de Giro – Investimentos. Considerou-se a depreciação divulgada nas DREs. A variação do Capital de Giro, foi apurada a partir das contas operacionais do Ativo e Passivo circulante. Conforme tabela 12, verifica-se que as contas de Caixa e Equivalentes de Caixa, Empréstimos e Financiamentos, Dividendos a Pagar e Subvenções Governamentais não foram consideradas para apuração da variação do capital de giro por não serem consideradas como operacionais. Tabela 12: Variação do Capital de Giro Operacional Ativo Circulante 31/12/2011 Caixa e Equivalentes de Caixa Clientes Outras Contas a Receber Estoques Despesas Antecipadas Total Passivo Circulante 31/12/2010 31/12/2009 31/12/2008 92.641 224.430 159.000 271.117 781 95.323 352.686 83.435 307.956 1.252 54.372 259.484 100.437 264.499 1.605 58.761 239.133 83.278 268.799 272 840.652 680.397 650.243 Ativo Circulante Operacional 31/12/2011 Contas a receber de clientes Estoques Demais contas a receber Despesas Antecipadas Total 31/12/2011 Obrigações Sociais e Trabalhistas Fornecedores Obrigações Fiscais Empréstimos e Financiamentos Dividendos e JCP a Pagar Adiantamento de Clientes Contas a Pagar Subvenções Governamentais 747.969 Total 31/12/2010 77.474 92.995 46.054 227.318 84.178 3.197 21.452 7122 559.790 62.132 62.380 47.403 41.013 53.907 1.310 10.221 8885 287.251 31/12/2009 61.865 55.218 33.624 245.007 47.672 3.089 9.888 7337 463.700 31/12/2008 43.416 52.016 32.924 543.498 31.669 395 9.802 9784 723.504 Passivo Circulante Operacional 31/12/2010 31/12/2009 31/12/2008 224.430 271.117 159.000 781 352.686 307.956 83.435 1.252 259.484 264.499 100.437 1.605 239.133 268.799 83.278 272 745.329 626.025 591.482 Obrigações Sociais e Trabalhistas Fornecedores Obrigações Fiscais Adiantamento de Clientes Contas a Pagar 655.328 Total 31/12/2011 77.474 92.995 46.054 3.197 21.452 241.172 31/12/2010 62.132 62.380 47.403 1.310 10.221 183.446 31/12/2009 61.865 55.218 33.624 3.089 9.888 163.684 Fonte: Elaborado pelo autor 37 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 31/12/2008 43.416 52.016 32.924 395 9.802 138.553 Conforme tabela 13 se verifica que no período apurado não ocorreram oscilações expressiva na Necessidade de Investimento em Giro (NIG), Ativo Circulante Operacional (ACO) e Passivo Circulante Operacional (PCO) em relação à Receita Líquida. Obtém-se a variação do Capital de Giro através da subtração da necessidade de capital de giro do ano t por t-1. Tabela 13: Variação do Capital de Giro DRE Receita Liquida 2008 2009 2010 2011 2.192.571 2.347.898 2.444.000 2.911.033,0 NIG % 23,57% 20,12% 18,92% 16,24% ACO % da Receita Líquida PCO % da Receita Líquida 29,89% 25,19% 25,61% 25,60% 6,32% 6,97% 7,51% 8,28% NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO = ACO - PCO 516.775,0 427.798,0 442.579,0 504.157,0 ACO 655.328,0 591.482,0 626.025,0 745.329,0 PCO 138.553,0 163.684,0 183.446,0 241.172,0 VARIAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO (88.977,0) 14.781,0 61.578,0 VARIAÇÃO DO ACO (63.846,0) 34.543,0 119.304,0 VARIAÇÃO DO PCO 25.131,0 19.762,0 57.726,0 Fonte: Elaborado pelo autor Avaliaram-se os investimentos através da variação do Ativo imobilizado. Conforme nota explicativa 10 da Demonstração de Resultados de 2011, a maior parte da variação ocorrida entre 2011 e 2010 esta classificado na conta outros. Devido a esta restrição de informação, não é possível verificar para qual segmentos ou necessidade o valor de investimento foi destinado. Portanto, apuramos o FCFF conforme tabela 14: 38 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Tabela 14: Free Cash Flow to firm FCFF NOPAT 2009 2010 2011 269.252,9 263.992,1 265.201,2 + Depreciaçao 11.786,0 12.747,0 13.840,0 +/- Var. Cap. Giro 88.977,0 (14.781,0) (61.578,0) (55.831,0) (78.650,0) (203.609,0) - Investimentos 314.184,9 FCFF 183.308,1 13.854,2 Fonte: Elaborado pelo autor 4.1.3. Análise de Indicadores de Desempenho Para análise do desempenho histórico da empresa, foram utilizados os indicadores de ROA, ROE e Margem Líquida. Tabela 15: Indicadores de Desempenho Indicadores de Desempenho 2009 2010 2011 ROA EBIT(1-t) Ativo Total 12,27% 277.032 2.258.006 11,53% 272.405 2.361.609 8,97% 274.336 3.058.156 ROE Lucro Líquido Patrimônio Líquido 23,64% 351.554 1.487.297 19,97% 351.641 1.760.517 18,27% 366.544 2.005.773 Margem Líquida Lucro Líquido Vendas 14,97% 351.554 2.347.898 14,39% 351.641 2.444.000 12,59% 366.544 2.911.033 Fonte: Elaborado pelo autor 39 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco ROA = EBIT(1-t) / Ativo Total: O ROA(Retorno Médio sobre o Ativo Total), reflete a eficiência operacional da empresa. Mostra a relação entre resultado líquido e ativo total ou investimento total mantido pela empresa. O objetivo é revelar a taxa de retorno do investimento. ROE = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido: ROE(Retorno Médio sobre o Patrimônio Líquido), indica a relação entre o resultado final e o capital investido pelos proprietários/acionistas. O resultado é a taxa de retorno do capital próprio. Margem Líquida = Lucro Líquido / Vendas: Este indicador tem o objetivo de mostrar a relação entre o resultado líquido em função das vendas. Revela o resultado financeiro que restou aos proprietários após serem descontados todos os custos e despesas incorridos no período. Conforme resultado histórico verificou-se que os indicadores da M. Dias Branco apresentaram menores resultados no decorrer dos anos no período apurado. O lucro líquido cresceu em menor proporção que os investimentos refletidos no ativo total e patrimônio líquido. Os fatores que influenciaram o menor desempenho operacional são: aumento de despesas operacionais decorrentes de despesas com vendas, fretes e gastos com pessoal devido a acordos coletivos e crescimento operacional decorrente de aquisições de outras empresas. Os níveis de preços praticados em 2011 não foram suficientes para recomposição das margens brutas pressionadas pelo aumento dos custos operacionais devido ao aumento de preço das matérias primas. Os preços das matérias primas foram impactados da seguinte forma conforme divulgação de resultados de 2010 e 2011: - Aumento do custo médio do óleo vegetal em 4,3% em 2010 e 33,2% entre 2010 e 2011; - Alta de 30% no custo do açúcar decorrente da queda de produção no Brasil e outros fatores do mercado internacional; 40 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco - Aumento de 61,5% no custo de cacau em pó utilizado na produção de biscoitos; - Aumento de 23,5% no custo médio do trigo. Apesar de outros insumos apresentarem reduções de valores entre 2009 e 2011, o saldo médio foi o aumento do preço das matérias primas que não puderam ser repassadas nos preços dos produtos da empresa. Essa relação aumentou o custo operacional em função da receita o que explica grande parte das reduções das margens e taxas de retornos refletidas nos indicadores acima. 4.1.4. Análise Comparativa com o Desempenho do Setor O setor de produtos alimentícios o que inclui bebidas e alimentos representou em 2011 9% do Produto Interno Bruto do Brasil. O setor também é responsável por um saldo comercial positivo superior a todo o restante da economia. Conforme dados da Abia, Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, o setor somou R$ 383,3 bilhões em 2011, sendo R$ 316,5 bilhões em alimentos e R$ 66,8 bilhões em bebidas. Este saldo deixa o setor em segundo lugar no ranking nacional de produção da industria de transformação, atrás apenas do setor de petroquímico. Impulsionado pela demanda interna e externa, o setor de alimentos e bebidas tem efetuados investimentos em capacidade e eficiência produtiva. Em 2010 os fabricantes anunciaram publicamente investimentos de R$ 16,1 bilhões o que representou 5% das vendas. Em 2011 os investimentos foram contabilizados em R$ 15,7 bilhões. O agressivo crescimento do setor também refletiu nos empregos. Em 2011 o setor empregou 1,62 milhão de trabalhadores. Desde 1992, o número de empregos cresceu 90,4% mantendo um ritmo anual de 3,3%, superior ao da média da indústria de transformação, 2,6% ao ano. Nas últimas duas décadas o setor mostrou grande evolução e mudança de hábitos por parte da população. A demanda migrou fortemente de alimentos in natura para os processados. 41 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Atualmente 85% dos alimentos consumidos no Brasil passam por algum processamento industrial, em 1990 esse número era de 70% e em 1980 era apenas 56%. Conforme tabela 16, pode-se avaliar o setor e algumas comparações com a M.Dias Branco. Tabela 16: Setor de Alimentos e Bebidas no Brasil Principais Indicadores de desempenho do Setor 2011 Setor Faturamento R$ 383,3 Bilhões Exportações US$ 44,8 Bilhões Importações US$ 5,9 Bilhões Saldo da Balança Comercial US$ 38,9 Bilhões Pessoal Ocupado 1,62 Milhão Investimentos R$ 15,7 Bilhões M.Dias Branco % R$ 3,436 Bilhões 0,9% 0,009 Milhão 0,56% Fonte: Elaborado pelo autor O setor conta com aproximadamente 32 mil empresas formais. Apesar da M. Dias Branco ser a líder em volume de produção e faturamento nos setores que atua, sua participação no setor é pequeno, representa apenas 0,9% em faturamento e 0,56% em geração de emprego. 4.2. Desenvolvimento do modelo de Avaliação 4.2.1. Receitas Com intuito de projetar as receitas da empresa, optou-se por separar os principais segmentos da companhia biscoito e massas. Utilizaram-se dados financeiros do período de 2007 a 2011. 42 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Conforme tabela 17, o percentual dos seguimentos Biscoito e Massas representaram média de 74,54% da Receita no período de 2007 a 2011. Por este motivo, analisaram-se separadamente os setores da M Dias Branco em comparação com o PIB brasileiro. A média dos seguimentos e da Receita Líquida foi consideravelmente superior à média do crescimento do PIB brasileiro no período, ou seja, a média da receita foi 6,48% superior ao crescimento do PIB. Tabela 17: Composição da Receita Líquida Rec.Liq. De Vendas por Produtos Biscoito Massas Farinha e Farelo Margarina e Gordura Diversos Receita Líquida % Seguimentos pela Receita Líq Biscoito Massas Outros Total % Crescimento t - t-1 PIB brasil Receita Biscoito Massas Outros 2007 939,00 473,20 467,70 98,60 1,00 1.979,50 2007 47% 24% 29% 100% 2007 2008 1.034,90 532,60 509,70 102,70 12,60 2.192,50 2008 47% 24% 29% 100% 2008 5,10% 10,76% 10,21% 12,55% 10,17% 2009 1.250,30 572,80 433,90 90,90 2.347,90 2009 53% 24% 22% 100% 2009 -0,20% 7,09% 20,81% 7,55% -16,03% 2010 1.344,80 518,80 481,70 92,20 6,50 2.444,00 2010 55% 21% 24% 100% 2010 7,50% 4,09% 7,56% -9,43% 10,59% 2011 1.586,90 1.873.260,52 622,70 735.067,95 578,10 682.419,75 112,30 132.564,85 11,00 12.984,98 2.911,00 3.436.298,05 2011 Média 55% 51,49% 21% 23,04% 24% 25,47% 100% 100,00% 2011 Média 2,70% 3,78% 19,11% 10,26% 18,00% 14,15% 20,03% 7,68% 20,85% 6,40% Fonte: Elaborado pelo autor Utilizando a análise de Regressão Linear, verifica-se que no período apurado, apenas o setor de biscoitos apresenta forte correlação positiva com o PIB brasileiro, apresentando RQuadrado de 0,95. A comparação entre o setor de massas e a receita versus o PIB, apresentaram fraca correlação indicado pelo R-Quadrado próximo à zero. 43 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Tabela 18: Regressão Linear PIB versus Seguimentos de Atuação Estatística de regressão PIB x Biscoitos PIB x Massas PIB x Receita R múltiplo 0,97 0,57 0,30 R-Quadrado 0,95 0,32 0,09 R-quadrado ajustado -2 -2 -2 Erro padrão 0,02 0,13 0,08 Observações 1 1 1 Fonte: Elaborado pelo autor Apesar do crescimento superior da receita em relação ao PIB e a fraca correlação entre receita e PIB, optou-se por estimar a receita futura com base no crescimento dos segmentos nos últimos anos tendendo ao crescimento do PIB no médio prazo. Considerou-se que no longo prazo, todos os seguimentos da economia tendem a acompanhar o crescimento do PIB. No modelo proposto, o crescimento do setor com base no histórico dos últimos anos, foram mantidas para o primeiro ano de projeção. A partir do segundo ano, os seguimentos foram convergindo à tendência de crescimento do PIB. A taxa utilizada para convergir o crescimento dos seguimentos ao crescimento do PIB foi 20% ao ano. Tabela 19: Projeção de Crescimento da Receita 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 IGPM 5,82% 5,18% 4,70% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% IPCA 6,52% 5,53% 4,80% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% PIB 3,51% 3,70% 4,40% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% Biscoitos 14,15% 11,32% 9,05% 7,24% 5,79% 4,64% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% Massas 7,68% 6,14% 4,91% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% Outros 6,40% 5,12% 4,40% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% Fonte: BACEN – IGPM, IPCA e PIB 44 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 4.2.2. Custos de Produção Nos últimos anos o custo de produção da M Dias Branco foi composto por matéria prima, óleo, farinha, açúcar, trigo, gordura e outros insumos além de embalagem, mão de obra e gastos gerais de fabricação. O preço da embalagem e fortemente correlacionado com o PIB, pois, a maior parte dos produtos utilizam embalagens como o papelão. O custo de mão de obra historicamente são reajustado através dos dissídios que por sua vez são calculados com base no crescimento do setor acompanhando a trajetória do PIB. Os custos de matéria prima estão relacionados a eventos aleatórios como: quebra de safra no Brasil e no exterior, intervenções governamentais, regulamentação do setor e também influência do crescimento de outras economias. Apesar do custo de matéria prima ser o mais expressivo no total do custo de produção e este apresentar variações no preço que nem sempre é semelhante a variação do PIB, optouse por associar o crescimento do custo de produção ao crescimento da receita. Assumi-se a premissa que os custos como um todo estão correlacionados ao PIB e assim como a projeção da receita, os preços tende ao crescimento do PIB. Não será acrescido ganho de escala uma vez que a empresa possui o processo verticalizado. Analisando os dados financeiros do período de 2009 a 2011, o custo de produção representou 59,38% da receita líquida. Devido a imprevisibilidade do preço da matéria prima e assumindo o principio do conservadorismo do modelo, optou-se por acrescentar 6,5% na taxa calculada. Considerou-se que essa pode ser a taxa máxima que o impacto nos preços influenciará o percentual do CMV na receita líquida. Portanto o percentual do CMV na receita líquida será 65,88%. 45 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 4.2.3. Despesas Administrativas e de Marketing Conforme análise das notas explicativas e da demonstração de resultados da empresa, 70% das despesas administrativas e de marketing são composta por despesas com vendas e benefícios de empregados, a diferença é composta por fretes e outras despesas administrativas. Para as despesas segui-se o critério dos custos de produção associando o crescimento das despesas com o crescimento da receita líquida. No período de 2009 a 2011, as despesas representaram 24,27% da receita líquida. 4.2.4. Necessidade de Capital de Giro Capital de Giro são os investimentos necessários para a empresa operar, ou seja, estoques, contas a pagar e contas a receber. Na presente análise selecionaram-se dados referentes ao ativo e passivo circulante operacional no período de 2008 a 2011. A Necessidade de Investimento em Giro – NIG é obtida pela diferença entre o ativo operacional circulante e passivo operacional circulante. Para a projeção utilizou-se como referencia o percentual do NIG em relação à receita líquida tomando como referencia o percentual de 2011 16,24%. 46 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Tabela 20: Necessidade de Investimento em Giro - NIG Ativo Circulante Operacional 31/12/2011 Contas a receber de clientes Estoques Demais contas a receber Despesas Antecipadas Total ACO % da Receita Líquida NIG NIG Médio NIG% da Receita Líquida Dias NIG em Dias de Faturamento 31/12/2008 224.430 271.117 159.000 781 259.484 264.499 100.437 1.605 239.133 268.799 83.278 272 745.329 626.025 591.482 25,60% - 31/12/2009 352.686 307.956 83.435 1.252 31/12/2011 Receita líquida CMV Despesas Operacionais - Depreciação Passivo Circulante Operacional 31/12/2010 2.911.033 1.812.533 669.000 - 25,61% 31/12/2010 25,19% 31/12/2009 31/12/2011 Obrigações Sociais e Trabalhistas Fornecedores Obrigações Fiscais Adiantamento de Clientes Contas a Pagar 655.328 Total 29,89% PCO % da Receita Líquida 31/12/2010 31/12/2009 62.132 62.380 47.403 1.310 10.221 183.446 61.865 55.218 33.624 3.089 9.888 163.684 43.416 52.016 32.924 395 9.802 138.553 8,28% 7,51% 6,97% 6,32% 31/12/2008 2.444.000 2.347.898 2.192.571 1.423.723 - 1.352.927 - 1.372.286 594.795 563.440 584.263 504.157 472.827 16,24% 360 58,47 442.579 472.827 19,35% 360 69,65 427.798 472.827 20,14% 360 72,50 516.775 472.827 21,56% 360 77,63 Fonte: Elaborado pelo autor 4.2.5. Necessidade de Investimento A necessidade de investimento foi obtida considerando-se a evolução do imobilizado em relação à receita líquida. Conforme notas explicativas da demonstração de resultados, em 2011, o imobilizado era composto de edificações, máquinas e outros conforme quadro abaixo: Máquinas e Móveis e Veículos Instalações Equipament Utensilios 446.901 884.239 40.130 45.760 129.027 24% 47% 2% 2% 7% 3,37% 6,93% 10,00% 10,52% 6,73% 0,79% 3,23% 0,21% 0,25% 0,46% Edificações % Tx de Deprec imobilizado dez/10 977.706 Outros Total 349.801 18% 10,39% 1,92% 1.895.858 100% 6,87% Receita dez/11 1.181.315 15% 203.609 dez/10 2.444.000 dez/11 2.911.033 19% 467.033 Fonte: Elaborado pelo autor: 47 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 31/12/2008 77.474 92.995 46.054 3.197 21.452 241.172 Analisou-se que de 2010 para 2011, a receita aumentou 19% ao passo que no mesmo período o imobilizado aumentou 21%. O expressivo crescimento do imobilizado é explicado pela aquisição da Pilar. Portanto para a projeção do investimento assumiu-se a premissa de que o imobilizado aumentou 15% no período. Seguindo a premissa de que o crescimento do o investimento é focado no imobilizado é que o crescimento do imobilizado é atrelado ao crescimento da receita líquida, projetou-se a taxa de crescimento como “Proj. de Cres. Imobilizado” até 2012 e o valor do investimento como “Proj. de Invest. CAPEX” conforme quadro abaixo: 2011 Crescimento Receita Depreciaçao 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 15,29% 14,82% 12,74% 11,36% 10,27% 9,37% 8,63% 8,57% 8,59% 8,61% 8,64% 12,01% 11,63% 10,00% 8,92% 8,06% 7,36% 6,78% 6,72% 6,74% 6,76% 6,78% 2.123.468 2.370.440 2.607.427 2.839.969 3.068.863 3.294.609 3.517.839 3.754.370 4.007.507 4.278.437 4.568.435 227.610 246.972 236.987 232.542 228.894 225.746 223.230 236.531 253.137 270.931 289.997 761.796 818.153 884.388 960.104 1.045.121 1.139.294 1.242.496 1.354.628 1.476.221 1.607.940 1.750.495 47.253 47.253 47.253 47.253 47.253 47.253 47.253 47.253 47.253 47.253 47.253 - - - - - - - - - - - 9.104 9.104 9.104 9.104 9.104 9.104 9.104 9.104 9.104 9.104 9.879 9.879 9.879 9.879 9.879 9.879 9.879 9.879 9.879 9.479 9.479 9.479 9.479 9.479 9.479 9.479 9.479 9.302 9.302 9.302 9.302 9.302 9.302 9.302 9.156 9.156 9.156 9.156 9.156 9.156 9.030 9.030 9.030 9.030 9.030 8.929 8.929 8.929 8.929 9.461 9.461 9.461 10.125 10.125 13.840 Proj. de Cres. Imobilizado Imobilizado Atual 1.895.858 Proj. de Invest. CAPEX Depreciaçao Acumulada 2011 714.543 1.181.315 - 2012 227.610 2013 246.972 2014 236.987 2015 232.542 2016 228.894 2017 225.746 2018 223.230 2019 236.531 2020 253.137 2021 270.931 2022 289.997 10.837 Depreciaçao do ano 47.253 56.357 66.236 75.715 85.017 94.173 103.203 112.132 121.593 131.719 142.556 Relacao Inv / Deprec. 482% 438% 358% 307% 269% 240% 216% 211% 208% 206% 203% Relacao Inv / Faturamento 6,80% 6,42% 5,47% 4,82% 4,30% 3,88% 3,53% 3,45% 3,40% 3,35% 3,30% 1.361.672 1.552.287 1.723.038 1.879.865 2.023.742 2.155.315 2.275.343 2.399.742 2.531.286 2.670.498 2.817.939 Imobilizado Liquido 1.181.315 Fonte: Elaborado pelo autor 48 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 4.2.6. Outras Variáveis do Modelo - Subvenções Governamentais. As subvenções governamentais recebidas pela empresa são de natureza de subvenções para investimentos e se dividem em subvenções estatuais e federais. Todas as subvenções são monetárias e registradas pelo seu valor nominal. O valor da subvenção recebida dos Estados são determinadas a partir do montante do ICMS incidente sobre os negócios realizados por unidades industriais incentivadas. Tais unidades são as construídas e implantadas nos termos de Projetos de Investimentos no âmbito de políticas públicas de fomento ao desenvolvimento industrial. O valor da subvenção recebida pela União é determinada a partir do Lucro da Exploração gerado por unidades industriais incentivadas. As unidades são as construídas e implantadas nos termos de Projetos de Investimento de novos empreendimentos no âmbito da política nacional de fomento ao desenvolvimento regional. O benefício será concedido até novembro de 2015 e poderá ser prorrogado por mais 120 meses. Tais subvenções são classificadas no resultado como uma conta redutora do custo de produção devido ao seu caráter de investimento. No modelo proposto, analisou-se as demonstrações de resultado de 2009 a 2011 e as subvenções representaram 6,03% do custo de produção. Utilizou-se essa taxa para a projeção até 2015, uma vez que ainda não é certo que o benefício será prorrogado. 49 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 4.2.7. Visão Integrada do Modelo Data base: 31/12/2011 PREMISSAS Modelo nominal 2011 2012 2013 IPCA 5,53% Crescimento do PIB 3,70% Crescimento do Seguimento Biscoito 11,32% Crescimento do Seguimento Massas 6,14% Crescimento do Seguimento Outros 5,12% Participação dos Outros Seguimentos na Receita 24,09% Participação do Seguimento Biscoito na Receita 54,51% Participação do Seguimento Massas na Receita 21,39% Crescimento real das Receitas (%) 8,72% Crescimento do CMV (%) -62,26% -66,88% Crescimento Subvenções para investimentos estaduais(%) -6,31% -6,03% Crescimento de Despesas Operacionais (%) -23,5% -24,27% DRE 2.011 2014 4,80% 4,40% 9,05% 4,91% 4,40% 24,09% 54,51% 21,39% 7,05% -66,88% -6,03% -24,27% 2015 4,50% 4,50% 7,24% 4,50% 4,50% 24,09% 54,51% 21,39% 6,00% -66,88% -6,03% -24,27% 2016 4,50% 4,50% 5,79% 4,50% 4,50% 24,09% 54,51% 21,39% 5,21% -66,88% -6,03% -24,27% 2017 4,50% 4,50% 4,64% 4,50% 4,50% 24,09% 54,51% 21,39% 4,57% -66,88% 0,00% -24,27% 2018 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 24,09% 54,51% 21,39% 4,50% -66,88% 0,00% -24,27% 2019 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 24,09% 54,51% 21,39% 4,50% -66,88% 0,00% -24,27% 2020 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 24,09% 54,51% 21,39% 4,50% -66,88% 0,00% -24,27% 2021 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 24,09% 54,51% 21,39% 4,50% -66,88% 0,00% -24,27% 2022 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 24,09% 54,51% 21,39% 4,50% -66,88% 0,00% -24,27% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 24,09% 54,51% 21,39% 4,50% -66,88% 0,00% -24,27% 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 3.436.298 1.873.261 735.068 827.970 3.894.760 2.200.582 775.718 918.460 4.332.866 2.515.014 812.954 1.004.898 4.765.466 2.818.554 849.538 1.097.374 5.202.189 3.116.062 887.768 1.198.359 5.643.591 3.407.234 927.719 1.308.638 6.119.318 3.720.785 969.467 1.429.066 6.636.860 4.063.190 1.013.094 1.560.576 7.199.977 4.437.105 1.058.684 1.704.188 7.812.771 4.845.430 1.106.326 1.861.015 8.479.718 5.291.330 1.156.112 2.032.275 9.205.699 5.778.265 1.208.138 2.219.296 (525.304) (473.550) (35.116) (16.638) (603.092) (527.097) (43.434) (32.561) (670.932) (586.388) (48.320) (36.224) (737.919) (644.934) (53.144) (39.841) (805.544) (704.038) (58.014) (43.492) (873.894) (763.775) (62.937) (47.182) (947.559) (828.157) (68.242) (51.159) (1.027.699) (898.199) (74.014) (55.486) (1.114.896) (974.408) (80.294) (60.194) (1.209.785) (1.057.341) (87.127) (65.317) (1.313.060) (1.147.602) (94.565) (70.893) (1.425.476) (1.245.852) (102.661) (76.962) Receita Liquida 2.911.033 + Subvenções para investimentos estaduais 122.158 - CMV (1.934.691) Lucro Bruto 1.098.500,0 3.291.668 132.800 (2.201.478) 1.222.989,9 3.661.934 147.738 (2.449.113) 1.360.559,0 4.027.547 162.489 (2.693.636) 1.496.399,4 4.396.645 177.380 (2.940.490) 1.633.534,4 4.769.697 (3.189.989) 1.579.708,4 5.171.759 (3.458.889) 1.712.870,0 5.609.161 (3.751.425) 1.857.736,2 6.085.081 (4.069.722) 2.015.359,4 6.602.986 (4.416.098) 2.186.887,9 7.166.658 (4.793.084) 2.373.574,1 7.780.223 (5.203.438) 2.576.784,8 Receita Bruta Biscoitos Massas Outros Deduções Impostos Devoluções Descontos % Lucro Bruto/ Rec Liquida - Despesas Operacionais EBITDA % EBITDA/ Rec Liquida - Depreciaçao EBIT - IR 34% NOPAT % NOPAT/ Rec Liquida FCFF NOPAT + Depreciaçao +/- Var. Cap. Giro -Investimentos 2.022 37,7% 37,15% 37,15% 37,15% 37,15% 33,12% 33,12% 33,12% 33,12% 33,12% 33,12% 33,12% (682.840,0) 415.660,0 (798.944) 424.046,3 (888.813) 471.745,5 (977.554) 518.845,3 (1.067.140) 566.394,0 (1.157.687) 422.021,9 (1.255.274) 457.596,3 (1.361.439) 496.297,5 (1.476.953) 538.406,9 (1.602.657) 584.231,0 (1.739.470) 634.104,6 (1.888.392) 688.392,7 14,3% 12,9% 12,9% 12,9% 12,9% 8,8% 8,8% 8,8% 8,8% 8,8% 8,8% 8,8% (13.840,0) 401.820,0 (136.618,8) 265.201,2 (47.252,6) 376.793,7 (128.109,8) 248.683,8 (55.194,5) 416.551,0 (141.627,3) 274.923,7 (62.591,6) 456.253,7 (155.126,3) 301.127,4 (69.737,0) 496.657,1 (168.863,4) 327.793,7 (76.809,6) 345.212,3 (117.372,2) 227.840,1 (83.829,0) 373.767,3 (127.080,9) 246.686,4 (91.267,0) 405.030,6 (137.710,4) 267.320,2 (99.223,4) 439.183,4 (149.322,4) 289.861,1 (107.735,4) 476.495,6 (162.008,5) 314.487,1 (116.842,5) 517.262,1 (175.869,1) 341.393,0 (126.587,1) 561.805,5 (191.013,9) 370.791,6 9,1% 7,6% 7,5% 7,5% 7,5% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 2.011 265.201,2 13.840,0 2012 248.683,8 47.252,6 (65.921,5) (198.546,9) 2013 274.923,7 55.194,5 (64.125,8) (184.928,4) 2014 301.127,4 62.591,6 (63.320,0) (178.634,0) 2015 327.793,7 69.737,0 (63.923,5) (176.816,2) 2016 227.840,1 76.809,6 (64.608,3) (175.484,3) 2017 246.686,4 83.829,0 (69.632,4) (185.949,3) 2018 267.320,2 91.267,0 (75.753,0) (198.911,9) 2019 289.861,1 99.223,4 (82.423,8) (212.799,0) 2020 314.487,1 107.735,4 (89.695,1) (227.676,9) 2021 341.393,0 116.842,5 (97.621,4) (243.616,9) 2022 370.791,6 126.587,1 (106.262,3) (126.587,1) 31.468,1 81.063,9 121.765,0 156.791,0 64.557,2 74.933,7 83.922,3 93.861,7 104.850,5 116.997,2 264.529,4 FCFF Perpetuidade 3.904.702 Meses a Projetar Meses acumulados meia taxa Fator de desconto FCFF Descontado WACC crescimento da perpetuidade 12 12 0,92 28.893,6 8,91% 2,00% VPL 2012 A 2021 PERPETUIDADE ENTERPRISE VALUE - DIVIDA BRUTA 582.027,33 26% 1.663.049,64 74% 2.245.076,97 (575.527,00) + ATIVOS NÃO UTILIZADOS MARKET VALUE Qde de Ações em 31/12/2011 Valor da Ação 34.465,00 1.704.014,97 28.362.596 60,08 12 24 0,84 68.342,5 12 36 0,77 94.257,9 12 48 0,71 111.441,8 12 60 0,65 42.131,1 12 72 0,60 44.902,2 12 84 0,55 46.174,2 12 96 0,51 47.417,9 12 108 0,46 48.635,8 12 120 0,43 49.830,2 nominal nominal Divida Bruta Cash NET DEBT EQUITY D/E D/(D+E) E/(D+E) 575.527 34.465 541.062 1.704.015 VR10 FCFF10.(1 g perp) WACC g perp 31,75% 24,10% 75,90% 50 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 4.3. Desenvolvimento de Premissas de Avaliação As premissas foram elaboradas com base nos segmentos de atuação da empresa, segmento dos principais custos da empresa e a tendência macro econômica do Brasil. 4.4. Projeção dos FCL Futuros Conforme cálculos de projeções dos Fluxos de Caixa Livre e determinação do WACC projetou-se o Fluxo de Caixa descontado para os próximos dez anos e perpetuidade a partir do décimo primeiro ano. Tabela 21: FCFF Descontado FCFF NOPAT + Depreciaçao +/- Var. Cap. Giro -Investimentos 2.011 265.201,2 13.840,0 FCFF 2012 248.683,8 47.252,6 (65.921,5) (198.546,9) 2013 274.923,7 55.194,5 (64.125,8) (184.928,4) 2014 301.127,4 62.591,6 (63.320,0) (178.634,0) 2015 327.793,7 69.737,0 (63.923,5) (176.816,2) 2016 227.840,1 76.809,6 (64.608,3) (175.484,3) 2017 246.686,4 83.829,0 (69.632,4) (185.949,3) 2018 267.320,2 91.267,0 (75.753,0) (198.911,9) 2019 289.861,1 99.223,4 (82.423,8) (212.799,0) 2020 314.487,1 107.735,4 (89.695,1) (227.676,9) 2021 341.393,0 116.842,5 (97.621,4) (243.616,9) 2022 370.791,6 126.587,1 (106.262,3) (126.587,1) 31.468,1 81.063,9 121.765,0 156.791,0 64.557,2 74.933,7 83.922,3 93.861,7 104.850,5 116.997,2 264.529,4 Perpetuidade 3.904.702 Meses a Projetar Meses acumulados meia taxa Fator de desconto FCFF Descontado 12 12 0,92 28.893,6 12 24 0,84 68.342,5 12 36 0,77 94.257,9 WACC crescimento da perpetuidade 8,91% 2,00% 12 48 0,71 111.441,8 12 60 0,65 42.131,1 12 72 0,60 44.902,2 12 84 0,55 46.174,2 12 96 0,51 47.417,9 12 108 0,46 48.635,8 nominal nominal Fonte: Elaborado pelo autor 4.5. Estimativa do Custo de Capital 4.5.1. Custo de Capital Próprio r Apurou-se o Custo de Capital Próprio ( s ) utilizando o modelo CAPM. 51 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 12 120 0,43 49.830,2 - Retorno Livre de Risco (risk free): Considerou-se como risk free os títulos do tesouro americano T-Bonds. Selecionou-se o índice referente a 2011. O Retorno Livre de Risco considerado foi 2,04%. - Retorno do Mercado (Rm): O retorno de mercado foi apurado com base na bolsa de valores dos Estados Unidos – Dow Jones. Apesar de muitos analistas considerarem em suas análises um período mais recente por conter fatos e oscilações mais próximas da realidade atual, no trabalho proposto considera-se o maior período conhecido por conter mais fatos históricos. Assume-se a premissa de que quanto maior o período, mais próximo do real valor a média apurada ficará. O retorno médio compreendido no período de 1928 a 2011 foi 4,10% ao ano. - Beta: Conforme apurado no website Damodaram, a indústria de processamento de alimentos apresentava em janeiro de 2012, Beta Desalavancado de 0,74(média de 112 empresas do mercado americano). Realavando o Beta do setor de Processamento de Alimentos com os dados da M Dias Branco, considerando IR de 34% e relação dívida e capital próprio 28,7%, chegamos ao Beta para a empresa de 0,88. Tabela 22: Beta Industry Name Number of Firms Data Tax Market Avarage Rate D/E Rate Beta Food Processing 112 jan/12 20,0% D/E Rate M Dias Branco 29,5% 28,7% 0,91 Taxa IR da Empresa βd β realav 34,00% 0,74 0,88 0,74 0,88 Fonte: Elaborado pelo autor 52 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Aplicando os dados coletados no mercado e conforme modelo do CAPM, chegamos ao Custo de Capital Próprio Nominal de 10,82%. Uma vez que todos dos dados foram apurados no mercado americano, utilizou-se a inflação americana (CPI) para apurar o Custo de Capital Próprio Real conforme tabela 23: Tabela 23: Custo do Capital Próprio WACC Retorno Livre de Risco (1) 2,04% Retorno de Mercado(1) Beta Levered 4,10% (2) 0,88 Risco País(3) Custo do capital próprio nominal 2,08% 7,73% CPI projetado(4) Custo do capital próprio real 3,04% 4,55% Fonte: Elaborado pelo autor 4.5.2. Custo de Capital de Terceiros O custo de Capital de Terceiros ( rd ) representa quanto a empresa paga pelos empréstimos obtidos por instituições financeiras, governo e toda fonte de empréstimo de curto e longo prazo. Com base nas notas explicativas do balanço contábil de 2011, a M Dias Branco possui os empréstimos descritos na tabela 24. Considerou-se a taxa de juros paga por cada empréstimo proporcional ao valor do empréstimo. O Custo de Capital de Terceiros 53 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Nominal em 2011 foi 8,02% a.a. Considerando o benefício fiscal do Imposto de Renda e descontando a inflação de 2011, o Custo de Capital de Terceiros Real foi -0,66% a.a. O valor negativo é explicado pelo fato de que em 2011 a inflação brasileira foi superior ao esperado ficando acima do centro da meta de 4,5%. Tabela 24: Custo de Capital Terceiros EMPRESTIMO INDEXADOR TX INDEXADOR JUROS a.a Tx Efetiva a.a BNDES FINAME TJLP 6% 1,97% 8,09% BNDES-PSI 5,07% 5,07% BNDES-PSI URTJLP 2% 6,11% 8,20% BNB-FNE 10,00% 10,00% MODERMAQ(Pos) TJLP 6% 1,03% 7,09% MODERMAQ 12,00% 12,00% BNDES Automático TJLP 6% 2,49% 8,64% BNDES Automático URTJLP 2% 2,49% 4,51% CAPITAL DE GIRO Pré 18,49% 18,49% CAPITAL DE GIRO CDI 4,49% 4,49% CONTA GARANTIDA Pré 23,46% 23,46% CONTA GARANTIDA CDI 4,58% 4,58% PEC BNDES URTJLP 2% 6,47% 8,57% 2011 % de $ / Total 11.832 4,31% 94.785 34,53% 1.480 0,54% 95.304 34,72% 1.684 0,61% 8 0,00% 539 0,20% 244 0,09% 18.487 6,73% 27.677 10,08% 1.513 0,55% 10.027 3,65% 10.922 3,98% 274.502 100% rd Nominal 0,35% 1,75% 0,04% 3,47% 0,04% 0,00% 0,02% 0,00% 1,25% 0,45% 0,13% 0,17% 0,34% 8,02% rd Nominal 8,02% IR 34,00% Custo Líquido (benefício fiscal) 5,29% IPCA Acumulado no ano 2011 5,99% rd Real -0,66% Fonte: Elaborado pelo autor 54 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 4.5.3. Estrutura de Capital A estrutura de capital da empresa é determinada pela combinação entre divida e capital próprio. Considerou-se que o capital próprio corresponde ao patrimônio líquido da empresa e a dívida corresponde ao passivo do balanço contábil. A estrutura de capital da M Dias Branco foi apurada com base no balanço contábil de 2011. Conforme tabela abaixo, a participação do capital de terceiros (D) corresponde a 34,41% da estrutura de capital e a participação do capital próprio (S) corresponde a 65,59%. Tabela 25: Estrutura de Capital 2011 Dívida (D) Capital Próprio (S) Total D S 1.052.383 2.005.773 3.058.156 34,41% 65,59% Fonte: Elaborado pelo autor 55 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 4.5.4. Custo de Capital Ponderado Conforme tópicos anteriores, o WACC nominal apurado para essa análise foi 8,91% a.a. Tabela 26: WACC WACC Retorno Livre de Risco(1) Retorno de Mercado 2,04% (1) 4,10% Beta Levered(2) 0,88 (3) Risco País Custo do capital próprio nominal 2,08% 7,73% CPI projetado(4) Custo do capital próprio real Participação do capital próprio (Ke%) Custo do capital de terceiros real Participação do capital de terceiros (Kd%) WACC real 3,04% 4,55% 66% -0,66% 34% 2,76% Inflação Brasil (5) WACC nominal 5,99% 8,91% Fonte: Elaborado pelo autor 4.6. Estimativa do Valor da Empresa e da Ação 4.6.1. Valor do Período de Projeção e Perpetuidade O VPL de 2012 a 2021 do presente trabalho corresponde a 26% do Enterprise Value obtido. VPL 2012 A 2021 PERPETUIDADE ENTERPRISE VALUE 582.027,33 26% 1.663.049,64 74% 2.245.076,97 56 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 4.6.2. Valor da Empresa e da Ação Após avaliar todas as premissas e dados obtidos, o presente trabalho obteve o valor da empresa por meio do fluxo de caixa descontado. Considerando a quantidade de ações no mercado em 31 de dezembro de 2011, o valor da ação apurado foi de R$ 60,08. VPL 2012 A 2021 PERPETUIDADE ENTERPRISE VALUE - DIVIDA BRUTA 582.027,33 26% 1.663.049,64 74% 2.245.076,97 (575.527,00) + ATIVOS NÃO UTILIZADOS MARKET VALUE Qde de Ações em 31/12/2011 Valor da Ação 34.465,00 1.704.014,97 28.362.596 60,08 5. AVALIAÇÃO PELO MÉTODO DE MÚLTIPLOS 5.1. Empresas (transações) Comparáveis As principais concorrentes da M. Dias Branco são: Nestlé, Bauducco, Marinan, Nabisco, Semi e J. Macedo. No entanto apenas a empresa J. Macedo possui ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Devido a esta restrição, não é possível obter os dados financeiros das empresas e mesmo a J. Macedo, embora listada na Bovespa, não possui ativo negociado, toda posição esta comprada pelo grupo J. Macedo. A solução encontrada foi comparar a M. Dias Branco com as empresas que atuam no mesmo setor, subsetor e segmento da Bolsa de Valores de São Paulo. Após analisar o segmento de alimentos diversos, a única empresa que atualmente possui seus papeis negociado no mercado e também esta listada no Novo Mercado de governança corporativa, é a empresa Tereos Internacional S.A. 57 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco A Tereos Internacional é líder global em açúcar, amido e bioenergia através do processamento de cana-de-açúcar e de cereais. No Brasil, a Tereos Internacional, subsidiária do Grupo Tereos, esta sediada em São Paulo e emprega 27 mil pessoas. Em 30 de junho de 2011, e empresa registrou receita líquida total de R$ 1,6 Bilhões, EBITDA de R$ 216 Milhões e Lucro Líquido de R$ 63 Milhões. A empresa possui operações na Europa e na região do Oceano Índico e seus produtos esta presente em mais de 100 países. A Tereos atua com um diversificado portfólio de produtos: - Açúcar e adoçantes; - Farmacêuticos: nutrição infantil, cosmético e químico, amido – para utilização no setor de papel e papelão; - Alcoóis: de alta pureza para o setor de bebidas alcoólicas, perfumes, cosméticos e de produtos químicos; - Etanol: destinado aos setores petrolíferos e químicos e ingredientes alimentícios especiais; - Polióis, maltodextrina, proteínas de trigo e fibras. 58 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 5.2. Seleção e Calculo de Múltiplos 5.3. Análise de Valor Através de Múltiplos Dados os múltiplos acima, podemos identificar as seguintes relações entre as empresas: O múltiplo de lucro entre as duas empresas estão bem próximos, o que indica que analisando apenas este índice, ambos os papéis são bem próximos em termos de atratividade. Este índice é utilizado para tornar comparável para investimento ações de empresas de diferentes setores. Se uma ação possuir o índice maior que o da outra ação, provavelmente é um investimento menos atrativo, ou seja, ação com maior P/L estaria mais “cara”. Índice Market Book Value indica a comparação entre o valor de mercado e o valor contábil. O objetivo é mostrar a criação de valor de mercado a partir do valor investido (Patrimônio 59 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco Liquido). Para o ano de 2011, a M. Dias Branco apresenta resultados onde sua criação de valor de mercado foi quase três vezes maior que o valor contábil investido pelo acionista, já no caso da Tereos, a empresa não conseguiu criar valor de mercado suficiente para cobrir os investimentos. O múltiplo do EBITDA mostra a relação entre valor de mercado e EBITDA. O EBITDA indica o quanto à empresa paga aos acionistas, credores e tributos. Este indicador também mostra quantos anos seria necessário para pagar o investimento no valor de mercado de todo o fluxo de caixa operacional estivesse disponível para pagar esses investimentos. Portanto quanto menor este indicador, mais atrativo se torna a ação. Neste caso a Tereos mostrou menor resultado. 60 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 6. CONCLUSÃO Através dos dados divulgados pela M. Dias Branco, foi possível calcular e analisar um conjunto de indicadores e concluir as avaliações no presente trabalho. Os indicadores mostraram que são uma boa ferramenta para uma rápida avaliação e verificação do desempenho das empresas no momento vivido. No entanto, para definições de investimento no longo prazo, projeções de custos, despesas e demais informações necessárias para a elaboração do Valuation, é fundamental entender o contexto vivido pela empresa e setor, país de atuação e países clientes, conhecer o plano estratégico e intenções da empresa. Tais informações são fundamentais para obter cenários mais completos e factíveis. Quanto a M. Dias Branco, o estudo mostra que nos últimos anos os indicadores da empresa mostra uma situação de menor retorno ano após ano, indicando que a crise vivida dos últimos anos afetou a empresa de forma negativa. Embora a M. Dias Branco não conseguiu repassar os aumentos de custos no preço de seus produtos, os números dos setores de atuação mostra o ganho de Market Share representada pelo melhor posicionamento no ranking das maiores empresas do setor no país. A M. Dias Branco, atualmente é líder em volume de produção e faturamento. O processo de verticalização da empresa mostrou eficiência conforme índices de múltiplos. Em comparação com a Tereos, a M. Dias Branco criou valor de mercado muito superior ao valor referente ao capital próprio investido. Quanto ao índice de múltiplo de lucro, a ação da M. Dias Branco esta com a cotação bem próxima à outra empresa do setor. No entanto, não é possível concluir que a ação esta barata ou tende à desvalorização, pois, como só foi possível comparar com uma empresa, a análise não permite conclusões sobre essa comparação. Referente à análise de valoração da empresa, pode-se concluir que o valor negociado no mercado é inferior ao valor obtido no presente estudo, uma vez que em 31 de dezembro de 2011, a ação MDIA3 estava cotada em R$ 47,70 cada e o valor obtido no presente trabalho 61 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco foi R$ 60,08. Tal diferença pode ser entendida como uma forma de tornar o papel mais atrativo no mercado afim de valorizar a ação, uma vez que conforme estudo desenvolvido e premissas assumidas, a ação esta cotada a um preço inferior ao preço justo dado sua projeção de crescimento e fluxo de caixa futuro. 62 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 7. REFERÊNCIA DAMADARAN, Aswath. Finanças Corporativas Teoria e Prática 2º Edição. Porto Alegre: Editora Bookman, 2004. 781 p. ROSS, Sthephen A. Administração Financeira 8º Edição. São Paulo: Editora McGrawHill, 2008. 753 p. ANDERSON,David R. Estatística Aplicada 2º Edição. São Paulo: Editora Cengage Learning, 2009. 589 p. http://www.simabesp.org.br/site/mercado_biscoitos_simabesp.asp http://www.sindimassas.com.br/noticias.php?id=26 http://www.abima.com.br/estMercNacMassas.asp http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/Custos_Fin anceiros/Taxa_de_Juros_de_Longo_Prazo_TJLP/index.html http://www.investimentosenoticias.com.br/indicadores/indices/unidades-de-referencia-dobndes.html http://www.tudoemfoco.com.br/ipca-acumulado-2011.html http://www.portalbrasil.net/2011/economia/dolar_riscopais_dezembro.htm http://abia.org.br/vst/AForcadoSetordeAlimentos.pdf http://pages.stern.nyu.edu/~adamodar/New_Home_Page/datafile/Betas.html 63 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 8. ANEXOS Conta Descrição 1 Ativo Total 1.01 Ativo Circulante 1.01.01 Caixa e Equivalentes de Caixa 1.01.03 31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011 Conta 2.258.006 2.361.609 650.243 680.397 58.761 54.372 Contas a Receber 322.411 359.921 1.01.03.01 Clientes 239.133 259.484 1.01.03.02 Outras Contas a Receber 83.278 100.437 1.01.03.02.01 Adiantamento a Fornecedores 10.351 29.518 1.01.03.02.02 Impostos a Recuperar 50.016 55.674 71.953 2.01.02.01.01 1.01.03.02.03 Titulos e Valores M obiliarios 12.091 0 0 2.01.02.01.02 1.01.03.02.04 Outras Contas a Receber-Partes Relacionadas 1.366 782 1.01.03.02.05 Outras Contas a Receber 9.454 14.463 0 0 126 2.01.03.01.01 268.799 264.499 307.956 2.01.03.01.02 1.01.03.02.07 Adiantamento a Fornecedores - Partes Relacionadas 1.01.04 Estoques 1.01.07 Despesas Antecipadas 1.02 Ativo Não Circulante 1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.02.01.01 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo 3.058.156 2 Descrição 31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011 2.258.006 2.361.609 3.058.156 463.700 287.251 559.790 Obrigações Sociais e Trabalhistas 61.865 62.132 77.474 436.121 2.01.01.01 Obrigações Sociais 16.259 18.844 36.143 352.686 2.01.01.02 Obrigações Trabalhistas 45.606 43.288 41.331 Fornecedores 55.218 62.380 92.995 Fornecedores Nacionais 55.218 62.380 92.995 Fornecedores 0 62.130 92.363 Fornecedores - Partes Relacionadas 0 250 632 Obrigações Fiscais 33.624 47.403 46.054 Obrigações Fiscais Federais 17.413 19.381 16.189 6.270 1.571 489 Outras Obrigações Fiscais Federais 11.143 17.810 15.700 Obrigações Fiscais Estaduais 16.034 27.802 29.477 177 220 388 840.652 2.01 95.323 2.01.01 83.435 2.01.02 1.468 2.01.02.01 68 2.01.03 9.820 2.01.03.01 Passivo Total Passivo Circulante Imposto de Renda e Contribuição Social a Pagar 272 1.605 1.252 2.01.03.02 1.607.763 1.681.212 2.217.504 2.01.03.03 Obrigações Fiscais M unicipais 151.058 145.950 174.826 2.01.04 Empréstimos e Financiamentos 245.007 41.013 227.318 6.118 10.578 11.792 2.01.04.01 Empréstimos e Financiamentos 245.007 41.013 227.318 6.118 10.578 11.792 2.01.04.01.01 Em M oeda Nacional 188.625 39.883 214.189 29.789 27.010 26.036 2.01.04.01.02 Em M oeda Estrangeira 56.382 1.130 13.129 29.789 27.010 26.036 2.01.05 Outras Obrigações 67.986 74.323 115.949 115.151 108.362 Outros 67.986 74.323 115.949 3.648 5.749 14.827 2.01.05.02.01 Dividendos e JCP a Pagar 47.672 53.907 84.178 1.02.01.09.04 Depositos Judiciais 25.115 30.751 41.777 2.01.05.02.04 Adiantamento de Clientes 3.089 1.310 3.197 1.02.01.09.05 Impostos a Recuperar 36.291 71.862 80.394 2.01.05.02.05 Contas a Pagar 9.888 10.221 21.452 1.02.01.09.06 Titulos e Valores M obiliarios 1.02.01.01.02 Títulos Disponíveis para Venda 1.02.01.06 Tributos Diferidos 1.02.01.06.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 1.02.01.09 Outros Ativos Não Circulantes 1.02.01.09.03 Incentivos Fiscais / Outros Creditos 136.998 2.01.05.02 50.097 0 7.337 8.885 7.122 1.02.02 Investimentos 127 127 140 2.02 Passivo Não Circulante 307.009 313.841 492.593 1.02.02.01 Participações Societárias 127 127 140 2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 260.862 235.187 348.209 127 127 140 2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 260.862 235.187 348.209 Em M oeda Nacional 255.677 231.871 345.729 1.02.02.01.04 Outras Participações Societárias 0 2.01.05.02.06 Subvenções Governamentais 1.02.03 Imobilizado 899.056 977.706 1.181.315 2.02.01.01.01 1.02.03.01 Imobilizado em Operação 839.630 870.130 984.554 2.02.01.01.02 Em M oeda Estrangeira 5.185 3.316 2.480 1.02.03.03 Imobilizado em Andamento 59.426 107.576 196.761 2.02.02 Outras Obrigações 4.843 4.568 8.588 1.02.04 Intangível 557.522 557.429 861.223 2.02.02.02 Outros 4.843 4.568 8.588 1.02.04.01 Intangíveis 113.391 113.298 205.085 2.02.02.02.03 Impostos, Taxas e Contribuições 2.915 1.738 4.349 Contas a Pagar 1.928 2.830 4.236 0 0 3 1.668 26.403 78.419 1.02.04.01.01 Contrato de Concessão 1.02.04.01.02 M arcas e Patentes 1.02.04.01.03 Software 2.02.02.02.04 108.769 109.141 4.622 4.157 7.742 2.02.03 444.131 444.131 656.138 2.02.04 1.02.04.01.04 ( - ) Amortização Acumulada 1.02.04.02 Goodwill 197.343 2.02.02.02.05 2.02.03.01 Contas a Pagar-Partes Relacionadas Tributos Diferidos 1.668 26.403 78.419 Provisões 39.636 47.683 57.377 2.02.04.01 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 38.119 46.166 55.860 2.02.04.01.01 Provisões Fiscais 22.623 22.474 24.668 2.02.04.01.02 Provisões Previdenciárias e Trabalhistas 13.643 20.779 27.806 2.02.04.01.04 Provisões Cíveis 1.853 2.913 3.386 2.02.04.02 Outras Provisões 1.517 1.517 1.517 2.02.04.02.03 Provisões para Passivos Ambientais e de Desativação 1.517 1.517 1.517 2.03 Patrimônio Líquido Consolidado 1.487.297 1.760.517 2.005.773 2.03.01 Capital Social Realizado 728.336 746.529 777.796 2.03.02 Reservas de Capital 124.701 123.171 121.985 2.03.02.04 Opções Outorgadas 2.716 1.186 0 2.03.02.07 Reserva de Incentivos Fiscais 105.456 105.456 105.456 2.03.02.08 Reserva Especial 2.03.04 Reservas de Lucros 2.03.04.01 Reserva Legal 37.949 55.162 73.293 2.03.04.02 Reserva Estatutária 248.650 376.788 484.931 2.03.04.07 Reserva de Incentivos Fiscais 338.269 431.514 550.063 2.03.04.08 Dividendo Adicional Proposto 28.603 33.585 0 2.03.04.09 Ações em Tesouraria -4.716 0 0 2.03.05 Lucros/Prejuízos Acumulados -13.643 -6.284 -2.356 2.03.07 Ajustes Acumulados de Conversão -852 52 61 2.03.08 Outros Resultados Abrangentes 2.03.09 Participação dos Acionistas Não Controladores Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 16.529 16.529 16.529 648.755 897.049 1.108.287 64 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 01/01/2009 01/01/2010 01/01/2011 Conta Descrição à à à 31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011 3.01 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 2.347.898 2.444.000 2.911.033 3.01.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 2.788.784 2.887.460 3.436.337 3.01.02 Vendas Canceladas/Devolução de Vendas -36.861 -28.930 -35.116 3.01.03 Impostos sobre Vendas -362.443 -399.144 -473.550 3.01.04 Descontos Incondicionais -41.582 -15.386 -16.638 3.02 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -1.352.927 -1.423.723 -1.812.533 3.02.01 Custo dos Produtos Vendidos -1.437.270 -1.513.224 -1.934.691 3.02.02 Subvenções para investimentos estaduais 84.343 89.501 122.158 3.03 Resultado Bruto 994.971 1.020.277 1.098.500 3.04 Despesas/Receitas Operacionais -575.226 -607.542 -682.840 3.04.01 Despesas com Vendas -456.107 -452.634 -525.480 3.04.01.01 Com Vendas -451.567 -446.815 -518.898 3.04.01.02 Depreciação e Amortização -4.540 -5.819 -6.582 3.04.02 Despesas Gerais e Administrativas -129.502 -142.327 -155.271 3.04.02.01 Despesas Administrativas -99.796 -111.807 -124.589 3.04.02.02 Despesas Tributárias -15.277 -15.675 -14.824 3.04.02.03 Honorários da Administração -7.183 -7.917 -8.600 3.04.02.04 Depreciações e Amortizações -7.246 -6.928 -7.258 3.04.03 Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos 3.04.04 Outras Receitas Operacionais 30.545 12.367 15.457 3.04.05 Outras Despesas Operacionais -20.162 -24.948 -17.546 3.04.06 Resultado de Equivalência Patrimonial 3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 419.745 412.735 415.660 3.06 Resultado Financeiro -13.296 -15.851 -13.043 3.06.01 Receitas Financeiras 127.906 39.392 37.562 3.06.02 Despesas Financeiras -141.202 -55.243 -50.605 3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 406.449 396.884 402.617 3.08 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -54.895 -45.243 -36.073 3.08.01 Corrente -63.100 -66.553 -16.016 3.08.02 Diferido 8.205 21.310 -20.057 3.09 Resultado Líquido das Operações Continuadas 351.554 351.641 366.544 3.10 Resultado Líquido de Operações Descontinuadas 3.10.01 Lucro/Prejuízo Líquido das Operações Descontinuadas 3.10.02 Ganhos/Perdas Líquidas sobre Ativos de Operações Descontinuadas 3.11 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 351.554 351.641 366.544 3.11.01 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora 351.554 351.641 366.544 3.11.02 Atribuído a Sócios Não Controladores 3.99 Lucro por Ação - (Reais / Ação) 3.99.01 Lucro Básico por Ação 3.99.01.01 ON 3,10122 3,10034 3,23092 3.99.02 Lucro Diluído por Ação 3.99.02.01 ON 3,10122 3,00018 3,23092 Avaliação de Valor Empresa M. Dias Branco 65