VIII Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar
AO
PO - 167
PREPARO PSICOLÓGICO: A INFLUÊNCIA NA UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS
DE ENFRENTAMENTO PÓS-TRASNPLANTE CARDÍACO
Paula Moraes Pfeifer, Solange Bordignon, Patricia Pereira Ruschel
Porto Alegre, Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundação Universitária
Fundamentação: O transplante cardíaco (TC) pode ser comparado a um processo, sua realização não
implica em “cura”, tal qual a concepção popular de ausência de doença. Ele melhora significativamente
a qualidade de vida do paciente, no entanto, este mobiliza sentimentos ambíguos e intensas ansiedades
aniquilatórias. Para lidar com isso, cada indivíduo utiliza estratégias de enfrentamento, que podem ser
mais ou menos adaptadas e influenciam nos comportamentos de adesão ao tratamento (J Psychosom
Res. 2005; (59):215-222). Este estudo possui delineamento transversal e objetiva verificar o tipo de
estratégias de enfrentamento utilizadas por pacientes transplantados e verificar se existe diferença no
grupo que recebeu acompanhamento psicológico no ambulatório de transplantes do IC/FUC. Material:
Amostra composta por 32 pacientes que realizaram transplante cardíaco no período de 1996 a 2010,
maiores de 18 anos. Método: Os participantes foram avaliados através da Escala Modos de Enfretamento
de Problemas (EMEP) e questionário com perguntas relacionadas a seus hábitos de vida. Inicialmente,
realizou-se a avaliação da consistência interna de cada fator da EMEP através de Alfa de Cronbach.
Posteriormente, os pacientes foram divididos em 2 grupos: um que recebeu preparo psicológico no
período pré-transplante e outro acompanhado apenas após o transplante. Em seguida, as estratégias de
enfrentamento dos grupos foram comparadas através de teste t de Student. Resultados: A maioria dos
participantes é do sexo masculino (71,9%), com média de idade de 54,19±14 anos, em relacionamento
estável (84,4%), com ensino fundamental (43,8%) e situação profissional inativa (59,4%). Em relação
a avaliação psicológica para ingresso em lista de Transplante Cardíaco, 78,1% dos participantes foram
avaliados e 65,6% receberam preparo psicológico. Já em relação a presença de transtorno psiquiátrico,
28,1% possuiam algum transtorno e 12,5% apresetaram ideação suicida. Verifica-se que predomina a
utilização de estratégia de enfrentamento ativa (3,78±0,77) pelos transplantados cardíacos. Entretanto,
quando são comparados os pacientes que receberam preparo psicológico (n=21) aqueles que não
receberam tal preparo (n=11), percebe-se que naqueles que receberam preparo há um aumento
significativo do enfrentamento ativo (ρ=0,008) e da utilização de apoio social (ρ=0,01), enquanto naqueles
que não receberam preparo há aumento significativo da utilização do enfrentamento emotivo (ρ=0,011).
Conclusão: Os transplantados utilizam estratégias mais adaptadas, apresentam comportamentos ativos,
de aproximação da situação estressora no sentido de solucionar o problema. Além disso, verifica-se
que os participantes que receberam o preparo psicológico utilizaram estratégias de enfrentamento mais
ativas e voltada na busca de apoio social, o que evidencia a influência e importância do acompanhamento
psicológico durante o processo.
Palavras-Chave: transplante, cardiologia, psicologia, enfrentamento.
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