MERCADO PHILIPS DÁ CHANCE A JOVEM QUE PINTA BEM Prêmio nasceu no Brasil há oito anos e já se estende por mais 12 países da América Latina A luz surgiu do desejo de se criar alguma coisa voltada para o meio universitário, para os jovens. Algo que não existia ou não era prestigiado. Nasceu assim o Prêmio Philips Art Expression para Jovens Talentos. Apesar da expressão inglesa em seu nome, é uma idéia genuinamente brasileira, que há cinco anos se expande para quase toda a América Latina. O nicho escolhido foi artes plásticas, segmento sem muito suporte por parte de empresas, ao contrário de música ou literatura. Para não abrir demais o leque, a Philips resolveu prestigiar alunos de faculdades e universidades. É uma iniciativa que busca valorizar trabalhos inéditos de Arte Analógica e Digital para pessoas em início de carreira e que na avaliação da gerente de Propaganda e Marketing Corporativo da Philips, Flávia Moraes, vem ganhando o peso que só a constância permite (o Prêmio foi lançado em 1994). “Estive conversando com o pessoal da Nestlé (que tem ação semelhante, mas na área da Literatura), e é assim mesmo. O prêmio vai crescendo em importância e as escolas se empe- nham mais para mandar trabalhos melhores. O bom é que os participantes seguem carreira. Uma menina do Peru que ganhou há dois anos já fez várias exposições individuais.” O prêmio é dividido em duas categorias: Computação Gráfica-Digital (técnicas de computação gráfica com utilização de softwares para as plataformas PC ou MAC, tendo como suporte o papel) e Analógica (diversas técnicas de arte sobre papel). Anteriormente, as duas modalidades concorriam numa categoria única, mas em 2001 houve a divisão em reconhe- Arte Digital, ilustração 3D e pós-produção, 1º lugar em 2001: “Duas Realidades”, de Renato Klieger Gennari (Brasil) 18 MARKETING CULTURAL - JULHO 2002 Arte Analógica, óleo sobre papel, 1o lugar em 2001: “Encuentros”, de Sair Leonardo García (Colômbia) cimento à importância da arte digital. Nas duas categorias são aceitos apenas trabalhos inéditos, com tema livre. As inscrições, gratuitas, estão abertas até o próximo dia 23 de agosto para alunos das escolas que já registraram sua participação junto à Philips (ver lista anexa), nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. PRÉ-SELEÇÃO – O sistema funciona assim: cada instituição faz uma pré-seleção dos trabalhos de seus alunos e os escolhidos (um em cada categoria) concorrem na etapa nacional. Os trabalhos vencedores nas etapas de cada país concorrem na fase final internacional e, além disso, fazem parte de uma exposição no segundo semestre deste ano, no Brasil (que será em São Paulo). Os vencedores de cada etapa ganham uma viagem para esta cidade por três dias, quando da abertura da exposição. Os vencedores da etapa brasileira nas categorias Arte Análogica e Computação Gráfica levarão para casa um televisor Philips. Todas as obras são avaliadas por um júri formado por artistas plásticos e críticos de arte. Eles determinam os colocados do 1º ao 5º lugar em cada categoria. O prêmio aos vencedores da etapa internacional (um em cada cateMARKETING CULTURAL - JULHO 2002 goria) é uma viagem de 15 dias a Paris (França) e Amsterdã (Holanda). O prêmio beneficia alunos de mais 12 países: Argentina, Chile, Colômbia, El Salvador, Equador, México, Peru, Paraguai, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela. A Philips do Brasil é uma subsidiária da Royal Philips Eletronics da Holanda e atua no País há 77 anos. É líder dos mercados locais de eletroeletrônicos, equipamentos para recepção de TV por assinatura via satélite, eletrodomésticos portáteis, produtos para cuidados pessoais, iluminação e componentes eletrônicos. A Philips mundial tem 189 mil funcionários em 60 países e faturou US$ 28,8 bilhões em 2001, equivalente a 80 bilhões de reais. “Missão do prêmio é mostrar a Philips inserida nas comunidades onde atua” restrição a escolas de menor porte? FM -Nós partimos do princípio de que o nosso prêmio deve ganhar peso e ser importante. Mas não excluímos nenhuma instituição. Se uma universidade menor procurar a Philips, é claro que será acolhida e inscrita. MCO - A participação, então, é aberta... FM - Não, este ano já está fechada. Mas o prêmio é aberto. Nosso interesse é que o aluno matriculado em cursos de artes plásticas participe do prêmio, que é voltado mesmo para universitários. MCO - A pergunta é em termos dos próximos anos. FM - Este ano, por exemplo, uma escola do Paraná procurou a Philips mas já não podia entrar na relação. No ano que vem, entra. MCO - Como é formado o júri? Flávia Moraes, gerente de Propaganda e Marketing Corporativo da Philips, diz que a primeira intenção da empresa, ao instituir o prêmio para jovens talentos em artes plásticas, não tem sentido mercadológico. “A missão do prêmio é mostrar a Philips inserida nas comunidades onde atua, prestigiando um estudante que tem pouca visibilidade, pouca oportunidade”. E cujos trabalhos – ressalta – têm alta qualidade. Marketing Cultural Online - Alunos de algumas das melhores escolas do país participam do Prêmio Philips Art Expression para Jovens Talentos. Há Flávia Moraes, gerente de Propaganda e Marketing Corporativo da Philips 19 romântica. Ele é novo, 20 anos, mas tem um potencial imenso. Arte Analógica, xilogravura, 2o lugar em 2001: “Paisagem com moldura (cadeiras)”, de Laerte Ramos (Brasil) FM - O júri é presidido pelo Fábio Magalhães, que foi curador-chefe do Masp, hoje é do Memorial da América Latina e curador da Bienal do Mercosul, uma pessoa ultra-reconhecida no mundo das artes. Os participantes são Solange Farkas, que é voltada para imagem por computador, e três artistas plásticos, Newton Mesquita, Cláudio Tozzi e Sérgio Fingermann. MC - E da Philips, quem participa do júri? FM - Do júri, ninguém. O júri é externo. O Fábio Magalhães preside o júri e representa a Philips. MC - No último prêmio um brasileiro ficou em 1º lugar na fase internacional, em uma das categorias... FM - Foi um aluno da PUC. MC - ... e na outra categoria outro brasileiro ficou em 2º. Quer dizer, a participação brasileira foi forte na etapa internacional. FM - É, eles são muito bons, têm uma qualidade de trabalho muito legal. Esse aluno da PUC conseguiu fazer uma coisa que eu considero lindíssima, porque normalmente todos os trabalhos em computador são muito modernos, é uma arte muito esfacelada, mas ele fez uma coisa lírica, romântica. Eu acho que o júri pensou nisso, de ele usar uma ferramenta muito ligada à modernidade para fazer uma obra 20 MC - Como você avalia o retorno institucional para a empresa? FM - Você mede isso a longo prazo. Conheço empresas que patrocinaram prêmios, aquela coisa de 1, 2 anos, e depois saíram. Não dá para medir retorno assim. Eu só acredito em projetos de longo prazo. Em projetos culturais, sociais ou educacionais, o tempo é fator importantíssimo para retorno. E a Philips não faz isso com sentido mercadológico. A missão do prêmio é mostrar a Philips inserida nas comunidades onde ela atua, prestigiando um estudante que tem pouca visibilidade, pouca oportunidade. MC -Vocês têm outros investimentos em cultura? FM - Temos. Nós patrocinamos o Antônio Nóbrega, que começou uma tournée dia 11 de julho, aqui em São Paulo, do novo espetáculo dele, que se chama Lunário Perpétuo. A Philips já patrocina o Nóbrega por 6 anos seguidos. Ele faz um trabalho de resgate de cultura brasileira, de pesquisa, e precisa desse patrocínio para ter visibilidade. No ano passado nós patrocinamos um grupo de percussão, de jovens talentos, que se chama Zabumbau. A Philips tem também patrocínios na área de educação, na área de saúde e na área de meio ambiente. MC - Na área cultural são usados incentivos? FM - Nenhum. É tudo investimento direto da Philips. MC - Qual é o investimento na área cultural? FM - A Philips investe R$ 3 milhões em patrocínios, anualmente. Isso inclui o Prêmio Philips Art Expression para Jovens Talentos. ◆ Serviço: Informações sobre regulamento e fichas de inscrição no site www.artephilips.com ESCOLAS PARTICIPANTES As instituições de ensino cujos alunos podem se inscrever na etapa nacional do Prêmio Philips Art Expression para Jovens Talentos são: Bahia: Escola de Artes Plásticas da Universidade Federal da Bahia Espírito Santo: Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo Minas Gerais: Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais Paraná: Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Centro Universitário Positivo, Universidade Tuiuti e Departamento de Artes da Universidade Federal do Paraná Pernambuco: Centro de Artes da Universidade Federal de Pernambuco Rio Grande do Sul: Fundação Universidade do Rio Grande e Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rio de Janeiro: Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro Santa Catarina: Faculdades Barddal de Artes Aplicadas São Paulo: Faculdade de Artes Plásticas da FAAP, Faculdade de Belas Artes, Faculdade Santa Marcelina, Faculdade Senac de Comunicação e Artes, FAU–USP, Panamericana – Escola de Arte e Design, PUC – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Unicamp, Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, Universidade Anhembi-Morumbi, Universidade Brás Cubas de Mogi das Cruzes, Universidade Mackenzie e Universidade São Judas MARKETING CULTURAL - JULHO 2002