I SEMINÁRIO GAÚCHO SOBRE FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA
E PROTEÇÃO AMBIENTAL (I FOREMA)
I – Premissas Gerais:
1 - As fontes renováveis de energia são as únicas completamente seguras
para evitar as desastrosas conseqüências do efeito estufa que resulta do
uso generalizado dos combustíveis fósseis.
2 - Poucas pessoas estão conscientes do fantástico potencial das fontes
renováveis (solar direta, eólica, hidráulica e biomassa) que podem num
futuro próximo substituir os combustíveis fósseis.
3 - Nas duas últimas décadas houve um formidável progresso nas tecnologias
de captação e transformação das chamadas “novas fontes de energia”,
especialmente a eólica e a solar direta, com custos de instalação e
operação já competitivos ou próximos dos convencionais para alguns tipos
de aplicação.
4 - O consumo energético diário de toda a população do globo é, pelo menos,
dez mil vezes menor do que a quantidade de energia que chega diariamente
na superfície da terra proveniente do sol. No entanto, 80% do consumo
mundial de energia ê fornecido pelos combustíveis fósseis e nucleares.
5 - As fontes renováveis de energia têm a característica de serem dispersas
e sazonais; dessa forma, seus potenciais variam de região para região e
não se adaptam a serem administradas por qualquer organização centralizada.
Por outro lado, por serem disponíveis em qualquer lugar da terra permitem
a participação na sua exploração por todos, sendo dessa forma, naturalmente
democratizadas.
6 - A busca de um modelo energético sustentável no Rio Grande do Sul é
bastante viável a médio prazo, desde que entendamos desenvolvimento
sustentável como uma proposta que leve a passagem gradativa dos combustíveis
fósseis para os renováveis. Dessa forma, os primeiros terão a sua duração
a mais longa possível, entendendo seu acesso às gerações vindouras e
reduzindo significativamente os danos ambientais.
7 -O consumo energético final no Rio Grande do Sul apresenta a seguinte
composição:
-
Derivados de petróleo - 50%
-
Derivados de biomassa (lenha, álcool carburante e resíduos agrícolas
e florestais) - 30%
-
Eletricidade - 14%
-
Outros (carvão mineral, energia eólica, solar direta, etc) - 06%
8 - Considerando que a energia elétrica no Brasil e por conseqüência no
Rio Grande do Sul é 95% produzida a partir de fontes hidráulicas,
podemos considerar que a eletricidade constitui-se num energético
renovável. Assim sendo, podemos afirmar que globalmente o Rio Grande do
Sul é energizado em cerca de 50% a partir de fontes renováveis (contudo
se retirarmos a Grande Porto Alegre e o Eixo de Caxias do Sul - Bento
Gonçalves, o uso das fontes renováveis de energia em trezentos municípios
restantes passa a ser superior a 65%.
8 - As tendências atuais no setor energético apontam o seguinte cenário:
retirada de todos os subsídios do diesel e do GLP (gás liquefeito de
petróleo). O preço da eletricidade deverá atingir, pelo menos, 120 dólares
por megawatt-hora, o que significa um aumento médio de 50% em relação aos
preços de hoje. Nesse sentido, a redução do consumo de energia elétrica
através de medidas de racionalização constitui-se numa necessidade visando
a redução dos custos operacionais.
II -A Rede Estadual de Pesquisa e Extensão e,m Energia e Proteção Ambiental.
- O projeto de difusão das fontes renováveis de energia, baseado nas
premissas acima mencionadas, envolve as principais instituições de ensino
superior do Estado (IES) e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul através
da Comissão Estadual de Energia (CENERGS). O papel do Governo do Estado
consiste em estimular o desenvolvimento de projetos em fontes renováveis
de energia em nível municipal, isto é, todo projeto desenvolvido pelo
poder público municipal é financiado em 50% a fundo perdido. Contudo, o
município para poder se candidatar a esse recurso do Tesouro Estadual,
terá que preencher dois requisitos: 1) providenciar num planejamento
energético-mineral-ambiental do município e 2) ter formado uma comissão
municipal de energia e proteção ambiental, composta por representantes de
todas as forças vivas do município que estejam relacionadas com a problemática
energética e ambiental. Os projetos a serem financiados terão que ter o
aval dessa Comissão.
- 0 papel das IES nesse projeto consiste em assessorar as comissões
municipais, tanto na elaboração dos diagnósticos e planejamentos, como na
educação formal e informal em nível municipal. A educação formal consiste
na integração da problemática energética-ambiental nos currículos das
escolas de primeiro e segundo grau existentes no município.
- A educação informal começa pelo treinamento dos membros das comissões
municipais e se estende para os outros setores atuantes na região, tais
como componentes de cooperativas de associações comerciais e industriais,
de sindicatos, etc. Coube à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com
apoio financeiro e técnico do Governo do Estado do Rio Grande do Sul
através da FAPERGS e papel de liderar a formação da Rede Estadual de
Pesquisa e Extensão em Energia e proteção Ambiental. Atualmente participam
da Rede as seguintes Universidades e IES: Universidade Federal de Santa
Maria, Universidade Federal de Pelotas, Fundação Universidade Católica de
Pelotas, Universidade da Região da Campanha, Universidade do Vale dos
Sinos, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Universidade
de Caxias do Sul, Fundação Alto Taquari de Ensino Superior, Faculdades
Integradas de Santa Cruz do Sul, Universidade de Cruz Alta, Universidade
de Ijuí e Fundação Regional Integrada -Campus de Erexim, Frederico Westphalen
e Santo Ângelo.
- Através de um curso de extensão e/ou especialização a UFRGS está
promovendo o treinamento tanto de professores das IES acima referidas como
de técnicos das prefeituras municipais, da CEEE, da EMATER e de diversos
órgãos representativos da iniciativa privada. Ao todo serão realizadas
quatorze {14) edições desse curso. No final de cada curso os estudantes
deverão realizar o diagnóstico de um município da região de influência da
IES em apreço.
- Para consolidar a rede, cada IES deverá formar o seu número de
energia e proteção ambiental que se dedicará a desenvolver projetos de
interesse da região, cujas prioridades são determinadas através dos
diagnósticos e que envolvam fontes de energia renováveis mais abundantes
na região.
- Ao Núcleo de Energia da UFRGS, órgão vinculado à Pró-Reitoria de
Extensão, cabe o papel de assessorar os Núcleos das IES, tanto com pessoal
técnico, como na transferência de tecnologia nas áreas de fontes renováveis
de energia e usos dos energéticos, avaliando em todos os casos as
conseqüências para o meio ambiente.
III -Objetivos do Seminário
A -Geral -utilizando diagnósticos regionais realizados pelas IES e por
organizações estaduais e privadas, avaliar o estudo da arte relativo à
oferta, utilizando potenciais das fontes renováveis de energia; identificar
políticas e prioridades de pesquisa e desenvolvimento nessa área, bem como
colher subsídios para assessorar os órgãos de planejamento energético do
Estado, tendo como horizonte temporal e ano 2000.
B –Específicos -1) através da apresentação do relatório de cada IES sobre
os diagnósticos dos municípios de sua região de influência; permitir uma
ampla troca de informações e experiências com as.demais IES integrantes da
rede; 2) promover uma ampla divulgação dos trabalhos realizados em nível
municipal de todas as regiões do Estado; 3) promover a integração dos
projetos em desenvolvimento em organizações estaduais e privadas com os
trabalhos em execução pelas IES; 4) atualizar e revisar o~ protocolos que
deram origem à formação da rede e das comissões municipais de energia e
proteção ambiental.
IV -Comissão Organizadora - UFRGS
Governo do Estado do RS
-Anildo Bristoti (Doutor)
-Mário Ederich (SEMC)
-Daniel Vilani (Mestre)
-Pedro Mello (Doutor)
-Debi P. Sadhu (Doutor).
-Flávio P. Livi (Doutor).
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